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Ondas Gravitacionais
Ondas gravitacionais foram previstas por Einstein na teoria da gravitação dele, conhecida
também como Teoria da Relatividade Geral (RG). Esta teoria explica a força gravitacional entre
os corpos materiais através da ideia de que as massas deformam o espaço-tempo e esta
deformação é experimentada por outros corpos. Todos os corpos materiais e até mesmo a luz
movimentando-se no espaço-tempo curvo são desviados da linha reta. Assim, por exemplo, a
curvatura do espaço-tempo causada pela presença do Sol é experimentada por todos os
planetas do sistema Solar fazendo com que eles girem em volta da estrela.
O primeiro triunfo da RG foi o cálculo, feito por Einstein, da precessão da órbita de Mercúrio.
Desde o século XIX sabia-se que o eixo da órbita de Mercúrio avança 575 segundos de arco por
século (um segundo de arco corresponde ao ângulo da seção gerada ao dividirmos,
igualmente, uma circunferência em 1.296.000 partes). No entanto, a Mecânica Newtonia obtém
532 segundos de arco por século. Einstein conseguiu calcular esse avanço com exatidão.
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Como a presença de massa deforma o espaço-tempo, Einstein também previu que a luz vinda
de uma estrela seria defletida pela massa do Sol, chegando até nós através de uma trajetória
aparentemente curva. Em 1919, expedições inglesas à Sobral, no Ceará e à São Tomé e
Príncipe, na África, fotografaram o céu ao redor do Sol, durante um eclipse e confirmaram as
previões de Einstein para a deflexão da luz por um campo gravitacional.
O terceiro teste proposto por Einstein afirma que a frequência das ondas eletromagnéticas
emitidas a partir de uma região com campo gravitacional forte são reduzidas quando
observadas em uma região de campo gravitacional mais fraco. Para a luz visível, a frequência
das ondas está associada com sua cor. Por exemplo, a luz de cor azul possui frequência maior
que a luz de cor vermelha. Esse efeito, conhecido como desvio gravitacional para o vermelho,
foi comprovado com grande precisão entre 1959 e 1964. Este efeito é uma prova de que o
tempo corre diferente em campos gravitacionais com a intensidade diferente. Para um
aparelho GPS funcionar corretamente mantendo a sua precisão este efeito precisa ser
obrigatoriamente levado em conta! Assim podemos ver que hoje dia a teoria da RG é verificada
constantemente por todos os usuários do GPS.
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Muitas outras coisas podem causar tais deformações nos braços do interferômetro LIGO. Por
isso existem dois interferômetros separados por 4.000km de distância. A detecção da onda
gravitacional ocorreu em ambos interferômetros com uma defasagem de 7 milisegundos de
um para o outro.
No Brasil desde 2006 o pesquisador Odylio Aguiar do INPE e seus colaboradores criaram o
detector de ondas gravitacionais “Mario Schenberg”
( http://www.inpe.br/noticias/noticia.php?Cod_Noticia=3200 ). A sensibilidade deste
detector é menor que a do LIGO.
A “sorte” do LIGO foi esse evento que gerou a detecção das ondas. Atribui-se as ondas a fusão
de um par de buracos negros em uma galáxia a mais de 1 bilhão de anos luz de distância. É
importante lembrar que a única informação que chegou a nós desse evento foram as ondas
gravitacionais.
A teoria da relatividade geral já era, há muito tempo, bem estabelecida através dos testes
propostos por Einstein. No entanto, essas confirmações envolvem fenômenos ocorrendo em
um espaço-tempo estático, ou seja, cuja forma não se altera com o tempo. A obeservação das
ondas gravitacionais constitui-se na primeira confirmação da relatividade geral através de um
fenômeno não-estático.
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10/07/2023 15:16 Paweł Klimas
Elas agora poderão ser detectadas regularmente? Com que frequência elas ocorrem?
Na maioria das vezes, o impacto social de uma grande descoberta em física não é claro. Um
excelente exemplo é a descoberta de ondas eletromagnéticas, ocorrida em 1887. Apesar de,
na época, não haver clareza quanto suas possíveis aplicações, hoje estamos cercados de
equipamentos eletrônicos, cujo funcionamento se baseia em ondas eletromagnéticas, como
televisores, celulares, microondas, etc. Esse espírito é bem caracterizado na seguinte história.
Reza a lenda que ao demonstrar a indução eletromagnética que acabara de descobrir, Faraday
foi questionado pela Rainha: para que serve tal descoberta? Faraday prontamente
respondeu: Para que serve um recém nascido? Hoje, o fenômeno descoberto por Faraday é
responsável, por exemplo, pela geração de energia elétrica e pelo funcionamento do motor
elétrico.
O limite observacional do universo hoje é a radiação cósmica de fundo que começa a aparecer
uns 400,000 anos depois do big bang. Antes desses 400,000 o universo era opaco e a luz não
podia atravessar a matéria, assim é impossível enxergar através desse material e obter
qualquer informação mais antiga através de radiação eletromagnética.
Ondas gravitacionais atravessam tudo, em princípio poderemos com elas chegar próximo do
tempo zero, se é que tal coisa realmente existe. Ainda falta muito para que detectores de ondas
gravitacionais possam detectar ondas gravitacionais do início do universo. No próximo ano
vamos passar por testes e mais testes dos resultados apresentados agora. E se tudo correr
bem esperamos que se descubram muitos outros eventos ao longo deste ano.
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