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Glossário do

Mercado de
Pagamentos

Por
Eduarda Del Vale
João Gabriel de Souza Pereira
Por que esse material está sendo criado?

Este glossário foi idealizado com a intenção de ajudar na compreensão dos termos mais
utilizados em reuniões, palestras, cursos, artigos, reports e outros materiais em geral
desse mercado extremamente dinâmico.
Visa auxiliar tanto pessoas que estão iniciando nesse segmento, quanto aquelas que já
estão e podem não conhecer ou ter dúvidas sobre os “infinitos” conceitos explorados
diariamente.

Será um material vivo e que sempre retroalimentado com novas atualizações, sendo que
os detalhes de cada versão estarão expostos abaixo.

DATA DESCRIÇÃO
07/07/2022 1ª versão, incluindo termos com as letras A e B.
2ª versão, incluindo termos com a letra C e D, além de adicionar um
01/08/2022
novo item na letra A (Alienação Fiduciária) .
3ª versão, incluindo termos remanescentes com letras D, assim como os
09/10/2022
de início com E, F e G.
04/10/2023 4ª versão, incluindo termos de início com letras I, J, K, L, M e N.

Tem algum termo que ainda não viu aqui e gostaria de ver ? Possui algum feedback?
Sinta-se à vontade para contribuir através do formulário: https://bit.ly/3AxoFoG

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Sumário

# Letra A - Páginas 6 – 9 # Letra C - Páginas 15 –30

• Arranjo de Pagamento • Cash-in


• Adquirente • Cash-out
• Antecipação de Recebíveis • Caixa eletrônico (ATM)
• Autorização de Compra • Cartão
• Antecipação de Parcelas • Cashback
• ABECS • Chargeback
• Autorregulação • Contactless
• Antifraude • Courier
• API • Correspondente Bancário
• Apresentação tardia • CVM
• Alienação fiduciária • Checkout
• Cheque
# Letra B - Páginas 10 – 14 • Cheque especial
• Carnê
• Banco Central • CaaS
• Bacenjud • CVV e CVV Dinâmico
• Bandeira • Carta berço
• BIN • Carta senha
• Base II • Carta Frete
• Birôs • Conta Bolsão
• Blockchain • Criptomoeda
• Bitcoin • Conta de Reserva Bancária
• Benefício flexível • Conta de Liquidação
• Banco • Conta corrente
• BaaS • Conta remunerada
• Boleto • Conta poupança
• BNPL • Conta de pagamento
• Conta PI

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Sumário

• CCB • Duplicata
• CDB • Depósito compulsório
• CDI • Débito automático
• CDC • DDA
• CCS • DOC
• CRELI
• CIP # Letra E - Páginas 35 – 39
• COMPE
• Cadastro positivo • Emissor
• CETIP • Embossing
• CADOC • Embossadora
• Circular • Estabelecimento comercial
• Compra off-line • e-Commerce
• Conciliação • Embedded Finance
• Cross Border • Extrato
• Consórcio • Extrato EDI
• CET • Estorno
• CNAB • Entry mode
• Chave PIX • E2E
• Escrow Account
# Letra D - Páginas 31 – 34 • Empréstimo Consignado
• ESC

• DICT • Endosso

• Data de corte
• Data de vencimento
# Letra F - Páginas 40 – 43

• Desfazimento de compra
• Decurso por prazo • Fatura

• Domicílio bancário • FIDC

• DECRED • FII

• DIMP • Factoring

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Sumário

• Float Bancário # Letra J – Página 50


• Fast Funds
• Fintech • Juros de mora
• FGC

# Letra K – Página 51
# Letra G - Página 44
• KYC
• Gateway
• Gravame # Letra L – Página 52 - 53

# Letra H - Página 45 • Limite de crédito


• Link de pagamento
• Home equity • Liability Shift
• Hipoteca • Loyalty
• HSM • LGPD

# Letra I - Páginas 46 - 49 # Letra M – Página 54 - 56

• IP • MCC
• Iniciador de Pagamento • MDR
• Índice de Basileia • Marketplace
• IOF • Mandate
• Intercâmbio • MIP
• ICA • Meio circulante
• IFIX • Meio de pagamento
• ISO 8583
• Internet Banking # Letra N – Página 57
• Inadimplência
• NSU
• NFC

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#A

Arranjo de pagamento
Segundo a Lei 12.865 de 2013, art. 6º, um Arranjo de pagamento é o conjunto de regras
e procedimentos que disciplina a prestação de determinado serviço de pagamento ao
público, aceito por mais de um recebedor, mediante acesso direto pelos usuários
finais, pagadores e recebedores.

Traduzindo para algo mais tangível é toda a descrição das regras, fluxos, processos e
responsabilidades de cada um dos participantes de uma rede que permite que
transações financeiras sejam realizadas. Exemplos conhecidos:

a) Arranjo do cartão de crédito de Bandeira Visa.


b) Arranjo do cartão de débito de Bandeira Master.
c) Arranjo do PIX.

Quer entender mais sobre o arranjo de cartões? Acesse aqui: https://bit.ly/3Nsl5yU

Adquirente

Também conhecida como Credenciadoras, essas entidades são quem possuem o


relacionamento com o Estabelecimento Comercial (Lojista) e que permitem que estes
aceitem determinados meios de pagamento nas suas vendas.

São as responsáveis por ofertar as soluções de captura, tanto para meio físico
(Maquininhas/POS) quanto para o online (APIs, checkouts white-label ou não) e por
fazer o repasse financeiro para o domicílio bancário do seu cliente, após o período
acordado e realizado o desconto de taxas acordadas pela prestação do serviço.

Antecipação de Recebíveis
Quando chegarmos na letra R detalharemos o que é um Recebível, mas para entender
esse conceito aqui o importante é entender que é um valor a ser recebido por uma
entidade em uma determinada data.

Antecipar esse recebível, nada mais é que receber o montante antes da data acordada
anteriormente, e isso muitas vezes é solicitado devido a necessidades de fluxo de caixa
dessas empresas. Entretanto, essa ação gera um deságio na operação, onde quem está
fazendo a antecipação cobra por esse movimento do dinheiro no tempo.

Como explicado nessa seção, as Adquirentes fazem repasse dos recebíveis dos Lojistas
e aqui temos um caso de uso comum de duas empresas que se relacionam, tinham
uma data a ser realizada a transferência, mas o recebedor muitas vezes solicita esse
adiantamento.

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#A

Autorização de Compra
Contempla todo o fluxo e processo de transmissão de informações, validações ou
análises para que seja tomada uma decisão se a solicitação de compra à vista ou
parcelada (saque também acontece dessa forma) será aprovada pelo Emissor ou por
algum outro agente da cadeia.
Alguns pontos principais que são levados em consideração nesse processo: contexto
da compra (hora, local, valor, tipo de estabelecimento) e dados do consumidor
(comportamento esperado ou não, saldo ou limite, status de conta ou cartão).
Abaixo a ilustração do fluxo de autorização de uma compra de cartão.

Antecipação de Parcelas
Olhando pela ótica do devedor, Antecipação de Parcela é o movimento de trazer uma
determina parte da dívida com vencimento futuro para o momento presente.
Ilustrando dois usos rotineiros:

a) Antecipar parcelas a vencer de uma compra do seu cartão de crédito para a sua
fatura aberta.
b) Antecipar parcelas a vencer de um empréstimo em aberto, realizando o pagamento
antes do vencimento.

Nesses cenários, geralmente recebe-se um desconto, mesmo que pequeno, por esse
pagamento antecipado.

API
Application Programming Interface nada mais é que uma forma de permitir que
sistemas se comuniquem entre si.

Onde um conjunto de normas, padrões e protocolos estabelecidos permite com que


sejam enviados um conjunto de informações para serem processadas, de modo que
também se tem o retorno esperado nesse processo, seja ele de sucesso ou falha.

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#A

ABECS
A Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços não é um órgão
com poder de regulador ou fiscalizador de entidades do mercado de meios de
pagamento. Ela tem o papel de representar e criar um ecossistema de discussões entre
essas entidades e/ou junto ao governo, fazendo o elo entre reguladores e regulados.
Além disso, é responsável pelas discussões que ditam a autorregulação do mercado.

Podem se associar a ABECS as empresas envolvidas a esse mercado, como Bancos,


Bandeiras, Adquirentes, Fintechs, Marketplaces e etc.

Quer acompanhar recorrentemente os indicadores e materiais desse mercado? Acesse


aqui: https://www.linkedin.com/company/abecs/about/

Autorregulação
De uma forma bem simplista, a Autorregulação é uma forma de o próprio ecossistema
se gerenciar e estabelecer padrões, boas práticas, limites e etc.

A Associação é fomentadora dessas discussões, de modo que após debates e


conclusões, os players do mercado passam a seguir as diretrizes impostas.

Antifraude
Ferramentas antifraude são utilizadas para reduzir aos menores níveis possíveis as
tentativas de obtenção de vantagens por parte dos fraudadores.

Então, toda vez que um usuário faz uma transação financeira, um cadastro de nova
conta ou cartão, ou até mesmo um simples login, ele terá os seus dados avaliados por
essas ferramentas, a fim de tentar garantir que não seja uma outra pessoa tentando se
passar pela verdadeira.

Então, essas ferramentas estão localizadas em todos os pontos de contato que você
pode imaginar:

a) No e-commerce no qual você está fazendo sua compra.


b) Na Adquirente que está processando a transação.
c) No Emissor que vai aprovar ou não a sua compra.
d) Quando você está fazendo cadastro em algum aplicativo e são solicitadas provas de
vida, como selfies e vídeos.

Apresentação tardia
Toda transação autorizada precisa ser confirmada pelo Emissor via o Base II recebido
da Bandeira (veremos no detalhe a seguir, mas em resumo é o “arquivo da verdade”).

Entretanto, pode acontecer o cenário onde ela não é enviada num período pré-
estipulado (geralmente 30 dias), e então o Emissor retorna o valor em saldo ou limite
para o cliente o utilizar novamente. A apresentação tardia é isso, quando a transação
chega para ser confirmada após o tempo, gerando um operacional e/ou perdas.
8
#A

Alienação fiduciária
Criada inicialmente em 1965 pela lei 4.728, a legislação sobre alienação fiduciária foi
evoluindo à medida que novos modelos foram sendo lançados.

A alienação funciona como uma garantia para financiamentos de imóveis e


automóveis, onde o devedor transfere a propriedade do bem (aliena) para o credor e a
posse fica com essa entidade até o fim da vigência do contrato, retornando para a
pessoa dona do bem após a conclusão dos pagamentos e finalização do contrato.

Então, enquanto a pessoa está pagando ela possui acesso e usa o bem ou serviço, mas
juridicamente a propriedade é do credor e em caso de inadimplência o direto ao uso é
cessado.

9
#B

Banco Central (BACEN)


No Sistema Financeiro Nacional (SFN) temos os órgãos supervisores, que são
responsáveis por trabalhar para que as entidades do mercado e os cidadãos ajam
conforme as regras definidas.

No Brasil temos 4 (quatro) instituições alocadas para essa posição, sendo o Banco
Central, também conhecido como BACEN, responsável por supervisionar as entidades
que operam no mercados monetário, de crédito e de câmbio.

Através de Normativas e Circulares, institui as formas esperadas das operações e


supervisiona se as entidades as estão seguindo, tendo o poder inclusive de fechar
operações caso não estejam.

Quer entender mais no detalhe o SFN? Acesse aqui: https://bit.ly/3OGVDHk

BacenJud
Criado em 2001, BacenJud é um sistema de comunicação entre o Poder Judiciário e as
instituições reguladas pelo BACEN. Ele possibilita que autoridades encaminhem
solicitações de informações (saldos, extratos e endereços) e ordens de
bloqueio/desbloqueio, assim como transferência de valores.

Essas ações podem ser realizadas tanto para pessoa física quanto jurídica que tenham
dívidas reconhecidas judicialmente.

Obs.: Salários, pensões e aposentadorias não podem ser penhorados nessa


modalidade.

Bandeira
A Bandeira possui relacionamento comercial com as Adquirentes e também com os
Emissores, estando posicionada tecnologicamente entre ambos.

Pensando no passo a passo da autorização, a Bandeira recebe a transação da


Adquirente, faz os tratamentos e checagens necessárias e a transmite para
processadora do Emissor (que pode ser própria ou então terceira), além de fazer
caminho contrário na volta.

Tem o papel de ''dona do arranjo", de modo que dita as regras das quais as instituições
participantes deverão seguir. À título de ilustração, existem: Arranjos de Pagamento
de Cartão de Crédito e Débito Visa, Arranjos de Pagamento de Cartão de Crédito e
Débito Mastercard, Arranjos de Pagamento de Cartão de Crédito e Débito Elo, entre
outros.

Sendo que todos têm suas particularidades, mas o objetivo final é possibilitar que
portadores de determinado Emissor possam realizar seus pagamentos à
estabelecimentos comerciais.

10
#B

BIN
O BIN (Bank Identification Number) é parte da composição dos dígitos do número de
um cartão (também conhecido como PAN – Primary Account Number).

Eram os 6 (seis) primeiros, mas recentemente está se ocorrendo no mercado o


incremento para os 8 (oito). Através desse conjunto de dados, é possível identificar a
Bandeira, o Emissor e o tipo de produto do cartão.

O primeiro algarismo do BIN, e consequentemente do PAN também, é conhecido


como MII (Major Industry Identifier) e é quem nos diz a Bandeira. Esses números são
homologados mundialmente.

Base II
Uma transação precisa ser confirmada para ser considerada processada e seguir todo
o seu fluxo de liquidação. É ai que entram os arquivos de Base II, também chamados
de arquivos de conciliação e que tem o papel de trazer essa informação.

São originados nas Adquirentes, que os encaminham para as Bandeiras. Essas são
responsáveis por um double-check e por “consolidar o arquivo por Emissor”,
disparando-as para processadoras dessas instituições.

Nesse último step, ocorre-se a leitura e processamento de todas as linhas contidas


naquele documento, dando um match com as transações previamente salvas e/ou
criando novas (sim, existem operações que são incluídas direto por esses arquivos),
assim como a alteração dos seus status anteriores de Pendente para Processada,
fazendo todas as movimentações contábeis e regulatórias que são originadas a partir
daí, e a postagem em faturas se for uma operação no cartão de crédito.

Birôs
Birôs (ou Bureaus) de informações são ferramentas disponíveis no mercado e que são
utilizadas pelas empresas para consultar dados relacionados a uma pessoa física ou
organizações que estão buscando uma oferta de produto e/ou serviço.

Através de um conjunto de informações iniciais, essas bases de dados retornam itens


adicionais ou scores, permitindo que seja tomada uma decisão. Alguns casos de uso
tradicionais para ilustrar:

a) Birôs de sanções relacionadas a um CPF ou CNPJ.


b) Birôs de histórico de crédito relacionadas a um CPF ou CNPJ.
c) Birôs de informações relacionadas a fraudadores.

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#B

Blockchain
Segundo o artigo original publicado por Satoshi Nakamoto, Blockchain é “uma rede
que marca o tempo das transações, colocando-as em uma cadeia contínua no ‘hash’,
formando um registro que não pode ser alterado sem refazer todo o trabalho”.

Ou seja, pode-se interpretá-la como uma plataforma de dados descentralizada,


protegida por uma rede global de validadores.

Ou de uma forma mais ilustrativa ainda, podemos pensar em um livro-razão, público


e imutável usado para registrar operações de forma confiável.

Bitcoin
É a primeira criptomoeda lançada no mundo em 2008 por Satoshi Nakamoto, tendo
suas transações confirmadas na rede Blockchain.

O Bitcoin é uma moeda descentralizada, completamente digital e que possui uma


quantidade prevista e finita, o famoso número das 21 milhões de unidades que serão
emitidas até o ano de 2.140.

Benefício flexível
Até pouco tempo atrás para se receber vale-refeição e vale-alimentação, os
funcionários das empresas recebiam dois cartões, sendo que um só era aceito em
restaurantes ou estabelecimentos comerciais correlatos e o outro em mercados.

Devido a essas restrições, surgiu-se um mercado paralelo, onde essas pessoas vendiam
seus valores com um deságio na casa de 15% para poder receber o dinheiro e gastá-lo
com uma maior flexibilidade.

E foi dessa dor que os benefícios flexíveis surgiram e as empresas passaram a oferecer
itens que podem ser adaptados de acordo com a necessidades e preferências do
colaborador.

Alguns modelos existentes:

a) Pontos: empresa deixa disponível N pontos e cada um pode montar o seu conjunto,
monta-se um conjunto com isso.
b) Múltiplos saldos: empresa disponibiliza um único cartão e algumas categorias de
sub-saldos no qual os funcionários podem movimentar de acordo com suas
necessidades.

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#B

Bancos
São instituições financeiras classificadas como operadoras no Sistema Financeiro
Nacional (SFN), sendo responsáveis por intermediar o fluxo financeiro entre
poupadores (agentes superavitários) e tomadores (agentes deficitários). De modo que
capta esse montante pagando uma taxa juros, e ao repassar para a ponta tomadora
cobra uma taxa acima da paga na captação.

Fornecem serviços como custódia do dinheiro, saques, empréstimos, financiamentos,


investimentos, assim como cartões de crédito, débito e etc.

Existem os seguintes tipos:

a) Bancos de Câmbio: realiza operações de câmbio (compra e venda de moedas


estrangeiras).
b) Bancos Comerciais: oferta suprimento de recursos de curto e médio prazo através
da captação de recursos via depósitos (à vista e a prazo). Assim como a aplicação
desses recursos, operações de crédito e prestação de outros serviços com cobranças de
tarifas.
c) Bancos de Desenvolvimento: financia, a médio e longo prazos, projetos que
promoverão o desenvolvimento econômico de uma região ou setor da economia.
d) Bancos de Investimentos: oferece soluções de investimentos, possibilitando
operações de fusões, aquisições, gestão de patrimônios para empresas.
d) Bancos Múltiplos: é um banco que pode operar com múltiplas funções, sendo no
mínimo duas e que uma delas seja comercial ou de investimento.

Além do tipo, também existe uma classificação nos quais são alocados em 5
segmentos, conforme descrito abaixo:

a) S1: bancos cujo porte (exposição total) for igual ou superior a 10% do PIB, ou que
sejam internacionalmente ativos.
b) S2: instituições de porte entre 1% e 10% do PIB, podendo conter instituição de porte
superior a 10% do PIB se não for sujeita ao enquadramento no S1.
c) S3: instituições de porte entre 0,1% e 1% do PIB.
d) S4: instituições de porte inferior a 0,1% do PIB.
e) S5: cooperativas de crédito e instituições não bancárias que tenham perfil de risco
simplificado.

Banking as a Service (BaaS)


Banking as a Service pode ser traduzido para Banco como Serviço e, como o próprio
nome sugere, é um modelo de negócio onde determinada empresa provê toda a
infraestrutura tecnológica e licenças regulatórias necessárias para que seus clientes,
independente do ramo de atividade original, consigam ofertar produtos e serviços
financeiros como parte da jornada dos usuários finais.

É um modelo que ganhou muita força nos últimos anos, pois permite que a empresa
contratante gere novas linhas de receita, aumente a fidelidade do seu cliente, assim
como ter relacionamento por mais tempo e uma jornada mais fluída.

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#B

Boleto
Criado no início dos anos 90, o boleto é um meio de pagamento amplamente utilizado
no Brasil. Representa um título de cobrança pagável em estabelecimentos
conveniados até uma data pré-estabelecida e que segue convenções padronizadas pela
Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN).

A maioria dos boletos permitem que o pagador possa quitá-lo mesmo após a data de
vencimento. Entretanto, nesses casos são cobrados acréscimos conhecidos como juros
e multas.

Buy Now, Pay Later (BNPL)


As soluções de BNPL se popularizaram de forma meteórica nos últimos dois anos e
meio, principalmente nos Estudos Unidos e Europa.

Essa modalidade permite que os consumidores no momento do pagamento solicitem


uma análise e, sendo aprovados, comprem o produto ou serviço, mas que venham a
pagar posteriormente. Sendo que esses desembolsos são feitos de forma parcelada em
um período de tempo previamente acordado (semanal, quinzenal, mensal, etc.) com a
empresa que está financiando a operação.

Abaixo temos ilustração de como essa jornada ocorre:

Quer entender mais sobre essa modalidade? Acesse aqui: https://bit.ly/3ylxWNJ

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#C

Cash-in
Quando olhamos para esse termo, podemos deduzir como entrada (in) de dinheiro
(cash), ou seja, são as formas disponibilizadas pelas instituições para que os usuários
finais consigam inserir um valor monetário nas suas contas ou de terceiros.

Falando de uma forma mais direta ainda, são os meios pelos quais será possível
depositar um montante de dinheiro. As formas mais usuais que vemos no mercado
são:

a) Boleto de recarga.
b) Transferência vinda de contas da mesma instituição (TEF, P2P, PIX intra PSP)
c) Transferência vinda de contas de outra instituição.
d) Recarga através de cartão de crédito.
e) Depósito em caixas eletrônicos.

Cash-out
Quando olhamos para esse termo, podemos deduzir como saída (out) de dinheiro
(cash), ou seja, são as formas disponibilizadas pelas instituições para que os usuários
finais consigam fazer uso de um valor monetário ou limite presente nas suas contas.

Falando de uma forma mais direta ainda, são os meios pelos quais será possível gastar
um montante de dinheiro. As formas mais usuais que vemos no mercado são:

a) Pagamento de contas.
b) Saques.
c) Uso de cartões.
d) Transferências para contas da mesma instituição (TEF, P2P, PIX intra PSP).
e) Transferências para contas de outra instituição (TED, DOC, PIX).
f) Recargas de telefone ou serviços que se utilizam de vouchers.

Caixa eletrônico (ATM)


Os caixas eletrônicos ou também chamados de ATM (Automatic Teller Machine) são as
máquinas disponibilizadas pelas instituições para que seus clientes possam realizar
determinadas ações de forma automatizada.

Tradicionalmente pensa-se nesses pontos para saques e depósitos, que eram


inicialmente suas funções principais. Mas a medida que a tecnologia foi sendo
aprimorado, outras funcionalidades foram embarcadas, como:

a) Pagamento de contas.
b) Transferências.
c) Solicitação de empréstimos.
d) Ações relacionadas a cartão, como desbloqueio.
e) Habilitação de dispositivos móveis para uso de apps da entidade.

15
#C

Cartão
Cartão é o meio de pagamento mais utilizado pela população brasileira. Os clientes,
chamados de Portadores, conseguem acesso através do relacionamento com os
Emissores. Então, o Portador pode ter acesso a um cartão:

a) Físico: cliente recebe dentro da carta berço um objeto que pode utilizar para
realizar as transações. Esse item recebido é conhecido no mercado como Plástico.
b) Virtual: cliente dentro do aplicativo acessa informações necessárias para realizar
uma transação, como: PAN, data de expiração e CVV.

Esse instrumento pertence a um Arranjo de pagamento, sendo classificado como:

a) Bandeirado: cartões pertencentes aos das Bandeiras (Arranjos Abertos), ou seja,


são aceitos em qualquer Estabelecimento Comercial do mundo que faça parte da rede.
b) Private Label: são os famosos “cartões de loja” que estão nos Arranjos Fechados, ou
seja, são aceitos somente em um grupo restrito de Estabelecimentos Comerciais.

Para se emitir um cartão bandeirado, os Emissores precisam ter licença junto a uma
Bandeira e esse não é um processo simples ou barato. Sendo assim, surgiram modelos
que visão facilitar e impulsionar a emissão:

a) Co-branded: cartão feito em parceira entre uma empresa que quer dar esse
instrumento aos seus clientes e instituição financeira ou de pagamento que possui
licença de Emissor. Nessa modalidade é extremamente explícito no design do cartão e
na comunicação em geral a cooperação entre ambas, mostrando-se as duas marcas.
b) White-Label: cartão feito em parceira entre uma empresa que quer dar esse
instrumento aos seus clientes e instituição financeira ou de pagamento que já possui
licença de Emissor. Entretanto, diferente do modelo anterior, aqui o Portador só
enxergará a empresa com a qual possui o relacionamento.

Outra ótica necessária de se classificar o cartão é com relação ao tipo:

a) Cartão de Débito ou Pré-Pago: Portador pode realizar compras com o saldo que
possui em conta, ou seja, é necessário possuir o dinheiro no momento da transação.
b) Cartão de Crédito: Portador pode realizar compras utilizando um limite
previamente concedido, ou seja, o pagamento do valor será cobrado através das
faturas em data(s) de vencimento acordada(s).

Um cliente pode receber um único Plástico e que possui os dois produtos explicados
acima, a fim de trazer praticidade ao uso, evitando a necessidade de um objeto para
cada modalidade. Para isso, existem disponíveis:

a) Multi-application: apesar de ser impressos um único plástico, são dois PAN/cartões


diferentes e de acordo com a escolha no momento da compra a transação é autorizada
em um ou outro.
b) Múltiplo: nesse modelo é um único PAN/cartão e que possui as duas funções e de
acordo com a escolha no momento da compra a transação é autorizada pelo Emissor
olhando saldo ou limite.

16
#C

Cashback
Cashback é o modelo onde o consumidor recebe de volta parte do montante
desembolsado na compra de um determinado produto ou serviço.

Os percentuais e condições para resgate desse valor dependem de acordo com as


regras das entidade que está ofertando essa modalidade. É comum que essa ação
venha de Lojistas, de Emissores ou ainda de plataformas/marketplaces.

É uma estratégia utilizada para se aumentar o ticket médio e a recorrência das


compras.

Chargeback
O chargeback é uma das operações existente nos arranjos de pagamentos dos cartões. É
um processo que se inicia com o portador do cartão contestando uma despesa, de
modo que essa solicitação passa por um processo de análise junto as Bandeiras, onde
no final tem-se uma resposta se quem estava com razão é o usuário ou o Lojista.

Existem dois cenários macro de chargeback:

a) Não reconhecimento da compra pelo portador, podendo ser motivado por uma
possível fraude ou em alguns casos pela forma com que a compra está descrita no
extrato.
b) Desacordo comercial entre as partes, como por exemplo, devido ao produto ou
serviço não estarem de acordo com o anunciado.

Como o processo de análise é demorado, existe-se um conceito chamado de Crédito


em Confiança, no qual no início da contestação o Emissor faz um crédito na conta
cliente, liberando o saldo ou limite para uso. Em caso de no final, ser de fato um valor
devido, a operação é lançada novamente na conta.

Um chargeback pode ser solicitado tanto para operações online quanto do mundo
físico. Entretanto, como no segundo se existe a premissa do estar utilizando o cartão e
a senha, que são dois itens intransferíveis, é muito difícil que o usuário consiga
ganhar a contestação.

Contactless
O termo contactless é utilizado para se referir aos pagamentos feitos por aproximação
utilizando-se cartões, celulares, relógios, pulseiras.

Essas transações geralmente utilizam a tecnologia Near Field Communication (NFC) e


seu uso vem crescendo exponencialmente nos últimos dois anos e meio, tendo sido
muito impulsionado pelo movimento das pessoas tentarem evitar o contato físico com
as maquininhas em um momento de pandemia.

17
#C

Courier
São as empresas responsáveis pela logística da entrega dos cartões. Elas coletam esses
objetos nas Embossadoras e fazem o transporte até o endereço de entrega, podendo
utilizar frota e meios próprios durante todo o percurso ou utilizando os Correios em
parte do fluxo.

Oferecem também serviços e APIs para que os Emissores possam exibir aos clientes
todas as etapas de transporte, como, por exemplo, em qual cidade está, previsão de
entrega e etc.

Correspondente Bancário
São empresas (pessoas jurídicas) contratadas por instituições financeiras reguladas
pelo Banco Central (BACEN), com a responsabilidade de ofertar alguns dos serviços
dessas entidades aos consumidores.

Sendo assim, os correspondentes bancários funcionam como intermediadores entre


os clientes e os serviços financeiros, sem a necessidade de uma interação direta com
as entidades.

Ilustrando um pouco melhor, essas empresas permitem que os clientes finais tenham
acesso a serviços como:

a) Solicitação de abertura de conta.


b) Solicitação de empréstimos e financiamentos.
c) Recebimento de pagamentos de boletos.
d) Operações cambiais.

Comissão de Valores Mobiliários (CVM)


No Sistema Financeiro Nacional (SFN) temos os órgãos supervisores, que são
responsáveis por trabalhar para que as entidades do mercado e os cidadãos atuem
conforme as regras definidas.

No Brasil temos 4 (quatro) instituições alocadas para essa posição, sendo a Comissão
de Valores Mobiliários, também conhecida como CVM, a responsável por
supervisionar as entidades que operam no mercados de capitais.

Através de Normativas e Circulares, institui as formas esperadas das operações e


supervisiona se as entidades as estão seguindo, tendo o poder inclusive de fechar
operações caso não estejam.

Quer entender mais no detalhe o SFN? Acesse aqui: https://bit.ly/3OGVDHk

18
#C

Checkout
Quando esse termo é utilizado, estão se referindo a página final do processo de
compra para o consumidor, é o último passo antes do “Finalizar seu pedido”.

Nessa página, o cliente informa o endereço de entrega e/ou de cobrança, assim como
escolhe o meio de pagamento.

Os checkout podem ser com a identidade visual do provedor (Adquirentes,


Subadquirentes, Gateways), ou os chamados transparentes, que permite que os
Lojistas consumam API e construam de acordo com a sua identidade e jornada.

Cheque
Ainda extremamente utilizado em cidades menores, o cheque é um meio de
pagamento que funciona como uma ordem de pagamento expedida contra um banco
sobre fundos depositados na conta da pessoa que o emitiu.

O beneficiário, ou seja, quem recebe esse título de crédito, tem o direito de sacar ou
fazer o depósito desse valor através das instituições. Mas existe o cenário, onde o
emitente pode não possuir saldo no momento da tentativa da cobrança, gerando o
temido cenário do “cheque sem fundo”.

Cheque especial
O cheque especial é um limite de crédito pré-aprovado que fica disponível para uso na
conta corrente, de modo que pode ser utilizado para realização de operações como
pagamento de contas, compensação de cheques, saques em dinheiro, transferências e
etc. quando o cliente não possui saldo suficiente.

É uma modalidade que possui altas taxas de juros devido a ser um crédito concedido
sem garantia. Já as formas e condições para pagamento variam de uma instituições
para outra, entretanto um modelo que se popularizou é a oferta de se poder utilizar e
ter poucos dias (em torno de 10) para quitar o valor sem uma cobrança de juros.

Carnê
Também chamado de crediário, o carnê é um crédito concedido diretamente pelo
comércio, permitindo que o consumidor compre um serviço ou bem, pagando-o de
forma parcelada.

Usualmente são ofertados planos de pagamento em até 48 vezes, sendo que os


vencimentos são mensais e o valor de cada parcela é combinado entre as partes no
momento da finalização da compra.

Antigamente os pagamentos eram somente via boleto e cada parcela era um que havia
sido emito, mas agora já são permitidos pagamentos com PIX e outras transferências.

19
#C

Credit as a Service (CaaS)


Credit as a Service pode ser traduzido para Crédito como Serviço e, como o próprio
nome sugere, é um modelo de negócio onde determinada empresa provê toda a
infraestrutura tecnológica, licenças regulatórias e/ou o capital necessários para que
seus clientes, mesmo não pertencendo ao setor financeiro, consigam ofertar linhas de
crédito como parte da jornada dos usuários finais.

É um modelo que vem ganhando destaque, pois complementa o movimento iniciado


pelo Banking as a Service, permitindo que o cliente consiga utilizar todos os serviços
financeiros disponíveis, sem precisar abandonar sua jornada e relacionamento com a
empresa para recorrer a uma financeira para ter acesso ao crédito quando necessário.

Card Verification Value (CVV)


Poucos conhecido por Card Verification Value, o famoso CVV é o código de segurança
que todos os cartões possuem, sendo formado por 3 dígitos.

É uma ferramenta para incrementar a segurança das transações, sendo necessário


informá-lo em compras online e funcionando como um substituto da senha informada
em operações no mundo físico. São conhecidos dois modelos:

a) CVV “estático”: os 3 dígitos originais e fixos para o cartão.


b) CVV “dinâmico”: feature usada para incrementar ainda mais a segurança, pois
habilita que os três dígitos sejam alterados com uma frequência, seja ela temporal
(válido por X horas) ou então por quantidade (válido por uma transação).

O termo mais conhecido é CVV, mas ele é originalmente da bandeira VISA e pode
variar para as demais, como a MASTER que o nomeia como CVC e a AMEX de CID.

Carta berço
A carta berço é o material gráfico no qual o cartão vem inserido no momento da sua
entrega. Seu intuito é explicativo, de modo a passar informações para os clientes
sobre características do cartão, informações sobre a empresa e/ou produto, passo a
passo para ativação, boas práticas, etc.

Geralmente a recebemos dentro de um envelope ou então dentro de um daqueles


tracionais sacos plásticos.

Carta senha
Atualmente acabou caindo em desuso, mas conceitualmente essa carta era enviada
contendo a senha do cartão, permitindo a separação física e de tempo entre a carta
berço e desse dado sensível. De modo que, dado o contexto de alguns anos atrás,
agindo dessa forma, aumentava-se a segurança contra possíveis fraudes durante o
percurso de entrega e o desbloqueio e uso do cartão.

20
#C

Carta frete
Carta frete foi um meio de pagamento utilizado por mais de 5 décadas no Brasil,
entretanto a partir de 2010, foi substituída pelo Pagamento Eletrônico de Frete,
tornando-se ilegal a partir de então.

Funcionava como um vale recebido pelo caminhoneiro no momento do embarque, de


modo que deveria utilizar esse valor monetário para pagar combustível, alimentação e
hospedagem. Entretanto, só conseguia realizar isso em determinados postos que
possuíam acordo com os embarcadores.

Devido a essa limitação de aceitação eram cobrados preços abusivos, além da


possibilidade de fraudes, sonegação e etc., o que colaborou para o surgimento da lei
mencionada no início dessa descrição.

Conta bolsão
Conta bolsão é um termo extremamente utilizado em cenários onde as empresas
desejam ofertar serviços como permitir que seu cliente final pague uma conta, que
faça alguma recarga de celular ou transferências, sem ofertar toda a estrutura de
contas únicas para cada um dos seus usuários.

Isso pode se dar por uma decisão regulatória ou técnica – como, por exemplo estar
consumindo esse serviço de terceiros.

Mas em resumo, refere-se a uma estrutura que permite se realizar múltiplas


operações de cash-out, sempre partindo de uma mesma conta origem e podendo
chegar a diversos destinos.

Criptomoeda
Criptomoeda conceitualmente se refere a ativos digitais descentralizados, criados
através de uma rede Blockchain, de modo que essas moedas podem ser
transacionadas sem a necessidade de intermediários.

Em outras palavras, estamos falando de moedas que existem no universo digital,


protegidas por uma rede complexa e protegida por criptografia e métodos de se
autenticar todas transferências realizadas.

Diferente das moedas tradicionais como real, dólar ou euro, as cripto não possuem
uma autoridade central de emissão ou regulação, tudo acontece através da rede das
que foram criadas.

21
#C

Conta de Reserva Bancária


Instituída pela Circular 3.101 em 2002, as Contas de Reserva Bancária são mantidas
junto ao Banco Central (BACEN) pelas instituições participantes do Sistema de
Transferência de Reserva (STR) brasileiro.

É entre essas contas que ocorrem de fato as transferências entre as instituições e é


aqui também que ficam os famosos depósitos compulsórios.

Essa modalidade é obrigatória para bancos comerciais e múltiplos, além de caixas


econômica. Sendo assim, é opcional para bancos de desenvolvimento, de câmbio,
múltiplos (que não possuem carteira comercial).

Conta de Liquidação
Também instituída pela Circular 3.101 em 2002, as Contas de Liquidação foram
inicialmente criadas pensando em possibilitar que câmaras que ofertassem serviços
de liquidação e compensação pudessem ter acesso ao Sistema de Transferência de
Reserva (STR) brasileiro.

Posteriormente, nessa modalidade foram incluídas as instituições não bancárias


autorizadas pelo Banco Central (BACEN), como as Instituições de Pagamento (IP).

Conta corrente
Uma conta corrente, também chamada de conta de depósito à vista, permite que os
usuários utilizem facilmente os recursos ali depositados, ou seja, o dinheiro fica à
disposição para ser movimentado ou sacado a qualquer momento.

Essa modalidade pode ser ofertada por alguns tipos de bancos (comerciais, múltiplos
com carteira comercial, caixas econômicas e cooperativas de crédito).

Ao ter acesso a essa modalidade, o cliente passar a ter a sua disposição diversas
formas de cash-in e cash-out. Essas contas podem ser de titularidade de uma pessoa
física ou de uma jurídica, além de poder ser individual ou conjunta.

Conta Remunerada
Esse conceito veio se popularizando nos últimos anos juntamente com a escalada dos
bancos digitais, que utilizaram essa ferramenta como uma das formas de atrair
clientes para a base e os estimular a concentrar o seu saldo nessas contas.

Uma conta remunerada gera rendimentos diários com base no montante disponível
na conta do usuário. Atualmente, o mais comum de se ver é um valor próximo a 100%
do CDI.

As instituições conseguem gerar e repassar essa variação, pois aplicam o montante em


algum investimento de renda fixa e com liquidez diária, como títulos públicos.
22
#C

Conta poupança
A conta poupança é um tipo de conta bancária que foi criada com o propósito de
estimular a economia popular, incentivando que os usuários poupem dinheiro.

É uma aplicação de renda fixa de liquidez diária, onde os valores geram pequenos
rendimentos mensais.

Para isso, o montante precisa ficar durante um mês na conta, ou seja, caso ocorra a
retirada antes desse período, o rendimento não é aplicado. Com isso, essa modalidade
não é ideal para quem deseja mover o dinheiro de forma recorrente.

Conta de pagamento
Criada através da famosa lei 12.865 e Circula 3680 de 2013, uma conta de pagamento é
emitida por Instituições de Pagamento, podendo ser ofertadas tanto para pessoa física
quanto para jurídica por instituições de pagamento (IPs), bancos, cooperativas de
crédito e demais instituições financeiras (IFs).

Existem as modalidades:

a) Pré-paga: cliente necessita aportar previamente um valor monetário para poder


fazer uso.
b) Pós-paga: cliente não necessita aportar previamente o valor monetário, podendo
fazer uso de um limite concedido e vindo a pagar em data acordada.

Seguindo o propósito de facilitar a inclusão e vida dos usuários, a conta de pagamento


é por default focada no digital, de modo que a sua abertura, operações e demais itens
podem ser feitos através desse universo.

Conta PI
Instituída pela Circular 4.027 em 2020, as Contas PI são mantidas junto ao Banco
Central (BACEN) pelas instituições classificadas como participantes diretas do Sistema
de Pagamentos Instantâneos (SPI).

São utilizadas para registro do saldo mantido no Banco Central (BACEN) para liquidar
as operações instantâneas do PIX, assim como permitir as monitorias acerca de os
mecanismos de provimento de liquidez.

Assim como podem ter uma conta de liquidação, as câmaras também podem ter essa
modalidade.

23
#C

Célula de crédito bancária (CCB)


Instituída pela lei 10.931 de 2004 a Célula de Crédito Bancária, ou simplesmente CCB,
representa uma promessa de pagamento, formalizando uma relação entre credor e
tomador.

Esse título de crédito é emitido em nome de uma pessoa física ou jurídica em favor de
uma Instituição Financeira ou semelhante, contendo todas as informações pertinentes
como valor total, datas e montantes das parcelas, assinaturas, juros envolvidos, se
possui ou não garantia e etc. A partir da medida provisória 897/219 permitiu-se que
essa emissão seja eletrônica.

A CCB é considerada um título executivo extrajudicial, permitindo que em casos de


inadimplência o credor por acionar o tomador sem a necessidade de entrar na justiça,
facilitando os processos de recuperação de crédito.

Certificado de depósito bancário (CDB)


Uma das modalidades mais conhecidas de investimento de renda fixa, o certificado de
depósito bancário (CDB) é uma forma de os investidores emprestarem dinheiro para
os bancos financiarem suas operações de crédito, ou seja, essas instituições captam
esse montante pagando um rendimento e o utilizam para conceder empréstimos a
tomadores.

Existem as seguintes modalidades de CCB:

a) Pré-Fixada: o rendimento é declarado no início da aplicação.


b) Pós-Fixada: o indicador de referência (CDI, IPCA, etc.) do rendimento é declarado
no início da aplicação, sendo que se esse item sofra uma variação, a remuneração
também a sofrerá.
c) Híbrida: o rendimento é uma mescla dos dois modelos anteriores.

Certificado de depósito interbancário (CDI)


Muito conhecido devido aos anúncios de “Seu dinheiro aqui rende X% do CDI”, a sigla
do termo certificado de depósito interbancário é o nome dado para a operação de
empréstimos que bancos fazem entre si para fechar o dia com saldo positivo em caixa
e seguir as normas do Banco Central (BACEN).

Esse empréstimo possui o prazo de vencimento de um dia útil apenas e possui


cobrança de juros, sendo que essa operação é registrada na B3. E a partir desses
registros, calcula-se a taxa média de juros praticada – a chamada taxa DI ou taxa do
CDI.

Esse indicador é diário, mas também é calculado com a visão mensal e anual, servindo
como referência para investimentos.

24
#C

Crédito direto ao consumidor (CDC)


Uma das definições mais clássicas para o crédito direto ao consumidor (CDC) é
descrevê-lo como um financiamento para a aquisição de bens de consumo duráveis
(eletrodomésticos, eletrônicos, móveis, veículos, etc.).

É uma modalidade de crédito concedida por instituições financeiras em parceria com


a loja ou empresa que o consumidor está se relacionando.

As condições da oferta como valor, condições de juros, parcelas e etc. são definidas de
acordo com o resultado da análise de risco do usuário .

Cadastro de clientes do sistema financeiro (CCS)


Instituído pela Circular 3.347 de 2007 é um sistema de informações cadastrais do
relacionamento de pessoas físicas e jurídicas com instituições autorizadas a operar
pelo Banco Central (BACEN).

Essas instituições enviam diariamente, no período noturno, arquivos contendo esses


dados, podendo existir uma defasagem de até dois dias úteis.

São informados a identificação do cliente e a instituição em questão, assim como a


data de início e fim do relacionamento.

Os clientes podem ter acesso a esses cadastros existente via o Registrato.

Crédito em liquidação (CRELI)


Quando existe uma venda a prazo, a empresa que possibilitou essa ação como o risco
de receber ou não o dinheiro devido pelo consumidor, de modo que a inadimplência
de parte desse valor é uma realidade que não é possível escapar.

Então, no momento que se inicia a inadimplência, também inicia-se uma cobrança de


multas e juros, e a empresa passa a registrar esses valores (montante inicial somado a
esses acréscimos) como uma conta a receber.

Entretanto, a partir de um determinado período, a chance de recebimento desse valor


passa a ser baixa, e é comum no mercado que o cliente em questão receba o status de
CRELI, ou em alguns lugares chamado também de CRELIQ, que significa que a dívida
daquele momento é a declarada com o montante devido, parando-se os cálculos de
juros e afins.

Entretanto, é importante frisar que isso não significa que não haverá a tentativa de
recuperação dos valores através de negociação, réguas de cobrança e etc.

Os períodos mais comuns vistos de CRELI no mercado são 60, 75 ou 90 dias.

25
#C

Câmara interbancária de pagamentos (CIP)


A Câmara interbancária de pagamentos (CIP) é mais uma das entidades que fazem
parte do Sistema Brasileiro de Pagamentos (SPB). Diferente da maioria, ela é uma
associação civil sem fins lucrativos, tendo sida criada no início dos anos 2000.

O propósito de criação foi ter uma entidade que controlasse o volume das operações
financeiras, contribuindo para o bom funcionamento dos processos envolvidos. Em
outras palavras, essa câmara processa transferências e pagamentos realizados,
gerenciando e consolidando as transações de cartão, boletos, registros de contratos de
crédito e financiamento, assim como as transferências eletrônicas de fundos.

Para isso, a CIP oferece ao mercado ferramentas que os participantes devem se


integrar, como:

a) Sistema de Liquidação das Transferências de Ordens de Crédito (SILOC).


b) Sistema de Transferência de Fundos (SITRAF).
c) Registradora C3.
d) Serviço de Recebíveis de Arranjos de Pagamentos (SERAP).
e) Plataforma do Cadastro Positivo (PCPO).
f) Plataforma Cheque Legal.

Você já deve ter ouvido alguns desses nomes, e iremos nos aprofundar neles também.

Centralizadora de compensação de cheques (COMPE)


A Centralizadora de compensação de cheques, amplamente divulgada apenas como
COMPE, é um serviço regulamentado pelo Banco Central (BACEN) e provido pelo
Banco do Brasil S.A.

Esse serviço nada mais é que uma forma de se haver o acerto de contas entre
instituições financeiras, resultado dos cheques depositados em estabelecimentos
diferentes dos sacados.

Utilizando desse serviço todos os bancos comerciais e caixas econômicas do Sistema


Financeiro Nacional.

Cadastro positivo
Instituído pela Lei 12.414 de 2011 é um modelo de compartilhamento de informações
do histórico total dos consumidores com as empresas para as quais eles estão
solicitando crédito. Entretanto, só a partir de 2019 passou a ser obrigatória a inclusão
automática dos cidadãos nessa lista, de modo que caso não queira estar, pode-se
solicitar a retirada.

Diferente dos conceitos de negativação onde só se vê o histórico de inadimplência ,


essa modalidade permite o acesso ao histórico total, dando também uma visão dos
considerados “bons pagadores” e auxiliando na concessão de crédito com melhores
condições.
26
#C

Central de custódia e liquidação financeira de títulos privados (CETIP)


A Central de custódia e liquidação financeira de títulos privados (CETIP) foi criada em
conjunto pelas principais Instituições Financeiras do país. Em 2017 se juntou com a
BM&Fbovespa, dando origem a famosa B3.

É responsável pelo processamento, registro, guarda e liquidação dos títulos


financeiros privados do país, sendo integrante do Sistemas de Pagamentos Brasileiro
(SPB) e supervisionada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Para ilustrar de forma mais direta: basta pensar no cenário de aplicações de renda
fixa, que possuem o emissor, o vendedor (corretoras) e o comprador de um título e
essas relações e transações são registradas, custodiadas e liquidadas via a CETIP.

Esses registros na CETIP servem para em caso de uma eventual quebra de alguma
instituição, ser possível identificar todos os investidores que deverão receber a
devolução financeira referente aos seus títulos garantidos pelo Fundo Garantidor de
Crédito (FGC).

Catálogo de documentos (CADOC)


O Catálogo de documentos, chamado simplesmente por CADOCs, é uma relação de
todos os documentos que as instituições autorizadas têm obrigação de apresentar ao
Banco Central (BACEN) seguindo uma periodicidade e layouts pré-estabelecidos.

Esses relatórios são divididos em dois grupos:

a) Contábeis: identificados por um código numérico, como por exemplo os CADOC


4010, 4016, 9310.
b) Não contábeis: formas de envio de informações sobre detalhes da operação como
modelos de cálculos, operações de crédito, etc. Aqui temos exemplos bem conhecidos
como os CADOCs 3040, 3050 e 2061.

Circular
Uma Carta Circular, ou simplesmente Circular como são amplamente conhecidas e
divulgadas, é um documento utilizado para se transmitir instruções, procedimentos
ou esclarecimentos relacionados a um determinado assunto pertinente a entidades e
consumidores envolvidos. É um documento normativo e que possui uma estrutura
padrão que deve ser seguida.

No nosso mercado de pagamentos esse termo é muito difundido quando falamos das
normativas utilizadas para se disciplinar o Sistema Financeira Nacional (SFN). Essas
normas são estabelecidas após estudos e debates técnicos e de mercado, e também
ouvindo-se recomendações de players e consumidores via consultas públicas.

Após isso, os reguladores Banco Central (BACEN) e Comissão de Valores Mobiliários


(CVM) escrevem e divulgam o definido através de Circulares.

27
#C

Consórcio
O consórcio é uma modalidade de aquisição coletiva de bens ou serviços, onde pessoas
com um mesmo objetivo se unem para atingir esse objetivo.

Mensalmente, todos os integrantes desse grupo devem depositar um montante


previamente acordado, formando uma poupança comum.

Além disso, todo mês uma dessas pessoas será contemplada e terá acesso à uma carta
de crédito com o valor completo do item, permitindo a sua aquisição. Até o fim do
período do consórcio, todos participantes, obrigatoriamente, terão acesso à sua
respectiva carta de crédito, sendo que existe uma forma de se tentar antecipar a
contemplação, como uma ofertar um lance (um valor como antecipação de parcelas).

Os consórcios são ofertados e controlados por administradoras autorizadas pelo Banco


Central (BACEN).

Custo efetivo total (CET)


A Resolução CMN 3.517/07 do Banco Central (BACEN) obriga que todas as Instituições
Financeiras informem o Custo Efetivo Total (CET) e demais custos aos tomadores de
qualquer tipo de financiamento ou empréstimo antes do fechamento do contrato.

O CET incluem todos os itens de gastos envolvidos na negociação, clareando


exatamente o montante que será pago por aquele crédito tomado. Sendo assim, temos
inclusos aqui:

a) Taxas de juros
b) IOF
c) Tributos
d) Taxas bancárias
e) Seguros
f) Impostos

As instituições devem representar o CET de forma percentual, seja por mês ou por
ano, além de ter que explicitar como foi calculado.

Centro Nacional de Automação Bancária (CNAB)


A sigla CNAB vem de Centro Nacional de Automação Bancária e foi criada pela
FEBRABAN com o intuito de originar um sistema que permitisse a troca automatizada
de informações relativas a contas a pagar e receber entre empresas, bancos e clientes.

Isso é feito através de dois tipos de arquivos trocados entre as instituições: os de


remessa e os de retorno, que possuem layouts padronizados. Os dois padrões mais
usados são CNAB240 e CNAB400, que se diferenciam principalmente pela quantidade
de posições existentes no arquivo - 240 e 400 como os próprios nomes sugerem.

28
#C

Compra offline
Quando uma compra está sendo realizada, existe todo o fluxo de autorização, onde as
entidades envolvidas precisam se comunicar para terem acesso as informações e
tomarem as devidas ações.

Entretanto, existem cenários e/ou momentos em que a solução de captura ofertada


pela Adquirente pode não ter aceso a conexão necessária, como por exemplo em
aviões, navios, metrôs, praças de pedágio sem sinal, etc. e nesse contexto surgem as
compras offline.

Nessa modalidade os Estabelecimentos Comerciais, enviam essas transações para o


Arranjo através Base II ou as “empilham” e enviam assim que entram em uma zona
geográfica que permita a conexão.

Conciliação
A palavra conciliação é genérica e usada nos mais variados contextos. Entretanto,
quando falamos sobre ela nesse mercado estamos nos referindo a processos e rotinas
que processam e validam dados, operações e/ou transações criadas em um momento
anterior.

Alguns exemplos bem comuns:

a) Conciliação das transações de cartão pelos Emissores a partir dos a recebimento


dos arquivos de Base II vindos das Bandeiras.
b) Conciliação das vendas pelos Estabelecimentos Comerciais, comparando os
comprovantes de vendas com o extrato bancário.
c) Conciliação das operações diárias dos cash-in e cash-out pelas instituições.

Cross border
Com o aumento das compras on-line, também se popularizou o modelo de compra
onde consumidores e comerciantes estão localizados em diferentes países.

Essa operação cross border é extremamente complexa, pois envolve uma logística de
exportação e importação, legislações e regras sanitárias diferentes e também a
necessidade de câmbio para o pagamento.

Dessa expansão, estão surgindo cada vez mais empresas especializadas em facilitarem
esse modelo, principalmente no que tange a parte dos pagamentos.

29
#C

Chave PIX
Segundo o próprio Banco Central (BACEN) uma chave PIX é um “apelido” que
identifica a sua conta, ou seja, é um código que lhe identifica e possibilita a realização
dessas transferências.

Existem quatro tipos de chaves:

a) E-mail.
b) CPF ou CNPJ.
c) Número de telefone celular.
d) Chave aleatória.

Sendo que pessoas físicas podem cadastrar junto a instituição até 5 chaves por conta,
enquanto pessoas jurídicas podem até 20.

Caso não queira ou não se lembre da chave no momento da transação, também será
possível realiza-la informando todos os dados da conta, como já feito tradicionalmente
para as outras modalidades de transferência.

Existem também dois processos relacionados a gestão e titularidade desses


identificadores. São eles:

a) Portabilidade: permite que o usuário mude a sua chave de uma instituição para
outra. Isso deve ser feito realizando o pedido a nova instituição, que fica encarregada
de via a sua integração no Arranjo PIX, encaminhar a solicitação e receber a
confirmação da antiga “custodiante”.
b) Reivindicação: que permite ao usuário reivindicar a titularidade de uma chave que
a pertença e tenha sido cadastrada previamente por outra pessoa. Esse processo é
feito através da instituição onde está se tentando realizar o cadastro, e esta fica
responsável por que fica encarregada de via a sua integração no Arranjo PIX,
encaminhar a solicitação da atual “custodiante” e que pedirá ao dono atual que
comprove a posse.

30
#D

Diretório de Identificadores de Contas Transacionais (DICT)


O Diretório de Identificadores de Contas Transacionais (DICT) é uma base de dados
que armazena as informações dos usuários e de suas respectivas contas transacionais
no arranjo do PIX.

Esse sistema permite que os partipantes do Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI)


possam consultar as informações do recebedor de uma determinada transação usando
a sua chave PIX , de modo que consiga exibir esses dados de identificação ao cliente
originador, possibilitando a confirmação de se realmente a transferência é para esse
destinatário, facilitando a experiência e mitigando possíveis fraudes.

Além disso, o acesso ao DICT também permite que a instituição integrada no arranjo
consiga compor as informações necessárias para enviar ao sistema as requisições de
originação de um PIX.

Data de corte
A data de corte, ou também muitas vezes chamada de data de fechamento, da fatura
de um cartão de crédito é a data limite para considerar quais valores deverão ser
pagos pelos Portador naquele ciclo de faturamento.

Desse modo, todas as operações (compras à vista, parcelas de compras, saques, etc.)
realizadas até este dia serão as que estarão inclusas na fatura do mês em questão. Já as
ocorridas após essa data passam a compor a fatura seguinte.

Neste contexto de fechamento, também temos o conceito do Melhor dia de compra


que é sempre um dia após o corte, pois a cobrança pertinente a esse montante será
incluída na fatura seguinte que ainda será fechada no futuro e também terá o seu
vencimento, dando ao usuário em média um tempo de 40 dias entre a operação e o seu
pagamento.

Data de vencimento
A data de vencimento da fatura de um cartão de crédito é o último dia no qual o
Portador pode fazer o pagamento da sua dívida daquele ciclo junto a instituição que
lhe concedeu previamente o crédito para uso.

Em outras palavras, o usuário utiliza o cartão pelo período de um mês e esses valores
forma uma fatura a ser paga, gerando um deadline para que se faça o acerto de contas
e não caia no cenário de inadimplência.

A relação entre data de vencimento e fechamento da fatura é bem simples e intuitiva:


a data de vencimento depende do corte – que é quando calcula-se o quanto você
precisará pagar. Então, o vencimento acontecerá alguns dias (normalmente 5 ou 10) a
frente desse fechamento.

No mercado os dias mais comuns de vencimento de serem vistos são 1, 10, 15 e 30.
31
#D

Desfazimento de compra
Existem algumas formas de se cancelar uma transação, sendo que uma delas é o
chamado desfazimento de compra.

Como explicado nos artigos “Entendendo os Arranjos de Pagamentos” – Parte I e II,


uma transação passa pelo fluxo de aprovação online e é confirmada e conciliada via
arquivo de Base II.

Um desfazimento acontece quando essa operação é cancelada também através do


fluxo do online, ocorrendo antes do envio dela no arquivo de confirmação. Ou seja,
essa operação percorre todo o fluxo (ou parte dele) de autorização entre Lojista,
Adquirente, Bandeira, Emissor e/ou Processadora com um campo na mensageria que
tem o papel de informar que é uma solicitação de cancelamento.

Decurso por prazo


O decurso por prazo acontece quando uma transação não é enviada ao Emissor para
sua devida confirmação nos arquivos de Base II até um determinado tempo.

Então, quando esse termo é utilizado, estamos nos referindo ao processo de identificar
que não houve o check até esse deadline, atualizar o status da transação para algo que
signifique que ela foi baixada por prazo e fazer a restituição do saldo ou limite do
cliente.

Fica a critério da Bandeira e/ou Emissor estabelecerem qual é esse período a ser
esperado, sendo que Visa e Master aconselham 7 dias, enquanto para ELO são 30 dias.

É importante ressaltar que uma transação pode ser enviada nesses arquivos após o
decurso por prazo, dando origem ao processo de apresentação tardia.

Domicílio bancário
Um domicílio bancário nada mais é que a conta corrente que um Lojista possui junto a
uma instituição financeira e que a utiliza para o recebimento dos valores referentes as
vendas de cartão de crédito, débito e etc.

Então, essa conta é a cadastrada junto as Adquirentes para que nela ocorram os
repasses do montante na data acordada, já descontando-se o Merchant Discount Rate
(MDR) e/ou um deságio de uma eventual antecipação de recebíveis.

Geralmente os comerciantes utilizam essas contas para concentrar suas operações


financeiras, tendo ali um maior fluxo de dinheiro e podendo utilizar isso como item
para barganha por benefícios e créditos junto a essas entidades.

32
#D

Declaração de operações com cartão de crédito (DECRED)


Instituída originalmente em 2003 através da Instrução Normativa SRF 341, a DECRED
é uma sigla para declaração de operações com cartão de crédito, sendo um documento
de envio semestral e obrigatório para a Receita Federal (RF) do Brasil por parte das
instituições operadoras e administradoras de cartão de crédito.

Seu objetivo é dar insumos para a RF validar montantes financeiros movimentados


pelos Portadores e também pelos Estabelecimentos Comerciais, cruzando com as
informações de declarações feitas.

A DECRED é um arquivo digital que essas empresas farão o envio via sistema da RF no
último dia útil dos meses de Fevereiro e Agosto, com dados dos semestres anteriores.

Os dados transportados contemplam todas as informações de operações via cartão de


crédito e o montante global mensalmente movimentado, identificando os titulares dos
cartões e os Estabelecimentos Comerciais, sendo que para pessoa física somente é
enviado se o valor for superior a R$ 5.000,00, enquanto para pessoa jurídica esse
mínimo é R$ 10.000,00.

Declaração de informações de meios de pagamentos (DIMP)


Instituída pelo Ato Cotepe ICMS 65/2020, a DIMP uma sigla para declaração de
informações de meios de pagamento, sendo um documento de envio mensal e
obrigatório para o Fisco Estadual por parte das instituições financeiras e de
pagamento.

Similar a DECRED, seu objetivo é dar insumos para validar-se quais transações
financeiras geraram determinados impostos e confirmar a apuração correta e o
devido pagamento de todos eles.

Via sistema digital, a DIMP deve ser entregue às Secretarias Estaduais de Fazenda até
o último dia do mês posterior ao da ocorrência das transações realizadas, devendo ser
consideradas as operações com cartões de débito, crédito, pré-pagos e private label,
assim como transações eletrônicas (PIX, TED e DOC).

Duplicata
Tendo suas regras de emissão e pagamento descritas pela Lei 5.474 de 1968 e pelo
decreto-lei 436 de 1969, as duplicatas são muito usadas em operações comerciais de
compra e venda, principalmente no atacado.

Um duplicata nada mais é que um título de crédito emitido pelo credor, onde o
devedor obriga-se a realizar o pagamento do montante representado na fatura e
dentro de um prazo acordado.

A partir de 2018, também foi regulamentada a emissão e registro eletrônico de


duplicatas, ajudando a combater fraudes e trazendo inovação junto as entidades que
oferecem soluções para essa escrituração.

33
#D

Depósito compulsório
Depósito compulsório, ou recolhimento compulsório, é uma ferramenta utilizada pelo
Banco Central (BACEN) para garantir a segurança/liquidez do sistema financeiro,
também podendo servir como instrumento para política monetária.

Os bancos e instituições financeiras são obrigados a depositar junto ao Banco Central


(BACEN) parte do dinheiro que seus clientes depositam nas contas. Assim, essas
instituições não conseguem emprestar todo o montante captado para os tomadores,
atitude essa que colocaria o sistema em risco pela possibilidade de insolvência.

O valor do depósito compulsório é um percentual divulgado e que pode ser ajustado


periodicamente para mais ou menos, se aplicando sobre depósitos à vista (contas
corrente e/ou de pagamento), depósitos a prazo (CDBs, etc.) e depósitos em poupança.

Débito automático
Pagamentos utilizando débito automático são muito comuns no Brasil, principalmente
quando falamos de contas como as de água, luz, telefone, internet, faturas do cartão e
alguns tributos, vide o IPTU.

Essa modalidade é ofertada pelas mais diversas instituições financeiras e bancos.


Sendo que o seu fluxo é iniciado a partir da autorização do titular da conta para que o
valor de uma cobrança recorrente seja pago automaticamente, subtraindo-se o
montante do saldo disponível no dia do vencimento ou em uma data escolhida e que
seja anterior a esse deadline.

Documento de ordem de crédito (DOC)


Documento de ordem de crédito, ou o famoso DOC, é uma das modalidades de
transferência bancária entre contas de diferentes instituições. Com a popularização do
PIX, vem caindo em desuso assim como a TED.

O DOC possui uma limitação de valor máximo (R$ 4.999,99) e sua compensação ocorre
no próximo dia útil, ou seja, o recebedor só verá o reflexo dessa transferência após
esse período.

Para realizar essa transferência, além do montante, é necessário informar também os


dados completos de identificação do recebedor (nome ou razão social, CPF ou CNPJ,
tipo de conta, dados da conta (código do banco, agência, conta).

Débito direto autorizado (DDA)

É um serviço lançado em 2009 e disponibilizado pelas instituições para que os clientes


consigam visualizar todos os boletos de cobrança emitidos em seu CPF ou CNPJ.

Diferentemente do débito automático, aqui não ocorre o pagamento. O DDA é apenas


uma apresentação eletrônica de todas as contas e que gera uma facilidade de controle
e acesso para os usuários finais.
34
#E

Emissor
Um Emissor, como o próprio termo sugere, é a instituição que emite o seu cartão, seja
ele de crédito, débito e/ou pré-pago. Essa entidade é quem possui o relacionamento
comercial com os clientes finais, também chamados de Portadores. Além disso,
recebem uma licença junto as Bandeiras para poder participar dos arranjos
estabelecidos por elas.

O Emissor precisa contratar de terceiros ou possuir in-house uma processadora para


estar presente e conseguir operar corretamente o seu papel no fluxo de autorização de
uma compra.

Geralmente são instituições financeiras, de pagamentos ou bancos, que além do


cartão como um instrumento de pagamento, também ofertam toda uma estrutura de
conta com diversas formas de cash-in e cash-out.

Embossing
Quando um Portador deseja receber o cartão físico para uso, esse plástico precisa
passar pelo seu processo de fabricação. Essa operação inicia-se com a integração entre
a Processadora do Emissor e as Embossadoras, que são as empresas que farão de fato
a confecção desse instrumento de pagamento.

Com essa etapa inicial superada, em períodos recorrentes (diariamente, a cada 4


horas, etc.) existe a troca das informações necessárias entre essas 2 (duas) entidades.

E após a recepção dos dados, as Embossadoras fazem o processamento e inserção


deles em suas máquinas de impressão, tendo como output da linha de produção a
geração dos cartões e os disponibilizando para que uma courier faça as entregas para
os clientes.

Estabelecimento comercial
Estabelecimento comercial é um dos termos, mas também podemos ouvir e/ou ler
esse conceito de algumas outras formas: Lojista, Merchant ou apenas EC.

Quando utilizamos alguma dessas nomenclaturas, estamos nos referindo aos


comerciantes que estão vendendo seus produtos e/ou serviços, sejam em lojas físicas
ou também através da internet, no chamado mundo online.

Os Lojistas contratam Credenciadoras para ter acesso as suas soluções de captura e


poder receber os pagamentos dos seus clientes vindos de diversas formas, como
cartão , PIX, boleto, etc.

35
#E

E-Commerce
O termo e-commerce vem da abreviação de eletronic commerce que pode ser traduzido
literalmente como comércio eletrônico. Ele refere-se as transações de compra que são
realizadas entre vendedores e compradores utilizando a internet como meio, onde
temos um produto e/ou serviço ofertado e o consumidor pode finalizar a sua
aquisição, pagando através de um checkout disponibilizado na página da loja online, via
um link de pagamento ou ainda através de informações e dados trocados entres esses 2
(dois) atores para que uma transferência seja realizada.

Podemos dividir os e-commerces em 3 (três) principais modalidades:

a) Lojas próprias: sites exclusivos de um único Lojista.


b) Marketplaces: análogos aos shoppings do mundo físico, onde temos os mais
diversos tipos de lojas e ofertas dentro de um mesmo local.
c) Redes sociais: quando Lojistas criam páginas/perfis nas redes sociais, expõem seus
produtos e/ou e os vendem diretamente para os clientes.

Embedded finance
O termo Embedded Finance, ou traduzido para finanças embutidas, representa o
movimento de se embarcar soluções financeiras a uma jornada e/ou portfólio de
produtos de empresas que originalmente não possuíam especialização nesse
segmento.

Essa é uma tendência com crescimento exponencial nos últimos 5 anos e que pôde ser
viabilizada graças aos provedores de Banking as a Service e Credit as a Service.

Dessa forma, empresas de diversos setores que não são do mercado financeiro
conseguem ter a jornada completa do usuário dentro da sua, não sendo necessário que
o consumidor final, ao precisar realizar um pagamento ou receber dinheiro, tenha
que utilizar outra empresa. Isso cria um movimento de democratização dos serviços
financeiros, tornando-os mais acessíveis e práticos.

Extrato
O extrato é um documento, seja ele físico ou digital, que contém as informações sobre
os movimentos financeiros realizados na conta de um determinado clientes da
instituição.

Através desse serviço, os consumidores podem consultar todos os créditos e débitos


que ocorreram dentro de um período desejado.

A visualização mais comum é a mensal, mas também são disponibilizados períodos de


15 (quinze) ou 90 (noventa) dias, não excluindo a possibilidade de se observar em um
intervalo personalizado.

36
#E

Extrato EDI
Geralmente nos referimos a extrato EDI para falar sobre um serviço ofertado pelas
Credenciadoras, que disponibilizam esse documento contendo todas as informações
dos movimentos financeiros realizados na conta dos Lojistas, permitindo com que
estes façam, internamente ou via ferramentas de terceiros, a automação do seu
processo de conciliação das vendas.

Estorno
Como explicado nos artigos “Entendendo os Arranjos de Pagamentos” – Partes I e II,
uma transação passa pelo fluxo de aprovação online e é confirmada (ou não) e
conciliada via arquivo de Base II.

Assim como o desfazimento de compra, o estorno é uma forma de se cancelar uma


transação ocorrida previamente e devolver o saldo ou limite do comprador.

Entretanto, na modalidade do estorno o cancelamento do montante (total ou parcial)


ocorre através do envio dessa ação no Base II, utilizando-se uma operação chamada de
Credit Voucher, que faz com que Emissor credite o valor no saldo ou limite daquele
cliente.

Entry mode
Entry modes são códigos numéricos presentes em um dos bits da mensageria ISO 8583
de autorização de compra e que indica aos participantes do arranjo de pagamento qual
foi o método de captura daquela transação.

Com essa informação, essas entidades conseguem saber e armazenar se a compra


ocorreu em uma loja física ou online, se transação ocorreu com a inserção do cartão na
“maquinha” ou se foi feita utilizando-se o contactless, se inseriu-se ou não a senha, etc.

Essas informações são usadas na autorização ou não da compra, assim como no seu
processamento e em eventuais solicitações de chargeback.

End-to-end
End-to-end (E2E) é um termo genérico e amplamente utilizado em qualquer conversa,
explicação e/ou documentação no mercado de pagamentos. Ou seja, pode se referir a
diversos produtos, processos ou estratégias dependendo do contexto em que está
sendo utilizado.

Mas sempre que ouvir e/ou ler esse termo, entenda sobre o que se está sendo exposto
e tenha em mente que o E2E ali mencionado nada mais é que ter uma visão completa,
desde o início até o fim daquele determinado assunto, o famoso “ponta a ponta”.

37
#E

Escrow account
Escrow account, também conhecida como conta garantia ou conta caução, é uma conta
utilizada para depósito de valores em garantia quando se existe uma operação de
risco. Essa ação é acordada entre as partes envolvidas e que estão realizando algum
acordo comercial, seja de aquisição ou simplesmente de uma prestação de serviço.

Tal modalidade é frequentemente utilizada quando se existe um alto risco na operação


em questão e, a fim de mitigá-lo, as partes combinam quais condições que devem ser
cumpridas do contrato antes que a transferência do montante seja efetivada.

Para tanto, elas buscam um terceiro agente, neutro ao deal e que geralmente é um
banco, que disponibilizará esta conta para que seja(m) feito(s) o(s) depósito(s) e fará a
custódia do montante até que o previsto em contrato seja cumprido.

Empréstimo consignado
O empréstimo consignado é umas das modalidade de crédito e exclusiva para
aposentados e pensionistas do INSS, trabalhadores assalariados CLT de empresas
privadas e servidores públicos, assim como para militares das forças armadas.

As parcelas para quitação do montante emprestado são descontadas diretamente do


benefício INSS de aposentados e pensionistas ou do salário de funcionários públicos
ou privados, os chamados desconto em folha. Dessa forma, o risco de inadimplência
tende a ser menor que de outros tipos de empréstimos, possibilitando que o credor
cobre taxas mais baixas e tornando-o um produto atrativo para o cliente final.

As empresas que ofertam essa opção, ao realizar a análise e envio da proposta


precisam respeitar a denominada margem consignável, ou seja, o valor máximo do
salário que pode ser comprometido para pagamento de tais parcelas. Os detalhes
desse valor podem ser encontrados no site do Banco Central (BACEN).

Empresa simples de crédito (ESC)


Segundo a Lei Complementar 167 de 2019, uma empresa simples de crédito pode
ofertar empréstimos, financiamentos e descontos de títulos de crédito para
Microempreendedores Individuais (MEIs) ou Micro e Pequenas Empresas (MPEs),
tendo toda sua receita vindo dos juros acordados nesta relação comercial.

As operações podem ser realizadas exclusivamente com recursos próprios e como


uma ferramenta de mitigação do risco de crédito, a ESC pode exigir garantias através
de alienação fiduciária, avalista e fiador, etc.

Para se enquadrar como este tipo de empresa, estão sujeitas a algumas limitações
como só poder operar no município de sua sede e em municípios limítrofes (aqueles
com fronteira geográfica junto ao da sede) e ter um teto de receita bruta anual de R$
4.800.00,00.

38
#E

Endosso
Endosso é o ato que permite que o credor (endossante), possuidor de um título de
crédito, transfira os seus direitos para outra pessoa (endossatário). Deste modo, a
titularidade do crédito, e por consequência o direito do seu recebimento e uma
eventual cobrança, passa a ser dessa entidade que o adquiriu.

Essa operação é muito comum com cheques, notas promissórias e duplicatas, mas
também a observamos em diversas outras modalidades de títulos de crédito.

Observamos atualmente 4 (quatro) tipos de endosso:

a) Simples: o endossatário se torna o dono e credor daquele título de crédito.


b) Caução: o endosso é feito com o objetivo de que o título de crédito assegure o
pagamento uma dívida por parte do endossante, ou seja, é disponibilizado como uma
garantia e o endossatário somente assumirá sua titularidade caso não ocorra o
pagamento no tempo combinado e/ou do valor devido.
c) Mandato: o endossatário atua como representante do endossante, mas sem possuir
a propriedade do título. Essa modalidade é muito usada para cobranças, combinada
com a modalidade abaixo.
d) Póstumo: o endosso é feito quando o título de crédito já possui o seu prazo de
pagamento ultrapassado, ou seja, a transferência é realizada após o processo de
protesto e que derivará para uma cobrança.

39
#F

Fatura
A fatura de cartão de crédito é um documento que contempla todas as informações e
detalhes das compras, saques e demais operações que são devidas pelo portador
naquele ciclo mensal em específico.

Além dos dados transacionais, através da fatura o cliente terá acesso a:

a) Data de vencimento dela.


b) Valor total a ser pago e instruções com relação as formas de pagamento, como
dados do boleto ou como realizar o pagamento com saldo em conta.
c) Valor do pagamento mínimo e/ou formas de parcelamento (que detalharemos mais
adiante).
d) Encargos, como CET, multa, mora, juros, etc.
e) Etc.

Esse documento é disponibilizado pelas instituições nas seguintes modalidades:

a) Impressa: portador recebe no seu endereço via Correios um documento físico com
as informações.
b) Digital: portador tem acesso as informações diretamente através do seu canal
digital, como um aplicativo ou internet banking, podendo solicitar a geração de um
arquivo PDF para download ali mesmo ou tendo ele enviado para o seu e-mail.

Uma fatura pode ser classificada com três “status”:

a) Aberta: vigente daquele ciclo, tendo os gastos atuais sendo e contabilizados na


mesma.
b) Fechada: após a data de corte, diz-se que fatura em questão está fechada e tudo o
que seria contabilizado para cobrança até a sua data de vencimento já foi incluído
nela.
d) Futura: são todas as demais fatura que ainda serão fechadas, ou seja, referentes as
dos ciclos dos meses seguintes.

E quando nos referimos ao quesito de pagamento de uma determinada fatura, podem


haver as possibilidades abaixo:

a) Não pagamento: quando o portador não paga nenhuma quantia.


b) Pagamento integral: quando o portador paga o valor total devido.
c) Pagamento mínimo: quando o portador paga um valor mínimo estipulado pela
instituição financeira. Geralmente sendo em torno de 10% a 20% do total devido.
d) Pagamento acima do total: quando o portador paga um valor maior que o total
devido, gerando um valor de crédito na fatura seguinte.

40
#F

Fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC)


Regulamentados inicialmente pela Instrução Normativa 356 de 2002, os fundos de
investimento em direitos creditórios, popularmente chamados de FIDCs, destinam
mais que 50% do seu patrimônio para aplicações em direitos e títulos de crédito.

Um direito creditório nada mais é que o direito que uma empresa tem em receber
uma dívida como, por exemplo, cheques recebidos a serem descontados, aluguéis a
receber dos inquilinos, duplicatas, parcelas de compras a vencer, etc.

Geralmente todas as empresas têm um valor monetário a receber no futuro e muitas


vezes o prazo para a entrada desse caixa não é satisfatório, de modo que os FIDCs
surgem como uma alternativa para se adiantar o recebimento. Então, a companhia
emite títulos das dívidas que são comprados pelo fundo, com um deságio, e que passa
a deter o direito de recebimento (e de cobrança em caso de inadimplência) do
montante por parte dos devedores.

Um FIDC é composto da seguinte forma:

a) Cedente: empresa que venderá o direito creditório.


b) Estruturadores: a instituição financeira e escritórios de advocacia que montam a
operação, regulamentos e etc.
c) Custodiante: instituição financeira que faz a custódia dos valores do fundo.
d) Administradora: responsável direto pelo fundo.
e) Cotistas: investidores do fundo.

Fundo de investimento imobiliário (FII)


Criados a partir da Lei 8.668 de 1993, os fundos de investimento imobiliários, ou FIIs,
na prática são grupos de investidores que têm um objetivo comum de aplicar o seu
dinheiro visando um retorno em ativos imobiliários, operando via a Bolsa de Valores.

O total desse dinheiro investido é administrado pelo gestor do fundo, que é quem
identifica oportunidades que trariam uma boa rentabilidade ao FII e, seguindo regras
pré–estabelecidas, faz o investimentos em questão, como, por exemplo, uma compra
de empreendimentos como prédios, shoppings, galpões logísticos, títulos
imobiliários, cotas de outros FIIs.

Existem 4 (quatro) tipos desses fundos:

a) Fundos de tijolo: investem na aquisição e construção de imóveis com foco na


alocação visando uma renda mensal além da valorização das cotas.
b) Fundos de papel: investem em títulos de rendas fixa, os quais estão associados ao
mercado imobiliário, não investindo em imóveis físicos.
c) Fundos de fundos (FOFs): investir em outros FIIs buscando uma diversidade na
carteira.
d) Fundos de desenvolvimento: investem na construção de imóveis, visando lucro
com a venda dos mesmos. Sendo assim, esse tipo de fundo tem um ciclo de vida pré-
determinado.
41
#F

Factoring
Factoring, ou também conhecido como fomento mercantil, é uma operação financeira
oferecida por instituições comerciais que permitem que empresas levantem recursos
através da venda de seus direitos creditórios, de modo que ocorre uma antecipação do
recebimento em troca da cobrança de um deságio. Essas instituições compram
duplicatas dos clientes (chamados de Aderente), podendo pagar o seu valor total ou
parcial.

As empresas que ofertam essa modalidade são chamadas de Factor ou agência de


fomento e não são classificadas como instituições financeiras. Além disso, elas só
podem fazer isso com capital próprio, não colocando em risco a poupança pública, o
que, entre outras coisas, as diferenciam dos FIDCs vistos na página anterior.

Float
Float (ou muitas vezes descrito como Floating) é um termo que pode ser utilizado em
diversos contextos, mas dentro do universo do mercado financeiro, quando se
trabalha em instituições financeiras, de pagamentos e/ou bancos, geralmente refere-
se ao ato de se aplicar um dinheiro “parado” a fim de rentabilizá-lo.

Então, essas instituições investem o dinheiro em aplicações de baixíssimo risco e com


liquidez diária, algumas até repassando o valor ganho (ou parte) para os seus clientes.

Fast Funds
Fast Funds é a nomenclatura utilizada para se referir aos produtos de transferências
instantâneas ofertados pelas Bandeiras. Eles possibilitam transferências em real time
nas 24 horas do dia e nos 7 dias da semana, inserindo e/ou retirando valores dos
cartões emitidos nesses arranjos.

Hoje, vemos no mercado 2 (dois) modelos principais:

a) Person-to-Person: modelo de cash-ins e cash-outs entre cartões de usuários finais de


um mesmo ou de diferentes arranjos.
b) Disbursement: modelo de cash-ins e cash-outs entre um fundo (conta bolsão) e
cartões de usuários finais de um arranjo.

Além da Bandeira, que oferta a sua rede para que as transações ocorram, de forma
resumida temos os seguintes atores participante deste fluxo do produto:

a) Sender: quem está transferindo o montante.


b) Recipient: quem está recebendo o montante.
c) Instituição originadora: quem tem (ou provê o serviço para quem possui) a relação
comercial com o Sender e inicia a solicitação da transação.
d) Instituição recebedora: quem tem (ou provê o serviço para quem possui) a relação
comercial com o Recipient e recebe a solicitação da transação.

42
#F

Fintech
Amplamente divulgado, o termo fintech se originou da junção e abreviação de 2 (duas)
palavras em inglês: financial e technology.

A expressão refere-se a empresas, geralmente startups ou então uma área ou unidade


de negócio de companhias consolidadas, que focam na entrega de produtos e/ou
serviços financeiros totalmente digitais e inovadores aos consumidores finais.

Através de um forte uso de tecnologia, elas inovam e buscam ofertar soluções novas
ou remodeladas, menos burocráticas e mais intuitivas, gerando inclusão financeira da
população em geral.

Fundo garantidor de crédito (FGC)


Criado em 1995, o fundo garantidor de crédito, ou apenas FGC, é uma entidade
privada, mas sem fins lucrativos.

Tendo como sua principal missão a proteção dos investidores presentes no Sistema
Financeiro Nacional (SFN), resguardando-os de uma eventual falência das instituições
financeiras associadas ao fundo (acesse a lista completa clicando aqui).

O patrimônio do FGC é formado a partir de depósitos mensais desses participantes,


que aportam o equivalente a 0,01% do total do montante recebidos nos investimentos.
São garantidos pelo FGC as seguintes modalidades:

a) Depósitos à vista e de poupança.


b) CDBs e RDBs.
c) LCIs, LCAs, LCs, LHs.

E em um eventual caso de essa proteção ser utilizada, existe um limite por investidor
(CPF ou CNPJ) de até R$ 250.000,00 em cada uma das instituições, tendo um máximo e
global de R$ 1.000.000,00 durante o período de 4 (quatro) anos.

43
#G

Gateway de pagamento
Gateways de pagamento são soluções de captura online ofertadas por empresas que se
conectam a diversas Credenciadoras ou Subcredenciadoras e disponibilizam uma
integração única aos seus clientes, permitindo com que estes Lojistas aceitem
pagamentos em troca de seus produtos e/ou serviços.

Diferente das empresas as quais estão plugados, os gateways não participam do fluxo
financeiro das transações, ou seja, somente estão presentes na camada de tecnologia e
capturando dados e operacionalizando o início de um processo de compra, mas não
fazem parte dos processos de liquidação, que ocorrem direto entre os participantes do
arranjo de pagamento.

Os gateways costumam ofertar serviços adicionais integrados a sua solução principal,


como:

a) Conciliação de todas as vendas.


b) Soluções de antifraude.
c) Roteamento das transações entre as Credenciadoras ou Subs, visando uma melhor
conversão de autorização.
d) Retentativas inteligentes de compras não autorizadas.
e) Roteamento das transações entre as Credenciadoras ou Subs, visando a que tem o
melhor acordo comercial de acordo com o meio de pagamento e condições
selecionados pelo comprador.
f) Soluções para pagamento recorrentes.
g) Entre outros.

Gravame
O termo gravame tem sua origem no latim e possui o significado de encargo ou ônus,
sendo usado há muito tempo para se referir a operações onde existe-se um bem ainda
não quitado por completo.

Em 2019 tivemos a publicação da Resolução 4.734 e da Circular 3.952, onde foram


criadas as registradoras. Desde então, os Lojistas passaram a poder ofertar seus
recebíveis como garantia na solicitação de empréstimos, conseguindo antecipar o
recebimento desses valores com taxas mais atrativas do que no cenário anterior, onde
possuíam liberdade para negociar somente com suas adquirentes ou com as
instituições financeiras que detinham o seu domicílio bancário.

A partir de então, começamos a nos deparar recorrentemente com discussões e


publicações contendo esse termo, referindo-se ao registro de um determinado
recebível de vendas dado como garantia em uma operação de empréstimo e que tem o
seu contrato ainda em vigência.

Dessa forma, a existência do gravame impede que um mesmo item seja utilizado em
mais de uma solicitação de linhas de crédito.

44
#H

Home equity
Home equity é uma modalidade de empréstimo muito comum na Europa e nos Estados
Unidos, mas que vem se popularizando ainda aos poucos no Brasil. As condições e o
contrato dessa linha de crédito estão atreladas ao ato de o tomador (pessoa física ou
jurídica) ofertar um imóvel de sua propriedade como garantia da operação.

Isso é feito através de alienação fiduciária, ou seja, durante a vigência do contrato o


tomador do empréstimo continua a poder usufruir do bem, mas a propriedade do
mesmo passa a ser da instituição credora.

O montante emprestado pode ser utilizado para qualquer finalidade e seu pagamento
tende a ocorrer em um prazo mais longo e com juros mais baixo devido a
característica da garantia ofertada.

O modelo se assemelha ao da popular hipoteca, mas a diferença está na propriedade


do imóvel até a quitação do débito, que nela ainda permanece com o solicitante do
crédito, aumentando o risco da instituição e não sendo tão atrativo para nenhuma das
partes envolvidas.

Hardware security module (HSM)


O termo hardware security module, ou HSM, é o mais comum de vermos, mas também
podemos encontrar na sua versão em português que é traduzida para módulo de
segurança criptográfica (MSC).

Esse item será mais comum no seu dia a dia se você estiver inserido em uma empresa
que faça ou tenha interação com quem faz a guarda de dados sensíveis, como número
de um cartão, seu CVV e senha, entre outros.

O HSM nada mais é que um cofre onde essas informações são salvas e de onde podem
ser consultadas ou validadas, seguindo os mais rígidos protocolos de segurança da
informação e PCI.

Na prática, ele é um dispositivo de criptografia baseado em hardware, sendo


fisicamente seguro e resistente a violações e que as aplicações dessas empresas, como
por exemplo as processadoras, salvam e acessam esses dados através de chaves ou
credencias de segurança previamente criadas e configuradas.

45
#I

Instituição de pagamento (IP)


Regulamentadas inicialmente em 2013 pela Lei 12.865 e pela Circular 3680, as
Instituições de Pagamento, ou somente IPs, são entidades classificadas como
operadoras do Sistema Financeiro Nacional (SFN), como já explicado no artigo
“Entendendo o SFN – Parte II”.

São pessoas jurídicas que viabilizam serviços de compra e venda e de movimentação


de recursos, no âmbito de um arranjo de pagamento, mas sem a possibilidade de
conceder empréstimos e financiamentos.

Uma IP pode ser enquadrada em 1 (um) ou mais tipos dentre os 4 (quatro) existentes:

a) Emissora de moeda eletrônica: gere contas de pagamento do tipo pré-paga, ou


seja, aquelas nas quais os recursos devem ser depositados previamente ao seu uso.
Ex.: IPs onde você abre uma conta digital e movimenta seu dinheiro, transferindo-o
entre contas ou então fazendo uso de um cartão pré-pago.
b) Emissora de instrumento de pagamento pós-pago: gere contas de pagamento do
tipo pós-paga, aquelas nas quais os recursos são depositados para pagar dívidas
previamente assumidas.
Ex.: IPs emissoras de cartão de crédito (aqui vale um parêntese para não gerar
confusão com a explicação de que IP não realiza empréstimos ou financiamentos: ao
ofertar cartão de crédito e em caso de ser necessário financiar um dívida, como
parcelamento de fatura ou rotativo, a IP precisa ceder essa operação para uma IF ou
outra entidade que possa realizar essa atividade).
c) Credenciadora: credencia estabelecimentos comerciais para aceitação de
instrumentos de pagamento, não gerenciando contas de pagamento de usuários finais.
Ex.: As Adquirentes.
d) Iniciadora de pagamento: Não gere contas de pagamento, mas pode iniciar uma
transação de pagamento a pedido do usuário final, de modo que essa IP não detém em
momento algum os fundos das transações, porém funciona como um intermediário
do serviço. Ex.:
IP que oferta possibilidade do seu usuário pagar algum lojista sem acessar o ambiente
da instituição que portador possui a conta, onde o caso mais clássico e falado
atualmente é o do WhatsApp Pay.

Abaixo, temos em forma de imagem um grande resumo destes tipo.

46
#I

Intercâmbio (ITC)
O Intercâmbio (ITC), ou também muitas vezes referido como Interchange, é um fee
transacional recebido pelo Emissor do cartão à título de recompensa/remuneração
pelo seu papel no Arranjo de pagamento.

O ITC é definido pela Bandeira, instituidora do arranjo, e calculado transação a


transação, levando em consideração variáveis como tipo do cartão utilizado pelo
Portador, número de parcelas, categoria do estabelecimento comercial e qual a
solução de captura utilizada, entre outras. Ou seja, o valor remunerado reflete o risco
que foi assumido ao conceder o instrumento de pagamento e autorizar cada uma das
compras.

Esta tarifa está embutida na composição do MDR, entretanto o Emissor já o retém


antes de realizar a liquidação para as Adquirentes.

Quer entender mais sobre este processo do fluxo financeiro do arranjo de cartões?
Acesse aqui: https://bit.ly/3HN26yR

Interbank card association (ICA)


O termo Interbank Card Association, ou ICA, é utilizado no mercado quando estamos
nos referindo a operações de arranjos da bandeira Mastercard.

É um número de 4 (quatro) a 6 (seis) dígitos atribuídos por ela a seus membros


licenciados e com os quais é possível identificar que atividades aquela companhia é
responsável nos processos de autorização, liquidação, faturamento, multas e etc.

Um Emissor pode sim ter mais de um ICA, entretanto, o mais comum é que tenha
apenas 1 (um) e diversos BINs, que estão logo abaixo quando pensamos em uma
estrutura de hierarquia.

Índice de fundos de investimentos imobiliários (IFIX)


O Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários, ou somente IFIX, é um indicador
do desempenho médio das cotações dos fundos imobiliários negociados na bolsa
brasileira.

Ele foi criado em 2012 e resulta de uma carteira teórica de ativos, que é elaborada
seguindo critérios pré-estabelecidos, como, por exemplo, não ser classificado como
uma “Penny Stock” e ser negociado em 60% dos pregões no período de vigência das 3
(três) carteiras anteriores do índice.

47
#I

Índice de Basileia (IB)


O Índice de Basileia, ou também chamado ou Acordo de Basileia, é um conjunto de
regras internacionais que estabelece requisitos mínimos de capital que os bancos
devem manter em relação aos seus ativos, visando ser uma forma de garantia da
solidez financeira de tais instituições, já que nos demonstra o seu nível de
alavancagem.

Apesar de ter sido aderido pelo Banco Central (BACEN), no Brasil em 1994 na sua
primeira versão, o IB originou-se no fim da década de 80, após anos de discussões e
estudos feitos por um comitê iniciado e gerido pelo Banco de Compensações
Internacionais (BIS).

Ao longo desse período, foram aprimoradas e lançadas as versões II (2004) e III (2010),
mas que se complementam e não que se substituem.

O padrão internacional do Índice de Basileia é 8%, entretanto no Brasil o mínimo


exigido é 11%.

Ou seja, se determinado Banco empresta R$ 100, ele terá R$ 11 deste total, enquanto o
restante foi captado de terceiros. Através deste exemplo, fica evidente que quanto
maior o IB, maior a solidez da instituição em questão.

Imposto sobre operações financeiras (IOF)


Implantado na década de 90, o imposto sobre operações financeiras, ou apenas IOF, é
uma alíquota federal que deve ser paga por pessoas físicas ou jurídicas ao realizar
qualquer operação financeira, sejam elas do mercado de crédito, câmbio, seguro ou
de capitais, com períodos inferiores a 30 (trinta) dias.

Não é uma tarifa fixa, variando de acordo com o valor e com o tipo da transação em
questão e apesar de o lançamento ser diário, o recolhimento é feito de forma mensal.

Ou seja, no seu dia a dia, você pagará IOF nas operações descritas abaixo:

a) Uso de cartão de crédito em compras internacionais.


b) Uso do rotativo do cartão de crédito.
c) Uso do cheque especial junto ao seu banco.
d) Compra ou venda de moedas estrangeiras.
e) Contratação de empréstimo ou financiamento.
f) Contratação de seguro.
g) Resgate de determinados investimentos (aqui temos o IOF regressivo, que vai
diminuindo dia após dia).

48
#I

ISO 8583
A International Organization for Standardization (ISO) estabelece padrões de dados que
são usados e/ou trafegados entre companhias, de modo que com as empresas dos
arranjos de cartões não seria diferente.

O termo ISO 8583 costuma aparecer no nosso cotidiano quando falamos do processo
de autorização de compra do cartão, seja ele de crédito, débito, pré-pago ou benefício.

Onde através dela, tem-se estabelecido o padrão do formato das mensagens que
trafegam os dados da compra, cartão, do portador, etc. entre as soluções de captura
(POS, ATMs), Bandeiras e os Emissores daquele instrumento de pagamento.

Para ilustrar de uma maneira bem simplista como essas informações são trafegadas,
imagine que cada transação forma uma grande sequência de letras e números, onde
toda posição e/ou conjunto de posições representam alguma das características que
precisam ser informadas para que se tenha insumos suficientes para a realização da
autorização. Essa determinação de formato e localização dos campos é determinada
por este padrão internacional.

Internet banking
Conceitualmente, o termo Internet bank refere-se ao serviço ofertado pelas instituições
de pagamento, financeiras e/ou bancos para que seus usuários possam realizar
transações financeiras via internet, independente se o mecanismo utilizado é uma
página web ou então um aplicativo.

Mas na prática, no mercado é mais comum ouvirmos tal nomenclatura para descrever
o acesso via o site de tais companhias, onde o cliente final consegue fazer login com
suas credenciais de acesso, estando apto a realizar as operações desejadas.

Enquanto isso, o acesso através dos apps de celular costumam ser descritos fazendo
referência direta a este meio.

Inadimplência
Quando um usuário, seja ele pessoa física ou jurídica, não realiza o pagamento das
suas obrigações financeiras até a data de vencimento previamente estipulada, temos o
cenário de inadimplência.

A partir de então, passam a correr juros, multa e demais penalizações aplicáveis sobre
a dívida.

À título de curiosidade, quando a situação está regularizada, o usuário é considerado


adimplente.

49
#J

Juros
No mercado financeiro podemos definir, de forma extremamente simplista e leiga, o
juro como a variável utilizada para que seja possível ver e/ou movimentar o dinheiro
em uma linha do tempo, ou seja, é como se fossem um pedágio ou aluguel para que
você tenha acesso ao montante financeiro.

Um dos “modelos” mais comuns que vemos falar neste nosso mercado é o chamado
juros de mora, que é uma penalidade cobrada sobre o tempo de atraso, ou seja, em
cima dos dias de inadimplência de um portador de cartão , por exemplo. Sendo que
está modalidade está limitada por lei ao máximo de 1% ao mês, ou seja, 0,0333% ao
dia.

50
#K

Know your customer (KYC)


O termo know you customer, algumas vezes dito como know your client, ou
simplesmente KYC, é um conjunto de políticas e processos realizados pelas
instituições no onboarding do cliente final e também durante o seu ciclo de vida com
aquela instituição.

Estas validações tem como intuito garantir que aquela pessoa, física ou jurídica, que
está solicitando a abertura de uma conta é realmente ela mesmo e evitando fraudes,
lavagem de dinheiro, financiamento a terrorismo, entre outras atividades ilícitas.

Existem hoje diversos mecanismos e ferramentas no mercado que permitem que tais
processos (que são regulamentados por Leis, Resoluções e Circulares), sejam cada vez
mais assertivos, mas o mais tradicional e que você pode escutar em conversas sobre o
tema, são as famosas “consultas aos birôs”.

O portal KYC Brasil, fornece uma ilustração bem didática sobre tal tema e que deixarei
abaixo para facilitar o entendimento. E inclusive sugiro a leitura para quem quiser se
aprofundar mais sobre este conceito.

51
#L

Limite de crédito
O termo limite de crédito, ou mais comumentemente chamado apenas de limite, é
utilizado no mercado para se referir ao valor total que o emissor do cartão de crédito
ou private label concede ao portador daquele instrumento para que o mesmo o utilize
em suas compras e/ou saques.

Este valor é definido após uma análise de crédito realizada pela instituição, onde são
consultados birôs e/ou outras fontes de informações disponíveis, sendo que estas
variáveis são utilizadas de modo que o usuário seja enquadrado em alguma das
políticas pré-estabelecidas e que determinará o montante a ser liberado. Todo esse
processamento e definição são consolidados no que chamamos de motor de crédito.

É importante ressaltar que este limite concedido não é um valor “eterno”, podendo ser
alterado pela instituição, tanto para aumentá-lo quanto para reduzí-lo.

O próprio portador pode também desejar uma mudança deste montante, sendo que
neste caso para aumento solicitará uma nova análise para a instituição credora e/ou
irá adquirir produtos da mesma em troca, como, por exemplo, os populares CDBs de
cartão de crédito. Já em caso de redução, o processo é mais fácil e geralmente as
empresas liberam no próprio aplicativo uma seção para que seja configurado o novo
valor a ser considerado sem uma análise ou algo semelhante.

Você também poderá ouvir sobre o limite disponível, que nada mais é que o valor que
o portador não consumiu ao realizar as suas operações, ou seja, de forma simplificada
é o concedido subtraído da soma das transações.

Link de pagamento
O link de pagamento, ou visto algumas vezes pelo nome de pagamento por ou via link,
é uma solução de captura que permite que lojistas consigam criar e enviar uma URL
para os seus clientes e que, ao abri-la, tais compradores encontram as informações
necessárias sobre a sua compra, como descrição, valor total, parcelamento e métodos
de pagamentos.

Originalmente era uma solução de pagamento ofertada por Adquirentes e criada com
o propósito de facilitar a realização de uma venda online da maneira mais simples
possível, com foco em permitir que pequenos vendedores conseguissem realizar
cobranças sem a necessidade de criar uma loja online completa.

Porém, hoje em dia este mecanismo se tornou tão comum e adaptável que vemos
também bancos disponibilizando a criação de links de cobrança nos seus aplicativos,
de modo que também entregam uma URL com informação de uma forma de cash-in
para a conta do cobrador, como uma chave PIX ou um boleto.

52
#L

Liability Shift
Apesar de poder ser utilizado em outros contextos, o termo liability shift se
popularizou na indústria de pagamentos há alguns anos em paralelo ao início do uso e
incentivo do uso do protocolo chamando de 3DS 2.0.

Esta expressão pode ser traduzido e explicada de maneira direta como um


transferência da responsabilidade de quem deverá cobrir/arcar com eventuais perdas
decorrentes de transações fraudulentas.

No caso do fluxo do 3DS mencionado anteriormente, quando um banco autentica o


portador que está realizando uma transação online, ele está dizendo que confia e sabe
que o portador é quem realmente diz ser, de modo que esta entidade é quem assume a
responsabilidade que antes era detida pelo estabelecimento comercial.

Loyalty
A tradução para o português do termo loyalty está relacionada as palavras lealdade
e/ou fidelidade. Então, seu uso no mercado de pagamento é aplicado quando falamos
de programas e clubes que as empresas criam e aplicam visando reter e estimular que
as suas carteiras de clientes usem as soluções de forma recorrente.

Algumas das formas mais clássicas, sendo que algumas até já atingiram um certo nível
de saturação, que temos hoje em dia são:

a) Cashback pelo uso de cartões ou pagamentos de contas e boletos.


b) Acúmulo de pontos que podem ser convertidos em descontos nas próximas
compras.
c) Acúmulo de milhas que podem ser convertidas em passagens e/ou vendidas.
d) Programas de gamificação e níveis que geram benefícios aos usuários de acordo
com as marca atingidas.

Lei geral de proteção dos dados (LGPD)


Criada inicialmente em 2018 pela lei 13.709 e com sua vigência sendo iniciada 18
(dezoito) meses depois, a Lei Geral de Proteção de Dados, ou mais conhecida pela sua
famosa sigla LGPD, estabelece diretrizes referentes a coleta, processamento e
armazenamento de dados classificados como pessoais.

Foi inspirada na General Data Protection Regulation (GDPR) existente na União


Europeia e visa garantir o direito à privacidade dos usuários finais assim como
emponderá-los, tornando necessários seus consentimentos como algo essencial.

O órgão responsável por fiscalizar e aplicar penalidades em casos em que a LGPD seja
descumprida é a Autoridade Nacional de Proteção de Dados Pessoais (ANPD).

53
#M

Merchant category code (MCC)


O termo merchant category code é amplamente conhecido pela sua sigla de apenas 3
(três) letras: MCC e nada mais que é um código composto por 4 (quatro) dígitos
numéricos e que sinaliza e/ou identifica o ramo de atividade de um determinado
estabelecimento comercial.

Desse modo, quando a adquirente credencia um lojista para que o mesmo participe de
um arranjo de pagamento, durante o processo ela deve atribuir um MCC ao cadastro
dele. Sendo que esta é mais uma entre as mais diversas informações que são enviadas
no processo de autorização de uma compra, para que todas entidades envolvidas
tenham ciência de em qual tipo segmento está se originando aquele evento.

Merchant discount rate (MDR)


O termo merchant discount rate tende também ser conhecido pela sua sigla, MDR, e é
polêmico, pois se refere à taxa cobrada do estabelecimento comercial pela adquirente
por cada transação processada via as suas soluções de captura. Ou seja, quando o
pagamento referente ao valor de uma compra é liquidado junto a instituição domicilio
do comerciante, debita-se tal montante do valor total autorizado.

A composição da tarifa MDR geralmente é descrita de maneira simplificada como a


soma de 3 (três) principais variáveis: Interchange + Scheme Fee (custos com a
bandeiras) + Processing Fee (custos de processamento da credenciadora e a sua
margem).

Vale lembrar que após a quebra do duopólio que ocorreu por volta de 2010, o valor
desta cobrança reduziu drasticamente devido à entrada de novos players no mercado e
que originaram a famosa “guerra das maquininhas”.

Marketplace
Uma boa maneira de se descrever o conceito de marketplace é através da analogia com
um shopping do mundo físico, pois quando pensamos em um, o que vem a nossa
mente é um local único onde podemos encontrar lá dentro diversas lojas vendendo
uma variedade enorme de produtos e/ou serviços.

Enquanto um marketplace nada mais é que isso, mas criado e ofertado no mundo
digital. Ou seja, é uma plataforma de venda online que une compradores e
vendedores, gerando benefícios para ambos os lados.

Para quem está vendendo, os chamados sellers, a presença ali significa sua existência
online e a possibilidade de um tráfego e visibilidade que não seria possível (ou seria
muito mais difícil via uma loja online própria. Enquanto que para os compradores
existe toda a comodidade de encontrar todo tipo de produto, comparar preços e
avaliações.

54
#M

Mandate
Anteriormente já vimos que são as bandeiras as responsáveis por instituírem e
estabelecerem as regras dos arranjos de pagamento e o mandate é um mecanismo para
direcionar instruções de itens que poderão exigir adequação dos seus participantes.

São documentos oficiais disponibilizados tanto para emissores quanto para


credenciadoras e que comunicam sobre lançamentos ou adequações de produtos e
serviços, alterações de taxas cobradas, periodicidade ou conteúdo de relatórios,
mensagens de retornos, etc.

A depender da bandeira, os mandates são enviados 2 (duas) ou 4 (quatro) vezes por ano
e geralmente possuem uma data limite para que as mudanças necessárias sejam
realizadas. Eles podem ser classificados conforme a lista abaixo:

a) Mandatório: usado para itens críticos e que seu cumprimento é necessário para que
o negócio continue operando como esperado.
b) Opcional: usado para itens relacionados a features, produtos ou serviços que não
são obrigatórios, mas que quem os utilizam precisam estar atentos e se adequarem
caso necessário.
c) Informativo: usado para itens que não impactam sistemas, mas que podem afetar
processos internos (operação, tesouraria, etc.).

Mastercard interface processor (MIP)


A nomenclatura Mastercard Interface Processor não é tão conhecida, mas sua sigla MIP
geralmente é mencionada entre times mais técnicos que trabalham no mercado de
pagamentos, principalmente para pessoas que fazem parte dos times em
processadoras ou credenciadoras.

O MIP é um sistema da bandeira Mastercard e pode ser classificado de maneira


simplista como um sistema seguro de comunicação entre ela e as entidades a qual se
conecta.

É responsável por receber solicitações das adquirentes e retransmitir a requisição a


um outro MIP conectado ao emissores do cartão utilizado na transação, sendo que
essas conexões também são acionadas e utilizadas no caminho de volta com a resposta
da autorização de uma compra ou saque.

Meio circulante
Quando nos referimos a expressão meio circulante estamos descrevendo o chamado
dinheiro em espécie, ou seja, nada mais é do que as cédulas de papel e as moedas
metálicas que estão em circulação e que por muito tempo foram a forma dominante
para se realizar pagamentos por produtos ou serviços.

O meio circulante considera tudo que está sob posse tanto do público quanto dos
bancos e demais instituições.

55
#M

Meio de pagamento
O termo meio de pagamento é empregado das mais diversas formas, muitas vezes até
de forma genérica, mas se pudéssemos o explicar da forma mais direta possível seria
como: meios de pagamento são as modalidades de pagamento disponibilizadas e/ou
utilizadas para aquisição de bens e serviços.

Os meios de pagamento que estamos mais acostumados a ver são: cartões, boletos,
cheques, PIX, carteiras digitais, dinheiro em espécie, TED.

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#N

Número sequencial único (NSU)


O número sequencial único, ou apenas NSU, quando é utilizado no mercados de
pagamentos costuma se referir a um identificador de uma autorização de uma compra
ou saque.

Através dele, podem ser realizados diversos controles operacionais e de conciliação


dos eventos referente às vendas, como estornos, cancelamentos, baixa de pagamento,
entre outras.

Este código é disponibilizado nos comprovantes de pagamento impressos ou


disponibilizados de forma online pelas credenciadoras para os portadores do cartão.

Near field communication (NFC)


Near field communication, conhecida como NFC, é a tecnologia que torna possível a
transmissão de dados sem fio entre dispositivos que estão com uma curta distância
entre eles, no máximo 10 centímetros.

Hoje, está tecnologia pode ser encontrada nos mais variados dispositivos, como
celulares, smartwatches, caixas eletrônicos, terminais em meios de transporte como
ônibus e metrô, POS, etc.

Esta tecnologia viabiliza as transações contactless que estão ganhando cada vez mais
espaço no mercado de pagamentos.

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Glossário do

Mercado de
Pagamentos

Por
Eduarda Del Vale
João Gabriel de Souza Pereira

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