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A LUTA PELA IDENTIDADE: A CONSTRUÇÃO DE UMA LITERATURA

AUTENTICAMENTE NEGRA DOS SÉCULOS XIX AO XXI

RAYANA LIMA RODRIGUES - UEPB


141233885

RAYANNE EMMANOELLA LEAL DA COSTA - UEPB


141230037

UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

emanuellaleal@hotmail.com

Resumo: Este trabalho tem como objetivo abordar a trajetória da construção da “literatura negra” e
da enunciação do negro na literatura brasileira dos séculos XIX ao XXI através da análise
comparativa de poemas de Luís Gama e Conceição Evaristo. Temos por intuito refletir sobre a
construção da literatura negra no Brasil visando compreender as mudanças ocorridas nessa
construção de identidade e quais os fatores foram determinantes para essa mudança de
representação ao longo do tempo. Assim como, analisar como se deu essas representações na
literatura.

Palavras-Chave: Luis Gama. Conceição Evaristo. Trajetória do negro na literatura brasileira.

Introdução particularidades de seu próprio país ou ser

Através de suas diversas formas de reflexo de outros e é construída a partir da

expressão a literatura constrói ideologias, atribuição de características a grupos criando

posicionamentos, imagens, representações, uma espécie de representação. Mas, é

enfim, identidades de determinados grupos. importante considerar que a literatura

Essa construção de “identidade” tem intima principalmente no que se refere à suas

relação com os interesses econômicos, primeiras expressões foi um dos pilares da

sociais, políticos e culturais podendo ter formação burguesa humanista, que sempre
gozou de status privilegiado ante as outras

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disciplinas, dada a tradição letrada de uma costumes e possui todo um histórico de
elite que comandava os destinos da nação. Era exploração, sofrimento e escravidão. A
tão valorizada que chegou mesmo a ser literatura através de suas expressões e de seu
tomada como sinal distintivo de cultura. poder de construir identidades e
Logo, os grandes escritores representantes da representações, mais que isso, por possuir
literatura nacional vinham das camadas altas todo um papel social de espaço de denuncia
da sociedade. Esse fato é de grande retrata toda essa trajetória do negro em
importância, pois ao ter indígenas, negros, diversas obras. Aqui o enfoque foi dado aos
mulheres entre outros grupos que não faziam poemas de Luís Gama e Conceição Evaristo
parte dessa elite a literatura estava muito que representarão a enunciação do negro do
distante de formar uma representação século XIX ao XXI.
autêntica, na verdade explicitava a cultura
RESULTADO E DISCUSSÃO:
dominante do europeu que ditava as regras e
referenciais de valores como se fossem A ENUNCIAÇÃO DO NEGRO NO

universais. SÉCULO XIX e XX

Para nós, trataremos da trajetória da O conceito de raça emergiu no século

construção da “literatura negra” e da XVII em decorrência da exploração mundial.

enunciação do negro na literatura brasileira Nesse momento da história os europeus

dos séculos XIX ao XXI através da análise e despertaram para o fato de que existiam

comparação de poemas de Luís Gama e muitos outros povos e culturas. O termo foi

Conceição Evaristo. Temos por intuito refletir então incorporado ao uso popular e às

sobre a construção da literatura negra no taxonomias cientificas. A princípio, no uso

Brasil visando compreender as mudanças comum transformou-se em ideologia racista e

ocorridas nessa construção de identidade e nos meios científicos despertou o interesse

quais os fatores foram determinantes para essa dos estudiosos sobre a existência ou não de

mudança de representação ao longo do tempo. origens raciais diversas. No século XIX – o

Assim como, analisar como se deu essas debate ficou centralizado na questão da

representações na literatura. igualdade. Os discursos populares e


cientificas serviram de justificativa ideológica
METODOLOGIA
para a escravidão, o nacionalismo e o
O negro durante toda a história sofreu imperialismo.
com a marginalização de seu povo, cultura e

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Tendo em vista que a literatura reflete engajados nas causas negras eclodindo
a realidade da sociedade que a constitui, ou significantemente a partir dos anos 70 e 80.
seja, que sua expressão varia de acordo com a
Em meados do século XX – o conceito
época, o enunciador, a ideologia e política
de raça começou a ser desmistificado devido à
dominante a enunciação do negro no século
sua classificação arbitrária. A questão tornou-
XIX estava profundamente ligada a essas
se óbvia: a classificação em raças não se
ideologias racistas e sofria uma espécie de
sustentou, pois é baseada em estereótipos
“branqueamento”. Isto porque, embora o
racistas e racionalista e não possuem
surgimento do negro como tema em obras
fundamentos para existirem. Daí por diante as
significasse um avanço para a literatura negra,
obras que tinham o negro como “tema”
já que antes disso o negro não era expresso
adquiriram um caráter sócio-histórico da
nas obras, essa inserção como tema não era o
realidade do negro, um comprometimento
suficiente para constituir uma identidade para
com a dimensão da luta contra o racismo, um
esse grupo pois, o que se tinha era uma visão
papel social de conscientização e
distanciada em que o negro aparecia como
manifestação de denúncia e construção de
objeto e apresentava características que não
identidade.
eram próprias de sua cultura. Ou seja, havia
uma falsa representação de sua imagem, uma A análise que aqui se estabelece trata-se de

prevalência de tradição de clichês e considerar o negro enquanto autor e dono da

estereótipos com relação a condição negra. Na mensagem que, como sujeito apto a colocar-

verdade, falava-se sobre o negro a partir de se e expressar-se conforme lhe convém,

uma estética branca dominante mas não havia transmite. Destaca-se, então, a voz do autor

propriamente uma literatura “negra” que fosse como própria e denunciante de uma condição,

comprometida com suas realidades, causas, época, contexto e realidades sociais

culturas, tradições e posicionamentos. característicos de determinado espaço de


tempo vivenciado pelo autor.
Contudo, sabendo que literatura está
intimamente relacionada com interesses da A história do escritor Luiz Gonzaga Pinto da

classe dominante não é de se estranhar que as Gama, nascido em Salvador, 1830 – 1882,

obras trouxessem os negros expressos dessa traduz em si certo quê de intriga, entenda-se:

maneira. Somente depois dos anos 60 filho de escravos, Luiz Gama (como é

emergiram os primeiros posicionamentos popularmente conhecido), foi vendido aos dez


anos de idade pelo próprio pai, com o

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propósito de pagar uma dívida de jogos em
1840. Comprado em leilão e alfabetizado por
Quanto à métrica, o poema é composto por
Antônio Rodrigues de Prado Junior, em 1847,
redondilhas maiores, ou seja, versos
aos 17 anos; fugiu para São Paulo onde
heptassílabos (sete sílabas):
casou-se por volta de 1850. Frequentou na
cidade de São Paulo o Curso de Direito, 1 2 3 4 5 6 7
“O/ que/ sou/ e/ co/mo/ pen/so
apenas como ouvinte, mas não chegou a
concluí-lo. Fundou os jornais Diabo Coxo 1 2 3 4 5 6 7
A/qui/ vai/ com/ to/do/ sen/so
(1864) e Radical Paulistano (1869), este em
parceria com Rui Barbosa. Participou em 1 2 3 4 5 6 7
Pos/to/ que/ já/ ve/jo/ ira/dos
outros jornais da época, como o “Ipiranga”,
“O Polichinelo” entre outros. 1 2 3 4 5 6 7
Mui/tos/ lor/pas/ en/fu/na/dos”
O objeto da presente análise trata-se do
Quanto à rima, resultado de sons iguais entre
poema “Quem sou eu”, popularmente
as palavras em diferentes versos, organizam-
conhecido por “Bodarrada”, publicado na
se em pares AA/BB:
principal obra de Luiz Gama: “Primeiras
Trovas Burlescas do Getulino”, de 1859. Pois se todos têm rabicho,
Convém destacar brevemente alguns aspectos
Para quê tanto capricho?
relativos à forma do poema em análise. Seus
versos, compostos por sete sílabas formam o Haja paz, haja alegria

todo da obra escrita. A rima e a métrica, Folgue e brinque a bodaria


pontos que serão melhor desenvolvidos, são
Cesse pois a matinada
elementos responsáveis por garantir a ideia de
ritmo ao poema. Tem-se assim, determinada Porque tudo é bodarrada.
melodia expressa nos versos:
Trata-se de versos emparelhados (em pares),
nos quais o primeiro combina com o segundo,
“O/ que/ sou/ e/ co/mo/ pen/so o terceiro com o quarto e assim
sucessivamente.
A/qui/ vai/ com/ to/do/ sen/so
Quanto à tonicidade pode-se afirmar que, em
Pos/to/ que/ já/ ve/jo/ ira/dos
sua maioria, os versos caracterizam-se como
Mui/tos/ lor/pas/ en/fu/na/dos”

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graves, pois rimam palavras paroxítonas, se Considerando a crítica que Luiz Gama faz no
tem por exemplo: poema “Quem sou eu” e relacionando-a ao
contexto da época, podemos afirmar que a
“Eu bem sei que sou qual grilo
escrita/leitura do poema denuncia uma
De maçante e mal estilo; sociedade que, apesar de diversa, é construída
E que os homens poderosos sob base de preconceitos e posturas negativas
em relação ao outro que, enquanto negro, era
Hão de chamar-me tarelo
marginalizado. Base essa formada em um
Bode, negro, Mongibelo;” período que ainda ressoava a escravidão dos
negros no Brasil.

O poema é uma forma de expressão de


Os versos que fogem a esse padrão são
pensamento, sabe-se isso, pois o autor deixa
poucos e podem ser classificados como versos
claro: “O que sou e como penso/ Aqui vai
de tonicidade aguda, são exemplos:
com todo senso”. Segue-se, a partir dessa
“Fujo sempre à hipocrisia,
perspectiva de ser e pensar um relato que vê o
À sandice, à fidalguia; ser humano de igual para igual, independente
de sua cor ou raça. Interessa observar que o
Das manadas de Barões?
autor tem consciência das críticas de
Anjo Bento, antes trovões. reprovação que poderiam ser direcionadas ao

(...) seu trabalho, pois logo após admitir que


expressará em palavras sua forma de pensar,
Vomitando maldições
ele diz:
Contra as minhas reflexões”
“Posto que já veja irados
Quanto à sonoridade, os versos possuem uma
Muitos lorpas enfurnados
perfeita identidade nos sons finais, e
semelhança entre as ultimas vogais e/ou Vomitando maldições,

consoante, sendo assim versos de sonoridade Contra as minhas reflexões.


perfeita.
(...)
Segundo o que foi analisado, pode-se dizer
E que os homens poderosos
que o poema segue uma forma clássica,
característica do romantismo. Desta arenga receosos

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Hão de chamar-me Tarelo Fica claro que o autor assume um
compromisso, na posição de defensor, com a
Bode, negro, Mongibelo;”
causa negra. Pois, destaca a figura do bode
Essa consciência de crítica (ou até mesmo como representativa de todo indivíduo, não
rechaçamento) que o autor supõe ser alvo apenas do negro, pondo todos em “pé de
antes mesmo de expor ao público sua obra igualdade”:
escrita é em virtude da singularidade com que
trata o assunto sobre o qual discorre. E ainda
que alvo de más críticas ou não aceitação de “Se negro sou, ou sou bode
seu ponto de vista, o autor revela não se
Pouco importa. O que isto pode?
importar com tal posicionamento alheio à sua
forma de colocar-se: Bodes há de toda casta

“Porém eu que não me abalo Pois que a espécie é muito vasta...

Vou tangendo o meu badalo Há cinzentos, há rajados,

Com repique impertinente, Baios, pampas e malhados,

Pondo a trote muita gente.” Bodes negros, bodes brancos,

O poema atende à necessidade de evidenciar a E, sejamos todos francos,

situação de ser enquanto humano Uns plebeus e outros nobres.


independente de sua cor ou raça, uma vez que
Bodes ricos, bodes pobres,
enquanto humanos estamos todos sujeitos às
mesmas privações. O termo “bode” foi usado, Bodes sábios importantes,
durante certo tempo, com propósito de
E também alguns tratantes...
ridicularizar o negro, - pensando na figura do
(...)
animal, bode, enquanto mal cheiroso, servil,
comerciável e útil. Pois, assim era Cesse, pois, a matinada
considerado o negro na imagem de uma
Porque tudo é bodarrada.”
sociedade escravista, que comercializava,
tinha por servil e por “objeto de uso”, para Não se pode deixar de considerar que se trata
atender às suas necessidades, os sujeitos de uma crítica de tom satírico, pois, tal como
escravizados. os negros eram ridicularizados ao serem
chamados de “bode”, o termo exerce a mesma

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função quando dirigido a autoridades e Capitães de mar-e-guerra
figuras notáveis para a sociedade (aristocracia
- Tudo marra, tudo berra –
e homens/mulheres de poder e
representatividade da época). O próprio autor
representa no poema algumas dessas figuras
sociais:
 Enunciação do negro no século
Nobres, Condes e Duquesas,
XXI
Ricas Damas e Marquesas

Deputados, senadores,
Podemos dizer que a concretização da
Gentis-homens, vereadores; literatura negra se deu a partir do final do

Belas damas emproadas século XX e ganha cada vez mais força no


século XXI. Isto porque, a representação do
De nobreza empantufadas;
negro na sociedade e na literatura brasileira
Repimpados principotes, tem sido tema de grandes discussões nos
últimos anos e se deve a conquista de espaço
Orgulhosos fidalgotes,
e direitos dos negros na sociedade atual. É
Frades, Bispos, Cardeais, claro que, a luta por igualdade entre negros e

Fanfarrões imperiais, brancos não está ganha. Contudo, é plausível


a afirmação de que algumas situações
Gentes pobres, nobres gentes
mudaram para melhor. Com a implantação
Em todos há meus parentes. das políticas públicas de igualdade social que
através de programas, diretrizes, leis e
Entre a brava militança
indicativos visam compensar as injustiças
Fulge e brilha alta bodança; sofridas pelos negros no período de
Guardas, Cabos, Furriéis escravidão e durante toda a história do Brasil
o que se percebe é que já se desenvolve um
Brigadeiros, Coronéis
novo cenário, no que diz respeito à
Destemidos Marechais, representatividade do negro atualmente.
Quanto a isso, vale destacar a importância da
Rutilantes Generais,
literatura negra, LIEBIG (2003) afirma que
“[...] a literatura afro-brasileira, embora a essa

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altura consciente da necessidade de entendemos como povo brasileiro; e por esse
preservação dos valores tradicionais motivo, é um grande equívoco a busca ou
africanos, iria propor uma inserção do negro valorização por uma “raça pura” ou
na corrente da nossa vida social e política.” privilegiada. O povo brasileiro é mistura de
(p. 52). Hoje, já podem ser consideradas culturas, ritmos e sabores e homogeneizá-lo é
conquistas concretas a criminalização do escravizá-lo a uma realidade que não o
racismo, a auto afirmação da negritude e das pertence. Por isso, sendo a literatura uma das
raízes culturais africanas, a simbologia das mais expressivas formas de retratar a
datas comemorativas que representam a luta sociedade, a política, o povo, os costumes, os
por igualdade racial e a criação de valores e crenças moldam-se a essa realidade
documentos oficiais direcionados a e o negro ganha a oportunidade de expor nas
pluralidade cultural para o direcionamento do mais diversas expressões artísticas e literárias
ensino. Além disso, embora haja pouca expondo suas causas e particularidades. É
expressividade o acesso dos negros às importante deixar claro que quando se fala em
universidades e a cargos de renome do literatura negra não somente é necessário que
cenário político e no mercado de trabalho. Ou o autor seja negro como princípio para
seja, apesar das inúmeras desigualdades que constituí-la, outras características precisam
ainda permeiam as questões raciais o que estar contidas nessas expressões. Segundo
parece é que caminhamos cada vez mais para LIEBIG, 2003, “[...] a literatura negra –
acabar com as injustiças e para alcançarmos a enquanto construção de uma subjetividade –
igualdade entre brancos e negros, mesmo que medeia o combate entre uma identidade que é
esta realidade esteja distante. Não é possível atribuída ao negro e que, usando uma
falar de Brasil sem falar em pluralidade expressão de Bernd, “se coagula em
cultural, miscigenação, diferenças, esteriótipo””(p. 58). Os textos são
multiculturalismo, isto porque, a formação do centralizados na realidade da situação sócio-
Brasil, como se sabe, desde a colonização foi histórica do negro e de seus descendentes e
pautada pela imigração de diversos povos e seus conteúdos trazem um caráter de
culturas constituindo assim um país manifesto. Além disso, as obras são
heterogêneo. Foi da junção de povos comprometidas com a dimensão da luta
africanos, europeus, índios, espanhóis, contra o racismo. O ponto de vista é do negro
alemães, entre outros, que se formaram as que emerge no texto como eu enunciador,
bases para a construção do que hoje assumindo os rumos de sua enunciação. A

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temática dominante é o negro na sociedade, o no fundo das cozinhas alheias
resgate de sua memória, tradições, religiões,
debaixo das trouxas
cultura e a denúncia contra o drama da
marginalidade do negro na sociedade roupagens sujas dos brancos

brasileira devido, sobretudo, à persistência de pelo caminho empoeirado


diferentes formas de discriminação racial.
rumo à favela.
Conceição Evaristo é uma autora,
nascida em Belo Horizonte, em 1946, que
possui escritos que exprimem uma realidade A minha voz ainda
de construção de espaço do ‘eu’ enunciador,
ecoa versos perplexos
do ‘eu’ que possui essa oportunidade de fala.
com rimas de sangue
Vejamos um de seus poemas:
e

fome.
Vozes mulheres

“A voz da minha bisavó


A voz de minha filha
Ecoou criança
recolhe todas as nossas vozes
nos porões do navio.
recolhe em si
ecoou lamentos
as vozes mudas caladas
de uma infância perdida.
engasgadas nas gargantas.

A voz de minha avó


A voz de minha filha
ecoou obediência
recolhe em si
aos brancos-donos de tudo.
a fala e o ato

O ontem – o hoje – o agora.


A voz de minha mãe
Na voz de minha filha
ecoou baixinho revolta

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se fará ouvir a ressonância seu espaço e se destacar nos mais diversos
âmbitos sociais.
o eco da vida-liberdade.”

Vemos aqui a expressão do sentir, do ver e do


emergir de uma consciência repleta de visões REFERÊNCIAS
e denúncia . O poema “Vozes mulheres”
LIEBIG, S. M. Dossiê Black & Branco:
denuncia marcos que se evidenciaram em
Literatura racismo e opressão nos Estados
determinados espaços de tempo. Representa
Unidos e no Brasil/ Sueli Meira Liebig. João
uma cronologia temporal de escravidão,
Pessoa: Idéia, 2003.
servidão, transição entre esse espaço de
submissão e um espaço que ecoará liberdade. Do livro: “Primeiras trovas burlesccas de
Getulino” (1861), in TROVAS BURLESCAS
E ESCRITOS EM PROSA. Org. Fernando
CONSIDERAÇÕES FINAIS Góes. - São Paulo: Cultura, 1944.

Compreender os contextos de convivência


social e histórica aos quais o negro foi
submetido, reforça a necessidade de
construção e desenvolvimento não apenas de
uma literatura, mas de um contexto social
voltado para a valorização da cultura,
identidade e história do negro enquanto
indivíduo capaz de ter e fazer ressoar voz.
Uma voz que não apenas ecoe, mas que
marque e evidencie que além da
marginalização, escravização e desvalorização
do negro, há indivíduos comprometidos em
buscar e fazer valer seu espaço na sociedade.
Sendo isto não apenas por merecimento, mas
por se tratar de indivíduos que possuem
capacidade intelectual, cultural, social de ter

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