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No passado, quando era feita uma transação envolvendo bancos, havia as CÂMARAS
DE COMPENSAÇÃO, que não trabalhavam em tempo real.
Cada banco possui uma conta no Banco Central (BACEN). Cada um dos bancos, por
exemplo, Bradesco, Itaú, Caixa, possuem junto ao BACEN a denominada CONTA DE
RESERVA VOLUNTÁRIA e uma CONTA DE DEPÓSITO COMPULSÓRIO.
Eles também terão uma CONTA DE LIQUIDAÇÃO PARA PAGAMENTO.
Para as transações do dia, cada banco precisa deixar um dinheiro disponível para honrar
os compromissos do dia.
Nessa conta, os bancos podem colocar o dinheiro que quiserem, desde que o dinheiro
seja suficiente para pagar as transações do dia (saques, transferências, pagamentos de
débitos, pagamentos de débitos em conta, etc.). Os bancos fazem uma estimativa mediante
uma análise dos últimos 5 anos sobre quanto as pessoas utilizaram de dinheiro em determi-
nado dia, chegam a uma média e colocam essa quantia suficiente para cobrir todas as tran-
sações do dia, lembrando que esse dinheiro não é remunerado e, por essa razão, os bancos
não gostam de deixar esse dinheiro parado nessa conta de liquidação.
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Antes de 2002 não havia obrigatoriedade dos bancos manterem uma quantidade de recur-
sos suficiente nessa CONTA DE RESERVA VOLUNTÁRIA, NESSA CONTA DE LIQUIDAÇÃO.
E por que não havia essa obrigatoriedade?
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A compensação das operações não era em tempo real: hoje, era feito um pagamento
pela manhã e ele só seria compensado à noite. Assim, o banco não precisava deixar dinheiro
ao longo do dia: ele podia fazer aplicações nos mercados financeiros asiáticos, por exem-
plo, e depois traziam essas aplicações, aproveitando-se do fuso horário diferente, eram as
chamadas Operações Overnight, operações de apenas um dia útil que eram muito comuns.
Exemplo:
1ª pessoa: Um cliente do Bradesco fez um pagamento para uma cliente do Itaú mediante
cheque no valor de R$ 500,00 e esse pagamento era via sistema de pagamentos, transações
SEMPRE efetuadas à noite. Ao fazer isso durante a noite, havia o impedimento de realizar
operações em tempo real.
2ª pessoa. Um cliente do Itaú transfere R$ 200,00 para o Bradesco.
3ª pessoa. Um cliente do Itaú paga um boleto bancário na Caixa Econômica no valor de
R$ 300,00.
O Bradesco teria de passar R$ 500,00 para o Itaú, o Itaú, R$ 200,00 para o Bradesco: o
Itaú ficaria com R$ 300,00, mas como há um cliente que pagou um boleto bancária na Caixa
no valor de R$ 300,00, o Itaú sugere ao Bradesco que passe os R$ 300,00 remanescentes
diretamente para a Caixa Econômica.
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4ª pessoa. Um cliente da Caixa fez um token de R$ 300,00 transferindo essa quantia para
o Bradesco, uma pensão alimentícia.
O Bradesco não passa nada para o Itaú. O Itaú não passa nada para a Caixa Econômica,
que não passa nada para o Bradesco e está tudo liquidado, ou seja, os R$ 300,00 que seriam
passados para o Itaú até poderiam ser passados, mas o Itaú passaria para a Caixa Econô-
mica que devolveria para o Bradesco.
Os bancos entenderam que ao final dos expedientes bancários a média das transa-
ções entre os bancos tende a resultar em ZERO. Ninguém precisava transferir dinheiro de
banco para banco. Os bancos deixavam as CONTAS RESERVA BANCÁRIAS VAZIAS: todo
o dinheiro que era para garantir as transferências era utilizado para aplicações de OVERNI-
GHT, ganhando, assim, juros de um dia, já que, na média, essas operações zeravam.
O problema é que, às vezes, alguns bancos terminavam o dia com prejuízo nas opera-
ções de OVERNIGHT e eventualmente não resultava em ZERO a liquidação do sistema e
esses bancos tinham que transferir dinheiro para as pessoas.
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E se, porventura, o Banco Econômico tivesse que transferir um valor para outro banco,
para o Banco do Brasil e estivesse sem dinheiro porque tinha colocado tudo na operação
OVERNIGHT? O banco falia e o prejuízo era do Banco Central, que pegava dinheiro público
para resolver a situação.
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Quem se aproveitou muito disso foram o BTG Pactual, Banco Econômico, Bamerin-
dus, Nacional, Nossa Caixa, Banestado, que quebraram e geraram um prejuízo para o
estado brasileiro porque ficaram sem dinheiro.
O Banco Central chegou à conclusão de que era necessário criar um outro sistema de
pagamento que não o colocasse em risco.
Criou um sistema cuja base era a liquidação em TEMPO REAL e não mais a liquida-
ção de só transferir a DIFERENÇA, só o valor líquido e sim a LIQUIDAÇÃO BRUTA EM
TEMPO REAL.
Para isso foi criada uma nova estrutura de rede, uma rede robusta, com centros de con-
tingência em locais diferentes, um localizado no Rio de Janeiro, outro localizado no Estado
de São Paulo, sistema com redundância, com várias formas de se acessar para impedir pro-
blemas no sistema porque tudo passou a ser online.
Antes disso, as redes eram muito simples, já que as transações somente eram feitas
durante a noite, LIQUIDAÇÃO DIFERIDA LÍQUIDA, uma liquidação com atraso. Agora o sis-
tema é de LIQUIDAÇÃO BRUTA EM TEMPO REAL.
O sistema foi gradativamente evoluindo, progredindo com o tempo.
Em 2002, para fazer essas transações em tempo real teriam de ser operações acima de
R$ 1 milhão de reais – baixou para R$ 700 mil, R$ 500 mil, R$ 200 mil, para R$ 100 mil, R$
70 mil, R$ 20 mil, R$ 10 mil, R$ 5 mil, R$ 1 mil e, hoje, é de QUALQUER VALOR.
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Os bancos foram obrigados a deixar essa CONTA DE RESERVA BANCÁRIA sempre com
dinheiro, ela não pode mais estar zerada. Se, eventualmente, ela zerar, esse banco já tem
uma linha de crédito pré-aprovada com o Banco Central em que ele deixa Títulos Públicos,
de propriedade desse banco, em garantia, para pegar empréstimo INTRADAY, redesconto
com o Banco Central.
O Banco Central completa a operação, utilizando até dinheiro público, mas com a garan-
tia desses Títulos Públicos dados a ele para assegurar no caso de eventual quebra do banco.
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Objetivos:
O SPB foi implantado em 2002 com o objetivo de dar mais agilidade e segurança às
transações bancárias, por meio da transferência imediata de dinheiro de forma irreversível,
monitorando em tempo real as reservas bancárias no Banco Central.
Benefícios:
Tipos de Riscos:
• Risco de Crédito: Ocorre quando uma das partes responsável pela transferência dos
fundos não cumpre sua obrigação de transferência para liquidação do pagamento;
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• Risco de Liquidez: Atraso no recebimento de fundos para a liquidação de um paga-
mento gerando incerteza em relação ao fluxo de caixa, enquanto o pagamento não
é efetuado;
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• Risco Sistêmico: É o risco de que a inadimplência de uma parte possa gerar proble-
mas de fluxo de caixa nas outras, configurando um efeito em cadeia (efeito dominó).
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Beto Fernandes.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conte-
údo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura
exclusiva deste material.
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