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CAPÍTULO 8
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO
2- Limitação máxima de R$ 4.999,99 para envio de DOC (Documento de Ordem de Crédito). Esta
forma de transferência ERA aquela em que o cliente enviava o recursos para o destinatário, mas
este só perceberia o dinheiro em sua conta após um prazo de 24h, pois esta operação iria para a
compensação no fim do dia e ficaria condicionada a existência de saldo na conta do banco para
ser efetivada. Esta modalidade está extinta desde janeiro de 2024.
3- Cobrança de taxa de 0,11% sobre cheques emitidos que sejam iguais ou superiores a
R$ 5.000,00, para Pessoas Jurídicas.
Então resumindo, o NOVO SPB veio para dar mais segurança para o sistema financeiro do País,
uma vez que seu gestor, o BACEN, tem a competência de fiscalizar e determinar quais são os
Sistemas sistemicamente importantes, que merecerão maior atenção quanto a seus procedimentos.
O BACEN exige que as instituições financeiras tenham contas de reservas bancárias para
poder operar no SPB, pois é destas contas que sai o dinheiro para pagar as operações do dia-a-dia.
Lembrando que estas contas nunca podem estar negativas, pois suas transações só
acontecem se existir saldo.
Caso não haja saldo no momento da transação, a operação ficará aguardando, em uma fila de
espera, fundos para poder ser executada. O BACEN também pode exigir garantias das Instituições
Financeiras para que operem no SPB, e caso não tenham saldo nas contas, o BACEN pode executar
essas garantias para pagar os compromissos assumidos.
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Mas, cuidado!
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Para esses, caso não queiram ter essas contas de reservas bancárias, posto que seja caro
mantê-las, podem abrir contas de Liquidação, que tem por objetivo a simples liquidação de suas
operações durante o dia. Essas contas, assim como as de reserva bancária não podem ter seu saldo
negativo, inclusive devem fechar o dia com saldo ZERO, ou ligeiramente positivo, e essa sobra deve
ser transferida para uma conta corrente de titularidade da instituição.
Para os demais será facultativo, e nesses casos, esses podem firmar parcerias com instituições
titulares de contas de reservas bancárias para operar por intermédio delas, mas sobre limites e
condições preestabelecidas pelas titulares.
Resumindo:
Banco de desenvolvimento.
Banco de investimento. Demais instituições
Facultativa Banco de Câmbio. autorizadas a
Banco Múltiplo SEM carteira funcionar pelo BACEN.
comercial.
O SPB é um sistema macro, ou seja, é algo global, entretanto, dentro dele, existem subsistemas que
operam e “fazem a coisa acontecer”.
Antes disso lembre-se das 2 formas de liquidação, ou seja, as formas como os pagamentos entre os
bancos, e entre estes e o Banco Central ocorrem:
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1) LBTR- Liquidação Bruta em Tempo Real é a mais segura e rápida forma de liquidar, pois como o
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nome já diz, é “na hora”. É a forma pela qual o BACEN exige que as instituições financeiras operem
com saldo na hora da operação.
O BACEN opera exclusivamente pelo LTBR, pois como gestor dá o exemplo, e este sistema previne
possíveis “calotes” das instituições financeiras, pois aos realizar uma operação o dinheiro sai
imediatamente da conta do devedor e vai para a conta do credor. Caso não haja saldo no momento
da operação, esta entra em uma fila de espera, aguardando possuir saldo suficiente para realizar a
transação.
Lembre-se!
Operações com LBTR são IRREVOGAVEIS e INCONDICIONAIS, ou seja, não podem ser estornadas
ou exigirem qualquer condição para serem efetivadas, bastando a identificação do destinatário e a
existência de saldo na conta do emitente.
2) LDL – Liquidação Defasada pelo valor Líquido que é uma forma não muito segura de
operacionalizar os pagamentos, mas que o BACEN ainda autoriza sua utilização para não ocasionar
quebra no sistema financeiro, pois nem sempre as instituições tem grana para pagar tudo na hora.
Esta forma de pagamento, ou liquidação, permite instituir transferências de fundos sem que haja
efetivamente saldo na conta do devedor, ou seja, é uma transferência a descoberto. Mas o mesmo
se compromete ao final do dia cobrir a transação.
Esta forma de liquidação ocorre para ajudar às instituições financeiras quanto ao seu encaixe
financeiro, pois neste caso elas não precisam desembolsar a grana toda na hora, elas têm até o final
do dia para poder captar esse dinheiro.
Para associar melhor, lembre-se que LDL parece aquele famoso mau colesterol, e mau colesterol
não é bom, então o BACEN não gosta, ou seja, não opera via este instrumento, embora autorize as
instituições financeiras a o fazerem.
De posse deste conhecimento vamos conhecer os principais sistemas e câmaras de compensação e
liquidação, ou sistemas sistemicamente importantes, que operam no SPB.
Primeiro vamos dar uma olhada na Resolução 2882/2001 que fala sobre o sistema de pagamentos e
as câmaras e os prestadores de serviços de compensação e de liquidação que o integram.
Art. 2º Sujeitam-se ao disposto nesta Resolução as câmaras e os prestadores de serviços de
compensação e de liquidação que operam qualquer um dos sistemas integrantes do sistema de
pagamentos, cujo funcionamento:
I - resulte em movimentações interbancárias
II - envolva pelo menos três participantes diretos para fins de liquidação, dentre instituições
financeiras ou demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Resolução, considera-se:
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III - participante direto para fins de liquidação: pessoa jurídica que assume a posição de parte
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Pronto! Agora você já sabe, pela resolução o que são as câmaras e quem são os caras que
participam dela, agora vamos ver detalhadamente...
Este sistema é a essência do novo SPB. É um software, ou seja, é uma ferramenta tecnológica para
liquidar as operações via LBTR, operado pelo BACEN.
Este sistema líquida as TEDs, os CHEQUES a partir do VLB 250 mil ou a partir de R$ 250.000,00; e
BLOQUETOS a partir do VLB 250 mil ou a partir de R$ 250.000,00.
Criada pelos bancos em 2001, a CIP - Câmara Interbancária de Pagamentos é uma associação
civil sem fins lucrativos que participa do Sistema de Pagamentos Brasileiro.
A CIP é responsável pela compensação e liquidação de instrumentos de pagamentos e
operacionalização da C3 (Câmara de Cessões de Crédito) que controla cessões de crédito e bloqueio
de contratos relacionados a financiamentos de veículos e créditos consignados.
Através de alguns sistemas regulados pelo Banco Central do Brasil e de reconhecida
governança corporativa, a CIP proporciona padronização aos Participantes de seus sistemas,
minimiza os riscos operacionais e contribui para o desenvolvimento de um mercado financeiro sólido
e robusto, em benefício de toda a sociedade brasileira.
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Liquida a TECBAN, REDECARD, CIELO e MASTERCARD.
Os DDAs – Débitos Diretos Autorizados (convênios, ex: SKY, GVT, telefone, água, luz, etc.).
Dentro da CIP temos algumas câmaras que fazem as liquidações citadas anteriormente. São elas:
Esse sistema utiliza dois mecanismos de liquidação: liquidação bruta em tempo real, que é a
forma mais utilizada, e compensação contínua de obrigações, realizada a cada cinco minutos. Por
utilizar esses dois mecanismos, o Sitraf é considerado um sistema híbrido de liquidação, pois em
linhas gerais opera LBTR e LDL.
Os participantes enviam as ordens de pagamento (TED), que são liquidadas nas contas
mantidas no próprio Sitraf, debitando-se as contas dos participantes emitentes e creditando-se as
contas dos participantes beneficiários.
Os saldos dos participantes no Sitraf são provenientes dos depósitos feitos pelo próprio
participante e dos recebimentos de ordens de transferências de fundos provenientes dos demais
participantes, sendo que esses saldos nunca podem ficar negativos. (Aqui é LBTR puro!)
O ciclo completo de liquidação do Sitraf é constituído pelo ciclo principal e pelo ciclo
complementar:
Durante ciclo principal, os participantes podem transitar recursos entre suas contas mantidas no
Banco Central e no Sitraf; e
No ciclo complementar, os participantes podem cancelar ordens de transferência de fundos
remanescentes ou depositar recursos para liquidação de mensagens de pagamento pendentes.
Ao final do dia, as contas mantidas no Sitraf são zeradas, passando-se os valores para as contas
dos participantes no Banco Central. (Aqui vem o LDL)
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Assim como a Compe, o Siloc utiliza mecanismo de liquidação diferida líquida - LDL, isto é, as
obrigações são acumuladas por um período e, posteriormente, liquidadas em bloco pelo valor
multilateral líquido, em sessões de liquidação específicas.
A cada dia útil (D), são realizadas duas sessões de liquidação, uma pela manhã e outra à tarde.
Na primeira sessão, fora a liquidação de cartões de pagamento, cujo prazo de liquidação varia em
função do produto, são liquidadas as obrigações interbancárias relacionadas com os documentos
tratados na rede bancária no dia útil anterior (D-1). Na segunda, são liquidadas principalmente
obrigações relacionadas a documentos liquidados na sessão da manhã que, por qualquer razão,
foram devolvidos pelos participantes devido à inconsistência nos dados informados.
A cada sessão, o resultado multilateral é informado aos participantes. De posse dessa
informação, os participantes devedores transferem para a Câmara o valor devido; em seguida, a
Câmara transfere os valores recebidos aos participantes credores, encerrando o processo de
liquidação. Todas essas movimentações ocorrem nas contas mantidas pelos participantes e pelo
próprio Siloc no Banco Central.
A C3 (Câmara de Cessões de Crédito) operacionalizada pela CIP permite às Instituições
Financeiras e aos Fundos de Investimento registrar suas operações de cessão e bloqueio de
contratos de crédito, de tal forma que um mesmo contrato não seja cedido mais de uma vez pela
mesma IF ou oferecido como lastro em mais de uma operação.
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Compensação bilateral é utilizada na liquidação das operações com derivativos e liquidação bruta
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em tempo real, nas operações com títulos negociados no mercado secundário.
A liquidação financeira final é realizada via STR em contas de liquidação mantidas no Banco
Central do Brasil (excluem-se da liquidação via STR, as posições bilaterais de participantes que têm
conta no mesmo banco liquidante).
O SELIC
(Sistema Especial de Liquidação e Custódia)
O Selic é o depositário central dos títulos que compõem a dívida pública federal interna
(DPMFi) de emissão do Tesouro Nacional e, nessa condição, processa a emissão, o resgate, o
pagamento dos juros e a custódia desses títulos. É também um sistema eletrônico que processa o
registro e a liquidação financeira das operações realizadas com esses títulos pelo seu valor bruto e
em tempo real, garantindo segurança, agilidade e transparência aos negócios.
Por seu intermédio, é efetuada a liquidação das operações de mercado aberto e de
redesconto com títulos públicos, decorrentes da condução da política monetária. O sistema conta
ainda com módulos complementares, como o Ofpub e o Ofdealer, por meio dos quais são efetuados
os leilões, e o Lastro, para especificação dos títulos objeto das operações compromissadas
contratadas entre o Banco Central e o mercado.
Todos os títulos são escriturais, isto é, emitidos exclusivamente na forma eletrônica. A
liquidação da ponta financeira de cada operação é realizada por intermédio do STR, ao qual o Selic é
interligado.
O sistema, que é gerido pelo Banco Central do Brasil e por ele operado em parceria com a
Anbima, tem seus centros operacionais (centro principal e centro de contingência) localizados na
cidade do Rio de Janeiro. O horário normal de funcionamento segue o do STR, das 6h30 às 18h30,
em todos os dias considerados úteis para o sistema financeiro. Para comandar operações, os
participantes liquidantes encaminham mensagens por meio da RSFN, observando padrões e
procedimentos previstos em manuais específicos da rede. Os demais participantes utilizam outras
redes, conforme procedimentos previstos no Regulamento do Selic.
Além do Banco Central do Brasil e do Tesouro Nacional, podem ser participantes do Selic
bancos, caixas econômicas, distribuidoras e corretoras de títulos e valores mobiliários e demais
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Lembretes importantes!
A Lei 10.214/01 instituiu algumas regrinhas para o SPB:
Permite-se a compensação Multilateral e Bilateral.
Os bens dados em garantia no SPB são IMPENHORÁVEIS.
Permitiu a utilização de mais de um tipo de sistema de liquidação.
Permitiu o compartilhamento de perdas ou prejuízos causados por falhas nas operações entre as
instituições financeiras.
Resumindo...
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VAMOS TESTAR?
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01. (CESPE – CAIXA 2014) Acerca das funções e das características da CETIP e do SELIC, julgue o
item subsecutivo.
A liquidação das operações na CETIP restringe-se à compensação bilateral.
( ) Certo ( ) Errado
02. (CESPE – CAIXA 2014) Acerca das funções e das características da CETIP e do SELIC, julgue o
item subsecutivo.
O SELIC funciona em tempo real, com liquidação da operação mediante a transferência dos
recursos para a instituição financeira vendedora e a transferência dos títulos para a instituição
financeira compradora
( ) Certo ( ) Errado
03. (IDECAN – BANESTES 2012) Sobre o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), analise.
I. Apresenta alto grau de automação, com crescente utilização de meios eletrônicos para
transferência de fundos e liquidação de obrigações, em substituição aos instrumentos
baseados em papel.
II. Com a implantação e evolução do Sistema de Pagamentos Brasileiro, atualmente, todas as
transferências de fundos entre contas de reservas bancárias têm de ser feitas por intermédio
do STR – Sistema de Transferência de Reservas.
III. Em 1988, entrou em operação um sistema de liquidação bruta em tempo real, o Sistema de
Transferência de Reservas – STR, operado pelo Banco do Brasil, o qual somente foi
transferido para o Banco Central do Brasil, em 2002.
a) I
b) II
c) I, III
d) I, II
e) I, II, III
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06. (CESGRANRIO – CAIXA 2012) Atualmente, o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) apresenta
alto grau de automação.
Na reforma conduzida pelo Banco Central do Brasil, em 2001 e 2002, o foco foi redirecionado
para o gerenciamento de riscos relativos aos:
a) transferir recursos, processar e liquidar pagamentos para pessoas, empresas, governo, Banco
Central e instituições financeiras.
b) transferir bens e direitos para pessoas físicas, jurídicas, entidades filantrópicas e organizações não
governamentais.
c) liquidar e processar todas as operações realizadas na Bolsa de Valores, em dois dias úteis a contar
da data da operação.
d) liquidar e compensar as operações de financiamento a longo prazo realizadas pelo BNDES.
e) regular e fiscalizar as operações realizadas pelas instituições financeiras e pelas empresas
atuantes no mercado.
a) assegurar que as operações somente sejam finalizadas caso os títulos estejam efetivamente
disponíveis na posição do vendedor e os recursos relativos a seu pagamento disponibilizados
integralmente pelo comprador.
b) dispensar a supervisão e normatização da Comissão de Valores Mobiliários para os casos de
administração de carteiras e custódia de valores mobiliários.
c) garantir a liquidação financeira de transações de títulos privados entre instituições bancárias no
Mercado de Balcão.
d) operar como substituta no caso de interrupção das operações diárias do Sistema de Pagamentos
Brasileiro - SPB.
e) atuar internacionalmente, em tempo real, tendo como participantes bancos, corretoras,
distribuidoras, fundos de investimento, seguradoras e fundos de pensão.
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09. (CESPE – BASA 2010) Em uma transação de compra e venda de determinado título realizada
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pela CETIP, o preço do título é definido por ela, sendo as partes obrigadas a aceitar as condições
estipuladas por essa empresa.
( ) Certo ( ) Errado
10. (BACEN – CESPE 2009) Segundo estatísticas do BACEN, entre 2003 e 2007, o número de
cartões com função de crédito passou de 44 milhões para 117,7 milhões. No mesmo período, o
número de transações com cheques processados em sistema de liquidação interbancária caiu de
2,13 bilhões para 1,99 bilhões. Quanto ao SPB, assinale a opção incorreta.
a) Além da compensação de cheques e outros papéis, o SPB admite sistema próprio para
compensação e liquidação de operações realizadas em bolsas de mercadorias.
b) Não se admite o compartilhamento de perdas entre os participantes dos sistemas de
compensação e liquidação, razão pela qual tais sistemas devem adotar mecanismos de controle
de riscos.
c) Advertência e cassação da autorização de funcionamento das instituições financeiras privadas ou
públicas, exceto as federais, são penas aplicáveis pelo BACEN nos casos de infração à lei que rege
o SPB.
d) A liquidação extrajudicial de instituição participante do SPB não afeta o adimplemento de suas
obrigações, assumidas no âmbito das câmaras ou dos prestadores de serviços de compensação e
de liquidação.
e) Operações com derivativos estão submetidas ao sistema de compensação e liquidação.
GABARITO
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E C D C B A A A E B
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