Você está na página 1de 23

Imaginários afrodiaspóricos na literatura e nas artes visuais latino-americanas e

caribenhas dos séculos XX e XXI

Apresentação

O termo Negritude, que define o movimento poético e artístico que gira em torno das
questões de raça e identidade negra, aparece pela primeira vez em 1935, no número 3 da
revista francesa O estudante negro (L’étudiant noir), especificamente no artigo do poeta
martiniquenho Aimé Césaire intitulado “Consciência racial e revolução social”.
Posteriormente, o termo também aparecerá no poema fundamental Diário de um retorno
ao país natal, também de Césaire, que fora publicado no ano de 1939 em Paris. Escrito
em estilo livre, o poema condensa, com a cristalização do termo Negritude, as diversas
manifestações que surgiram em contextos díspares, como aquelas advindas do Harlem
Renaissance, nos Estados Unidos, nos anos de 1920, além daquelas vindas do
Indigenismo da literatura haitiana, e do Negrismo cubano de Nicolas Guillén, dos anos
de 1930. Seria necessário salientar também os escritos das irmãs martiniquenhas Jeanne
e Paulette Nardal, precursoras do movimento, especificamente em seus ensaios
publicados nas revistas a Dépêche Africaine e Le monde noir, no final dos anos de 1920
e no início dos anos de 1930. O surgimento do termo constituiu uma etapa importante de
tomada de consciência da condição do homem negro através da literatura e da cultura de
maneira geral. Assim, ele aglutina as inquietações e problemáticas presentes em diversos
autores negros, como, por exemplo, as que se encontram nos escritos dos haitianos Jean

1
Figuras: Préfète Duffaut (1923 – 2012).
Price-Mars (1876 – 1969) e Jacques Roumain (1907 –1944), nos americanos Martin
Robison Delany (1812 – 1885), "W. E. B." Du Bois (1868 —1963) e James Mercer
Langston Hughes (1902 – 1967), nos jamaicanos Claude McKay (1889 – 1948) e Marcus
Garvey (1887-1940), no cubano Nicolás Guillén (1902 – 1989), no francês Leon Damas
(1912 –1978), no senegalês Léopold Sédar Senghor (1906 –2001), além do próprio Aimé
Césaire (1913 – 2008).

Assim sendo podemos, no campo da pesquisa literária e artística contemporânea


latino-americana e caribenha, refletir a partir das problematizações e inquietações
deflagradas pelo movimento da Negritude. Dessa forma podemos observar um
movimento que começa com as discussões em torno da negritude até chegar a um
pensamento planetário, o "Todo-mundo", desenvolvido particularmente pelo pensador e
poeta martiniquenho Édouard Glissant, mas também o pensamento da "Crioulidade",
proposto por Jean Bernabé, Patrick Chamoiseau e Raphäel Confiant, o contexto
transnacional do "atlântico negro", formulado por Paul Gilroy, o "devir negro do mundo",
o "brutalismo", o "afropolitanismo" e a "necropolítica" de Achile Mbembe, e a
“Afrotopia” de Felwine Sarr. Da mesma forma, o conceito de "Amefricanidade" de Lélia
Gonzales, pensadora brasileira, que pretende ir além de uma visão idealizada, imaginária
ou mitificada da África, para retornar à realidade transnacional em que vivemos no
continente americano, também nos parece ser uma importante ferramenta para
compreendermos as diferentes relações propostas entre literatura e artes visuais no
contexto latino-americano e caribenho dos séculos XX e XXI.

Nesse sentido, nossa proposta engloba diversas correntes de pensamento e


movimentos culturais que questionaram e ainda questionam as relações étnico-raciais e a
cultura da diáspora negra como um todo. Neste contexto, consideramos que os conceitos
e ideias da teoria crítica da raça, o movimento da Negritude, a branquitude, os estudos
afro-americanos e africanos em geral, os estudos descoloniais e decoloniais, o
“afrocentrismo”, o “afropessimismo” a “Afrotopia” e o “Afrofuturismo” podem ser úteis
para o desenvolvimento teórico das pesquisas que buscamos incorporar ao presente
volume.

O imaginário da diáspora negra se configura sob o signo do fluxo, das passagens,


do movimento e dos múltiplos cruzamentos e encontros. Segundo Paul Gilroy, o horror e
a violência do tráfico de escravos produziram novas identidades e culturas, e a diáspora
negra se configura no entrelaçamento de formas de vida geopolíticas e geoculturais que
resultam da interação entre sistemas comunicativos e contextos que incorporam, mas
também modificar e transcender. Nas palavras de Édouard Glissant, tais emaranhados
configurariam um processo de crioulização, pautado pela imprevisibilidade do resultado
final. Assim, as contribuições podem explorar temas relacionados à política, religião,
globalização, questões sociais, raciais e étnicas, considerando as múltiplas relações entre
estética e política, cultura e poder no contexto da produção cultural e artística da diáspora
negra. Outrossim, estamos interessados em propostas de artigos que explorem esses temas
nos séculos XX e XXI a partir de uma perspectiva transnacional, transdisciplinar e/ou
interartística.

Queremos conhecer em profundidade os caminhos percorridos pelas letras latino-


americanas e caribenhas dos séculos XX e XXI em relação à experiência da diáspora
negra, em diálogo com as artes visuais, bem como os principais temas, formas e técnicas
usado por dramaturgos, contadores de histórias, poetas e artistas. Em um contexto de
crescente violência e intolerância em relação às minorias nos países latino-americanos,
serão bem-vindas análises que enfocam a relação entre literatura e resistência no âmbito
das culturas da diáspora negra.

Por fim, esperamos contribuir para os estudos no campo da literatura comparada,


oferecendo uma leitura original e atual destas temáticas que giram em torno de reflexões
sobre a questão étnica e identitária negra na literatura latino-americana e caribenha, em
diálogo com as artes visuais.

Organizadores

• Michel Mingote Ferreira de Ázara. Doutor em Teoria da Literatura e Literatura


Comparada (UFMG), e pós-doutorando em Literatura Comparada Unesp (São
José do Rio Preto).
• Rafael Climent-Espino. Doutor em Literatura Latinoamericana (Purdue
University), Associate Professor of Spanish and Portuguese, Departmento de
Línguas e Culturas Modernas, Baylor University.
CONTRIBUIÇÕES

Em consonância com estas questões problematizadas, as contribuições podem


assumir a forma de artigos originais, estudos de caso, análises, resumos, entrevistas ou
resenhas nesses campos disciplinares relacionados, cuja lista não exaustiva segue:

• Teoria crítica da raça


• Diáspora negra
• Literatura Comparada
• Artes visuais e performáticas
• Estudos Culturais
• Estudos Decoloniais e pós-coloniais
• Literatura, Artes e outras Mídias.
• Literatura brasileira, latino-americana e caribenha contemporâneas.
• Teoria da Literatura, História e Cultura

Salientamos que o interesse principal do presente volume gira em torno das múltiplas
relações entre a Literatura e as artes visuais latino-americanas e caribenhas dos séculos
XX e XXI, no contexto da produção estética e cultural oriunda da diáspora negra.

Processo de Seleção e Cronograma

A seleção das propostas será feita em três etapas.

1- Até 1° março de 2023: envio de resumos e notas biobibliográficas. As


propostas de contribuição devem incluir um título e um resumo de
aproximadamente 800 palavras no idioma usual do autor. Devem ser
acompanhados de uma breve nota biobibliográfica, não excedendo 150 palavras.
2- De 1° de março a 10 de março de 2023: seleção de propostas. As propostas
selecionadas serão objeto de um artigo de no máximo 35.000 caracteres, incluindo
espaços. Uma notificação chegará aos autores até o dia 15 de março de 2023.
3- 30 de abril: Envio dos artigos finais

As propostas de artigos, acompanhadas de uma breve nota biobibliográfica, devem ser


enviadas para michel_mingote@yahoo.com.br. Para qualquer informação necessária,
envie um e-mail para michel_mingote@yahoo.com.br.
Referências Bibliográficas

Appiah, Kwame Anthony. Na casa de meu pai. A África na filosofia da cultura. Tradução
Vera Ribeiro, 1ª edição. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997
Axelos, Kostas. Vers la pensée planétaire. Paris : Minuit, 1964
Bernabé, Jean; Mohamed Bouya taleb-khyar ; Patrick Chamoiseau ; Raphael Confiant.
Éloge de la creolité. Paris: Gallimard, 1990.
Césaire, Aimé. Cahier d’un retour au pays natal. Paris : Presence Africaine, 2008.
Confiant, Raphael; Patrick Chamoiseau. Lettres créoles. Tracées antillaises et
continentales de la littérature, 1635-1975, Paris, Hatier, 1991.
Fanon, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Rio de Janeiro: Fator, 1983.
Gilroy, Paul. L'Atlantique noir. Modernité et double conscience, Amsterdam Editions,
coll. Atlantique noir, 2010.
Glissant, Edouard. Le discours antillais. Paris : Seuil, 1981.
______. L’Intention poétique, Paris, Editions du Seuil, coll. «Pierres vives», 1969, rééd.
«Poétique II», Gallimard, 1997.
______. Poétique de la Relation, Paris, Gallimard, 1990.
______. Traité du Tout-Monde, Poétique IV, Paris, Gallimard, 1997.
______. La cohée du Lamentin, Poétique V, Paris, Gallimard, 2005.
______. Une nouvelle région du monde, Esthétique I, Paris, Gallimard, 2006.
______. L'intraitable beauté du monde. Adresse à Barack Obama, avec Patrick
Chamoiseau, Paris, Editions Galaade / Institut du Tout-monde, 2009.
______. Philosophie de la Relation. Poésie en étendue, Paris, Gallimard, 2009.
______. La terre le feu l'eau et les vents. Une anthologie de la poésie du Tout-monde,
Paris, Editions Galaade / Institut du Tout-monde, 2010.
Gonzales, Lélia. “A categoria político-cultural de amefricanidade”. Tempo Brasileiro.
Rio de Janeiro, Nº. 92/93 (jan./jun.)
Hill Collins, Patricia La pensée féministe noire : savoir, conscience et politique de
l’empowerment. Montréal: Les éditions du remue-ménage, 2016.
Kesteloot, Lilyan. Négritude et situation coloniale. Seine: Panafrika/ Silex/ Nouvelles du
Sud, 1988.
______. Histoire de la littérature négro-africaine, Khartala, 2004.
Mbembe, Achille. Critique de la raison nègre. Paris, La Découverte, 2013.
______. «Necropolitics». Public Culture, vol. 15, no 1, 1er janvier 2003, p. 11–40.
______. Le Brutalisme. Paris, La Découverte, 2020.
Ménil, René. Légitime défense n°1, Paris: Éditions Jean-Michel Place, 1979.
Nascimento. Abdias do O Quilombismo. 2ª ed. Brasília/ Rio: Fundação Cultural
Palmares/ OR Editora, 2002.
Sarr, Felwine. Afrotopia. São Paulo : n-1edições, 2019.
Sédar Senghor, Léopold, Aimé Césaire, Léon-Gontran Damas. L’étudiant noir. Paris,
mars 1935.
Imaginarios afrodiaspóricos en la literatura y las artes visuales latinoamericanas y
caribeñas de los siglos XX y XXI

Presentación
El término Negritud, que define el movimiento poético y artístico que gira en torno a
cuestiones de raza e identidad negra, aparece por primera vez en 1935, en el número 3 de la
revista francesa El estudiante negro (L’étudiant noir), concretamente en el artículo del poeta
martiniqués Aimé Césaire titulado “Conciencia racial y revolución social”. Posteriormente, el
término aparecerá en el poema fundamental de Césaire “Diario de un regreso al país natal”
publicado en 1939 en París. Escrito en estilo libre, el poema condensa, con la cristalización del
término Negritud, las diversas manifestaciones surgidas en diferentes contextos, como las del
Renacimiento de Harlem en Estados Unidos en la década de 1920, además de las provenientes
del Indigenismo de la literatura haitiana, y del Negrismo cubano de Nicolás Guillén en la década
de 1930. Por otra parte, habría que destacar los escritos de las hermanas martiniquesas Jeanne
y Paulette Nardal, precursoras del movimiento, específicamente en sus ensayos publicados en
las revistas Dépêche Africaine y Le monde noir a finales de la década de 1920 y principios de
la de 1930. El surgimiento del término constituyó una etapa importante en la toma de
conciencia de la condición del hombre negro a través de la literatura y la cultura. Así, el término
Negritud reúne las preocupaciones y problemas presentes en varios autores negros, como, por
ejemplo, los que se encuentran en los escritos de los haitianos Jean Price-Mars (1876–1969) y
Jacques Roumain (1907–1944), en los estadounidenses Martin Robison Delany (1812–1885),
“W.E.B.” Du Bois (1868–1963) y James M. Langston Hughes (1902–1967), en los jamaicanos
Claude McKay (1889–1948) y Marcus Garvey (1887–1940), en el cubano Nicolás Guillén

1
Figuras: Préfète Duffaut (1923 – 2012).
(1902–1989), en el francés Leon Damas (1912–1978), en el senegalés Léopold Sédar Senghor
(1906–2001), además del propio Aimé Césaire (1913–2008).
A través de las obras de estos autores en el campo de la investigación literaria y artística
latinoamericana y caribeña contemporánea podemos reflexionar sobre las cuestiones
planteadas por el movimiento de la Negritud. De esta manera, se puede observar una corriente
que comienza con las discusiones en torno a la negrura hasta llegar a un pensamiento planetario
–como propone Kostas Axelos– que va desde el “Todo-mundo”, concepto desarrollado
particularmente por el pensador y poeta martiniqués Édouard Glissant, hasta el pensamiento de
la “Criollidad” propuesto por Jean Bernabé, Patrick Chamoiseau y Raphael Confiant, pasando
por el contexto transnacional del “Atlántico negro”, formulado por Paul Gilroy, el “devenir
negro del mundo”, el “brutalismo”, el “afropolitismo”, la “necropolítica” de Achile Mbembe o
la “Afrotopía” de Felwine Sarr. Además de estos conceptos, nos interesa la idea de
“amefricanidad” de Lélia Gonzales, pensadora brasileña, que pretende ir más allá de una visión
idealizada, imaginaria o mitificada de África, para volver la mirada a la realidad transnacional
en la que se vive en el continente americano. Todas ellas nos parecen herramientas importantes
para comprender las distintas relaciones que se proponen entre literatura y artes visuales en el
contexto latinoamericano y caribeño de los siglos XX y XXI.
En este sentido, nuestra propuesta abarca varias corrientes de pensamiento y
movimientos culturales que se preguntaron y se preguntan sobre las relaciones étnico-raciales
y sobre la cultura de la diáspora negra en su conjunto. En este contexto, consideramos que los
conceptos e ideas de la teoría crítica de la raza, el movimiento de la negritud, la blanquitud, los
estudios afroamericanos y africanos en general, los estudios poscoloniales y decoloniales, el
“afrocentrismo”, el “afropesimismo”, la “afrotopía” o el “afrofuturismo” pueden ser conceptos
útiles para el desarrollo teórico de la investigación que buscamos incorporar al volumen.
El imaginario de la diáspora negra se configura bajo el signo del fluir, los transcursos,
el movimiento y los múltiples cruces y encuentros. Para Paul Gilroy, el horror y la violencia
de la trata de esclavos produjeron nuevas identidades y culturas; la diáspora negra se configura
en el entrecruzamiento de formas de vida geopolíticas y geoculturales que resultan de la
interacción entre sistemas comunicativos y contextos que incorporan, pero también modifican
y trascienden. En ese sentido, y según Édouard Glissant, tales enredos configurarían un proceso
de criollización, guiado por la imprevisibilidad del resultado final. Así, las contribuciones que
buscamos pueden explorar temas relacionados con la política, la religión, la globalización,
cuestiones sociales, raciales y étnicas, considerando las múltiples relaciones entre estética y
política, cultura y poder en el contexto de la producción cultural y artística de la diáspora negra.
Estamos interesados en propuestas de artículos que exploren estas temáticas en los
siglos XX y XXI desde una perspectiva transnacional, transdisciplinar y/o interartística.
Queremos explorar en profundidad los caminos recorridos por la literatura latinoamericana y
caribeña de los siglos XX y XXI en relación a la experiencia de la diáspora negra, en diálogo
con las artes visuales, así como con los principales temas, formas y técnicas usados por
dramaturgos, narradores de historias, poetas y artistas. En un contexto de creciente violencia e
intolerancia hacia las minorías en los países latinoamericanos, serán bienvenidos los análisis
que se centren en la relación entre la literatura y la resistencia de las culturas de la diáspora
negra. Finalmente, esperamos contribuir a los estudios en el campo de la literatura comparada
y las artes visuales ofreciendo una lectura original y actual de temas que giran en torno a
reflexiones sobre la cuestión étnica e identitaria en la literatura y las artes latinoamericanas y
caribeñas.

Organizadores:
• Michel Mingote Ferreira de Azara. Doctor en Teoría de la Literatura y Literatura
Comparada (UFMG), y becaria posdoctoral en Literatura Comparada en la Unesp (São
José do Rio Preto).
• Rafael Climent-Espino, Doctor en Literatura Latinoamericana. Profesor Titular de
Español y Portugués. Departamento de Lenguas y Culturas Modernas, Baylor
University.

Contribuciones
En línea con los temas problematizados, las contribuciones pueden tomar la forma de
artículos originales, estudios de casos, análisis, resúmenes, entrevistas o reseñas en estos
campos disciplinarios cuya lista no exhaustiva es la siguiente:
• Teoría crítica de la raza
• Diáspora negra
• Literatura comparada
• Artes visuales y escénicas
• Estudios culturales
• Estudios decoloniales y poscoloniales
• Literatura, artes y otros medios.
• Literatura contemporánea brasileña, caribeña y latinoamericana.
• Teoría de la literatura, historia y cultura

Enfatizamos que el interés principal del presente volumen gira alrededor de las múltiples
relaciones entre la literatura y las artes visuales latinoamericanas y caribeñas de los siglos XX
y XXI en el contexto de la producción estética y cultural oriunda de la diáspora negra.

Proceso de selección y cronograma


La selección de propuestas se realizará en tres etapas.
1. Hasta el 1 de marzo de 2023: envío de resúmenes y notas biobibliográficas. Las
propuestas de contribución deben incluir un título y un resumen de aproximadamente
800 palabras en el idioma habitual del autor (español, francés, inglés o portugués).
Deben ir acompañadas de una breve nota biobibliográfica, que no exceda las 150
palabras.
2. Del 1 al 10 de marzo de 2023: selección de propuestas. Las propuestas seleccionadas
serán objeto de un artículo con un máximo de 35.000 caracteres, espacios incluidos.
Una notificación llegará a los autores antes del 15 de marzo de 2022.
3. 30 de abril de 2023: Fecha final para la entrega de los artículos.

Las propuestas de artículos, acompañadas de una breve nota biobibliográfica, deben


enviarse amichel_mingote@yahoo.com.br. Para cualquier información, envíe un correo
electrónico a michel_mingote@yahoo.com.br.

Referencias bibliográficas
Appiah, Kwame Anthony. Na casa de meu pai. A África na filosofia da cultura. Tradução Vera
Ribeiro, 1ª edição. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997
Axelos, Kostas. Vers la pensée planétaire. Paris : Minuit, 1964
Bernabé, Jean; Mohamed Bouya taleb-khyar ; Patrick Chamoiseau ; Raphael Confiant. Éloge
de la creolité. Paris: Gallimard, 1990.
Césaire, Aimé. Cahier d’un retour au pays natal. Paris : Presence Africaine, 2008.
Confiant, Raphael; Patrick Chamoiseau. Lettres créoles. Tracées antillaises et continentales de
la littérature, 1635-1975, Paris, Hatier, 1991.
Fanon, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Rio de Janeiro: Fator, 1983.
Gilroy, Paul. L'Atlantique noir. Modernité et double conscience, Amsterdam Editions, coll.
Atlantique noir, 2010.
Glissant, Edouard. Le discours antillais. Paris : Seuil, 1981.
______. L’Intention poétique, Paris, Editions du Seuil, coll. « Pierres vives », 1969, rééd. «
Poétique II », Gallimard, 1997.
______. Poétique de la Relation, Paris, Gallimard, 1990.
______. Traité du Tout-Monde, Poétique IV, Paris, Gallimard, 1997.
______. La cohée du Lamentin, Poétique V, Paris, Gallimard, 2005.
______. Une nouvelle région du monde, Esthétique I, Paris, Gallimard, 2006.
______. L'intraitable beauté du monde. Adresse à Barack Obama, avec Patrick Chamoiseau,
Paris, Editions Galaade / Institut du Tout-monde, 2009.
______. Philosophie de la Relation. Poésie en étendue, Paris, Gallimard, 2009.
______. La terre le feu l'eau et les vents. Une anthologie de la poésie du Tout-monde, Paris,
Editions Galaade / Institut du Tout-monde, 2010.
Gonzales, Lélia. “A categoria político-cultural de amefricanidade”. Tempo Brasileiro.
Rio de Janeiro, Nº. 92/93 (jan./jun.)
Hill Collins, Patricia La pensée féministe noire : savoir, conscience et politique de
l’empowerment. Montréal: Les éditions du remue-ménage, 2016.
Kesteloot, Lilyan. Négritude et situation coloniale. Seine: Panafrika/ Silex/ Nouvelles du Sud,
1988.
______. Histoire de la littérature négro-africaine, Khartala, 2004.
Mbembe, Achille. Critique de la raison nègre. Paris, La Découverte, 2013.
______. «Necropolitics». Public Culture, vol. 15, no 1, 1er janvier 2003, p. 11–40.
______. Le Brutalisme. Paris, La Découverte, 2020.
Ménil, René. Légitime défense n°1, Paris: Éditions Jean-Michel Place, 1979.
Nascimento. Abdias do O Quilombismo. 2ª ed. Brasília/ Rio: Fundação Cultural Palmares/ OR
Editora, 2002.
Sarr, Felwine. Afrotopia. São Paulo : n-1edições, 2019.
Sédar Senghor, Léopold, Aimé Césaire, Léon-Gontran Damas. L’étudiant noir. Paris, mars
1935.
Afro-Diasporic Imaginaries in 20th and 21st–Century Latin American and
Caribbean Literature and Visual Arts

Introduction
The term Negritude, which defines the poetic and artistic movement that revolves
around questions of race and black identity, appeared for the first time in 1935, in the
number 3 of the French magazine The Black Student (L’étudiant noir), specifically in the
article by the Martinique poet Aimé Cesaire entitled “Racial Consciousness and Social
Revolution”. Later on, the term will also appear in the poet’s fundamental poem entitled
“Notebook of a Return to the Native Land”, which was published in 1939 in Paris. Written
in free style, the poem condenses, with the crystallization of the term Negritude, the
various manifestations that emerged in different contexts, such as those arising from the
Harlem Renaissance in the United States in the 1920s, in addition to those coming from
the Indigenism of Haitian literature, and the Cuban Negrismo of Nicolás Guillén from the
1930s. It is also necessary to highlight the writings of the Martinican sisters Jeanne and
Paulette Nardal, precursors of the movement, specifically in their essays published in the
magazines Dépêche Africaine and Le monde noir in the late 1920s and early 1930s. The
emergence of the term constituted an important stage in raising awareness of the condition
of the black man through literature and culture. Thus, the concept of Negritude brings
together the concerns and problems present in several black authors, such as those found
in the writings of the Haitians Jean Price-Mars (1876–1969) and Jacques Roumain (1907–
1944), and in the American Martin Robison Delany (1812–1885), “W.E.B.” Du Bois
(1868–1963) and James Mercer Langston Hughes (1902–1967), in the Jamaicans Claude

1
Figures 1 and 2: Préfète Duffaut (1923–2012).
McKay (1889–1948) and Marcus Garvey (1887–1940), in the Cuban Nicolás Guillén
(1902–1989), in the French Leon Damas (1912 –1978), and in the Senegalese Léopold
Sédar Senghor (1906–2001) in addition to Aimé Césaire (1913–2008) himself.
Through the work of the aforementioned writers in the field of contemporary Latin
American and Caribbean literary and artistic research, we can reflect on issues raised by
the Negritude movement. In this way, it can be observed a current of thought that begins
with the discussions around blackness until reaching –following Kostas Axelos– a
“planetary thought” that goes from the “Whole-World” –idea developed by the
Martinican thinker and poet Édouard Glissant– to the concept of “Creolity” –proposed by
Jean Bernabé, Patrick Chamoiseau and Raphael Confiant– and going through themes like
the transnational context of the “black Atlantic” formulated by Paul Gilroy, the “black
becoming of the world”, “brutalism”, “Afropolitanism” and the “necropolitics” of Achile
Mbembe, as well as the “Afrotopia” by Felwine Sarr. Likewise, the concept of
“Amefricanity” by the Brazilian thinker Lélia Gonzales who intends to go beyond an
idealized, imaginary or mythologized vision of Africa, to return to the transnational
reality in which we live in the American continent. We consider the latter an important
tool for understanding the different relationships proposed between literature and visual
arts in the Latin American and Caribbean context of the 20th and 21st centuries.
In this regard, our proposal encompasses several currents of thought and cultural
movements that inquired and still inquiring into the ethnic-racial relations and into the
culture of the black diaspora as a whole. In this context, we consider that the concepts
and ideas of the critical theory of race, the blackness movement, whiteness, Afro-
American and African studies in general, post-colonial and de-colonial studies,
“Afrocentrism”, “Afro-pessimism”, “Afrotopia” or “Afrofuturism” can be useful tools
for the theoretical development of the research that we seek to incorporate into the
volume.
The imaginary of the black diaspora is configured under the sign of flow,
passages, movement and multiple crossings and encounters. According to Paul Gilroy,
the horror and violence of the slave trade produced new identities and cultures, and the
black diaspora is configured in the intertwining of geopolitical and geocultural ways of
life that result from the interaction between communicative systems and contexts that
they incorporate and that, at the same time, modify and transcend. In the words of
Édouard Glissant, such entanglements would configure a process of creolization, guided
by the unpredictability of the final result. Thus, we look for contributions that explore
themes related to politics, religion, globalization, social, racial and ethnic issues,
considering the multiple relationships between aesthetics and politics, culture and power
in the context of the cultural and artistic production of the black diaspora. We are
interested in proposals that examine these themes in the 20th and 21st century from a
transnational, transdisciplinary and/or interartistic perspective.
In this volume, we would like to analyze in depth the paths taken by the 20th and
21st century Latin American and Caribbean letters in relation to the experience of the
black diaspora in dialogue with the visual arts, as well as in relation to the main themes,
forms and techniques used by artist, playwrights, poets, storytellers and writers. In a
context of increasing violence and intolerance towards minorities in Latin America, we
will welcome analyses that focus on the relationship between literature and the resistance
of the cultures created by the black diaspora.
Our hope is to contribute to the field of comparative literature and the visual arts
by offering an original and current reading of these themes/questions that revolve around
reflections on ethnic and identity issues in Latin American and Caribbean literature and
visual arts.

Organizers
• Michel Mingote Ferreira de Azara, PhD Theory of Literature and Comparative
Literature (Federal University of Minas Gerais, UFMG), post-doctoral fellow in
Comparative Literature at UNESP (São José do Rio Preto).

• Rafael Climent-Espino, PhD Latin American Literature (Purdue University),


Associate Professor of Spanish and Portuguese, Modern Languages and Cultures,
Baylor University.

Contributions
In line with these problematized issues, contributions can take the form of original
articles, case studies, analyses, abstracts, interviews or reviews in the following
disciplinary fields:

• Critical Race Theory


• African Diaspora
• Comparative literature
• Visual and Performing Arts
• Cultural Studies
• Decolonial and Postcolonial Studies
• Literature, Arts and other Media
• Contemporary Brazilian, Latin American and Caribbean Literature.
• Theory of Literature, History and Culture

We emphasize that the main interest of this volume revolves around the multiple
relationships between Latin American and Caribbean literature and visual arts of the 20th
and 21st centuries in the context of the aesthetic and cultural production with origin in
the black diaspora.

Selection Process and Schedule


The selection of proposals will be made in three stages.
1. Submission of abstracts and bio-bibliographic notes: until March 1, 2023.
Contribution proposals must include a title and an abstract of approximately 800
words in the author’s usual language (English, French, Portuguese or Spanish).
They must be accompanied by a brief bio-bibliographic note, not exceeding 150
words.
2. Selection of proposals: from March 1 to March 10, 2023. The selected
proposals will be the subject of an article with a maximum of 35,000 characters,
including spaces. A notification will reach authors by March 15, 2023.
3. Deadline to send the articles: April 30, 2023.

Article proposals, accompanied by a brief bio-bibliographic note, should be sent


to michel_mingote@yahoo.com.br For any other information in regards to the process,
please send an email to michel_mingote@yahoo.com.br

Bibliography
Appiah, Kwame Anthony. Na casa de meu pai. A África na filosofia da cultura. Tradução
Vera Ribeiro, 1ª edição. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997
Axelos, Kostas. Vers la pensée planétaire. Paris : Minuit, 1964
Bernabé, Jean; Mohamed Bouya taleb-khyar ; Patrick Chamoiseau ; Raphael Confiant.
Éloge de la creolité. Paris: Gallimard, 1990.
Césaire, Aimé. Cahier d’un retour au pays natal. Paris : Presence Africaine, 2008.
Confiant, Raphael; Patrick Chamoiseau. Lettres créoles. Tracées antillaises et
continentales de la littérature, 1635-1975, Paris, Hatier, 1991.
Fanon, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Rio de Janeiro: Fator, 1983.
Gilroy, Paul. L'Atlantique noir. Modernité et double conscience, Amsterdam Editions,
coll. Atlantique noir, 2010.
Glissant, Edouard. Le discours antillais. Paris : Seuil, 1981.
______. L’Intention poétique, Paris, Editions du Seuil, coll. «Pierres vives», 1969, rééd.
«Poétique II», Gallimard, 1997.
______. Poétique de la Relation, Paris, Gallimard, 1990.
______. Traité du Tout-Monde, Poétique IV, Paris, Gallimard, 1997.
______. La cohée du Lamentin, Poétique V, Paris, Gallimard, 2005.
______. Une nouvelle région du monde, Esthétique I, Paris, Gallimard, 2006.
______. L'intraitable beauté du monde. Adresse à Barack Obama, avec Patrick
Chamoiseau, Paris, Editions Galaade / Institut du Tout-monde, 2009.
______. Philosophie de la Relation. Poésie en étendue, Paris, Gallimard, 2009.
______. La terre le feu l'eau et les vents. Une anthologie de la poésie du Tout-monde,
Paris, Editions Galaade / Institut du Tout-monde, 2010.
Gonzales, Lélia. “A categoria político-cultural de amefricanidade”. Tempo Brasileiro.
Rio de Janeiro, Nº. 92/93 (jan./jun.)
Hill Collins, Patricia La pensée féministe noire : savoir, conscience et politique de
l’empowerment. Montréal: Les éditions du remue-ménage, 2016.
Kesteloot, Lilyan. Négritude et situation coloniale. Seine: Panafrika/ Silex/ Nouvelles du
Sud, 1988.
______. Histoire de la littérature négro-africaine, Khartala, 2004.
Mbembe, Achille. Critique de la raison nègre. Paris, La Découverte, 2013.
______. «Necropolitics». Public Culture, vol. 15, no 1, 1er janvier 2003, p. 11–40.
______. Le Brutalisme. Paris, La Découverte, 2020.
Ménil, René. Légitime défense n°1, Paris: Éditions Jean-Michel Place, 1979.
Nascimento. Abdias do O Quilombismo. 2ª ed. Brasília/ Rio: Fundação Cultural
Palmares/ OR Editora, 2002.
Sarr, Felwine. Afrotopia. São Paulo : n-1edições, 2019.
Sédar Senghor, Léopold, Aimé Césaire, Léon-Gontran Damas. L’étudiant noir. Paris,
mars 1935.
Imaginaires afro-diasporiques dans la littérature et les arts visuels latino-américains et
caribéens du XXe et du XXIe siècle

Présentation

Le terme « négritude », qui définit le mouvement poétique et artistique qui


s’articule autour des questions de race et d’identité noires, apparaît pour la première fois
en 1935 dans le numéro 3 de la revue française « L’étudiant noir », plus précisément dans
l’article du poète martiniquais Aimé Césaire intitulé « Conscience raciale et révolution
sociale ». Par la suite, le terme apparaît également dans le poème fondamental du même
poète intitulé Cahier d’un retour au pays natal, publié en 1939 à Paris, dans le numéro
20 de la revue « Volontés ». Rédigé dans un style libre, le poème condense, avec la
cristallisation du terme « négritude », les manifestations diverses apparues dans des
contextes variés, telles que celles issues du Harlem Renaissance aux États-Unis dans les
années 1920, celles provenant de la littérature haïtienne Indigéniste et le négrisme cubain
de Nicolas Guillén dans les années 30. Il faudrait aussi remarquer les écrits des sœurs
martiniquaises Jeanne Nardal et Paulette Nardal, précurseurs de ce mouvement,
notamment dans leurs essaies publiés dans des revues comme La « dépêche Africaine »
et « Le monde Noir », à la fin des années 1920 et au début des années 1930. L’avènement
du terme a constitué une étape importante dans la prise de conscience de la condition de
l’homme noir à travers la littérature et la culture de façon générale. Ainsi, il réunit les
préoccupations et les problèmes présents chez plusieurs auteurs noirs, comme, par
exemple, ceux que l'on retrouve dans les écrits des Haïtiens Jean Price-Mars (1876 - 1969)
et Jacques Roumain (1907 -1944), chez les Américains Martin Robison Delany (1812 -
1885), "WEB." Du Bois (1868 —1963) et James Mercer Langston Hughes (1902 – 1967),
chez les Jamaïcains Claude McKay (1889 – 1948) et Marcus Garvey (1887-1940), chez
le Cubain Nicolás Guillén (1902) – 1989), au Français Léon Damas (1912 –1978), au
Sénégalais Léopold Sédar Senghor (1906 –2001), en plus d'Aimé Césaire lui-même (1913
– 2008).

1
Figures : Préfète Duffaut (1923–2012).
Ainsi nous pouvons, dans le cadre des recherches littéraires et artistiques latino-
américaines et caribéennes contemporaines, réfléchir à partir des problèmes soulevés par
le mouvement de la négritude. Nous pouvons observer un mouvement qui part d’abord
des discussions autour de la négritude et arrive jusqu’à une pensée planétaire – le « Tout-
monde », développé notamment par le penseur et poète martiniquais Édouard Glissant,
mais aussi la pensée de la « Créolité », proposée par Jean Bernabé, Patrick Chamoiseau
et Raphael Confiant, le contexte transnational de « l’Atlantique noir », formulé par Paul
Gilroy, le « devenir nègre du monde », le « brutalisme », « l’afropolitanisme » et la
« necropolitique » d’Achile Mbembe, et « l’Afrotopia » de Felwine Sarr. De la même
manière, le concept de « l’Améfricanité » de Lélia Gonzales, penseuse brésilienne, qui
vise à dépasser une vision idéalisée, imaginaire ou mythifiée de l’Afrique, pour revenir à
la réalité transnationale dans laquelle nous vivons au continent américain, nous semble
aussi être un outil important pour comprendre les différentes relations proposées entre la
littérature et les arts visuels dans le contexte latino-américain et caribéen du XXe et du
XXIe siècle.
En ce sens, notre proposition englobe plusieurs courants de pensée et mouvements
culturels qui se sont interrogés et s’interrogent encore sur les relations ethnico-raciales et
la culture de la diaspora noire dans son ensemble. Dans ce contexte, nous considérons
que les concepts et les idées de la théorie critique de la race, du mouvement de la
négritude, de la blanchitude, des études afro-américaines et africaines en général, des
études postcoloniales et décoloniales, « l’afrocentrisme », « l’afropessimisme »
« l’afrotopia » et « l’afrofuturisme » peuvent être utiles pour le développement théorique
de la recherche que nous cherchons à incorporer dans le volume.
L’imaginaire de la diaspora noire se configure sous le signe du flux, des passages,
du mouvement et des multiples croisements et rencontres. Selon Paul Gilroy, l’horreur et
la violence du négrier ont produit de nouvelles identités et cultures, et la diaspora noire
est façonnée dans l’entrelacement de formes de vie géopolitiques et géoculturelles qui
résultent de l’interaction entre des systèmes et des contextes communicatifs qu’ils
incorporent, mais aussi modifient et transcendent. Selon les mots d’Édouard Glissant, tels
enchevêtrements configureraient un processus de créolisation, guidé par l’imprévisibilité
du résultat final. Ainsi, les contributions peuvent explorer des thèmes liés au politique, au
religieux, à la mondialisation, aux questions sociales, raciales et ethniques, en considérant
les multiples relations entre esthétique et politique, culture et pouvoir dans le contexte de
la production culturelle et artistique de la diaspora noire. Ainsi, nous nous intéresserions
aux propositions d’articles qui explorent ces thèmes au XXe et au XXIe siècle dans une
perspective transnationale, transdisciplinaire et/ou inter artistique.
Dès le XXe siècle jusqu’au XXIe, nous voulons connaître en profondeur les
chemins parcourus par les lettres latino-américaines et caribéennes par rapport à
l’expérience de de la diaspora noire, en dialogue avec les arts visuels, ainsi que les
principaux thèmes, formes et techniques utilisés par les dramaturges, les narrateurs, les
poètes et les artistes. Dans un contexte de violence et d’intolérance croissantes envers les
minorités des pays latino-américains, les analyses qui se concentrent sur les relations entre
la littérature et la résistance des cultures de la diaspora noire seront les bienvenues.
Finalement, nous espérons contribuer aux études dans le domaine de la littérature
comparée en proposant une lecture originale et actuelle de ces thèmes/problématiques qui
s’articulent autour des réflexions sur la question ethnique et l’identité dans la littérature
latino-américaine et caribéenne, en dialogue avec les arts visuels.

Organisateurs
• Michel Mingote Ferreira de Azara. Docteur en théorie de la littérature et
littérature comparée (UFMG), et post-doctorant en littérature comparée à l'Unesp
(São José do Rio Preto).

• Rafael Climent-Espino. Docteur en littérature latino-américaine (Université


Purdue), professeur associé d'espagnol et de portugais, Département des langues
et cultures modernes, Université Baylor.

Contributions
Pour entrer en résonance avec ces questionnements, les contributions pourront
prendre la forme d’articles originaux, d’études de cas, d’analyses, de synthèses,
d’entrevues ou de recensions dans ces champs disciplinaires connexes dont une liste non
exhaustive suit :

• Théorie critique de la race


• Diáspora noire
• Littérature comparée
• Arts visuels et performatives
• Études culturelles
• Études décoloniales et postcoloniales
• Littérature, arts et autres médias.
• Littérature contemporaine brésilienne, latino-américaine et caribéenne.
• Théorie de la littérature, Histoire et culture

Nous soulignons que l'intérêt principal de ce volume tourne autour des multiples
relations entre la littérature et les arts visuels latino-américains et caribéens des XXe et
XXIe siècles, dans le contexte de la production esthétique et culturelle de la diaspora
noire.
Processus de sélection et calendrier

La sélection des propositions se fera en trois temps.

1- Jusqu’au 1er mars 2023 : envoi des abstracts et notices biobibliographiques


Les propositions de contribution devront comporter un titre et un résumé d’environ 400
mots maximum dans la langue habituelle de l’auteur. Elles devront être assorties d’une
brève notice biobibliographique, n’excédant pas 150 mots.

2- Du 1er mars au 10 mars 2023 : sélection des propositions.


Les propositions retenues feront l’objet d’un article de 35 000 signes maximum, espaces
comprises. Une notification parviendra aux auteurs au plus tard le 15 mars 2021.
3- 30 avril : Soumission des articles finaux

Les propositions d’articles, assorties d’une courte notice biobibliographique, sont à


envoyer à michel_mingote@yahoo.com.br. Pour toute information nécessaire, merci
d’adresser un email à michel_mingote@yahoo.com.br.

PISTES BIBLIOGRAPHIQUES ALPHABÉTIQUES

Achille Mbembe. Critique de la raison nègre. Paris, La Découverte, 2013.


______. « Necropolitics », Public Culture, vol. 15, no 1, 1er janvier 2003, p. 11–40 (ISSN
0899-2363, DOI 10.1215/08992363-15-1-11, lire en ligne [archive], consulté le 7 juin
2022).
______. Le Brutalisme. Paris, La Découverte, 2020.
Aimé Cesaire. Cahier d’un retour au pays natal. Paris : Presence Africaine, 2008.
Edouard Glissant. Le discours antillais. Paris : Seuil, 1981.
______. L’Intention poétique, Paris, Editions du Seuil, coll. « Pierres vives », 1969, rééd.
«
Poétique II », Gallimard, 1997.
______. Poétique de la Relation, Paris, Gallimard, 1990.
______. Traité du Tout-Monde, Poétique IV, Paris, Gallimard, 1997.
______. La cohée du Lamentin, Poétique V, Paris, Gallimard, 2005.
______. Une nouvelle région du monde, Esthétique I, Paris, Gallimard, 2006.
______. L'intraitable beauté du monde. Adresse à Barack Obama, avec Patrick
Chamoiseau,
Paris, Editions Galaade / Institut du Tout-monde, 2009.
______. Philosophie de la Relation. Poésie en étendue, Paris, Gallimard, 2009.
______. La terre le feu l'eau et les vents. Une anthologie de la poésie du Tout-monde,
Paris,
Editions Galaade / Institut du Tout-monde, 2010.
Jean Bernabé ; Mohamed Bouya taleb-khyar ; Patrick Chamoiseau ; Raphael Confiant.
Éloge de la creolité. Paris: Gallimard, 1990.
Frantz Fanon. Pele negra, máscaras brancas. Rio de Janeiro: Fator, 1983.
Kostas Axelos. Vers la pensée planétaire. Paris : Minuit, 1964
Kwame Anthony Appiah. Na casa de meu pai. A África na filosofia da cultura. Tradução
Vera Ribeiro, 1ª edição. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997
Lilyan Kesteloot. Histoire de la littérature négro-africaine, Khartala, 2004.
Lélia Gonzales. A categoria político-cultural de amefricanidade. In: Tempo Brasileiro.
Tempo Brasileiro. Tempo Brasileiro. Rio de Janeiro, Nº. 92/93 (jan./jun.)
Léopold Sédar Senghor, Aimé Césaire, Léon-Gontran Damas. L’étudiant noir, Paris,
mars 1935.
Lilyan Kesteloot. Négritude et situation coloniale. Seine : Panafrika/ Silex/ Nouvelles du
Sud, 1988.
Abdias do nascimento. O Quilombismo, 2ª ed. (Brasília/ Rio: Fundação Cultural
Palmares/ OR Editora, 2002).
Patricia Hill Collins, La pensée féministe noire : savoir, conscience et politique de
l’empowerment, traduit de l’anglais (États- Unis) par Diane Lamoureux. Montréal, les
éditions du remue-ménage, 2016.
Paul Gilroy, L'Atlantique noir. Modernité et double conscience, Amsterdam Editions,
coll. « Atlantique noir », 2010.
Raphael Confiant ; Patrick Chamoiseau. Lettres créoles. Tracées antillaises et
continentales de la littérature, 1635-1975, Paris, Hatier, 1991.
René Ménil. Légitime défense n°1, Paris : Éditions Jean-Michel Place, 1979.
Sarr, Felwine. Afrotopia. São Paulo : n-1edições, 2019.

Você também pode gostar