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LITERATURA INDÍGENA
➡️ Esse movimento foi possível também devido aos objetivos dos colonizadores e
catequizadores jesuítas: eles não aprendiam língua e cultura silvícola para partilhar delas e
construir conhecimentos mútuos, mas como um gancho ou veículo para que pudessem
transmitir os valores cristãos e europeus. Assim, os indígenas não eram vistos como um
“emissores de mensagens” (p.338), com um código que ser partilhado, mas como meros
receptores!
* “Caramuru” (Santa Rita Durão): o índio aparece como menor, frágil e derrotado, o destaque é
dado ao colonizador português , Diogo Álvares.
* Século XX: A CF/1988 reconhece a existência de línguas indígenas, tal movimento, embora
tardio, possibilitou a solidificação de escolas bilíngues indígenas, nas quais é possível repassar e
manter vivas tradições culturais dos povos, bem como resgatar sua produção literária, por meio
do registro escrito de narrativas orais, por parte de antropólogos e outros pesquisadores,
divididos em três grupos: antropólogos, os professores bilíngues indígenas e os escritores
indígenas que “migraram para os centros urbanos nacionais, e conviveram com a cultura
dominante, escrevendo de e para a cultura dominante não-indígena, bem como para seu próprio
povo” (Souza apud Santos, Willevick, p. 340).
A escrita das narrativas orais, a organização de antologias com a História e produções artísticas
das tribos faz com que as diversidades culturais não se percam no esquecimento, há a
CONSTRUÇÃO DE MEMÓRIAS; assim, a Literatura indígena pode ser conhecida por mais
pessoas! A escrita cristaliza os relatos e cria registros históricos (p. 341).
Observação: não se deve naturalizar ou homogeneizar essas narrativas, pois cada povo tem suas
especificidades.
LITERATURA AFRO-BRASILEIRA
1. Étnicos: ligações por traços culturais homogêneos, ligação da obra com a origem do autor! No
Brasil é difícil devido ao nosso multiculturalismo.
2. Temáticos: presença de temas que envolvam cultura afro-brasileira. É abrangente, mas tem
um problema: há textos escritos sobre negros que apresentam a história, os problemas, mas não
se propõem a fazer reflexões sobre concepções já enraízadas.
↪️ O negro aparecerá na Literatura em meados do século XIX (1850- 1888), ainda na condição
de marginalizado. Alguns escritores negros não abordam a negritude em seus textos por receio
de discriminação e fechamento de portas as suas produções!
A. a miscigenação correria pela fusão entre, brancos, mestiços e negros (apagava os conflitos
existentes, muitas vezes essa fusão era fruto de violências);
B. Lado “bom” da escravidão: senhores severos, mas paternais, escravizados amigos e leais!
Apaga as discussões sobre a truculência e desigualdade social provocadas pelo sistema
escravocrata.
↪️Escritoras negras: duplamente marginalizadas (pelo gênero e pela cor). Muitas vezes, quando
publicadas, o eram por meio de editoras alternativas ou associações literárias.
Estas nasceram nos anos 1960 do século XX e tinham como objetivo discutir o “ser negro”, no
que tange a afirmação da voz, do sujeito negro, sua identidade, independente da branca,
formas de opressão social, de transgressão a elas, disseminação de elementos e obras da
cultura negra e escritores negros.
Além disso, há um movimento de resgate de sua História e raízes, de uma cosmogonia (as
origens, para desfazer o estereótipo branco que colocava o povo negro como “sem origem);
ressignificação de símbolos e cores apresentadas pelo branco como pejorativas (Senzala
dor/força; cor preta, medo, escuro, feiúra/ força, cor da brasa; cor vermelha sangue/ cor de
Iansã, deusa dos ventos e tempestades, símbolo de poder). Exemplo: “Quilombohoje” (1978),
faz “militância ativa da palavra” (p.345).
↪️ Primeira parte do século XX: já surgia uma imprensa voltada à questão do negro no Brasil
(bem como teatros, peças etc.). Fases:
LITERATURA HOMOERÓTICA
➡️ Trabalho pioneiro “Devassos no paraíso”, organizado por Silvério Trevisan (2000): história da
homossexualidade no Brasil, desde a colônia até o fim do milênio.
➡️ PÓS-MODERNIDADE:
“Quando essas forças utópicas e rebeldes dos anos 1960 e 1970 começam a perder sua energia,
começa a surgir com o Pós-modernismo uma literatura que transita entre a melancolia e a
alegria, a Deriva sexual e o temor à AIDS, solidão, ternura e busca de novos tipos de relações.
Nos anos 1980 e 1990 o que define a literatura gay, enquanto gênero literário específico, não
é simplesmente revelar o Cotidiano sexual dos “diferentes”, “perversos” e “invertidos”. Trata-
se sobretudo de transformar em Matéria de arte e reflexão a experiência muito
contemporânea do que vulgarmente se chama “sair do Armário”, um atitude pessoal séria,
não folclórica, exercício de cidadania” (p. 350). Três dimensões:
1. Sentimental: tom intimista, relações amorosas, solidão, afeto, volta à infância, memórias,
como acerto de contas com a família e a moral vigente. Conto “Pequeno monstro”, no livro “Os
dragões não conhecem o paraíso” (1988), de Caio Fernando Abreu.
2. Erótico-pornográfica: obsessão sexual, ambiente noturno e ruas como espaço para busca de
relações, de amor, afeto e carinho. Poema “Noturno”, de Ítalo Marconi.
Do oco, broto
Urgência de futuro