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Não se esqueçam que é extremamente importante manter o caderno organizado, seja colando as aulas
quando possível ou copiando os dados essenciais de cada aula da semana (Data, conteúdo e objetivo) e o que
for indicado pelo professor.
1ª AULA DA SEMANA
Conteúdo: Revisão da Semana da arte moderna e Introdução à segunda geração modernista brasileira.
Objetivo da aula: conhecer o momento histórico e social que influenciou a segunda geração modernista
brasileira.
Ler associativa e comparativamente poemas do período literário em estudo observando forma, estilo,
conteúdo e função social
Material de estudo: este documento
.
A segunda geração modernista ou segunda fase do modernismo representa o segundo momento do
movimento modernista no Brasil que se estende de 1930 a 1945.
Chamada de “Geração de 30”, essa fase foi marcada pela consolidação dos ideais modernistas,
apresentados na Semana de 1922. Lembre-se que esse evento marcou o início do Modernismo rompendo
com a arte tradicional.
A publicação Alguma Poesia (1930) de Carlos Drummond de Andrade marcou o início da intensa
produção literária poética desse período.
Na prosa, temos a publicação do romance regionalista A Bagaceira (1928) do escritor José Américo de
Almeida.
Para muitos estudiosos do tema, a segunda geração modernista representou um período muito fértil e
rico para a literatura brasileira.
Também chamada de “Fase de Consolidação”, a literatura brasileira estava vivendo uma fase de
maturação, com a concretização e afirmação dos novos valores modernos.
Além da prosa, a poesia foi um grande foco dos literatos. Temas nacionais, sociais e históricos foram os
preferidos pelos escritores dessa fase.
A segunda fase do modernismo no Brasil surgiu num contexto conturbado. Após a crise de 1929 em
Nova York, (depressão econômica) muitos países estavam mergulhados numa crise econômica, social e
política.
Isso fez surgir diversos governos totalitários e ditatoriais na Europa, os quais levariam ao início da Segunda
Guerra Mundial (1939-1945).
Além do aumento do desemprego, a falência de fábricas, a fome e miséria, no Brasil a Revolução de 30
representou um golpe de estado. O presidente da República Washington Luís foi deposto, impedindo assim, a
posse do presidente eleito Júlio Prestes.
Foi o início da Era Vargas e o fim das Oligarquias de Minas Gerais e São Paulo, denominado de "política
do café com leite". Com a chegada de Getúlio ao poder, a ditadura no país também se aproximava com o
Estado Novo (1937-1945).
Texto I
Texto II
Chegou a desolação da primeira fome. Vinha seca e trágica, surgindo no fundo sujo dos sacos
vazios, na descarnada nudez das latas raspadas.
– Mãezinha, cadê a janta?
– Cala a boca, menino! Já vem!
– Vem lá o quê!…
Angustiado, Chico Bento apalpava os bolsos… nem um triste vintém azinhavrado…
Lembrou-se da rede nova, grande e de listras que comprara em Quixadá por conta do vale de
Vicente.
Tinha sido para a viagem. Mas antes dormir no chão do que ver os meninos chorando, com a barriga
roncando de fome.
Estavam já na estrada do Castro. E se arrancharam debaixo dum velho pau-branco seco, nu e
retorcido, a bem dizer ao tempo, porque aqueles cepos apontados para o céu não tinham nada de
abrigo.
O vaqueiro saiu com a rede, resoluto:
– Vou ali naquela bodega, ver se dou um jeito…
Voltou mais tarde, sem a rede, trazendo uma rapadura e um litro de farinha:
– Tá aqui. O homem disse que a rede estava velha, só deu isso, e ainda por cima se fazendo de
compadecido…
Faminta, a meninada avançou; e até Mocinha, sempre mais ou menos calada e indiferente,
estendeu a mão com avidez.
QUEIROZ, Rachel de. O Quinze. Rio de Janeiro: José Olímpio, 1979, p. 33.
Questão 02. “O Quinze”, romance de estreia de Rachel de Queiroz, publicado em 1930, retrata a
intensa seca que marcou o ano de 1915 no sertão cearense. Considerando o fragmento
apresentado, é CORRETO afirmar.
a) A linguagem utilizada pela autora, para construir o romance, aproxima-se da oralidade, conforme
se vê no fragmento. Tal recurso é utilizado para se contrapor à escrita extremamente rebuscada de
alguns modernistas da primeira geração, como Oswald de Andrade.
b) Na narrativa, estreitamente ligada às propostas de denúncia social dos regionalistas de 30,
destacam-se o drama da seca, a miséria e a degradação humana, marcantes em cenas como a do
fragmento citado.
c) O fragmento apresenta um discurso moralizante, recorrente nos romances da segunda geração
modernista, e destaca o drama vivido pela família de Chico Bento, diante das dificuldades de
sobrevivência.
d) Apesar de se referir à seca que marcou o ano de 1915, o romance coloca em primeiro plano a
violência e o desrespeito que marcam as relações sociais, independente das condições climáticas;
exemplo disso é a relação de espoliação entre Chico Bento e o homem da bodega.
e) Ainda que publicado no início da década de 30, momento de intensas mudanças políticas e
culturais no país, o romance liga-se estética e tematicamente às propostas literárias da primeira
geração modernista.
Texto III
Questão 03. Carlos Drummond de Andrade é considerado o poeta mais importante do nosso
Modernismo e pertenceu à segunda geração desse período literário. Assinale as principais
características dessa fase, visivelmente detectadas no poema:
a) Literatura marcada pela obscuridade. A realidade é revelada de uma forma imprecisa e vaga.
b) Literatura politizada, marcada pelo questionamento da realidade e comprometida com as
transformações sociais enfrentadas pelo país.
c) Subjetividade, o culto ao “EU”, ao individualismo e à liberdade de expressão.
d) Culto excessivo da forma, expresso por meio de malabarismos sintáticos e abusos de figuras
literárias, o que resulta em um rebuscamento exagerado da linguagem.
e) Predomínio da razão sobre os sentimentos e uso de uma linguagem mais sóbria, sem excessos e
figuras de linguagem
AGRADECIMENTOS