Autor: Estevan Rodrigues Vilhena de Alcântara - Professor de História na Escola Estadual Professor Morais
Tema: GOVERNO DEMOCRÁTICO PÓS-VARGAS
GOVERNO DEMOCRÁTICO (1946-1964)
GOVERNO DUTRA (1946-1950)
No pós-guerra o governo brasileiro se alinhou aos EUA, rompendo as relações
com a URSS e proibindo as atividades do PCB. No primeiro ano de governo Dutra, foi
estabelecida uma nova Constituição. Apesar do clima de redemocratização política, o
governo agia de forma autoritária em relação aos trabalhadores. Para manter os
trabalhadores e operários na linha, foi suspendido o direito de greve, que havia sido
conquistado na constituição. Na área de investimentos o governo criou o plano Salte
(saúde, alimentação, transporte e energia), mas sem recursos suficientes, o plano foi mal
sucedido. Na área econômica, abandonaram o plano de nacionalismo econômico de
Vargas, abrindo a economia para empresas estrangeiras.
GOVERNO VARGAS (1951-1954)
Vargas é eleito, muda sua imagem de ditador para um defensor da democracia.
Aplica em seu retorno o nacionalismo econômico e política trabalhista. Na área
econômica enfrentou resistência dos chamados "entreguistas", liberais que queriam
entregar as riquezas do país à exploração estrangeira. Os nacionalistas defendiam as
ações de Vargas e apoiaram o slogan "O Petróleo é Nosso!", criando a Petrobras em 1953.
A estatal detinha o monopólio da extração e controlava parcialmente o refino.
Sofrendo forte oposição por congressistas da UDN e do governo dos Estados
Unidos, Vargas tenta se manter no governo. Movimentos oposicionistas começam a
conspirar para retirá-lo da presidência. Em 1954, Vargas aumenta em 100% o salário
mínimo, provocando insatisfação entre os empresários e oposição política. Carlos Lacerda,
da UDN, faz frente na oposição, sofre um atentado, sobrevivendo. Vargas sofre fortes
ataques oposicionistas, fazendo com que se suicide.
GOVERNO JUSCELINO (1956-1961)
Em 1955, Juscelino venceu a eleição. A UDN temendo e argumentando que o
presidente estava coligado com comunistas tentaram dar um golpe para impedir a posse,
contudo foram contidos por militares, garantindo a posse do novo presidente.
"50 anos em 5"
O governo JK elaborou o que chamou de Plano de Metas, com objetivo
modernizar o país 50 anos em apenas 5. As obras privilegiariam infraestrutura e
industrialização. O plano foi responsável pela construção das Usinas Hidrelétricas de
Furnas e Três Marias, implantação de industrias automobilísticas, aumento da extração de
petróleo, construção de 20 mil quilômetros de rodovias, além da construção de Brasília
em três anos. Tantas obras foram possíveis graças a empréstimos e investimentos
estrangeiros, causando custos sociais e econômicos graves, como um êxodo rural,
aumento da divida externa, inflação e baixos salários.
GOVERNO JÂNIO QUADROS (1961)
Apoiado pela UDN, Jânio ganha as eleições, mas como a legislação eleitoral
vigente, João Goulart, adversário político pelo PTB, é eleito vice-presidente. Seu estilo
político era considerado exibicionista, moralista e demagógico (da arte de conduzir o povo
a uma falsa situação. "A arte de conduzir o povo"). Jânio era anticomunista e queria que o
país continuasse aberto ao capital estrangeiro. Apesar disso, adotou uma política externa
de neutralidade. Suas contradições deixaram-no sozinho na presidência, condecorou
Ernesto "Che" Guevara com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, reatou a diplomacia
com a URSS e a China. Forçando com que ele renunciasse através de uma carta
endereçada ao Congresso Nacional, tentando ser como Vargas em sua carta de suicídio. A
renúncia foi aceita rapidamente, quem assumiria pela regra da Constituição seria João
Goulart (Jango). Contudo, a UDN não aceitou e ocorreu uma disputa política, decidindo
pelo parlamentarismo, sendo o primeiro-ministro indicado pelo Congresso Nacional. Esta
situação deveria ser confirmado por um plebiscito, realizado em 1963, onde o povo votou
pelo restabelecimento do presidencialismo.
GOVERNO JANGO (1961-1964)
Depois do plebiscito, Jango assume plenamente a presidência e reforça sua linha
nacionalista e reformista. O "perigo socialista", considerado pelos empresários nacionais e
estrangeiros reduzem os investimentos na produção, diminuindo o ritmo de crescimento
da indústria. Com severos problemas, inflação e despesas com importações, Goulart,
estabelece uma reforma de base: reforma agrária (facilitar o acesso à terra), reforma
educacional (combate ao analfabetismo), reforma eleitoral (estender o direito de voto a
todos, analfabetos e soldados de baixa patente ainda eram proibidos) e reforma
tributária (reduzir as desigualdades entre ricos e pobres, patrões e empregados). Além
dessas reformas, tentou controlar o capital estrangeiro por meio da Lei de Remessa de
Lucros, que limitava a quantidade enviada para o exterior pelas multifuncionais.
Reacionários que defendiam os interesses das empresas estrangeiras e
defensores do governo, organizavam protestos, agitando todo o país. O golpe militar se
inicia em Minas Gerais e recebe apoio de outros estados, terminando na retirada de Jango
do poder em 1º de abril de 1964. Começava a ditadura militar no Brasil.
POPULISMO
É uma expressão que traz em si a ideia de que o povo está no centro da ação
política. No entanto, essa palavra passou a ser usada para referir à política de certos
governantes que criam um vínculo emocional com o povo por meio de medidas que
representam ou parecem representar os interesses populares. Um aproveitamento
político por políticos.