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cubano del azúcar y del tabaco, de Fernando Ortiz. O vocábulo tornou-se referência
obrigatória, sobretudo, na área da antropologia, para toda reflexão sobre o fenômeno da
mestiçagem não apenas em Cuba, mas, por analogia, em toda a América.
O ponto principal e a razão pela qual Ortiz advoga a criação de um novo vocabulário
são a inexistência de um termo que possa abarcar e significar este processo sempre em
movimento, que é o encontro dos povos e de suas culturas.
Este ensaio de Ortiz, bem como grande parte de sua obra, teve como inspiração o
interesse do antropólogo/sociólogo, pela cultura negra que, transplantada da África,
floresceu em Cuba, gerando inúmeros fenômenos culturais. Para Ortiz, embora o
processo seja doloroso para todos, os negros, por sua condição de absoluta
subalternidade em um sistema escravocrata, foram os que mais sofreram no movimento
de transplantação espacial e cultural, corte radical com usa raízes, enfim,
transculturação.
A forma pouca ortodoxa com que Ortiz analisa o processo civilizatório que se deu em
Cuba, em nada faz lembrar as teorias de corte positivista. Ortiz logrou construir uma
obra síntese, de equilíbrio teórico e metodológico, sustentada por uma reflexão original,
desvinculada das amarras teóricas das principais correntes da época. O antropólogo
cubano foi pioneiro ao elaborar um edifício teórico capaz de entender e explicar os
paradoxos culturais que fazem parte da origem e formação dos povos latino-americanos,
sempre buscando uma forma de ver o homem em sua multiplicidade, de ressaltar seu
potencial ativo e criativo.
A primeira operação ocorre no na língua. Desde o final do século XIX, com o primeiro
impacto modernizador provocado pelo modernismo na América Hispânica, a língua
surge como um escudo de defesa e prova da independência.