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Inspirações Perimeter
Einstein no dia a dia: GPS e Relatividade
G U I A D O P R O F E S S O R
Conteúdo

2 Informações iniciais
Introdução ao GPS e à relatividade
Conexões curriculares
Sugestões de utilização desse material
Dicas para o professor

7 Atividades para os alunos


Essas atividades podem ser usadas individualmente ou em
conjunto com outras. O material pode ser adaptado para
uma variedade de cursos e séries. Folhas de atividades para
os alunos estão disponíveis na pasta de apoio ao professor
em um formato eletrônico editável para que você possa
adaptá-lo à sua turma.

7 Atividade 1: Atividades sobre GPS


Atividades desenvolvidas para introduzir o conceito de GPS.

Atividade 2: Simulação de GPS


9 Nessa atividade prática em grupo, os estudantes irão
explorar o GPS gerando mensagens de satélite para revelar
onde está escondido o receptor.

Atividade 3: A energia dos satélites


10 Diversos problemas matemáticos utilizando dados reais de
satélites de GPS.

Atividade 4: O tempo na relatividade


11 Perguntas que permitem aos estudantes trabalhar com
o conceito de dilatação do tempo na relatividade e ver a
importância desses efeitos na vida real.

Demonstrações: Prever, observar e explicar - Referenciais e


12 relatividade geral
Os estudantes exploram o princípio da equivalência através
de duas demonstrações.

Informações adicionais
14 O que é o Sistema de Posicionamento Global (GPS)?
Como funciona o GPS?
Relatividade especial e o GPS
Relatividade geral e o GPS
Soluções das atividades
Quem são as pessoas no vídeo?
Créditos

Baixe gratuitamente o vídeo deste material


e as atividades em formato editável em:
www.perimeterinstitute.ca/resources

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GPS & Relatividade

Perimeter Institute

Perimeter Institute professores experientes, a equipe de extensão do Instituto


O Perimeter Institute for Theoretical Physics é um instituto Perimeter e pesquisadores internacionais. Cada módulo foi
de pesquisa independente, sem fins lucrativos, cuja missão criado tendo em vista alunos do ensino médio de todos os
é realizar avanços na nossa compreensão do universo e anos e foi amplamente testado em sala de aula.
das forças que o governam. Tais avanços estimulam o
progresso em toda a Ciência e o desenvolvimento de novas Parceria Perimeter-SAIFR-Serrapilheira
tecnologias. Localizado em Waterloo, Ontário, Canadá, o Este material foi traduzido para o português através de uma
Perimeter também fornece um grande leque de atividades parceria entre o Perimeter Institute, o ICTP South American
de formação e extensão que visam estimular talentos na Institute for Fundamental Research e o Instituto Serrapilheira.
área científica, bem como compartilhar a importância de O ICTP-SAIFR é um centro sul-americano para física teórica
descobertas e inovações com alunos, professores e público em São Paulo que organiza atividades de pesquisa
em geral. Em parceria com o governo do Canadá e Ontário, (ictp-saifr.org) e divulgação científica (outreach.ictp-saifr.org)
o Perimeter é um exemplo de colaboração público-privada com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
de sucesso em pesquisa, formação e divulgação científica. de São Paulo e do Instituto de Física Teórica da Universidade
Estadual Paulista. O Instituto Serrapilheira (serrapilheira.org)
Inspirações Perimeter
é uma instituição privada sem fins lucrativos que promove
Esta série de materiais educacionais para a sala de aula ciência no Brasil por meio do financiamento de pesquisas
é feita para ajudar professores a inspirarem seus alunos, de excelência com foco em produção de conhecimento e
apresentando os mistérios e a força da ciência. Inspirações iniciativas de divulgação científica.
Perimeter é o produto de uma colaboração extensa entre

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GPS & Relatividade

Introdução

O Sistema de
Posicionamento Global (GPS)
é uma tecnologia moderna que mudou a navegação para
sempre. Baseado numa rede de mais de 30 satélites, ele
transmite sinais que qualquer pessoa, tendo um receptor
de GPS, pode usar para identificar sua localização na Terra
numa escala de metros.

O GPS (sigla em inglês para Global Positioning System) gravidade faz com que o tempo passe mais devagar. Quanto
possui uma vasta gama de aplicações. Ele é usado todos os mais próximo um objeto estiver de um corpo de grande
dias por um amplo grupo de pessoas, incluindo motoristas, massa, mais devagar o tempo passará para ele. Juntos, esses
pilotos, agrimensores, trabalhadores da construção civil, dois efeitos fazem com que o tempo nos relógios dentro dos
fazendeiros, correios, pessoas fazendo trilhas e muitos satélites de GPS corra mais devagar do que nos receptores
outros. Economicamente, ele exerce um papel crítico em de GPS na Terra. Se não forem corrigidos, isso levaria a erros
indústrias que valem bilhões de dólares. de tempo, os quais resultariam em medidas de GPS com
erros que rapidamente seriam acumulados. Esses erros iriam
Uma característica importante do GPS é o fato de os sinais se acumular a uma taxa de 11km por dia. Então, longe de ser
que emite incluírem informações de tempo incrivelmente algo puramente abstrato e distante da realidade, a teoria da
precisas. Para facilitar isso, cada satélite de GPS carrega relatividade de Einstein é fundamental para o funcionamento
um relógio atômico capaz de medir o tempo numa fração de uma tecnologia extremamente prática.
de nanosegundo. O GPS é tão preciso que deve levar em
conta os efeitos da teoria da relatividade de Einstein – tanto O presente material usa o GPS como um meio para introduzir
a especial quanto a geral. os alunos à teoria da relatividade de Einstein. Além disso,
nele estão contidos um vídeo de cinco minutos para a sala de
A relatividade especial nos diz que “o tempo em relógios aula e um guia para o professor. Tópicos como movimento
em movimento passa mais devagar”. Quanto mais veloz o de satélites, geometria, energia e precisão também são
movimento de um objeto relativo a nós, mais lento vemos abordados. Acreditamos que será uma adição útil aos seus
o tempo passar para ele. A relatividade geral diz que a cursos de ciências, física, matemática e geografia.

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GPS & Relatividade

Conexões
Curriculares
Aulas de ciências

Tópico Conexão com o GPS Materiais relevantes

Processo de A ciência envolve a descoberta de novas ideias que são usadas para criar Atividade 1: Atividades sobre GPS
construção da novas tecnologias.
ciência & inovação

A ciência e a O GPS é usado por milhões de pessoas todos os dias, em milhares de Atividade 1: Atividades sobre GPS
sociedade aplicações diferentes.

A ciência e os A habilidade de compreender e manipular números é útil para entender como o Atividade 1: Atividades sobre GPS
números GPS funciona.

O espaço Satélites de GPS estão em órbita no espaço, a 20.200 km da Terra. Atividade 1: Atividades sobre GPS

Física para o ensino médio


Tópico Conexão com o GPS Materiais relevantes

Movimento circular Satélites de GPS se movem em órbitas circulares. Atividade 3: A energia dos satélites
uniforme

Gravitação universal Satélites de GPS se mantém em órbita devido à força gravitacional entre Atividade 3: A energia dos satélites
eles e a Terra.

Momentum e energia A órbita de um satélite de GPS dita os valores de sua energia cinética e Atividade 3: A energia dos satélites
potencial gravitacional.

Relatividade especial O GPS é tão preciso que deve levar em consideração os efeitos da dilatação Atividade 3: A energia dos satélites
do tempo. Atividade 4: O tempo na relatividade

Relatividade geral O GPS é tão preciso que deve levar em consideração os efeitos da Atividade 3: A energia dos satélites
relatividade geral. Atividade 4: O tempo na relatividade
Atividade 5: Referenciais e
relatividade geral

Cinemática O GPS usa a equação d = vt para localizar sua posição. Atividade 2: Simulação de GPS

Medidas O GPS usa uma grande quantidade de algarismos significativos em seus cálculos Atividade 2: Simulação de GPS
de distância para atingir seu alto grau de precisão. Atividade 3: A energia dos satélites
Atividade 4: O tempo na relatividade

Referenciais O efeito da gravidade no tempo pode ser previsto ao se considerar referenciais Atividade 5: Referenciais e
acelerados. relatividade geral

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GPS & Relatividade

Sugestões de utilização
desse material
Esse material flexível inclui um vídeo para a sala de aula e Física para o ensino médio
cinco atividades para os estudantes. As atividades estão Sugestão para uma aula: Movimento de satélites
disponíveis em formato eletrônico editável. Assim, você pode Atividade 2: Simulação de GPS (45-60 minutos)
modificá-las como quiser. Vídeo (5 minutos)
Lição de casa: Atividade 3: A Energia dos satélites
9º ano do fundamental e 1º ano do ensino médio
Sugestão para uma aula Sugestão para uma aula: Relatividade especial
Vídeo (5 minutos) Atividade 2: Simulação de GPS (45-60 minutos)
Atividade 1: Atividades sobre GPS (15 – 60 minutos) Vídeo (5 minutos)
Lição de casa: Atividade 4: O tempo na relatividade

Dicas para o professor


As sugestões a seguir são o produto da experiência pequenos erros de medida serão aumentados devido à
de vários professores que usaram este material com escala e ao cálculo do tempo. Um mapa de larga escala
seus alunos e alunas. Estamos confiantes de que essas será necessário para fornecer distâncias suficientes para
atividades, por mostrarem como a relatividade é essencial que os cálculos deem certo. Lembre os alunos de que eles
para o Sistema de Posicionamento Global (GPS), irão devem escolher cidades que sejam fáceis de encontrar e que
desafiar e inspirar seus alunos. Cada atividade pode ser estejam espalhadas no mapa.
usada individualmente ou em combinação com outras.
Atividade 3: A energia dos satélites
Atividade 1: Atividades sobre GPS Essa folha de perguntas possui diversos problemas
Folha de atividade desenvolvida para introduzir o GPS. matemáticos que apresentam dados reais de satélites
Nesta atividade, os alunos compartilham conhecimentos de GPS. O GPS é um exemplo ótimo sobre algarismos
em comum, ideias de aplicações, praticam a matemática significativos por conta da precisão envolvida nos cálculos.
envolvida em escalas e exploram uma versão simplificada do
GPS. Fornecer aos alunos bolas de tamanhos diferentes para Atividade 4: O tempo na relatividade
representar a Terra reforçará a escala em que o GPS opera. A folha de perguntas dá aos alunos a chance de trabalhar
com o conceito de dilatação do tempo na relatividade e
Atividade 2: Simulação de GPS enxergar quão importante esta dilatação é na vida real. Note
Nessa atividade prática em grupo, os estudantes explorarão que a maioria das calculadoras usadas pelos estudantes terá
o GPS ao gerarem mensagens de satélite para revelar onde dificuldade em mostrar qualquer dilatação de tempo para os
um receptor está escondido. Cada grupo irá escolher uma satélites de GPS, por isso usamos a expansão binomial.
localização secreta, determinar o tempo que levaria para um
sinal viajar até lá vindo de outro local e, então, codificar esse Atividade 5: Referenciais e relatividade geral
tempo com uma pista. Assim que cada grupo produzir três Nessa atividade, os alunos serão encorajados a usar
dicas para a localização, as dicas serão trocadas com outro quadros brancos para registrar suas previsões. Também é
grupo para decodificar as mensagens e encontrar o receptor muito importante que os alunos expliquem suas previsões e
do outro grupo. Os estudantes perceberão a importância observações uns para os outros.
dos algarismos significativos nessa atividade, pois mesmo

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GPS & Relatividade

Dicas para o professor


Continuação

Demonstrações: Prever, observar e explicar - Referenciais Para a bandeja em movimento circular, alguns professores
e relatividade geral fizeram buracos na bandeja para passar os fios, em vez de
Os alunos exploram o princípio da equivalência através de colá-los. Esse método pode demorar um pouco mais, mas
duas demonstrações: primeiro, verão que estar em queda produz um aparelho mais duradouro. Outra variação dessa
livre é idêntico a estar em gravidade zero; segundo, verão demonstração é girar um balde d’água em vez de uma bandeja.
que a aceleração pode mimetizar muitas características da
gravidade. Cada demonstração é desenvolvida para seguir Experimento mental: Aplicando o princípio da equivalência
um formato de previsão, observação e explicação, no qual o Nesta parte da atividade, os alunos aplicam o princípio da
professor solicita previsões e explicações dos alunos. equivalência para explorar a dilatação do tempo em um
referencial acelerado e em um referencial com gravidade.
Peça a um aluno que fique pronto para pegar a garrafa assim É importante destacar que o cenário do foguete ocorre no
que você soltá-la, do contrário você precisará substituir a espaço profundo, onde não há efeitos gravitacionais a serem
garrafa depois de apenas uma ou duas demonstrações. Para considerados. Uma vez estabelecida a quantidade de dilatação
a segunda demonstração, enfatize que o buraco será coberto do tempo para este referencial acelerado, transferimos o
até você soltar a garrafa. Para um objeto em queda livre, você foguete para um campo gravitacional e aplicamos o princípio
pode tentar usar algo que faça barulho, como um bastão de da equivalência. Se a dilatação do tempo ocorre em um
chuva ou um apito, em vez de uma garrafa de água. Você referencial acelerado, então ela também deve ocorrer em um
também pode incentivar os alunos a projetar sua própria referencial que tenha um campo gravitacional constante.
versão dessa demonstração como uma extensão.

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GPS & Relatividade

Atividade 1
Atividades sobre GPS

Seguem quatro atividade que podem ser realizadas com turmas intermediárias de ciências para explorar as ideias apresentadas no
vídeo. Cada atividade é independente das outras e toma por volta de 10 a 15 minutos. Você pode escolher quantas quiser fazer.

Parte 1. Questões para discussão


Discuta as seguintes questões com um colega e escreva suas respostas.
O que é o GPS?
Quem utiliza o GPS?
Como o GPS funciona?

Parte 2. Pesquisando aplicações do GPS


Depois de assistir o vídeo, formem pequenos grupos e façam uma lista com cinco usos diferentes para o GPS. Em seguida,
criem uma tabela de três colunas como mostrado abaixo. Escreva uma breve descrição de cada uso do GPS presente na
sua lista. Depois, descreva algumas vantagens que o GPS possui sobre métodos tradicionais. Por exemplo:

Uso Descrição Vantagens


Agricultura – pulverização de pesticidas em Fazendeiros usam o GPS para pulverizar O GPS permite que os fazendeiros sejam
campos de cultivo produtos químicos sobre suas lavouras mais eficientes e precisos porque: i)
com maior precisão. os produtos químicos são pulverizados
exatamente onde eles são necessários.
ii) a quantidade de produtos químicos
depositados sobre as colheitas é precisa,
pois tanto a localização quanto a velocidade
do movimento são conhecidas com precisão.

Parte 3. Processamento de números


O vídeo menciona muitos números. As questões a seguir são pensadas para ajudar a dar significado a esses números.
a) Satélites de GPS orbitam a uma altura de 20.200 km acima da superfície da Terra. O raio da Terra é de 6.370 km.
Dividam-se em pequenos grupos e criem um modelo ou um diagrama em escala do GPS orbitando a Terra.
b) Satélites de GPS se movem a uma velocidade de 14.000 km/h. Como isso se compara à velocidade de um carro? Ou de
um avião? Duas vezes mais rápido? Vinte vezes? Duzentas vezes? Duas mil vezes mais rápido?
c) A velocidade da luz é 300.000.000 m/s. Quanto tempo leva para um sinal de rádio, viajando à velocidade da luz, sair de
um satélite de GPS e atingir a superfície da Terra?
d) Quanto tempo demora para a luz viajar o comprimento de uma régua de 30 cm?

Parte 4. Explorando como o GPS localiza objetos


Contexto
O Sistema de Posicionamento Global (GPS) é uma ferramenta de navegação que localiza sua posição ao enviar informações
de distância dos satélites de GPS para os receptores de GPS.

Visão geral
Você receberá informações sobre a distância entre você e três cidades. Seu objetivo será descobrir onde você está.

Materiais
Compassos, mapas do Canadá

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GPS & Relatividade

Instruções para os estudantes


1. Você está localizado a 675 km de Vancouver. Usando um compasso, desenhe um círculo no mapa com raio de 675 km e
centro em Vancouver.
2. Você também está localizado a 2.716 km de Toronto. Desenhe um círculo no mapa com raio de 2.176 km e centro em
Toronto.
3. Você também está a 1.208 km de Winnipeg. Desenhe um círculo no mapa com raio de 1.208 km e centro em Winnipeg.
4. Os três círculos devem se cruzar em um único ponto. Marque a interseção com um x. Essa é a cidade em que você está
localizado. Escreva o nome dessa cidade.

Parte 5. Discussão
1. Se você soubesse apenas quão distante está de Vancouver, em quais pontos do mapa você poderia estar localizado?
2. Se você soubesse apenas quão distante está de Vancouver e de Toronto, em quais pontos do mapa você poderia estar
localizado?
3. O GPS usa a informação de quatro satélites. Quais informações extras são fornecidas com essa quantidade de satélites?

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GPS & Relatividade

Atividade 2
Simulação de GPS
Contexto
O Sistema de Posicionamento Global (GPS, da sigla em inglês para Global Positioning System) consiste em cerca de 30 satélites
orbitando a Terra a altitudes de 20.200 km. Os satélites enviam sinais na banda das micro-ondas contendo informações para
determinar o quão longe um receptor está do satélite. O receptor pode determinar sua localização somente se conseguir obter
sinais de quatro satélites diferentes ao mesmo tempo.
Visão geral
Nessa atividade vocês irão trabalhar em grupos de três para modelar como o GPS funciona. Sua primeira tarefa é gerar uma
mensagem de GPS para descrever onde um receptor está localizado. Sua segunda tarefa é usar as mensagens de outro
grupo para localizar o receptor deles. (Nota: Apenas três mensagens são necessárias porque estamos trabalhando em duas
dimensões, e não três).
Materiais
Calculadoras Réguas Satélite
Compassos 1 mapa para cada grupo (de preferência numa escala de pelo
menos 1:10.000.000) dsinal
20.200 km
1. Trabalhe em grupo. Escolha uma cidade grande no mapa para localizar seu
receptor de GPS. Escreva o nome do local num pedaço de papel e dê para seu Cidade X
Receptor de GPS
professor. dchão
2. Cada aluno do grupo representa um satélite de GPS. Escolha uma cidade grande
Figura 1 O receptor de GPS está localizado na
diferente no mapa para seu satélite estar passando por cima quando a mensagem Cidade X.
for enviada ao receptor de GPS (Cidade X na Figura 1).
3. Calcule a distância dsinal (a distância que seu sinal deve percorrer até atingir o receptor) usando o Teorema de Pitágoras.
Dois dos lados do triângulo na Figura 1 são a altitude do satélite (20.200 km) e a distância dchão (a distância do receptor até
o ponto diretamente abaixo do satélite (Cidade X)). Meça dchão lembrando de levar em conta a escala do mapa.
4. Agora que você encontrou a distância do sinal, determine o tempo de trânsito Δt do sinal (até três algarismos

significativos) usando a velocidade da luz c = 3,00 x 108 m/s e

5. Escreva a mensagem da seguinte forma: “O satélite 1 está a 20.200 km acima da Cidade X (a localização no mapa) e o
sinal levou Δt para chegar até você.”
6. Assim que seu grupo tiver produzido mensagens para os três satélites, deixe-as junto do mapa e vá para o mapa de outro
grupo. Use as informações que você descobrir para localizar o receptor do outro grupo.

(i) Use o tempo dado para calcular a distância que cada sinal percorreu.
(ii) Use o Teorema de Pitágoras para calcular a distância do ponto no chão logo abaixo do satélite (i.e., a Cidade X) até a
localização do receptor.
(iii) Desenhe um círculo com o raio apropriado abaixo de cada localização.
(iv) O receptor estará localizado na interseção dos três círculos.
Discussão
1. Por que o tempo de trânsito nunca pode ser menor que 0,067 s?
2. Liste possíveis erros nos cálculos de GPS que podem não ter sido levados em conta.
3. Um receptor de GPS padrão tem precisão de 10 m. Quantos algarismos significativos o GPS precisa usar no valor de dsinal
para chegar a essa precisão? Que valor de c deve ser usado nos cálculos para obter esse nível de precisão?

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GPS & Relatividade

Atividade 3
A energia dos satélites
Equações úteis:
d
EC τ v= G = 6,67 × 10-11 N·m2/(kg2)

c = 2,997 924 58 × 108 m/s mTerra= 5,97 × 1024 kg rTerra = 6,37 ×106 m

1. Cada satélite de GPS orbita a uma distância de 2,66 × 107 m do centro da Terra, a uma velocidade de 3,874 × 103 m/s.
Cada satélite tem massa de 2,0 × 103 kg.
a) Qual a energia cinética de um satélite de GPS?
b) Qual o valor da energia potencial gravitacional de um satélite de GPS?
c) Qual a energia total de um satélite de GPS?

2. Cada satélite de GPS é lançado da superfície da Terra em um foguete. Qual o trabalho que deve ser realizado pelo
foguete sobre o satélite para que este atinja a altura de sua órbita?

3. O GPS calcula a distância d de um satélite até um receptor ao multiplicar a velocidade c de um sinal de GPS pelo tempo
∆t que o sinal leva para viajar do satélite até o receptor.
d = c Δt
Sendo Δt = 0,068503387 s

a) Calcule d usando i) todos os algarismos significativos em Δt e c, e ii) arredondando Δt e c para três algarismos
significativos.
b) Qual é a diferença entre suas respostas para as partes i) e ii)?
c) Use suas respostas para a) e b) para explicar porque o GPS precisa usar relógios atômicos com precisão de pelo
menos 10-9 s, em vez de relógios de quartzo, com precisão de apenas 10-6 s.

4. As teorias de Einstein da relatividade especial e geral têm efeitos opostos sobre o tempo do GPS. A teoria de Einstein
da relatividade especial diz que os relógios dentro dos satélites de GPS são mais lentos (ou seja, o tempo passa mais
lentamente neles) do que relógios estacionários na Terra em 8,3 × 10-11 s por segundo. Isso ocorre devido à velocidade
dos satélites. A teoria de Einstein da relatividade geral diz que os relógios dos satélites são mais velozes (ou seja, o
tempo passa mais rapidamente neles) que os da Terra em 5,2 × 10-10 s por segundo, pois a gravidade da Terra é mais
fraca à altitude do satélite.
a) Devido à relatividade especial, quanto o relógio do GPS desacelera por dia? Devido à relatividade geral, quanto o
relógio do GPS acelera por dia?
b) Os satélites de GPS emitem sinais que viajam à velocidade da luz, c. Qualquer erro na contagem do tempo no GPS se
traduz num erro de distância igual a:

Erro de distância = c Δterro


Calcule o erro de distância diário para a relatividade geral e para a especial.
c) Calcule a diferença entre essas duas distâncias para encontrar o erro total de distância por dia dado pela relatividade.

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GPS & Relatividade

Atividade 4
O Tempo na relatividade

Equações úteis:
d
v= G = 6,67 x 10-11 N·m2/(kg2) c = 2,99792458 x 108 m/s

1. Satélites de GPS enviam sinais de tempo para receptores de GPS. Um receptor recebe um sinal que diz
t1 = 9:00:27,723119038 [i.e., 9 AM (9h da manhã) e 27,723119038 segundos]. O sinal é recebido em
t2 = 9:00:27,790249045, de acordo com o receptor.
a) Quanto tempo levou para o sinal viajar do satélite ao receptor?
b) A que distância o receptor está do satélite?

2. Na relatividade especial, a relação entre o tempo transcorrido para um relógio num satélite de GPS e para um relógio na Terra é

Onde Δt é o tempo transcorrido de acordo com o relógio no satélite, Δt’ é o tempo transcorrido na Terra e v é a
velocidade do satélite relativa à Terra.
Os satélites de GPS se movem a v = 3,874 × 103 m/s. Quando v é muito menor que c, a relação pode ser aproximada em

v2
Onde o termo é a taxa em que o relógio do GPS se move mais devagar, da perspectiva de alguém na Terra.
(2c2)
v2
a) Calcule para um satélite de GPS.
(2c2)
b) Quão lentamente alguém na Terra vê um satélite de GPS se movendo ao longo de um dia?

3. Além do erro na contagem de tempo no GPS por conta da relatividade especial, os relógios nos satélites de GPS correm
mais rápido numa taxa de 5,2×10-10 s por segundo devido aos efeitos da relatividade geral.
a) Qual é o tamanho do erro de contagem de tempo que isso acarreta ao longo de um dia?
b) Qual é o tamanho do erro de distância diário resultante dos efeitos combinados da relatividade especial e geral?
tTOPO
4. A relatividade geral diz que a razão dos tempos decorridos no TOPO e na BASE é = 1-(g2∆h)
tBASE c
onde g = 9,8 m/s2, ∆h é a altura e c é a velocidade da luz. Durante um experimento em 1960, pulsos de luz foram
enviados do último andar de um prédio em direção ao porão, uma distância de 20 m. Qual foi o tamanho do efeito relativístico
(g∆h) neste caso?
c2
a) 2 × 10-9
b) 2 × 10-12
c) 2 × 10-15
d) 2 × 10-18

5. Um amigo lhe diz que “A teoria da relatividade é uma mera teoria. Não é real, como as leis de Newton para o movimento,
que são leis”. Seu amigo está correto? Explique por que sim ou por que não usando as informações que você aprendeu
sobre os efeitos da relatividade no GPS.

11
GPS & Relatividade

Demonstrações: Prever, observar e explicar


Referenciais e relatividade geral
Demonstração 1: Queda livre e gravidade zero
Essa demonstração ilustra metade do princípio de equivalência – o fato de que a experiência de estar em queda livre num
campo gravitacional uniforme é como estar em gravidade zero.

Pegue uma garrafa de plástico e faça um furo de ½ cm na tampa. Usando um percevejo, faça
um segundo furo na lateral da garrafa, perto do topo. (Isso é para garantir que há pressão de Furo

ar suficiente dento da garrafa para deixar a água sair livremente.) Buraco


na tampa

Encha a garrada até o segundo buraco. Quando você segurá-la de ponta-cabeça, a água irá
vazar consideravelmente. Mostre a garrafa vazando água para seus alunos e peça para que
eles prevejam o que acontecerá com a água se você deixar a garrafa cair.
a) A água vazará na mesma taxa de vazão verificada quando a garrafa estava parada.
b) A água vazará numa taxa mais lenta que a verificada quando a garrafa estava parada.
c) A água vazará numa taxa mais rápida que a verificada quando a garrafa estava parada.
d) A água permanecerá na garrafa.
Figura 1 Garrafa de água
Os alunos devem discutir suas previsões antes de observarem você deixar a garrafa cair.
Solte a garrafa diversas vezes e dê aos alunos a oportunidade de explicar o que observaram. Encoraje-os a usar termos
como "aceleração" e "referencial" em suas explicações. Agora aumente a complexidade da demonstração ao pedir que
prevejam o que irá acontecer com a água se você jogar a garrafa para cima.
a) Ela sai da garrafa da mesma forma, esteja ela subindo ou descendo.
b) Ela fica na garrafa.
c) Ela só sai da garrafa se esta estiver subindo.
d) Ela só sai da garrafa se esta estiver caindo.

Os alunos devem discutir suas previsões antes de observarem você jogar a garrafa diversas vezes para cima. Chame a
atenção dos alunos para a garrafa subindo, a garrafa no topo da subida e durante a descida. A água só vaza quando você
segura a garrafa nas suas mãos. Ela não vaza enquanto a garrafa estiver no ar porque tanto a garrafa quando a água estão
acelerando à mesma razão (9,8 m/s2), no referencial da Terra.

Demonstração 2: Aceleração e gravidade artificial


Essa demonstração ilustra a outra metade do princípio de equivalência – o fato de a aceleração mimetizar muitas das
características da gravidade.

Pegue uma bandeja, como as de refeitórios, e amarre quatro pedaços de fio


resistente com 1,5 m de comprimento, como mostrado na Figura 2. Junte as Fio

oito pontas e amarre-as num nó. Segure o nó. Coloque um copo de água na
bandeja e comece a girá-la.
Fios dando a
Peça para os alunos preverem o que irá acontecer com a água no copo volta por baixo
quando você girá-la num círculo vertical completo.
a) Ela irá vazar do copo quando este estiver de ponta-cabeça. Fita adesiva
b) Ela irá vazar quando o copo cair da bandeja no caminho para cima. por baixo da
c) Ela irá permanecer no copo, o qual irá permanecer na bandeja. bandeja
Figura 2 Fios fixados à bandeja
d) Ela irá vazar quando o copo cair da bandeja no caminho para baixo.

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GPS & Relatividade

Os alunos devem discutir suas previsões antes de observarem você girar a bandeja
num círculo completo. O copo de água permanecerá na bandeja (mesmo assim é uma
boa ideia praticar essa demonstração anteriormente à aula). Encoraje-os a usar termos
como "aceleração", "força normal" e "referencial" em suas explicações. Agora balance
a bandeja horizontalmente e peça para os estudantes escolherem qual das afirmações
melhor explica por que a água permanece no copo, o qual permanece na bandeja.
a) Há uma grande aceleração para dentro que age como um grande campo
gravitacional para fora.
b) Há uma grande aceleração para fora que age como um grande campo
Figura 3 O copo de ponta-cabeça na bandeja
gravitacional para fora.
c) Há uma grande aceleração para dentro que atua como um grande campo gravitacional para dentro.
d) Há uma grande aceleração para o exterior que age como um grande campo gravitacional para dentro.

Os alunos devem discutir suas respostas e irão provavelmente deduzir uma força para fora que mantém o copo na bandeja
– mas essa força não existe. No referencial inercial do observador, a força normal atuando no copo é gerada pela tensão na
corda, fazendo a bandeja acelerar ao longo da trajetória circular. No referencial acelerado do copo, a bandeja exerce uma
força normal no copo, mas nesse referencial não há aceleração, de modo que uma força gravitacional é deduzida.

Experimento mental: Aplicando o princípio de equivalência


O princípio de equivalência diz que a queda livre num campo gravitacional uniforme é fisicamente idêntica a flutuar num
ambiente de gravidade zero, e que estar num campo gravitacional uniforme é fisicamente idêntico à aceleração constante.

Considere o seguinte cenário: 4


5

Um foguete está se movendo a uma velocidade constante numa região muito distante 2
3

do espaço. A Figura 4 mostra a posição do foguete a cada 100 ns, da esquerda para a
1

direita. Bob está na traseira do foguete e envia pulsos de luz a cada 100 ns em direção
6
5
4

a Alice, que está na frente do foguete. Com que frequência Alice recebe os pulsos? 2
3

a) A cada 100 ns. 1

b) Numa frequência maior do que a cada 100 ns.


Figura 4 O foguete se movendo com
c) Numa frequência menor do que a cada 100 ns. velocidade constante

A Figura 5 mostra as posições do mesmo foguete quando estiver acelerando para


cima. Com que frequência Alice recebe os pulsos agora?
a) A cada 100 ns. 5

b) Numa frequência maior do que a cada 100 ns. 4

c) Numa frequência menor do que a cada 100 ns. 3


2
1 5

De acordo com o princípio da equivalência, qualquer dilatação no tempo que ocorra


4
num referencial acelerado também deve ocorrer num campo gravitacional uniforme. 3

O foguete agora está em repouso num campo gravitacional uniforme. Com que 1
2

frequência Alice recebe os pulsos?


a) A cada 100 ns. Figura 5 O foguete se movendo com aceleração
b) Numa frequência maior do que a cada 100 ns. constante
c) Numa frequência menor do que a cada 100 ns.
Os alunos devem discutir as implicações disso entre si. Lembre-os de que um foguete em repouso num campo gravitacional
uniforme acaba sendo a mesma coisa que um prédio, como o prédio em que estão.

13
GPS & Relatividade

O que é o
Sistema de Posicionamento Global?

O Sistema de Posicionamento Global (GPS, da sigla em O propósito original do GPS era fornecer ajuda navegacional
inglês para Global Positioning System) é uma rede com para o exército dos EUA. À medida que o sistema se
mais de 30 satélites operada pela Força Aérea dos EUA, desenvolveu, tornou-se evidente que seria útil, também, para
transmitindo sinais acessíveis a qualquer um com um propósitos civis. Em 1983, o abate acidental de um avião
receptor de GPS. Os satélites orbitam a Terra a uma altitude comercial de passageiros que havia se desviado por engano
de 20.200 km e a velocidades de 3.874 m/s. Os satélites do seu trajeto programado para um espaço aéreo restrito
seguem um de seis planos orbitais inclinados em 55º em sobre a União Soviética levou o presidente dos Estados
relação ao equador e separados ao redor do equador por Unidos, Ronald Reagan, a disponibilizar o GPS para todos.
60º. Esse padrão permite que pelo menos quatro satélites Desde que o sistema se tornou totalmente funcional em
estejam visíveis de qualquer ponto da superfície da Terra a 1995, milhares de aplicações foram desenvolvidas.
qualquer momento.
O GPS não é usado apenas para navegação. Ele se tornou
A estação de controle central do GPS está na Base Schriever uma ferramenta padrão para agrimensores, construtores e
da Força Aérea em Colorado Springs, EUA. Juntamente com agricultores. Quando combinado com um transmissor, ele se
outras estações ao redor do mundo, essa estação monitora torna um dispositivo de rastreamento poderoso usado por
os satélites e fornece atualizações regulares aos sinais de hospitais, pela polícia e por biólogos de animais selvagens.
rádio transmitidos pelos satélites. Os sinais de GPS podem ser usados, também, para gerar
timestamps muito precisos, que são usados por redes de
Os receptores de GPS são, essencialmente, rádios telefonia celular, instituições financeiras e empresas de
sofisticados sintonizados a 1.575,42 MHz, recebendo, computadores para estabelecer tempos de transações
decifrando e comparando os sinais de diversos satélites para altamente precisos. O impacto econômico geral do GPS
determinar onde o receptor está localizado. A frequência de chega, anualmente, aos bilhões de dólares.
micro-ondas de 1.575,42 MHz foi escolhida para otimizar a
transmissão do sinal através da atmosfera enquanto fornece
largura de banda suficiente para os códigos de GPS.

14
GPS & Relatividade

Como o
GPS funciona?

Figura 1

Cada satélite de GPS emite um sinal contínuo contendo césio-133, que possui um elétron de valência que pode ser
informação sobre onde ele está (efemérides), que horas são excitado de forma a passar por uma transição com energia
(uma timestamp — "marca temporal", em português), e o e frequência muito específicas. Esta transição é usada para
estado geral do sistema (almanaque). O receptor usa esse produzir uma vibração ressonante a 9.192.631.770 Hz,
sinal ao multiplicar o tempo de viagem do sinal pela sua que é extremamente sensível a variações na frequência e,
velocidade de propagação – a velocidade da luz. O receptor portanto, produz uma medição de tempo altamente precisa.
está localizado na superfície de uma esfera imaginária Essa frequência de ressonância é agora usada como base
centrada nos satélites (veja a Figura 1). O receptor repete global para a definição de um segundo.
esse processo para mais três satélites para produzir quatro
esferas sobrepostas. Usando um método geométrico Essa precisão incrível que o GPS requer o torna muito
chamado trilateração, o receptor determina sua localização sensível a erros. Os cientistas e engenheiros que operam
como o ponto único em que as superfícies das quatro esferas o sistema devem levar em conta muitas fontes de erro. Os
imaginárias se cruzam (veja Figura 1). Três esferas são relógios atômicos devem ser ajustados para compensar a
necessárias para determinar a localização, e o quarto sinal se relatividade (tanto a especial quanto a geral). As pequenas
faz necessário para estabelecer o tempo preciso usado nos variações na órbita dos satélites causadas por pequenas
cálculos. Com quatro sinais, o receptor é capaz de determinar atrações gravitacionais do Sol e da Lua devem ser corrigidas
sua posição com margem de erro de alguns metros. regularmente. Os sinais de satélite viajam através de várias
camadas da atmosfera, cada uma com um índice de
Para atingir esse grau de precisão, o GPS necessita usar refração levemente diferente. Os sinais também ricocheteiam
informações muito precisas. A velocidade da luz usada em objetos como montanhas e construções, e podem seguir
nos cálculos é c = 2,997924 × 108 m/s e as timestamps trajetos variados até atingir o receptor. Existem também
devem ter precisão entre 20 e 30 ns. Para gerar essas erros de arredondamento introduzidos pelo processador do
timestamps, cada satélite de GPS contém diversos relógios receptor durante seus cálculos. Todos esses erros devem
atômicos, os quais geram medidas de tempo muito precisas ser levados em consideração para garantir que o GPS possa
e altamente estáveis. Relógios atômicos usam a oscilação localizar objetos com precisão de alguns metros, mesmo os
de elétrons em vez de um pêndulo ou de um pedaço de satélites estando a 20.200 km de distância.
quartzo para controlar o tempo. O relógio padrão usa

15
GPS & Relatividade

Relatividade especial
e o GPS

Introdução à relatividade especial


A relatividade especial é uma teoria de como o movimento
afeta medidas de distância e tempo. Desenvolvida por onde (3)
Einstein em 1905, ela é baseada em dois postulados:

1. A velocidade da luz no vácuo é c = 2,997 924 58 x 108 m/s


em todos os referenciais inerciais. Todos os observadores Os satélites de GPS se movem a 3,874 km/s relativamente
nesses referenciais registram a luz viajando a essa à Terra, uma velocidade que é 0,0013% da velocidade
velocidade, independentemente de suas próprias da luz. Calculando γ pela Equação 3, obtemos γ
velocidades em relação à fonte de luz. =1,000000000083. Isso significa que para cada segundo que
2. As leis da física são as mesmas em todos os referenciais observamos passar para um satélite de GPS, observamos
inerciais. 1,000000000083 s passando na superfície da Terra. Isso
representa uma desaceleração de 8,3 x 10–11 s por segundo.
Tudo na relatividade especial pode ser deduzido a partir Apesar desse desvio ser extremamente pequeno, ele possui
desses dois postulados. um impacto crítico na operação do GPS.

Dilatação do tempo Note que por conta de o valor de γ para os satélites de GPS
Uma das consequências mais significativas desses ser tão próximo de 1, a maioria das calculadoras às quais
postulados é que “relógios em movimento são mais lentos”. os estudantes têm acesso dirá que a resposta é ‘1’. Veja a
De uma forma mais elaborada, a relatividade especial diz resposta para a Questão 2 da Atividade 4, na página 21, para
que um observador num referencial inercial vê um relógio informações sobre como contornar isso.
que está se movendo em relação a ele como se estivesse
funcionando mais lentamente — ou seja, o tempo passa Por conta de os relógios dos satélites de GPS funcionarem
mais vagarosamente no relógio em movimento que no mais lentamente em 8,3 x 10–11 s por segundo no nosso
relógio que o observador carrega consigo. Esse fenômeno referencial, eles irão gradualmente atrasar em relação aos
é chamado de dilatação do tempo e é governado pela relógios dos receptores de GPS. Ao longo de um dia, eles se
seguinte equação: atrasam em (8,3 x 10–11 s)(24)(60)(60) = 7,2 μs
(1)
Se essa diferença não for compensada, os relógios
dos satélites de GPS iriam se dessincronizar com os
Onde ∆t é a quantidade de tempo que se passou para o relógios dos receptores de GPS. Isso significaria que os
observador, ∆t é a quantidade de tempo passada para o receptores mediriam o tempo de viagem dos sinais, Δt,
relógio em movimento, v é a velocidade do relógio relativa ao imprecisamente. Isso resultaria em erros nas medidas de
observador e c é a velocidade da luz. distância do GPS equivalente a

A Equação 1 mostra que o observador vê o relógio d = c∆ t = (2,997295 x 108 m/s) (7,2 x 10–6 s) = 2,1 km
desacelerado (isto é, o tempo nele passa mais devagar) por
uma quantia que depende da velocidade relativa do relógio, Então, o efeito da dilatação do tempo causa um erro de mais
v. Como o fator contendo v aparece frequentemente na de 2 km por dia, algo que tornaria o GPS inútil.
relatividade especial, a Equação 1 é escrita como

(2)

16
GPS & Relatividade

Perguntas comuns Imagine um segundo objeto com a mesma velocidade, mas


Q - Em diferentes posições de sua órbita, um satélite que não está acelerando (veja a Figura 1). Esse objeto está
de GPS terá velocidades diferentes em relação aos em um referencial inercial e assim, usando a Equação 1,
receptores de GPS. Sabendo disso, não precisaríamos podemos calcular que vemos seu relógio desacelerando
ajustar a velocidade usada na equação para a dilatação 8,3 × 10-11 s por segundo ao longo de sua órbita. O satélite
do tempo para levar em conta essa variação? de GPS tem o mesmo movimento instantâneo, então
R - Em princípio, não precisamos usar um valor diferente veremos seu relógio mais lento à mesma taxa. No instante
para v na Equação 1, dependendo da velocidade precisa seguinte, o satélite tem o mesmo movimento de um terceiro
de um satélite em relação a um receptor em particular. corpo que se move a 3.874 km/s num referencial inercial
Porém, a velocidade dos satélites (3.874 m/s) é muito ligeiramente diferente. Assim, seu relógio fica mais lento à
maior que a velocidade do receptor de GPS à medida que mesma taxa do instante anterior.
se movem com a rotação da Terra (465 m/s no equador).
As diferenças nos valores da velocidade relativa entre o Continuando este processo ao longo de toda a órbita do
satélite e o receptor resultam em variações de, no máximo, satélite, nós concluímos que o relógio do satélite é mais
1% na quantidade de dilatação do tempo, e são, então, lento por 8,3 × 10-11 s por segundo ao longo de sua órbita.
insignificantes para a precisão atual do GPS. Podemos usar relatividade especial para cada instante do
movimento do satélite e, então, somar todas as dilatações
Q - Satélites de GPS estão em órbita, logo estão temporais que ocorrem para, assim, chegar ao valor
acelerando. Eles não estão em referencial inercial. De total. Embora o satélite esteja acelerando com relação a
forma semelhante, receptores de GPS estão acelerando outros objetos com a mesma velocidade instantânea em
devido à rotação da Terra, então também não estão referenciais inerciais, nós podemos usar relatividade especial
em referencial inercial. Isso dado, como podemos usar para determinar a taxa pela qual seu relógio é mais lento.
a relatividade especial, que lida primariamente com
referenciais inerciais, para calcular a quantidade de
dilatação do tempo? Objeto no Satélite
referencial inercial de GPS
R - O motivo de podermos usar essa teoria é que a
aceleração dos receptores de GPS (0,034 m/s2) é tão v = 3.874 km/s v = 3.874 km/s
pequena que pode ser ignorada. Ao longo de um segundo, a
aceleração muda a velocidade de cada receptor em apenas a=0 a
0,034 m/s. Para um receptor no equador, isso é apenas
0,007% de sua velocidade devido à rotação da Terra. Então,
o efeito que a aceleração tem sobre o quanto o tempo Terra
dilata é, no máximo, apenas 0,007% do valor total por dia
de 7μs. Isso corresponde a apenas 0,0005 μs, um efeito
negligenciável.
Figura 1
Aproximando os receptores de GPS como estando em
um referencial inercial, um satélite de GPS se move a uma
velocidade de 3.874 m/s em relação a este referencial. A
cada momento, ele possui uma velocidade instantânea de
3.874 m/s ao longo de sua órbita.

17
GPS & Relatividade

Relatividade geral
e o GPS

Por que a gravidade desacelera o tempo?


Uma das ideias-chave no vídeo é que a gravidade desacelera
o tempo. Isto é, relógios em um campo gravitacional mais
forte funcionam mais devagar do que relógios em um campo
gravitacional mais fraco. Para o GPS, isso significa que os re-
lógios na Terra funcionam mais lentamente do que relógios em
satélites numa razão de 45μs por dia. Em primeira instância, a
gravidade e o tempo parecem ser dois fenômenos não relacio-
nados. Por que a gravidade afeta o tempo? Einstein descobriu Figura 1a Alice e a bola não
essa conexão ao considerar os referenciais. tem peso, pois não há grandes
massas próximas Terra
Em 1905, Einstein publicou sua teoria da relatividade especial,
a qual lida com referenciais se movendo a velocidades Figura 1b Alice não sente seu peso e a bola
constantes. Ele levou mais dez anos para estender essa teoria aparenta, para ela, não estar caindo.
e poder lidar com referenciais acelerados e a gravidade – a
teoria da relatividade geral. Sua primeira descoberta foi o
princípio de equivalência, o qual descreveu como “a ideia
mais feliz da minha vida.” Esse princípio diz que as leis da
física num referencial em queda livre são equivalentes a um
referencial sem gravidade.

Isso pode ser visto na Figura 1. Na Figura 1a, o referencial


está longe da Terra ou de qualquer outro objeto de grande
massa. Na Figura 1b, o referencial está em queda livre. Em
ambos os referenciais Alice não sente seu peso, e a bola Terra
aparenta, para ela, não estar caindo. O princípio da equiva-
lência se aplica a todas as situações onde um sistema está Figura 2a Alice se sente pesada, Figura 2b Alice se sente pesada,
caindo livremente sob a ação da gravidade. Um objeto em e a bola aparenta cair, pois o e a bola aparenta cair, por conta
referencial está acelerando da gravidade da Terra
órbita também está em queda livre, e é por conta disso que
os astronautas na Estação Espacial Internacional não sen- Se o foguete se move em velocidade constante (Veja a Figura
tem seu peso, apesar do campo gravitacional na estação ser 3), Alice recebe cada pulso a intervalos constantes, a cada 100
maior que 9 N/kg. ns. Porém, se o foguete estiver acelerando para cima (Veja a
Figura 4), o tempo que cada pulso leva para viajar é maior, pois
Depois disso, Einstein considerou como seria se o referencial Alice está se distanciando dos pulsos a uma velocidade maior.
estivesse acelerando na ausência de uma força gravitacional.
Na Figura 2a, Alice está novamente no espaço, longe da Terra Por conta de Alice receber os pulsos com menor frequência
ou de qualquer outro objeto de grande massa, mas dessa vez quando o foguete acelera, o princípio da equivalência diz que
ela está num referencial acelerando a 9,8 m/s2 em relação a ela também os receberá com frequências menores quando o
seu referencial original, na Figura 1a. A sensação é a de estar foguete estiver estacionado num campo gravitacional. Mais
na superfície da Terra (Figura 2b). A bola parece cair, e ela uma vez, Bob está enviando os pulsos a cada 100 ns, e Alice
sente a força normal empurrando-a do chão. os recebe a intervalos maiores que esse. Alice deduz que o
tempo, para Bob, está correndo mais devagar que para ela. In-
O princípio de equivalência nos diz que qualquer fenômeno versamente, se Alice enviar os pulsos para Bob a cada 100 ns,
que ocorra num referencial com aceleração constante também ele irá recebê-los com maior frequência, e irá dizer que o tempo
acontece num referencial com um campo gravitacional está passando mais velozmente para ela. Esse resultado é
constante. Einstein usou isso para prever que a gravidade muito diferente da dilatação do tempo na relatividade especial,
desacelera o tempo. onde, se Alice e Bob estão se movendo relativamente um ao
outro, ambos dizem que o tempo do outro está passando mais
Considere duas pessoas, Alice e Bob, num foguete. Bob está devagar. Este é um ponto onde a relatividade geral é mais fácil
na traseira do foguete, e Alice, na frente. Bob envia sinais para de compreender do que a relatividade especial.
Alice a cada 100 ns, o tempo necessário para a luz viajar 30 m.
18
GPS & Relatividade

5
4

2
3
2
1

6
5
4
3

1
2
Então, devido à dilatação gravitacional do tempo, para cada
segundo transcorrido para um relógio dentro de um receptor
Figura 3 O foguete se movendo com velocidade de GPS na Terra, 1,00000000052 s se transcorre para um
constante
relógio dentro de um satélite de GPS. Isto é, os relógios
nos satélites funcionam 5,2 x 10-10 segundos mais rápidos
5
a cada segundo. Multiplicando esse resultado pelo número
de segundos por dia (24 x 3.600 = 86.400), chegamos ao
4

3
resultado do vídeo. A dilatação gravitacional do tempo faz os
relógios nos satélites de GPS funcionarem mais rápido, na
2
1 5

4 razão de (86.400) (5,2 x 10-10) = 45 x 10-6 s por dia.


3
2

Outra forma de entender por que a gravidade


1

Figura 4 O foguete se movendo com aceleração constante desacelera o tempo


Existe outra forma, bem diferente, de derivar a dilatação
Essa desaceleração do tempo é conhecida como dilatação
gravitacional do tempo. Ela envolve a conservação da energia,
gravitacional do tempo, e a relação dos tempos num campo
relatividade especial e mecânica quântica. Considere um dos
gravitacional é dada por
fótons enviados por Bob.

À medida que o fóton sobe, há um aumento na energia


potencial gravitacional. Para conservar a energia total, o fóton
Onde ∆tR é o tempo transcorrido para o receptor, ∆tS é o tempo
deve perder energia. A luz sempre viaja à velocidade c, então
transcorrido na fonte, ∆Φ é a diferença de potencial gravitacio-
ele não pode perder energia desacelerando. A energia de um
nal entre a fonte e o receptor e c é a velocidade da luz.
fóton é dada por E = hf (onde h é a constante de Planck, 6,626
x 10–34 J·s e f é a frequência do fóton) e a única forma que o
Para Alice e Bob, sentados em um foguete na Terra, a
fóton pode perder energia é diminuindo sua frequência. Essa
diferença de potencial gravitacional, ∆Φ, pode ser aproximada
redução na frequência para conservar energia é exatamente a
em g∆ h, onde g é 9,8 N/kg e ∆h é a separação vertical. Assim,
mesma mudança derivada do princípio de equivalência.
a relação dos tempos para Alice (tA ) e Bob (tB ) será dada por

Terra

Para o GPS, a relação do tempo do satélite tsat e o tempo do


receptor localizado na Terra tT é dada por
Figura 5 A única forma que um fóton pode perder energia é diminuindo sua
frequência.

Mais sobre a relatividade geral


É importante perceber que o princípio de equivalência é
Onde rT and rsat são, respectivamente, o raio da superfície da
apenas uma parte de toda a história por trás da relatividade
Terra e o raio da órbita do satélite, G = 6,67 x 10-11 Nm2/(kg2)
geral. Para entender a história toda, que inclui buracos negros,
é a constante gravitacional universal, e M = 5,97 x 1024 kg é a
lentes gravitacionais e ondas gravitacionais, você também
massa da Terra.
precisa da segunda ideia-chave – a ideia de que a massa faz
com que o espaço e o tempo (espaço-tempo) se curvem.
Substituindo os valores rT = 6,4 x 106 m e rsat = 2,64 x 107 m na
Porém, o princípio de equivalência sozinho é responsável
equação, obtemos
por 99% da diferença de 45μs por dia entre os relógios do
receptor e do satélite. Isso se deve ao fato do espaço-tempo
ser apenas levemente curvo perto da Terra.

19
GPS & Relatividade

Soluções
das atividades

Atividade 1: Atividades sobre GPS 4,5 cm de Thunder Bay, num mapa com escala 1:52.000.000. A
Parte 3. Processamento de números mensagem será: “O satélite 1 está 20.200 km acima de Thun-
a) Essa é uma oportunidade para examinar proporções. A der Bay, e esse sinal levou 0,0679 s para chegar a você.” Para
altura do satélite é mais ou menos três vezes o raio da encontrar a distância de Calgary até Thunder Bay:
Terra, então os satélites devem estar quatro vezes mais
distantes do centro da Terra do que a superfície.
b) Carros se movem normalmente entre 40 e 100 km/h. Para encontrar a distância que o sinal viajou:
Se você considerar uma média de 70 km/h, então
os satélites de GPS se movem 200 vezes mais
rapidamente. Aviões comerciais se movem normalmente
ao redor de 700 km/h; os satélites se movem 20 vezes Para encontrar o tempo que o sinal levou para chegar ao
mais rapidamente. receptor:
c) Satélites de GPS orbitam a 20.200 km acima da
superfície da Terra. Usando a equação t = d/v temos Questões para discussão
t = (20.200.000 m)/(300.000.000 m/s) = 0,067 s 1. Os satélites estão orbitando a 20.200 km acima da
d) Essa é uma oportunidade de usar potências na base superfície da Terra, então a menor distância possível para
dez. Um régua tem 30 cm = 0,30 m de comprimento. O o sinal viajar é 20.200 km, o que levaria 0,0675s.
tempo necessário é 2. Existem muitos erros que o GPS deve levar em conta para
0,30/300.000.000 = 1 bilionésimo de segundo = produzir resultados precisos, incluindo refração atmos-
1 nanosegundo. férica, reflexões em construções e montanhas, desvios
orbitais, erros do relógio e erros de arredondamento.
Parte 4. Explorando como o GPS localiza objetos Nessa atividade, nós ignoramos a curvatura da Terra e não
O DVD contém uma cópia eletrônica do mapa do Canadá, consideramos a posição do satélite com muita precisão.
que você pode imprimir e usar para essa atividade. 3. Satélites de GPS estão em órbita a 20.200 km acima da
A cidade que os alunos estão localizados é Calgary. Ela superfície da Terra, o que significa que o sinal deve viajar
está a 675 km de Vancouver, 2.716 km de Toronto e 1.208 pelo menos 2 × 107 m. Para determinar a localização em
km de Winnipeg. até 10 m, o GPS deve utilizar pelos menos sete dígitos
significativos em seus cálculos (2,000001 × 107 m). O valor
Parte 5. Discussão
de c usado pelo GPS em seus cálculos é 299.792.458 m/s.
1. Em qualquer lugar na borda do círculo centrado em
Vancouver, com raio de 675 km.
Atividade 3: A Energia dos satélites
2. Em um dos dois pontos onde os círculos centrados em
1.a) E
Vancouver e Toronto de cruzam. C 874
3. Altitude; essa atividade é bidimensional e envolve
determinar sua localização na superfície da Terra. A EC
navegação com GPS é, na verdade, tridimensional, e o
A energia cinética de um satélite de GPS é 1,5 × 1010 J.
GPS determina, também, sua altitude.
b)
Atividade 2: Simulação de GPS
Essa atividade funciona melhor quando os alunos usam um
mapa grande de um país grande, ou de um continente, ou
do mundo inteiro. Porém, se nenhum desses mapas estiver
disponível, você pode usar um mapa do mundo em papel 66
tamanho Carta (8,5” X 11”). 30
Exemplos
Assuma que o receptor está localizado em Calgary, que está a

20
GPS & Relatividade

A energia potencial gravitacional de um satélite de GPS é carros).


3,0 × 1010 J. Por conta disso, o GPS precisa de relógios mais
precisos, e usa relógios atômicos a bordo de cada
c) ET = EC + EG satélite de GPS.
= 1,5 × 1010 J – 3,0 × 1010 J
ET = –1,5 × 1010 J 4. a) 7,2 μs mais devagar devido à relatividade especial e
45 μs mais rápido devido à relatividade geral.
A energia total de um satélite de GPS é –1,5 × 1010 J. b) relatividade especial: 2,1 km; relatividade geral: 13 km
c) 11 km
2. Para levar um satélite de GPS até a altura de sua órbita, o
foguete precisa aumentar a energia potencial gravitacional Atividade 4: O Tempo na relatividade
do satélite. 1. a) 27,790249045 s – 27,723119038 s = 0,067130007 s
O sinal levou 0,067130007 s
Dado que rT é o raio da superfície da Terra e rS o raio
do satélite de GPS. A diferença na energia potencial b) d = c (t2 – t1)
gravitacional para um satélite de GPS em órbita e para um = (2,99792458 × 108 m/s) (0,067130007 s)
na superfície da Terra é = 20.125.069,8 m

O receptor está a 20.125.069,8 m de distância do


satélite.

34
2. a)

Podemos derivar a equação

37 66
Como a seguir:
∆EG = 9,5 × 1010 J O teorema binomial implica que

Então, são necessários 9,5 x 1010 J de trabalho feitos


sobre o satélite.
Aplicando isso à equação
3. a) i) d = c ∆ t
= (2,997924580 × 108 m/s) (0,068503387 s)
= 20.536.798,8 m

ii) d = c ∆ t Nos dá
= (3,00 × 108 m/s) (0,0685 s)
= 2,055 × 107 m

b) A diferença entre as respostas para i) e ii) é


13.201,2 m or 13,2012 km
c) Se o GPS usasse relógios de quartzo, as medidas
de ∆t seriam precisas apenas até o sexto algarismo
significativo em d, o que corresponde a centenas de
metros. Então, o GPS só poderia ser preciso até mais
ou menos 100m. Esse nível de precisão não é bom para
diversas aplicações do GPS (como a navegação de Como v2/c2 << 1

21
GPS & Relatividade

b) Um dia possui (3600) (24) = 86.400 segundos. permanece em repouso na bandeja. Alterar a orientação da
(8,34 × 10-11) (86.400 s) = 7,2 ×10-6 s Então, o erro na rotação não alterará este resultado.
contagem de tempo devido à relatividade especial, a A água, o copo e a bandeja estão todos acelerando
cada dia, é 7,2 ×10-6 s em direção ao centro do círculo, que imita um campo
gravitacional atuando para fora. Os alunos geralmente ficam
3. a) (5,2 × 10-10) (86.400 s) = 4,5 × 10-5 s Então, o erro na confusos acerca da direção da aceleração. A maioria deles
contagem de tempo devido à relatividade geral, a cada já experimentou forças centrífugas, e essas forças ficcionais
dia, é 4,5 × 10-5 s parecem mais reais para eles do que as forças centrípetas
b) Erro de contagem de tempo diário total = 45 μs - 7.2 μs reais. A gravidade pode ser entendida na mesma via da
= 38 μs força centrífuga. A gravidade é uma dedução que fazemos
Erro de distância = 11 km para reconciliar nossos referenciais.

4. O efeito relativístico é a parte que difere de um, Experimento mental: Aplicando o princípio da
g∆h/c2 = (9,8 m/s2) (20 m)/(9 × 1016 m2/s2) ≈ 2 × 10-15. equivalência
O experimento mencionado na questão foi feito pelos Alice, viajando em um foguete a uma velocidade constante,
físicos Pound e Rebka na Universidade de Harvard. Foi irá receber os sinais de luz a cada 100 ns.
um experimento incrivelmente difícil de ser realizado, mas
seus resultados estavam dentro de 1% das previsões Alice, viajando em um foguete em aceleração, receberá os
da relatividade geral. Dado o tamanho minúsculo do pulsos de luz com menos frequência do que a cada 100 ns.
resultado 2 × 10-15, é tentador pensar que esse efeito não Na Figura 4 a distância permanece constante, então o tempo
possui consequências práticas. Porém, o GPS mostra que gasto é constante. Na Figura 5, a distância percorrida pelos
o efeito é, de fato, importante. pulsos aumenta a cada vez, então Alice observará um desvio
Doppler no sinal. Como Alice está se afastando da fonte,
5. Uma boa resposta para essa pergunta teria de incluir o fato ela observará uma queda na frequência do sinal e concluirá
de que o GPS faz correções necessárias para os efeitos da que o relógio de Bob está desacelerando. Se Alice enviasse
relatividade e que ele não funcionaria sem fazer isso. sinais para Bob, ele veria um aumento na frequência, então
concluiria que o relógio dela estava acelerando. Observe
Demonstrações: Prever, observar e explicar que isso é diferente da dilatação do tempo na relatividade
especial, em que cada pessoa conclui que o tempo da outra
Demonstração 1: Queda livre e gravidade zero pessoa está mais lento.
Quando a garrafa de água é segurada de ponta-cabeça, ela
irá visivelmente vazar. Quando a garrafa for solta, a água O princípio da equivalência afirma que não há diferença
irá permanecer na garrafa. Quando a garrafa for jogada observável entre um referencial acelerado e um campo
para cima, a água também ficará na garrafa. Tanto a garrafa gravitacional uniforme. Se Alice observar que o relógio
quanto a água estão acelerando a 9,8 m/s2, então a água de Bob está lento devido à aceleração, ela também deve
não deixará a garrafa. observar isso em um campo gravitacional uniforme.
Medições precisas confirmaram que a gravidade faz com
Demonstração 2: Aceleração e gravidade artificial que o tempo passe mais devagar, e o GPS aplica este fato
A água em um copo que repousa sobre uma bandeja que para funcionar corretamente.
oscila em um círculo vertical permanecerá no copo, o qual

22
GPS & Relatividade

Quem são as pessoas no vídeo?

O status dos colaboradores abaixo reflete suas posições no momento em que o vídeo foi filmado.

LATHAM BOYLE é membro do corpo docente CLIFF BURGESS é professor da McMaster


no Perimeter Institute. Boyle é um cosmólogo University e membro associado do corpo docente
especializado em estudar ondas gravitacionais do Perimeter Institute. Burgess é um físico com
e o universo primordial. Ele se graduou pela uma ampla gama de interesses, incluindo a teoria
Universidade de Princeton. das cordas, cosmologia e física de partículas.
Ele também tem um interesse apaixonado pela
divulgação científica.

JORGE ESCOBEDO é estudante de pós- GHAZAL GESHNIZJANI é pesquisadora de


graduação no Perimeter Institute. Escobedo está pós-doutorado no Perimeter Institute. Geshnizjani
fazendo pesquisa em teoria das cordas sob a trabalha no campo da cosmologia e se concentra
orientação do professor Rob Myers. Uma de suas em pesquisar o universo primordial. Ela obteve
principais áreas de interesse são as dualidades seu PhD pela Brown University em 2005.
gauge/gravidade.

NARRATOR - DR. DAMIAN POPE é Senior


Manager of Scientific Outreach no Perimeter
Institute. Ele é PhD em física teórica pela
University of Queensland, Austrália, e sua área
de especialidade é a física quântica. Ele também
tem uma vasta experiência em explicar as
maravilhas da física para pessoas de todas as
idades e de todas as esferas da vida.

23
GPS & Relatividade

01 Inspirações Perimeter
Einstein no dia-a-dia: GPS & Relatividade

EQUIPE DE AUTORES IMAGENS 3D


Damian Pope Steve Kelly
Perimeter Institute for Theoretical Physics
IMPRESSÃO
Dave Fish Simpson Print
Sir John A. Macdonald Secondary School,
Waterloo, Ontario, e Consultor Educacional no DESENVOLVIMENTO, PRODUÇÃO E PÓS-PRODUÇÃO DE VÍDEO
Perimeter Institute for Theoretical Physics Redhand Productions

Roberta Tevlin PRODUTORES EXECUTIVOS


Danforth Collegiate and Technical Institute, Greg Dick
Toronto, Ontario Director of Educational Outreach,
Perimeter Institute for Theoretical Physics
Tim Langford Sean Bradley
Newtonbrook Secondary School Redhand Productions
Toronto, Ontario
COORDENAÇÃO DA TRADUÇÃO
ASSESSORES CIENTÍFICOS Lucas David Feitosa Campos
Professor Cliff Burgess Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza e Instituto
McMaster University and Perimeter Institute for Theoretical Physics Sul-Americano para Pesquisa Fundamental (ICTP-SAIFR), São Paulo,
Brasil
Bruno Hartmann
Perimeter Institute for Theoretical Physics TRADUÇÃO PARA O PORTUGUêS
Ivan Nery Cardoso
Sean Gryb
Perimeter Institute for Theoretical Physics REVISÃO
Cíntia Cirillo
PROFESSORES CONTRIBUINTES Escola Estadual Olavo Hansen, Mauá, Brasil
James Ball, John F. Ross Collegiate Vocational Institute, Lucas David Feitosa Campos
Guelph, Ontario Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza e Instituto
Darlene Fitzner, Ernest Manning High School, Calgary, Alberta Sul-Americano para Pesquisa Fundamental (ICTP-SAIFR), São Paulo,
Jason Jennings, Sackville High School, Sackville, Nova Scotia Brasil
Doris LaChance, Ecole Beausejour, Plamondon, Alberta
Lisa Lim-Cole, Uxbridge Secondary School, Uxbridge, Ontario ADAPTAÇÃO DO LAYOUT PARA O PORTUGUêS
Dennis Mercier, Turner Fenton Secondary School, Brampton, Ontario Mikka Mori
Christine Nichols, Castle View High School, Castle Rock,
Colorado, USA DIREITOS AUTORAIS
Duncan Smith, Bishop Grandin Senior High School, Calgary, Alberta Publicado pelo Perimeter Institute for Theoretical Physics, 31 Caroline Street North, Waterloo,
Ontario, Canada, N2L 2Y5. Copyright © 2013 by Perimeter Institute for Theoretical Physics.
Richard Taylor, Merivale High School, Ottawa, Ontario
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste documento coberto pelos direitos autorais,
John Wright, Wanganui Collegiate School, Wanganui, New Zealand exceto quaisquer páginas reproduzíveis inclusas aqui, podem ser reproduzidas, transcritas,
ou usadas em qualquer forma ou em qualquer formato — gráfico, eletrônico ou mecânico,
GESTÃO DE PROJETOS EDITORIAIS incluindo fotocópias, gravações, filmagens, distribuição online ou sistemas de armazenamento
Kevin Martindale de informações — sem a permissão escrita do Perimeter Institute for Theoretical Physics.
Para permissão de uso de material deste texto ou produto, envie um pedido online para o
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New Leaf Media As informações e atividades presentes neste livro foram cuidadosamente editadas e revistas
para serem precisas e são destinadas a seu valor instrucional. Porém, a editora não o
EDITORES representa ou acerte garantias, nem quaisquer representações implícitas em relação ao
Julia Hubble material aqui estabelecido, e a editora não se responsabiliza por esse material. A editora
não será responsável por quaisquer danos gerais, especiais, consequentes ou exemplares
Susan Fish
resultantes, no todo ou em parte, do uso ou da dependência dos leitores deste material.

LAYOUT INTERIOR O Perimeter Institute for Theoretical Physics reconhece e agradece o apoio do Government of
Yvan Gagné Ontario e o Government of Canada.
Annette Koolen
Denison Print
Elizabeth Goheen
Perimeter Institute for Theoretical Physics

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PERIMETER INSTITUTE
O Perimeter Institute for Theoretical Physics é um instituto de grande leque de atividades de formação e extensão que visam
pesquisa independente, sem fins lucrativos, cuja missão é realizar estimular talentos na área científica, bem como compartilhar a
avanços na nossa compreensão do universo e das forças que importância de descobertas e inovações com alunos, professores
o governam. Tais avanços estimulam o progresso em toda a e público em geral. Em parceria com o governo do Canadá e
Ciência e o desenvolvimento de novas tecnologias. Localizado Ontário, o Perimeter é um exemplo de colaboração público-
em Waterloo, Ontário, Canadá, o Perimeter também fornece um privada de sucesso em pesquisa, formação e divulgação científica.

Inspirações Perimeter Parceria Perimeter-SAIFR-Serrapilheira


Esta série de materiais educacionais para a sala de aula é feita Este material foi traduzido para o português através de uma
para ajudar professores a inspirarem seus alunos, apresentando parceria entre o Perimeter Institute, o ICTP South American
os mistérios e a força da ciência. Inspirações Perimeter é o produ- Institute for Fundamental Research e o Instituto Serrapilheira.
to de uma colaboração extensa entre professores experientes, a O ICTP-SAIFR é um centro sul-americano para física
equipe de extensão do Instituto Perimeter e pesquisadores inter- teórica em São Paulo que organiza atividades de pesquisa
nacionais. Cada módulo foi criado tendo em vista alunos do ensino (ictp-saifr.org) e divulgação científica (outreach.ictp-saifr.org)
médio de todos os anos e foi amplamente testado em sala de aula. com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
de São Paulo e do Instituto de Física Teórica da Universidade
Estadual Paulista. O Instituto Serrapilheira (serrapilheira.org)
é uma instituição privada sem fins lucrativos que promove
ciência no Brasil por meio do financiamento de pesquisas
de excelência com foco em produção de conhecimento e
iniciativas de divulgação científica.

Visite a loja do Perimeter em www.perimeterinstitute.ca/store


para visualizar materiais didáticos e para saber mais sobre as
oportunidades de treinamento para professores no Perimeter.

@ Perimeter www.facebook.com/pioutreach

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31 Caroline Street North Tel: +1 (519) 569-7600
Waterloo, Ontario, Canada N2L 2Y5 Fax: +1 (519) 569-7611

ISBN 978-1-989069-30-1

Made in Canada © 2013 Perimeter Institute for Theoretical Physics

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