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Hélder Valente Francisco Amir

HISTÓRIA DA GEOMETRIA
Licenciatura em Matemática

Universidade Save
Chongoene
2021
Hélder Valente Francisco Amir

HISTÓRIA DA GEOMETRIA

Trabalho a ser apresentado ao


Departamento de Ciências Naturais e
Exactas, Curso de Licenciatura em
Matemática para o efeito de avaliação,
na cadeira de Geometria Analítica, sob
orientação do MSc. Eduardo
Generoso Macie

Universidade Save
Chongoene
2021
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Índice
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 2

1.1. OBJECTIVOS ..................................................................................................................... 2

1.1.1. OBJECTIVOS GERAIS ............................................................................................. 2

1.2. METODOLOGIA ............................................................................................................... 2

2. HISTÓRIA DA GEOMETRIA ................................................................................................... 3

2.1. CONCEITO DA GEOMETRIA ..................................................................................... 4

3. GEOMETRIA ANALÍTICA................................................................................................... 7

3.1. CONCEITO DA GEOMETRIA ANALÍTICA ................................................................... 7

3.2. PERCURSOR DA GEOMETRIA ANALÍTICA ............................................................ 9

4. CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 10

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 11


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1. INTRODUÇÃO
A geometria está presente na vida quotidiana de todo o cidadão. A todo o momento estamos
utilizando conhecimentos geométricos em nossos afazeres. O estudo da geometria é
indispensável para o pleno desenvolvimento do ser humano, pois ajuda na compreensão do
mundo, desenvolve o raciocínio lógico e proporciona um melhor entendimento de outras
áreas do conhecimento, devido a grande importância que a geometria assume no quotidiano
do individuo. O presente trabalho leva em conta, o historial da origem e evolução da
geometria, os seus ramos, objectos de estudo de cada ramo, seus conceitos e a importância
da geometria.

1.1.OBJECTIVOS

1.1.1. OBJECTIVOS GERAIS


➢ Conhecer a história da Geometria e a sua evolução.

1.1.2. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS


➢ Operar com vectores no plano e no espaço.
➢ Diferenciar todos os ramos da Geometria;
➢ Ser capaz de explicar ou resolver qualquer problema relacionado à Geometria.

1.2.METODOLOGIA
Por metodologia, optou-se em fazer uma análise bibliográfica acerca da temática tratada por
meio de leitura de manuais, fichamento e composição do texto.
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2. HISTÓRIA DA GEOMETRIA
É um assunto que resulta da observação do universo e da sua relação espacial com o Homem.

A origem do termo geometria é uma descrição precisa do trabalho dos primeiros geómetras,
que se interessavam por problemas como medir o tamanho dos campos ou desenhar ângulos
rectos para os cantos dos edifícios. Esse tipo de geometria empírica, que floresceu desde o
segundo milênio a.C no Egipto, na Suméria e na Babilônia associada à medição das Cheias
do Nilo. Foi refinado e sistematizado por gregos.

No séc. VI a.C o matemático Pitágoras lançou a pedra angular na geometria científica ao


mostrar que as várias leis arbitrárias e desconexas da geometria empírica podem ser
deduzidas como conclusões lógicas de um número limitado de axiomas ou postulados. Esses
postulados foram considerados por Pitágoras e seus discípulos como verdades evidentes por
si mesmas; entretanto, no pensamento matemático moderno, eles são vistos como um
conjunto útil, mas arbitrário de suposições.

A fundamentação da geometria inicia-se na Grécia com Tales de Mileto (Teorema de


Tales), mais tarde no séc. VI a.C os pitagóricos, também matemáticos e geómetras, escolhem
o número dez (tetratys) como chave do universo e interpretam o mundo físico discreta e
numericamente.

Mas é com os elementos de Euclides (Séc. III a.C) que a geometria se define como ciência,
de natureza dedutivo-matemática fundamentada em definições, axiomas e postulados
permitindo a elaboração de teoremas. A geometria de Euclides que permanece sem
alterações até ao séc. XIX, constitui-se desta forma como um primeiro modelo de construção
matemática e constitui a designada Geometria Elementar.

A fundamentação da geometria inicia-se na Grécia com Tales de Mileto (Teorema de


Tales), mais tarde no séc. VI a.C os pitagóricos, também matemáticos e geómetras, escolhem
o número dez (tetratys) como chave do universo e interpretam o mundo físico discreta e
numericamente.

Mas é com os elementos de Euclides (Séc. III a.C) que a geometria se define como ciência,
de natureza dedutivo-matemática fundamentada em definições, axiomas e postulados
permitindo a elaboração de teoremas. A geometria de Euclides que permanece sem
alterações até ao séc. XIX, constitui-se desta forma como um primeiro modelo de construção
matemática e constitui a designada Geometria Elementar.
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No entanto alguns problemas geométricos como o da duplicação do cubo, a trissecção do


ângulo e a quadratura do circulo terão levado, provavelmente os gregos, a estudar as cónicas,
estudo que seria retomado por Descartes no séc. XVII, com a Geometria Analítica, depois
continuada por Fermat.

Embora a formulação do número irracional venha incompatibilizar as exigências de


comensurabilidade definidas no teorema de Pitágoras o problema é ultrapassado pela
metodologia de resolução proposta pela Geometria Euclidiana, e é no séc. XVII que se
verifica a sua reconciliação com a teoria dos números, por recurso à Análise Matemática.

A Geometria Analítica permitiu uma representação formal das propriedades das figuras
geométricas em de quantificação de dimensões, o que implica o conceito de medida
(propriedades métricas), através da definição de eixos e coordenadas.

Também o estudo das cónicas iniciadas pelos gregos e desenvolvido por Desargues
(1593/1662) e Pascal (1623/62) veio proceder a constituição da geometria projectiva onde o
domínio da perspectiva se revela fundamental.

Em 1799 Gaspard Monge (1746/1818) desenvolve e apresenta a Geometria Descritiva cujo


objecto se fundamenta na representação plana (2D) de figuras existentes no espaço em 3D.
Recorre a vários métodos como a geometria cotada, a representação axonométrica e a
representação icónica. No âmbito da geometria descritiva assenta na resolução até então
inviável da possibilidade de desenhar no plano e de forma inequívoca formas do espaço, e
por conseguinte resolver problemas gráficos de representação de formas espaciais com
particular interesse para a arquitectura.

Ainda no âmbito da problemática do espaço poder-se-á afirmar que a Geometria retoma a


sua génese, e é precisamente neste sentido que várias personalidades da ciência se debruçam
sobre a validade do postulado de Euclides. São de destacar Labatchefsky (1793/1856) e
Riemann (1826/66), criando as chamadas Geometrias Não-Euclidianas em que a não de
espaço é mediada, isto é, pensada.

2.1.CONCEITO DA GEOMETRIA
O termo “geometria” deriva do grego geo = terra + metria = medida que significa medição
de terra, é o ramo da matemática que lida com as propriedades do espaço. Em sua forma mais
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elementar, a geometria se preocupa com problemas métricos, como o cálculo da área e do


diâmetro de figuras planas e da superfície e volume de corpos sólidos.

O objecto de estudo da geometria é a medida das formas.

2.2.IMPORTÂNCIA DA GEOMETRIA
Ao observarmos as tarefas realizadas pelas pessoas no seu dia-a-dia percebemos que a
matemática é necessária para executar a maioria das tarefas. A geometria é parte essencial da
matemática, sua importância é inquestionável tanto pelo ponto de vista prático quanto pelo
aspecto instrumental na organização do pensamento lógico, na construção da cidadania, na
medida em que a sociedade cada vez mais se utiliza de conhecimentos científicos e recursos
tecnológicos, dos quais os cidadãos devem se aprimorar.

Segundo (FONSECA, LOPES, & At all, 2001), ela está relacionada com a formação humana,
pois promove valores culturais e estéticos, onde o aluno poderá compreender e apreciar
construções e trabalhos artísticos feitos pelo homem e pela natureza.

Segundo (FAINGUELERNT, 1999)), a geometria é usada como ferramenta para


compreender, descrever e interagir com o espaço em que vivemos; é a parte da matemática
mais intuitiva, concreta e que tem ligação com a realidade, uma ciência que permite ao aluno
basear-se em ambientes reais para entender o pensamento geométrico, pois ela contribui para
o desenvolvimento do raciocínio e permite compreender, descrever e representar, de forma
organizada, o mundo em que vive sendo essencial na formação do individuo.

Para (FONSECA, LOPES, & At all, 2001), o ensino da geometria é de grande importância,
considerando o desenvolvimento de habilidades e competências, a percepção e a melhor
compreensão na resolução de problemas, pois o ensino da geometria oferece uma imensa
oportunidade ao aluno, de olhar, comparar, medir, generalizar e abstrair, desenvolvendo o
pensamento lógico.

2.3.RAMOS DA GEOMETRIA
Os ramos da geometria são:

• Geometria Analítica é o ramo da geometria que permite a representação formal das


propriedades das figuras geométricas em de quantificações de dimensões, o que
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implica o conceito de medida (propriedades métricas), através da definição de eixos


e coordenadas. O seu objecto de estudo são eixos e coordenadas;
• Geometria Não-Euclidiana - o ramo da geometria que não aceita todos os
postulados e axiomas da Geometria Euclidiana;
• Geometria Esférica - representa objectos e dimensões no espaço esférico;
• Geometria Projectiva - estuda propriedades descritivas da geometria geométrica.
• Geometria Complexa - resolução de números complexos;
• Geometria Descritiva - é o ramo da geometria que tem como objectivo o estudo de
objectos tridimensionais mediante projecções desses sólidos em planos;
• Geometria Plana - também chamada de Geometria Euclidiana estuda o plano e o
espaço baseando-se nos postulados de Euclides;
• Geometria Fractal - estuda as propriedades e comportamentos de figuras mais
complexas que a geometria euclidiana (ou dimensão topológica) abrange, descreve
situações que podem ser descritas pela geometria euclidiana, por está falhar
nestes casos; e a
• Geometria Espacial - realiza o estudo de figuras tridimensionais. Nesse ramo, é
possível calcular o volume de um sólido geométrico.
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3. GEOMETRIA ANALÍTICA
A Geometria Analítica surgiu muito posteriormente com Descartes (1596-1650) no século
XVII. Em seu livro O discurso do método, publicado em 1637, Descartes se propõe a
encontrar um método capaz de resolver qualquer problema. Numa primeira etapa, ele duvida
de todas as coisas e depois procura aquelas verdades que são claras e distintas. Em seguida,
procura estudar as coisas desconhecidas comparando-as com as verdades claras e distintas.
Como apêndices a O discurso do método, Descartes elabora três aplicações para ilustrar seu
método: a geometria, a dióptrica e os meteoros. É em A geometria que Descartes inventa a
nova geometria, a Geometria Analítica.

3.1. CONCEITO DA GEOMETRIA ANALÍTICA


É o ramo da geometria que permite a representação formal das propriedades das figuras
geométricas em de quantificações de dimensões, o que implica o conceito de medida
(propriedades métricas), através da definição de eixos e coordenadas.

O seu objecto de estudo são funções no plano Cartesiano e coordenadas;

Figura 1. As rectas y = x e y = x+1

Para Descartes, as verdades claras e distintas, no caso da geometria, são os segmentos que
ele, como os gregos anteriormente, identifica com os números. Na consideração de um certo
problema, diz ele, devemos escrever a equação que liga os segmentos conhecidos aos
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desconhecidos e a partir delas resolver os problemas. Ele observa que a geometria é “difícil”
e a álgebra “fácil”, e que seu método, nesse caso, se limitava a resolver os problemas difíceis
que os gregos haviam proposto pela álgebra, mais clara e fácil de manipular.

Vamos considerar um exemplo simples.

Exemplo 1. Considere as rectas dadas pelas equações

y=x e y=x+1

Estamos interessados nos pontos do plano que satisfazem simultaneamente as duas equações.
Substituindo a primeira equação na segunda temos x = x + 1 e logo 1 = 0! Logo, as duas
equações não possuem soluções em comum. Nesse caso, a tradução que Descartes procurava
da álgebra para a geometria é que a ausência de soluções em comum significa que as rectas
são paralelas. Veja a Figura 1.

Vamos fazer uma revisão da Geometria Analítica no plano.

Figura 1.1: Bijecção entre pontos do plano e pares ordenados.


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3.2.PERCURSOR DA GEOMETRIA ANALÍTICA


René Descartes

René Descartes nasceu em La Haye na França em 1596 e morreu em Estocolmo na Suíça em


1650. Era advogado formado pela Universidade de Poitiers, mas formou-se apenas para
satisfazer seu pai. De fato, assim que recebeu o diploma ele o entregou ao pai e saiu de casa
para alistar-se como militar voluntário do exército de Maurício de Nassau em 1616. Durante
os doze anos seguintes, ele peregrinou pela Europa estudando tudo o que lhe caia nas mãos.

Descartes foi um grande filósofo no sentido mais amplo da palavra, ele era um “amigo do
conhecimento”. As conquistas de Descartes na Geometria Analítica são, ao mesmo tempo,
superestimadas e subestimadas. São superestimadas porque nada, nem mesmo o plano que
leva seu nome (cartesiano) foi ideia originalmente dele, se muito podemos dizer que ele
reconfigurou conhecimentos muito mais antigos. Elas são também subestimadas porque não
são reconhecidas pelo que realmente são: tudo que Descartes fez na Geometria Analítica foi
do ponto de vista de um professor, não de um matemático. É claro que ele tinha
conhecimentos matemáticos profundos, mas sua real contribuição reside na didáctica em
ensinar esses conhecimentos.

Até Descartes escrever “O Discurso do Método”, em 1637, o conhecimento era passado e


apreendido assistematicamente. Não existia, literalmente, “método” para o ensino de
qualquer ciência. Quem se atrevia a ensinar, o fazia arbitrariamente e os autodidactas
povoavam a Europa. Por sua obra-prima talvez fosse mais conveniente chamar Descartes de
o “Pai da Metodologia Moderna”.
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4. CONCLUSÃO
Através deste trabalho foi possível observar que no decorrer da história, a necessidade de
medir e de conhecer a forma foi se tornando cada vez maior.

E de facto, a geometria teve a sua fundamentação na Grécia pelo Tales de Mileto (Teorema
de Tales), e mais tarde no séc. VI a.C. os pitagóricos também matemáticos e geómetras.

A Geometria acabou tendo vários ramos como a geometria analítica e a geometria euclidiana,
e no séc. III a.C. quando Euclides com os seus elementos a Geometria é definida como
ciência. A geometria fez e sempre fará parte do quotidiano do Homem.
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AVRITZER, D. (2006). Elementos de geometria analítica. Uma visão. Belo Horizonte:
Editora UFMG.

BRITO, A. J., & CARVALHO, D. L. (2005). História da Matemática em Actividades


Didáticas: Utilizando a História no Ensino da Geometria. Natal: EDUFRN.

FAINGUELERNT, E. K. (1999). Educação Matemática: Representação e Construção Em


Geometria. Porto Alegre: Artmed.

FONSECA, M. D., LOPES, M. D., & At all. (2001). O ensino da geometria no ensino
fundamental: Três questões para formação do professor de Matemática dos ciclos
iniciais. Belo Horizonte: Autêntica.

LIPSCHUTZ, S. (1971). Algebra Linear. Rio de Janeiro: McGraw-Hill do Brasil Ltda.

RIBEIRO, C. T. (1991). Geometria Projectiva. Praceta da República: Europress, Editores e


Distribuidores de Publicações.

SANTOS, R. J. (2003). Um curso de geometria analítica e álgebra. Belo Horizonte:


Imprensa Universitária da UFMG.

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