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Dra.

Fernanda Dayane Queiroz Siqueira


Advocacia e Consultoria Jurídica

DA COMPETENCIA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL

- Conforme se observa em inicial, o pedido totalizou o importante dentro de


40 (quarenta) salários mínimos, o que e permitido em juizado (art. 3, I Lei
9.099/95), uma vez que o pedido pela inexistência de débito seria do valor
cobrado a título de juros, uma vez que o valor de R$ 79.710,99 já havia sido
quitado em 05/05/2021 e neste já incluso o valor de juros cobrados em
10/05/2021.
Assim, o valor total da causa foi: R$ 42.503,02 sendo: o ressarcimento em
dobro do valor indevidamente retirado da conta corrente da empresa autora, no
importe de R$ 10.556,58, 15% sobre o valor do contrato de renegociação, em
razão de ter procedido com a quebra do contrato, totalizando o importe de R$
11.946,44 (onze mil, novecentos e quarenta e seis reais e quarenta e quatro
centavos) e pedido de indenização por danos morais, em quantia no valor de
R$ 20.000,00 (vinte mil reais)
Não há o que se falar em complexidade, pois é possível perceber o dano a
partir dos documentos juntados aos autos.

DA IRREGULAIRDADE DA CONTRATAÇÃO
Alegam os requeridos que o valor debitado correspondia aos juros de período
anterior, qual seja: 12/04 a 05/05, sendo devida a cobrança e, para tanto, junta aos
autos a Proposta de Abertura de Conta corrente.
Porém, conforme alegado, quando o autor requereu a quitação do débito, este
requeria e realizou a quitação do valor total, incluindo qualquer espécie de juros.
Tanto que, através do doc. ID 50235986, consta o valor total das parcelas em
R$79.642,90, estando zerada a parte referente a quaisquer juros posteriores.
Ademais, a solicitação do cliente era a emissão de um boleto para quitar quaisquer
débitos com a instituição financeira.
DA COMPROVAÇÃO DO DANO MORAL
1) A titulo ilustrativo cita-se alguns transtornos sofridos, o que dão
ensejo à comprovação dos danos morais: Desgaste do representante da pessoa
jurídica
Dra. Fernanda Dayane Queiroz Siqueira
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2) Impossibilidade de realizar pagamentos utilizando a conta corrente do


Itaú – pessoa jurídica, uma vez que se encontrou – indevidamente – com saldo negativo
em sua conta;
3) As inúmeras vezes que ligou, mandou mensagens, conversou no chat do
aplicativo e ficou sem a resposta da instituição financeira e de seus funcionários, tendo
ligações desligadas e chats cancelados.
4) O fato de ter esperado as ligações de sua gerente e ainda, ter recebido a
informação que ele próprio deveria solicitar as informações, o contrato de renegociação,
realização de tentativas de contado à instituição bancária pelos mais diversos canais de
atendimento – sem êxito, tudo comprovado com os prints juntados em sede d inicia

DO CABIMENTO DA REPETIÇAO DE INDÉBITO E COMPENSAÇÃO DE


VALORES E DA RESTITUIÇÃO EM DOBRO
Pelos fatos e argumentos e documentos já discriminados em sede de inicial. A alegação
de que o débito se referia a abril/junho não merece prosperar, uma vez que ao realizar a
quitação do boleto de renegociação, no qual requereu a integralidade do pagamento da
dívida, o valor de juros já estava incluso.

DA APLICABILIDADE DO CDC E DA NECESSIDADE DE INVERSAO DO ÔNUS


DA PROVA
É entendimento pela doutrina e jurisprudência que, a empresa, quando na condição de
vulnerabilidade em face do banco réu, como no presente caso, é possível a inversão do
ônus da prova e aplicabilidade do CDC, trata-se da necessidade de aplicação da
conhecida como teoria finalista aprofundada ou mitigada a qual amplia o
conceito de consumidor para alcançar a pessoa física ou jurídica que, embora
não seja a destinatária final do produto ou serviço, esteja em situação de
vulnerabilidade técnica, jurídica ou econômica em relação ao fornecedor.

Por fim, requer o deferimento da petição inicial nos termos colocados.

I. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência que:
Dra. Fernanda Dayane Queiroz Siqueira
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a) A designação de audiência prévia de conciliação, nos termos do art.


319, VII do CPC/2015;
b) A citação do Banco requerido, no endereço indicado no preâmbulo para,
querendo, contestar a presente ação, sob pena de revelia e confissão quanto à
matéria de fato;
c) A inversão do ônus da prova, em favor do Autor, nos termos do Art. 6º,
VIII da Lei 8.078/90 (CDC) para que o banco reu apresente em juízo os termos
do contrato n. 11173/145100408064 e ainda, da renegociação feita, controle n.
762145898000014, transação em 05.05 às 8:31 via Sispag;
d) A concessão de antecipação dos efeitos da tutela, inaudita altera parte,
DETERMINANDO o Banco Requerido a suspender as cobranças de juros
diários incidentes sobre o valor indevidamente descontado do limite do seu
cheque especial, sob pena de multa diária no valor mínimo de R$300,00
(trezentos reais), em caso de descumprimento da decisão judicial;
e) Que seja recebida e julgada TOTALMENTE PROCEDENTE a
presente
ação declarando a inexistência do débito e ainda condenando a instituição
financeira ao ressarcimento em dobro do valor indevidamente retirado da conta
corrente da empresa autora, no importe de R$ 10.556,58, e seus acréscimos que
venham a ocorrer, em razão dos juros rotativos sobre a inclusão indevida do
valor de juros indevidos em cheque especial, acrescidos ainda de juros e
correção monetária a partir do vencimento apresentado.
f) Que seja a instituição financeira ré a arcar com os valores devidos, no
importe de 15% sobre o valor do contrato de renegociação, em razão de ter
procedido com a quebra do contrato ao cobrar, por duas vezes, sem aviso prévio,
no mesmo mês da renegociação e quitação do débito, os juros anteriores já
inclusos em acordo, totalizando o importe de R$ 11.946,44 (onze mil,
novecentos e quarenta e seis reais e quarenta e quatro centavos)

g) Condenação do réu ao pagamento de indenização por danos morais, em


quantia no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais);
Dra. Fernanda Dayane Queiroz Siqueira
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Protesta por todos os meios de prova admitidas em direito.

Dá-se à causa o valor de R$ 42.503,02 (quarenta e dois mil,


quinhentos e três reais e dois centavos.

Nestes termos, pede e aguarda deferimento.

São Luís, 31 de maio de 2021.

Fernanda Dayane Queiroz Siqueira


OAB/MA 15.164

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