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RESUMO – DIREITO DO TRABALHO confecção de uma 

obra mestra. Os companheiros eram


trabalhadores livres que recebiam salários dos mestres,
Introdução ao Direito do Trabalho tratando-se de grau intermediário surgido no século XIV.  Os
aprendizes eram menores que recebiam dos mestres o
 O Direito do Trabalho é o ramo do Direito que trata ensinamento metódico do ofício ou profissão, podendo
da relação que existe entre o trabalhador e seu passar ao grau de companheiro se superassem as dificuldades
empregador. dos ensinamentos. A pesar da existência de maior liberdade
ao trabalhador, a relação das corporações com os
 Trabalhador: pessoa considerada empregada que se
trabalhadores era de tipo autoritário, sendo mais destinada à
dedica à uma forma de subordinação.
realização de seus interesses do que à proteção destes.
 Empregado: toda pessoa física que realiza serviços Ainda na sociedade pré-industrial, verifica-se a locação de
de forma não eventual a um empregador em serviços e locação de mão de obra ou empreitada.
caráter de dependência mediante salário. Com a Revolução Francesa foram suprimidas as corporações
 Empregador: toda pessoa física ou jurídica que de ofício, tidas como incompatíveis com o ideal de liberdade
emprega uma pessoa para prestação de individual da pessoa. No liberalismo, o Estado não deveria
intervir na área econômica.
serviços ,com não eventualidade e com
Na realidade, o Direito do Trabalho surge com a sociedade
subordinação. O empregador deve ser impessoal, industrial e o trabalho assalariado.
deve compreender a responsabilidade do contrato A Revolução Industrial, ocorrida no Século XVIII, foi a
de trabalho e somente poderá reduzir o salário dos principal razão econômica que acarretou o surgimento do
funcionários caso haja decisão sindical. Direito do Trabalho, com a descoberta da máquina a vapor
como fonte de energia, substituindo-se a força humana. A
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO DO TRABALHO, GERAL E necessidade de pessoas para operar as máquinas a vapor e
NO BRASIL. têxteis impôs a substituição do trabalho escravo, servil e
  corporativo pelo trabalho assalariado.
O direito do trabalho é de formação legislativa e Alguns autores como Granizo e Rothvoss e também
relativamente recente. O trabalho porem, é tão antigo defendido por GODINHO – 2009, trás uma tipologia bastante
quanto o homem. utilizada em manuais de Direito do Trabalho que consiste em
Em todo o período remoto da história, o homem primitivo é na existência de quatro fases principais na evolução do
conduzido direta e amargamente pela necessidade de Direito do Trabalho: formação, intensificação, consolidação e
satisfazer a fome e assegurar sua defesa pessoal. Ele caça, autonomia.
pesca e luta contra o meio físico, contra os animais e contra A fase de formação estende-se de 1802 a 1848, tendo seu
seus semelhantes. A mão é o instrumento do seu trabalho. momento inicial no Peel’s Act, (Lei de Peel) do início do
Nesta época não “trabalho” como conhecemos atualmente, século XIX na Inglaterra, que trata basicamente de normas
mas sim a constante luta pela sobrevivência. protetivas de menores, esse diploma legal inglês voltado a
Apenas muito tempo depois é que se instalaria o sistema de fixar certas restrições à utilização do trabalho de menores As
troca e o regime de utilização, em proveito próprio, do Leis dessa fase visavam basicamente reduzir a violência brutal
trabalho alheio. da superexploração empresarial sobre mulheres e menores.
O trabalho escravo é a mais expressiva representação do Leis essas de caráter humanitário, de construção
trabalhador na idade antiga (4.000 a.C, a “coisificação” do assistemática. O espectro normativo trabalhista ainda é
trabalhador). disperso, sem originar um ramo jurídico próprio e autônomo.
Durante a Idade Média existiam três tipos básicos de A segunda fase (intensificação) situa-se entre 1848 e 1890,
trabalhadores: tendo como marcos iniciais o “Manifesto Comunista de 1848“
v  Os vassalos, subjugados por contrato ao senhor feudal; e, na França, os resultados da Revolução de 1848, como a
v  Os servos da gleba, quase escravos, que podiam inclusive instauração da liberdade de associação e a criação do
ser vendidos, dados ou trocados por outros servos e Ministério do Trabalho.
mercadorias; A terceira fase (consolidação) estende-se de 1890 a 1919.
v  Os Artesãos, que trabalhavam por conta própria e vendiam Seus marcos iniciais são a Conferência de Berlim (1890) e a
sua mercadoria. Encíclica Católica Rerum Novarum (1891) – Papa Leão XIII.
Pouco a pouco o trabalhador ressurgiu, na superfície da Essa Encíclica fez uma ampla referência à necessidade de
História, com uma característica nova: passou a ser pessoa, uma nova postura das classes dirigentes perante a chamada
muito embora seus direitos subjetivos fossem limitadíssimos. “Questão Social”, que trazia em seu texto as obrigações de
Em fase posterior, mas ainda dentro da Idade Média, patrões e empregados, enfatizando o respeito e a dignidade
verificamos um fato que se assemelha ao sindicalismo da classe trabalhadora, tanto espiritual quanto fisicamente,
contemporâneo: surgiram naquela ocasião, e isso jamais por outro lado, o operário deveria cumprir fielmente o que
ocorrera antes, em oposição, entidades representativas de havia contratado, nunca usar de violência nas suas
produtos e de trabalhadores. Ambas se puseram frente a reivindicações, ou usar de meios artificiosos para o alcance de
frente, em nome de interesses opostos. A luta de classes, a seus objetivos.
partir daí começou a ser deflagrada através de organizações A quarta e última fase (autonomia) do Direito do Trabalho,
representativas dos contendores como na era moderna do tem início em 1919, estendendo-se às décadas posteriores do
sindicalismo. século XX. Suas fronteiras iniciais estariam marcadas pela
Na Idade Média, com as corporações de ofício, observam-se criação da OIT (1919) e pelas Constituições do México (1917)
três modalidades de membros. Os mestres eram e da Alemanha (1919).
proprietários das oficinas, já tendo sido aprovados na
Com o término da Primeira Guerra Mundial, surge o HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO NO
chamado Constitucionalismo social, significando a inclusão, BRASIL
nas Constituições, de disposições pertinentes à defesa de  
interesses sociais, inclusive garantindo direitos trabalhistas. No Brasil, o Direito do Trabalho foi influenciado por fatores
A primeira Constituição que dispôs sobre o Direito do externos e internos:
Trabalho foi a do México, de 1917. O seu artigo 123  
estabelecia: a jornada diária de 8 horas; a jornada máxima INFLUÊNCIAS EXTERNAS
noturna de 7 horas; a proibição do trabalho de menores de  
12 anos; a limitação da jornada de menor de 16 anos para 6 Dentre as influências advindas de outros países e que
horas; o descanso semanal; a proteção à maternidade; o exerceram, de certo modo, alguma pressão no sentido de
direito ao salário mínimo; a igualdade salarial; a proteção levar o Brasil a elaborar leis trabalhistas, sublinhem-se as
contra acidentes no trabalho; o direito de sindicalização; o transformações que ocorriam na Europa e a crescente
direito de greve, conciliação e arbitragem de conflitos; o elaboração legislativa de proteção ao trabalhador em muitos
direito à indenização de dispensa e seguros sociais. países. Também pesou o compromisso internacional
A segunda Constituição a trazer disposições sobre o referido assumido pelo nosso país ao ingressar na Organização
tema foi a da Alemanha Republicana de Weimar, (República Internacional do Trabalho, criada pelo Tratado de Versalhes
esta instalada na Alemanha logo após a Primeira Guerra (1919), propondo-se a observar normas trabalhistas.
Mundial (1918), tendo seu marco final o ano de 1933) de  
1919, com repercussão na Europa, disciplinando: a INFLUÊNCIAS INTERNAS
participação dos trabalhadores nas empresas; a liberdade de  
união e organização dos trabalhadores para a defesa e Os fatores internos mais influentes foram:
melhoria das condições de trabalho; o direito a um sistema v  O movimento operário, que participaram imigrantes com
de seguros sociais; o direito de colaboração dos inspirações anarquistas, caracterizados por inúmeras greves
trabalhadores com os empregadores na fixação dos salários e em fins de 1800 e início de 1900;
demais condições de trabalho, bem como a representação v  O surto industrial, efeito da Primeira Grande Guerra
dos trabalhadores na empresa. Mundial, com a elevação do número de fábricas e de
Ainda em 1919, o Tratado de Versalhes, assinado pelas operários – em 1919 havia cerca de 12.000 fábricas e 300.000
potências mundiais européias que encerrou oficialmente a operários;
Primeira Guerra Mundial. O principal ponto desse Tratado v  E a política trabalhista de Getúlio Vargas (1930).
determinava que a Alemanha aceitasse todas as A Constituição de 1824, seguindo o liberalismo, aboliu as
responsabilidades por ela causadas, durante a guerra e que corporações de ofício (art. 179, n. 25), devendo haver
sob os termos dos artigos 231 – 247, fizessem reparações a liberdade de exercício de profissões.
certo número de nações da Tríplice Entente. (A Tríplice Observa-se a presença do trabalho escravo, até a Lei Áurea,
Entente foi uma aliança militar feita entre de 13 de maio de 1888, quem aboliu a escravidão no Brasil. –
a Inglaterra, França e o Império Russo para lutarem LEI TRABALHISTA MAIS IMPORTANTE ATÉ HOJE
na Primeira Guerra Mundial contra o pangermanismo e as PROMULGADA NO BRASIL.
expansões alemãs e austro-húngaras pela Europa). É nesse A Constituição de 1891 reconheceu a liberdade de associação
Tratado que é previsto a criação da Organização Internacional em seu artigo 72, § 8º, de forma genérica.
do Trabalho – OIT, com sede em Genebra e composta pela A primeira Constituição brasileira a ter normas específicas de
representação permanente de 10 países, dentre os quais, o Direito do Trabalho foi a de 1934, como influência do
Brasil. Somente em 1946 é consolidada a vinculação da OIT à constitucionalismo social.
ONU, como instituição especializada para as questões A Constituição de 1937 expressa a intervenção do Estado,
referentes à regulamentação internacional do trabalho. Em com características do sistema corporativista. Foi instituído o
Conferência Internacional do Trabalho de 1946, foi aprovado sindicato único, vinculado ao Estado, e proibia a greve, vista
o novo texto da Constituição da OIT, com a integração da como recurso anti-social e nocivo à economia.
Declaração de Filadélfia (declaração realizada na Conferência A CRFB/1937 era corporativista, inspirada na Carta Del
Geral da OIT, em Filadélfia, com fins e objetivos da OIT, bem Lavoro (1927) e na Constituição Polonesa. Logo, o Estado, iria
como dos princípios nos quais se deveria inspirar a política de intervir nas relações entre empregados e empregadores, uma
seus membros). vez que o estado liberal tinha se mostrado incapaz.
A Carta Del Lavoro, de 1927, da Itália, instituiu um sistema A existência de diversas leis esparsas sobre Direito do
corporativista, servindo de inspiração para outros sistemas Trabalho impôs a necessidade de sua sistematização, por
políticos, como Portugal, Espanha e Brasil. No corporativismo, meio da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo
o objetivo era organizar toda a economia e a sociedade em Decreto-lei 5.452, de 1º de maio de 1943, que não é um
torno do Estado, promovendo o chamado interesse nacional, código propriamente, pois sua principal função foi apenas de
interferindo e regulando todos os aspectos das relações entre reunir as leis trabalhistas existentes.
as pessoas. Nesse modelo, os sindicatos não tinham A Constituição de 1946 reestabeleceu o direito de greve,
autonomia, estando à organização sindical vinculada ao rompendo, de certa forma, com o corporativismo da Carta de
Estado. 1937, passando a trazer elenco de direitos trabalhistas
Ainda no plano internacional, a Declaração Universal dos superior àquele das Constituições anteriores.  Nesta
Direitos Humanos, de 1948, também prevê diversos direitos Constituição (1946) encontramos a participação dos
trabalhistas, como férias remuneradas, limitações de jornada, empregados nos lucros, repouso semanal remunerado,
etc. estabilidade, etc.
  No plano infraconstitucional, cabe fazer menção, entre
outras: à Lei 605, de 05 de janeiro de 1949, dispondo sobre o
repouso semanal remunerado e remuneração de feriados; à Mais à frente, a Constituição confirmará essa intenção, ao
Lei 2.757, de 26 de abril de 1956, que dispõe sobre a situação acentuar a importância das convenções e acordos coletivos
dos empregados porteiros, zeladores, faxineiros e serventes (Artigos. 7º, XXIV, e 8º, VI, CF/88).
de prédios de apartamentos residenciais; à Lei 3.207, de 18
de julho de 1957, regulamentando as atividades dos Fontes Formais e Materiais do Direito do Trabalho
empregados vendedores-viajantes; à Lei 4.090, de 13 de julho
de 1962, que instituiu a gratificação de natal (décimo terceiro As fontes normativas podem ser compreendidas como a
salário). origem de um determinado direito. Nessa linha, as fontes do
A Constituição de 1967 manteve os direitos trabalhistas das direito constituem duas vertentes para exame do tema:
Constituições anteriores e ratificando principalmente a a) as circunstâncias que foram determinantes para a criação
anterior, com as Leis 5.859/1972 (trazendo e do direito;
regulamentando direitos para as empregadas domésticas); a
Lei 5.889/1973 (trabalhador rural) e a Lei 6.019/1974 b) as disposições normativas que expressam o conteúdo do
(regulamentando as atividades do trabalhador temporário). direito.
Além dos referidos direitos, essa Constituição passou a prever Quanto ao primeiro aspecto, temos as fontes materiais, que
o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, que havia sido correspondem aos fatos sociais, econômicos, políticos,
criado pela Lei 5.107, de 13 de setembro de 1966. A Emenda culturais, religiosos, biológicos, etc, que provocaram a
Constitucional n. 1, de 17 de outubro de 1969, não alterou os edição de uma determinada regra jurídica. Já o segundo
direitos trabalhistas previstos na Constituição de 1967. aspecto revela as fontes formais, correspondentes
  aos dispositivos normativos que revelam a existência de um
A CARTA CONSTITUCIONAL DE 1988 E TRANSIÇÃO determinado direito. Como exemplo, podemos citar a
DEMOCRÁTICA JUSTRABALHISTA limitação de jornada a 8 horas diárias e 44 horas semanais. As
  fontes materiais desse direito correspondem às
O sistema jurídico brasileiro tradicional sempre teve o condão reivindicações dos trabalhadores por melhores condições de
de elidir ou delimitar, substantivamente o espaço aberto à trabalho, bem como a fatores biológicos que apontam a
construção jurídica própria pelos grupos sociais. Nesse ponto necessidade de limitação da jornada como forma de
o Direito do Trabalho, no Brasil, não respondeu, positiva e preservação da saúde do trabalhador. Já a fonte formal do
satisfatoriamente (em contraponto às matrizes democráticas direito à limitação da jornada corresponde ao artigo 7º, XIII,
dos países centrais), ao problema teórico da equação da Constituição Federal, que explicita tal regra.
diferenciação/conflito. Muito menos abriu espaço à ação
jurígena (criadora do direito) autônoma dos grupos sociais e à Por outro lado, as fontes formais podem ser divididas em
autoadministração dos conflitos intrassocietários. autônomas, quando provenientes dos próprios sujeitos
De fato, no modelo jurídico brasileiro tradicional jamais foi participantes da relação de trabalho, ou heterônomas,
decisivo o papel da negociação coletiva e seus instrumentos quando a norma jurídica é elaborada por um terceiro, alheio
clássicos (convenção coletiva do trabalho, contrato coletivo e à relação de trabalho. Assim, podemos apresentar a seguinte
acordo coletivo) a par de outros mecanismos de classificação:
normatização autônoma – como aqueles ínsitos à a) fontes materiais: fatores econômicos, sociais, políticos,
representação obreira na empresa. Em termos comparativos, culturais, religiosos, biológicos, que influenciaram a produção
enquanto no padrão justrabalhista democrático dos países da norma;
centrais há uma hegemonia das formas de autoadministração
dos conflitos sociais, na história justrabalhista brasileira b) fonte formal autônoma: contrato de trabalho,
sempre preponderou uma dominância inconteste da regulamento de empresa, acordo coletivo de trabalho e
sistemática de heteroadministração dos conflitos sociais, convenção coletiva de trabalho,
fundada no Estado. c) fonte formal heterônoma: Constituição Federal, leis,
A Carta de 1988 trouxe, nesse quadro, o mais relevante medidas provisórias, tratados internacionais (em especial as
impulso já experimentado na evolução jurídica brasileira, a convenções da Organização Internacional do Trabalho),
um eventual modelo mais democrático de administração dos normas regulamentares e decretos do Ministério do Trabalho
conflitos sociais no país. Impulso relevante, se cotejado com a e Emprego, sentença normativa (proveniente do julgamento
história anterior do Direito Laboral pátrio. Impulso tímido, se de dissídio coletivo).
comparado com as experiências dos países centrais. Impulso
contraditório, se posto à análise com diversos outros Lembramos, ainda, que o art. 8º da CLT aponta como
dispositivos da mesma Constituição, que parecem indicar em solucionar as lacunas do direito do trabalho, situação que
sentido inverso à autonormatização social e à própria pode ser explorada no exame de Ordem como métodos de
democratização do Direito do Trabalho. integração da norma trabalhista ou identificação das fontes
A Constituição de 1988 inova – de modo muito destacado – supletivas e subsidiárias do direito do trabalho:
perante todas as Cartas anteriores ao estatuir que todo o CLT, Art. 8º – As autoridades administrativas e a Justiça do
poder emane do povo, que o exercerá por meio de seus Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais,
representantes eleitos ou diretamente. Ora, à medida que se decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia,
sabe que a norma jurídica é a consumação de um processo por equidade e outros princípios e normas gerais de direito,
político bem-sucedido, pode-se concluir que pretendeu principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo
também a Constituição valorizar formas autônomas de com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre
exercício do poder, não apenas através de instrumentos de maneira que nenhum interesse de classe ou particular
políticos clássicos (ainda que raramente utilizados na história prevaleça sobre o interesse público.
brasileira, como o plebiscito e referendo – art. 14 CF/88).
Parágrafo único – O direito comum será fonte subsidiária do eficácia no espaço, que diz respeito à vigência da lei de um
direito do trabalho, naquilo em que não for incompatível com país fora de seu território. 
os princípios fundamentais deste.
Significa que, dentro do território nacional as relações de
Então, dessa norma, podemos estabelecer que, além das
trabalho, tanto de nacionais como de estrangeiros, são
fontes formais típicas do Direito do Trabalho, integrantes de
regidas pela mesma lei, ou seja, a regra básica é que no
disposições legais ou contratuais, os conflitos podem ser
território nacional, quanto às relações do trabalho, aplica-se
resolvidos pela utilização das seguintes fontes supletivas ou
a lei brasileira. Há exceções, quanto ao trabalho técnico
subsidiárias, e sempre de maneira que nenhum interesse de
estrangeiro, em relação à sua remuneração em moeda
classe ou particular prevaleça sobre o interesse público:
estrangeira.
a) jurisprudência;
Terceiro, a aplicação territorial, que significa que a lei é
b) analogia;
federal e o raio de atuação territorial é o Brasil, incluindo
c) equidade; todos os tipos normativos previstos no processo legislativo do
art. 59 da CF, com exceção da aplicação das sentenças
d) princípios e normas gerais de direito, principalmente do
normativas, que são emitidas pelos Tribunais Regionais do
direito do trabalho;
Trabalho, que corresponde aos limites territoriais da
e) usos e costumes; jurisdição do tribunal.
f) direito comparado;
Finalmente, o critério das pessoas às quais se destinam as
g) direito comum (naquilo que não for incompatível com os normas trabalhistas, que são aquelas excluídas da proteção
princípios do direito do trabalho). do Direito do Trabalho. Podemos citar como exemplo o
servidor público estatutário, cujas normas trabalhistas não
Aplicação da Lei Trabalhista no Tempo e no Espaço
são aplicáveis, porém, há uma nítida tendência do legislador
A expressão “aplicação do Direito” reflete o processo de
em rever a forma de contratação na área da Administração
incidência da norma jurídica abstrata sobre determinado caso
Pública, com a adoção do regime celetista. 
concreto. Após a constatação do fato em face da realidade
social, o operador do direito passa a fazer sua apreciação de
Temos também o estagiário, que é regulado pela Lei n°
acordo com as normas e princípios inseridos no ordenamento
6.494/77 e ainda o empregado doméstico, que é regido pela
jurídico.
Lei n°10.208/2001. Os direitos outorgados aos domésticos
pelo legislador constituinte devem ser aplicados de acordo
A aplicação das normas jurídicas resulta da coexistência de
com a regulamentação infraconstitucional preexistente, ou
diferentes tipos de regras produzidas por meio de fontes
seja, “os direitos que a Constituição concedeu genericamente
estatais e não estatais e da dinâmica que apresenta essa
aos domésticos devem ser aplicados com a regulamentação
plurinormatividade, na medida da sua constante renovação e
das leis que já os contemplam”. 
das naturais dúvidas que, em cada caso concreto, surgem na
tarefa de escolher qual é a norma que deve ser aplicada. 
Princípios Gerais do Direito do Trabalho
Os problemas decorrentes da multiplicidade de fontes e de
normas existem e procuram ser resolvidos pelo Direito do
Princípios, na linguagem jurídica, são “proposições gerais
Trabalho, uma vez que é necessário manter a coerência do
inferidas na cultura e ordenamento jurídicos que conformam
sistema, que é uma questão de hierarquia, afastando as
a criação, revelação, interpretação e aplicação do direito”,
antinomias entre as normas. 
segundo Maurício Godinho Delgado. Ou seja, são bases gerais
que devemos seguir na hora de criar, interpretar ou aplicar
Encontrar meios para resolver o caso concreto quando não
uma lei.
há no ordenamento uma norma específica para ele, que é o
Por causa dos princípios, temos alguns dos direitos
problema da integração das lacunas, e compreender o
trabalhistas básicos assegurados, como o FGTS e o seguro
significado das diretrizes que estão contidas nas normas, que
desemprego. Vale lembrar que é graças a esse sistema que
é a sua interpretação, sendo esses os aspectos nucleares da
garantimos a eficácia da Justiça do Trabalho, já que estes
aplicação do Direito do Trabalho.
princípios são usados para dar base aos resultados
provenientes do mesmo.
A doutrina aponta quatro critérios: o primeiro é a aplicação
Podemos dizer que os princípios têm três funções
no tempo, que diz que as normas jurídicas trabalhistas são
principais: instrutiva, interpretativa e normativa.
regidas pelos Princípios da Irretroatividade e do Efeito
Instrutiva: função de nortear o legislador para que este
Imediato, ou seja, a lei trabalhista não alcança os atos que
proponha leis que estejam alinhadas com os valores
foram praticados antes de sua vigência. A lei não retroage
defendidos pelos princípios. Estas propostas devem sempre
para prejudicar a coisa julgada, o direito adquirido e o ato
estar em concordância com os princípios constitucionais,
jurídico perfeito, como prevê o art. 5°, XXXVI da CF.
além dos propostos em cada ramo do direito.
Interpretativa: auxiliar diretamente os aplicadores do direito
A lei nova revoga a anterior, porém, não se aplica aos
e a magistratura no momento de tomar decisões em relação
contratos de trabalho já findos ou aos atos jurídicos
aos processos da justiça do trabalho.
praticados nos contratos em curso (atos jurídicos perfeitos).
Normativa (Integrativa – art. 8º, CLT) – os princípios também
Segundo, a aplicação da lei no espaço. Em matéria trabalhista
têm uma função integrativa. Isso significa que eles servem
prevalece o princípio da territorialidade. É a questão da
para preencher uma suposta lacuna em situação que não está
prevista em lei. Nestes casos, pode-se usar um princípio para geralmente por conta de um momento complicado da
dar base à decisão do Judiciário. empresa e sempre pensando em garantir que esta manobra
1) PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO – O PRIMEIRO DOS PRINCÍPIOS irá salvar suas operações e manter seus postos de trabalho.
DO DIREITO DO TRABALHO Em caso de rebaixamento de trabalhador do patamar de
FEste princípio garante proteção à parte hipossuficiente da cargo de confiança para cargo efetivo, o saláriotambém
relação de trabalho, ou seja, ao trabalhador. Para tanto, ela poderá retroagir.
se subdivide em outros três subprincípios: norma mais 5) PRINCÍPIO DA INTANGIBILIDADE SALARIAL
favorável, condição mais benéfica e In dubio pro misero. Esse princípio protege a contraprestação máxima da prática
Norma mais favorável laboral, ou seja, o salário. Diversos dispositivos reforçam esse
Neste subprincípio fica garantido que, independente de lei princípio, como o art. 468 da CLT, que veta qualquer
específica, será sempre aplicada a norma mais favorável ao mudança que não seja benéfica ao trabalhador, ou o art. 8º,
empregado. Essa especificação é importante porque, em §1 da Convenção n. 95 da Organização Internacional do
outros ramos do direito temos a aplicação de princípios como Trabalho (OIT), que visa proibir descontos salariais, exceto
a “lei específica sobrepõe a lei geral”. A norma mais favorável aqueles dispostos em legislação do país em questão.
significa que, mesmo que haja uma lei específica sobre o 6) PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE DE DIREITOS
assunto trabalhista em questão, se outra norma em qualquer É vedado ao trabalhador renunciar qualquer direito disposto
âmbito for mais vantajosa para o trabalhador, esta será em lei. Você não pode abrir mão do seu FGTS, por exemplo,
aplicada. ou de suas férias.
Da condição mais benéfica “Mas eu assinei um contrato abrindo mão desses direitos, e
De acordo com a Súmula 51 do TST (Tribunal Superior do agora?!”
Trabalho), havendo mudanças em cláusulas regulares por Com base nesse princípio, esse contrato apresenta um vício,
parte da empresa, as mesmas só passarão a valer para um erro que o impede de ser cumprido na parte de sua
empregados que forem admitidos após essas mudanças. Diz obrigação. Em caso de audiência, onde se pode negociar
ainda que, havendo dois regulamentos dentro da mesma valores e condições, o funcionário pode optar pelo não
empresa, fica a cargo do trabalhador escolher em qual irá se recebimento de alguns direitos visando facilitar o trabalho da
encaixar. Justiça e descomplicar a situação. Nesse caso, chamamos de
In dubio pro misero “transição”, e não de renúncia de direitos.
Quando houver dúvida em relação à interpretação de uma
norma ou quanto à validade de uma decisão, deve-se sempre
pender para o lado hipossuficiente. Relação de Emprego X Realação de Trabalho
2) PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE
Segundo esse princípio, os fatos prevalecem sobre os ajustes Relação de trabalho é gênero que engloba os mais diversos
formais. Disposto no art.º 9 da CLT, este é um princípio de tipos de labor que podem ser realizados pelo ser humano.
grande importância, pois visa coibir a coação dentro do  
ambiente trabalhista. Em outras palavras: a realidade vale Dessa forma, podemos resumir a RELAÇÃO DE
mais do que os documentos. TRABALHO como qualquer relação de labor humano.
Por exemplo: em um contrato de trabalho de um professor,  
consta que ele ministrava 6 aulas por semana em um Assim, a relação de emprego é uma modalidade do gênero
determinado colégio, mas de fato ministrava 20. Em uma relação de trabalho.
possível disputa na Justiça do Trabalho, com o auxílio de  
testemunhas e outros tipos de prova, o que valerá são os A relação de emprego será configurada quando estiverem
acontecimentos reais – no caso, o fato de ele realizar 20 presentes seus requisitos (elementos fático-jurídicos), quais
aulas. sejam: pessoa física, pessoalidade, subordinação,
3) PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE (SÚMULA 212/ TST) onerosidade e não eventualidade.
Em tese, todo contrato de trabalho deve ter prazo  
indeterminado, ou seja, ele só cessa quando existe um É importante destacar o conteúdo do art. 3º da Consolidação
motivo expresso em lei para que isso ocorra. Nas palavras de das Leis do Trabalho:
Délio Maranhão:  
“O contrato de trabalho caracteriza-se, em princípio, pelo Art. 3º, CLT - Considera-se empregado toda pessoa física que
sentido de continuidade; vive enquanto não se verifica uma prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob
circunstância a que lei atribui efeito de fazer cessar a relação a dependência deste e mediante salário.”
que dele se origina”.  
Temos, em alguns casos excepcionais, contratos por prazo Agora iremos tratar, de maneira não exaustiva, cada um dos
determinado, como no período de experiência, que não deve, elementos fático-jurídicos da relação de emprego:
em nenhuma circunstância, exceder 90 dias. É vetado, claro,  
que o empregador recontrate o empregado em novo período PESSOA FÍSICA
de experiência após o vencimento deste período.  
4) PRINCÍPIO DA INALTERABILIDADE CONTRATUAL LESIVA A relação de emprego só se caracteriza quando existe relação
São vedadas alterações contratuais que resultem em prejuízo entre pessoa física e empregador. É certo que inexiste a
ao trabalhador. possibilidade de pessoa jurídica ser empregada, por
A este princípio se aplica uma exceção, de acordo com o art.º justamente faltar o requisito da pessoa física, diante disso
7 da Constituição Federal, prevendo redução de salário por podemos afirmar que se existir prestação de serviço de
meio de negociação coletiva (aquela realizada por sindicatos). pessoa jurídica para empregador, não serão aplicadas as
É claro que a decisão deve estar muito bem pautada, normas destinadas aos empregados.
  Subordinação traz à tona a ideia de sujeição, submetimento
É comum, infelizmente, no Brasil a tentativa de burla quanto às ordens de terceira pessoa, ou seja, uma relação de
a esse requisito. Certos empregadores com a intenção de não dependência laboral. Aqui adentramos no campo do poder
pagar todas as verbas previstas na legislação trabalhista de direção, coordenação e fiscalização do empregador
tentam, por vezes, fazer com que esse empregado seja quanto a prestação laboral do empregado.
“contratado” como pessoa jurídica. É nesse sentido que no  
direito do trabalho vige o princípio da primazia da realidade, A subordinação pode ser dividida em três: técnica,
que tem como finalidade desconstituir tais situações econômica e jurídica. Atualmente, a jurisprudência
(empregado sendo tratado como pessoa jurídica) e trabalhista estabelece que apenas a subordinação jurídica se
reconhecer o vínculo trabalhista. aplica na relação de emprego.
   
PESSOALIDADE Agora, vamos conceituar cada uma das três, mas devemos
  lembrar que apenas a jurídica é que válida no direito do
É elemento fático-jurídico da relação de emprego que está trabalho:
ligado ao requisito da pessoa física, não é o mesmo, mas com  
aquele tem certa ligação. Dito isto, temos que a pessoalidade Subordinação técnica: o conhecimento técnico é do
é encontrada naquela pessoa física que trabalha para o empregador;
empregador não podendo se fazer substituir por terceiros,  
ou seja, aquela pessoa física contratada terá, ela mesma, que Subordinação econômica: o empregado é dependente
prestar o serviço. Dessa forma, temos que a prestação do economicamente do empregador para sobreviver;
serviço será intuitu personae.  
  Subordinação jurídica: o contrato de trabalho, assim como o
Deve-se observar que esta característica não inviabiliza poder de direção do empregador, tem respaldo jurídico, ou
eventuais substituições previstas em lei que não ferem a seja, legal.
pessoalidade, tais como: férias, licenças, mandatos, etc.  
  Art. 6º, parágrafo único, CLT. Os meios telemáticos e
Com isso, é necessário para a relação de emprego que a informatizados de comando, controle e supervisão se
prestação do serviço, pela pessoa física, tenha caráter equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos meios
de infungibilidade. pessoais e diretos de comando, controle e supervisão do
  trabalho alheio.”
NÃO-EVENTUALIDADE  
  ONEROSIDADE
A pessoa física deve trabalhar de forma permanente, mesmo  
que por um pequeno espaço de tempo, não podendo Deve-se ter em mente que a relação de emprego
trabalhar de forma eventual, na hora que desejar. Deve ter é essencialmente econômica, ou seja, a pessoa se submete
dias certos, hora certa de prestação de trabalho. as regras da relação de emprego, emprega grande parte de
  seu dia, de sua força para poder receber a contraprestação
Cabe aqui uma pequena observação, a não-eventualidade é pelo serviço.
diferente de trabalho prestado diariamente. No caso, por  
exemplo, de bares, restaurantes que não costumam abrir A legislação pátria prevê várias formas de contraprestação ao
todos os dias (por vezes abrem apenas nos finais de semana), serviço prestado, como, por exemplo: pagamento em
apesar de não haver uma prestação diária de serviço, há uma dinheiro, utilidades, parcelas fixas ou variáveis, etc.
prestação de caráter permanente, ou seja, que se prolonga  
no tempo para o mesmo empregador, com hora e dia para É importante observar que a prestação de serviços a título
que o serviço seja prestado. gratuito acaba por viciar a relação de emprego.
   
Outra importante observação é que não podemos Depois de analisarmos todos os elementos fático-jurídicos,
confundir permanência com continuidade. devemos tecer comentários acerca da ALTERIDADE, que é,
  para grande parte da doutrina, requisito das relações de
A continuidade é característica inserida no serviço do emprego.
empregado doméstico enquanto que a permanência é  
requisito do empregado comum. Apenas para elucidar, insiro A alteridade se relaciona ao risco do negócio do
abaixo o art. 1º da Lei complementar 150/2015 que trata do empregador. Esse risco é o que dá o poder de direção ao
empregado doméstico: mesmo, mas também, podemos afirmar, que esse risco do
  negócio não pode ser transferido ao empregado.
Art. 1º, LC 150/15 - Ao empregado doméstico, assim  
considerado aquele que presta serviços de A alteridade tem previsão no art. 2º da CLT:
forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e  
de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito Art. 2º, CLT - Considera-se empregador a empresa, individual
residencialdestas, por mais de 2 (dois) dias por semana, ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade
aplica-se o disposto nesta Lei. econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de
  serviço.
SUBORDINAÇÃO  
 
Depois de concluirmos esta breve exposição teórica iremos controle ou administração de outra, ou ainda quando,
resolver uma questão para o cargo de Analista Judiciário do mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo
ano de 2015 sobre o tema. Mas, antes disso, gostaria de econômico ou financeiro rural, serão responsáveis
deixar uma DICA para facilitar a memorização de todos os solidariamente nas obrigações decorrentes da relação de
elementos fático-jurídicos da relação de emprego, incluindo a emprego.
alteridade.
  EMPREGADO RURAL
Assim, a dica é utilizar o mnemônico ASPPONE, melhor
ilustrado abaixo: Empregado rural é toda a pessoa física que, em propriedade
A         LTERIDADE rural ou prédio rústico, presta serviços de natureza não
S         UBORDINACÃO eventual a empregador rural, sob a dependência deste e
P         ESSOA FÍSICA mediante salário.
P         ESSOALIDADE
O         NEROSIDADE JORNADA DE TRABALHO
NE       NÃO EVENTUALIDADE
Cotas (ações afirmativas) A jornada de trabalho é de 44 horas semanais e 220 horas
mensais.
 Mulher (art 7º, XX CF) – isonomia
 Aprendiz (art 429 CLT) Entre duas jornadas deve-se estabelecer um período mínimo
 Portadores de deficiência (8.213/91) de 11 (onze) horas consecutivas para descanso.
 Estagiário – não forma relação de emprego
Descanso Semanal Remunerado
 Concursos públicos
TRABALHO NOTURNO
Carteira de Trabalho (CTPS)
TRABALHADOR MENOR
 Art 13 a 56 (CLT) Moradia e Bens Destinados à Produção Para Sua
 Súmula 12 TST Subsistência - Não Integração no Salário
 Prazo 48 horas
 Anotações (data, remuneração, condições especiais) SAFRISTA
 Obs: documento obrigatório. Não é requisito para
É considerado safreiro ou safrista o trabalhador que se obriga
configurar vínculo empregatício.
à prestação de serviços mediante contrato de safra.
Empregado Rural
FÉRIAS
TRABALHO RURAL
13º SALÁRIO
O trabalho rural está regulado pela Lei nº 5.889/73,
O empregado rural fará jus, no mês de dezembro de cada
regulamentado pelo Decreto nº 73.626/74 e no artigo 7º da
ano, a uma gratificação natalina correspondente a 1/12 (um
Constituição Federal/88.
doze avos) da remuneração devida em dezembro por mês de
serviço do ano correspondente.
Ao trabalhador rural é assegurado no mínimo o salário
mínimo, devendo-se observar o piso salarial da categoria a
AVISO PRÉVIO
que pertencer o empregado.
SEGURO-DESEMPREGO
EMPREGADOR RURAL
ESCOLA PRIMÁRIA – OBRIGATORIEDADE
Considera-se empregador rural a pessoa física ou jurídica,
proprietária ou não, que explore atividade agro econômica,
TRABALHADOR RURAL - CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA
em caráter permanente ou temporário, diretamente ou
através de prepostos e com auxílio de empregados. Inclui-se
PRODUTOR RURAL E SEGURADOS ESPECIAIS -
também neste caso a exploração industrial em
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA
estabelecimento agrário.
FGTS
Considera-se como exploração industrial em estabelecimento
agrário as atividades que compreendem o primeiro
O trabalhador rural faz jus aos depósitos do FGTS a partir da
tratamento dos produtos agrários "in natura" sem
competência outubro/88, assim como a multa rescisória de
transformá-los em sua natureza como:
40% em caso de rescisão sem justa causa. Isto se deu com o
advento da Constituição Federal/88.
Grupo Econômico ou Financeiro – Solidariedade
SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO
Sempre que uma ou mais empresas, embora tendo cada uma
delas personalidade jurídica própria, estiverem sob direção,
SALÁRIO-FAMÍLIA
A carga horária de um estagiário também é diferenciada,
Ao empregado rural com remuneração compatível ao por exemplo, no caso de estudantes universitários e
estabelecido pela previdência social é devido na proporção educação profissional, ele devem trabalhar 30 horas
do número de filhos ou equiparados até o mês em que semanais. Se as horas de estágio contarem como requisito na
completarem 14 (quatorze) anos, o salário- grade curricular, elas podem vir a chegar a 40 horas
família correspondente. semanais, desde que isso esteja previsto no projeto
pedagógico da instituição em que o aluno estiver
CONTRIBUIÇÃO SINDICAL matriculado.
Já no caso de educação especial, ou alunos do ensino
O trabalhador rural contribuirá de uma só vez, anualmente, fundamental, não se deve ultrapassar às 20 horas semanais.
na importância correspondente à remuneração de um dia de Vale lembrar que nas instituições em que o aluno é obrigado
trabalho, conforme determina o inciso I do art. 580 da CLT. a estagiar como requisito para aprovação, eles são liberados
das aulas no horário em que devem trabalhar.
PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS
Ao estagiário não é permitido fazer hora extra, a carga
FISCALIZAÇÃO horária do mesmo deve ser de 6 horas diárias, e caso haja
descumprimento das normas, o estágio pode vir a ser
caracterizado como vínculo de emprego. Deixando assim de
Autônomo ser estágio e passando a ser um trabalho como qualquer
outro.
 Prestação de serviços sem subordinação
 Liberdade Contrato de estágio
 Assume o risco do negocio Também não há período de experiência em caso de
 Súmula 363 STJ estagiários, nem demissão, e sim um rompimento de
contrato de estágio. Não há também direito de licença-
Empreiteiro maternidade ou licença-médica, em caso de gravidez ou
doença é aconselhado o rompimento do contrato e mais
 Realiza obra certa tarde a recontratação. Porém não há garantias de
 610 CC estabilidade nem mesmo de que o empregador volte a
reafirmar contrato com o aluno.
Representante Comercial Mas o estagiário tem o direito de tirar férias, entretanto a
empresa não é obrigada a pagar o 1/3 adicional de férias, e
 Negócios mercantis (compra e venda) sim, somente o salário mensal. Há também o direito ao
 Não há subordinação ou pessoalidade auxílio transporte e ao seguro de vida. Os demais ficam por
conta do empregado, que pode ou não fornecer auxílios
Eventual saúde e etc.
O estagiário, o empregador e a universidade
 Semi habitualidade
Para que um estagiário seja contratado é necessário que o
Estagiário termo de compromisso de estágio seja devidamente assinado
pelo empregador, pelo aluno e pela universidade, além do
 No caso dos estagiários, a lei é diferenciada, foram comprovante de situação escolar e do certificado individual
estabelecidas normas e regulamentos específicos, do seguro contra acidentes pessoais. O estágio deve durar
conforme previsto na lei nº 11.788 de 25/09/2008, um período máximo dois anos, como previsto por lei.
visto que a situação de um estagiário dentro de uma
empresa é diferente dos demais funcionários, Qualquer aluno que esteja cursando a universidade ou o
ensino profissionalizante, pode se candidatar a um estágio, e
pois além de trabalhar, ele está ali pra aprender e
em caso de recusa da universidade, a mesma deve
assim terminar a sua formação. Devido a isso ele encaminhar o aluno pra outra vaga. Porém, sem a assinatura
tem vantagens que outros trabalhadores não têm, da universidade e sem o termo de compromisso de estágio,
como por exemplo, permissão para sair mais cedo não há outro meio de o aluno fazer o estágio.
quando estiverem em período de prova.
 O estágio pode ser obrigatório, sendo requisito São muitos os direitos do estagiário, e muitos os deveres
indispensável para que o aluno possa terminar sua também, por isso deve-se procurar se informar sobre eles
formação, antes mesmo de tentar trabalhar como estagiário. A fim de
evitar problemas a curto e médio prazo.
 ou não ser obrigatório, sendo assim escolha do
aluno ter essas horas acrescidas em seu currículo ou
Empregada Doméstica
não.

 Carga horária do estágio e treinamento Com a aprovação da Lei Complementar nº 150, de 2015, que
profissionalizante regulamentou a Emenda Constitucional n° 72, os empregados
domésticos passaram a gozar de novos direitos. Alguns
desses novos direitos passaram a ser usufruídos logo após a As 40 primeiras horas poderão ser compensadas dentro do
edição da lei, como por exemplo, o adicional noturno, próprio mês, em função de redução do horário normal de
intervalos para descanso e alimentação etc. trabalho ou de dia útil não trabalhado;
Outros direitos só passaram a ser usufruídos pelos O saldo de horas que excederem as 40 primeiras horas
empregados domésticos a partir de outubro de 2015: FGTS, mensais poderá ser compensado no período máximo de 1
seguro-desemprego, salário família. Dos direitos em vigor, (um) ano;
destaca-se: Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que
tenha havido a compensação integral da jornada
Cartilha Direitos e Deveres do Trabalhador Doméstico    extraordinária, o empregado fará jus ao pagamento das horas
Salário mínimo extras não compensadas, calculadas sobre o valor da
Salário mínimo nacional. Há Estados em que existem leis remuneração na data de rescisão.
estaduais garantindo um piso salarial da categoria superior ao Remuneração de horas trabalhadas em viagem a serviço
salário mínimo, que deve ser observado pelo empregador. Os(As) empregados(a) domésticos(a) que prestarem seus
Jornada de Trabalho serviços acompanhando o(a) empregador(a) doméstico(a) em
A Jornada de trabalho estabelecida pela Constituição é de até viagem a serviço terão computadas as horas efetivamente
44 horas semanais e, no máximo, 8 horas diárias. Os trabalhadas na viagem e terão direito a receberem um
empregados domésticos podem ser contratados em tempo adicional de, no mínimo, 25% (vinte cinco por cento) sobre o
parcial e, assim, trabalhar jornadas inferiores às 44 horas valor da hora normal, para cada hora trabalhada em viagem.
semanais e recebem salário proporcional à jornada O pagamento do adicional pode ser substituído pelo
trabalhada. acréscimo no banco de horas, mediante prévio acordo entre
Mediante acordo escrito entre empregador(a) e as partes. Nesse caso, por exemplo, se o(a) empregado(a)
empregado(a) domésticos(as), pode ser adotada a jornada 12 trabalhou 10 (dez) horas em viagem a serviço, terá direito a
x 36, que consiste em o(a) empregado(a) trabalhar por 12 um crédito de 12,5 horas no seu banco de horas e ele será
(doze) horas seguidas e descansar por 36 (trinta e seis) horas utilizado a critério do(a) empregado(a).
ininterruptas. Intervalo para refeição e/ou descanso
Conforme a Lei Complementar nº 150, de 2015, o intervalo Para a jornada de 8 (oito) horas diárias, o intervalo para
intrajornada pode ser concedido ou indenizado. Assim, se repouso ou alimentação será de, no mínimo 1 (uma) e, no
o(a) empregado(a) trabalhar as 12 (doze) horas seguidas, sem máximo, 2 (duas) horas. Mediante acordo escrito entre
intervalo, terá direito de receber o valor de 1 (uma) hora com empregado(a) e empregador(a), o limite mínimo de 1 hora
o adicional de 50%. O descanso semanal, os feriados e as pode ser reduzido para 30 minutos.
prorrogações do horário noturno, quando houver, já estão Quando a jornada de trabalho não exceder de 6 (seis) horas,
compensados na jornada 12 x 36. Essa jornada é mais o intervalo concedido será de 15 (quinze) minutos.
comum, na relação de emprego doméstico, para os O(a) empregado(a) poderá permanecer na residência do(a)
empregados que trabalham como cuidadores de idosos ou de empregador(a), durante o intervalo para repouso e
enfermos. alimentação (não computado como trabalho efetivo);
A Lei Complementar nº 150, de 2015 estabelece a entretanto, se o período de descanso for interrompido para o
obrigatoriedade da adoção do controle individual de empregado prestar serviço, será devido o adicional de hora
frequência. Além disso, a jornada deve ser especificada no extraordinária.
contrato de trabalho. No caso de empregado(a) que reside no local de trabalho, o
Hora extra período de intervalo poderá ser desmembrado em 2 (dois)
O adicional respectivo será de, no mínimo, 50% a mais que o períodos, desde que cada um deles tenha, no mínimo, uma 1
valor da hora normal (artigo 7º, parágrafo único, da (hora), até o limite de 4 (quatro) horas ao dia. Os intervalos
Constituição Federal). concedidos pelo(a) empregador(a), não previstos em lei, são
Quando da ocorrência de jornada extraordinária, tem de considerados tempo à disposição, por isso, devem ser
haver o pagamento de cada hora extra com o acréscimo de, remunerados como serviço extraordinário, se acrescidos ao
pelo menos, 50% sobre o valor da hora normal. final da jornada (Enunciado nº 118, do TST).
O valor da hora normal do(a) empregado(a) é obtido pela Adicional noturno
divisão do valor do salário mensal (bruto) pelo divisor O empregador doméstico tem de pagar o adicional noturno
correspondente. O valor encontrado deverá ser acrescido de aos empregados(as) domésticos(as) que trabalhem no
50%, encontrando-se o valor da hora extraordinária. Esse horário noturno, assim entendido aquele que é exercido das
resultado, que corresponde a uma (1) hora extra, será 22:00 de um dia às 05:00 do dia seguinte. A remuneração do
multiplicado pelo número de horas trabalhadas. trabalho noturno deve ter acréscimo de, no mínimo, 20%
O divisor para o(a) empregado(a) que trabalha 44 horas (vinte por cento) sobre o valor da hora diurna.
semanais (8 horas diárias, de 2ª a 6ª feira e 4 horas no Além do pagamento do adicional noturno, o cômputo da
sábado, por exemplo) é 220. Já para o que trabalha 40 horas quantidade de horas trabalhadas nesse horário é feito
semanais (8 horas diárias, de 2ª a 6ª feira, por exemplo) é levando-se em conta que a hora dura apenas 52 minutos e 30
200. segundos. Isso significa, na prática, que sete horas contadas
Banco de Horas no relógio integralmente realizadas no período noturno
A Lei Complementar 150/2015 instituiu o regime de correspondem a 8 (oito) horas trabalhadas.
compensação de horas extraordinárias (banco de horas) para É importante lembrar que se o empregado prorrogar sua
o empregado doméstico, com as seguintes regras: jornada, dando continuidade ao trabalho noturno, essa
Será devido o pagamento das primeiras 40 horas extras prorrogação será tida como trabalho noturno, mesmo o
excedentes ao horário normal de trabalho; trabalho sendo executado após as 05:00.
Uma forma simples de se fazer essa conversão é dividir-se Caso o(a) empregado(a) doméstico(a) resida no local de
por sete a quantidade de horas de relógio trabalhadas e o trabalho, é a ele(a) permitida a permanência no local durante
resultado multiplicar-se por oito. Por exemplo, se um o período de suas férias, mas ele não deve desempenhar suas
empregado trabalha das 18:00 às 23:00, isso significa que ele atividades nesse período.
trabalha 4 (quatro) horas no período normal de trabalho (das No término do contrato de trabalho, exceto no caso de
18:00 às 22:00) e trabalha uma hora de relógio dentro do dispensa por justa causa, o(a) empregado(a) terá direito à
horário noturno (das 22:00 às 23:00), A hora trabalhada no remuneração equivalente às férias proporcionais.
período noturno deve ser convertida tomando 1h dividida 13º salário
por 7 (sete) e multiplicada por 8 (oito) o que equivale a 1,14 Esta gratificação é concedida anualmente, em duas parcelas.
hora noturna trabalhada. Assim, a jornada total do A primeira deve ser paga, obrigatoriamente, entre os meses
trabalhador será a soma das horas trabalhadas em período de fevereiro e novembro, no valor correspondente à metade
normal e a hora equivalente noturna, ou seja, de 5,14 horas. do salário do mês anterior, e a segunda, até o dia 20 de
Repouso semanal remunerado dezembro, no valor da remuneração de dezembro,
Deve ser concedido ao (à) empregado(a) doméstico(a) descontado o adiantamento feito (artigo 1º, da Lei nº 4090,
descanso semanal remunerado de, no mínimo, 24 (vinte e de 13 de julho de 1962, e artigos 1º e 2º, da Lei nº 4.749, de
quatro) horas consecutivas, preferencialmente aos domingos, 12 de agosto de 1965).
além de descanso remunerado em feriados. O descanso Se o(a) empregado(a) quiser receber o adiantamento, por
semanal deve ser concedido de forma a que o(a) ocasião das férias, deverá requerer no mês de janeiro do ano
empregado(a) doméstico(a) não trabalhe 7 (sete) dias correspondente (artigo 2º, § 2º, da Lei nº 4.749, de 12 de
seguidos e, havendo trabalho aos domingos, que esse agosto de 1965).
descanso recaia no domingo no máximo na sétima semana A emissão do recibo de pagamento do adiantamento e da
(Portaria nº 417, de 10 de junho de 1966, com as alterações parcela final do décimo terceiro salário pode ser feita
da Portaria nº 509, de 15 de junho de 1967) e, se for mediante a utilização do Módulo do Empregador Doméstico
empregada doméstica, esse descanso deve coincidir com o do eSocial.
domingo, no máximo a cada duas semanas (artigo 386, da Licença-maternidade
CLT). A empregada doméstica tem direito à licença-maternidade,
Feriados Civis e Religiosos sem prejuízo do emprego e do salário, com duração de 120
Os empregados domésticos tem direito de folgar nos feriados dias (artigo 7º, parágrafo único, Constituição Federal).
nacionais, estaduais e municipais. Caso haja trabalho nesses Durante a licença-maternidade, a segurada receberá
feriados, o(a) empregador(a) deve proceder ao pagamento diretamente da Previdência Social o salário-maternidade, em
do dia em dobro ou conceder uma folga compensatória em valor correspondente à sua última remuneração, observado o
outro dia da semana (artigo 9º, da Lei n.º 11.324, de 19 de teto máximo da previdência.
julho de 2006, e artigo 9º, da Lei n.º 605/49). O salário-maternidade é devido à empregada doméstica,
Os feriados nacionais são: dia 1º de janeiro (fraternidade independentemente de carência, isto é, com qualquer tempo
universal); 21 de abril (Dia de Tiradentes); 1º de maio (Dia do de serviço.
trabalho); 7 de setembro (Dia da Independência do Brasil); 12 O documento comprobatório para o requerimento do salário-
de outubro (Dia da Padroeira do Brasil); 2 de novembro (Dia maternidade é a certidão de nascimento do(a) filho(a), exceto
de finados); 15 de novembro (Dia da Proclamação da nos casos de aborto não criminoso, ou de a licença iniciar-se
república); 25 de dezembro (Dia de Natal) e o dia em que antes da ocorrência do parto, quando deverá ser apresentado
ocorrem eleições. atestado médico.
Os estados podem estabelecer um feriado estadual e os Em caso de parto antecipado, a segurada terá direito aos 120
municípios, quatro feriados municipais, incluindo a sexta- dias. No caso de aborto não criminoso, a empregada
feira santa. doméstica tem direito a um afastamento de 15 dias, o qual
Os empregados contratados para trabalhar na jornada 12 x deverá ser requerido perante o INSS.
36 já têm compensados os feriados trabalhados. Considera-se parto o evento que gerou a certidão de
Férias nascimento ou certidão de óbito da criança.
Os empregados tem direito a férias anuais de 30 (trinta) dias A licença-maternidade também será devida à segurada que
e remuneradas com, pelo menos, 1/3 (um terço) a mais que o adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de
salário normal, após cada período de 12 (doze) meses de criança.
serviço prestado à mesma pessoa ou família, contado da data O requerimento do salário-maternidade, em qualquer de
da admissão (período aquisitivo). suas hipóteses: parto, adoção ou guarda judicial, pode ser
O período de concessão das férias (período concessivo) é feito pessoalmente em Agência da Previdência Social (APS)
fixado a critério do(a) empregador(a) e deve ocorrer nos 12 ou pela internet (www.previdenciasocial.gov.br). Caso o
(doze) meses subsequentes ao período aquisitivo. requerimento seja feito pela internet, deverá ser impresso e
O(a) empregado(a) poderá requerer a conversão de 1/3 (um assinado pela empregada doméstica e deverá ser
terço) do valor das férias em abono pecuniário (transformar encaminhado pelos Correios ou entregue na Agência da
em dinheiro 1/3 das férias), desde que o faça até 30 dias Previdência Social (APS) com cópia do CPF da requerente e
antes do término do período aquisitivo. com o atestado médico original ou cópia autenticada da
O pagamento da remuneração das férias será efetuado até 2 Certidão de Nascimento da criança.
dias antes do início do respectivo período de gozo. No período de salário-maternidade da segurada empregada
O período de férias poderá, a critério do(a) empregador(a), doméstica, caberá ao(a) empregador(a) recolher a parcela da
ser fracionado em até 2 (dois) períodos, sendo 1 (um) deles o seguro de acidente de trabalho e a contribuição
de, no mínimo, 14 (quatorze) dias corridos. previdenciária a seu encargo, sendo que a parcela devida pela
empregada doméstica será descontada pelo INSS no
benefício. O FGTS e a indenização compensatória pela perda O benefício do seguro-desemprego será cancelado, sem
de emprego também deverão ser recolhidos pelo(a) prejuízo das demais sanções cíveis e penais cabíveis:
empregador(a) durante a licença maternidade. pela recusa, por parte do trabalhador desempregado, de
Vale-Transporte outro emprego condizente com sua qualificação registrada ou
O vale-transporte é devido quando da utilização de meios de declarada e com sua remuneração anterior;
transporte coletivo urbano, intermunicipal ou interestadual por comprovação de falsidade na prestação das informações
com características semelhantes ao urbano, para necessárias à habilitação;
deslocamento residência/trabalho e vice-versa. Para tanto, por comprovação de fraude visando à percepção indevida do
o(a) empregado(a) deverá declarar a quantidade de vales benefício do seguro-desemprego; ou
necessária para o efetivo deslocamento (Lei nº 7.418, de 16 por morte do segurado.
de dezembro de 1985, regulamentada pelo Decreto nº A partir do dia 2 de junho de 2015, data do início da vigência
95.247, de 17 de novembro de 1987). A Lei Complementar nº da Lei Complementar nº 150, de 2015, não é mais necessário
150, de 2015 permite ao(à) empregador(a) doméstico(a) a aos(às) empregados(a) domésticos(a) comprovarem que
substituição do vale-transporte pelo pagamento em dinheiro haviam sido feitos os depósitos do FGTS das 15 competências
ao(à) empregado(a) doméstico(a) para a aquisição das anteriores à rescisão para terem direito ao seguro-
passagens necessárias ao seu deslocamento residência- desemprego. Essa exigência era feita aos(as) empregados(as)
trabalho e vice-versa. domésticos(as) antes da promulgação da Lei Complementar
Estabilidade em razão da gravidez nº 150, de 2015, cujas rescisões ocorreram até o dia 1º de
A empregada doméstica tem direito à estabilidade desde a junho de 2015. Isso significa que mesmo os empregados não
confirmação da gravidez até 5 (cinco) meses após o parto a incluídos no FGTS, voluntariamente pelos empregadores
empregada doméstica. Isso significa que ela não poderá ser domésticos, passam a ter direito ao seguro-desemprego se
dispensada (artigo 25 da Lei Complementar nº 150, de 2015). suas rescisões ocorrerem do dia 2 de junho de 2015 em
Mesmo que essa confirmação ocorra durante o prazo do diante, desde que comprovem os demais requisitos.
aviso prévio trabalhado ou indenizado, a empregada Salário-família
doméstica tem direito a essa estabilidade. O(A) empregado(a) doméstico(a) de baixa renda tem direito
FGTS - Fundo de Garantia do Tempo de Serviço de receber o salário-família, cujo valor depende da
A Lei Complementar nº 150, de 2015 obriga a inclusão remuneração do(a) empregado(a) doméstico(a) e do número
dos(das) empregados(as) domésticos(as) no FGTS, mas essa de filhos com até 14 (quatorze) anos de idade. O(A)
inclusão só teve de ocorrer 120 dias após sua edição. Com empregador(a) doméstico(a) é quem paga o benefício ao(à)
isso, a partir da competência outubro de 2015, o(a) empregado(a) doméstico(a) e abate o valor pago, quando do
empregador(a) doméstico(a) é obrigado a recolher o FGTS de recolhimento dos tributos devidos por ele. Esse pagamento
seu(sua) empregado(a) doméstico(a), equivalente a 8% sobre irá iniciar-se a partir da competência outubro de 2015 e a
o valor da remuneração paga a ele. compensação dos valores pagos a título de salário-família
O recolhimento será feito mediante a utilização do DAE - será realizada diretamente no Módulo Doméstico do eSocial
Documento de Arrecadação do eSocial, gerado pelo Módulo no momento de preenchimento da folha de pagamentos do
do Empregador Doméstico. mês. Para a obtenção do direito, o(a) empregado(a)
Seguro-desemprego doméstico(a) tem de apresentar ao(à) empregador(a) cópia
A Lei Complementar nº 150, de 2015 regulamentou esse da certidão de nascimento dos filhos com até 14 anos de
direito dos(das) empregados(as) domésticos(as), que é idade. Não é necessário o cumprimento de carência, ou seja,
garantido aos que são dispensados sem justa causa. Esses já a partir do primeiro mês de trabalho, o(a) empregado(a)
empregados têm direito a 3 (três) parcelas no valor de 1 (um) doméstico(a) tem direito a esse benefício.
salário mínimo. O CODEFAT - Conselho Deliberativo do Fundo Aviso prévio
de Amparo ao Trabalhador regulamentou esse direito por No caso de aviso prévio dado pelo(a) empregador(a), a cada
meio da Resolução 754, de 26 de agosto de 2015. ano de serviço para o(a) mesmo(a) empregador(a), serão
O seguro-desemprego deverá ser requerido de 7 (sete) a 90 acrescidos 3 (três) dias, até o máximo de 60 (sessenta) dias,
(noventa) dias contados da data de dispensa, nas unidades de de maneira que o tempo total de aviso prévio não exceda de
atendimento do Ministério do Trabalho e Emprego ou órgãos 90 (noventa) dias (artigo 7º, parágrafo único, da Constituição
autorizados. Federal, e art. 23 da Lei Complementar nº 150, de 2015). No
Além de terem de comprovar a dispensa sem justa causa, pedido de demissão, o(a) empregado(a) tem de avisar ao
os(as) empregados(as) domésticos(as) têm de apresentar, seu(sua) empregador(a) com antecedência mínima de 30
ainda: dias. Por exemplo, se um(uma) empregado(a) tem 1 ano e 2
Carteira de Trabalho e Previdência Social, na qual deverão meses de tempo de serviço, seu aviso prévio deverá ser de 33
constar a anotação do contrato de trabalho doméstico e a (trinta e três) dias.
data de dispensa, de modo a comprovar o vínculo No pedido de demissão, o(a) empregado(a) tem de avisar ao
empregatício, como empregado(a) doméstico(a), durante seu(sua) empregador(a) com antecedência mínima de 30
pelo menos 15 (quinze) meses nos últimos 24 (vinte e quatro) dias. Não há o acréscimo de 3 (três) dias para cada ano de
meses; tempo de serviço.
Termo de rescisão do contrato de trabalho; A contagem do prazo do aviso prévio se inicia no dia
Declaração de que não está em gozo de benefício de imediatamente posterior ao da comunicação.
prestação continuada da Previdência Social, exceto auxílio- No caso de dispensa imediata, ou seja, sem a concessão do
acidente e pensão por morte; e aviso prévio, o(a) empregador(a) deverá efetuar o pagamento
declaração de que não possui renda própria de qualquer relativo aos dias do aviso-prévio, conforme acima descrito,
natureza suficiente à sua manutenção e de sua família. computando-os como tempo de serviço para efeito de férias
e 13º salário. Quando for exigido o cumprimento do aviso
vale acrescentar que, nesse caso, a jornada do(a)
empregado(a) deverá ser reduzida em 2 (duas) horas diárias
ou o(a) empregado(a) poderá escolher por trabalhar a
jornada diária normal, sem a redução das 2 (duas) horas
diárias, e faltar ao trabalho por 7 (sete) dias corridos, ao final
do período de aviso concedido, sem prejuízo do salário
integral.
Já a falta de aviso-prévio por parte do(a) empregado(a) dá
ao(à) empregador(a) o direito de descontar os salários
correspondentes ao respectivo prazo.
O direito ao aviso prévio é irrenunciável pelo(a)
empregado(a). O pedido de dispensa de cumprimento não
exime o(a) empregador(a) de pagar o valor respectivo, salvo
comprovação de haver o(a) empregado(a) obtido novo
emprego (Súmula 276, do TST).
Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária
ou sem justa causa
A garantia da relação de emprego é feita mediante o
recolhimento mensal, pelo(a) empregador(a), de uma
indenização correspondente ao percentual de 3,2% sobre o
valor da remuneração do(a) empregado(a). Havendo rescisão
de contrato que gere direito ao saque do FGTS, o(a)
empregado(a) saca também o valor da indenização
depositada. Caso ocorra rescisão a pedido do(a)
empregado(a) ou por justa causa, o(a) empregador(a)
doméstico(a) é quem saca o valor depositado. No caso de
rescisão por culpa recíproca, reconhecida pela Justiça do
Trabalho, empregado(a) e empregador(a) doméstico irão
sacar, cada um, a metade da indenização depositada.

EMPREGADOR
 Considera-se empregador aquela pessoa, física
ou jurídica, que assumindo os riscos inerentes a
atividade econômica, contrata trabalhadores
para, mediante o pagamento de salário, dirigir a
prestação de serviços.
 Veja o artigo da CLT: Consolidação das Leis do
Trabalho. Art.2 Considera-se empregador a
empresa individual ou coletiva, que, assumindo
os riscos de atividade econômica, admite,
assalaria e dirige a prestação pessoal de
serviços.
 Contudo é necessário observar que na relação
empregatícia, também há a figura do
empregador por equiparação. São os casos dos
profissionais liberais e as associações de
beneficência que admitem pessoas para a
prestação de serviços.

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