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ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL PARAÍBA - CIEP

9 Ano

DITADURA MILITAR:

ANOS DE TERROR

Componentes do grupo: Marco Antônio B. Vieira, Luís Arthur B. Vieira,


Pedro Henrique Bento.

Disciplina: História

Turma: 92
Introdução

O presente trabalho é sobre a Ditadura Militar, mais


concretamente sobre um período no regime militar que ficou
conhecido como “Anos de Terror”, pois foi uma fase da ditadura
onde houve muita tortura, assassinatos e prisões ilegais para
intimidar opositores políticos.
O objetivo deste trabalho é informar o leitor sobre um período de
sofrimento do povo brasileiro.
O trabalho está organizado em 5 tópicos principais. No tópico 1,
será abordado sobre o processo de fortalecimento dos militares e
do presidente em relação aos seus poderes absolutos e, a criação
de vários atos constitucionais. Mas, no capítulo 2, o
general-presidente, devido a sua morte, será substituído por Emílio
Garrastazu Médici.
No terceiro tópico, será explanado sobre a ascensão de práticas
ilegais na inauguração do governo de Médici, já no quarto e quinto
tópicos será discutido sobre os atos do presidente Ernesto Geisel
em seus dias de poder.
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, enriquecida
com textos de PDFs sobre a história dos eventos na Ditadura
Militar.
A partir desse momento, o general-presidente podia tudo, passou
a acumular poderes absolutos. E começou a fazer uso deles,
caracterizando um período de arbítrio completo. Em 1969, Costa e
Silva manteve fechado o Congresso e várias assembleias
legislativas, aposentou intelectuais, como Caio Prado Jr.,
Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso, Octavio
Ianni, cinco ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), e o
general Peri Bevilacqua, do Superior Tribunal Militar (STM).
Cassou os mandatos de quatro senadores e de 95 deputados
federais. Prendeu Juscelino Kubitschek e Carlos Lacerda. Em onze
meses, impôs doze atos institucionais, 59 atos complementares
e vinte decretos-lei.

O sistema de segurança exacerbou as ações de violência,


desrespeitando as próprias leis do regime, com a justificativa de
que se vivia uma “guerra revolucionária”. O presidente Costa e
Silva encomendou ao vice, Pedro Aleixo, uma reforma
constitucional para reduzir o grau de arbítrio do AI-5 e restabelecer
a “legalidade”. Em junho de 1969, anunciou que reabriria o
Congresso para que a reforma fosse apreciada.

Não conseguiu. Em agosto daquele ano, o presidente sofreu uma


trombose e não tinha mais condições de governar. Seu sucessor
legal, o civil Pedro Aleixo, que havia sido contrário ao AI-5, foi
impedido de assumir por um golpe palaciano. Em seu lugar tomou
posse uma Junta Militar, formada pelos ministros das três armas
(Marinha, Aeronáutica e Exército), por decisão do Alto Comando
das Forças Armadas, formalizada pelo Ato Institucional Nº 12.

Quatro dias depois de sua posse, a Junta Militar iria enfrentar um


grande desafio: o sequestro do embaixador dos Estados Unidos,
Charles Elbrick, por um grupo de guerrilheiros de duas
organizações de esquerda, a Dissidência Comunista da
Guanabara, que a partir de então iria se denominar Movimento
Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), e a Ação Libertadora
Nacional (ALN). Em troca do embaixador, a Junta Militar cedeu às
exigências dos sequestradores: aceitou divulgar um comunicado
escrito por eles e enviou ao México 15 militantes que estavam
presos.

Em represália, foram decretados três atos institucionais (número


13, 14 e 15) e uma versão ainda mais radical da Lei de Segurança
Nacional. Caracterizando a situação como de guerra
revolucionária, a nova legislação previa pena de morte por
fuzilamento, prisão perpétua e banimento para alguns crimes,
como as ações armadas. Também autorizava a prisão de qualquer
cidadão, mesmo com residência e profissão fixas, em regime de
incomunicabilidade por dez dias.
A Lei de Segurança Nacional ainda previa penas pesadas para
coibir a manifestação de pensamento, principalmente a veiculada
por meio de comunicação. Esses dispositivos foram postos em
prática de maneira generalizada, submetendo imprensa escrita,
rádio, TV, música, teatro, cinema e literatura à censura prévia,
intimidação, processos e prisões de jornalistas, artistas e
intelectuais.

A eleição do general Médici

O general Emílio Garrastazu Médici foi eleito no dia 25 de


outubro de 1969 por oficiais generais referendados pelo Alto
Comando, formado pelos ministros militares e os oficiais de
Estado-Maior. O último ato institucional, o AI-17, de dez dias antes
da eleição, declarou vago o cargo de presidente da República e
autorizou a junta a punir atos de inconformismo de militares contra
a escolha de Médici, sinal de radicalização das divergências
internas. O ato tentava evitar o divisionismo nas Forças Armadas,
sobretudo a ação do general Albuquerque Lima, considerado um
aventureiro e excessivamente nacionalista, em política econômica.
Quando tortura e assassinato se tornam política de Estado

Mesmo contando com esse aparato legal extremamente rigoroso,


o regime militar extrapolou suas próprias leis e praticou
amplamente ações ilegais, cometeu crimes contra os direitos
humanos e crimes de lesa-humanidade.

O governo do general Médici inaugurou essa etapa mais sombria


do regime, que foi a aplicação do terror do Estado para enfrentar
a resistência dos opositores. Para isso, a ditadura já vinha se
preparando há anos, formando uma legião de oficiais, muitos deles
recebendo treinamento nos Estados Unidos.

Geisel: distensão lenta e gradual

No final de 1973, encerrava-se o ciclo de crescimento econômico


financiado pelos investimentos internacionais e pelo petróleo
barato. Os baixos preços do petróleo e a guerra árabe-israelense
levaram os países árabes produtores de petróleo a criar a
Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a
adotarem em conjunto a elevação do preço. Para amenizar o abalo
em sua economia grande consumidora de óleo, o governo dos EUA
promoveu uma forte elevação dos juros. O Brasil, dependente da
importação de petróleo e endividado com os Estados Unidos, foi
duplamente atingido pela elevação do preço do petróleo e pela
forte subida dos juros. A economia brasileira entrou em crise.

A nova conjuntura fragilizou o governo militar no campo de suas


maiores conquistas: o crescimento econômico por meio do
estímulo ao consumo da classe média. As condições de vida
decaíram, a oposição cresceu. O regime se debateu em
divergências internas sobre o presidente que substituiria Médici e o
indicado, o general Ernesto Geisel, representava a tendência que
buscava uma nova institucionalização do regime, em oposição à
“linha dura”, defensora de repressão direta e sem “sutilezas”
jurídicas. Afinal, a resistência armada já havia sido derrotada e o
regime precisava se articular politicamente, ampliar sua base de
apoio.

A eleição indireta de Geisel para presidente, prevista na


Constituição de 1969, foi feita em janeiro de 1974, num Colégio
eleitoral

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Durante o regime militar os Presidentes da República eram eleitos


por “Colégios Eleitorais”, ou seja, de forma indireta, depois de
serem escolhidos dentro das Forças Armadas. A candidatura era
apresentada e o Colégio se reunia para referendar a escolha
militar. Até poderia surgir um candidato de oposição, mas este teria
pouca chance, pois o Colégio era organizado para garantir a
maioria dos votos para o governo. Normalmente, ele era composto
pelo Congresso Nacional e por outros representantes dos governos
estaduais, mas sua organização foi sendo modificada com o tempo.

e por delegados das assembleias estaduais, com vasta maioria da


Arena, o partido do governo. O deputado Ulysses Guimarães, líder
da oposição, participou com sua “anticandidatura”, apenas para ter
espaço para fazer propaganda pela democratização (com isso,
pôde viajar por todo país defendendo suas ideias).

Geisel tomou posse em março daquele ano, anunciando um


programa de distensão política, lenta e gradual. Suspendeu a
censura ao jornal O Estado de S. Paulo. Buscou uma nova base de
sustentação do regime e apostou nas eleições parlamentares que
ocorreriam em novembro para a renovação da Câmara dos
Deputados, de um terço do Senado, e das assembleias legislativas.

O Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido de


oposição consentida, estava tão enfraquecido por causa da derrota
eleitoral de 1970 e do clima de repressão e censura, que vários de
seus membros pensavam em sua autodissolução. Mas, como o
governo deu liberdade para debates na TV e no rádio durante a
campanha eleitoral, o partido aproveitou para denunciar a
repressão e as injustiças sociais. Para surpresa geral, e não menor
do próprio MDB, a oposição ganhou 16 das 22 vagas disponíveis.
E na Câmara dos Deputados, sua bancada avançou de 87 para
165 cadeiras, passando a ter número suficiente para impedir
emendas à constituição e mudanças legais que viessem do
governo, sem falar na possibilidade de ter maioria, em médio
prazo, no próprio Colégio Eleitoral que elegia o Presidente. Nas
assembleias estaduais, o MDB fez maioria em São Paulo, Rio
Grande do Sul, Guanabara (atual estado do Rio de Janeiro),
Amazonas e Acre.

Solidariedade internacional

Embora submetidos a uma pesada censura prévia, jornais da


imprensa alternativa, como Opinião, Movimento, O São Paulo
(este da cúria metropolitana de São Paulo, porta voz do arcebispo
Evaristo Arns), começaram a passar as matérias censuradas a
jornais estrangeiros, como o inglês The Guardian, e as denúncias
se espalharam. Movimentos e entidades internacionais de defesa
dos direitos humanos aproveitaram esse material para promover
campanhas denunciando a política de repressão terrorista do
governo brasileiro, o que prejudicava cada vez mais sua imagem
no exterior, dificultava negócios e relações diplomáticas.

O empenho da ditadura em desmentir esse cenário ficou mais


uma vez desmoralizado quando ocorreu o chamado “Massacre da
Lapa”. Em dezembro de 1976, o Exército surpreendeu uma reunião
do Comitê Central do PC do B, assassinou três dos seus
dirigentes, e prendeu mais seis militantes, que foram submetidos a
torturas sistemáticas. Esses crimes ganharam grande
repercussão na Europa e nos EUA. E mesmo no Brasil, porque
jornais como O Estado de S. Paulo, já livres da censura, ousaram
cobrir esses fatos.

Em 1977, Jimmy Carter tomou posse como presidente dos EUA.


Sua política de afastamento das ditaduras, que os governos que o
antecederam haviam estimulado, e de defesa dos direitos humanos
provocou dificuldades para o governo de Geisel e o arrefecimento
das relações entre os dois países.

A “democracia relativa”

O período que vai de 1974 a 1977 foi um verdadeiro carrossel de


emoções políticas. O governo Geisel, que prometia mudanças,
assustado com os resultados das eleições, resolveu se fechar
novamente. Por um lado, aceitou a vitória do MDB, mas liberou a
linha dura para fazer uma caça às bruxas vermelhas. Os
comunistas do PCB, considerados os articuladores da vitória do
MDB, foram duramente perseguidos a partir de janeiro de 1975.

Para não ter outra surpresa eleitoral, o governo proibiu a


campanha com debates no rádio e na TV, através da Lei Falcão. O
governo se sentia tão senhor da situação que, em 1977, lançou o
“Pacote de Abril” e fechou o Congresso. Ao mesmo tempo em que
afrontava os liberais e os que exigiam liberdades democráticas, o
governo Geisel tentava controlar a oposição da “linha dura” militar.

Em outubro de 1977, foi demitido o general Silvio Frota, ministro


do Exército que se opunha à política de “abertura”. Quando tudo
parecia controlado, à esquerda e à direita, explodiram as primeiras
manifestações públicas depois de 1968, de estudantes e operários.
Os operários também começavam a se agitar, cujo melhor exemplo
foi a campanha salarial dos metalúrgicos do ABC paulista. Mesmo
sem apelar para a greve, os metalúrgicos denunciaram o “arrocho”
salarial a que foram submetidos pela política econômica do
governo militar, enchendo novamente as assembleias sindicais.

No início de 1977, o general Geisel enviou ao Congresso um


projeto de reforma do judiciário. Para ser aprovado, precisava de
dois terços dos votos. Mas a Arena, partido do governo, não tinha
maioria absoluta. O governo precisava de votos de uma parte do
MDB. Os emedebistas, no entanto, consideraram insuficientes as
garantias para os juízes e para os habeas corpus para crimes
políticos, e se recusaram a apoiar. Geisel reuniu o Conselho de
Segurança Nacional e, em abril de 1977, fechou o Congresso
Nacional. Usou a negativa do MDB como pretexto para impor um
conjunto de medidas autoritárias que ficou conhecido como “Pacote
de Abril”, tudo com base no AI-5.

O Pacote de Abril ampliou os mandatos dos próximos presidentes


para seis anos; suspendeu a eleição direta para governador, que
estava prevista para 1978; impôs a eleição indireta de um terço do
Senado (senadores “biônicos” que seriam indicados pelo
presidente); aumentou o número das bancadas de deputados dos
estados menores, dominados pela Arena; ampliou as restrições da
Lei Falcão sobre a propaganda eleitoral; e baixou de dois terços
para maioria simples o quórum para aprovar mudanças na
Constituição. O objetivo principal era evidente: evitar uma nova
derrota eleitoral.

Depois de afastar o general Silvio Frota do ministério da Guerra,


que ameaçava um golpe de estado, articulado com setores
militares que resistiam à “abertura”, o general Geisel acelerou as
medidas de distensão. Em junho de 1978, revogou a censura
prévia aos jornais Movimento, O São Paulo e Tribuna da Imprensa.
Enviou ao Congresso a emenda constitucional nº 11, aprovada em
agosto daquele ano, que revogava o AI-5, substituindo-o por
salvaguardas constitucionais (a oposição considerou-as ainda
muito restritivas e votou contra, mas a maioria simples, graças ao
Pacote de Abril, foi suficiente para a aprovação). A Lei de
Segurança Nacional foi abrandada, as penas de morte e prisão
perpétua foram abolidas e o direito de habeas corpus foi
restabelecido. A revogação do AI-5 passou a valer a partir de 1979.

Greves, manifestações e um general candidato de oposição

Geisel indicou o candidato à sua sucessão, o general João


Batista Figueiredo, e enfrentou grandes divergências entre os
militares. Surgiu uma candidatura de oposição, do general Euler
Bentes Monteiro, que conseguiu unir em seu apoio tanto setores
militares, quanto a oposição civil composta por deputados do grupo
“autêntico” (à esquerda do MDB), assim como também outros
setores da sociedade.

O clima era tenso, ainda mais porque o movimento operário se


reanimou e já pelo segundo ano promovia grandes greves no ABC
paulista e na capital. O movimento estudantil, que já era
protagonista de protestos públicos desde 1977, reorganizou a UNE
e faz grandes manifestações, reivindicando a anistia dos
oposicionistas presos e exilados e uma Assembleia Constituinte.

A imprensa alternativa cresceu exponencialmente no período,


centenas de pequenos jornais se espalharam pelo país com
posições críticas à ditadura. Mesmo tendo suspendido a censura
prévia em jornais como o Movimento, o governo do general Geisel
moveu intensa campanha contra esses veículos, apreendeu
edições, processou jornalistas pela Lei de Segurança Nacional,
procurou inviabilizá-los com sanções econômicas. Militares
praticaram atos de terrorismo, depredando e jogando bombas nas
redações e bancas de jornal.

A campanha eleitoral para a presidência foi bastante conturbada,


mas, graças ao Pacote de Abril, Figueiredo recebeu a maioria dos
votos na eleição indireta no Congresso Nacional, em outubro de
1978. O quinto e último general-presidente da ditadura tomou
posse em março de 1979 para o mandato de seis anos.
Conclusão

Neste trabalho abordamos sobre a Ditadura Militar, mais


concretamente sobre um período no regime militar que ficou
conhecido como “Anos de Terror”, pois foi uma fase da ditadura
onde houve muita tortura, assassinatos e prisões ilegais para
intimidar opositores políticos.
Cumprimos o objetivo que tínhamos proposto, sendo ele o de
informar o leitor sobre um período de angústia sentido pelo povo
brasileiro.
Este trabalho foi importante para o nosso conhecimento, pois nos
permitiu conhecer melhor a história do Brasil, além de ter nos
permitido desenvolver competências de investigação, selecção,
organização e comunicação de informações.

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