Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Matéria Escura
GUIA DO PROFESSOR
O Mistério da Matéria Escura
37 Soluções de Atividades
43 Informação adicional
Quem são as pessoas no vídeo?
Apêndice A: Dados brutos para velocidades orbitais das
estrelas na Galáxia do Triângulo (M33)
Apêndice B: Equações e Constantes da Matéria Escura
Créditos
1
O Mistério da Matéria Escura
Perimeter Institute
2
O Mistério da Matéria Escura
Introdução
A astronomia tem tratado da luz ao longo de milhares de O vídeo começa explicando como físicos, mesmo não con-
anos. Astrônomos têm estudado a luz de estrelas distantes, seguindo enxergar a matéria escura, conseguem ver seus
galáxias, planetas e outros objetos no espaço. Porém, nas efeitos nas velocidades de estrelas no interior das galáxias.
últimas décadas, físicos começaram a perceber que objetos Em seguida, são descritas teorias existentes a respeito do
celestes que emitem algum tipo de luz formam apenas uma que é feita a matéria escura. O vídeo termina citando vários
pequena fração do universo. experimentos atuais para a detecção de matéria escura.
Esses experimentos são tão cruciais para o nosso enten-
O resto do universo é feito de matéria invisível que não emite,
dimento do universo que o primeiro grupo a obter sucesso
reflete ou absorve qualquer tipo de radiação eletromagnética.
provavelmente ganhará o Prêmio Nobel.
Essa “matéria escura” domina galáxias e forma cerca de 90%
da massa de toda galáxia no universo. Sem ela, as galáxias A matéria escura é muitas vezes confundida com a energia
(incluindo a nossa) se movimentariam mais lentamente. escura, mas não há nenhuma conexão conhecida entre os
dois fenômenos. A matéria escura explica o excesso de for-
Além de ser um dos tópicos mais importantes na física atual,
ça gravitacional observada ao redor das galáxias, ao passo
o tema da matéria escura é também muito acessível. Este kit
que a energia escura explica a pressão negativa que faz o
faz uma introdução à matéria escura usando conceitos de
universo se expandir a uma taxa crescente.
gravitação universal e movimento circular uniforme. O mate-
rial é destinado a alunos dos últimos anos do ensino médio e Este kit é o resultado de um processo que levou um ano e
as únicas equações necessárias para compreender o que é envolveu professores, físicos, alunos e profissionais da in-
aqui apresentado são: dústria cinematográfica. Todo o material aqui apresentado foi
testado em sala de aula em diversas ocasiões. Esperamos
que você encontre nas páginas a seguir um suplemento útil
para suas aulas de física.
3
O Mistério da Matéria Escura
Ligações
curriculares
Movimento orbital Planetas orbitam em torno do Sol de maneira previsível: os pla- Atividade 1: Resumo em vídeo
netas mais distantes se movem mais lentamente do que planetas Atividade 2: Conceitos-chave
próximos. Atividade 3: Gravidade e Movimento orbital
Capítulos do vídeo: 1, 2 e 3
Movimento circular Uma das evidências mais fortes em favor da matéria escura Atividade 1: Resumo em vídeo
uniforme vem da velocidade orbital de estrelas em movimento circular Atividade 2: Conceitos-chave
uniforme. Atividade 3: Gravidade e Movimento orbital
Atividade 4: Matéria Escura em uma Galáxia
Atividade 6: Laboratório de Matéria Escura
Demonstração: Preveja, Observe, Explique
Capítulos do vídeo: 1, 2 e 3
Gravitação universal Como não podemos ver a matéria escura, podemos inferir sua Atividade 1: Resumo em vídeo
existência apenas através de seus efeitos gravitacionais. Atividade 2: Conceitos-chave
Atividade 3: Gravidade e Movimento orbital
Atividade 4: Matéria Escura em uma Galáxia
Demonstração: Preveja, Observe, Explique
Capítulos do vídeo: 1, 2 e 3
Colisões bidimensionais Numerosos experimentos estão em curso tentando detectar Atividade 2: Conceitos-chave
partículas de matéria escura em colisões elásticas com núcleos Atividade 5: Análise Matemática Avançada
atômicos.
Capítulo do Vídeo: 7
Natureza da ciência Existem muitas teorias competindo para explicar do que é feita Atividade 1: Resumo em vídeo
a matéria escura. Alguns físicos acreditam que a matéria escura Atividade 2: Conceitos-chave
sequer existe.
Capítulo do Vídeo: 7
Relações matemáticas A relação entre a velocidade de uma estrela e a massa de uma Atividade 2: Conceitos-chave
galáxia dentro de seu raio de órbita é Atividade 4: Matéria Escura em uma Galáxia
Atividade 5: Análise Matemática Avançada
Atividade 6: Laboratório de Matéria Escura
Capítulos do vídeo: 2 e 3
Físicos usam esta relação para ajudar a inferir a existência de
matéria escura.
Lentes gravitacionais A massa deforma o espaço-tempo. A luz, ao atravessar o Atividade 5: Análise Matemática Avançada
espaço-tempo deformado, é defletida, revelando a presença de
Demonstração prática
massa invisível.
Capítulo do vídeo: 5
4
O Mistério da Matéria Escura
Formas sugeridas de
utilizar esse recurso
Ao desenvolver este material, tentamos dar a você flexi- Sugestão para aulas duplas
bilidade e escolha. Além dos vídeos para sala de aula e Primeira aula
uma série de demonstrações práticas, o material inclui seis
folhas de exercício para os estudantes. Nós te encorajamos Atividade 6: Laboratório de Matéria Escura
a escolher aquilo que melhor supra suas necessidades e a Os alunos investigam como a velocidade de um objeto em
modificar qualquer uma das folhas de exercício como achar órbita depende da massa do corpo central.
melhor (cópias eletrônicas editáveis podem ser encontradas Segunda aula
no DVD-ROM).
Demonstração: Prever, Observar, Explicar (5-10 minutos)
Sugestão para aula simples Usar a demonstração de movimento circular uniforme para
relacionar massa e velocidade.
Demonstração: Prever, Observar, Explicar (5-10 minutos)
Usar a demonstração de movimento circular uniforme para Video (25 minutos)
relacionar massa e velocidade. A divisão em capítulos propicia pausas para revisão e dis-
cussão
Vídeo (25 minutos)
A divisão em capítulos propicia pausas para revisão e dis- Atividade 2: Conceitos-chave (15-20 minutos)
cussão. Usar jogos de cartas (A, B, C, D) ou lousa pode facilitar a
discussão desta revisão.
Atividade 2: Conceitos-chave (15-20 minutos)
Usar jogos de cartas (A, B, C, D) ou a lousa pode facilitar a Lição de casa:
discussão desta revisão. Atividade 4: Matéria Escura em uma galáxia.
Lição de casa:
Atividade 1: Resumo em vídeo
5
O Mistério da Matéria Escura
6
O Mistério da Matéria Escura
Matéria Escura
em Resumo
Em 1967, Vera Rubin observou que as estrelas dentro Físicos também possuem evidências independentes da
da galáxia de Andrômeda apresentavam velocidades existência da matéria escura através de observações
orbitais maiores do que o esperado. de imagens distorcidas de galáxias distantes (lentes
gravitacionais).
Físicos tem observado o mesmo fenômeno na galáxia
do Triângulo. Apesar de ninguém saber do que é feita a matéria
escura, os físicos possuem atualmente uma grande
Ao medir as velocidades orbitais das estrelas dentro da quantidade de teorias.
galáxia do Triângulo usando a fórmula
Uma das primeiras teorias da matéria escura era que
ela seria composta inteiramente de objetos celestiais
compactos, como planetas, estrelas-anãs e buracos
físicos calcularam que a massa dessa galáxia dentro negros. Observações detalhadas derrubaram essa
de um raio r = 4,0 × 1020 m seria equivalente à massa teoria.
de 46 bilhões de sóis.
A maioria dos físicos atualmente acredita que a matéria
Porém, ao medir o brilho da galáxia do Triângulo, escura é feita de um tipo de partícula subatômica
também calcularam que sua massa dentro de um raio chamada de WIMP, que, até hoje, ainda não foi
r = 4,0 × 1020 m é, de fato, equivalente a 7 bilhões de detectada em laboratório.
sóis.
Existem muitos experimentos tentando detectar uma
A discrepância entre esses dois resultados implica que dessas partículas hoje em dia em diversos países.
há uma massa invisível equivalente a 39 bilhões de sois
dentro de Triângulo. A matéria escura não está relacionada à energia
escura. A energia escura se refere a um mecanismo
Essa massa invisível é chamada de “matéria escura”. misterioso que faz o universo se expandir.
7
O Mistério da Matéria Escura
Uma vez que a conexão entre velocidade orbital e massa é estabelecida, ela pode ser esten-
dida: a velocidade orbital dos planetas pode ser usada para determinar a massa do Sol e a
velocidade orbital das estrelas pode ser usada para determinar a massa das galáxias.
A demonstração segue o formato “Prever, Observar e Explicar”. Os alunos preveem o que
acontecerá, expõem sua hipótese, observam o que de fato ocorre e explicam quaisquer Figura 2 Defina o raio da órbita ajus-
discrepâncias em relação ao que esperavam. Lousas ou qualquer meio semelhante podem tando a velocidade da rolha para que o
clipe de papel permaneça logo abaixo
ser usados para fazer suposições, obter explicações e facilitar o diálogo entre os alunos. É da parte inferior do tubo.
crucial para a compreensão dos alunos que eles formulem, se comuniquem e critiquem suas
suposições e explicações.
(b) Qual dos diagramas de corpo livre a seguir melhor representa as forças atuando na rolha de borracha?
(c) Preveja o que vai acontecer com o clipe de papel se dobrarmos o número de arruelas suspensas mas mantivermos o
restante da montagem inalterada. Explique.
(e) Preveja o que seria preciso alterar para manter o clipe de papel onde estava inicialmente. Explique.
(g) Considere dois sistemas idênticos com apenas uma diferença: um deles tem o dobro de arruelas suspensas que o outro.
Preveja o que você observará quando luzes de LED são presas à rolha e colocadas em movimento circular uniforme com
suas luzes apagadas. Explique.
(b) A Terra orbita o Sol a uma distância de 1,5 x 109 m. Determine a massa do Sol.
(c) O Sol gira em torno do centro de sua galáxia a uma distância de 2,56 x 1020 m uma vez a cada 200 milhões de anos.
Determine a massa do centro da galáxia.
(d) Quão confiante você está de que a física que descreve o movimento da rolha de borracha em um fio pode ser estendida
para sistemas tão grandes quanto galáxias? Discuta.
Demonstração Prática
Lente Gravitacional
Uma das peças-chave dos dados observacionais apontando para a existência
da matéria escura são as lentes gravitacionais. De acordo com a teoria da rela-
tividade geral de Einstein, a massa deforma o espaço-tempo e a luz que passa
por esse espaço-tempo deformado acaba mudando de direção. Observações
atentas de objetos distantes produziram mapas bem detalhados da distribui-
ção da matéria escura.
1. A luz é desviada por objetos massivos.
Use uma fita adesiva para mostrar como a luz de uma estrela distante viaja.
Pegue um pedaço de fita adesiva de 50 cm de comprimento e cole aproxi-
madamente 20 cm sobre a mesa — mantendo-a o mais plana e lisa possível.
Coloque a borda do pires virado em seu caminho, como mostrado abaixo.
Pressione cuidadosamente o resto da fita para que percorra suavemente a
borda, continuando pela superfície do pires e então de volta para a mesa.
COSMOS mapa da matéria escura em 3D
(a) Desenhe o caminho da luz no diagrama abaixo. Coloque a Terra no fim do percurso.
Luz da estrela
(fita adesiva)
Sol
(pires)
(b) Posicione seu olho na altura da mesa e observe o caminho da luz. Onde você diria que a estrela está? Desenhe no diagrama.
(c) A curvatura da luz foi observada pela primeira vez durante um eclipse solar em 1919. Por que essa observação teve que
acontecer durante um eclipse solar?
Faça um esboço de como uma galáxia distante aparenta ser quando há um objeto de grande massa entre nós e a galáxia.
Demonstração prática | 11
O Mistério da Matéria Escura
Atividade 1 NOME :
Resumo em vídeo
v v v v
r r r r
1. Qual dos gráficos acima melhor representa a relação entre v e r para planetas orbitando o Sol?
a) A b) B c) C d) D
2. Qual dos gráficos acima melhor representa a relação entre v e r para estrelas orbitando o centro de uma galáxia?
a) A b) B c) C d) D
4. Quando astrônomos medem a massa da galáxia do Triângulo usando o Método de Brilho, o resultado obtido é muito
menor do que aquele encontrado ao se usar o Método Orbital. Essa constatação pode ser explicada pelo fato de
a) as estrelas na galáxia do Triângulo serem compostas por elementos mais leves que aqueles do Sol.
b) o Método Orbital subestimar a massa da Galáxia do Triângulo.
c) a Galáxia do Triângulo conter uma grande quantidade de massa invisível.
d) a Galáxia do Triângulo conter apenas massa que emite luz visível.
12 | Atividade 1
O Mistério da Matéria Escura
7. A massa encontrada através das lentes gravitacionais está de acordo com a quantidade de massa encontrada através de:
a) métodos orbitais
b) métodos de brilho
c) ambos os métodos
d) nenhum dos métodos
Atividade 1 | 13
O Mistério da Matéria Escura
Atividade 2 NOME :
Conceitos-chave
Fórmulas úteis
1. Marte orbita o Sol em movimento uniforme circular. O raio da órbita de Marte é 2,28 × 1011 m e sua velocidade orbital é
2,41 × 104 m/s.
2,28 x 1011 m
Sol Marte
a) Desenhe um diagrama de corpo-livre para Marte e use-o para obter uma expressão para a massa do Sol em termos
da velocidade orbital de Marte, o raio de sua órbita e a constante gravitacional universal.
2. O gráfico abaixo relaciona a velocidade orbital dos planetas com o raio de suas órbitas:
v v v
r r r r
a) Qual é a força que mantém os planetas em órbita?
b) Porque os planetas “externos” se movimentam mais lentamente que os planetas “internos”?
c) Rearranje sua resposta para 1a) e encontre a equação para o gráfico acima.
14 | Atividade 2
O Mistério da Matéria Escura
3. Astrônomos têm estudado a galáxia UGC 128 por muitos anos. Eles mediram seu brilho e calcularam que a massa das
estrelas dentro de um raio de 1,30 × 1021 m é de 3,34 × 1040 kg. Estrelas orbitando dentro deste raio foram observadas
viajando a uma velocidade de 1,30 × 105 m/s. Qual porcentagem da massa dentro do referido raio é de matéria escura?
4. Na parte rural de Minnesota, nos EUA, há um detector de matéria escura conhecido como Cryogenic Dark Matter Search
(Pesquisa Criogênica de Matéria Escura – CDMS, na sigla em inglês), localizado a uma profundidade de 700 metros numa
mina abandonada. Ele envolve uma grande quantidade de cristais de germânio (Ge) de 250g que são resfriados até se
aproximarem do zero absoluto (–273 °C).
De acordo com a teoria das “partículas massivas de fraca interação” (WIMP, da sigla em inglês para “weakly interacting
massive particles”), bilhões de WIMPs vindas do espaço estão entrando na Terra a cada segundo. Apesar de normalmente
atravessarem objetos sólidos como se estes não existissem, existe uma chance pequena de uma WIMP colidir com o
núcleo de um átomo do material pelo qual ela está passando.
Como resultado, no CDMS há uma pequena chance de uma WIMP colidir com um núcleo de átomo de germânio dentro
do detector, como mostrado abaixo:
WIMP
/s
km
75
230 km/s
WIMP Ge
Ge
a) Na figura acima, uma WIMP com massa de 1,07 × 10–25 kg e velocidade inicial de 230 km/s colide com um núcleo de
germânio estacionário de massa 1,19 × 10–25 kg. Se a WIMP é desviada e sua velocidade reduzida para 75 km/s, use
a conservação de energia para determinar a quantidade de energia transferida para o núcleo. (É essa a energia que os
cientistas precisam detectar de alguma forma.) Assuma que a colisão é elástica.
b) Quantas vezes a energia achada em “a” é menor que a energia necessária para levantar um grão de areia em um
milímetro (1 x 10–7 J )?
5. Um amigo lhe envia um email no qual se diz cético sobre a existência da matéria escura. Ele diz: “Eu pensava que a
ciência tratava apenas de observações e de objetos que podemos ver. Como você pode dizer que a matéria escura existe
se ninguém consegue vê-la?” Escreva uma resposta de cinco a dez frases descrevendo evidências para a existência da
matéria escura e defendendo a visão de que algo não precisa ser visível para ser entendido pela ciência. Em sua resposta,
dê um exemplo cotidiano de algo que existe, embora não seja visível.
Atividade 2 | 15
O Mistério da Matéria Escura
Atividade 3 NOME :
1. a) Preveja e Explique: Quais variáveis podem interferir na habilidade da bola para orbitar?
b) Observe e Explique: Que combinação de variáveis precisam estar alinhadas para que a bola orbite?
b) Observe e Explique: Compare os períodos orbitais de diferentes bolas para diferentes raios.
c) Estenda e Explique: Os dados planetários abaixo estão de acordo com suas observações?
16 | Atividade 3
O Mistério da Matéria Escura
Compare os dados para objetos orbitando a Terra com os dados de objetos orbitando Júpiter. Como os dados mostram
que o período da órbita depende da massa do objeto central?
4. Você e um grupo de alunos vão representar como as luas de Júpiter orbitam. Quais variáveis vocês precisam levar em
consideração para que o movimento seja preciso? Como as velocidades das luas se comparam?
5. As massas da Terra, Júpiter e do Sol são de 5,98 x 1024 kg, 1,90 x 1027 kg, e 1,99 x 1030 kg, respectivamente. Seus pais se
perguntam como astrônomos medem a massa desses objetos astronômicos. Mostre como você explicaria isso a eles.
Atividade 3 | 17
O Mistério da Matéria Escura
Atividade 4 NOME :
6,48 2,47
Astrônomos analisaram as estrelas na galáxia UGC 11748 e encontraram que a maioria delas está localizada dentro de um
raio r = 1,64 × 1020 m, e que a massa total dentro deste raio é 1,54 × 1041 kg, ou 77,4 bilhões de vezes a massa do Sol.
É esperado que as estrelas situadas fora deste raio orbitem da mesma forma que os planetas orbitam em torno do Sol. Nes-
sa atividade você analisará o movimento de estrelas localizadas nas zonas externas de UGC 11748.
3. Compare as curvas “medida” e “calculada” traçadas acima. Discuta uma possível explicação para quaisquer diferenças.
18 | Atividade 4
O Mistério da Matéria Escura
4. a) Use as velocidades medidas para calcular a massa da galáxia contida dentro de cada raio orbital. Anote suas respostas
na coluna “Massa Gravitacional”.
b) Mostre como o cálculo é feito para um exemplo, isto é, para um raio orbital.
5. Para cada raio orbital, calcule a diferença entre a massa gravitacional dentro deste raio e a massa total das estrelas
visíveis (1,54 x 1041 kg). Represente essa diferença como uma porcentagem da massa gravitacional dentro do raio orbital.
Anote suas respostas na coluna “Massa Faltante”.
6. Seus resultados estão de acordo com a seguinte afirmação? “É razoável esperar que as estrelas orbitem ao redor da
massa gravitacional contida dentro do raio de sua órbita da mesma maneira que os planetas orbitam ao redor do Sol.”
Discuta.
Atividade 4 | 19
O Mistério da Matéria Escura
Atividade 5 NOME :
Posição
verdadeira
da estrela
As variáveis essenciais na expressão do ângulo de desvio θ podem ser deduzidas de princípios básicos e análise dimensio-
nal. É de se esperar que uma massa grande M desvie mais a luz, e que uma distância d maior desvie menos a luz, de forma
que a expressão provavelmente seja M/d. A razão de G/c2 é obtida usando análise dimensional. O componente final da
expressão é o coeficiente numérico.
2
Se nós considerarmos esse problema usando apenas o princípio de equivalência, teremos a solução Newtoniana:
onde G = 6,67 x10-11 Nm2/kg2, M é a massa do objeto (em kg), d é a distância mais próxima que a luz alcança do centro do
objeto (em m) e c é a velocidade da luz.
1. Dado que a massa do Sol é de 1,99 × 1030 kg e seu raio é de 6,96 × 108 m, calcule o ângulo de desvio para a luz de uma
estrela distante que passa rente à superfície do Sol.
2. Um raio de luz que passa a uma distância de 16 milhões de anos-luz do centro de um aglomerado de galáxias se curva
em um ângulo de 2,0 x 10-5 radianos. Use a lente gravitacional para calcular a massa do aglomerado.
20 | Atividade 5
O Mistério da Matéria Escura
3. Organize os três cenários seguintes de acordo com o ângulo de desvio (do maior para o menor) para a luz que passa rente
às bordas dos aglomerados.
a) Um aglomerado de galáxia com massa de 1014 vezes a massa do Sol e um raio de 107 anos-luz.
b) Um aglomerado de galáxia com massa de 5 x 1014 vezes a massa do Sol e um raio de 3 x 106 anos-luz.
c) Um aglomerado de galáxia com massa de 2 x 1014 vezes a massa do Sol e um raio de of 4 x 106 anos-luz.
Atividade 5 | 21
O Mistério da Matéria Escura
Atividade 6 NOME :
Preveja
Como a velocidade de um corpo em órbita muda à medida que a força aplicada aumenta, permanecendo o raio de órbita constante?
Materiais
Rolha de borracha 16 arruelas
Barbante Cronômetro
Tubo de plástico ou vidro Balança eletrônica
Clipe de papel Massa desconhecida
Procedimento
1. Meça e anote a massa (i) da rolha e (ii) de todas as arruelas juntas.
2. Seu professor mostrará como montar o aparelho.
3. Mantenha o raio de revolução da rolha entre 40 e 80 cm. Para isso, coloque o clipe de papel logo abaixo da base do tubo.
Anote a distância do topo do tubo até a metade da rolha.
4. Amarre oito arruelas a um segundo clipe de papel amarrado na ponta livre do barbante. Gire a rolha no plano horizontal,
mantendo o primeiro clipe de papel suspenso logo abaixo da base do tubo. Assim que a rolha estiver orbitando a uma
taxa constante, anote o tempo que ela demora para completar 10 ciclos.
5. Aumente o número de arruelas em dois, mantendo o raio constante. Novamente, anote o tempo referente para 10 ciclos.
Repita este procedimento até obter resultados para pelo menos cinco massas diferentes.
Aplicação
Você receberá um objeto de massa desconhecida. Siga o procedimento acima e anote o tempo necessário para completar 10 ciclos.
Análise
1. Desenhe diagramas de corpo-livre para as arruelas e a rolha.
2. Use esses diagramas para derivar uma expressão que relacione v2 com mA. O ângulo entre o barbante e a linha horizontal
deve ser relativamente pequeno para que seja ignorado em todos os cálculos.
3. Use a geometria de uma trajetória circular para converter o período de movimento em velocidade linear para a rolha.
4. Trace um gráfico do quadrado da velocidade da rolha v2 em função da massa das arruelas mA. Calcule a inclinação da
linha (lembrando de incluir as unidades corretas).
5. Use a expressão derivada no segundo passo para dar uma explicação física para a inclinação do gráfico de v2 versus mA. Com-
pare a inclinação calculada no quarto passo com a inclinação gerada pelo seu diagrama de corpo-livre do segundo passo.
6. Use esses resultados para calcular a massa desconhecida. Compare sua resposta com o valor obtido usando a balança.
Questões
1. Dois estudantes estão girando rolhas idênticas em raios orbitais idênticos. Uma das rolhas está se movendo notavelmente
mais rápido que a outra. O que você pode inferir sobre o número de arruelas amarradas à rolha mais veloz?
2. A Terra orbita o Sol por conta da atração gravitacional. Como você pode usar os dados da órbita da Terra para medir a
massa do Sol? Encontre os dados relevantes e calcule a massa do Sol.
3. O Sol orbita o centro da Via Láctea com um raio de 8,33 kpc (1 parsec = 3,26 anos-luz) e a uma velocidade de 220 km/s.
Determine a massa da Via Láctea contida dentro da órbita do Sol.
4. Físicos estimam a massa de matéria luminosa numa galáxia medindo o brilho desta galáxia. Eles observaram que, em
muitas galáxias, as estrelas orbitam o centro das galáxias a velocidades maiores do que o esperado. Usando ideias
aprendidas neste laboratório, dê uma explicação para essas observações.
22 | Atividade 6
O Mistério da Matéria Escura
Atividade 6
Laboratório de Matéria Escura:
Notas para o Professor
Em termos gerais, a matéria escura é matéria que podemos detectar somente através de sua interação gravitacional com
outros objetos. Algumas das evidências mais convincentes para a sua existência vêm da análise de estrelas que estão se
movendo muito mais rapidamente do que é esperado baseado na massa visível em torno da qual elas giram.
Ao introduzir os alunos à relação entre massa e velocidade nessa atividade, você fornecerá a noção física necessária para
que possam explorar um dos maiores problemas ainda não resolvidos na Física atual.
Segurança
A atividade aqui apresentada envolve girar objetos presos a um barbante, o que é algo
inerentemente perigoso. Se o barbante arrebentar ou os nós se desfizerem, a rolha de
borracha poderá ser projetada tangencialmente. Caso os devidos cuidados não sejam
tomados, a rolha pode também acertar o estudante segurando o aparelho. Assim:
1. Sempre cheque o equipamento antes de iniciar o laboratório. Substitua
qualquer barbante desgastado.
2. Faça os estudantes usarem óculos de proteção durante a atividade para evitar
machucados nos olhos.
3. Tenha certeza que os estudantes possuem espaço suficiente para realizar a
atividade sem colocar em perigo os colegas ou eles próprios.
Figura 1 A rolha orbita abaixo
do topo do tubo quando em
Introdução movimento orbital.
Nessa atividade, os alunos explorarão a relação entre a massa de um número de
arruelas e a velocidade orbital de uma rolha de borracha que gira ao redor delas. A atividade demonstra que podemos usar
a velocidade de um objeto em órbita para inferir a magnitude da massa responsável pela rotação. Uma série de questões
levará os alunos a ver como podem usar essa relação para analisar objetos astronômicos e, em última análise, encontrar
evidência para a matéria escura.
Quando a rolha está em movimento orbital, ela orbita logo abaixo do topo do tubo, por conta de sua massa. Portanto, o
comprimento do barbante entre a rolha e o tubo é desviado do plano horizontal, como mostrado na Figura 1. O ângulo θ
mede a extensão desse desvio.
Se os alunos considerarem rigorosamente o ângulo θ ao analisar esta atividade, encontrarão uma expressão um tanto compli-
cada para v (velocidade orbital da rolha) em termos de mA (a massa das arruelas), a qual não se presta prontamente para aná-
lise (detalhes podem ser encontrados no Apêndice B do DVD-ROM). Esse fato e o fato que θ é sempre relativamente pequeno
são boas razões pelas quais os estudantes podem ignorar θ nos passos 5 e 6.
Conhecimentos prévios
Antes de realizar essa atividade, os alunos precisam estar familiarizados com os seguintes conceitos:
A circunferência de um círculo é dada por 2πr, onde r é o raio.
O termo “período” descreve o tempo necessário para um ciclo.
Movimento centrípeto é causado por uma força resultante agindo em direção ao centro do círculo.
A força resultante que age em planetas é a força da gravidade e sua magnitude e direção são dadas pela Lei de
Newton para a gravitação universal.
Modificações
Dependendo da ênfase particular do seu curso, as seguintes modificações podem ser feitas:
Não pese as arruelas. Faça seus alunos descobrirem apenas a relação qualitativa entre massa e velocidade.
Faça os alunos usarem técnicas gráficas para encontrar a relação entre v2 e mA, em vez de mandá-los desenhar o
gráfico de v2 versus mA.
Faça os alunos compararem os resultados obtidos para valores diferentes do raio da órbita para explorar como essa
quantidade afeta a velocidade orbital.
Atividade 6 | 23
O Mistério da Matéria Escura
Análise
Dados amostrais
Substituindo T e a expressão para aC (equação 6.1) na
Número de arruelas 8 10 12 14 16 segunda lei de Newton para a rolha
Massa das arruelas (g) 43,2 53,9 64,7 75,5 86,3
Fresultante = mR a
Tempo para 10 ciclos (s) 8,51 7,58 6,92 6,40 6,00
(6.2)
Velocidade da rolha (m/s) 4,60 5,14 5,63 6,08 6,50
(6.1)
r
onde r é a distância entre a rolha e o topo do tubo.
24 | Atividade 6
O Mistério da Matéria Escura
4.
Quadrado da velocidade da rolha
versus massa das arruelas
60
v2 (m 2 /s 2 )
40
20
0
0 20 40 60 80 1 00
m a (g )
inclinação
Atividade 6 | 25
O Mistério da Matéria Escura
Capítulo 1 do vídeo
Introdução
Este capítulo do vídeo: As medições mais distantes que Rubin conseguia obter
apontavam que nesta região externa da galáxia as velo-
Apresenta Vera Rubin e suas medições das velocidades
cidades orbitais eram constantes, girando em torno de
orbitais das estrelas em Andrômeda.
Explica que Rubin esperava que as velocidades orbitais 225 Km/s. A atuação da matéria escura é mais perceptível
das estrelas exteriores diminuíssem com o aumento da nas regiões mais externas, pois é lá que a matéria escura
distância delas ao centro de Andrômeda.(como é o caso predomina sobre a matéria visível. Nas regiões internas de
das velocidades orbitais dos planetas no Sistema Solar). uma galáxia, as velocidades orbitais aumentam linear-
Mostra que, contrariamente ao esperado, as mente, como esperado, pois há muito mais matéria visível
velocidades orbitais permaneciam constantes a do que matéria escura.
despeito da variação da distância e, além disso, eram Evidências anteriores
maiores que o esperado.
apontando para a existência
Explica que, com o passar do tempo, as observações
de Rubin levaram físicos a repensar a composição de de matéria escura
todo o universo. Apesar das observações de Rubin
Contexto Histórico nos anos 1960 terem levado a
matéria escura ao mainstream da
Vera Rubin foi uma astrôno-
Física, já havia, naquele momen-
ma de Washinton, D.C., EUA.
to, algumas evidências, embora
Entre 1967 e 1969 ela, com
parciais, apontando para a existên-
a ajuda de seu colega Kent
cia de matéria escura. Em 1933,
Ford, usou dois telescópios
o astrônomo suiço Fritz Zwicky Fritz Zwicky
(um no Kitt Peak e outro no
examinou as velocidades de
Lowell Observatory, ambos
galáxias individuais dentro do aglomerado (cluster) Coma
nos Estados Unidos) para ob-
e descobriu que elas eram tão grandes que excediam a
servar as velocidades orbitais
velocidade de escape do aglomerado. Isso significa que
de estrelas dentro da galáxia
o aglomerado deveria ser instável e se desfazer, o que
Vera Rubin de Andrômeda.
claramente não era o caso.
Apesar de outros astrônomos terem anteriormente medido
velocidades orbitais de estrelas em diversas galáxias, o que
Zwicky concluiu que deveria haver uma vasta quantidade
tornou as observações de Rubin únicas foi a tecnologia que
de matéria invisível dentro do cluster segurando-o através
usou. Ford tinha recentemente construído um espectrômetro
da gravidade. Porém, os dados de Zwicky continham
de alta sensibilidade capaz de coletar dados das regiões mais
muitas incertezas e, assim, outros físicos encaravam-nos
externas e fracas das galáxias. Isso permitiu a Rubin observar
de forma cética.
fenômenos anteriormente inacessíveis a astrônomos.
As velocidades orbitais dos planetas no Sistema Solar
diminuem quanto mais distante estão do Sol. Por isso, Rubin
esperava observar uma diminuição similar nas velocidades
orbitais das estrelas em Andrômeda. Em vez disso, porém,
viu que as velocidades orbitais eram como mostrado na
Figura 1.
Velocidade (km/s)
Velocidades observadas
200
100
Velocidades esperadas Figura 2 A galáxia de Andrômeda. As estrelas nela orbitam em
movimento circular uniforme.
26
O Mistério da Matéria Escura
Capítulo 2 do vídeo
Medindo a massa do Sol
Este capítulo do vídeo: Para uma órbita circular, a distância percorrida em um perío-
do completo é 2 r. Então, a velocidade:
Mostra como podemos usar a lei de Newton da
gravitação universal para calcular a massa do Sol a
partir da órbita de qualquer planeta.
(2.3)
Figura 1 Planeta orbitando o Sol em uma órbita eliptica. a é o semieixo
maior da órbita.
onde mP é a massa do planeta, v a velocidade linear do pla-
neta e r o raio de sua órbita.
A força atuando sobre o planeta é a gravidade, descrita pela
lei da gravitação universal de Newton:
(2.4)
(2.5)
27
O Mistério da Matéria Escura
Capítulo 3 do vídeo
Medindo a Massa de uma Galáxia:
Método Orbital
Este capítulo do vídeo: Efeito Doppler
Explica como calcular a massa de uma galáxia dentro O princípio básico subjacente à forma como físicos medem
de um raio dado através das velocidades e raios a velocidade de uma estrela usando o Efeito Doppler é o
orbitais de estrelas (Método Orbital). mesmo usado para medir a velocidade de uma ambulância
Aplica o Método Orbital à galáxia do Triângulo e calcula através do desvio Doppler de sua sirene, como visto na
a massa de 46 bilhões de Sóis dentro de um raio de Figura 1. Nesse último caso, nós medimos a frequência apa-
4,0 × 1020 m. rente f da sirene e calculamos sua velocidade vs (vindo em
nossa direção ou se afastando de nós) ao saber sua frequên-
Distribuição de massa cia verdadeira f0 e usando a fórmula
Uma característica interessante do Método Orbital é que
empregamos a mesma equação usada para calcular a (3.1)
massa do Sol:
28
O Mistério da Matéria Escura
Figura 2 Galáxia Edge-on Figura 3 Galáxia Face-on. Para uma galáxia edge-on, podemos
medir a velocidade orbital através do efeito Doppler. Para uma galáxia
face-on, não podemos.
29
O Mistério da Matéria Escura
Capítulo 4 do vídeo
Medindo a massa de uma galáxia:
O método do brilho
Este capítulo do vídeo: Sete Bilhões de Sóis
Descreve como medir a massa de uma galáxia a partir O resultado, através do Método do Brilho, de 7 bilhões de
de seu brilho (Método do Brilho) Sóis representa a massa combinada dos seguintes fatores
Aplica o Método do Brilho à galáxia do Triângulo e dentro de um raio de 4,0 × 1020 m: (i) todas as estrelas, (ii)
obtêm uma massa 39 bilhões de Sóis menor que o o gás de hidrogênio e (iii) o gás de hélio. Hélio é o segundo
valor obtido pelo Método Orbital. elemento mais abundante no universo depois do hidrogênio
Mostra como essa discrepância pode ser explicada e existe uma quantidade considerável dele em Triângulo.
pela existência de uma vasta quantidade de massa
chamada matéria escura. Quão preciso é o Método do Brilho?
Explica que todas as galáxias até hoje examinadas Como muitos cálculos em astronomia, o Método do Brilho
– no que diz respeito a conter ou não matéria escura – contém uma quantidade considerável de incerteza. Porém,
demonstraram conter uma vasta quantidade de matéria esse fato não é excessivamente significativo pois a discre-
escura. pância entre Os Métodos do Brilho e Orbital é muito grande.
Mesmo se a massa verdadeira das estrelas e gás dentro de
Como era de se esperar, o método que físicos usam atual- um raio de 4,0 × 1020 m fosse o dobro do valor para 7 bilhões
mente para calcular a massa de uma galáxia através de seu de Sóis (um erro de 50%), haveria ainda a discrepância de
brilho é consideravelmente mais complicado que o método 32 bilhões de Sóis.
apresentado no vídeo. Porém, o princípio central subjacente
ao método usado é que galáxias com massas maiores cos- Além da discrepância numérica entre Os Métodos do Brilho
tumam conter mais estrelas e, assim, costumam brilhar mais. e Orbital, o padrão geral da velocidade orbital das estrelas
dentro de galáxias (velocidade orbital constante com o au-
Uma explicação mais detalhada dos passos envolvidos nes- mento da distância) é fundamentalmente diferente do padrão
se método é a seguinte: esperado (velocidade orbital diminuindo com o aumento
da distância). Assim, mesmo se as massas das estrelas em
1. Primeiro, físicos medem a distribuição da luz dentro de
galáxias distantes fossem maiores que as estimativas atuais,
uma galáxia observando uma imagem dela. isso teria apenas o efeito de mover o gráfico para as velo-
2. Depois, usam essa distribuição para calcular o brilho cidades esperadas (Figura 1) para cima. Isso não alteraria o
aparente total da galáxia dentro de um raio r, somando padrão geral do gráfico e, de todo modo, não chegaríamos a
toda a luz dentro de r. uma correspondência entre os gráficos observado e espera-
3. Então, usam o conhecimento da distância da galáxia do. Assim, as estrelas e o gás sozinhos não podem explicar
para determinar sua claridade total verdadeira (i.e. as velocidades observadas para as estrelas, não importando
luminosidade) dentro de r. quão larga seja sua massa combinada.
4. Depois, estimam quanto de massa dentro da galáxia,
em média, produz uma, assim chamada, unidade de
claridade. Essa quantidade é um fator de conversão
Velocidade (km/s)
Velocidades observadas
de luminosidade para massa e pode ser estimada por
200
uma variedade de formas. Por exemplo, físicos às
vezes usam conhecimento da abundância relativa de
diferentes tipos de estrelas dentro de uma galáxia, em 100
Velocidades esperadas
conjunto com a luminosidade e a massa de cada tipo,
para estimar o fator de conversão.
5. Por fim, multiplica-se a luminosidade total verdadeira
Distância do centro da galáxia
dentro de r pelo fator de conversão para obter um
resultado para a massa dentro do raio r.
Figura 1 Velocidades orbitais esperadas e observadas em Andrômeda. As
velocidades esperadas são feitas com base no pressuposto que a vasta maioria
da massa de Andrômeda está no centro da galáxia, onde a maioria das estrelas é
encontrada.
30
O Mistério da Matéria Escura
Relação massa-luminosidade
O gráfico apresentado na Figura 2 coloca o brilho (i.e. lumi-
nosidade) em função da massa de estrelas individuais. Ele
mostra a bem conhecida relação massa-luminosidade. Apesar
da relação mostrada ser linear, nós usamos escalas logarítmi-
cas em ambos os eixos por motivos de simplificação.
A relação verdadeira é
(4.1)
Mescura (4.2)
31
O Mistério da Matéria Escura
Capítulo 5 do vídeo
Evidências de Einstein
Este capítulo do vídeo:
Explica que grandes massas no espaço sideral
encurvam raios de luz próximos (lente gravitacional)
Explica como podemos usar o grau de distorção
observado em imagens de galáxias distantes para inferir
a presença de matéria escura em aglomerados de
galáxias.
32
O Mistério da Matéria Escura
Capítulo 6 do vídeo
Ideias equivocadas sobre a matéria escura
Este capítulo do vídeo: de lente gravitacional de pequenas escalas. Em vez de tentar
observar distorções nas imagens de galáxias inteiras, físicos
Mostra que a maior parte da matéria escura não é feita
olham para distorções nas imagens de estrelas individu-
de planetas, estrelas anãs marrons ou buracos negros.
ais. Essas distorções são o aumento temporário de brilho
causado por estrelas anãs, buracos negros ou outros objetos
Uma das primeiras teorias sobre a matéria escura (dos anos
“escuros” encurvando luz ao seu redor e agindo como uma
1970) dizia que ela era feita de objetos celestes conhecidos,
lente convergente. Físicos descobriram certa massa invisí-
como planetas do tamanho de Júpiter, estrelas anãs mar-
vel dessa forma, mas não o suficiente para explicar toda a
rons e buracos negros. Esses e outros objetos semelhantes
matéria escura.
são conhecidos conjuntamente como objetos astrofísicos
massivos [de grande massa] de halo compacto (MACHO, da
sigla em inglês para Massive Astrophysical Compact Halo
Objects), e a teoria que diz que a matéria escura é feita deles
é chamada de teoria MACHO da matéria escura.
Planetas
O problema principal com a ideia de que planetas formam a
maior parte da matéria escura é que deveriam existir muitos
deles. Por exemplo, existem 39 bilhões de Sóis de matéria
escura na Galáxia do Triângulo num raio de 4,0 ×1020 m. A
massa de Júpiter é apenas um milionésimo da massa do
Sol, e, por isso seriam necessários mais de 10 trilhões de
planetas do tamanho de Júpiter para dar conta de toda essa Figura 2 Estrela anã marrom
matéria escura. Isso corresponderia a milhares de planetas
para cada estrela num raio de 4,0 × 1020 m, como na O segundo motivo pelo qual é improvável que a maior parte
Figura 1. Dado que nosso Sistema Solar possui apenas oito de matéria escura seja feita de buracos negros se relaciona
planetas, isso parece extremamente improvável. às explosões chamadas de “supernovas”, as quais acom-
panham sua criação. Supernovas acontecem quando uma
estrela massiva atinge o fim de sua vida e colapsa sob a
gravidade. A isso se segue uma explosão incrivelmente clara
(uma supernova) que expele grandes quantidades de uma
gama de elementos químicos, como na Figura 4. Se a massa
de uma estrela antes da supernova é maior que aproxima-
damente 25 vezes a massa do Sol, a força da gravidade no
colapso é tão forte que resulta num buraco negro.
Os elementos criados numa supernova emitem um espectro
de emissão característico e podem ser facilmente detecta-
dos pelos físicos. Assim, a criação de um buraco negro deixa
um traço visível. Se a matéria escura fosse feita inteiramente
Figura 1 Se a matéria escura é feita inteiramente de planetas, seriam de buracos negros, haveria grandes quantidades de elemen-
necessários milhares de planetas para cada estrela numa galáxia.
tos criados numa supernova espalhados pelo universo. Po-
rém, observações atuais indicam que a quantidade deles não
Anãs marrons e Buracos Negros chega nem perto do suficiente para apoiar a ideia de que
Dois outros candidatos a matéria escura são as estrelas matéria escura é composta inteiramente por buracos negros.
anãs marrons (também conhecidas como anãs marrons) e
buracos negros, como nas Figuras 2 e 3. Ambos possuem
massa, mas emitem tão pouca luz que não podemos vê-los
prontamente usando telescópios. Apesar disso, físicos
conseguem detectar sua presença através de experimentos
33
O Mistério da Matéria Escura
Figura 3 Buraco negro. Figura 4 Supernova: uma explosão que acontece no fim da vida
de uma estrela massiva.
34
O Mistério da Matéria Escura
Capítulo 7 do vídeo
Teorias atuais da Matéria Escura
Este capítulo do vídeo: Áxions
Discute a possibilidade de que não existe matéria Uma segunda teoria envolvendo partículas não-detectadas é
escura e que, em vez disso, precisamos modificar a de que a matéria escura é feita de partículas subatômicas
nossas leis atuais da gravidade chamadas de áxions. Áxions são muito mais leves do que
Descreve como a maioria dos físicos pensa que elétrons e não possuem carga elétrica. Uma das principais
a matéria escura consiste de um tipo de partícula diferenças entre WIMPs e áxions diz respeito à massa de
subatômica até agora, porém, não detectada. cada um. Assim, a diferença entre as duas teorias (WIMPs e
Discute os dois principais candidatos para essa nova áxions) é que a matéria escura é feita ou bem de um grande
partícula: partícula massiva de fraca interação (WIMPs) número de partículas leves (áxions) ou bem de um número
e áxions. menor de partículas mais pesadas (WIMPs).
Entrevista alguns pesquisadores de matéria escura
sobre suas opiniões a esse respeito. Procurando pela matéria escura na Terra
Discute alguns dos experimentos em andamento que
A Terra está localizada na galáxia Via Láctea, que é domina-
tentam detectar diretamente a matéria escura.
da por matéria escura. Isso significa que se a matéria escura
é feita de WIMPs ou áxions, bilhões de partículas invisíveis
Existem quatro evidências primárias que apontam para a
estão atravessando seu corpo a cada segundo, como na
existência de matéria escura. São elas:
Figura 2. Físicos deveriam ser capazes de detectar uma
A velocidade orbital de estrelas em galáxias pequena fração dessas partículas (se elas existem) usando
Lentes gravitacionais experimentos altamente sensíveis. Assim, muitos grupos ao
A estrutura em larga-escala do universo redor do globo montaram um número desses experimentos.
Radiação cósmica de fundo (CMB, da sigla em inglês Alguns dos mais promissores são feitos a uma profundidade
para Cosmic Microwave Background) de 2 Km em uma mina de níquel no SNOLAB, em Sudbury,
Ontário, Canadá.
Todas as teorias para a matéria escura mencionadas no
Capítulo 6 do Vídeo envolvem objetos que foram detectados
experimentalmente. Suas falhas sugerem uma das duas
possibilidades seguintes:
A matéria escura é feita de objetos que nunca foram
detectados em experimentos.
A matéria escura não existe. Muito das evidências para
sua existência vem de efeitos relacionados à gravidade
(por exemplo, as velocidades orbitais de estrelas,
lentes gravitacionais). Portanto, se as nossas leis da
gravidade atuais não se aplicam numa escala galática,
essa evidência é prejudicada.
WIMPs Figura 1 Muitos físicos pensam que a matéria escura é feita de WIMPs.
35
O Mistério da Matéria Escura
36
O Mistério da Matéria Escura
Atividades
Soluções
2. a) A atração gravitacional do Sol mantêm os planetas em
Atividade 1 suas órbitas.
Resumo em vídeo b) Da lei da gravitação universal, o campo gravitacional
do Sol diminui com o aumento da distância ao Sol. Assim,
os planetas mais externos se movimentam mais devagar
porque estão sujeitos a um campo gravitacional mais fraco
1. b 2. a 3. d 4. c 5. c 6. b 7. a 8. d 9. a 10. d e assim são menos acelerados e possuem velocidades
orbitais menores, como previsto pela equação
Atividade 2
Conceitos-chave c) Começando com a resposta para 1. a)
37
O Mistério da Matéria Escura
A quantidade de matéria escura é 5. Uma boa resposta para essa questão deve incluir os
seguintes pontos:
Uma das principais evidências para a matéria escura vem
das observações de estrelas em galáxias. As estrelas es-
tão se movendo a velocidades maiores do que o espera-
do caso as galáxias contivessem apenas matéria visível.
Existem muitas formas de detectar objetos. A visão é
apenas um dos nossos cinco sentidos.
Existem muitos exemplos de cientistas aceitando a
existência de coisas que não conseguem ver. Por
exemplo, ondas de rádio, átomos, campos magnéticos.
Exemplos de coisas cotidianas que acreditamos existir
mas que não conseguimos ver:
(Nota: Resposta final obtida usando todos os dígitos presentes em
respostas intermediárias, não por aproximação.)
Ar: mesmo não conseguindo enxergá-lo, podemos
detectar seu movimento (i.e. vento).
Raios-x: não podemos vê-los, mas permitem a médicos
4. a) Temos as seguintes informações e dentistas obter imagens de várias partes do corpo.
Micro-ondas: apesar de não conseguirmos enxergá-
las, elas aquecem nossos alimentos em fornos de
micro-ondas.
Atividade 3
Gravidade e Movimento Orbital
Como a colisão é elástica, podemos calcular a energia do
núcleo de germânio pela mudança de energia do WIMP Os alunos DEVEM prever, explicar e escrever as próprias
usando o princípio de conservação de energia cinética. ideias ANTES de começarem a análise. Isso os incentiva
Antes da colisão a construir modelos mentais fortes em vez de apenas
brincarem.
1. Os alunos podem demorar algum tempo para fazer a
Depois da colisão atividade com sucesso. Forneça um bom tempo para que
eles investiguem e resolvam o problema em grupo. Ao fim
e ao cabo, os alunos vão perceber que a bola precisa ser
lançada lateralmente e na velocidade certa. Para que a
Assim, a quantidade de energia transferida para o núcleo atividade funcione bem, o pano precisa estar bem nivelado
de germânio é e tensionado; o poço deve ser o mais profundo possível.
Os alunos podem ver uma resposta para “Porque a Lua
não Cai?” em https://www.perimeterinstitute.ca/videos/
b) Como precisamos de 1 x 10-7 J de energia para levantar alice-and-bob-wonderland-why-doesnt-moon-fall-down
um grão de areia em 1mm 2. Deve estar bem claro que quanto menor o raio, mais curto
o período. Isso pode ser visto com dados planetários (e,
mais para frente, com dados de satélites), contanto que
permaneçamos dentro de um sistema.
Assim, a quantidade de energia transferida para o núcleo 3. Os alunos devem ser capazes de perceber que a massa da
de germânio é 40 milhões de vezes menor do que a esfera orbitante não importa (muito). Uma bolinha de gude e
energia necessária para levantar um grão de areia em uma bola de tênis podem ter as mesmas órbitas, apesar da
1mm. diferença de massa. Você pode demonstrar isso lançando
Logo, cientistas precisam de um detector altamente as duas bolas ao mesmo tempo. Outras variáveis também
sensível se quiserem algum dia detectar uma WIMP. desempenham um papel aqui (atrito, área de superfície
etc.), então os resultados podem não ser exatos.
A Estação Espacial Internacional (ISS) é muito mais
massiva que o Telescópio Espacial Hubble (HST), mas
seus raios e períodos são quase o mesmo. A massa do
corpo orbitante não importa. Isso é semelhante ao fato de
objetos caírem com mesma aceleração.
38
O Mistério da Matéria Escura
Atividade 4
Matéria Escura em uma Galáxia
1. e 2. c)
Velocidade medida
5. b) Seja Minterior a massa dentro de um raio de
Velocidade (× 10 5 m/s)
2,00
1,64 x 1020 m. Assim, para r = 1,85 × 1020 m
Velocidade calculada
1,00
1 2 3 4 5 6
39
O Mistério da Matéria Escura
230 km/s
WIMP Ge
onde G = 6,67 × 10-11 Nm2/kg2, c = 3,00 × 108 m/s, θ
d = 6,96 × 108 m, e M = 1,99 × 1030 kg.
Ge
40
O Mistério da Matéria Escura
(5.2) (5.5)
Da equação 5.4
(5.7)
Rearrumando a equação 5.2 descobrir , obtemos
(5.8)
Da conservação de momento na direção x
Substituindo os seguintes valores na equação 5.8
(5.3)
(5.4)
Obtemos
Como queremos encontrar θ, eliminaremos encontrando
expressões para sen2 e cos2 das equações 5.3 e 5.4 e
usando a identidade sen2 + cos2 = 1.
Da equação 5.3
Assim, θ = 41,2 graus.
Logo, um átomo de germânio com uma energia de 10 keV
é defletido num ângulo de 41,2 graus abaixo da horizontal
(i.e. 41,2 graus em sentido horário do eixo x positivo).
O WIMP recua 52,2 graus em sentido anti-horário do eixo
x positivo.
41
O Mistério da Matéria Escura
42
O Mistério da Matéria Escura
DR. CHRIS JILLINGS é um físico experimental NARRADOR - DR. DAMIAN POPE é gerente
trabalhando em um experimento de matéria escura senior das atividades de extensão científicas no
no SNOLAB chamado DEAP (Experimento de Ma- Perimeter Institute for Theoretical Physics, Water-
téria Escura com Argônio e discriminação na forma loo, Ontário, Canadá. Possui PhD em física teórica
de pulso, sigla em inglês). pela University of Queensland, Australia e sua área
de especialização é física quântica. Também possui
vasta experiência em explicar as maravilhas da
física para pessoas de todas as idades e perfis.
43
O Mistério da Matéria Escura
Apêndice A
Dados brutos para Velocidades Orbitais das
Estrelas na Galáxia do Triângulo (M33)
Referência: Corbelli, E. and Salucci, P.: “The Extended Rotation Curve and the
Dark Matter Halo of M33” Monthly Notices of the Royal Astronomical Society,
Vol. 311, No. 2, January 2000, pp. 441–7.
44
O Mistério da Matéria Escura
Apêndice B
Equações e Constantes da Matéria Escura
45
O Mistério da Matéria Escura
46
O Mistério da Matéria Escura
Notas
47
O Mistério da Matéria Escura
Notas
48
Perimeter Institute
O Instituto Perimeter para Física Teórica é um instituto de pesquisa leque de atividades de formação e extensão que visam estimular
independente, sem fins lucrativos, cuja missão é realizar avanços talentos na área científica, bem como compartilhar a importância
na nossa compreensão do universo e das forças que o governam. de descobertas e inovações com estudantes, professores e público
Tais avanços estimulam o progresso em toda a Ciência e o em geral. Em parceria com os governos do Canadá e de Ontário,
desenvolvimento de novas tecnologias transformadoras. Localizado o Perimeter é um exemplo de colaboração público-privada de
em Waterloo, Ontário, Canadá, o Perimeter fornece um grande sucesso em pesquisa, formação e divulgação científica.
@Perimeter www.facebook.com/pioutreach
ISBN 978-1-927633-90-8
ISBN 978-1-927633-90-8
9 781927 633908