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FUNDAMENTOS DA GEOMETRIA
ESPÍRITO SANTO
SUMÁRIO
Fonte: www.math.ist.utl.pt
1
Tanto a Geometria como o Desenho Geométrico estudam figuras geométricas
com seus conceitos e suas propriedades.
A Geometria relaciona figura com números (medidas). Os números são
abstratos e pertencem ao campo das ideias.
Fonte: aprendiendodematematicas.bligoo.com.com
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Fonte: mathmatterscaddo.weebly.com
Fonte: www.webquestfacil.com.br
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Este texto pretende apresentar em uma linguagem não técnica algumas
linhas históricas importantes do desenvolvimento da geometria. Após um brevíssimo
prelúdio sobre as etapas iniciais do assunto, mergulhamos no mundo da geometria
diferencial, que é a área de interesse do autor. Mesmo aí, devido às limitações de
espaço, a exposição é de nível notadamente superficial. Estamos conscientes da
inerente tecnicalidade da matemática, característica que dificulta a compreensão de
suas motivações pelo leigo. Assim, com esse texto esperamos pelo menos causar
alguma impressão positiva no leitor no que diz respeito à magnitude e ao alcance
das realizações da geometria. Acrescentamos que importantes seções da geometria
que são extremamente ativas hoje em dia foram completamente omitidas, como a
geometria simplética, área relativamente nova, mas que têm raízes mais antigas na
mecânica clássica, e a geometria algébrica, possivelmente mais antiga do que a
geometria diferencial.
Apesar de o historiador grego Heródoto escrever que a geometria nasceu no
antigo Egito, os registros mais antigos de atividades humanas no campo da
geometria de que dispomos remontam à época dos babilônios há talvez cerca de
cinco mil anos e foram aparentemente motivadas por problemas práticos de
agrimensura1.
Formas primitivas de geometria são encontradas também entre os hindus,
chineses e japoneses. Entre todos esses povos nota-se que as verdades
geométricas são afirmadas nas formas de proposições particulares cujas
justificativas são completamente negligenciadas, de modo que a geometria
apresenta-se como um conjunto de regras empíricas. Essa maneira de se ver a
geometria transforma-se profundamente com os gregos. Tales de Mileto, que viveu
por volta do ano 600 antes da era comum, é normalmente considerado o pai da
geometria grega. Pouca certeza se tem sobre sua vida e obra.
Fonte: queconceito.com.br
6
Apesar de Lobachevski ter sido o primeiro a publicar um trabalho sobre a
geometria não-Euclideana, existe documentação comprovando que Carl Friedrich
Gauss (1777-1855), a então figura dominante no mundo matemático, já havia
começado a desenvolver as idéias da nova geometria na década de 1820, como ele
disse “para si próprio”, e não publicou ou divulgou seu trabalho, talvez por medo de
incompreensão e perseguição. De fato, a geometria de Lobachevski inicialmente não
foi bem recebida, como é comumente o caso com descobertas revolucionárias que
afetam convicções firmemente estabelecidas, e apenas lentamente foi se tornando
conhecida. O húngaro Janos Bolyai (1802-1860) chegou independentemente à
mesma descoberta que Lobachevski e publicou seu trabalho Ciência Absoluta do
Espaço como apêndice de um livro de seu pai, Wolfgang, que era amigo de Gauss,
em 1831.
A reação de Gauss tanto ao trabalho de Bolyai como de Lobachevski foi o
mesmo: aprovação sincera, mas sem apoio impresso. A geometria não-Euclideana
continuou por várias décadas a ser um aspecto da matemática um tanto à margem
antes de ser completamente integrada. Mas para entender esse processo, é
interessante interrompermos esse fluxo de idéias e retornarmos um pouco no tempo
a fim de discutirmos um outro aspecto importante da geometria que estava
emergindo.
A história da geometria diferencial começa com o estudo de curvas. Noções
como retas tangentes a curvas já são encontradas entre os gregos Euclides,
Arquimedes e Apolônio. No século XVII, os franceses Pierre de Fermat (1601-1665)
e René Descartes (1596-1650) criam o método das coordenadas ou a “geometria
analítica” 2 enquanto que o alemão Gottfried Leibniz (1646-1716) e o inglês Isaac
Newton (1643-1727) descobrem os algoritmos do cálculo infinitesimal, os quais
permitirão o estudo de curvas e superfícies através de suas propriedades
diferenciais. A curvatura de uma curva plana em um ponto da curva é uma medida
numérica de quanto à curva se afasta de ser uma reta numa vizinhança daquele
ponto: é a taxa de variação naquele ponto da direção tangente à curva em relação
2 Método que atribui a cada ponto do espaço tridimensional uma tripla de coordenadas (x,y,z) em
relação a três eixos ortogonais e permite relacionar a geometria com a álgebra.
7
ao comprimento de arco 3 . Os conceitos de curvatura de uma curva plana e de
círculo osculador já eram conhecidos por Newton e Leibniz, mas o precursor do
assunto talvez seja o holandês Christian Huygens (1629-1695), que ainda não
conhecia o cálculo, mas que em 1673 publicou um trabalho sobre curvas planas
introduzindo os conceitos de involuta e evoluta de uma curva o qual foi curiosamente
motivado pelo seu interêsse em pêndulos e relógios.
Durante o século XVIII e até o início do século XIX, desenvolvem-se os
fundamentos da teoria de curvas e superfícies mergulhadas nos espaço
tridimensional. Em 1731, Alexis Clairaut (1713-1765) estuda curvas no espaço
tridimensional mas se limita às propriedades de primeira ordem (que envolvem
apenas as derivadas primeiras, como retas tangentes). Em 1775, Gaspard Monge
(1746-1818) vai mais longe e discute os conceitos de curvatura e torção de uma
curva espacial. 4 Uma transição natural da teoria de curvas para a teoria de
superfícies se encontra no problema geodésico, i. e. o problema de se encontrar o
caminho mais curto entre dois pontos de uma superfície. Nunca ocorreu aos
matemáticos do século XVIII a necessidade de mostrar a existência de um tal
caminho, sendo que a sua preocupação era apenas a de determinar a
caracterização geométrica da curva que teria tal propriedade. O problema atraiu a
atenção dos irmãos Bernoulli 5 , Jacob (1654-1705) e Johannes (1667-1748), que,
entre outros, forneceram ambos soluções corretas, sendo a de Johannes mais clara,
enquanto que a de Jacob - embora mais confusa e laboriosa - era mais geral.
O pródigo Leonhard Euler (1707-1783), cuja torrente de descobertas dominou
a matemática durante a maior parte do século XVIII, foi aluno de Johannes Bernoulli.
Sua maior contribuição à geometria diferencial talvez tenha sido o estudo da
3 Isto quer dizer o limite da razão entre o ângulo entre as retas tangentes às extremidades de um
arco e o comprimento s daquele arco quando ele se contrai a um ponto: k = lim . Essa
s0 s
curvatura é também o inverso do raio de curvatura no ponto em questão, i. e. o raio do círculo
osculador à curva naquele ponto. Aqui, o círculo osculador em um ponto P de uma curva é definido
como sendo o limite dos círculos determinados por três pontos sobre a curva quando eles tendem a
P.
4 A torção em um ponto de uma curva mergulhada no espaço é uma medida numérica de quanto a
curva se afasta de estar contida em um plano numa vizinhança daquele ponto; as curvas espaciais
que estão contidas em um plano, ditas curvas planas, são caracterizadas por terem torção nula.
5 O clã dos Bernoulli foi para a matemática o que o dos Bach foi para a música, tendo produzido oito
6 Essas são as curvas na superfície que são obtidas pela intersecção da superfície com um plano
normal a ela. Uma bela apresentação desse assunto foi também elaborada pelo menos conhecido
soldado francês Jean Baptiste Marie Meusnier (1754-1793).
7 Essas fórmulas foram redescobertas independentemente por Jean Frenet (1816-1900) e Joseph
em 1872, que substitui o sistema Cartesiano de eixos fixos por um sistema de eixos que acompanha
a curva: em cada ponto P da curva considerada, o triedro tem origem em P, o seu primeiro eixo é
tangente à curva, o segundo eixo é a direção normal principal (definida de modo que os dois
primeiros eixos geram o plano osculador à curva, que é o plano que mais se aproxima de conter a
curva numa vizinhança do ponto) e o terceiro eixo é ortogonal aos dois primeiros. Essa idéia seria
consideravelmente generalizada no século XX por Élie Cartan (1869-1951) e aplicada por ele (sob o
nome de método do referencial móvel) de maneira muito frutífera ao estudo dos grupos de Lie e
variedades diferenciáveis, conduzindo enfim, com Charles Ehresmann (1905-1979) à teoria moderna
dos fibrados principais e conexões.
9
trabalho de Cauchy marca o final de um período definido na história da geometria
diferencial. Suas técnicas eram belas, mas tiveram de ceder espaço aos métodos do
gigante que viria a dar o tom final ao assunto e obter os teoremas mais importantes
até então inimagináveis.
Fonte: 1.bp.blogspot.com
Por volta de 1820, Gauss foi chamado pelo governo de Hanover para
supervisionar um levantamento topográfico do reino, e vários aspectos dessa tarefa,
incluindo exaustivo trabalho de campo e tediosas triangulações, ocuparam-no por
vários anos, mas propiciaram o estímulo que o conduziu às idéias de sua obra
Disquisitiones generales circa superficies curvas (1827). Já comentamos que Euler
havia percebido que as coordenadas x, y, z de um ponto de uma superfície podem
ser consideradas como funções de duas variáveis independentes u, v, mas é Gauss
quem utiliza tal representação paramétrica sistematicamente.
As variáveis u e v são chamadas de “coordenadas curvilíneas” sobre a
superfície. Gauss introduz a forma diferencial quadrática ds2, hoje conhecida como
primeira forma fundamental, que essencialmente exprime as distâncias sobre a
superfície, e escreve ds2 em termos de três funções E, F e G de u e v o que lhe
permite escrever equações para as curvas geodésicas9. Inspirado por seus trabalhos
em astronomia e geodesia, ele introduz a noção de “representação esférica” de uma
superfície, hoje conhecida como aplicação de Gauss 10 . O estudo dessa
9 Estas são as curvas na superfície com a propriedade que qualquer segmento suficientemente
Fonte: www.fafit.com.br
Fonte: 2.bp.blogspot.com
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de superfícies. Gaspare Mainardi (1800-1879) em 1856 e Delfino Codazzi (1824-
1873) em 1867 haviam exprimido as condições de compatibilidade entre os
coeficientes das duas formas fundamentais e suas derivadas. Bonnet demonstra em
1867 que essas condições, hoje conhecidas como equações de Gauss-Codazzi-
Mainardi, são suficientes para que exista uma superfície com essas formas
fundamentais dadas.
Um segmento suficientemente curto de uma geodésica é o caminho mais
curto entre os seus extremos, como por exemplo um segmento do meridiano de
Greenwich terrestre que una a cidade de Greenwich a algum ponto da África. No
entanto, se prolongarmos esse segmento nos dois sentidos, na direção norte para
além do pólo norte e na direção sul para além do pólo sul, o caminho mais curto
entre os seus extremos será agora um trecho de um outro meridiano (que corta o
oceano Pacífico). Por volta de 1840, Jacobi se ocupou da questão de saber quando
um segmento de geodésica que é prolongado cessa de ser o caminho mais curto
entre os seus extremos. Este é um problema de geometria diferencial global. Jacobi
dá uma resposta correta em termos de uma equação diferencial de segunda ordem
(hoje conhecida como equação de Jacobi), mas sem demonstração; esta é fornecida
por Bonnet.
Em 1839, Minding mostrou que duas superfícies com a mesma curvatura
Gaussiana constante podem ser transformadas isometricamente uma sobre a outra.
Em outro trabalho, no ano seguinte, ele estabeleceu as relações trigonométricas de
triângulos geodésicos em superfícies de curvatura constante negativa. Apesar de
este artigo ter sido publicado na mesma revista em que apareceu a tradução para o
francês do artigo de Lobachevski Geometria imaginária sobre geometria não-
Euclideana, nenhum dos dois notou que as fórmulas trigonométricas no plano
hiperbólico de Lobachevski coincidiam com as fórmulas trigonométricas nas
superfícies de curvatura constante negativa. Quem percebeu essa coincidência foi
Eugenio Beltrami (1835-1900), que considerou o assunto em Saggio di
interpretazione della geometria non-Euclidea em 1868 e assim construiu o primeiro
modelo concreto do plano de Lobachevski demonstrando a consistência da
geometria não-Euclideana.
No décimo dia do mês de junho de 1854 Bernhard Riemann (1826-1860)
proferiu uma conferência para os docentes da faculdade de filosofia da Universidade
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de Göttingen com o intuito de satisfazer os requerimentos para a promoção a
Privatdozent. Como era de costume, Riemann ofereceu três possíveis tópicos para a
sua conferência. Os dois primeiros lidavam com partes de sua Habilitationsschrift
(uma segunda tese também requerida para a promoção), e o terceiro com os
fundamentos da geometria. Contrariamente à prática usual, Gauss, que era o chefe
do departamento, escolheu o terceiro tópico. Riemann afastou-se de seus outros
interesses no momento e durante os dois meses seguintes preparou a sua
conferência. O resultado foi talvez a mais importante conferência científica jamais
proferida, Über die Hypotheses, welche der Geometrie zu Grunde liegen. Conta-se
que mesmo Gauss ficou entusiasmado.
Fonte: 2.bp.blogspot.com
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Riemann tentou redigir o texto da conferência de maneira o menos técnica
possível para atingir mesmo os docentes com pouca experiência matemática.
Mesmo assim, haviam detalhes suficientes para direcionar a pesquisa de diversas
gerações subsequentes de geômetras. Ele introduziu o conceito de variedade n-
dimensional de pontos (x1, x2, ... , xn) que generaliza a idéia de superfície
bidimensional tanto no sentido de considerar um número maior de dimensões
quanto no sentido de descartar a necessidade do objeto estar mergulhado em algum
espaço circundante. Em seguida introduziu uma forma diferencial quadrática (hoje
chamada de métrica Riemanniana) na variedade que generaliza a primeira forma
fundamental das superfícies e define as distâncias sobre ela. Esse é um dos pontos
essenciais de sua visão: a separação entre os conceitos do conjunto de pontos (a
variedade n-dimensional) e as possíveis métricas que podem ser definidas sobre
ele. Dessa maneira, Riemann aprofundou brutalmente o conceito de geometria
intrínseca da teoria de superfícies de Gauss. Finalmente, ele ainda introduziu a
curvatura Riemanniana (que generaliza a curvatura Gaussiana) e discutiu o caso de
variedades Riemannianas de curvatura constante. O trabalho de Riemann não
apenas unificou a geometria Euclideana e a não-Euclideana, mas representou uma
vasta generalização dessas geometrias.
As investigações de Riemann foram continuadas por Elwin Christoffel (1829-
1900) que publicou um trabalho em 1869 onde colocou a questão de se saber em
que condições duas métricas Riemannianas determinam a mesma geometria. Assim
como a intenção de Riemann era de generalizar a teoria de superfícies de Gauss, a
intenção de Christoffel era de generalizar o problema de superposição de
superfícies. Para resolver esse problema, ele introduziu os hoje chamados símbolos
de Christoffel e o tensor de curvatura de Riemann-Christoffel, e derivou como
condição necessária a coincidência das tensores de Riemann-Christoffel calculados
para as duas métricas Riemannianas. Os cálculos de Christoffel formam a base dos
métodos invariantes em geometria Riemanniana que caracterizariam o próximo
estágio de desenvolvimento.
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Fonte: wefashionyou.com
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certas hipóteses em detrimento de outras. Albert Einstein (1879-1955), ao contrário
de Poincaré, parte da realidade física e da possibilidade de escolher arbitrariamente
axiomas geométricos que, conjuntamente com as leis físicas, devem confrontar a
experiência. Assim ele acredita que a questão de saber qual geometria concebível
corresponde à geometria do mundo real deve ser decidida experimentalmente.
Fonte: 3.bp.blogspot.com
Fonte: www.culturamix.com
14 Tipo de geometria inventado por Poincaré que não se ocupa de propriedades métricas dos
objetos mas apenas de suas propriedades invariantes por deformações contínuas. Em topologia, o
ponto de vista global é freqüentemente substancialmente mais importante do que o local.
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novos problemas surgiram. S. Cohn-Vossen, W. Blaschke, S. S. Chern e outros
estudaram as propriedades globais relacionando os invariantes Riemannianos com a
topologia das variedades. H. Poincaré, G. Birkhoff, M. Morse, J. Hadamard e E. Hopf
estudaram várias propriedades de geodésicas de diversos pontos de vistas
diferentes. H. Hopf estudou as propriedades globais dos espaços de curvatura
constante e É. Cartan definiu e investigou exaustivamente os espaços simétricos,
uma classe notável de variedades Riemannianas. Através desse esforço
monumental, a geometria Riemanniana foi ligada a diversas áreas de matemática, e
foi reconhecido que a relação entre as propriedades locais determinadas pelas
métricas Riemannianas (e. g. curvatura) e as propriedades globais relacionadas com
a estrutura global da variedade (e. g. invariantes topológicos) são importantes
objetos de investigação (e. g. o teorema de Gauss-Bonnet generalizado). Através da
noção de completude introduzida por H. Hopf e W. Rinow (1931), as noções globais
foram firmemente estabelecidas.
A geometria diferencial que foi desenvolvida durante o período que vai da
época de Riemann até a Segunda Guerra Mundial pode ser chamada de “geometria
Riemanniana clássica”. Ela corresponde mais ou menos ao que é usualmente
lecionado em um primeiro curso de pós-graduação em geometria Riemanniana (a
teoria de superfícies de Gauss faz parte dos currículos de graduação). O texto
básico correntemente em uso, e que contém também a moderna teoria de conexões
criada nos anos 50, é o Foundations of Differential Geometry, em dois volumes, de
S. Kobayashi e K. Nomizu (1963-9).
Um dos resultados mais importantes do pós-guerra é o teorema da esfera que
foi demonstrado através dos sucessivos esforços de H. Rauch, M. Berger,
V. Toponogov e W. Klingenberg entre 1951 e 1961. Aqui, métodos de comparação,
que comparam uma variedade Riemanniana dada com uma variedade Riemanniana
de curvatura constante em termos de alguns invariantes geométricos, foram
desenvolvidos. Desde então esses métodos têm conduzido a outros teoremas
profundos relacionados com a seguinte pergunta: como é o espaço formado por
todas aquelas variedades Riemannianas que estão sujeitas à limitação de
determinados elementos geométricos (como curvatura, diâmetro, volume etc.)? As
idéias de Mikhail Gromov, considerado por muitos o maior geômetra em atividade
(suas idéias ultrapassam as fronteiras da geometria e chegam a ter alcance em
19
outras áreas de matemática, como teoria dos grupos e análise funcional), têm sido
uma das principais fontes promotoras de desenvolvimento recente em geometria
Riemanniana e têm inspirado um sem-número de excelentes jovens geômetras.
Fonte: mathmatterscaddo.weebly.com
Reta r
As retas são representadas por letras minúsculas do nosso alfabeto.
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Plano: A superfície de uma mesa é plana. Imagine que tal superfície,
conservando-se plana, se estenda infinitamente em todas as direções. A
nova superfície assim obtida é um plano. (Imenes & Lellis. Microdicionário
de Matemática. São Paulo: Scipione, 1998).
Plano
Os planos são representados por letras gregas minúsculas.
Por exemplo: α (alfa), β (beta) e γ (gama).
Outras definições geométricas importantes:
Semirreta: Escolhendo-se um ponto sobre uma reta, formamos duas
semirretas:
A reta r
Costuma-se dizer que as semirretas têm começo, mas não tem fim, já que é
uma parte da reta.
Segmento de reta: é uma parte da reta compreendida entre dois de
seus pontos. É representado pelos dois pontos que o limita, estes são
chamados de extremos. Costuma-se dizer que um segmento de reta tem
começo e fim.
Segmento AB
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Ângulo AÔB
Ao nomear um ângulo devemos prestar atenção, pois o ponto de origem
das semirretas, também chamado de vértice do ângulo deve ficar no centro e
apresentar o símbolo ^ que significa ângulo.
As unidades para medir ângulos são chamadas graus e o instrumento
usado para medi-los é o transferidor:
Para utilizá-lo, deve-se colocar seu centro (C) sobre o vértice do ângulo e sua
linha base sobre um dos lados do ângulo. O valor apontado pelo outro lado do
ângulo será igual à medida deste.
Classificação dos ângulos:
Quando um ângulo mede 90º chamamos de ângulo reto.
Como o ângulo de 90º é muito utilizado (é só olhar nos cantos da sala de aula
ou de uma mesa retangular, por exemplo), ao invés de colocar sua medida em
22
Retas (ou segmentos) paralelas: dizemos que duas ou mais retas (ou
segmentos) são paralelos quando a distância entre as retas (ou
segmentos) não se altera.
s
São representadas por r X s.
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4 FIGURAS GEOMÉTRICAS
Fonte: www.escolakids.com
Polígonos:
As figuras geométricas recebem nomes diferentes dependendo da quantidade
de lados que possuem. Abaixo você encontrará alguns desses nomes:
Número de Nome Número de Nome
lados lados
3 Triângulo 7 Heptágono
4 Quadrilátero 8 Octógono
5 Pentágono 9 Eneágono
6 Hexágono 10 Decágono
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2. Paralelogramo: possui lados opostos paralelos.
25
Além do quadrado, diversas outras formas podem ser obtidas, sempre observando
duas regras: todas as peças devem ser sempre usadas e não é permitido sobrepô-
las.
Fonte: portaldoprofessor.mec.gov.br
Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com
Circunferência:
É uma linha fechada onde cada ponto está a uma mesma distância do seu
centro (C).
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6 GEOMETRIA ESPACIAL
Fonte: matematicadegraca.com.br
Vértice
Face
Aresta
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Prisma
As bases são um polígono qualquer e as faces são retangulares.
Exemplos:
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Cilindro
Tem bases circulares.
Esfera
Todos os seus pontos estão a uma mesma distância de seu centro.
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BIBLIOGRAFIA PARA ESTUDOS COMPLEMENTARES
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7 ARTIGO PARA REFLEXÃO
Resumo: O presente artigo relata a investigação, realizada com alunos do 2º ano do Ensino Médio,
abordando a matemática a partir de diferentes situações da realidade do aluno, possibilidade esta
amplamente encontrada na geometria. Partindo dessas situações vivenciadas pelo aluno, é possível
explorar diversos conceitos geométricos, desde o reconhecimento da percepção espacial e
visualização até conceitos mais complexos tratados no ensino médio, não apenas para a matemática
como também para as demais áreas de ensino. Foi utilizado o cinema como ponto de partida,
relacionando-o às artes, à biologia, à arquitetura e a outros aspectos do mundo físico, assim,
pretendeu-se demonstrar aos alunos que a geometria está presente em diversas situações do
cotidiano e que é possível associá-la aos conteúdos trabalhados em sala de aula. Para isso, foram
abordados conceitos relacionados à proporção, número de ouro e sequências. Os alunos interagiram
com o corpo humano, com as obras de arte, com a natureza, com os sólidos e com as figuras
geométricas, realizando observações, medições, construções e cálculos. Por fim, através da
investigação verificou-se que os alunos apresentavam dificuldades de conceituação e visualização
geométrica. Contudo, buscou-se, com a realização das atividades propostas, minimizar as
dificuldades apresentadas e reconstruir conceitos, tornando-os participantes de um ambiente de
aprendizagem significativa.
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Introdução
Estamos imersos num mundo de formas. Para onde quer que se direcione o
olhar, as ideias geométricas estão presentes no mundo tridimensional, seja na
natureza, nas artes, na arquitetura ou em outras áreas do conhecimento. Daí a
constituição da geometria como um dos conteúdos estruturantes para o Ensino
Fundamental e para o Ensino Médio. Essa é ponte que une diferentes conteúdos, é
rica em elementos facilitadores à aprendizagem da álgebra e números. Sabe-se que
a geometria é considerada a ciência do espaço, pois trabalha com formas e
medições, nesse sentido, as Diretrizes Curriculares Estaduais contribuem ao dizer
que “conhecer Geometria implica em reconhecer-se num dado espaço e, a partir
dele, localizar-se no plano”. Essa ciência favorece a percepção espacial e a
visualização, sendo conhecimento relevante para as diferentes áreas, permitindo
que o aluno desenvolva sua percepção, sua linguagem e raciocínio geométrico de
forma a construir conceitos.
Tomando-se por base as experiências da prática pedagógica, verifica-se a
dificuldade dos alunos de Ensino Médio quando se trata da Geometria Espacial, com
relação à visualização, conhecimentos básicos da geometria plana e nas relações
existentes entre as formas. Quando o aluno se depara com cálculos de área e
volume, o entendimento torna-se ainda mais complicado, realiza-os por
mecanização, não entendendo a aplicação em novas situações. Esse fato ocorre
devido à defasagem existente no Ensino Fundamental, em que a geometria nem
sempre é apresentada ao aluno inter-relacionada com os demais conteúdos
estruturantes, como a álgebra e números, torna-se mera ilustração e exemplificação,
sem entendimento de conceitos e propriedades. Em estudos realizados percebe-se
que “na prática, vem sendo dada à geometria menos atenção do que ao trabalho
com outros temas e, muitas vezes confunde-se seu ensino com o ensino de
geometria” afirmação de Almouloud (citado por Machado, 2003, p.125). Buscou-se,
portanto, a abordagem no Ensino Médio, dos conceitos geométricos não
compreendidos anteriormente, partindo de situações do mundo real, de forma que
os alunos desenvolvam sua percepção espacial e a visualização tão necessárias
para que a geometria seja a conexão didática pedagógica da Matemática e demais
áreas do conhecimento.
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A pesquisa teve como proposta resgatar, nos alunos de Ensino Médio, a
visualização, a representação e a interpretação geométrica, presentes nos aspectos
globais e/ou corriqueiros, dessa forma, buscando proporcionar o entendimento
desse conhecimento e a correlação com os conteúdos de sala de aula, utilizando-se
dessas informações para facilitar as relações com as outras áreas da matemática e
diferentes áreas do conhecimento.
Os autores que pontuam a respeito desse tema são Kallef, Lindquist e
Fainguelernt.
A organização do presente texto está abordando num primeiro momento a
definição de geometria, na sequência a relação da autora com o tema, a geometria
no livro didático, as questões da globalização e da informática, os recursos
metodológicos e uma breve síntese da pesquisa.
Geometrias
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geométricas usuais”, aqueles que lembram os sólidos geométricos e que estão ao
nosso alcance. (DCE’s, p.30-31)
Com isso, percebe-se a importância de fazer com que os alunos
desenvolvam um olhar geométrico sobre a realidade de forma a “construir e
apropriar-se de conceitos geométricos abstratos, sobretudo daqueles que se referem
ao objeto geométrico em si”. (idem, p.37).
Concordando com Dienes (1974, p.01), “os conceitos não se ensinam – tudo
que se pode fazer é criar, apresentar situações e as ocorrências que ajudarão a
formá-los”. Assim, é primordial permitir que os alunos façam atividades
experimentais e através de diferentes situações formem os conceitos que serão
utilizados em outros momentos no decorrer de sua aprendizagem.
Vivências em geometria
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que “conceitos, propriedades e questões aritméticas ou algébricas podem ser
clarificados pela geometria, que realiza uma verdadeira tradução para o aprendiz”.
Cabe destacar, conforme Lindquist (1994, p.50), que a geometria não deve
servir apenas como exemplificação, pois se o aluno não visualiza e não entende os
significados do que está vendo, será desnecessária a ilustração geométrica, além de
não atingir o objetivo que é fazer a interrelação entre os conteúdos, pois
O mundo globalizado
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manipuláveis para o desenvolvimento da visualização e da construção de conceitos
geométricos, apontando para a possibilidade da construção de conceitos, utilizando-
se das mídias tecnológicas.
Recursos metodológicos
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está inserido. Conforme afirmado pelas Diretrizes Curriculares Estaduais (p.24),
“pela apropriação do conteúdo matemático, o estudante também se apropria de
conhecimentos que lhe possibilitam criar relações sociais”.
O ensino de matemática relacionado à arte torna-se mais atrativo, criativo e
de encantamento pelo assunto em questão, o que propicia que os alunos tenham
novos olhares sobre essa disciplina.
Esse foi um dos motivos que influenciou o estudo de conceitos matemáticos
envolvidos nas artes, entre eles sólidos e figuras geométricas, proporção e
perspectiva.
Sabe-se que a matemática desenvolve o raciocínio dedutivo e auxilia na
estruturação do pensamento, além disso, também está presente nas diferentes
atividades humanas e áreas do conhecimento. É por isso que se buscou, por meio
desse estudo, associar a arte à matemática.
As artes propiciam a ampliação do universo cultural e da participação social,
tendo em vista que toda produção artística faz parte de um contexto histórico, social,
filosófico, religioso, cultural e político, denunciando violências e injustiças. Segundo
Oliveira (2006, p.20) “a experiência estética que a arte proporciona é uma forma de
felicidade muito especial porque é transformadora. Ela modifica pela emoção que
proporciona”.
Muitos aspectos da matemática estão presentes nas obras de arte de
diversos artistas, nas pirâmides do Egito, em estátuas gigantescas, no Parthenon,
em mosaicos que repetem padrões, no Coliseu com forma circular, entre outros
exemplos.
Contribuindo com essas ideias têm-se a citação de Fainguelernt (2006, p.26)
que diz: “Escher utilizava a matemática como ferramenta que lhe ampliava a
percepção e a exploração”.
De forma a aplicar os conceitos acima apresentados colocou-se em prática a
proposta de investigação, que contemplou a presença do número de ouro nas
proporções do corpo humano, a partir do homem vitruviano citado no filme. Nessa
atividade os alunos tiveram a oportunidade de realizar medições de diferentes partes
do corpo e calcular a razão existente entre essas medidas, chegando-se à razão
áurea que representa a harmonia do corpo humano. Esse estudo das proporções do
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corpo humano é importante para o trabalho realizado por pintores e escultores e foi
iniciado por Leonardo da Vinci.
Após serem feitas as medições, os alunos realizaram um desenho livre do
corpo humano e, posteriormente, um desenho orientado, em que foram indicadas as
proporções do corpo com relação ao tamanho da cabeça.
Tem-se conhecimento de que o corpo humano adulto mede de 7,5 a 8
medidas da cabeça, assim foi possível desenhar uma pessoa, permitindo que seus
braços, pernas, cabeça e outras partes fossem proporcionais e apresentassem
harmonia.
Nas obras de arte e arquitetônicas também se encontra a proporção áurea,
conferindo valor harmônico aos olhos de quem observa. Baseandose na informação
de que diversos artistas utilizam-se da proporção áurea em suas obras, realizou-se
com os alunos, no laboratório de informática, uma pesquisa sobre o assunto.
Em seguida, explorando outros aspectos matemáticos do filme, por meio da
observação do homem vitruviano inscrito em figuras geométricas – o círculo e o
quadrado – foi realizada a atividade de construção do pentagrama e do retângulo de
ouro, os quais surgem na forma de dobraduras e também com utilização de régua e
compasso. A partir dessa atividade, outras figuras geométricas foram sendo
identificadas e exploradas.
A sequência de Fibonacci foi outro aspecto matemático identificado pelos
alunos, ela pode ser obtida iniciando-se com o zero e o um, os números seguintes
originam-se a partir da soma de seus dois antecessores. Ao realizar a divisão de
cada número pelo seu antecessor, percebe-se um valor constante que é o número
de ouro. Com os resultados obtidos criou-se um gráfico, no qual o eixo horizontal
indica os elementos da sequência de Fibonacci, com isso observou-se a constante
que resulta desses valores.
Essa sequência está presente em diversos aspectos da natureza, um dos
exemplos típicos é o problema dos coelhos. Assim, a fim de identificar esse caso,
proporcionou-se aos alunos que realizassem os cálculos do número de coelhos, ao
final de um ano.
Ainda em relação à sequência, mostrou-se aos alunos que é possível
observá-la até mesmo no cotidiano, tendo em vista sua presença nas espirais das
pinhas das coníferas, na disposição das sementes do girassol, na concha dos
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moluscos, na casca do abacaxi, nos brócolis, na disposição e organização das
pétalas nas flores, das folhas nos caules e dos ramos das árvores entre outras
tantos exemplos. Todas essas situações foram exploradas por meio de pesquisas,
em sites que abordavam o assunto.
Além disso, levaram-se, para a sala de aula, objetos concretos como pinhas e
abacaxi para identificação das espirais, de modo que os alunos puderam realizar o
manuseio e observação desses objetos.
Em outra situação, os alunos construíram a espiral em papel quadriculado a
partir da junção de dois quadrados de lado 1, obtendo-se um retângulo de lado 2x1.
Ao anexarem outro quadrado de lado 2, os alunos obtiveram um retângulo de lado
3x2. Eles também anexaram quadrados de lados iguais ao maior dos comprimentos,
dos quais obtiveram a sequência de Fibonacci. Da mesma forma, foi possível
realizarem a construção geométrica da espiral, utilizando-se compasso e régua, isso
pode ser observado na concha de moluscos.
A sequência de Fibonacci e suas relações áureas também foram verificadas
no retângulo áureo, esse de ampla aplicação em diversas áreas, ao realizar a sua
construção geométrica a partir de um quadrado de lado unitário.
Após essas abordagens iniciais, considerou-se que seria importante a
aplicação do teste de Van Hiele, adaptado por Nasser (2006, p. 83-85), citado no
início desse artigo. Esse teste possibilitou a identificação do nível geométrico em
que se encontravam os alunos.
Ele foi aplicado em 3 etapas, pois à medida que avançavam em cada uma
delas, encontravam as respostas do nível anterior. Na primeira etapa, as atividades
propostas apresentam-se no nível de reconhecimento das figuras geométricas,
associando nomes às figuras. Avançando para a etapa 2, agora no nível de análise,
foram analisadas as figuras, conforme suas propriedades. Finalmente, na terceira
etapa, nível de abstração, propiciou-se que fossem compreendidas as inter-relações
entre as figuras geométricas e suas definições.
Buscou-se simultaneamente a abordagem de figuras tridimensionais e
bidimensionais, relacionando-as, inicialmente, aos sólidos geométricos presentes no
filme, identificados ou não pelos alunos. Entre os sólidos geométricos estava a
pirâmide, o cubo, o paralelepípedo, o cilindro e outros.
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Dessa maneira, foi possível fazer com que os alunos recordassem os
polígonos, a partir dos poliedros que foram sendo explorados, por meio da
realização de atividades de identificação de semelhanças e diferenças entre figuras
bidimensionais e tridimensionais diversas, bem como cálculos de área.
A partir dos aspectos encontrados no mundo físico, os alunos construíram a
representação dos sólidos geométricos considerados relevantes para estudos,
principalmente os sólidos geométricos de Platão, com diferentes materiais e que
possuem aplicação prática nas construções, nas embalagens e em outras situações.
Com a representação dos sólidos geométricos, abordou-se a geometria
espacial, partindo-se da visualização dos elementos geométricos e suas relações,
avançando para os cálculos de área total e volume dos poliedros.
Essa proposta fez com que se efetivassem alguns conteúdos como a
geometria não euclidiana: dos fractais, a geometria hiperbólica e esférica. Foram
exploradas questões que são possíveis de serem resolvidas somente pela geometria
não euclidiana, como medições de ângulos em superfícies esféricas e a sua
comparação com a geometria euclidiana, que é trabalhada no currículo escolar.
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Ainda, com esse estudo, foi possível explorar a geometria espacial, assunto
de difícil entendimento pelos alunos, pois se exige que se relacionem os elementos
presentes nos sólidos geométricos.
Portanto, pretendeu-se desenvolver nos alunos, através de diferentes
estratégias, “o olhar geométrico sobre a realidade que os circunda”, fazendo-os
perceber que tudo ao seu redor constitui-se de formas geométricas espaciais e que
a partir delas podem-se explorar os conceitos geométricos, que são abstratos.
No decorrer da proposta, conforme os alunos foram realizando as atividades,
puderam identificar situações conhecidas como sólidos e figuras geométricas; o
homem vitruviano inserido numa figura bidimensional, o pentagrama, mas não
conheciam as proporções do corpo humano. Também puderam identificar a
presença de uma sequência numérica, a sequência de Fibonacci, porém não
percebiam sua relação com as situações do mundo.
Já no que diz respeito à abordagem da geometria tridimensional e
bidimensional foram relembrando conceitos e relações de área e volume; o que foi
favorecido pela construção dos sólidos de Platão e sua planificação, pois a
visualização foi clarificando conceitos importantes nos cálculos de área e volume e
também possibilitou que as outras geometrias ficassem conhecidas.
Conclusão
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Ainda, foi possível despertar nos alunos o gosto pelas artes em suas
diferentes formas, fazer a correlação da matemática com as demais áreas do
conhecimento e demonstrar sua importância para o entendimento das variadas
situações.
Além disso, buscou-se destacar temas que não encontram espaço no
currículo escolar e, assim, fazer os alunos compreenderem que os aspectos
matemáticos, apesar de nem sempre serem percebidos, estão fortemente presentes
no seu cotidiano.
Com tudo isso, pretendeu-se proporcionar aos alunos novos horizontes para
se descobrir as belezas da matemática, por meio do entendimento, de forma efetiva,
da importância da geometria em suas vidas.
Os resultados obtidos, ao serem desenvolvidas as atividades, foram bastante
satisfatórios, tendo em vista que os alunos passaram a se apropriar de
conhecimentos, com os quais poderão criar relações sociais constituídas de
sensibilidade, criatividade e criticidade, características essenciais para
transformação da realidade em que estão inseridos.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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Tradução: Elza F. Gomide.
HADDAD, Denise A. A arte de fazer arte. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.
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TERUYA, Tereza K. Trabalho e Educação na Era Midiática: um estudo sobre o
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2006.
OBRAS CONSULTADAS
IEZZI, Gelson. Matemática e realidade: 7ª série. 5. ed. São Paulo: Atual, 2005.
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