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CAFÉ FILHO

PROFESSOR: Kelvin pereira.


CONTEXTO DO GOVERNO:
João Fernandes Campos Café Filho nasceu em Natal, em 1899. As primeiras
atividades que exerceu foram as de advogado e jornalista nos Estados de
Pernambuco, da Bahia e do Rio De Janeiro. No período de atuação do
movimento político de 1930 retornou para o Rio Grande do Norte e tornou-se
chefe de polícia. Em abril de 1933, fundou o Partido Social Nacionalista para
concorrer aos cargos da Assembleia Nacional Constituinte. Em 1935, foi eleito
deputado federal pelo Rio Grande do Norte. Café Filho também foi eleito para a
Assembleia Constituinte de 1946 pelo Partido Republicano Progressista.
No segundo governo de Getúlio Vargas (1951-1954) como presidente da
República, Café Filho assumiu a vice-presidência. Em agosto de 1954, militares
liderados pelo brigadeiro Eduardo Gomes exigiram a renúncia de Getúlio Vargas
por meio de um manifesto. O aumento do salário mínimo em 100% descontentou
os empresários e setores conservadores que passaram a atrelar o governo de
Vargas ao comunismo. Diante das exigências dos militares, Vargas não renunciou
à presidência e dois dias depois cometeu suicídio. Assim, coube ao
vice-presidente Café Filho assumir a presidência da República.
A morte de Getúlio Vargas gerou forte comoção popular. Para atenuar as
consequências da recepção da carta-testamento de Vargas, Café Filho afirmou,
no primeiro pronunciamento como presidente, o compromisso com os mais
“humildes”, o mesmo termo utilizado por Vargas na carta. No pronunciamento à
nação, Café Filho discursou ao modo de Vargas, e para as pastas ministeriais
indicou, preponderantemente, políticos da União Democrática Nacional, ferrenha
opositora do presidente antecessor.
Com dificuldade de formar uma base parlamentar para seu governo, Café Filho dirigiu-se
aos presidentes da Câmara dos Deputados, Carlos Luz, e do Senado, Nereu Ramos,
buscando apoio ao governo. Café Filho declarou nesses contatos que pretendia estabilizar
a economia do país, que sofria com a alta da inflação, e governar até a efetivação do
próximo pleito eleitoral.
As disputas políticas nos partidos e nos meios militares geraram uma crise sucessória na
presidência da República quando Café Filho ficou doente, com complicações
cardiovasculares, e teve de ausentar-se do cargo. O sucessor nesse caso seria Carlos Luz,
presidente da Câmara dos Deputados, no entanto, os militares articulados no Movimento 11
de Novembro suspenderam a presidência dele. Carlos Luz permaneceu apenas quatro dias
na presidência (entre os dias 8 e 11 de novembro de 1955). O Movimento 11 de Novembro
era liderado pelo marechal Henrique Lott para assegurar a posse presidencial dos
candidatos Juscelino Kubitschek e João Goulart, respectivamente na presidência e
vice-presidência da República. Desse modo, foi alçado ao comando do país o presidente
do Senado, Nereu Ramos, que governou interinamente até a posse do governo eleito,
Juscelino Kubitschek.
Nesse ínterim, Café Filho pretendia retornar à presidência quando a saúde estivesse
reestabelecida. Nereu Ramos também declarava tencionar passar o cargo de presidente
do país para Café Filho. Contudo, as forças militares arregimentadas pelo marechal Lott
impediram a retomada do cargo por Café filho. Assim, Café Filho presidiu o país entre 24 de
agosto de 1954 e 8 de novembro de 1955.
COMO FORAM AS ELEIÇÕES:
.Os grandes problemas econômicos da época (a inflação e o déficit da balança comercial) foram combatidos através da limitação do
crédito, a redução das despesas públicas, a criação de uma taxa única de energia elétrica e a retenção automática do imposto de renda
sobre os salários. Além disso, para buscar apoio junto aos parlamentares na aprovação de tais medidas, Café Filho declarou que seu
governo tinha caráter provisório e não tinha maiores pretensões políticas. A prova desse caráter transitório foi percebida quando o
presidente negou a sugestão de adiamento das eleições estaduais, propostas por políticos que temiam uma vitória massiva do PTB por
conta da comoção causada pela morte de Getúlio Vargas. O temor dos conservadores acabou não tendo reflexo nas urnas, onde os
partidos getulistas tiveram um pequeno avanço. Logo em seguida, as disputas seriam reavivadas com as eleições para presidente. Já em
1954, Juscelino Kubitschek lançou sua candidatura pelo PSD. Logo em seguida, os militares ofereceram um documento ao presidente
sugerindo que as eleições fossem organizadas em torno de um único candidato aprovado pelas forças militares. A proposta – supostamente
favorável aos udenistas – foi combatida pelo PTB, que compôs aliança com JK ao colocar João Goulart como vice-presidente da chapa.
Com isso, a mobilização sugerida pelos militares não teve prosseguimento. Dessa forma, a UDN enfrentou sérias dificuldades para escolher
um nome que fizesse frente à chapa PTB/PSD. A escolha final da oposição acabou sendo fechada nos nomes do ex-tenetista Juarez Távora
e Milton Campos. Correndo por fora, ainda havia a candidatura de Ademar de Barros, que contava com seu prestígio junto ao eleitorado
paulista. De fato, as disputas naquelas eleições ficaram polarizadas entre Juscelino e Juarez Távora. No período de campanha eleitoral, JK
buscava o apoio da população com um discurso focado para o desenvolvimentismo e a imediata modernização da indústria brasileira.
Entre os udenistas havia uma grande preocupação em se defender a moralização do cenário político nacional e, graças o tom incendiário
de Carlos Lacerda, levantavam suspeitas sobre as reais intenções de Juscelino Kubitschek. Ainda assim, era visível que a chapa JK/Jango
tinha maiores condições de vencer o pleito.Com isso, alguns udenistas cogitaram a possibilidade de apoiar um golpe de Estado conduzido
pelas Forças Armadas. No final da eleição, Juscelino Kubitschek venceu as eleições com uma pequena diferença de 6% em relação à
Juarez Távora. Para tentar desarticular a vitória de JK, Carlos Lacerda ainda “plantou” uma carta que provaria a intenção de Jango em
estabelecer um regime sindicalista através do oferecimento de armas ao operariado. Em novembro de 1955, o presidente Café Filho teve
que se afastar do cargo para tratar de problemas cardíacos. No seu lugar, Carlos Luz, presidente da Câmara, assumiu o posto presidencial.
Entre seus primeiros atos, Carlos indicou o general Álvaro Fiúza de Castro para assumir o Ministério da Guerra no lugar de Henrique Lott. Tal
medida ampliou a possibilidade de um golpe militar, já que o novo ministro era visivelmente contra a chegada de JK à presidência. No
entanto, antes de entregar seu cargo, o general Lott foi convencido por outros militares legalistas para conduzir um golpe contra o
presidente Carlos Luz. Após o anúncio do golpe, Café Filho se recuperou subitamente e manifestou interesse em reassumir o posto
presidencial. Entretanto, a cura repentina despertou a desconfiança de Lott, que preferiu entregar o mandato para Nereu Ramos,
presidente do Senado. Assim, a transmissão do poder para Juscelino e Jango foi garantida."Veja mais sobre "Café Filho"
Características dos governos:
Em função do pouco tempo de seu mandato, Café Filho pouco pôde realizar em seu governo. Também
temos que considerar a crise e instabilidade política que havia no país após a tragédia de Vargas.
Um dos principais acontecimentos desse período foi a realização de eleições presidenciais em 1955.
Venceu para presidente da República, o governador mineiro do PSD (Partido Social Democrático),
Juscelino Kubitschek.
Em 1955, também ocorreu um sério conflito político entre Café Filho e seu ministro da Guerra, o general
Henrique Lott.
Em novembro de 1955, por motivo de saúde, Café Filho precisou licenciar-se do cargo de presidente.
Assumiu, em seu lugar, o presidente da Câmara dos Deputados, Carlos Luz. Este tentou substituir o ministro
da Guerra, o general Lott. Porém, em 11 de novembro de 1955, os militares reagiram e tiraram do poder
Carlos Luz. Assumiu então o vice-presidente do Senado, o senador Nereu Ramos.

Em 21 de novembro, Café Filho quis voltar para seu cargo de presidente. Porém, o Congresso, sofrendo
pressão dos militares, determinou o impedimento do presidente da República. Assim, Nereu Ramos
continuou no cargo até 31 de janeiro de 1956, quando transmitiu a presidência para Juscelino Kubitschek.
Referências:

FAUSTO, Boris (org.). O Brasil Republicano: economia e cultura (1930-1964). tomo


3, vol.4. Rio de Janeiro: Ed. Bertrand Brasil, 1995. (Col. História da Civilização
Brasileira).

GOMES, Angela de Castro (org.). Olhando para dentro: 1930-1964. Rio de


Janeiro: Objetiva, 2013. p. 229 – 274.

KELLER, Vilma. “Café Filho” (Verbete). Rio de Janeiro: FGV/CPDOC.

https://m.suapesquisa.com/historiadobrasil/governo_cafe_filho.htm

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