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Pré-modernismo
Pré-modernismo é como ficou conhecido o período literário brasileiro que vai de 1902 até 1922. Na
Europa, o período que antecedeu ao modernismo foi marcado pela tensão política entre os países
imperialistas e pelo surgimento dos movimentos de vanguarda. Já no Brasil, a Proclamação da República, o
surgimento das favelas e a Guerra de Canudos são alguns fatos históricos que levaram os autores desse
período a realizarem críticas sociais, econômicas e políticas em suas obras.
Por ser um período de transição, o pré-modernismo apresenta traços de estilos do século XIX, como:
realismo, naturalismo, parnasianismo e simbolismo. Além disso, é marcado por um nacionalismo crítico, ou
seja, sem idealizações românticas. Desse modo, autores como Lima Barreto, Graça Aranha e Monteiro
Lobato mostraram, em prosa, um Brasil sem retoques, enquanto o poeta Augusto dos Anjos revelava sua
descrença na espécie humana.
Já no Brasil, em 1889, ocorreu a Proclamação da República. A partir desse evento histórico, as grandes
cidades do país iniciaram um processo de reestruturação do espaço urbano. O objetivo era eliminar as
marcas da arquitetura portuguesa e, por extensão, do período monárquico. Assim, em cidades como o Rio
de Janeiro, ocorreu o chamado “bota-abaixo”.
Como resultado dessa intervenção no espaço urbano, houve o deslocamento de pessoas pobres, que
residiam em cortiços, para regiões periféricas. Surgiram, dessa forma, as favelas. Além disso, os escravos
libertos, substituídos pela mão de obra europeia, estavam entregues à própria sorte, sem nenhuma ajuda
para sobreviverem. Entretanto, em contraposição a essa miséria, o estado de São Paulo enriquecia com a
cultura de café.
Já no Nordeste, o motivo da miséria era outro: a seca. Nesse contexto de desesperança, ganhou força a voz
de um líder, o beato Antônio Conselheiro (1830-1897). Ele conseguiu, com suas profecias sobre o fim do
mundo, juntar muitos seguidores, pessoas que, diante da realidade difícil, não tinham outro recurso a não
ser recorrer à fé. Essa situação levou à Guerra de Canudos (1896-1897).
É nesse contexto, marcado por disparidades sociais e conflitos políticos, que surgiu o pré-modernismo.
Assim, os autores desse período acabaram refletindo, em suas obras, essa realidade. Não havendo mais
espaço para idealizações, mostrar a realidade crua do país tornou-se uma missão para eles.
Objeto de conhecimento: Pré-modernismo Aula: 03 / 1º semana
Disciplina: Língua Portuguesa Professora: Andrea Passos
Estudante:__________________________
Série/Turma:________________________
EXERCÍCIOS
Questão 1
a) É considerada literatura pré-modernista tudo o que, nas primeiras décadas do século XX, problematiza a realidade
social e cultural do Brasil.
b) A busca por uma linguagem mais simples e coloquial é uma das preocupações dos escritores pré-modernistas,
especialmente do escritor Lima Barreto, um de seus principais representantes.
c) O período pré-modernista foi marcado pela convivência entre várias tendências artísticas, ocasionando uma
espécie de sincretismo cultural.
d) O Pré-Modernismo sobrepôs-se ao Parnasianismo, escola literária vigente em meados do século XX, gozando de
amplo prestígio entre as camadas mais cultas da sociedade.
Questão 2
São características do Pré-Modernismo:
Questão 3
A expressão Pré-Modernismo traz implícita uma significação peculiar, uma vez que o termo “pré” remete a uma
situação de anterioridade, dentro de um contexto abrangente e múltiplo de sentidos; “modernismo”, em sentido
amplo, refere-se à evolução, ao progresso, e, em sentido estrito, especificamente, a um gênero literário que
apresenta características próprias e inerentes. Dessa maneira, pode-se dizer que, ao usar a expressão:
Características do pré-modernismo
O pré-modernismo não é considerado um estilo de época, pois apresenta uma multiplicidade de temáticas. É
entendido como um período literário brasileiro que faz a transição entre o simbolismo e o modernismo. Por isso, é
possível encontrar, nas obras dessa época, características de estilos passados, como: parnasianismo, realismo,
naturalismo e simbolismo. Assim, estão inseridos nessa fase os livros publicados entre 1902 e 1922.
No mais, os autores desse período imprimiam em suas obras elementos que preanunciavam o modernismo, tais
como: nacionalismo crítico, realismo, crítica social, política e econômica. Portanto, a obra inaugural dessa fase é Os
sertões, de Euclides da Cunha, em que o jornalista mostra não o lado dos vitoriosos, mas o dos revoltosos da Guerra
de Canudos.
Em Portugal, durante esse período, o simbolismo ainda estava em voga. Iniciado em 1890, teve seu fim em 1915,
quando o modernismo português foi inaugurado. Produziam nessa época, portanto, autores simbolistas como
Eugénio de Castro (1869-1944) e Camilo Pessanha (1867-1926).
Pré-modernismo na Europa
Na Europa, o período que antecedeu o modernismo foi marcado pelos movimentos de vanguarda, criados numa
época em que se via o aparecimento de muitas inovações tecnológicas. Além disso, com o surgimento da psicanálise,
no final do século XIX, Sigmund Freud (1856-1939) colocou em foco o inconsciente, esse lugar onde a lógica e a
moralidade não comandam. Assim, o consciente é o espaço da repressão; e o inconsciente, da liberdade de ação.
Essa visão, portanto, ampliou a forma de entender-se a humanidade e a sociedade.
Nesse período, surgiu também a teoria da relatividade, de Albert Einstein (1879-1955). Nessa teoria, o tempo não é
absoluto, como defendia Isaac Newton (1643-1727), mas relativo, pois depende do ponto de vista do observador.
Essa quebra radical com a física clássica foi mais um elemento do século XX que colocou em xeque as certezas do
passado e trouxe a ideia de que um novo mundo estava surgindo.
Nesse contexto, alguns artistas entenderam que a arte também precisava de renovação para estar de acordo com o
novo século, uma época de franca evolução tecnológica, comandada pela velocidade, pelas possibilidades, mas
também pelas incertezas. Assim como Einstein, na ciência, esses artistas questionaram, nas artes, teorias já
cristalizadas. Surgiram, assim, as vanguardas europeias.
Esse período, na Europa, ficou conhecido como Belle Époque. Segundo Paula da Cruz Landim, doutora em
Arquitetura e Urbanismo:
“Se há um período histórico onde tudo mudou rapidamente é a Belle Époque europeia, com revoluções acontecendo
em todos os campos. Esse foi o período onde as vanguardas artísticas faziam coro no enfrentamento às concepções
extremamente rígidas da arte acadêmica, engessada em uma estética que tinha um pé no renascentismo.”|1|
Foi por meio dessa perspectiva revolucionária de quebra com os valores tradicionais que se forjaram as bases do
modernismo europeu, que tem caráter transgressor. Evidentemente, as questões políticas que levaram à Primeira
Guerra Mundial deram ao novo estilo que surgia o seu caráter nacionalista.
Objeto de conhecimento: Características do pré-modernismo e Pré-modernismo na Europa Aula: 03 / 2º
semana
Disciplina: Língua Portuguesa Professora: Andrea Passos
Estudante:__________________________
Série/Turma:________________________
EXERCÍCIOS
Questão 4
A expressão Pré-Modernismo traz implícita uma significação peculiar, uma vez que o termo “pré” remete a
uma situação de anterioridade, dentro de um contexto abrangente e múltiplo de sentidos; “modernismo”,
em sentido amplo, refere-se à evolução, ao progresso, e, em sentido estrito, especificamente, a um gênero
literário que apresenta características próprias e inerentes. Dessa maneira, pode-se dizer que, ao usar a
expressão
Questão 5
Este novo período, que incluímos cronologicamente entre 1900 e 1920, é o que chamamos de eclético,
porque tudo que vai entre o Simbolismo e o
Modernismo se caracteriza, acima de tudo, por não poder ser resumido numa escola dominante e, ao
contrário, compreender a coexistência dos simbolistas, realistas e parnasianos, até mesmo os da geração
que, em 1920, iriam desencadear o Modernismo. Foi o Pré-Modernismo.
(Alceu Amoroso Lima.)
Questão 6
Assinale a opção que apresenta a típica postura literária do Pré-Modernismo.
Em Canaã (1902), Graça Aranha coloca em foco a imigração, acontecimento histórico do final do século XIX
e início do século XX. A obra é considerada um romance-tese, já que é permeada por reflexões filosóficas.
Esse tipo de romance é típico do naturalismo. Também é marca desse estilo a temática racial. Nessa
perspectiva, Bárbara del Rio Araújo, mestre em Estudos Literários, comenta:
“[...], Alfredo Bosi analisa Canaã como uma renovada abordagem do nacional. Trata-o como uma nova
consciência das fontes nacionais a refletir situações novas como a imigração alemã no Espírito Santo,
desembocando em discussões raciais, sociais e morais, prelúdio inequívoco ao Modernismo. Quanto ao
estilo desenvolvido, o crítico tentar apontar a obra como um romance de tese, o qual conflitua num jogo
de ideias mundo tropical e a mente germânica, Brasil e Europa. Os personagens Milkau e Lentz, o primeiro
a profetizar a vitória dos povos arianos sobre os mestiços e o segundo a pregar uma integração
harmoniosa dos povos, polarizam o contraste entre racismo e universalismo da obra.”
Já Monteiro Lobato, em seu livro de contos Urupês (1918), traz a figura do Jeca Tatu, o caipira. Ao
contrário do homem do campo idealizado no romantismo, o caipira de Lobato é cheio de defeitos,
incluindo, entre eles, a preguiça:
“Porque a verdade nua manda dizer que entre as raças de variado matiz, formadoras da nacionalidade e
metidas entre o estrangeiro recente e o aborígine de tabuinha no beiço, uma existe a vegetar de cócoras,
incapaz de evolução, impenetrável ao progresso. Feia e sorna, nada a põe de pé.”
O personagem Jeca Tatu, de Monteiro Lobato, serviu de inspiração para o ator e cineasta Amácio
Mazzaropi (1912-1981).[1]
O personagem Jeca Tatu, de Monteiro Lobato, serviu de inspiração para o ator e cineasta Amácio
Mazzaropi (1912-1981).[1]
Nessas obras, é possível apontar as seguintes características pré-modernistas:
a crítica ao romantismo.
Por fim, temos o único poeta desse período: Augusto dos Anjos. Sua poesia é tipicamente de transição. Isso
porque não possui idealizações, é realista, e, também, porque apresenta marcas do naturalismo
(vocabulário cientificista), do parnasianismo (rigor formal: metrificação e rimas) e do simbolismo
(referências místicas, entre outras marcas).
Autor de um livro só, chamado Eu (1912), Augusto dos Anjos traz para a literatura brasileira uma poesia
que, muitas vezes, dialoga com o grotesco. Em seu soneto “Versos íntimos”, o eu lírico mostra-se
pessimista em relação à humanidade. Nesse poema, além do realismo (falta de idealização), é possível
perceber a influência parnasiana (decassílabos), simbolista (maiúscula alegorizante — Ingratidão e
Homem) e naturalista (influência do meio: “Mora entre feras, sente inevitável/ Necessidade de também
ser fera):
Pré-modernismo e modernismo
O pré-modernismo foi uma espécie de ensaio para o modernismo brasileiro. Durante os anos de 1902 a
1922, o modernismo foi sendo forjado até fixar as suas bases. Nesse período, os problemas sociais,
econômicos e políticos tornaram-se mais evidentes, e falar sobre eles era inevitável. Não havia mais espaço
para idealizações, o novo Brasil que se descortinava no início do século XX precisava ser discutido.
Era um Brasil republicano, em que a economia não dependia mais do trabalho escravo, e o ambiente
urbano, com suas indústrias, passava a ter protagonismo na história econômica e cultural do país, que
entrava, enfim, na modernidade. Assim, o pré-modernismo fez a ponte entre o passado rural, escravocrata
e imperial e o futuro urbano, republicano e dependente da força de trabalho do operariado.
Quando, em 1922, durante a Semana de Arte Moderna, o modernismo foi inaugurado no Brasil, suas bases
já estavam fixadas. O novo estilo mostrava uma atitude antipassadista, realista e nacionalista, além de
apresentar um caráter revolucionário, questionador e experimental. Em busca de uma identidade
brasileira, os autores do período recorreram ao regionalismo, à crítica social, econômica e política, e à
valorização da diversidade étnica e cultural.
Exercícios
07. (FCC-BA) Obra pré-modernista eivada de informações histórias e científicas, primeira grande interpretação da realidade
brasileira, que, buscando compreender o meio áspero em que vivia o jagunço nordestino, denunciava uma campanha militar
que investia contra o fanatismo religioso advindo da miséria e do abandono do homem do sertão. Trata-se de:
08. (FUVEST) No romance Triste Fim de Policarpo Quaresma, o nacionalismo exaltado e delirante da personagem principal
motiva seu engajamento em três diferentes projetos, que objetivam “reformar” o país. Esses projetos visam, sucessivamente,
aos seguintes setores da vida nacional:
I. Contraste entre um Brasil arcaico – representado principalmente pelo tradicionalismo agrário – e outro, com novos centros
urbanos marcados pelo início da industrialização e pela emergência de novas classes socioeconômicas.
II. Problematização da realidade social e cultural, pela revelação das tensões da vida nacional.
III. Primeira Guerra Mundial e crise da República Velha.
IV. Modernidade estilística e negação do estilo da belle époque.
Caracterizam o período histórico e cultural do Pré-Modernismo, em que se insere Lima Barreto, os dados contidos em:
a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
10. (FCC-BA) Fazendo um paralelo entre Os Sertões, de Euclides da Cunha, e Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, pode-
se afirmar:
a) Em ambas as obras predomina o espírito científico, sendo analisados aspectos da realidade brasileira.
b) Ambas têm por cenário o sertão do Brasil setentrional, sendo numerosas as referências à flora e à fauna.
c) Ambas as obras, criações de autores dotados de gênio, muito enriqueceram a nossa literatura regional de ficção.
d) Ambas têm como principal objetivo denunciar o nosso subdesenvolvimento, revelando a miséria física e moral do homem do
sertão.
e) Tendo cada uma suas peculiaridades estilísticas, são ambas produto de intensa elaboração de linguagem.
Objeto de conhecimento: Semana de Arte Moderna Aula: 01 e 02 / 4º semana
Disciplina: Língua Portuguesa Professora: Andrea Passos
Estudante:__________________________
Série/Turma:________________________
A Semana de Arte Moderna de 22 é tida como o marco inicial do movimento modernista no Brasil. Ocorrida entre os dias 11 e
18 de fevereiro de 1922, contou com apresentações musicais, declamações de textos e poesias, e exposições artísticas, que
buscavam romper com a tradição e apresentar novas formas de ver o mundo. O evento foi realizado no Teatro Municipal de São
Paulo e teve como idealizadores alguns nomes como Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Di Cavalcanti.
Para te ajudar a estudar mais sobre o assunto, nós separamos uma explicação completa, com o contexto histórico em que
aconteceu a semana, bem como seus principais desdobramentos para a sociedade e a história brasileira. Confira nos itens a
seguir:
Se, durante os séculos de colonização portuguesa, o Rio de Janeiro foi considerada a principal cidade do Império, inclusive
recebendo a coroa portuguesa no início do século XIX, agora São Paulo começava a se destacar. Até os primeiros anos do século
XX, o Rio de Janeiro ainda era uma cidade internacional, abrigando importantes aristocracias brasileiras. Porém, principalmente
devido ao processo de industrialização, São Paulo se impunha como uma grande metrópole, cosmopolita e urbana.
Enquanto isso, a elite cafeeira enviava seus filhos para estudar nas grandes instituições europeias. Estes, por sua vez, traziam de
volta consigo novas visões, baseadas no contexto da Europa. A imigração de pessoas vindas de países como a Alemanha e o
Japão também trazia diferentes pontos de vista para a realidade brasileira. Com isso, a sociedade e a economia, ainda com
resquícios fortes da época de colônia, já não cabiam dentro de uma nação que procurava se modernizar.
Influências europeias
O desejo de romper com costumes e tradições do século XIX não era exclusivo do Brasil. Na verdade, essas ideias modernistas
foram baseadas em outros movimentos vanguardistas europeus, que têm como destaque:
Futurismo
O movimento - muito divulgado por meio de manifestos, como o “Manifesto Futurista”, do italiano Felippo Marinetti - defendia
uma radicalização na subversão da cultura e das expressões artísticas. Valorizando a experimentação e o contraste às estruturas
clássicas, o futurismo foi retratado principalmente na literatura.
Expressionismo
Surgido na Alemanha, o expressionismo valorizava a subjetivação e a expressão do artista. As suas obras eram frutos de suas
inspirações interiores, utilizando recursos como a deformação da realidade em prol da produção intimista e individual. Uma das
obras expressionistas mais famosas é “O Grito”, de Edvard Munch.
Dadaísmo
O dadaísmo possui suas origens ligadas à Primeira Guerra Mundial, já que nasce como uma forma de posicionamento frente a
toda a desordem do conflito. O movimento propõe uma contestação ao rigor acadêmico, valorizando a anarquia e a
improvisação nas obras. A obra “Fonte”, de Marcel Duchamp, costuma ser muito associada ao movimento.
Cubismo
O cubismo trabalha com uma subversão da realidade, principalmente com o uso de figuras geométricas, evidenciadas na pintura
de Pablo Picasso. A utilização da geometrização da linguagem para a criação de figuras foi uma influência muito presente na
literatura de Oswald de Andrade, um dos idealizadores da Semana de Arte Moderna.
Surrealismo
Por mais que as origens desse movimento tenham sido posteriores à própria Semana, o surrealismo influenciou todo o
movimento modernista nos anos seguintes. O trabalho com o fantástico e com o sonho, associado aos trabalhos de psicologia
de Sigmund Freud, criavam uma arte que procurava romper com a realidade. Salvador Dalí e Joan Miró são artistas associados
ao surrealismo.
As pinturas da artista chocaram a elite e os intelectuais locais, principalmente porque traziam elementos nunca antes vistos no
Brasil. As pinceladas livres, o uso de tonalidades fortes e vívidas, e a liberdade de criação contrastavam completamente com o
rigor técnico que apresentavam as obras anteriores. Por causa dessa quebra, é possível dizer que Anita foi a precursora da
Semana de 1922, visto que sua primeira exposição trouxe novas visões sobre a arte e apresentou estilos além do
impressionismo.
A exposição da artista foi duramente criticada, principalmente por Monteiro Lobato. Segundo ele, as obras de Anita nasciam
com “a paranoia e com a mistificação”. O escritor chegou até a comparar as pinturas com desenhos colocados em paredes de
manicômios. As severas opiniões de Lobato tiveram impacto sobre Malfatti, que até se afastou da cena artística por um período.
Em 1922, porém, a artista expõe 20 obras na Semana de Arte Moderna, integrando o Clube dos Cinco junto de Oswald de
Andrade, Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia.
Por isso, os idealizadores da Semana de Arte Moderna queriam se inspirar nas vanguardas europeias, mas também caminhar
para a adaptação de suas ideias para o contexto nacional. O uso de cores tropicais e de diferentes formas marcava o ideal de
transgressão às regras artísticas comuns na época. Como parte das comemorações pelos 100 anos de Independência do Brasil
(1822), a Semana de 1922 também deveria representar o processo de “independência” nas artes.
Como cita o semanista e escritor Menotti del Picchia, em documentário produzido pela TV Cultura em 2002, “a Semana de Arte
Moderna não criou uma escola com regras, não impôs uma técnica, não formulou um código, mas formou uma consciência. Um
movimento libertador a integrar nosso pensamento e nossa arte na nossa paisagem, no espírito da nossa autêntica brasilidade”.
A elite cafeeira paulista foi a grande financiadora do evento, visto que possuíam interesses em posicionar São Paulo como um
potente centro cultural do país, e o Teatro Municipal de São Paulo foi o local escolhido. A divulgação foi feita nos jornais, muito
porque diversos escritores participantes da Semana também trabalhavam nas redações.
Realização da semana
A princípio, as exposições tinham data para começar: 11 de fevereiro de 1922. Porém, efetivamente, elas se iniciaram no dia 13,
com mais dois dias de duração: 15 e 17. Os idealizadores contaram com o apoio de importantes financiadores e de outros
nomes conhecidos no cenário nacional, como o escritor e diplomata Graça Aranha.
As exposições foram abertas ao público, e cada um dos visitantes poderia dar sua opinião. Assim, também não foram raras as
vaias e protestos das pessoas, que se dividiam entre a euforia e o espanto. Diversos músicos, artistas plásticos, escultores,
poetas, pintores e escritores participaram da Semana, com destaque para nomes como:
As opiniões sobre seu legado também são diversas. Há críticos que dizem que o evento foi uma mera bagunça, produzida por
alguns dos intelectuais e artistas da época. Outros já defendem que a data estabeleceu parâmetros importantes para a arte
brasileira, moldando a forma como a população produzia e consumia arte no país.
De fato, durante a sua realização, a Semana não teve grande repercussão. Na verdade, ela teve sua importância reconhecida
apenas anos depois, principalmente graças ao modernismo, importante movimento nas artes que se desenvolveria nas épocas
seguintes. No post abaixo, você pode aprender mais sobre essa escola artística tão importante para o século XX:
Objeto de conhecimento: Semana de Arte Moderna Aula: 03 / 4º semana
Disciplina: Língua Portuguesa Professora: Andrea Passos
Estudante:__________________________
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Exercícios
11. (Mackenzie-SP) - A Semana de Arte Moderna de 1922 foi um marco cultural e a expressão da busca de um novo Brasil que
conseguisse superar suas características arcaicas, refletindo mudanças em todas as áreas de nosso país. Em 1928, Oswald de
Andrade publicou o Manifesto Antropofágico, que procurou “traduzir” o espírito da cultura nacional. A respeito do contexto
histórico e cultural da época, é correto afirmar que
a) Como proposta de mudança para a Arte do século XX, ao se aceitarem as influências estrangeiras, sem se menosprezar a
identidade nacional, e sim reforçando-a, retoma-se a proposta da antropofagia como “ferramenta” na elaboração da verdadeira
cultura nacional.
b) Todas as novas correntes artísticas advindas da Europa, no início do século XX, são fundamentais para a elaboração de uma
cultura verdadeiramente nacional, pois estavam engajadas na preocupação de favorecer as classes trabalhadoras dentro da
nova sociedade moderna mundial.
c) O Modernismo brasileiro surgiu com a intenção de promover uma atualização da arte brasileira, capaz de ajudar na
consolidação da identidade nacional de tal forma que tiveram de se desligar da influência cultural externa para a dedicação
única da arte, considerada nacional e genuína.
d) Reflete um novo posicionamento em relação à Arte no Brasil, reproduzindo as ideias que, no plano político, eram defendidas
pelo movimento Verde-Amarelismo de Plínio Salgado que defendia a presença de estrangeirismos em nossa cultura.
e) Mostra o rompimento de vários artistas nacionais, como Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti, com as influências externas,
principalmente com o movimento futurista italiano, profundamente aliado aos ideais fascistas e autoritários.
12. (UFRGS) - O Modernismo brasileiro, através de seus autores mais representativos na Semana de Arte Moderna, propôs:
13. (PUC - SP) - A Semana de Arte Moderna (1922), expressão de um movimento cultural que atingiu todas as nossas
manifestações artísticas, surgiu de uma rejeição ao chamado colonialismo mental, pregava uma maior fidelidade à realidade
brasileira e valorizava sobretudo o regionalismo. Com isso, pode-se dizer que:
a) romance regional assumiu características de exaltação, retratando os aspectos românticos da vida sertaneja.
b) a escultura e a pintura tiveram seu apogeu com a valorização dos modelos clássicos.
c) movimento redescobriu o Brasil, revitalizando os temas nacionais e reinterpretando nossa realidade.
d) os modelos arquitetônicos do período buscaram sua inspiração na tradição do barroco português.
e) a preocupação dominante dos autores foi com o retratar os males da colonização.
14. (ENEM) - Após estudar na Europa, Anita Malfatti retornou ao Brasil com uma mostra que abalou a cultura nacional do início
do século XX. Elogiada por seus mestres na Europa, Anita se considerava pronta para mostrar seu trabalho no Brasil, mas
enfrentou as duras críticas de Monteiro Lobato. Com a intenção de criar uma arte que valorizasse a cultura brasileira, Anita
Malfatti e outros modernistas
a) buscaram libertar a arte brasileira das normas acadêmicas europeias, valorizando as cores, a originalidade e os temas
nacionais.
b) defenderam a liberdade limitada de uso da cor, até então utilizada de forma irrestrita, afetando a criação artística nacional.
c) representavam a ideia de que a arte deveria copiar fielmente a natureza, tendo como finalidade a prática educativa.
d) mantiveram de forma fiel a realidade nas figuras retratadas, defendendo uma liberdade artística ligada à tradição acadêmica.
e) buscaram a liberdade na composição de suas figuras, respeitando limites de temas abordados.
Somente unidos nas ações podemos construir uma escola democrática e participativa!
VI Unidade
Instruções gerais/legendas:
2. Use somente caneta esferográfica azul ou preta para responder esta avaliação;
3. Não será permitido o uso de corretivo nesta avaliação;
4. Fica expressamente proibido o uso de celular, calculadora, tablet ou quaisquer outros aparelhos eletrônicos durante a avaliação;
5. Leia e releia atentamente sua avaliação e evite deixar alguma questão sem resposta.
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