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Copyright © Autor, 2019

Capa: Gabriel Hejazi Murillo (@PublicidadePopular)

Projeto gráfico e editoração: Luiz Henrique R. Medina

Revisão: Maria do Carmo M. M. Campos

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Bibliotecária Responsável:

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Outubro/2019
Leandro Paz
Opere Futuros

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Sempre é bom agradecermos não somente
aqueles que contribuíram com a concretização deste
trabalho, mas também aqueles que participaram de
nossa história desde o início neste mercado.

A gratidão é dos quesitos essenciais para se ter


uma vida feliz e desenvolvida.
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Maria do Carmo Martini Mendes – Mãe e principal apoiadora.
Maria da Graça Martini – Tia e grande apoiadora nos projetos
profissionais.
Bruna Carolina Araújo – Noiva, melhor amiga e quem motivou e
viabilizou este livro.
Lucas Biffi – Melhor amigo e que me indicou para entrar no Mercado
Financeiro.
Maurício Cardoso – Meu oráculo sobre Mercado Futuro.

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Tito Gusmão – Ensinou os primeiros passos e ex-colega de trabalho.
Henrique Bispo – O melhor trader que conheço.
Marcos Bastos – Amigo e meu melhor professor de Mercado e Vida.
Gabriel Hejazi Murillo – Amigo e designer do site e capa dos livros.
Paulo Eduardo Chiarelli – Amigo e passou os primeiros ensinamentos
sobre Mercado Futuro.
Sabrina Ferraz – Amiga com participação no livro.
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Quando lancei meu primeiro livro, cada capítulo que escrevia
mostrava ao meu padrasto, que era casado com minha mãe há 24
anos, praticamente meu segundo pai. Ele foi minha referência de
profissional, pois graças a ele aprendi que o trabalho enobrece o
homem e ajuda a se formar uma família estruturada. Ele faleceu
do coração durante o processo de construção do primeiro livro e a
editora esqueceu de colocar a dedicatória a ele, por isto aproveitei
este para dedicar e agradecê-lo por seus ensinamentos e tudo que
proporcionou a nossa família.

Nos últimos anos foquei muito em meu operacional e isto con-


some minha preparação física, pois me preparo como um atleta,
além de tempo e dedicação em frente à minha tela e mercado. Ope-
rar para mim é uma das coisas que mais gosto de fazer, os desafios

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diários me fascinam. Minha noiva Bruna Carolina e minha mãe são as
pessoas que mais me cobram em eu compartilhar meus ensinamen-
tos técnicos e de rotina de vida, pois acompanham meu dia a dia e
testes que faço para buscar a alta performance em meus resulta-
dos. Esta cobrança foi o que viabilizou a construção desde segundo
livro, pois elas me cobraram diariamente, revisaram e organizaram
toda construção e publicação do mesmo.

Este Livro é dedicado a estas três pessoas especiais e funda-


mentais em minha vida:

Antônio José de Oliveira Mendes

Maria do Carmo Martini Mendes

Bruna Carolina Araújo


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Sumário
PREFÁCIO...................................................................................................1

CAPÍTULO 1 – O que são Commodities?..................................... 5

CAPÍTULO 2 – Conceitos do Mercado Futuro............................ 24

CAPÍTULO 3 – Conceitos das Operações.................................... 78

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CAPÍTULO 4 – O que são Opções?............................................... 100

CAPÍTULO 5 – Análise Gráfica..................................................... 120

CAPÍTULO 6 – Análise Fundamentalista.................................... 173

CAPÍTULO 7 – Tape Reading........................................................ 210

CAPÍTULO 8 – Dia-a-dia no mercado / Guerra de trincheira.... 227

CAPÍTULO 9 – Psicologia de um investidor................................ 262

CAPÍTULO 10 – Operações Ilegais.............................................. 269

CAPÍTULO 11 – Um pouco de minha história


de vida e no mercado................................................................... 279

APÊNDICE - Perfil, comportamento e sucesso do investidor..........288

REFERÊNCIA...............................................................................................300

GLOSSÁRIO................................................................................................304
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Opere futuros | Leandro Paz

Prefácio

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Meu início no Mercado Futuro foi interessante, pois em 2006,
época que comecei meus primeiros estudos não havia literatura na-
cional falando sobre o assunto, as literaturas existentes eram sobre
mercados futuros internacionais. Aprender os conceitos sobre mer-
ca- dos futuros internacionais ajuda muito, porém nosso mercado
local possui particularidades e infelizmente nem tudo pode ser usa-
do aqui. A prática do dia a dia, a experiência e o aprendizado com
os colegas foram os fatores que me fizeram evoluir e desenvolver,
assim como meus próprios estudos, dedicação e ajuste na rotina,
passando a me ver como um atleta no quesito “preparação física e
mental”.

Desenvolvi trabalhos em corretoras e sempre busquei passar


ensinamentos, trocar experiências e fomentar este mercado, por
isso me dediquei neste livro, pois passei por algumas dificuldades
causadas por erros que espero que os leitores possam evitar. A ideia
deste segundo livro surgiu de cobranças de minha noiva e minha
mãe para que eu compartilhasse os aprendizados e experiências de
meu dia a dia. Sou um estudioso sobre mercado financeiro e de alta
performance, leio e aprendo muito sobre diversas áreas. Acredito
que possa compartilhar um pouco de meus erros, acertos e conhe-

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Opere futuros | Leandro Paz

cimentos técnicos e práticos sobre o mercado que atuo e de minha


profissão (trader).

O Brasil é carente de bons conteúdos sobre mercado futuro e


busco ajudar a suprir um pouco esta lacuna e motivar mais pessoas
a aprenderem e seguirem o mesmo caminho. O conhecimento deve
ser compartilhado e quebrar a máxima do mercado, onde, quem dá
resultados se isola e fica em silêncio obtendo seus ganhos.

Cada um tem suas estratégias, mas é preciso ajudar àqueles que


querem aprender, pois um mercado crescente é bom para todos.

Acredito que nos próximos anos o Brasil irá crescer e passar por
mudanças estruturais importantes como nunca antes em sua histó-
ria e isto irá atrair muitos investimentos e dinheiro para o mercado

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financeiro, dando boas e belas oportunidades de ganhos financei-
ros. Você que está investindo em si mesmo e buscando conheci-
mento já está à frente de muita gente, desejo que esta leitura possa
auxiliá-lo a esclarecer muito sobre o tema. Lembre-se sempre, não é
apenas conhecimento técnico, mas um mindset vencedor e postura
de vida que irão fazer você ter resultados no longo prazo. Quantos
atletas talentosos ficam pobres? Não é somente talento, conheci-
mento técnico e habilidade, mas um conjunto de fatores que faz
você ter resultados positivos em qualquer atividade que venha a
exercer, busque competir consigo mesmo e dar o melhor de si.

Esta leitura também visa auxiliar àqueles que não querem inves-
tir, mas aprender a se proteger das oscilações de preços das com-
modities e do dólar, como por exemplo, os produtores, indústrias,
exportadores, importadores e etc. Compartilho um bom conteúdo
sobre as operações de hedge (proteção de preço) e acredito que
seja de grande valia para os interessados.

Quero poder ajudar a desenvolver cada dia mais este mercado,


que ainda não atingiu seu potencial, tendo em vista que o Brasil é um

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dos maiores produtores de commodities do mundo. Já realizei traba-


lhos de formação de operadores e de clientes, mas através deste livro
busco atingir uma gama maior de pessoas, onde, além de qualificá-las
poderei mantê-las atualizadas através de conteúdos e dos principais
fatos deste mercado por meio de nosso site: www.operefuturos.
com.br

Esperamos que seja uma leitura agradável, que agregue muito


conhecimento, disciplina e confiança para iniciar as operações, e as-
sim sendo, auxiliá-lo em seus resultados.

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CAPÍTULO 1

O QUE SÃO
COMMODITIES?

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Se você deseja conhecer sobre o mercado futuro e operá-lo
com sucesso, deve primeiramente compreender o que são com-
modities. A palavra origina-se do termo em inglês commodity, que
significa basicamente mercadoria. Commodities são denominados
produtos básicos, bens comerciáveis, homogêneos e de grande
consumo. Existem categorias diferentes de commodities, como por
exemplo os agropecuários: milho, boi, café, soja, trigo, algodão; os
minerais: petróleo, prata, ouro, platina; os financeiros, tais como as
moedas mais utilizadas mundialmente: o dólar, o euro, o iene e tam-
bém as commodities industriais, como ferro gusa, poliéster entre
outras. Elas são importantíssimas para economia global, pois os paí-
ses têm grande necessidade das mesmas, fazendo com que, apesar
de serem produtos primários, possuam negociabilidade global. As
principais são negociadas em bolsas pelo mundo, tendo seus pre-
ços influenciados e em muitos casos balizados pelo mercado futuro,
são produzidas em larga escala e tem um baixo valor agregado, em-
bora já existam produtos diferenciados que contam com um maior
valor agregado. Suas negociações passaram por diferentes etapas

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no decorrer da história e continuam sofrendo processos evolutivos


buscando cada vez mais melhorar e proteger os envolvidos na ca-
deia produtiva, tendo em vista que se tratam de produtos de suma
importância para a economia de muitos países.

Neste universo existem três formas essenciais de negociação,


que são: o mercado à vista, onde o comprador paga e recebe o pro-
duto; o mercado a termo onde comprador e vendedor realizam um
“acordo” com preço e quantidade definidas para uma data futura,
sendo assim uma modalidade que é bastante utilizada por quem
vende sua safra antecipadamente; e a que iremos estudar mais a
fundo, o mercado fu- turo, onde as commodities são negociadas
com padrões definidos de qualidade, quantidade e vencimento.

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Agora, quem diria que você investidor ou trader poderia ganhar
dinheiro com a negociação de commodities, sem ao menos ter um
dia encostado nela ou ter pisado em alguma fazenda, apenas apro-
veitando as suas oscilações? O que fascina neste segmento de mer-
cado futuro é que se trata de um caminho sem volta, porque quan-
do se aprende a operá-lo com disciplina e objetividade não há como
deixar de fazê-lo, o mesmo é apaixonante e suas particularidades
facilitam muito para quem deseja especular ou se proteger das suas
oscilações de preços.

Quem nunca teve contato com este mercado deve ter muitas
dúvidas sobre seu funcionamento. Posso garantir que você deu o
passo certo iniciando esta leitura, pois o mercado futuro não perdoa
os desinformados e exige disciplina e dedicação para o domínio de
seu funcionamento. A busca pelo conhecimento é constante, todos
os dias tiramos lições e aprendemos com nossos erros, assim como
passamos a aprender também com o erro dos outros.

O conhecimento que busco lhe transmitir através deste livro


pode ter custado alguns milhões de dólares, tendo em vista que
erros neste mercado são de alto custo e sua literatura escassa no

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Brasil faz com que muito do aprendizado se dê nas vivências do dia a


dia (prática). A dificuldade em encontrar conteúdo e aprender sobre
o tema foi o que me motivou a escrever este livro compartilhando
meu conhecimento de leituras e principalmente experiências pas-
sadas por mim e por personagens que se destacam nos mercados
futuros.

Para entender bem o funcionamento deste mercado é impor-


tante conhecer sua história, saber os motivos e como tudo come-
çou no mundo e no Brasil, entender suas principais funcionalidades
e produtos.

1.1 História Mercado Futuro

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O mercado futuro é uma ferramenta essencial para a econo-
mia de um país, porque possui como sua principal função auxiliar
produtores, cooperativas, torrefadoras, agropecuárias, indústrias,
exportadores, importadores e demais envolvidos do setor a conse-
guirem se proteger das oscilações dos preços das commodities. O
mercado futuro atrai os mais variados participantes e a bolsa tem
como objetivo criar mecanismos que o tornem atraente, pois se faz
necessário manter uma liquidez saudável, para sempre que alguém
quiser comprar ou vender, consiga contraparte a preços justos para
o momento.

O mercado brasileiro ainda está em desenvolvimento e seu volu-


me ainda é pequeno se comparado com a principal bolsa do mundo
CBOT (Chicago Board of Trade). Apesar disto, existem commodities
no Brasil que oferecem grandes oportunidades e possuem liquidez
para operações tanto de curto prazo quanto de prazo maior.

Ao longo dos anos surgiram vários planos de proteção ao setor


agropecuário, à medida que esses instrumentos de sustentação de
preços foram ficando insustentáveis, novos instrumentos baseados

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no conceito de mercado futuro começaram a progredir. Uma das


principais estratégias para reduzir a volatilidade de preços comu-
mente usada nos EUA por produtores, cooperativas, processadores
e traders, é o hedge (proteção de preço) com contratos futuros. Por
meio dessa estratégia, os produtores e cooperativas vendem con-
tratos futuros para se defenderem de eventuais quedas de preços,
ao passo que os agentes que buscam proteção contra aumento de
preços compram contratos futuros, operação inversa ao produtor.

1.2 Tales de Mileto – O primeiro Trader Futuro

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Fonte: Site portalsaofrancisco.com.br

Por incrível que pareça, as primeiras negociações futuras inicia-


ram com um grande filósofo, Tales de Mileto, ele foi o primeiro fi-
lósofo ocidental de que se tem notícia, é o marco inicial da filosofia
ocidental. De ascendência fenícia, nasceu em Mileto, antiga colônia
grega na Ásia Menor, atual Turquia por volta de 624 ou 625 a.C. e
faleceu aproximadamente em 556 ou 558 a.C..

Além de filósofo era matemático e astrônomo, certa vez foi


questionado sobre a utilidade de sua profissão, já que esta não vinha

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a gerar renda alguma para o mesmo, porém sempre defendeu que,


ainda que seu objetivo de vida não fosse ganhar dinheiro, caso qui-
sesse poderia ganhar tranquilamente, sendo assim decidiu provar
para seus conterrâneos. Como excelente astrônomo que era, previu
uma ótima safra de azeitonas e com a convicção de que a safra seria
boa, Tales alugou muito antes da safra todas as prensas da região a
um preço baixo, prevendo assim que os produtores precisariam das
mesmas para esmagar sua produção e fazer azeite. Conforme ele
havia previsto, a colheita foi farta e ele aproveitou-se alugando as
prensas a preços altíssimos, comprovando que, com suas previsões
futuras poderia ganhar dinheiro, obtendo assim um grande lucro
com o aluguel das prensas.

A partir do século XII surgiram os primeiros relatos de negocia-

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ções de preços futuros, pois já existia a preocupação com a osci-
lação da cotação das commodities. Nesta época, durante as feiras
já haviam pessoas interessadas em arbitrar negociações para uma
data futura, surgindo assim os primeiros passos dos mercados futu-
ros que conhecemos hoje.

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1.3 Primeira Crise causada por especulação


Atualmente vivenciamos muitas crises nos mais variados seto-
res e seguidamente ouvimos o termo “bolha”, porém esse termo é
antigo, e quem assistiu ao filme Wall Street 2 passou a conhecer a
história da primeira “bolha” econômica que surgiu.

A famosa – “Bolhas das tulipas”

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Fonte: mundodeflores.com

Ela ocorreu por volta de 1634-1637 na Holanda e foi a primei-


ro relato de euforia causada por especulação em um mercado. A
flor Tulipa é originária da antiga Pérsia, uma região que atualmente
pertence a Turquia, e foi levada para a Holanda no século XVI, onde
iniciaram as pesquisas para obtenção de novas variedades. A flor
era item raro e de grande cobiça.

Logo foi tida como símbolo de poder e riqueza. Isso fez com
que no século XVII fossem comercializados bulbos de tulipa com
valor unitário entre 1 mil a 3 mil dólares a preços de hoje. Esta quan-
tia na época era suficiente para adquirir pelos menos duas casas
completas.

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Para gerir os fabulosos negócios envolvendo a tulipa, foi criada


na Holanda a primeira bolsa de que se tem notícia, sendo que em
uma determinada época a respectiva flor chegou a atingir preços
estratosféricos (foi o 1° boom de que se teve notícia). Muitos ho-
landeses chegavam a vender tudo que possuíam para comprar os
bulbos de tulipa importados da Turquia. Por um único bulbo de
tulipa eram capazes de dar bens valiosos como toneladas de trigo e
centeio, manadas de bois, ovelhas e pratarias. O caso mais absurdo
que se tem conhecimento foi de alguém que trocou quase 5 hecta-
res de terras por uma única flor.

Um certo dia, porém, assim reza a lenda, um marinheiro em-


briagado comeu a tulipa do tipo mais caro que havia, isso fez com
que, a princípio, todos ficassem estupefatos, para depois caírem

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em si e finalmente entenderem que o preço estava irracionalmente
alto e que de fato uma tulipa não poderia jamais ter um preço tão
absurdamente alto. Um dos negociantes da época resolveu então
vender tudo o que tinha, bulbos e raízes, no que foi seguido por
outro e outro, ocorrendo assim a primeira despencada da história
das bolsas. Os resultados foram cruéis e a tulipa acabou formando
uma torrente de desesperados e falidos pelo excesso de oferta.

O pânico se instalou, veio uma crise seguida de uma depressão


econômica. Era o estouro da bolha especulativa…

Recentemente tivemos um exemplo bem claro no mercado


de Ações da Bovespa, atual B3, onde a empresa Mundial, com o
código de negociação MNDL3/4 valorizou-se absurdamente e caiu

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repentinamente, observe o gráfico.

Gráfico MNDL 4 de Julho de 2010 a Julho de 2012 – Fonte: Broacast

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Observe a velocidade do movimento de alta, que chegou mais
adiante a R$ 956,00, porém, assim que a bolha estourou os preços
voltaram a ser negociados a menos de R$ 50,00, formando um mo-
vimento igual ao gráfico do quadro da bolha das tulipas. Estes va-
lores são atualizados devido a desdobramentos na ação. Na época
dos fatos a ação saiu de R$ 0,20 centavos para R$ 5,20 , retornando
após aos mesmos centavos. Quando este preço alcançou 3,10, en-
viei e-mails para alguns amigos alertando e comparando o gráfico
com o gráfico da bolha das tulipas. Por consequência de meu alerta,
ouvi muitas piadas, pois ela chegou a R$ 5,20 antes de cair. Hoje
vemos um movimento semelhante nas criptomoedas. Aos possíveis
futuros investidores há um recado que podemos deixar:

Quando você acreditar que o mercado está irracional simples-


mente o evite, pois movimentos bruscos podem surgir.

O mercado pode se manter mais tempo irracional do que você


solvente (com dinheiro em conta).

Observe o gráfico das tulipas na próxima página e seu movi-

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mento quase idêntico ao das ações da Mundial.

Fonte – Site amazon.com

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1.4 CBOT (Chicago Board of Trade) onde tudo
começou

Fonte: Site midnightstar.com e bullbear.blogg.se

A Chicago Board of Trade foi formada em 1848 por um grupo


de empresários que queriam trazer mecanismos de proteção para o
mercado de grãos do Centro-Oeste dos Estados Unidos. Os preços
agrícolas sofriam ciclos muito fortes de alta e de baixa. No inverno
quando o grão ficava escasso, o preço subia, e na época da colheita

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Chicago ficava inundada com grãos, o que fazia com que os agri-
cultores tivessem de aceitar preços extremamente baixos. Alguns
agricultores em protesto preferiam queimar a sua soja como com-
bustível ao invés de entregá-la a preços tão baixos.

Alguns produtores ao descobrirem que não poderiam obter


preços justos para o milho e para o trigo, acabavam por jogá-los
no lago Michigan ao invés de pagar para transportar e armazenar.

Tendo em vista todos estes protestos, a câmara de comércio


começou a oferecer aos agricultores uma forma de obter garantia
para seus produtos antes do tempo, surgindo assim os contratos
futuros. O produtor na época do plantio já poderia negociar o pre-
ço que receberia pela colheita, tendo como contraparte grandes

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compradores de grãos. Nascia por conseguinte a Chicago Board of
Trade, sendo constituída por 25 conselheiros que se reuniam à épo-
ca em uma loja de animais. Nem todos eram ligados ao mercado
de grãos, entre eles existiam: donos de mercearias, comerciantes
de hardware, banqueiros, livreiros, farmacêuticos entre outras ocu-
pações.

No início dos trabalhos as negociações não eram muito ativas,


sendo assim, o Conselho passou a oferecer almoços grátis para
atrair as empresas e seus representantes. Chicago estava se tornan-
do mercado de grãos predominante no Centro-Oeste dos Estados
Unidos e, neste período, a criação da primeira ferrovia possibilitou
as trocas entre as outras regiões do país, logo a cidade passou a
ser um centro ferroviário concentrando as dez maiores ferrovias e
por consequência uma centena de trens que entravam e saíam da
cidade todos os dias. Utilizava-se também um canal de tráfego flu-
vial que ligava Chicago ao Mississipi. Toda esta grande estrutura
logística contribuiu para que a bolsa de Chicago se tornasse uma
referência, atuando como um centro nacional e até internacional de
commodities agrícolas em 1850. Em 1855 o governo francês, que

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Opere futuros | Leandro Paz

era grande comprador de grãos, abandonou sua prática de com-


pra de grãos em Nova York e foi para Chicago, reforçando ainda
mais a CBOT. Em 1856, esta tinha cerca de 150 membros e precisou
mudar- se para um novo endereço. Em 1859 a legislatura de Illinois
concedeu à CBOT uma carta, que lhe permitiu a autoridade de se
governar autonomamente. A CBOT tornou-se então uma instituição
muito popular e no final da década de 50 ela tinha estabelecido um
novo sistema de classificação de grãos, que ajudara o mercado a
funcionar melhor. No sistema antigo diversos agricultores de grãos
tinham que ser inspecionados em muitos pontos durante o proces-
so de venda para que fosse possível se certificar de que os grãos
eram da qualidade e da limpeza que diziam ser. Se um agricultor
de grãos armazenava seus lotes com outros agricultores e fossem

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grãos de diferentes qualidades, estes acabavam por se misturar, o
que viria a afetar o preço mais tarde. A Câmara de Comércio en-
tão criou um sistema novo, onde os grãos eram classificados antes
do armazenamento e colocados todos em seus respectivos silos.
Observe que começava a surgir assim a padronização dos grãos,
origem do termo commodity. O agricultor recebia um recibo de X
quantidade de grãos de X qualidade. Assim, o mesmo ficava se-
guro da qualidade de grãos para revenda e também teria certeza
de que a qualidade do seu grão não seria afetada pelo armazena-
mento promíscuo. A padronização facilitou o comércio de grandes
volumes de grãos, a compra e venda de sacos físicos de trigo ou
milho, por sua vez, poderia agora ser negociada apenas com os re-
cibos. Logo eles iniciaram vigorosamente a negociação de futuros
de grãos. Para os agricultores seria um contrato futuro garantindo
um determinado preço para um vencimento futuro. Os especulado-
res também poderiam comprar um contrato futuro, apostando que
eles poderiam ganhar dinheiro com isso, vendendo mais tarde a um
preço mais elevado. Notem que o surgimento do Mercado Futuro
se deu a partir de uma necessidade que os produtores enfrentavam
com os preços, sendo que, atualmente, principalmente no Brasil,

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ele é visto por muitos como um mercado apenas de especulação,


sendo utilizado apenas por pessoas que queiram obter ganhos
financeiros. Os produtores no Brasil tendem a expandir muito sua
atuação no mercado futuro com o passar do tempo e disseminação
da cultura. Cada vez mais surgem novas gerações com uma postura
menos conservadora, o que tem trazido evolução aos processos de
produção, comercialização, distribuição e para alguns, garantias de
preços. Realmente a literatura sobre este assunto é muito escassa no
Brasil, até houve a tentativa dos bancos em difundir esta ferramenta,
mas a falta de aptidão de seus funcionários para atender esse públi-
co fez com que muitos produtores tivessem prejuízos que não espe-
ravam e criaram assim uma postura defensiva a tais práticas. Produto-
res geralmente vivem em cidades pequenas, onde a grande maioria

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das pessoas se conhece e possui bom entrosamento, o que faz com
que quando algo ruim aconteça seja comunicado a um bom número
de pessoas rapidamente, ainda mais hoje com grupos em aplicati-
vos de mensagem instantânea. A tentativa frustrada e o despreparo
de alguns bancos em inserir essa ferramenta nas atividades dos pro-
dutores acabou criando um mito que os impede de conhecê-lo e
compreender que desde sua origem, ele fora criado com o principal
intuito de auxiliá-los.

A Chicago Board of Trade (CBOT) é a mais antiga e mais impor-


tante bolsa de commodities agrícolas do mundo. O corpo social da
bolsa é composto por mais de 3.600 membros que negociam mais
de 50 diferentes contratos de futuros e de opções. Atualmente a
CME Group negocia mais de 1,1 milhão de contratos agrícolas dia-
riamente. Inicialmente a CBOT negociava apenas commodities agrí-
colas tradicionais como milho, soja e trigo, atualmente os contratos
de derivativos financeiros e índices vieram a superar o volume de ne-
gociação destas commodities. A bolsa atua como um ponto central
mundialmente reconhecido para formação de preços nas commodi-
ties do complexo soja e milho (e também para alguns tipos de trigo).

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Opere futuros | Leandro Paz

A gama de contratos que são negociados na bolsa de Chicago


impressiona, e as formas de negociação também. A grande maioria
de filmes que foram realizados falando deste mercado geralmente
citam e mostram imagens das negociações do mercado futuro, tan-
to no Brasil quanto fora dele.

Evolução CBOT hoje CME GROUP

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Fonte: Site CME GROUP

Como vimos, a CBOT hoje pertence ao CME GROUP, que abran-


ge outras bolsas americanas, ampliando assim a gama de contratos
negociados. Vejamos alguns tipos de contratos futuros:

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Opere futuros | Leandro Paz

Fonte: site www.cmegroup.com/pt/

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Commodities: disponibiliza uma ampla gama de contratos fu-
turos de grãos, gado, sementes oleaginosas, laticínios, madeiras e
outros produtos. Estes produtos estão sujeitos a grandes oscilações
de preços, que por sua vez são influenciados por variações climáti-
cas, pragas, decisões políticas, oferta e demanda mundial, ou seja,
fatores difíceis de serem controlados. Vejamos alguns tipos de com-
modities que são negociadas:

– Soja, Óleo de Soja, Soja América do Sul, Farelo de Soja, Milho,


Etanol, Aveia, Trigo, Manteiga, Bacon, Leite, Queijo, entre outros.

Energia: principal Bolsa do mundo nesta categoria, onde nego-


ciam-se mais de 1,8 milhão de contratos diariamente. Entre os ati-
vos negociados estão: petróleo, gasolina, gás natural, entre outros.

Taxa de juros: Oferece os mais amplos e líquidos mercados de


taxas de juros, o CME Group é o ambiente global de negócios para
clientes institucionais e operadores profissionais que gerenciam
complexas curvas de rendimentos em todo o mundo. Utiliza-se fu-
turos e opções de taxas de juros para fazer hedge contra riscos de

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longo prazo quando as taxas de juros mudam para uma direção ad-
versa. Esses produtos também são úteis como indicadores de ten-
dências do mercado, pois os preços caem quando há aumento nas
taxas de juros e sobem quando as taxas caem. Negociam-se mais
de 2 milhões de contratos de Taxas de Juros diariamente na CME.
Alguns contratos negociados são:

Nota do Tesouro dos EUA de 2 anos, Nota do Tesouro dos EUA


de 5 anos, Nota do Tesouro dos EUA de 10 anos, Eurodólar e Bônus
do Tesouro dos EUA.

Índice de Ações: Abrange toda a gama de índices de peque-


na, média e grande capitalização nos Estados Unidos, Europa e Ásia.
São negociados os contratos mais conhecidos de índices como S&P

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500, Dow Jones Industrial Average, NASDAQ – 100, Nikkei 225 STO-
CK Ave-rage, MSCI EAFE, FTSE/XInhua China 25, entre outros.

Câmbio FX: utilizado para quem deseja se proteger das oscila-


ções cambiais. São negociados 41 contratos futuros baseados em
dezenove moedas globais, inclusive as principais moedas de países
em mercados emergentes.

Metais: mercado importante para empresas que precisam se


proteger das variações de preços de metais e para aqueles que de-
sejam especular com objetivos de ganhos financeiros. Negociam- se
neles os seguintes metais: ouro, prata, cobre e platina.

A CBOT é sem dúvidas uma das bolsas mais fascinante e impor-


tante do mundo, pois o volume de negócios é algo que impressiona
e aqueles que desejam operar com volumes maiores ou com a uti-
lização de opções de compra CALL ou opção de venda PUT (apren-
deremos sobre CALL e PUT no decorrer da leitura) deverão operar
em CBOT ao invés de operar somente na nossa bolsa (BM&F/B3).
O operacional é bastante simples e se faz através de um cadastro
em uma corretora que possua licença e credenciamento para ope-

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rar nesta bolsa e em outras nos EUA. Se você puder optar por uma
corretora que tenha funcionários brasileiros, isto facilitará bastante
sua comunicação. O cliente faz o cadastro na corretora, envia o di-
nheiro através de um banco correspondente, recebe seu código e
uma plataforma para operar diretamente lá fora. Nessa operação
internacional é necessário que se tenha um bom suporte operacio-
nal (operador), que poderá lhe auxiliar muito nas dúvidas que sur-
girão no decorrer da operação, porém nada é muito diferente do
que acontece em nosso mercado, pois os conceitos dos mercados
futuros são internacionalmente padronizados.

1.5 BM&F Bovespa – como tudo começou no


Brasil

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Antes de ser BM&F Bovespa a BM&F/B3 - Bolsa de Mercadorias
e Futuros já era a maior bolsa brasileira. Ouvimos muito nos notici-
ários comentários sobre o mercado de ações, sobre a Bovespa, po-
rém o volume de negociações de contratos futuros de commodities,
índices e moedas na BM&F/B3 supera em mais de 20 vezes o volume
de negociação do mercado à vista de ações. Muitos dos grandes in-
vestidores e pessoas que fizeram fortunas no mercado de capitais,
o fizeram através dos mercados futuros. Em países como os Estados
Unidos é comum que se tenha nos jornais as cotações das commodi-
ties, assim como das ações. A BM&F/B3 localiza-se na cidade de São
Paulo – SP, nela são negociados contratos futuros de commodities
e derivativos financeiros de índices e moedas. Alguns contratos fu-
turos são: café arábica, boi gordo, milho, soja, etanol, ouro, dólar e
taxa de juros. Possui uma formação mercantil criada por empresas,
corretoras de valores e bancos e não negocia ativos mercantis so-
cietários (ações), que são negociados na Bovespa – Bolsa de Valores
de São Paulo. A fusão entre a Bolsa de Mercadorias de São Paulo e a
Bolsa Mercantil de Futuros deu origem a BM&F – Bolsa de Mercado-
rias e Futuros. A Bolsa de Mercadoria de São Paulo foi criada em 26

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de outubro de 1917 por empresários paulistas que tinham ligação
com a área de exportações, comércio e agricultura, foi a primeira
bolsa a realizar operações no Brasil e logo tornou-se conhecida pe-
las negociações de contratos agropecuários principalmente de café,
boi gordo e algodão. A Bolsa Mercantil de Futuros, que já utilizava a
sigla BM&F surgiu em julho de 1985, tendo o início dos pregões de
negociações no dia 31 de janeiro de 1986. Logo ganhou destaque
por disponibilizar a negociação de produtos financeiros nas mais
variadas modalidades operacionais. A tradição da Bolsa de Merca-
dorias de São Paulo e o destaque da bolsa mercantil de futuros, fez
com que, em 9 de Maio de 1991, ambas fechassem um acordo e
unissem suas atividades operacionais. Com a ambição de se tornar
umas das principais bolsas da América Latina, em 30 de junho de

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1997, ocorreu um acordo operacional com a Bolsa Brasileira de Fu-
turos, que fora fundada em 1983 na cidade do Rio de Janeiro - RJ,
o que fortaleceu ainda mais o mercado nacional de commodities, se
tornando assim o principal centro de negociação de derivativos do
Mercosul e sob a sigla de BM&F – Bolsa de Mercadorias e Futuros.

Uma das fusões ocorreu com a Bolsa de Valores de São Paulo


– Bovespa, que é focada no mercado à vista de ações, e em 26 de
março de 2008 consolida-se a união que deu o novo nome de BM&F
Bovespa - A Nova Bolsa, que atualmente é a terceira maior do mun-
do e a segunda maior das Américas em valor de mercado.

Em março de 2017, a BM&F Bovespa une-se a CETIP dando ori-


gem a B3. Essa combinação consolidou a atuação da Companhia
como provedora de infraestrutura para o mercado financeiro, per-
mitindo a ampliação do leque de serviços e produtos oferecidos aos
seus clientes e a criação de eficiências para a Companhia e para o
mercado.

Nos mercados de produtos listados em bolsa, a B3 desenvolve,


implanta e provê sistemas e serviços de negociação e pós-negocia-
ção (Compensação e liquidação) de ações, derivativos de ações, fi-
nanceiros e de mercadorias, títulos de renda fixa, títulos públicos
federais, moedas à vista e commodities agropecuárias. Também
oferece o serviço de listagem e de depositária central para os ativos
negociados em seus ambientes, bem como oferece os serviços de
licenciamento de softwares e índices.

1.6 New York Board Of Trade (NYBOT)


Em setembro de 2007 a NYBOT foi rebatizada de ICE Futures
US e tornou-se subsidiária integral da Intercontinental Exchange –
ICE. Localiza-se na cidade de Nova Iorque e nela há negociações de
contratos futuros e também contratos físicos.

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A NYBOT foi fundada por Tom Gree e Alfredo Williams, era uma
empresa privada antes da fusão. Essa bolsa possui alguns diferenciais
interessantes, pois em seu pregão há a regulamentação pela Com-
modity Futures Trading Commission, que é uma agência sem vínculo
com o governo dos Estados Unidos. As empresas que ali negociavam
costumavam enviar seus próprios corretores independentes.

A NYBOT possuía sua sede no prédio do World Trade Center,


que acabou sendo destruído no atentado terrorista de 11 de Se-
tembro de 2001. Em fevereiro de 2003 foi assinado um acordo de
locação com a New York Mercantil Exchange (NYMEX) para então
mudar-se para o World Financial Center.

Nesta Bolsa é negociado o contrato de café arábica, que in-


fluencia diretamente na cotação do café arábica na BM&F, tendo
uma correlação de mais de 90% entre os ativos.
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CAPÍTULO 2

CONCEITOS DO
MERCADO FUTURO

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Se você deseja operar com sucesso no mercado futuro é pre-
ciso conhecer seus fundamentos básicos e seus diferenciais em
relação aos demais mercados. O mercado futuro possui algumas
particularidades, porém seus mecanismos operacionais são bastan-
te padronizados internacionalmente, o que facilita o entendimento
das demais bolsas de mercado futuro.

O primeiro passo para as operações no mercado futuro no Bra-


sil é a abertura de conta em uma corretora credenciada pela B3.
O cadastro para pessoa física costuma ser rápido, exigindo apenas
cópia do documento de identidade, comprovante de residência e al-
gumas informações sobre patrimônio e perfil de investidor (conser-
vador, moderado ou agressivo). A abertura da conta costuma levar
em média dois dias úteis para ficar pronta. Aprovado o cadastro, a
corretora irá gerar um código de conta e é através deste código que
se efetuarão as operações no mercado futuro. O investidor pode
ter conta em quantas corretoras quiser, não havendo nenhum tipo
de restrição em relação a isto. Existem as mais focadas em merca-
dos futuros e outras em ações, vale a pena pesquisar conforme seu
interesse, pois darão um suporte melhor para sua demanda.

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Agora que já possui código de investidor, vamos aprender os


conceitos básicos do mercado futuro, tendo em vista dominar os
principais diferenciais operacionais do mesmo.

2.1 O que é um contrato futuro?


Nas primeiras negociações que deram origem ao mercado fu-
turo eram realizados contratos de compra e venda entre as partes.
Estes contratos estabeleciam a quantidade, qualidade e vencimen-
to do produto em negociação. Com o passar do tempo e desenvolvi-
mento do mercado foi criado o contrato futuro padronizado, onde
é definido o vencimento, qualidade e quantidade, de acordo com as
definições estipuladas pela bolsa. No mercado à vista (ex. Bovespa)

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são negociados lotes de ações, no mercado futuro a nomenclatura
utilizada é contrato. Cada contrato futuro possui suas particulari-
dades e especificações que veremos no decorrer da leitura. Obvia-
mente que não é necessário memorizar tudo, mas quando você ti-
ver dúvidas poderá consultar esse livro, o site da B3 ou da Opere
Futuros.

2.2 Margem de Garantia


Este é sem dúvida um dos diferenciais mais fascinantes do
mercado do futuro, pois através da margem de garantia é possível
alavancar patrimônio e assim buscar obter ganhos expressivos em
relação ao capital alocado. Vale ressaltar que a possibilidade de ala-
vancagem também pode fazer com que os prejuízos sejam maiores,
por isso comece sempre com um grau reduzido de alavancagem.
Para compreender melhor vamos a um exemplo simples do merca-
do de ações.

- Se você comprar 1000 ações de Petrobrás a R$ 18,00/ação


terá que desembolsar R$ 18.000,00 pela aquisição das ações. Agora
se você comprar um contrato de boi gordo a R$ 140,00 por arroba,

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que dá um volume de R$ 140,00 X 330 = R$ 46.200,00, terá que


desembolsar todo esse valor? Não mesmo. No mercado futuro você
precisa apenas da margem de garantia, que no caso do boi gordo é
em torno de R$ 3.000,00 e não para por aí, esses R$ 3.000,00 pre-
cisam ser em dinheiro? Não, pode-se utilizar ações, CDB, Poupança,
ouro credenciado, Tesouro direto e carta-fiança como garantia, ou
seja, você pode utilizar um capital já aplicado em algum outro inves-
timento para alavancar as operações no mercado futuro.

A margem de garantia facilita a alavancagem do capital, possi-


bilitando assim a busca de ganhos maiores. Aqueles que são Hed-
gers (produtores, indústrias) necessitam depositar menos margem
de garantia do que os especuladores, esta é uma forma de incenti-
vo para estes participantes, que apenas utilizam o mercado futuro

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para se proteger das oscilações de preço.

Para compras e vendas no mesmo dia durante o pregão normal


não há chamada de margem, que somente ocorrerá caso se fique
posicionado para o pregão seguinte.

A margem de garantia é chamada tanto para o comprador,


quanto para o vendedor. Ambos devem alocar recursos para garan-
tir suas posições. Ela oscila de acordo com a volatilidade (variação
de preço) do contrato e com a aproximação do vencimento, ou seja,
a bolsa pode intervir e chamar mais garantias a fim de proteger as
operações em aberto no mercado. Quando um contrato com en-
trega física se aproxima do vencimento, há uma maior chamada de
margem, pois somente ficarão posicionados aqueles que receberão
ou entregarão o produto físico (caso seja liquidação física, a grande
maioria são liquidação financeira).

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Veja uma tabela das garantias na BM&F:

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Fonte: BM&F Bovespa

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Para consultar as margens aceitas e os valores por contrato


atua- lizados acesse o link:

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http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/servicos/clearing/clearing-bmfbovespa/administracao-de-
-riscos/garantias/valor-minimo-dos-ativos-para-deposito-em-garantia/

Caso deseje utilizar as ações como garantia, as mesmas pos-


suem um deságio definido pela bolsa. Consulte no link:

http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/servicos/clearing/clearing-bm-fbovespa/administracao-de-
-riscos/garantias/limites-de-renda-variavel/

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2.3 Ajuste Diário


Este é outro diferencial que mostra o dinamismo das bolsas de
futuros, que buscam cada vez mais agilidade nas liquidações e segu-
rança de seus mecanismos operacionais. No mercado de ações você
só realiza o lucro ou prejuízo quando encerra a operação, somente
assim você terá o lucro ou o prejuízo da operação. Nos mercados
futuros, os ajustes são feitos diariamente, ou seja, se você compra
e a cotação sobe no dia, no dia seguinte terá um crédito na conta e
se o preço cair terá um débito, e assim sendo diariamente ajustado.
Caso opere na venda o processo é o mesmo, se cair no dia seguinte
recebe crédito, e se subir, débito. Por ser um mercado alavancado o
risco de um investidor ter grandes prejuízos é eminente, por isso a
bolsa realiza os ajustes diários, caso o participante não tenha condi-

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ções de honrar algum eventual débito, este será compulsoriamente
zerado por sua corretora, garantindo assim que todas as operações
em bolsa sejam devidamente liquidadas. No final do dia a bolsa di-
vulga o preço de ajuste de cada contrato, esse preço geralmente é a
média dos preços negociados no fechamento do pregão, por isso é
normal ver volatilidades maiores próximo aos 30 minutos de fecha-
mento, neste momento os grandes players buscam defender suas
posições para ter ajustes favoráveis às suas posições.

Veja o Exemplo abaixo, onde são feitos ajustes diários de uma


posição comprada em boi gordo BGI:

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Fonte: Opere futuros

Observe que no quadro acima ocorre ajuste diariamente desde


a abertura da posição. No dia 15/maio o investidor abriu sua posição

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de compra e no mesmo dia recebeu um ajuste de R$ 0,20 na cota-
ção, o que gerou um crédito financeiro de R$ 198,00. No mercado
futuro por mais que sua posição esteja indo a favor, poderá haver
dias de débito na conta, pois se você está comprado em determina-
do dia, e o mercado cai, isto fará com que você tenha um ajuste ne-
gativo, apesar da posição geral ainda ser vencedora. Observe tam-
bém no exemplo, que no dia 17/maio o investidor sofreu um ajuste
negativo devido a uma queda no preço da cotação no dia.

Para consultar os ajustes diários atualizados acesse o link:

http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/servicos/market-data/historico/mercado-de-derivativos/
ajustes-do-pregao/

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2.4 Limite de Oscilação


Quando operamos em mercados que podemos alavancar nosso
patrimônio em mais de vinte vezes, é preciso ter mecanismos de
limitação diária que protejam àqueles que estejam tendo prejuízos
alavancados. Imagine se você entrar em uma operação alavancando
seu patrimônio em cinco vezes e o contrato que você comprou cai
25% no dia, como muitas vezes ocorre no mercado de ações? Se-
ria desastroso, zeraria sua conta na corretora e você ainda ficaria
devendo. Para evitar este tipo de transtorno, os mercados futuros
possuem limites de oscilação que buscam proteger os participantes
deste mercado e assim garantir a segurança das operações realiza-
das. Cada ativo possui sua alavancagem e com base nisto seu limite
de oscilação. Quanto maior a alavancagem, menor o limite de osci-

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lação, pois a mesma é calculada através da proporção do tamanho
total do contrato em relação à margem de garantia requerida para
este, por exemplo: o boi gordo, cujo contrato tem um financeiro
em torno de R$ 46.200,00 e é exigido em torno de R$ 3.000,00 de
margem de garantia, com uma alavancagem que gira em torno de
15 vezes. Ao contrário da bolsa de valores - BOVESPA, quando o
limite de oscilação é atingido, as negociações seguem normalmen-
te, porém não ultrapassam o preço limite de alta ou de baixa. Por
exemplo, se o boi gordo teve o preço de ajuste no pregão anterior
de R$ 100,00/arroba terá limite de alta em R$ 103,50 e limite de
baixa em R$ 96,50 e caso estes valores sejam atingidos não haverá
parada na negociação, somente não poderão ser ultrapassados es-
tes limites (R$ 103,50 e R$ 96,50). Veja alguns exemplos de limite
de oscilação na BM&F.

• Boi Gordo (BGI): +3,5% (Alta) e -3,5% (Baixa) sobre o preço de


ajuste do dia anterior.
• Soja (SFI): +5,00% (Alta) -5,00% (Baixa) sobre o preço de ajuste
do dia anterior.

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• Milho (CCM): +5,00 (Alta) -5,00% (Baixa) sobre o preço de ajus-


te do dia anterior.
• Café Arábica (ICF): +9,00% (Alta) -9,00% (Baixa) sobre o preço
de ajuste do dia anterior.
• Dólar (DOL) e Mini Dólar (WDL): +6,00% (Alta) -6,00% (Baixa)
sobre o preço de ajuste do dia anterior.
• Índice Futuro (IND) e Mini Índice (WIN): +10,00% (Alta)
-10,00% (Baixa).
• Etanol (ETH): +6,50% (Alta) - 6,50% (Baixa) sobre o preço de
ajuste do dia anterior.
Quando ocorre o fechamento do pregão normal e é realizada a
abertura do pregão after, que já é contabilizado como negociação

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do dia seguinte, têm-se novos limites de baixa e de alta, podendo
estes caírem ou subirem mais. Cito aqui um exemplo: no horário
normal o boi gordo fechou com limite de alta de R$ 103,50 e às 17
horas ocorre a abertura do pregão after, então os novos limites de
alta e de baixa serão R$ 107,12 (alta) e R$ 99,87 (baixa).

* Não gosto nem de lembrar dos limites de oscilação no boi, pois


em novembro de 2010 eu possuía uma pequena posição comprada e
levei três limites de baixa na posição. A falta de disciplina em não rea-
lizar prejuízo naquele momento serviu como uma grande lição, por isso
quando mercado estiver estranho, pule fora. Havia tido um bom lucro
com as posições compradas no café no mês de outubro de 2010, que
acabaram sendo devolvidas com a persistência em manter a posição
comprada no boi. Mesmo a posição sendo bem menor que a do café, a
queda foi tão forte que levou todo o lucro embora, lucro esse de alguns
anos de estudo sobre a possível alta do café.

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2.5 Custos Operacionais


Como o intuito principal da bolsa é ser uma ferramenta que
possibilite aqueles envolvidos nas cadeias produtivas a se proteger
das oscilações de preços, os custos operacionais de corretagem e
emolumentos são bastante atrativos. Um mercado onde é possí-
vel alavancar-se, tem ajustes diários e baixos custos operacionais. É
tudo que um investidor de curto-prazo precisa, e é exatamente isto
que a bolsa quer, atrair investidores que movimentem e deem liqui-
dez para os contratos futuros. Diversos deles não deram certo, pois
não se tornaram atrativos para os investidores, e sendo assim, não
adquiriram a liquidez necessária para os hedgers que desejassem
entrar no mercado. Cada contrato futuro possui seu custo operacio-
nal. Cabe ressaltar um detalhe, quando você realizar uma operação

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e zerar no pregão normal do mesmo dia será cobrado o custo de
day trade, porém se comprar no pregão normal e zerar no pregão
after do mesmo dia será cobrada corretagem normal, aumentando
consideravelmente o custo.

Se realizar uma compra ou venda no pregão after e zerar no


pregão normal do dia seguinte, o custo será de um day trade e além
disso não chamará margem de garantia. Veja um exemplo de custo
operacional para posição e para Day trade:

Comprou 1 contrato de Boi Gordo BGIV18 a 140,00 veja o custo


para posição e day trade:

• Posição
R$ 140,00 x 330 = R$ 46.200,00 x 0,30% (corretagem) =
R$ 138,60 de corretagem.
• Day trade
R$ 140,00 x 330 = R$ 46.200,00 x 0,07% (corretagem) =
R$ 32,34 de corretagem.

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Vale ressaltar que estas corretagens são, como fala-se no mer-


cado, cheias, geralmente são cobradas para Hedgers, pois eles atu-
am muito pouco. Aqueles que especulam no curto prazo devem
negociar bons descontos, pois isto faz toda diferença no resultado
operacional. Observe a diferença no custo, o que possibilita que o
mínimo ganho já pague o custo operacional.

Custos por contrato futuro:

• Boi Gordo (BGI): 0,30% (normal) e 0,07% (day trade).


• Soja (SFI): 0,30% (normal) e 0,07% (day trade).
• Milho (CCM): 0,30% (normal) e 0,07% (day trade).

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• Café Arábica (ICF): 0,30% (normal) e 0,07% (day trade).
• Dólar (DOL): 0,20% (normal) e 0,10% (day trade). Facilmente
negociável.
• Mini Dólar (WDL): R$ 10,00 (normal) e R$ 5,00 (day trade). Fa-
cilmente negociável.
• Índice Futuro (IND): 0,25% (normal) e 0,15% (day trade). Facil-
mente negociável.
• Mini Índice (WIN): R$10,00 (normal) e R$ 6,00% (day trade).
Facilmente negociável.
• Etanol (ETH): 0,30% (normal) e 0,07% (day trade).

http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/servicos/tarifas/

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2.6 Horários de Negociação


Os horários de negociação dos mercados futuros são divididos
em duas etapas chamadas de pregão normal e pregão after. O pre-
gão normal ocorre durante a maior parte do dia, e após o seu fecha-
mento acontece a abertura do pregão after, onde as negociações
são com- putadas como se já fossem do dia seguinte, então ocorrem
algumas peculiaridades em relação a custos operacionais, margem
de garantia e limites de oscilação. As operações abertas e encerra-
das no pregão normal do mesmo dia são consideradas day trade,
onde não há chamada de margem e o custo operacional fica menor.
As operações abertas no pregão normal e encerradas no pregão af-
ter do mesmo dia são consideradas posição, ocorrendo chamada de
margem e custo operacional normal. As operações abertas no pre-

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gão after e encerradas no pregão normal do dia seguinte são con-
sideradas day trade não havendo chamada de margem e com custo
operacional reduzido, ou seja, se você deseja “dormir” posicionado
vale a pena abrir posição no after, pois caso encerre no dia seguinte
(pregão normal) terá custos menores e sem chamada de margem.

Os limites de oscilação são reabertos no pregão after, caso o boi


caia 3,5% durante o pregão normal, quando ocorrer abertura do pre-
gão after poderá cair mais 3,5%, pois terá novos limites de oscilação.*
Veja os horários dos principais contratos futuros da BM&F, esses horá-
rios sofrem alterações de acordo com o horário de verão exceto boi
gordo, milho e dólar que mantém os mesmos horários.

• Boi Gordo (BGI): 9:00 às 16:30 (normal) e 17:05 às 18:00 (after).


Não possui mudança de horário.
• Soja (SFI): 9:00 às 17:20 (normal) sem after, com alteração de
acordo com o horário de verão.
• Soja SJC): 9:00 às 17:20 (normal) sem after, com alteração de
acordo com o horário de verão.

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Opere futuros | Leandro Paz

• Milho (CCM): 9:00 às 16:20 (normal) e 17:05 às 18:00.


• Café Arábica (ICF): 9:00 às 17:00 (normal) e 17:30 às 18:00 (af-
ter) com alterações de acordo com o horário de verão.
• Dólar (DOL): 9:00 às 18:15 (normal). Não possui after e não
tem alteração de horário.
• Mini Dólar (WDO): 9:00 às 18:15 (normal). Não possui after e
não tem alteração de horário.
• Etanol (ETH): 9:00 às 15:45 (normal) e 16:05 às 18:00 (after)
com alteração de acordo com o horário de verão.
• Etanol (ETN): 9:00 às 15:45 (normal) e 16:05 às 18:00 (after)
com alteração de acordo com o horário de verão.
• Índice Futuro (IND): 9:00 às 18:10 (normal). Não possui after e

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sofre alteração de acordo com o horário de verão.
• Mini Índice (WIN): 9:00 às 18:10 (normal). Não possui after e
sofre alteração de acordo com o horário de verão.
Para consultar os horários de negociação atualizados acesse o link:

http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/servicos/negociacao/puma-trading-system-bm-fbovespa/
para-participantes-e-traders/horario-de-negociacao/derivativos/

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2.7 Especificação dos Contratos


Para facilitar o entendimento e padronização dos contratos fu-
turos serão especificados os principais e mais negociados na BM&F
e faremos breves comentários sobre as negociações dos mesmos:

A BM&F está a cada dia investindo mais em contratos apenas


com liquidação financeira, sem entrega física, o que muitas vezes
acaba expulsando investidores que ficam com receio de receber ou
ter de entregar a commodity. Essas medidas passaram a dar muito
mais volume de negócios nos mercados de milho, soja e etanol:

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Fonte: BM&F Bovespa

2.7.1 Soja
É reconhecida como uma das mais antigas plantas cultivadas
do planeta, na segunda década do século vinte, os Estados Unidos
(EUA) iniciaram sua exploração comercial, primeiro como forrageira
e, posteriormente, como grão.

A soja chegou ao Brasil via Estados Unidos em 1882. Gustavo


Dutra, então professor da Escola de Agronomia da Bahia, realizou
os primeiros estudos de avaliação de cultivares introduzidas daque-

37 |
Opere futuros | Leandro Paz

le país. O primeiro registro de cultivo de soja no Brasil data de 1914


no município de Santa Rosa, RS. A BM&F tem investido cada dia mais
no mercado brasileiro para aumentar a atratividade e liquidez dos
mercados futuros. Atualmente o contrato de Soja Futuro possui
liquidação financeira. Como ainda é recente o contrato de soja fi-
nanceira, a sua liquidez vem aumentando e historicamente todos os
contratos com liquidação financeira tiveram um aumento significa-
tivo no número de negócios. A BM&F também trouxe o contrato de
soja correlacionado com CBOT (Bolsa de Chicago), ele oscila junta-
mente com o preço de Chicago.

O mercado de soja no Brasil, que é o 2º maior produtor e expor-


ta aproximadamente 80% desta produção, está cada dia desenvol-
vendo mais, pois seu potencial é imenso. A principal bolsa do mundo

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dessa commodity é a Bolsa de Chicago, CBOT. O contrato de soja é
muito utilizado por produtores e cooperativas para protegerem-se
das oscilações dos preços e pelos demais participantes do mercado.
A liquidez para especulações de curto prazo ainda não é a ideal, por
isso deve-se buscar posições de prazo maior. Devido a correlação
com o mercado internacional, há operações de arbitragem entre a
soja BM&F e a soja CBOT. Quem deseja especular na soja em CBOT
pode utilizar o contrato SJC na BM&F, que é praticamente a mes-
ma coisa, porém não se faz necessária a abertura de conta lá fora.
Existem robôs com diferença de centavos que arbitram BM&F com
CBOT e dão liquidez no contrato.

O contrato futuro de soja foi o mais recente a ser “financeiriza-


do”, ou seja, encerraram-se os contratos com entrega física e torna-
ram-se apenas financeiros e atrelados ao indicador Esalq:

| 38
Opere futuros | Leandro Paz

Fonte: BM&F Bovespa

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Especificações do Contrato com Liquidação Financeira - SFI:

Código: SFI
Cotação: Dólares por saca de 60kg.
Unidade de
450 sacas de 60kg (27 toneladas).
Negociação:
Meses de Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set
Vencimento: e Nov.
Segundo dia útil anterior ao mês
Data de Vencimento:
de vencimento.
Corretagem Normal: 0,30%.
Corretagem Day
0,07%.
Trade
Liquidez Mínima: 1 em 1 contrato.
Cotação x Dólar x 450 x Nº de
Cálculo de Volume:
Contratos.
Fonte: Opere futuros

39 |
Opere futuros | Leandro Paz

*Cada 1 dólar na cotação equivale a 450 dólares por contrato.


• A margem de garantia exigida gira em torno de 20% do volume
total,
• O limite de oscilação diária é de 5% para cima ou para baixo,
• Praça de Referência é Paranaguá-PR,
• Liquidação financeira pela média dos últimos três dias do indi-
ca- dor de preço Esalq/BM&F,
• Acompanhe diariamente o Esalq
http://www.cepea.esalq.usp. br/soja/

Entenda os códigos:

Fonte: Opere futuros Licensed to Márcia Landini Goncalez - marcialan0811@gmail.com - HP4069827928

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Opere futuros | Leandro Paz

Todas as especificações técnicas:

http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/produtos/listados-a-vista-e-
-derivativos/commodities/futuro-de-soja-com-liquidacao-financei-
ra.htm

Especificações do Contrato Futuro Mini de Soja


do CME Group - SJC:

Código: SJC
Cotação: Dólares por saca de 60kg.
Unidade de Negocia-
450 sacas de 60kg (27 toneladas).
ção:

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Meses de Vencimen-
Jan. Mar. Mai. Jul. Ago. Set e Nov.
to:
Segundo dia útil anterior ao mês
Data de Vencimento:
de vencimento.
Corretagem Normal: 0,30%.
Corretagem Day
0,07%.
Trade
Liquidez Mínima: 1 em 1 contrato.
Cotação x Dólar x 450 x Nº de
Cálculo de Volume:
Contratos.
Fonte: Opere futuros

Contrato totalmente correlacionado com a variação de preços


da soja em Chicago, o que gera mais facilidade para aqueles que
desejam atuar nos EUA, porém sem a burocracia de abrir a conta no
exterior.

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Opere futuros | Leandro Paz

Gráfico Mensal de 2013 / 2018, evolução preços e volume


de negócios do Contrato Futuro Mini de Soja do
CME Group - SJC:

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Fonte: Broadcast/Agência Estado

Todas as especificações técnicas:

http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/produtos/listados-a-vista-e-
-derivativos/commodities/minicontrato-futuro-de-soja-cme.htm

2.7.2 Milho
Os primeiros registros do cultivo do milho datam de 7.300 anos
atrás, e foram encontrados em pequenas ilhas próximas ao litoral
do México, no golfo do México. Seu nome de origem indígena cari-
benha, significa “sustento da vida”. Serviu como alimentação básica
de várias civilizações importantes ao longo dos séculos, os Olmecas,
Maias, Astecas e Incas reverenciavam o cereal na arte e na religião.

| 42
Opere futuros | Leandro Paz

O milho era plantado por índios americanos usando um sistema


complexo que variava a espécie plantada de acordo com o seu uso.
Aos poucos este método foi substituído por plantações de uma úni-
ca espécie. A iniciativa da BM&F em criar o contrato com liquidação
financeira ajudou consideravelmente no aumento da liquidez deste
mercado. Atualmente possibilita operações de curto prazo, assim
como facilita a entrada de participantes do mercado que desejam
proteger-se das oscilações de preço. O Brasil é o 3º maior produtor
de milho do mundo e mais de 60% desta produção é voltado para
consumo interno, principalmente na alimentação de animais, me-
nos 15% é voltada para o consumo humano.

Operações de SPREAD, em que se aproveitam distorções de


preços entre os vencimentos dos contratos futuros, se tornam

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oportunidades interessantes, pois a liquidez é boa e seguidamente
surgem algumas distorções, que possibilitam a entrada.

Código: CCM
Cotação: Reais por saca de 60kg.
Unidade de
450 sacas de 60kg (27 toneladas).
Negociação:
Meses de
Jan. Mar. Mai. Jul. Set e Nov.
Vencimento:
Todo dia 15 do mês de Venci-
Data de Vencimento:
mento.
Corretagem Normal: 0,30%.
Corretagem Day
0,07%.
Trade
Liquidez Mínima: 1 em 1 contrato.
Cálculo de Volume: Cotação x 450 x Nº de Contratos.
Normal – 9.00 às 16:20 e After –
Horário Pregão:
17:05 às 18:00.
Fonte: Opere futuros

43 |
Opere futuros | Leandro Paz

• Cada R$ 1,00 na cotação equivale a R$ 450,00 por contrato.


• A margem de garantia equivale a aproximadamente 15% do vo-
lume total.
• O limite de oscilação é de 5% para cima ou para baixo.
• A praça de referência do mercado físico é Campinas-SP.
• Spreads Interessantes - F com H, H com K, U com X e X com F.
• Liquidação financeira pela média dos últimos três dias do indi-
ca- dor de preço Esalq/BM&F.
Acompanhe diariamente o Esalq
http://www.cepea.esalq.usp. br/milho/

Entenda os códigos:

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Fonte: Opere futuros

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Opere futuros | Leandro Paz

Gráfico Mensal de 2005 / 2018, evolução, preços e volume de negó-


cios do Contrato Futuro Milho – CCM:

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Fonte: Broadcast/Agêcnmia Estado

Todas Especificações Técnicas:

http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/produtos/listados-a-vista-
-e-derivativos/commodities/futuro-de-milho-com-liquidacao-finan-
ceira.html

2.7.3 Café Arábica


O café foi descoberto pelo pastor Kaldi, que viveu na Absínia,
hoje Etiópia há cerca de mil anos. Conta a história que Kaldi, obser-
vando suas cabras notou que elas ficavam alegres e saltitantes e que
esta energia extra se evidenciava sempre que mastigavam os frutos
de coloração amarelo-avermelhada dos arbustos existentes em al-
guns campos de pastoreio.

Ele começou a utilizar os frutos na forma de infusão, percebendo


que a bebida o ajudava a resistir ao sono enquanto orava ou em suas
longas horas de leitura. Esta descoberta se espalhou rapidamente en-
tre os monastérios, criando assim uma demanda pela bebida.

45 |
Opere futuros | Leandro Paz

O Brasil é o maior produtor mundial de café e responsável por


30% do mercado mundial, sendo assim, nossa bolsa possui grande
cor- relação com bolsas internacionais. A principal delas é a de Nova
Iorque – NYBOT (ICE).

Cabe ressaltar que o mercado futuro de café é o segundo mais


volátil do mundo, perdendo apenas para o petróleo, ou seja, é uma
das commodities em que o preço mais oscila. Essa volatilidade faz
desta commodity a mais indicada para operações de curto prazo,
porque geralmente o café dá oportunidades diárias de compra e
venda. As cooperativas de café e seus produtores são dentre todas
as comunidades ligadas à commodities as mais evoluídas em relação
ao conhecimento sobre mercado futuro, pois boa parte já participa
do mesmo e o utiliza para se proteger das oscilações de preço. As

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operações de SPREAD não são muito indicadas nessa commodity,
porque os contratos possuem entrega física e alguns não apresen-
tam muita liquidez, ficando sob controle de alguns players (inves-
tidores, cooperativas, torrefadoras), o que pode fazer com que se
fique vulnerável à vontade dos mesmos, prejudicando assim o re-
sultado da operação. Para quem gosta de operações de curto pra-
zo, o café é umas das melhores alternativas do mercado de capitais
brasileiro.

Alguns fatores que influenciam nas cotações na BM&F para


aqueles que gostam de operar no curto prazo:

• Cotação do petróleo em NYMEX (CME GROUP) - Bolsa de Nova


Iorque, possui boa correlação, pois o petróleo é a principal e
mais negociada commodity e acaba por influenciar nas demais,
algumas mais outras menos. Existe também correlação com o
Índice Dow Jones;
• Cotação do café em Nova Iorque - NYBOT (ICE), correlação mui-
to grande, mercado brasileiro praticamente opera semelhan-
te ao nova-iorquino, quem deseja operar no curto prazo deve

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Opere futuros | Leandro Paz

possuir a cotação de NYBOT (ICE) on-line, pois o mercado que


determina o preço é o americano;
• Como a commodity é cotada em dólar é importante acompa-
nhar o dólar e seu preço em reais. Correlação com dólar é inver-
sa, dólar para cima café para baixo e vice-versa.

Especificações contrato de Café Arábica - ICF:

Código: ICF
Cotação: Dólares por saca de 60kg.
Unidade de 100 sacas de 60kg (6 toneladas).
Negociação:

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Meses de Março, Maio, Julho, Setembro e
Vencimento: Dezembro.
Data de Sexto dia útil anterior ao último
Vencimento: dia útil do mês Vencimento.
Corretagem 0,30%.
Normal:
Corretagem Day 0,07%.
Trade
Liquidez Mínima: 1 em 1 contrato.
Cotação x Dólar x 100 x Nº de
Cálculo de Volume: Contratos.
Fonte: Opere futuros

• Cada U$ 1,00 na cotação equivale a U$ 100,00 por contrato,


• A margem de garantia é em torno de 10% do volume total,
• O limite de Oscilação é de 9% para cima ou para baixo.
• Praça de Referência é São Paulo - SP.

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Opere futuros | Leandro Paz

Aprenda os códigos:

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Fonte: Opere futuros

O contrato de Café Arábica na BM&F contava com a grande


participação de estrangeiros que realizavam operações de arbitra-
gem (operação semelhante ao SPREAD, realizada entre diferentes
bolsas) e hedge. Porém uma medida de aumento na taxa de IOF
praticamente os expulsou (estrangeiros), conforme podemos ver
no gráfico a seguir:

| 48
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Fonte: BM&F Bovespa

Gráfico Mensal de 2003 / 2018, evolução preços e volume de negó-


cios do Contrato Futuro Café Arábica – ICF:

Fonte: Broadcast/Agência Estado

49 |
Opere futuros | Leandro Paz

Todas Especificações Técnicas:

http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/produtos/listados-a-vis-
ta-e-derivativos/commodities/futuro-de-cafe-arabica-tipo-4-5.html

2.7.4 Boi Gordo


O mercado de boi gordo é um dos contratos mais sólidos da
BM&F, onde a liquidez é boa e possibilita a entrada dos mais di-
versos participantes. O Brasil possui o maior rebanho comercial
do mundo e é o maior exportador de carne bovina no mundo. O
consumo interno é de 70% de toda produção nacional. O mercado
futuro de boi gordo é bastante utilizado por frigoríficos que bus-
cam proteger-se das oscilações dos preços, porém alguns utilizam
esse mercado principalmente para especulação, fato comprovado

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pelo balanço de algumas empresas que registram lucros oriundos
do mercado futuro. Este contrato futuro é bastante conhecido por
ser atrativo para aqueles que desejam especular, ou seja, obter ga-
nhos com as oscilações dos preços da arroba, tendo em vista ser um
dos contratos mais alavancados e com bom volume de negócios na
BM&F. O contrato de boi gordo possui vencimentos mensais, onde
ocorrem distorções entre os vencimentos dando oportunidades de
entrada em operações de spread.

Algumas informações importantes:

• Monitore a posição dos frigoríficos no mercado, eles constam


como “Pessoa Jurídica não financeira”. São os maiores players
(participantes de mercado),
• Tenha cautela na alavancagem, pois este é um mercado bastan-
te alavancado,
• Monitore sempre os vencimentos mais líquidos buscando opor-
tunidades de SPREAD,

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Opere futuros | Leandro Paz

• Acompanhe diariamente o Esalq/BM&F


http://www.cepea. esalq.usp.br/boi/
• Mercado basicamente interno sem correlação com alguma bol-
sa internacional.

Especificações:

Código: BGI
Cotação: Reais por Arroba de 15kg.
Unidade de
330 arrobas de 15kg (4.950kg).
Negociação:
Meses de
Todos os meses do ano.
Vencimento:

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Data de Último dia útil do mês de venci-
Vencimento: mento.
Corretagem
0,30%.
Normal:
Corretagem Day
0,07%.
Trade
Liquidez Mínima: 1 em 1 contrato.
Cálculo de Volume: Cotação x 330 x Nº de Contratos.
Normal – 9.00 às 16:30 e After –
Horário Pregão:
17:05 às 18:00.
Fonte: Opere futuros

• Cada R$ 1,00 na cotação equivale a R$ 330,00 por contrato,


• A margem de Garantia é em torno de 8% do volume total, O limi-
te de oscilação diária é de 3,5% para cima ou para baixo,

51 |
Opere futuros | Leandro Paz

• Praça de Referência é Araçatuba-SP.


• Spread interessante de se analisar é K (maio) com V (outubro).

Aprenda os códigos:

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Fonte: Opere futuros

Gráfico Mensal de 2003 / 2018, evolução preços e volume de


negócios do Contrato Futuro de Boi Gordo – BGI:

Fonte: Broadcast

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Opere futuros | Leandro Paz

Especificações Técnicas:

http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/produtos/listados-a-vista-
-e-derivativos/commodities/futuro-de-boi-gordo-com-liquidacao-
-financeira.htm

2.7.5 Etanol
Contrato lançado em 2010 pela BM&F e tem como objetivo au-
xiliar produtores de etanol e empresas que o utilizem como matéria
prima a se protegerem das oscilações de preço. O Etanol vem so-
frendo diversas intervenções governamentais, pois como incentivo
é adicionado na gasolina, porém quando o preço do açúcar sobe, os
plantadores dão preferência para o açúcar e acaba ficando escassa a
produção de etanol, que em muitos períodos do ano não compensa

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sua substituição pela gasolina. A frota no Brasil se ajustou para po-
der usar ambos combustíveis com incentivo do governo, que quer
aumentar a produção brasileira de um combustível renovável e me-
nos poluente.

Os Estados Unidos produzem etanol utilizando como matéria o


milho e no Brasil a matéria prima é a cana-de-açúcar.

O Contrato de Etanol ganhou um volume de negócios muito


grande logo que foi convertido apenas para contrato financeiro, ou
seja, sem entrega física, o que melhorou muito sua liquidez logo no
lançamento, porém com o passar do tempo sofreu uma queda, con-
forme gráfico abaixo:

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Opere futuros | Leandro Paz

Fonte: Broadcast/Agência Estado

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Fonte: BM&F Bovespa

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Opere futuros | Leandro Paz

Especificações contrato Etanol - ETH:

Código: ETH
Reais por metro cúbico (1.000
Cotação: litros).
Unidade de 30 metros cúbicos (30.000).
Negociação:
Meses de Todos os meses do ano.
Vencimento:
Data de Vencimento: Último dia útil do mês de venci-
mento.
Corretagem Normal: 0,30%.
Corretagem Day

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0,07%.
Trade
Liquidez Mínima: 1 em 1 contrato.
Cálculo de Volume: Cotação x 30.000 x Nº de Contra-
tos.
Normal – 9.00 às 15:45 e After –
Horário Pregão 16:05 às 18:00.
Fonte: Opere futuros

55 |
Opere futuros | Leandro Paz

Aprenda os códigos:

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Fonte: Opere futuros

• Cada R$ 1,00 na cotação equivale a R$ 30,00 por contrato,


• A margem de Garantia é em torno de R$ 3.500,00 por contrato,
• O limite de oscilação diária é de 6,5% para cima ou para baixo,
• Praça de Referência é São Paulo-SP.

2.7.6 Dólar
Contrato futuro que deriva da moeda norte-americana e tem
como principal função no mercado futuro a de ajudar àqueles que
realizam operações atreladas ao dólar para poderem proteger- se
das oscilações de preço e garantir margens operacionais seguras.
Um dos mercados mais líquidos do mundo em volume de negocia-
ções diárias, superando em muitas vezes todo o volume do merca-
do à vista da Bovespa. Quem atua como importador ou exportador
deve com certeza dedicar-se a entender os mecanismos de prote-
ção deste contrato, que foi criado como ferramenta de auxílio eco-
nômico. Para aqueles que gostam de investir na moeda norte ame-

| 56
Opere futuros | Leandro Paz

ricana vale a pena fazer via mercado futuro, ressaltando que não há
liquidação física, ou seja, você não recebe ou entrega dólares físico.
Existem dois tipos de contratos:

oContrato “grande” cujo volume mínimo é de U$ 250.000,00 e


o contrato mini cujo volume é de U$ 10.000,00. O mini pode ser uti-
lizado por pessoas físicas que vão viajar ou que fizeram compras no
exterior e desejam proteger-se das oscilações da moeda. Digamos
que você pretenda viajar e quer garantir que o dólar não irá subir
até a data da viagem, basta ir no mercado futuro e comprar um mini
contrato, pois se o dólar subir você ganha a diferença no mercado
futuro, porém se cair você perde no mercado futuro, mas gastará
menos na viagem devido a queda da moeda. Nesta operação você
trava o preço do dólar para sua viagem, evitando assim surpresas

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desagradáveis.

Esse ativo possui movimentos de tendência bem definidos, uma


utilização de estratégia de média móveis (estratégia melhor exem-
plificada no decorrer da leitura) no gráfico diário sem alavancagem
financeira pode dar bons resultados.

Especificações do Dólar “Grande”:

Código: DOL
Reais por U$ 1000, com três casas
Cotação: decimais.
Unidade de U$ 50.000.
Negociação:
Meses de Todos os meses do ano.
Vencimento:
Data de Vencimento: Primeiro dia útil do mês de venci-
mento.

57 |
Opere futuros | Leandro Paz

0,20%, totalmente negocial com


Corretagem Normal: as corretoras.
Corretagem Day 0,10%, totalmente negociável
Trade com as corretoras.
Liquidez Mínima: 5 em 5 contratos.
Cálculo de Volume: Cotação x 50.000 x Nº de Contra-
tos.
Horário Pregão Normal – 9.00 às 18:00.
Fonte: Opere futuros

• Cada 1 real (confundem com 1 centavo) na cotação equivale a


R$ 500,00 por contrato,

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• A margem de Garantia é em torno de 30% do volume total,
• O limite de oscilação diária é de 6% para cima ou para baixo,
• O dólar de referência é o dólar PTAX.

Todas especificações técnicas:


http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/produtos/listados-a-vista-e-
-derivativos/moedas/futuro-de-taxa-de-cambio-de-reais-por-dolar-
-comercial.htm

Especificações mini-dólar:

Código: WDO
Reais por U$ 1000, com três casas
Cotação: decimais.
Unidade de U$ 10.000.
Negociação:
Meses de Todos os meses do ano.
Vencimento:

| 58
Opere futuros | Leandro Paz

Primeiro dia útil do mês de venci-


Data de Vencimento: mento.

Corretagem Normal: R$ 10,00, totalmente negocial


com as corretoras.
Corretagem Day R$ 5,00, totalmente negociável
Trade com as corretoras.
Liquidez Mínima: 1 em 1 contrato.
Cálculo de Volume: Cotação x 50.000 x Nº de Contra-
tos.
Horário Pregão Normal – 9.00 às 18:00.
Fonte: Opere futuros

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• Cada 1 real (confundem com 1 centavo) na cotação equivale a
R$ 100,00 por contrato,
• A margem de Garantia é em torno de 30% do volume total,
• O limite de oscilação diária é de 6% para cima ou para baixo,
• O dólar de referência é o dólar PTAX,
• Equivale a 20% de 1 contrato de Dólar “Grande”.

Todas especificações técnicas:

http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/produtos/listados-a-vis-
ta-e-derivativos/moedas/futuro-mini-de-taxa-de-cambio-de-reais-
-por-dolar-comercial.htm

2.7.7 Índice Futuro do Ibovespa


Contrato futuro derivativo do índice Bovespa, que é o índice das
ações mais negociadas no mercado à vista. Bastante utilizado por in-
vestidores que buscam volatilidade e alavancagem, pois possui boa
liquidez e movimentos rápidos, dando oportunidades de day trade

59 |
Opere futuros | Leandro Paz

(compra e venda no mesmo dia). Geralmente os operadores de ín-


dice futuros são os mais desgastados, pois as oscilações são rápidas
e notícias internacionais afetam diretamente esta oscilação. É acon-
selhável operar ele como uma ferramenta de proteção, pois quando
você quer proteger sua carteira de ações pode entrar vendido no
índice e caso o mercado caia, você estará protegido parcialmente.

A ligação direta com indicadores nacionais e internacionais faz


com que este ativo se torne vulnerável a qualquer instante, o que
muitas vezes faz com que suas oscilações acionem facilmente stops
(prejuízo). Existem duas modalidades de contrato futuro, o índice
“grande” e o míni-índice. A liquidez deste contrato futuro é muito
boa facilitando entradas e saídas com volume grandes. O contrato
grande e o mini-contrato possuem robôs (softwares que executam

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ordens automaticamente) que ficam sempre arbitrando e ajustando
as distorções entre eles.

Vejamos algumas especificações:

Código: IND
Pontos de índice, sendo cada R$
Cotação: 1,00 por contrato.
Meses de Venci- Meses pares.
mento:
Data de Vencimen- Quarta-feira mais próxima ao dia
to: 15 do mês de vencimento.
Corretagem Nor- 0,25%, totalmente negocial com as
mal: corretoras.
Corretagem Day 0,15%, totalmente negociável com
Trade as corretoras.
Liquidez Mínima: 5 em 5 contratos.
Fonte: Opere futuros

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Opere futuros | Leandro Paz

• Cada 100 pontos na cotação equivalem a R$ 100,00 por contrato,


• A margem de Garantia é em torno de 30% do volume total,
• O limite de oscilação diária é de 10%,
• A referência é o IBOVESPA + TX de juros do período.

Todas especificações técnicas no link:

http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/produtos/listados-a-vista-e-
-derivativos/renda-variavel/futuro-de-ibovespa.htm

Especificações mini-índice:

Código: WIN

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Pontos de índice, sendo cada R$
Cotação:
0,20 por contrato.
Meses de Venci-
Meses pares.
mento:
Data de Vencimen- Quarta-feira mais próxima ao dia
to: 15 do mês de vencimento.
Corretagem Nor- R$10,00, totalmente negocial com
mal: as corretoras.
Corretagem Day R$6,00, totalmente negociável com
Trade as corretoras.
Liquidez Mínima: 1 em 1 contrato.
Fonte: Opere futuros

• Cada 100 pontos na cotação equivalem a R$ 20,00 por contrato,


• A margem de Garantia é em torno de R$ 3.500,00,
• O limite de oscilação diária é de 10%,
• A referência é o IBOVESPA + TX de juros do período,
• Equivale a 20% do Índice “grande”.

61 |
Opere futuros | Leandro Paz

Todas especificações técnicas no link:

http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/produtos/listados-a-vis-
ta-e-derivativos/renda-variavel/futuro-mini-de-ibovespa.htm

2.8 Principais Bolsas de Mercados Futuros do


Mundo
Algumas commodities possuem um volume maior de negocia-
ções em determinada Bolsa Internacional, que é o caso do café (NY-
BOT - ICE), milho (CBOT), Soja (CBOT) e outras. Essas bolsas servem
de referência para diversas bolsas pelo mundo, onde algumas pos-
suem grande correlação na variação de preços e geram oportunida-
des de uma operação chamada de “Arbitragem”, que veremos mais

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adiante. Nossa soja tem correlação com a soja negociada em CBOT,
nosso café tem correlação com o café negociado em NYBOT (ICE),
nosso índice futuro tem correlação com Dow Jones e S&P e assim
ocorrem em outros contratos.

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Veja algumas das principais bolsas de futuros do mundo:

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Fonte: Dalian Commodity Exchenge

Nesta tabela fica bem clara a importância de nossa bolsa no cená-


rio internacional, porém há muito ainda a ser desenvolvido, tendo
em vista que poucos tem acesso ao conhecimento e funcionamen-
to dos mercados.

No gráfico a seguir é possível ver as 20 maiores bolsas em capi-


talização de mercado, nossa BM&F ocupa a 20º posição:

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Fonte: stockstotrade.com
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Observe o potencial de nosso mercado de commodities no grá-


fico a seguir:

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Ao observarmos quais são os principais contratos futuros ne-
gociados no mundo, fica notório um potencial de crescimento do
mercado agrícola no Brasil de pelo menos 12 vezes.

- Principais Bolsas:

Cidade de Chicago nos Estados Unidos


http://www.cmegroup.com/

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Cidade de Nova Iorque nos Estados Unidos


http://www.theice.com

Cidade de Nova Iorque nos Estados Unidos


http://www.cmegroup.com/

Cidade de Cingapura na Malásia


http://www.bursamalaysia.com

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Na cidade de Rosário na Argentina
http://www.bcr.com.ar

Na cidade de Tóquio no Japão


http://www.tge.or.jp

Cidade de Mumbai na Índia


http://www.mcxindia.com/

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Nordeste da China
http://www.dce.com.cn

Cidade de Londres na Inglaterra


http://www.balticexchange.com/

Cidade de Tóquio no Japão

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http://www.tocom.or.jp/

São diversas Bolsas pelo mundo e a nossa ocupa boa posição do


ranking, mas ao analisarmos que somos um dos maiores produtores
de commodities do mundo, fica claro que ainda temos muito para
crescer.

2.9 Como operar mercados futuros nos


Estados Unidos
O procedimento para abertura de conta para operações em
CBOT

– Bolsa de Chicago, por exemplo, é muito simples. Você deve


primeiramente encontrar uma corretora correspondente para ope-
rações em CBOT. O processo é facilitado se você tiver o contato de
um operador brasileiro que atue por lá, algumas corretoras no Brasil
possuem parceiros para operações internacionais e podem auxiliar

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bastante no processo. Para abertura há o preenchimento de um ca-


dastro com informações básicas de residência, perfil, patrimônio,
experiência de mercado. Também deve-se preencher um documen-
to para solicitar que a cobrança de impostos no caso de lucro seja
recolhida no Brasil. Não esquecendo dos clássicos comprovantes de
residência e identidade. A remessa de dinheiro é feita via banco cor-
respondente e o corretor auxilia no processo de envio do capital.
Grande parte das corretoras internacionais fornece plataforma para
que as operações sejam feitas pelo próprio cliente e não cobram
custo adicional pela mesma, porém é bom realizar um treinamento
antes de começar a operar para evitar erros que podem vir a custar
caro. Os contratos futuros geralmente são maiores que os que es-
tamos acostumados na BM&F, porém, lá existem os minicontratos

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que possuem ótima liquidez.

2.10 Especificações Contratos Futuros


Internacionais
Quem investe em commodities no Brasil, no exterior costuma
utilizar principalmente bolsas de futuros americanos. Quem deseja
profissionalizar suas operações e obter ganhos financeiros com uma
boa gestão de risco/retorno, precisa principalmente se especializar
na arbitragem entre commodities e análise técnica, pois mercado
americano é extremamente técnico (gráfico).

Essa é uma modalidade muito rentável, que parece complexa,


porém não é tão complexa, sendo que gera oportunidades de day
trade e de posições de prazos maiores também. Vejamos como fun-
cionam alguns dos contratos de commodities mais negociados nos
Estados unidos:

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2.10.1 Café (Financeiro) – NYBOT (ICE) em Nova Iorque


Também com base no café arábica, tendo um padrão de quali-
dade referenciado no café colombiano, que é considerado um dos
melhores cafés do mundo. Tem-se correlação de mais de 90% com o
café arábica negociado na BM&F, ou seja, há uma oscilação bastante
semelhante entre o café BM&F e NYBOT (ICE). Há algumas diferen-
ciações no tamanho do contrato, em que o contrato americano é
em libra peso, sendo que uma libra equivale a 453 gramas. Um con-
trato de café em NYBOT (ICE) equivale a quase 3 (2,83) contratos de
café na BM&F, por isso é sempre realizada a conversão na proporção
para operações de arbitragem.

KT na NYBOT (muda conforme


Código: plataforma).

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Cotação: Dólares por libra peso.
Meses de Venci- Março, Maio, Julho, Setembro e
mento: Dezembro.
Data de Venci- Sexto dia útil anterior ao último dia
mento: do mês de vencimento.
Liquidez Mínima: 1 em 1 contrato.
Custos operacionais nos EUA são
Corretagem: bem mais baixos.
Cálculo de Volume: Cotação U$ x 37.500 X Nº Contra-
tos
Fonte: Opere futuros

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Veja os códigos de vencimento:

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Fonte: Opere futuros

Para consultar as especificações do contrato está disponível no


site da CME Group:

http://www.cmegroup.com/trading/agricultural/softs/coffee_contract_specifications.html

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2.10.2 Milho – CBOT (CME GROUP) em Chicago


Sem dúvidas este é um dos contratos de commodities mais ne-
gociados do mundo, as grandes empresas o utilizam para proteger-
se das oscilações de preços. O mercado americano utiliza o milho
para fabricação de biocombustível, porém o processo é mais caro
que o biocombustível à base de cana-de-açúcar, e somente se man-
tém graças ao incentivo que o governo americano dá aos produto-
res. Como grande parte da produção de milho no Brasil é utilizada
no mercado interno, principalmente na alimentação de animais fa-
zendo com que a correlação com o contrato de CBOT não seja tão
grande, porém, obviamente exerce um pouco de influência devido
à globalização das commodities.

A medida utilizada para o contrato de milho em CBOT é através

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de Bushel, que equivale a pouco menos da metade de uma saca do
contrato brasileiro, que é de 60kg sendo que 1 bushel representa
27,3 kg. Um contrato de milho CBOT equivale a 127 toneladas e por
consequente 4,7 contratos de milho BM&F (27 toneladas). Existe
a modalidade de minicontratos, sendo que 1 mini CBOT é quase 1
contrato BM&F.

Estes comparativos reforçam o potencial do mercado brasilei-


ro, onde os contratos além de serem bem menores, são menos ne-
gociados em quantidade também, vale ressaltar que somos um dos
maiores países produtores de milho no mundo, tendo em vista que
os contratos futuros são ferramentas utilizadas a fim de atender as
necessidades dos produtores e indústrias de um determinado país.
Cabe relembrar que o período de safra e entressafra entre Estados
Unidos e Brasil são distintos, o que faz com que ocorram algumas
diferenças em alguns meses de vencimento futuros.

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Veja as especificações do contrato:

Código: C
Cotação: Centavos de Dólar por buschel.
Meses de Venci- Março(H), Maio(K), Julho(N), Set(U)
mento: e Dez(Z).
Data de Vencimen- Próximo ao dia 15 do mês de ven-
to: cimento.
Liquidez Mínima: 1 em 1 contrato.
Custos operacionais nos EUA são
Corretagem: bem mais baixos.
Cálculo de Volume: Cotação U$ x 5.000 X Nº Contratos
Unidade de Nego- 5.000 Buschels (127 toneladas).

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ciação:
Fonte: Opere futuros

Veja os códigos de vencimento:

Fonte: Própria

Para consultar as especificações do contrato está disponí-


vel no site da CME Grup ou pela tag:

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https://www.cmegroup.com/trading/why-futures/welcome-to-corn-futures.html

2.10.3 Soja – CBOT em Chicago


Contrato futuro com excelente liquidez, sendo um dos mais ne-
gociados do mundo. As maiores empresas e produtores do setor
negociam em CBOT, porque quando se faz necessário operar vo-

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lumes maiores não há escapatória, deve-se recorrer a CBOT, pois o
contrato futuro de soja na BM&F ainda está se desenvolvendo e aos
poucos ganhando mais negócios. A Soja na BM&F agora não possui
mais liquidação física, apenas financeira, isso geralmente melhora o
volume de negócios e faz com que logo possamos ter um mercado
mais forte, porém a CBOT ainda se mostra como a principal bolsa
para se negociar soja. Agora temos a opção do minicontrato de soja
CBOT na BM&F, que tem correlação com a de Chicago.

Veja as especificações do contrato:

Código: S
Cotação: Centavos de Dólar por buschel.
Meses de Venci- Jan(F) Março(H), Maio(K), Julho(N),
mento: Agosto(Q), Set(U) e Dez(Z).
Data de Vencimen- Próximo ao dia 15 do mês de ven-
to: cimento.
Liquidez Mínima: 1 em 1 contrato.

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Opere futuros | Leandro Paz

Custos operacionais nos EUA são


Corretagem: bem mais baixos.
Cotação U$ x 5.000 X Nº Contra-
Cálculo de Volume: tos
Unidade de Nego- 5.000 Buschels (136 Toneladas
ciação: métricas).
Fonte: Opere futuros

Veja os códigos de vencimento:

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Fonte: Opere futuros

As especificações do contrato estão disponíveis no site ou


pela tag:

https://www.cmegroup.com/trading/why-futures/welcome-to-soybean-futures.html

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2.10.4 Petróleo – NYMEX (CME GROUP) Nova Iorque


Produto com entrega física sendo o contrato futuro mais nego-
ciado do mundo, com uma liquidez enorme. Serve como balizador
universal de preços, onde faz com que tudo que deriva da commo-
dity tenha cotação atrelada ao preço no mercado futuro. A entrega
física pode ser feita na cidade de Cushing, Oklahoma nos Estados
Unidos, onde cada contrato equivale a 1000 barris de Petróleo e
cada barril equivale aproximadamente a 159 litros.

É o ativo mais volátil do mundo, ou seja, onde os preços mais


oscilam rapidamente, por isso muitos investidores internacionais
optam por operar este ativo. Alavancagem, boa liquidez e volatili-
dade são todos os atrativos que um investidor precisa para operar.

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Veja as especificações do contrato:

Código: C
Cotação: Dólares por barril.
Meses de Todos os meses do ano.
Vencimento:
Horário de Praticamente 24 horas de Domin-
Negociação: go à Sexta.
Liquidez Mínima: 1 em 1 contrato.
Custos operacionais nos EUA são
Corretagem: bem mais baixos.
Cotação U$ x 1.000 X Nº Contra-
Cálculo de Volume: tos
Unidade de 1.000 Barris.
Negociação:
Fonte: Opere futuros

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Opere futuros | Leandro Paz

Veja os códigos de vencimento:

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Fonte: Opere futuros

Para especificações técnicas segue o link e tag:

http://www.cmegroup.com/trading/energy/crude-oil/light-sweet-crude_learn_more.html

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CAPÍTULO 3

CONCEITOS DAS
OPERAÇÕES

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Existem muitas outras maneiras de se operar no mercado fu-
turo além de apenas comprar e esperar subir, porém antes de qual-
quer coisa deve-se saber qual o seu objetivo no mercado. Se você é
produtor deve buscar conhecimento sobre como se proteger das
oscilações de preços e quais ferramentas buscar para isso. Se você
é investidor e quer obter ganhos deve buscar aprender as melhores
ferramentas para auxílio na tomada de decisões de compra, venda,
spreads, etc. O mercado possui os mais variados participantes, onde
cada um tem seus objetivos ao adentrar no mesmo. Você precisa
estar consciente de qual é o seu, e aperfeiçoar-se.

3.1 Operar comprado


Estar comprado não é apenas ter comprado um ativo, é es-
tar otimista em relação aquele ativo, ao mercado ou até mesmo a
economia como um todo. Estar comprado significa que você está
acreditando na alta dos preços e por isso está atuando na ponta
compradora. Também é comum utilizar a palavra “altista”, quan-
do se acredita na alta dos preços ou o termo em inglês “bullish”. O

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Opere futuros | Leandro Paz

mercado de capitais possui dois personagens que representam as


forças compradoras e vendedoras: no caso da força compradora
é o touro (Bull), que faz um movimento com a cabeça para cima,
simbolizando a alta dos preços.

Touro de Wall Street em Nova Iorque

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Fonte: Site octavioqueiroz.com.br

O touro de Wall Street em Nova Iorque é um dos símbolos


mais marcantes. A escultura é feita em bronze e pesa 3,2 tone-
ladas, foi eculpida e doada pelo talentoso artista italiano natura-
lizado americano Arturo Di Modica que bancou com seu próprio
dinheiro a construção, na época em torno de 400 mil dólares. O
artista doou a escultura, pois dizia simbolizar a enorme vitalidade
econômica de Nova Iorque. Diversos turistas visitam a escultura e
passam a mão em suas partes, pois há crença de que tal procedi-
mento trará sorte.

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- Vejamos o exemplo de uma operação de compra:

Dias 15/06 – Comprou 1 BGIV18 (contrato boi gordo) a R$


140,00.

Dia 17/06 – Vendeu 1 BGIV18 (contrato boi gordo) a R$ 141,00.

Resultado: R$ 1,00 x 330 (arrobas) = Lucro Bruto de R$ 330,00


(sem custos operacionais e impostos).

3.2 Operar Vendido


Para muitos essa operação é bastante desconhecida, mas no
Brasil passou a popularizar-se na crise de 2008, quando muito inves-

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tidores buscaram ferramentas para amenizar os prejuízos ocasiona-
dos com as quedas bruscas.

Como posso vender algo que não possuo? Como posso ganhar
dinheiro com isto?

É muito simples: Caso sua análise identifique que o mercado


tenha potencial de alta dos preços, você compra um determinado
ativo para vender futuramente com maior preço e assim lucrar com
esta diferença. Em contrapartida, se sua análise identifica que possa
ocorrer uma queda nos preços, também é possível se obter ganhos.
Basta vender um ativo tendo como objetivo futuramente recomprá-
-lo mais barato e lucrar com essa diferença. O processo é o mesmo
da compra, apenas a ordem dos fatores é inversa. No mercado de
ações, caso você opere vendido, existe o BTC – Banco de Títulos e
Custódia, onde os investidores que estão comprados em ativos dis-
ponibilizam suas ações para aluguel e em troca disto recebem uma
taxa pelo período que a mesma for alugada. Se você deseja operar
vendido, basta alugar essas ações, vendê-las, e quando for encerrar
sua operação você recompra a ação e a devolve para aquele que alu-
gou a você. Mas não se assuste, pois todo esse complexo processo é

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Opere futuros | Leandro Paz

eletrônico e automatizado. Cabe ressaltar que se você entrar vendi-


do e zerar a operação no mesmo dia, não se faz necessário o aluguel
da ação, apenas haverá o ajuste financeiro em sua conta. Quando
você efetua a venda de uma ação recebe um crédito em sua conta,
isso ajuda muitas vezes a fazer caixa, porém as corretoras, como me-
dida de segurança, deixam um percentual retido como garantia da
operação. No mercado futuro o processo de entrar vendido é bem
mais simples, pois não é necessário BTC e aluguel de ações, basta
simplesmente vender. A diferença é que não entrará crédito na sua
conta como no caso das nas ações, mas haverá a chamada de mar-
gem, assim como ocorre com quem compra no mercado futuro. O
símbolo dos vendidos é o Urso (Bear), que faz um movimento com
sua pata para baixo, simbolizando a força vendedora. Seu símbolo

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localiza-se na bolsa de Frankfurt na Alemanha.

Veja um exemplo de uma operação na venda no mercado de boi


gordo, seu funcionamento é bastante simples, apenas os fatores
são invertidos, onde você vende com o intuito de recomprar mais
barato:

Exemplo de uma operação de venda:

Dias 08/08 – Vendeu 1 BGIV18 (contrato boi gordo) a R$ 145,00.

Dia 11/08 – Comprou 1 BGIV18 (contrato boi gordo) a R$ 142,00.

Resultado: R$ 3,00 x 330 (arrobas) = Lucro Bruto R$ 990,00


(sem custos operacionais e impostos).

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Opere futuros | Leandro Paz

Urso na bolsa de valores da Alemanha

Fonte: Site mycitymate.com

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3.3 Spread
É considerada uma das melhores oportunidades do mercado
futuro. Essa operação busca identificar distorções entre os venci-
mentos de determinados ativos e assim ganhar com a correção da
mesma. O boi no mercado futuro possui vencimentos mensais, ou
seja, boi janeiro, boi fevereiro e assim por diante. Algumas vezes
um determinado vencimento sofre uma brusca oscilação e distorce
em relação aos demais vencimentos, essa é a oportunidade para se
entrar na operação. Exemplo: Um grande frigorífico decide encerrar
suas posições compradas no vencimento outubro, mas como seu
volume é grande acaba por derrubar os preços, assustando os inves-
tidores desse vencimento.

Enquanto a grande maioria se assusta, você deve vislumbrar


a oportunidade, comprando este vencimento e vendendo o venci-
mento novembro, acreditando que logo o mercado irá ajustar a di-
ferença normal entre os dois. Porém para essa tomada de decisão é
importante uma minuciosa análise antes da operação.

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Opere futuros | Leandro Paz

Você deve analisar o gráfico da diferença destes dois ativos.


Para essa comparação é interessante utilizar o gráfico de linhas.
Nem todos possuem acesso a esse gráfico, mas nada impede de
conseguirmos as mesmas informações no bom e velho Excel. Ob-
serve no gráfico abaixo que temos o gráfico de linhas comparando
os dois ativos, o gráfico da diferença entre os dois ativos, o resumo
do spread (informações importantes) e a curva das ocorrências. O
gráfico das ocorrências nos mostra quantas vezes a diferença atual
já ocorreu, pois quanto menos vezes ela tenha ocorrido, mais inte-
ressante está a operação. A Bolsa também fornece relatórios em
Excel, onde são colocados os comparativos entres os vencimentos.

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Caso você não possua uma plataforma que disponibilize todas
as informações prontas, basta seguir os passos a seguir.

1º Passo: Para buscar dados históricos entre os dois ativos, o


ideal é pegar a série desde quando ambos passaram a ter um bom
volume de negócios. Isso é particular de cada um, pode ser 2 meses,
5 meses ou mais.

Depois, organize as informações em colunas no Excel e crie


uma coluna da diferença entre eles.

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Opere futuros | Leandro Paz

DIA BGIV BGIX Diferença


1 140,00 142,00 2,00
2 140,50 142,50 2,00
3 140,50 143,00 2,50
4 140,50 142,50 2,00
5 139,00 141,00 2,00
6 139,00 140,50 1,50
BGIV seria o contrato futuro de boi gordo vencimento outubro.
BGIX seria o contrato futuro de boi gordo vencimento novembro.

2º Passo: Calcule a média da coluna da diferença. Há uma cren-

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ça no mercado que diz que tudo sempre retorna a média. A lógica
do spread nada mais é do que isto, aproveitar uma distorção e reali-
zar o lucro quando ela voltar à normalidade, ou seja, média.

Fonte: Excel

No exemplo que citamos a média é 2,00.

| 84
Opere futuros | Leandro Paz

3º Passo: Calcular o Desvio Padrão. Esse nome assusta alguns,


mas em contrapartida é um dos maiores amigos do investidor, sen-
do bastante simples de calcular no Excel. Basta clicar em inserir fun-
ção DESVPAD, para calcular você deve selecionar a coluna da dife-
rença e será assim gerado o desvio padrão dessa diferença.

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Fonte: Excel

No exemplo que citamos o desvio padrão é 0,32.

4º Passo: Agora que já se sabe a diferença média e o seu respec-


tivo desvio padrão, deve-se verificar se o mercado desviou mais que o
padrão fazendo um cálculo muito simples:

Média + (mais) Desvio Padrão = Oportunidade de Venda de Spread

Média – (menos) Desvio padrão = Oportunidade de Compra de


Spread

Vejamos o exemplo:

Média (2,00) + Desvio Padrão (0,32) = 2,32. Quando a diferença


entre o vencimento V e X for maior que 2,32 é uma excelente opor-

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Opere futuros | Leandro Paz

tunidade de entrada vendendo BGIX e comprando BGIV, zerando


quando voltarem para a média 2,00. Tendo o potencial de lucro na
operação de 0,32.

Média (2,00) - Desvio Padrão (0,32) = 1,68. Quando a diferença


entre o vencimento V e X for menor que 1,68 é uma excelente opor-
tunidade de entrada vendendo BGIV e comprando BGIX, zerando
quando voltarem para a média 2,00. Potencial de lucro da operação.

Considerações Importantes: Depois de muitas operações, ti-


rei alguns ensinamentos. O complicado disto é que alguns destes
ensina- mentos são embasados em operações que custaram dinhei-
ro, e como diz o ditado: “aprender com o erro dos outros é mais
barato”.

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• Sempre avalie bem a liquidez (negócios) dos vencimentos que-
você entrará, principalmente se for entrar com volume alto.
• Faça uma comparação sobre como esse spread se comportou
no mesmo período nos anos anteriores, pois há períodos em
que é normal ocorrer distorções. Ideal olhar de 3 a 5 anos ante-
riores.
• Evite operar vendido em vencimentos de entressafra e compra-
do em vencimentos de safra. Caso faça isto, opere o mais curto
possível. Na safra ocorre a entrada da commodity no mercado,
o que tende a aumentar a oferta e derrubar os preços, porém
na entressafra ocorre a falta da commodity o que tende a au-
mentar os preços.
• Defina seu prejuízo na operação e caso acione o seu stop (pre-
juízo) no fechamento do dia, não persista na operação, acione
o stop, pois um spread quando desanda pode não voltar mais.
A disciplina de saber sempre assumir um prejuízo é um dos fa-
tores que aumenta consideravelmente o sucesso de um investi-
dor no longo prazo.

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Opere futuros | Leandro Paz

• Evite manter a operação até muito próximo do vencimento em


contratos que possuem entrega física, como é o caso do café,
pois geralmente nestes períodos o mercado faz movimentos
difíceis de prever.
• Se a operação não andar como você esperava, evite a tentação
de zerar uma das pontas e continuar somente comprado ou ven-
dido.
• Não se alavanque muito.
• Se você possui ativos de longo prazo em sua carteira, utilize os-
mesmos como garantia e remunere sua carteira com operações
de spread, mas tome cuidado na alavancagem. Use para remu-
nerar ações, CDB, Tesouro Direto e outras garantias.
• Evite trabalhar as pontas separadamente, quando entrar ou sair

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da operação execute as duas pontas simultaneamente. É possí-
vel administrar as duas pontas, mas faça isto somente quando
possuir mais tempo de experiência.
• Dê preferência para esta operação para os contratos com liqui-
dação financeira e não física, pois quando há liquidação física
pode haver algum tipo de manipulação por parte de quem pos-
sui a mercadoria.
• Conforme se ganha experiência é possível balancear algumas
pontas com mais ou menos lotes que as outra, mas isto requer
ainda mais experiência, pois busca-se aliar viés e leitura de book
na operação, o que a torna mais complexa e exija mais do ope-
rador.
• Ideal é aliar fundamento e estatística na operação, pois assim se
torna uma operação mais “segura”. Quando você operar contra
o fundamento, mas buscando pegar uma distorção, esta opera-
ção deve ser de curto prazo, pois ela pode continuar indo con-
tra, porque este é o fundamento dela. Exemplo: no milho te-
mos um spread interessante, CCMH(março) com CCMK(maio),
sendo que no mês de maio tem mais milho disponível no mer-

87 |
Opere futuros | Leandro Paz

cado porque é o auge da safra de verão, então é interessante


operar vendido no K e comprado no H o mais perto possível de
R$ 0,00 de diferença entres eles, isto é, operar pelo fundamen-
to. Porém se a relação abrir para 1,50 bruscamente você pode
comprar o K e vender o H, mas deve ser operação rápida, pois a
diferença poderá aumentar mais e ir a favor do fundamento. Já
se você montar ela com R$ 0,10 comprando o H e vendendo o
K, como está a favor do fundamento e estatística pode manter
posição mais longa, caso não haja nenhum fator atípico como
quebra de safra etc.

3.4 O que é Hedge?


São operações com a finalidade de proteção, Hedge vem do in-

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glês cerca, ou seja, proteção. É uma posição oposta àquela que se
possui no mercado físico, ou seja, um produtor de milho precisa se
proteger da queda nos preços, sendo assim assume posição ven-
dida no mercado futuro, como se estivesse já vendendo sua safra
antecipadamente. Cabe ressaltar que o principal intuito da bolsa de
futuros é auxiliar os participantes a protegerem-se das variações de
preço e sazonalidade, onde o preço cai na safra e sobe na entres-
safra. Estas variações fazem com que o produtor fique exposto a
diversas variáveis e o hedge busca sanar este problema, pois o hed-
ger define um preço de venda e já consegue provisionar melhor sua
margem de lucro.

Vejamos um exemplo:

Em meados de Setembro o produtor verifica que o milho maio


(K) está sendo negociado a R$ 30,00/saca na BM&F, sabendo que
seu custo de produção é de R$ 20,00/saca, o mesmo resolve garan-
tir a margem de R$ 10,00/saca de lucro antecipadamente, pois até
lá ele não sabe como o mercado irá se comportar. Vamos imaginar
um cenário de alta e um de baixa:

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Opere futuros | Leandro Paz

Cenário 1 - ALTA: Em maio o milho está R$ 40,00 na bolsa.


O produtor tem débito de R$ 10,00/saca na BM&F, mas ganha R$
10,00 no mercado físico.

Preço Hedge na BM&F: R$ 30,00

Preço em maio: R$ 40,00

Produtor paga ajuste de R$ 10,00/saca, porém vende seu mi-


lho no mercado físico por R$ 40,00, ou seja, garantiu os R$ 30,00/
saca. Resumidamente o que ele perdeu na BM&F foi compensado

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no mercado físico devido à valorização da saca, ou seja, operação de
proteção, onde o produtor consegue prever seu ganho ao montar
a operação.

Cenário 2 - BAIXA: Em maio o milho está R$ 20,00. O produtor


recebe crédito de R$ 10,00/saca na BM&F, mas perde R$ 10,00 no
mercado físico.

Preço Hedge na BM&F: R$ 30,00

Preço em maio: R$ 20,00

Produtor recebe ajuste de R$ 10,00/saca, porém vende seu mi-


lho no mercado físico por R$ 20,00, ou seja, garantiu os R$ 30,00/
saca.

Resumidamente o ganho obtido na BM&F compensa a perda


com a desvalorização da saca no mercado físico, ou seja, operação
de proteção. A modalidade de hedge com contrato futuro exige de-

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Opere futuros | Leandro Paz

pósito de margem de garantia e pagamento de ajuste diário, caso


o preço na bolsa vá contra a posição. Claro que os débitos na bolsa
são geralmente compensados com o preço no físico, mas estes ajus-
tes diários contra (débito) incomodam os participantes, por isto é
interessante se aprimorar no hedge com opções.

- O objetivo do Hedge não é obter lucro, mas sim travar o preço.

Aquele Hedger que deseja garantir um preço mínimo ou máxi-


mo e mesmo assim ganhar com alta ou baixa, não tendo ajuste di-
ário e depósito de margem de garantia, deve realizar o Hedge com
opção de compra (call) ou opção de venda (put). Essa é a melhor mo-
dalidade para se fazer hedge, pois protege de um cenário adverso,
tem prejuízo limitado, que é o custo da opção, e caso o mercado vá

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a favor pode obter lucros. No próximo capítulo será descrito como
funciona essa operação com opções.

3.4.1 Hedge de Compra


Realizado por aqueles que se comprometeram a entregar uma
mercadoria numa data futura e estão preocupados que o preço no
mercado físico possa subir nesse ínterim. Geralmente utilizado pela
parte da cadeia produtiva que utiliza as commodities como matéria
prima para produção ou até mesmo para consumo. Uma indústria
que fabrica óleo de soja necessita da soja como matéria prima e
este é um de seus maiores custos, por isso ela precisa ter alguma
ferramenta para se proteger de uma alta no preço da sua matéria
prima, assim como um frigorífico tem o boi gordo como matéria pri-
ma e necessita de uma ferramenta para se proteger de uma alta no
preço de sua matéria prima. Essas empresas buscam a ferramenta
de hedge no mercado futuro, pois assim conseguem proteger suas
margens de lucro. Por incrível que pareça muitas empresas gigantes
não dominam esta ferramenta, e em anos que o preço de seu insu-
mo sobe forte acabam tendo muitos problemas e grandes prejuízos.
Atualmente as empresas mais desenvolvidas possuem uma equipe

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Opere futuros | Leandro Paz

somente para administrar as operações de hedge, pois isto faz toda


diferença na gestão e lucratividade do negócio.

3.4.2 Hedge de Venda


Realizado por aqueles que produzem, armazenam, processam
ou distribuem uma commodity e seriam profundamente afetados
se os preços no mercado físico declinassem. Essa é a parte da cadeia
produtiva que possui a produção e caso o preço caia poderá ter sua
margem de lucro comprometida. Um produtor de milho possui cus-
tos ao realizar o plantio, porém até a colheita decorrem alguns me-
ses e diversas variáveis podem fazer o preço do milho cair, fazendo
com que o preço na colheita comprometa sua margem e o produtor
tenha que vendê-la no prejuízo. Por isso o mercado futuro é uma

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alternativa na época do plantio, pois consegue-se estipular o preço
de venda e garantir esta margem de lucro antecipadamente.

3.5 Participantes do Mercado Futuro:


Quem eu sou
Cada um que deseja atuar no mercado futuro tem seu interes-
se, investir, especular, proteger-se, operar no curto prazo, operar no
médio prazo ou longo prazo.

Basicamente existem dois perfis principais o Hedger e o Especu-


lador.

Hedger: É aquele que faz uma proteção financeira para minimi-


zar um investimento de risco durante um determinado período. Um
“hedge” perfeito é aquele que elimina a possibilidade de ganhos
ou perdas futuras definindo a margem de lucro antecipadamente.
São participantes envolvidos na cadeia produtiva que necessitam do
mercado futuro apenas como ferramenta de proteção.

91 |
Opere futuros | Leandro Paz

Especulador: É aquele que compra ou vende um determinado


ativo com o único objetivo de obter lucro, aceitando o risco que o
“hedger“ evita. Justamente por isso, ele é o agente que dá liquidez
aos mercados e os torna mais eficientes devido a sua atuação nos
preços. A atuação dos especuladores é essencial para que um mer-
cado tenha liquidez e se torne eficiente para todos os participantes.
Acredita-se que os especuladores começaram a atuar mais signifi-
cativamente na época da Guerra Civil Americana (1860). A padro-
nização dos contratos futuros e a criação dos sistemas eletrônicos
fizeram com que o volume aumentasse consideravelmente. Existem
diferentes tipos de especula- dores. Conheça alguns deles:

- Trader de Posição: Opera com base nos estudos de funda-


mentos econômicos, de safras e entressafras, clima e faz análises de

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médio ou longo prazo. Geralmente compra e fica posicionado.

- Day Trader: Opera no curto prazo abrindo e fechando po-


sições no mesmo dia ou abrindo posição no after e fechando no dia
seguinte, o que diminui o custo operacional e é considerado “day tra-
de”. Geral- mente suas operações são baseadas em análises gráficas
e de leitura de book (tape Reading).

- Scalper: Opera em curtíssimo prazo, fundamentalmente gra-


fista e leitor de fluxo de ordens (tape Reading). Possui baixíssimo cus-
to operacional e a menor variação que seja já lhe rende lucro. Busca
ganhar pouco com volumes maiores e efetua grande número de ope-
rações.

- Spreader/Arbitrador: Opera a relação entre preços, bom conhe-


cedor dos fundamentos e da estatística do mercado juntamente com
análise técnica e estatística. Opera diferenças entre vencimentos do
mesmo contrato, entre commodities e entre bolsas de diferentes paí-
ses.*

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Opere futuros | Leandro Paz

Veja um gráfico dos participantes em cada commodity:

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Fonte: BM&F Bovespa

Investidor Financeiro: São geralmente bancos e fundos. Investi-


dor Não Residente: São estrangeiros.

Pessoa Jurídica Não Financeira: São geralmente Hedger (indús-


tria, frigorífico).

Pessoa Física: São hedgers produtores e especuladores.

“Sou trader de posição, spreader/arbitrador, busco através de estu-


dos de fundamentos, estatísticas e gráficos montar posição de médio
prazo no mercado futuro. Utilizo tape reading e gráficos para minhas
tomadas de decisão de curto prazo.”

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Opere futuros | Leandro Paz

3.6 Risco de Base


Todo o contrato futuro agrícola na BM&F (B3) possui uma praça
de referência de preços, onde a grande maioria dos contratos no
seu vencimento se iguala ao preço do mercado físico da commodi-
ty agrícola. Atualmente o instituto responsável pelo levantamento
dos preços das praças de referência da BM&F é a Escola Superior
de Agricultura Luis de Queiroz – ESALQ. Geralmente no preço dos
contratos futuros com liquidação financeira são utilizadas as médias
de preços dos últimos 5 ou 3 dias do mercado físico, ou seja, físico
e futuro se igualam no vencimento. O Brasil tem um grande ter-
ritório, logo, não se pode concentrar toda a produção em apenas
uma praça, e é nisto que entra o risco de base, pois a soja no Mato
Grosso tem preço diferente da soja em Paranaguá, e esta diferença

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costuma oscilar no decorrer do ano. Em determinadas épocas pode
chegar a U$3,00 ou U$ 4,00. Esta é a definição do risco de base. Ba-
sicamente é a diferença da praça onde localiza-se o produtor para a
praça de referência da bolsa. O justo seria essa diferença ser o custo
do frete de deslocamento até a praça de referência, mas como o
mercado brasileiro ainda tem muito que se aperfeiçoar, essa dife-
rença oscila no decorrer do ano, dando até mesmo oportunidade de
se arbitrar no mercado físico.

Como um produtor deveria pensar? Deve verificar o preço fu-


turo na Bolsa, fazer o levantamento médio da diferença entre sua
região e a praça referência, e com base nisso calcular seu preço de
hedge. Veja o exemplo abaixo:

O produtor verifica que a Soja Maio na BM&F está sendo nego-


ciada a U$ 30,00, sendo assim realiza um levantamento da diferença
histórica entre sua região e Paranaguá (praça referência BM&F) e
verifica que sua praça costuma estar em média U$ 3,00 abaixo de
Paranaguá, ou seja, na verdade se ele travar no mercado futuro a U$
30,00 estará travando sua soja a U$ 27,00, pois sua praça costuma

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Opere futuros | Leandro Paz

estar U$ 3,00 abaixo de Paranaguá. Se em maio esta diferença esti-


ver U$ 5,00 ou U$ 1,00, essa oscilação é o risco de base, ou seja, se-
ria o risco do produtor que realiza o hedge. Estas distorções geram
oportunidades de negócios também no mercado físico. Vejamos
um breve exemplo: Se você encontra um comprador em uma região
que paga U$ 33,00/saca e em outra região tem alguém vendendo a
U$ 29,00/saca e o custo do frete de uma praça a outra é de U$ 1,50/
saca, seu custo para entregar será de U$ 30,50 e terá um lucro de
U$ 2,50/saca.

A concepção básica por trás do hedge

Hedgear é trocar o risco de mercado (direcional) pelo risco de


base (diferença entre os preços no mercado físico e futuro). Melhor

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explicando, o produtor define sua margem de lucro, porém a dife-
rença do preço da sua praça para a praça de referência passa a ser o
seu risco no hedge.

Praças de Referência:

Café Arábica – São Paulo - SP

Milho – Campinas – SP

Boi Gordo – Araçatuba – SP

Soja – Paranaguá – PR

Etanol – São Paulo - SP

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Opere futuros | Leandro Paz

3.7 ESALQ
A Escola Superior de Agricultura Luis de Queiroz – ESALQ é a
instituição credenciada pela Bolsa de Mercadorias e Futuros BM&F
para realizar o levantamento dos preços de negociação no merca-
do físico em cada praça de referência para a commodity correspon-
dente. Por exemplo, no mercado de boi gordo são feitas ligações
diárias para os frigoríficos da região de Araçatuba-SP e arredores, e
é realizada a média dos preços de negócios e volume das negocia-
ções. O Indicador Esalq é utilizado como referência para os contra-
tos futuros que tem liquidação financeira, pois no seu vencimento
o preço de ajuste para os compradores e vendedores será a média
dos últimos dias do Esalq.

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Para aqueles que operam é importante acompanhar o Esalq,
pois ele impacta principalmente nos vencimentos mais curtos,
e caso você tenha um volume muito grande de contratos e não
deseje zerar no mercado, poderá carregar a posição até o venci-
mento. É possível realizar o acompanhamento de preços no site
http://www.esalq.usp.br, onde são divulgados diariamente o preço
nas praças de referências das seguintes commodities: Boi Gordo,
Café Arábica, Arroz, Etanol, Açúcar, Algodão, Bezerro, Citros, Fran-
go, Leite, Milho, Soja, Trigo, Suíno e outros. Para aqueles que ope-
ram no mercado futuro é importante acompanhar principalmente o
Esalq do Boi Gordo, Milho, Etanol e Soja, porque estes são os mais
influenciados pela oscilação do indicador. Aqueles que são estudio-
sos e gostam de realizar estudos sobre a sazonalidade e variação
dos preços poderão baixar dados históricos desde a criação dos in-
dicadores no site da instituição.

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Opere futuros | Leandro Paz

3.8 Arbitragem
Operação bastante utilizada no mercado do café e da soja, que
visa arbitrar as diferenças entre os contratos futuros da BM&F (B3)
com as bolsas de fora. Para realizar uma operação de arbitragem,
primeiramente é necessário igualar o tamanho dos contratos, pois
os contratos futuros em CBOT e NYBOT são maiores que os contra-
tos da BM&F, logo após deve-se fazer um cálculo bastante seme-
lhante ao do spread, onde identifica-se a diferença média entre os
contratos e seu desvio padrão. O cálculo de Spread e arbitragem é
praticamente o mesmo, apenas se fazendo necessário equilibrar o
volume. Por exemplo: 1 Contrato de café NY equivale a aproxima-
damente 3 contratos de café arábica de BM&F. Para essa operação
se faz necessário ter uma conta na BM&F e um conta na bolsa de NY.

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Veja um comparativo do gráfico do Café Brasil (B3) com Café
de Nova Iorque (NYBOT). A correlação entre ambos é alta, porém
ocorrem períodos de distorção que possibilitam as operações de ar-
bitragem. Essa operação dá excelentes oportunidades tanto para
posição de curto prazo, quando de médio prazo. No caso do café
na BM&F grande parte de seu volume é feito por corretoras que
realizam arbitragem.

Fonte: Bloomberg

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Observe como a diferença entre os ativos oscila dando oportu-


nidades de arbitragem. Em alguns períodos as duas linhas se igua-
lam e em outros elas se afastam consideravelmente, sendo estes os
movimentos que dão chance de arbitragens.

Para exemplificar basta acompanhar o livro de ofertas do café


arábica na BM&F diariamente: é possível notar robôs (softwares)
que ficam realizando várias arbitragens, aproveitando pequenas
distorções. Neste segmento a menor arbitragem é realizada com
três contratos de café na BM&F para um de café NYBOT.

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CAPÍTULO 4

O QUE SÃO
OPÇÕES?

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Opção é um instrumento derivativo.* Uma opção de um con-
trato futuro de dólar está ligada diretamente ao ativo de referên-
cia, dólar futuro. Opção nada mais é do que um direito que se ad-
quire ou se vende pagando ou recebendo um determinado valor
para isto. Esse é um dos mercados mais matemáticos que existem,
e de possibilidades infinitas, pois quanto mais nos aprofundamos
no mercado de opções mais se revelam possibilidades. Na BM&F
esse mercado ainda é bastante limitado, pois muitos ativos ainda
não possuem boa liquidez nas opções, o que faz com que muitas
vezes tenha de se recorrer a market makers.** Existem dois tipos
de opções, as de compra (Calls) e a de venda (Puts). Pode-se operar
comprado ou vendido em ambas. É possível comprar ou vender op-
ções de compra e comprar ou vender opções de venda.

*Nota: Nos instrumentos derivativos as características de negociação


estão ligadas a um ativo subjacente de referência e por isto é denominada
derivativo, pois é oriunda deste ativo subjacente.

**Formadores de Mercados: Agentes que trabalham para a bolsa ou


para uma instituição ou empresa fornecendo liquidez a um ativo.

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Opere futuros | Leandro Paz

As compras de opções tornam-se muito interessantes para as


operações de hedge, pois seu prejuízo é limitado, gerando prote-
ção. Caso o mercado vá a favor, o ganho pode ser grande. Se fosse-
mos nos aprofundar nesse universo daria para fazer facilmente um
livro de 500 páginas, porém iremos nos focar em conceitos básicos,
porque tendo noção do funcionamento primordial, vai de cada um
fazer suas combinações criando assim possibilidades infinitas. A op-
ção representa um pequeno percentual do ativo de referência, que
concede o direito ou obrigação de compra ou de venda de um ativo.
Existem dois tipos de opção: a americana e a europeia, suas diferen-
ças são muito simples, pois a americana pode ser exercida (executar
o direito de compra ou venda) a qualquer momento pelo seu com-
prador, e a europeia, que atua somente no vencimento.* No Brasil

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utilizamos com mais frequência as opções americanas, que podem
ser exercidas a qualquer momento pelo seu comprador.

Uma analogia interessante a se fazer é comparar a opção como


um seguro. Quando compramos um carro pagamos um percentual
do valor dele para ter o seguro, ou seja, se algo acontecer com ele
acionamos este seguro, caso nada ocorra apenas perdemos finan-
ceiramente o valor deste. A opção para o hedger é praticamente
a mesma coisa, pois se algo acontecer e o preço despencar, o pro-
dutor, está protegido com a opção de venda (put) que comprou.
Se o preço subir, ele ganha no físico e “perde” o valor da opção ou
“seguro”. O mecanismo para indústria é o mesmo, onde compra-se
uma opção de compra (call), se o preço subir a indústria aciona este
“seguro” e está protegida. Caso o preço caia ela “perde” o valor do
seguro, porém compra seus insumos mais baratos.

*Nota: Exercer uma opção nada mais é do que o comprador (também


chamado de titular) fazer valer o seu direito de comprar (nas opções de
compra) ou vender (nas opções de venda) o ativo subjacente ao preço esta-
belecido no contrato (preço de exercício). Isso faz com que o vendedor (ou
lançador) tenha que cumprir sua obrigação.`

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Opere futuros | Leandro Paz

Observe no gráfico a seguir que ao se utilizar as opções para as


operações de Hedge, isso faz com que o volume de contratos futu-
ros em aberto e de opções sejam bastante aproximados:

Fonte: BM&F Bovespa

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4.1 Valor Intrínseco e extrínseco
O preço de opção é composto de dois fatores principais, atra-
vés dos quais se mensura o que a opção realmente vale, tendo em
vista o ativo de referência e o quanto a incerteza das variáveis do
mercado agrega de valor na mesma. Valor Intrínseco nada mais
é que a diferença do preço do ativo principal e o preço da opção.
Vejamos um exemplo: Considerando o mercado de boi gordo a R$
142,00, a opção de compra strike R$ 140,00 tem R$ 2,00 de valor
real, pois caso você a exerça a R$ 140,00 vende imediatamente a R$
142,00, recebendo R$ 2,00 de diferença, sendo, portanto, este seu
valor intrínseco ou verdadeiro.

Sabemos que no mercado existem as mais variadas incertezas


sobre o futuro dos preços, o que faz com que as opções tenham o
chamado valor extrínseco, que nada mais é que o valor pago pelo
tempo para o vencimento da opção, acrescidos das variáveis como:
volatilidade, taxa de juros, inflação do período, entre outros. Para
exemplificar imaginemos que o mercado de boi gordo esteja em
R$ 142,00 e a opção de compra strike R$ 140,00 esteja valendo R$

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Opere futuros | Leandro Paz

2,80, ou seja, R$ 2,00 de valor intrínseco e R$ 0,80 de valor extrínse-


co, onde fica embutida a taxa cobrada pelo mercado tendo em vista
o cenário e incertezas do mesmo. Opção de Compra - Call

Esta operação dá o direito a seu comprador de comprar deter-


minado ativo ao preço estipulado na abertura da posição (também
chamado de preço de exercício ou strike), até determinada data, in-
dependente do preço que estiver o ativo. Paga-se um pequeno per-
centual do ativo para se ter o direito de compra a qualquer momen-
to a um preço estipulado, porém com data de vencimento. Vejamos
exemplo de como um hedger pode utilizar uma opção de compra e
como um investidor também pode utilizá-la.

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Hedger: Para um frigorífico que deseja proteger-se da alta dos
preços do boi, pode ser interessante realizar a operação de compra
de Call, pois assim garantirá um preço máximo para a compra de
seus insumos na data em que precisará realizar compra de animais.
Um frigorífico possui como matéria prima o boi gordo e a alta de sua
matéria prima pode comprometer suas margens, fazendo-se neces-
sário utilizar mecanismos de proteção para uma eventual alta.

Fonte: portalrondonia.com.br

103 |
Opere futuros | Leandro Paz

Investidor: Para aquele que acredita na alta dos preços e de-


seja limitar seu risco, a compra da opção pode ser uma alternativa
bastante interessante. Prejuízo limitado e ganho ilimitado.

Fonte: BM&F Bovespa

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Exemplo:

Investidor comprou uma call de boi garantindo um direito de


compra a R$ 130,00 até outubro, porém para aquisição deste direi-
to pagou R$ 2,00 por opção, sendo que cada contrato de boi gordo
com- porta 330 arrobas, o que dá um custo final de R$660,00.

Cenário 1 - ALTA: Final de outubro o boi está R$ 140,00, o in-


vestidor ganhou em cada contrato R$ 10,00 menos R$ 2,00, que foi
seu custo.

R$ 10,00 – R$ 2,00 = R$ 8,00/arroba x 330 (1 contrato) = R$


2.640,00 (ganho financeiro)

Cenário2 - BAIXA: Final de Outubro o boi está R$ 120,00, o


prejuízo da operação será de R$ 2,00 por contrato apenas, ou seja,
apenas o custo da opção call (2,00 X 330 = R$660,00). O investidor
não exercerá seu direito de compra a R$ 130,00, pois o mercado
está R$ 120,00.

• O comprador da call pode exercer seu direito a qualquer mo-


mento, mas normalmente não é interessante exercê-lo enquan-

| 104
Opere futuros | Leandro Paz

to a opção tem valor extrínseco, pois este valor é perdido quan-


do a opção é exercida.
• Cabe ressaltar que todas as operações são garantidas pela bol-
sa, ou seja, o vendedor sempre arcará com a sua obrigação.
• Quem vende a opção call, mesmo que possua o ativo, haverá
chamada de margem adicional pela bolsa de mercadorias e fu-
turos. O vendedor sempre fica mais exposto ao risco, por isto
são exigidas garantias do mesmo.
• Caso a call não se valorize ela “vira pó’, que é o termo utilizado
no mercado para a perda de valor da opção.

4.2 Opção de Venda PUT

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Dá o direito a seu comprador de VENDER determinado ativo
ao preço estipulado, até determinada data, independente do pre-
ço que estiver o ativo. Esse tipo de opção é bastante utilizada por
aqueles que visualizam uma possível queda de determinado ativo,
ou por aqueles que precisam se proteger desta possível queda. Os
produtores e pecuaristas utilizam essa modalidade para proteger-
-se da queda nos preços e garantir preços de venda, para, no caso
de o preço da commodity cair, isso não afete sua margem de lucro e
não fique no prejuízo.

Hedger: Um produtor que deseja proteger-se da queda dos


preços do milho, por exemplo, pode ser interessante realizar a ope-
ração de compra de PUT (opção de venda), pois assim garantirá um
preço mínimo para vender sua produção no período de colheita,
que é o preço de exercício da PUT, que consiste no direito de vender

105 |
Opere futuros | Leandro Paz

o ativo subjacente a um preço determinado. Claro que para ter esta


segurança ele teve o custo da compra da PUT (“seguro”).

Fonte: metropolionline.com.br

Investidor: Aquele que acredita em uma super safra e na que-


da dos preços desejando limitar seu risco na operação, realiza a

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compra da opção de venda (Put) pode ser uma alternativa bastante
interessante, pois ele ganha na queda de preços porem com risco
limitado ao custo da compra da PUT.

Fonte: Bovespa

Exemplo:

Produtor comprou uma PUT de milho, garantindo um direito


de venda a R$ 30,00 até Maio. Para aquisição deste direito pagou
R$ 1,10 por saca.

Cenário 1 - ALTA: Em Maio, o milho está R$ 35,00, o produtor


ganha no físico com a alta e não exerce seu direito de venda a R$

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Opere futuros | Leandro Paz

30,00. Perde o valor de R$ 1,10 por saca pago pela opção, porém
tem um ganho maior com a alta do preço.

Cenário2 - BAIXA: Em Maio o milho está R$ 25,00, o produtor


exerce seu direito de venda a R$ 30,00 e lucra R$ 5,00 por saca me-
nos o seu custo de R$ 1,10.

• O comprador da PUT pode exercer seu direito a qualquer mo-


mento, mas normalmente não é interessante exercer enquanto
a opção tem valor extrínseco*, pois ele é perdido quando a opção
é exercida.
*Nota: Valor além do valor real da opção, ou seja, a diferença entre o
preço do ativo subjacente e o preço de exercício da opção.

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• O produtor garante um preço mínimo e aproveita a alta dos
preços caso ela ocorra.
• O produtor negocia sua safra no mercado físico e utiliza a bolsa-
apenas para proteção financeira.
• Cabe ressaltar que todas as operações são garantidas pela bol-
sa, ou seja, o vendedor da opção sempre arcará com a sua obri-
gação.

4.3 Black & Scholes


Modelo matemático de precificação das opções criado por Fis-
cher Black e Myron Scholes, que publicaram sobre o tema em 1973
“The Pri- cing of Options and Corporate Liabilities” descrevendo os
fatores e modelo matemático que desenvolveram para uma preci-
ficação justa de uma opção, tendo em vista a dificuldade que era
mensurar o valor justo de um ativo que deriva de outro ativo. Com
o passar do tempo novos modelos de precificação surgiram, porém
este é um dos mais aceitos e utilizados por aqueles que atuam ativa-
mente no mercado de opções. Um dos criadores deste modelo ma-
temático foi protagonista de um dos maiores desastres financeiros

107 |
Opere futuros | Leandro Paz

já vistos, que rendeu até mesmo um livro contando a história. Myron


Scholes e Robert Merton fundaram o fundo de investimentos LCTM
- Long Term Capital Management, aplicando junto com sua equipe
todo o conhecimento matemático que lhes rendeu um Nobel em
1997. O Fundo logo ganhou notoriedade ao gerar rentabilidades
em torno de 40% ao ano e era tido como um dos melhores do mer-
cado na época. Sua metodologia operacional era utilizar distorções
entre as taxas de juros de diversos países e arbitrar estas variações
acreditando que com o decorrer do tempo elas se ajustariam e vol-
tariam a normalidade estatística. Segundo Scholes sua ideia era
ganhar pequenos spreads em milhares de operações e assim ir ga-
nhando distorções que ninguém percebia. O Fundo LTCM possuía
bilhões de dólares sob sua gestão, porém no ano de 1998 a Rússia

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deu um calote nos seus títulos, gerando uma crise de desconfiança
nos mercados, fazendo com que houvesse uma forte migração para
os títulos do tesouro americano, considerados um dos mais segu-
ros do mundo. Essa migração em massa distorceu bruscamente as
taxas de juros de vários países, o que pegou de surpresa o LTCM,
que foi obrigado a liquidar suas posições gerando uma avalanche
no mercado de crédito. O Federal Reserve teve de intervir e cortar
a taxa de juros americana para tentar a amenizar a situação. Alguns
bancos que haviam aplicado no fundo tiveram de realizar resgates
de bilhões dificultando mais ainda a situação.

Os gestores do LTCM alegaram que o ocorrido na Rússia não


havia tido precedentes na história dos mercados emergentes, pois
o calote ocorrera antes do país não honrar suas obrigações em mo-
eda estrangeira, o que não era previsto, tendo em vista que a Rússia
poderia emitir moeda local para amenizar sua dívida.

Este caso é uma grande lição para todos, porque nos deixa claro
que, por mais ajustada que seja nossa estratégia o mercado possui
fatores externos que podem mudar repentinamente o curso das
operações e é preciso estar atento e stopar (realizar prejuízo) em

| 108
Opere futuros | Leandro Paz

um primeiro momento, pois muitas vezes as distorções podem liqui-


dar a conta daqueles que insistem em acreditar que estão corretos.
A disciplina ao saber realizar o prejuízo em uma operação e poder
dimensionar o tamanho de sua posição em relação ao que o merca-
do pode comportar é essencial. Sair de uma posição grande não é
simples, ainda mais quando se está no prejuízo, tendo em vista que
o mercado logo nota e acaba até mesmo atrapalhando mais ainda.
Existe uma frase de John Maynard Keynes, renomado economista
britânico que diz “o mercado pode ficar irracional por mais tempo
que você possa ficar solvente”.

* Sempre que as economias globais estão na eminência de uma


crise, diversas distorções ocorrem em ativos, taxas de juros, moe-
das, commodities, causando por vezes o sentimento de pânico e

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medo, por isso deve-se tomar cuidado e ter muita cautela nas ope-
rações de long&short (basicamente spread com ações), spread e ar-
bitragens.

*Nota: Por diversas vezes tive de stopar operações que tinha certeza
estarem corretas, porém o mercado naquele momento estava incerto e in-
seguro e preferi sair e voltar outra hora.

4.5 Precificação das Opções Black&Scholes


A precificação de opções através do modelo Black&Scholes é
um dos modelos mais aceitos até hoje, utiliza algumas variáveis do
mercado e tem como objetivo encontrar um preço teórico para a
opção, o que possibilita saber se a opção está sobre avaliada ou sub-
-avaliada no mercado. Para calcular o preço teórico de uma opção é
preciso saber algumas variáveis do mercado, são elas:

- O preço de exercício da opção (strike) – No caso da op-


ção de compra, quanto maior o preço de exercício, menor o preço
da opção, pois está mais longe do preço do ativo de que deriva. No

109 |
Opere futuros | Leandro Paz

caso da opção de venda quanto maior o preço de exercício maior o


preço da opção.

- O tempo que falta para o exercício – Quanto mais tempo,


maior o preço, pois o ativo pode oscilar durante um grande prazo, o
que gera incerteza.

- O preço do ativo de que a opção deriva – Quanto maior o


preço do ativo, maior o preço da opção de compra. Na opção de
venda, quanto maior o preço do ativo de que deriva, menor o preço
da opção.

- As taxas de juros e inflação – Esse cenário tem oscilado


bastante no Brasil e quanto maiores as taxas de juros e inflação

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maiores serão os preços das opções.

- A volatilidade do ativo subjacente – Volatilidade é a osci-


lação de preços de um ativo, quanto mais os preços oscilam, maior
os preços das opções. Este é um dos fatores mais importantes. O
mercado utiliza a volatilidade histórica de determinado período
para precificar as opções.

Lembre-se sempre que se você compra uma opção, alguém a


vende para você, por isso esta pessoa levará em consideração todos
os fatores acima, pois quanto mais incerto o cenário, mais ele cobra-
rá pelo risco que está assumindo. Também é importante aprender
as chamadas gregas, que auxiliam a identificar se o preço de nego-
ciação de uma opção está interessante ou não, ou seja, barato ou
caro em relação ao preço teórico (preço justo). Um monitoramento
constante e uma oscilação brusca no mercado podem criar uma boa
oportunidade de entrada. As gregas são:

- Delta – o Delta mostra para cada real que o ativo subjacente


oscila, quantos centavos a opção irá oscilar. Quanto mais abaixo o
strike da call (preço de exercício da opção) estiver do preço do ativo,

| 110
Opere futuros | Leandro Paz

maior a correlação. Quando se entra em uma operação é importan-


te saber o Delta, pois este mostrará o potencial ganho caso o ativo
subjacente chegue ao preço que você imagina.

- Gama – é a taxa de variação do Delta, que mostra quanto o


delta irá variar para cada 1 real de variação do ativo subjacente.

- Theta – mostra a taxa que o valor da opção decai a cada dia.


Quanto mais se aproxima da data de exercício, mais valor de tempo
a opção perde. Basicamente é valor do tempo até o vencimento da
opção.

- Vega – mostra quanto a mudança na volatilidade do ativo


sub- jacente impacta no preço da opção.

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- Rho – mostra quanto a variação da taxa de juros impacta no
preço da opção.

4.6 Opção: Margem de Garantia e Ajuste Diário


As opções sobre contratos futuros tem algumas diferenças em
relação aos mecanismos de liquidação e algumas boas vantagens.
As opções call e put de contratos futuros não possuem chamada
de margem para aqueles que compram, tanto a call quanto a put,
e também não há ajuste diário de posição, pois a lógica é bastan-
te simples: quem compra a opção tanto de compra como de venda
possui seu risco máximo limitado ao custo da opção, por isso não se
faz necessário chamada de margem e nem ajuste de posição. Aque-
les que operam vendidos nas opções, que são geralmente investi-
dores e não hedgers são chamados em margem, pois eles recebem
um valor pela venda da mesma e assumem o risco na operação. Po-
rém são poucos os que se arriscam a vender opções de contratos
futuros sem hedge ou proteção, porque o risco é alto e as margens
de garantia exigidas são altas também. Opções só devem ser ven-

111 |
Opere futuros | Leandro Paz

didas em operações estruturadas, em que se faz uma combinação


com a compra de outras conforme veremos nos exemplos a seguir.

4.7 Operações Estruturadas


As possibilidades de utilização das opções são infinitas, porém
aqueles que desejam se aprofundar devem buscar literaturas refe-
rentes ao assunto. Na BM&F o mercado de opções ainda é muito
recente e está se desenvolvendo, cabendo ressaltar que para aque-
les que desejam efetuar hedge com finalidade de se proteger da
queda dos preços devem efetuar a compra de uma opção de venda
PUT e aqueles que desejam se proteger da alta devem efetuar a
compra de uma opção de compra CALL. Os anos de experiência que

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possuo no mercado me mostraram que para aqueles que precisam
se proteger das oscilações de preços de determinada commodity
ou ativo, não há nada melhor que a utilização das opções, pois estas
garantem preços e não existe ajuste diário ou margem de garantia.
Se você é hedger, não invente moda, apenas compre uma CALL ou
PUT, assim como se faz um seguro de carro garantindo o patrimônio
e limitando o prejuízo ao prêmio (custo) da opção. Quando utiliza-
mos combinações de opções chamamos de operações estruturadas,
e no caso das opções existem muitos nomes: trava de alta, trava de
baixa, borboleta invertida, borboleta, put spread e assim por diante.
Porém para passar uma noção da combinação de uma opção vendi-
da e uma opção comprada na mesma operação, exemplificaremos o
funcionamento de uma trava de alta e uma trava de baixa.

4.8 Trava de Alta


Operação direcionada àquele que deseja obter ganhos com
uma possível alta com baixo custo financeiro. O seu funcionamento
é bem simples e ocorre da combinação da compra de uma opção
CALL e venda de uma opção CALL com strike acima da que foi com-

| 112
Opere futuros | Leandro Paz

prada, pagando um custo pela compra da opção, mas também re-


cebe um valor menor pela venda, diminuindo seu custo e também
limitando o ganho com a alta. Caso o mercado caia, o prejuízo será o
custo da operação conforme o exemplo abaixo:

Suponhamos que o mercado futuro de boi gordo esteja R$ 92,00


no contrato BGIV19 e as opções CALL com os seguintes custos:

Strike R$ 100,00 – R$ 1,20

Strike R$ 101,00 – R$ 1,00

Strike R$ 102,00 – R$ 0,75

• Observe que todas elas possuem apenas valor extrínseco, ou seja,

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valor tempo, pois são strikes acima do preço atual do mercado.

Neste exemplo o investidor acredita que o mercado irá ficar acima


de R$ 102,00, porém ele quer ter um custo baixo na operação e limitar
seu prejuízo. Na operação trava de alta ele efetuará a compra da CALL
strike 100,00 ao custo de R$ 1,20 e venderá a CALL strike R$ 102,00
ao custo de R$ 0,75, tendo um custo total na operação de R$ 1,20 –
R$ 0,75 = R$ 0,45. O custo da operação será de R$ 0,45 e o potencial
de ganho é de R$ 2,00, o prejuízo máximo é de R$ 0,45, vejamos o
cenário a seguir:

Cenário de Alta:

No vencimento do contrato BGIV19 seu preço está R$ 105,00:

O investidor exercerá seu direito de compra a R$ 100,00 e ga-


nhará R$ 5,00 nesta opção, porém, será exercido na CALL que ven-
deu a R$ 102,00 e pagará R$ 3,00.

Resumo: R$ 5,00 – R$ 3,00 = R$ 2,00, sendo no caso do boi gor-


do para se fazer o cálculo financeiro deve-se multiplicar por 330 que
é o tamanho do contrato:

113 |
Opere futuros | Leandro Paz

Custo R$ 0,45 x 330,00 = R$ 148,50

Ganho R$ 2,00 x 330 = R$ 660,00

• Não considerando os custos de corretagem e emolumentos.

Cenário de Baixa:

No vencimento do contrato BGIV19 seu preço está R$ 80,00


Nenhuma opção será exercida “virando pó” e o prejuízo da operação
será seu custo R$ 0,45 x 330 = R$ 148,50 por contrato.

Na operação de trava de alta não há chamada de margem de


garantia, pois o prejuízo da operação é limitado ao seu custo, não

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havendo assim motivo para a bolsa exigir garantias.

Veja um exemplo de funcionamento da trava de alta no gráfico


abaixo:

Fonte: ADVFN.com

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Opere futuros | Leandro Paz

4.8 Trava de Baixa


Operação direcionada àquele que acredita em uma queda do
preço e deseja obter ganhos financeiros com a mesma. O interes-
sante desta operação é que se recebe dinheiro ao invés de pagar,
porém o prejuízo é limitado. Dependendo da relação na qual se
monta a operação, o prejuízo poderá ser maior que o ganho.

Vamos utilizar o mesmo exemplo da trava de alta, onde o mer-


cado futuro está R$ 92,00 no contrato BGIV19 e temos os seguintes
custos das opções.

Strike R$ 100,00 – R$ 1,20

Strike R$ 101,00 – R$ 1,00

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Strike R$ 102,00 – R$ 0,75

Neste exemplo o investidor irá comprar a CALL com strike mais


alto e vender a CALL com strike mais baixo, tendo assim o rece-
bimento imediato do dinheiro na operação, porém se o mercado
subir, poderá ter prejuízo. Realiza-se a compra da CALL strike R$
102,00 ao custo de R$ 0,75 e vende-se a CALL strike R$ 100,00 ao
custo de R$ 1,20, ou seja, receberá na operação R$ 0,45 por arroba.
Vejamos seu funcionamento no cenário de alta e de baixa:

Cenário de Baixa:

No vencimento, o contrato BGIV19 se mantém em R$ 92,00 e


ambas as opções “viram pó”, o investidor mantém seu ganho que foi
R$ 0,45 x 330 = R$ 148,50 por contrato.

• Não considerando os custos de corretagem e emolumentos.

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Opere futuros | Leandro Paz

Cenário de Alta:

No vencimento o contrato BGIV19 está R$ 105,00:

O investidor será exercido na opção R$ 100,00 e pagará R$


5,00, porém exercerá a opção R$ 102,00 e receberá R$ 3,00, tendo
assim um prejuízo de R$ 5,00 – R$ 3,00 = R$ 2,00 – R$ 0,45 que foi
recebido na operação. TOTAL R$ 1,55.

Ganho da operação: R$ 0,45 x 330 = R$ 148,50 Prejuízo na ope-


ração: R$ 2,00 x 330 = R$ 660,00 Total Prejuízo= R$ 511,50

• Não considerando os custos de corretagem e emolumentos.

Na trava de baixa, caso o mercado suba a bolsa poderá chamar

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margem para garantir o cumprimento da operação por parte do in-
vestidor.

Veja o gráfico do funcionamento da trava de baixa conforme o


exemplo:

Fonte: ADVFN.com

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Opere futuros | Leandro Paz

4.9 Markets Makers e Custos Operacionais


Como o mercado futuro está em evolução e no que tange ao
cenário de opções, os Market Makers são os personagens que viabi-
lizam as operações no mercado brasileiro. Em CBOT as opções são
negociadas assim como ocorre nas ações, tendo negócios no book
de ofertas, pois a liquidez é bastante grande. No Brasil se você de-
seja realizar uma operação com opções em mercado futuro deve
procurar seu operador na corretora, que irá contatar os Market
Makers que estarão dando preços no dia para determinado ativo.
Afinal, quem são estes Market Makers? Geralmente são tesourarias
de grandes bancos, tanto do Brasil quanto de fora, porém, as medi-
das que a Bolsa tomou para segurar a queda do dólar no passado,
onde aumentou o custo de IOF e outras taxas para estrangeiros aca-

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bou por tirar os Market Makers estrangeiros da bolsa, deixando seu
custo operacional muito elevado e inviabilizando suas operações. Se
você deseja comprar uma call de soja ou café, precisa que alguém
venda ela para você e assim comprova-se a importância destes per-
sonagens, que geralmente permitem que você monte suas ope-
rações, cobrando pequenos diferenciais de preço, obtendo assim
seus ganhos financeiros. Aprendemos que o Black&Schoels calcula
o preço teórico de uma opção e o Market Maker faz isto, porém ele
possui dois preços, um de venda e um de compra e esta diferença é
seu ganho, veja o exemplo:

Preço Teórico (justo): R$ 2,00

Se você quiser vender, o Market Maker compra por R$ 1,90.

Se você quiser comprar, o Market Maker vende por R$ 2,10.

Essa diferença ou spread é de onde ele obtém seu ganho, po-


rém é um ganho justo, tendo em vista o risco que ele assume e por
toda a disponibilidade que dá, pois faz a operação que você quiser.
O Market Maker fecha negócio e busca formas de se Hedgear uti-

117 |
Opere futuros | Leandro Paz

lizando contratos futuros ou até mesmo utilizando as opções em


outras bolsas internacionais. Ser Market Maker é um dos trabalhos
mais respeitados do mercado, pois envolve muitos cálculos mate-
máticos e gestão extrema de risco. É importante sempre antes de
uma operação saber qual o preço teórico (justo) para se poder ne-
gociar da melhor forma possível. Quem realiza operações de hedge
deve fazer várias cotações para buscar o melhor custo da opção e
assim diminuir o custo do seu hedge.

As opções, assim como os contratos futuros, possuem custo de


corretagem, porém este custo é geralmente metade do custo do
contrato futuro que a opção se refere. No caso do contrato de boi
gordo a corretagem para posição é de 0,30% e da opção é 0,15%.
Um detalhe importante da corretagem nas opções de futuros é que

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elas incidem sobre o financeiro do volume do contrato e não apenas
da opção. Veja um exemplo:

Contrato futuro de boi gordo a R$ 90,00 x 330 x (0,15%) = R$


44,55 e não apenas sobre o custo da opção caso ela custe R$ 2,00 por
exemplo. Quando você montar uma operação estruturada sempre
exija descontos acima de 80%, caso contrário ficará inviável operar.

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CAPÍTULO 5

ANÁLISE GRÁFICA

A análise gráfica teve origem em Osaka no Japão com o estudo

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de Candlesticks (Velas) e hoje é bastante difundida no mercado fi-
nanceiro, sendo muita utilizada para tomada de decisões de compra
e venda. Munehisa Homma (1724-1803) operava mercado futuro de
arroz, na bolsa de Arroz Dojima, fundada em 1654. Diz a lenda que
através de seus estudos ele realizou mais de 100 operações vitorio-
sas consecutivas. Em 1750, escreveu alguns livros que traziam além
de suas experiências de mercado, a técnica de velas, ou castiçais,
conhecida atualmente como Candlesticks. Os estudos de Munehi-
sa ficaram sendo utilizados somente no Japão Foi então que, na
década de 90, Stevie Nilson, presidente da Merril Lynch, uma das
maiores corretoras de investimento do mundo, ajudou a difundir no
Ocidente os estudos dos Candlesticks e a Análise Técnica Ocidental.
Esta análise parte de três premissas:

1. Os preços descontam tudo;

2. Os preços se movem em tendência;

3. A história se repete.

A análise gráfica consiste na tomada de decisão apenas com base


no comportamento dos preços, pois para os grafistas todas as vari-

| 120
Opere futuros | Leandro Paz

áveis do mercado estão embutidas no mesmo. O estudo das oscila-


ções dos preços e seu comportamento passado podem ajudar na pre-
visão de seu comportamento futuro. Existem dois tipos de análise: a
Gráfica e a Técnica - A gráfica é também conhecida como “chartismo”
termo que deriva da expressão inglesa “chart” e baseia-se no estudo
de figuras e comportamentos gráficos.

A análise técnica consiste em estudos matemáticos com a criação


de indicadores que buscam medir a força do mercado, se o mercado
está sobre comprado ou sobre vendido, entre outros indicadores.

5.1 Tipos de Gráficos


Os gráficos são utilizados para acompanhar a evolução dos preços.

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Existem diferentes tipos de gráficos, porém os mais utilizados são:

Gráfico de Linha: Bastante conhecido pela maioria das pesso-


as, geralmente utilizado em demonstrações financeiras, índices de
preços e bolsas. Apenas marca o preço de fechamento, não sendo
possível visualizar preços de abertura, fechamento e oscilações.

Gráfico Mensal Contrato Futuro Café ICF$ – Ano 2003 a 2018

Fonte: Agência Estado

121 |
Opere futuros | Leandro Paz

Como podemos observar na ilustração acima, um gráfico de li-


nha onde é possível analisar o comportamento dos preços de fecha-
mento de um determinado ativo.

Gráfico de Barra: Bastante utilizado por grafistas dos EUA e


pelo famoso Alexander Elder*, onde se torna possível visualizar o
comportamento de preços de um determinado período examinado.
Cada barra representa um período, 1 minuto, 1 hora ou 1 dia e atra-
vés dele consegue-se visualizar o preço de abertura (A), fechamento
(F), oscilação máxima (Max) e oscilação mínima (Min).

*Nota: Nascido em Leningrado e criado na Estônia onde cursou medi-


cina. Trabalhou como psiquiatra em Nova Iorque, sendo que tal experiência
lhe proporcionou uma teoria única sobre a psicologia de negociação. Autor

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de várias obras ligadas à psicologia do mercado e disciplina operacional.

Gráfico Mensal Contrato Futuro Café ICF$ – Ano 2003 a 2018

Fonte: Agência Estado

Observe neste exemplo do mesmo ativo, mas com suas oscila-


ções mais abrangentes por se tratar de um gráfico de barras, onde

| 122
Opere futuros | Leandro Paz

por sua vez contém mais informações (abertura, máxima, mínima e


fecha- mento) que o gráfico de linha.

Fonte: Agência Estado e Própria

Nota-se que em cada barra temos quatro importantes e funda-

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mentais informações, são elas: abertura, máxima, mínima e fecha-
mento, onde conseguimos analisar com maiores detalhes o com-
portamento do mercado naquela barra plotada e assim tirar maior
proveito desta.

Gráfico de Candlesticks: É o mais utilizado atualmente para


análise de preços e foi criado pelo japonês Munehisa, que operava
no mercado futuro de arroz. Cada candle representa um determi-
nado período, 1 minuto, 1 hora ou 1 dia e através dele consegue-se
visualizar o preço de abertura (A), fechamento (F), oscilação máxima
(Max) e oscilação mínima (Min). Candle significa vela em inglês, pois
seu formato assemelha-se a uma vela. Geralmente quando ele é de
alta sua cor é verde e quando é de baixa é vermelho.

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Opere futuros | Leandro Paz

Gráfico Mensal Contrato Futuro Café ICF$ – Ano 2003 a 2018

Fonte: Agência Estado

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Fonte: Agência Estado e Própria

Semelhante ao gráfico de barras quanto às informações conti-


das, porém com formas diferentes de representação (velas). Este grá-
fico nos permite estudá-lo de uma maneira bem mais completa no
sentido de termos formações de “figuras” que denotam vários pos-
síveis movimentos de acordo com sua estrutura. Sua diferença fun-
damental em relação ao gráfico de barras é que toda ênfase é dada
aos preços de abertura e fechamento, comparando com o formato
da barra tradicional, a vela apresenta as seguintes diferenças:

| 124
Opere futuros | Leandro Paz

- A área entre a abertura e o fechamento de cada barra é in-


terligada, criando um corpo.

- Se no final de um dia de pregão o fechamento for maior do


que o da abertura, o corpo é de cor verde ou vazado (sem preenchi-
mento). Se o fechamento ficar abaixo da abertura, o corpo é geral-
mente de cor vermelha (ou preenchido). Assim, uma vela sem pre-
enchimento demonstra uma ação de mercado positivo indicando
uma posição altista, em contrapartida, uma vela preta demonstra
uma sessão de mercado negativo, indicando que o mercado está
baixista.

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Fonte: Análise Técnica, teorias, ferramentas
e estratégias de Márcio Noronha

125 |
Opere futuros | Leandro Paz

5.2 Periodicidade Gráfica:


Cada candlestick ou barra representa um período. Os de intra-
day (gráficos com períodos menores do que um dia) podem ser:

1 Minuto

5 Minutos

15 Minutos

30 Minutos

60 Minutos 120 Minutos

Os períodos de maior prazo podem ser diários, semanais, men-

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sais e anuais. O tempo gráfico geralmente é determinado pelo tipo
de operação que irá ser realizada, ou seja, uma operação de cur-
to prazo (day trade) compra e venda no mesmo dia provavelmente
utilizará gráficos intraday de períodos curtos. Uma operação fun-
damentalista, onde deseja-se colocar um ativo em carteira por um
período maior, provavelmente utilizará o gráfico diário.

Triple Screen: Alexander Elder, famoso trader costuma antes de


qualquer operação analisar três tempos gráficos para assim definir
seu viés e buscar pontos de compra ou venda. Ele analisa o gráfico
semanal e verifica se a tendência é de alta ou de baixa, feito isto,
analisa o gráfico diário para confirmar essa tendência e por último
analisa o gráfico intraday, onde busca o ajuste fino para encontrar
o melhor ponto de entrada durante o dia. O ajuste mais fino se dá
através da busca de leitura de fluxo, os pontos de compra ou venda
no no book de oferta para operações de curto prazo.

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Opere futuros | Leandro Paz

Gráfico Diário Contrato Futuro de Dólar DOL$ –


Dezembro 2017/Março 2018

Diário

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Fonte: Agência Estado

Neste gráfico acima (diário) cada candle indica seu comporta-


mento “durante” aquele dia “específico”. Este gráfico destina-se a
análises mais “macros” de um ativo.

Gráfico Semanal Contrato Futuro de Dólar DOL$ –


Outubro 2017/Março 2018

Semanal

Fonte: Agência Estado

127 |
Opere futuros | Leandro Paz

Neste gráfico acima (semanal) cada candle indica o comporta-


mento do mercado durante “aquela semana”, ou seja, cada candle
indicará a abertura do mercado no primeiro dia daquela semana,
sua máxima e sua mínima, que acontecerão dentro daquela semana
e seu fechamento que se dará no último dia da semana analisada.

Gráfico 60 minutos Contrato Futuro de Dólar DOL$ –


Fevereiro 2017/Março 2018

Intraday 60 minutos

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Fonte: Agência Estado

Neste gráfico acima (intraday de 60 minutos) verificamos que


cada candle corresponde aos reflexos do mercado no período de 60
minutos, onde, a cada tempo determinado (neste caso 60 minutos)
se plotará um novo candle, isto faz com que este tipo de gráfico
se destine a tomadas de decisões mais rápidas que os acima cita-
dos, ou seja, quanto menor seu período, maior o número de candles
plotados e consequentemente maior sua velocidade na tomada de
decisão de entrada e saída da sua posição.

| 128
Opere futuros | Leandro Paz

5.3 – Conceitos Básicos de Análise Gráfica


Suporte: Determinado nível de preço, o qual o mercado con-
sidera um preço interessante e há a entrada de força compradora,
dando sustentação aos preços, podendo ser uma oportunidade de
compra.

Veja o exemplo abaixo:

Gráfico Contrato Futuro de Boi Gordo BGIV11


Maio/Outubro de 2011

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Fonte: Opere futuros / Bloomberg

Resistência: Determinado nível de preço onde o mercado con-


sidera “caro” e começa a entrar força vendedora, podendo ser uma
oportunidade de venda.

Gráfico Embraer – EMBR3 – Janeiro/Abril 2011 – Fonte Bloomberg

Fonte: Opere futuros / Bloomberg

129 |
Opere futuros | Leandro Paz

Canal de Alta: Oscilação onde os preços se movimentam, po-


rém, mesmo caindo seguem em um movimento macro de alta com
topos e fundos (oportunidades de compra) ascendentes.

Contrato Futuro de Café ICFZ10 – Junho/Dezembro de 2010

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Fonte: Opere futuros / Bloomberg

Canal de Baixa: Oscilação onde os preços se movimentam, po-


rém, mesmo subindo, seguem em um movimento macro de baixa
com topos (oportunidade de venda) e fundos descendentes.

Gráfico Contrato Futuro de Dólar DOL – Setembro07/Agosto/08

Fonte: Opere futuros / Bloomberg

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Opere futuros | Leandro Paz

Linha de Tendência de Alta: Preços oscilam em um movimen-


to com fundos ascendentes, onde mesmo com quedas o movimen-
to macro é de alta. Oportunidade de compra próximo à linha de
tendência de alta.

Contrato Futuro de Boi Gordo BGIV11 – Junho/Julho 2011

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Fonte: Opere futuros / Bloomberg

Linha de Tendência de Baixa: Preços oscilam em um movi- men-


to com topos descendentes, onde mesmo com altas, o movimento ma-
cro é de baixa. Oportunidade de venda próximo à linha de tendência
de baixa.

Fonte: Opere futuros / Bloomberg

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Opere futuros | Leandro Paz

Suporte e Resistência: Identificar suportes e resistências faci-


lita na localização de pontos de compra e pontos de venda, porém,
para que seja possível realizar a operação é necessário que se defi-
nam dois pontos: um ponto de ganho (Stop Gain), outro de prejuízo
(Stop Loss). Veja na figura a seguir como identificar estes pontos.
Nesse tipo de operação, assim como em todas, é importante ter
muita disciplina, pois no momento em que o suporte ou resistên-
cia for rompido, deve-se logo acionar o stop. É importante também
ter cuidado com os falsos rompimentos, que são movimentos feitos
rapidamente com stops acionados e algumas vezes são causados
intencionalmente por algum player com a intenção de explorar o
movimento em pontos tidos como importantes tecnicamente.

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Fonte: Opere futuros

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Opere futuros | Leandro Paz

Fonte Agência Estado

Vejamos na figura acima, em que após termos determinado o

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“suporte” e a “resistência” (linhas contínuas vermelhas) observa-se
que o mercado testa seu suporte e logo em seguida temos um pon-
to de compra (seta verde) com seu objetivo próximo à linha de re-
sistência (seta vermelha) onde se zeraria a posição e a proteção do
lucro desta operação determinado pelo stop gain caso não saia da
operação no ponto de venda.

Suporte que vira Resistência: Quando a força vendedora é


maior que a compradora na linha de suporte, ocorre o chamado
rompimento, e essa linha que antes era de suporte torna-se uma li-
nha de resistência. Geralmente a perda de um suporte aciona stops
de comprados e acentua a queda. Quando temos este fato, vale ob-
servar que tal suporte se torna uma resistência, que, se não rompi-
da, observa-se ali uma ótima oportunidade de venda.

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Opere futuros | Leandro Paz

Gráfico Contrato Futuro de Dólar DOLX11


Setembro/Outubro 2011

Fonte: Opere futuros / Bloomberg

Resistência que vira Suporte: Quando a força compradora é

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maior que a vendedora na linha de resistência, ocorre o chamado
rompimento, e essa linha que antes era de resistência torna-se uma
linha de suporte. Geralmente o rompimento de uma resistência
aciona stops de vendidos e acentua a alta, onde também se verifica
ali uma ótima oportunidade de compra, se este novo nível de supor-
te não for rompido novamente.

Gráfico Contrato Futuro ICFZ11 – Julho/Setembro 2011

Fonte: Opere futuros / Bloomberg

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Opere futuros | Leandro Paz

Pivot: O investidor do mercado deve buscar sempre operar em


mercados de alta ou de baixa, ou seja, que possuam uma tendência
definida, que possa facilmente ser identificada atrás da visualização
de canais de alta ou canais de baixa. A confirmação de um pivot é
dos melhores indicativos para a definição de uma tendência, ele
costuma aparecer no início de uma nova tendência, existindo assim
o pivot de alta e pivot de baixa.

Pivot de Alta: Seu funcionamento é bastante simples, quan-


do o mercado forma um topo, geralmente encontra bastante força
vendedora, formando assim uma resistência. Um pivot seria uma
segunda tentativa do mercado em vencer uma determinada zona
de resistência, porém desta vez a força compradora vence, e os ven-
didos acabam tendo de realizar o prejuízo e por sua vez acabam au-

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xiliando para alta. Veja na figura abaixo a ilustração da formação de
um pivot de alta.

Formação de um pivot de alta no mercado de soja em 27/04/11.

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Opere futuros | Leandro Paz

Gráfico Contrato Futuro de Soja SOJ – Fevereiro/Maio 2011

Fonte Bloomberg

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Pivot de Baixa: Seu funcionamento é bastante semelhante ao
pivot de alta, porém ao contrário, ou seja, quando o mercado forma
um fundo, geralmente encontra bastante força compradora, for-
mando assim um suporte.

Um pivot seria uma segunda tentativa dos vendedores em ven-


cer esse suporte, porém com êxito. O que pode acelerar um pivot
de baixa é a realização do prejuízo dos compradores, que acabam
vendendo suas posições dando mais força aos vendedores.

Formação de um pivot de baixa no mercado de soja em 04/05/11.

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Opere futuros | Leandro Paz

Gráfico Contrato Futuro de SOJ – Março/Maio 2011

Fonte Bloomberg

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5.5 – Figuras Gráficas:
A oscilação de preços tende a formar as chamadas figuras grá-
ficas que auxiliam na previsão dos preços, podendo ser de reversão
de uma tendência ou de continuidade de uma tendência. Figuras de
Reversão:

Ombro Cabeça Ombro (OCO): Formação bastante conhecida,


geralmente ocorre após uma tendência de alta onde o mercado ten-
tou fazer novas máximas, mas não teve força suficiente para vencer
os vendidos, formando assim uma espécie de topo triplo, onde o topo
central é mais alto que os outros, caracterizando assim a “Cabeça”. O
ombro cabeça ombro consiste de tentativas de Pivot de Alta, porém
sem sucesso, e a confirmação de um OCO, ou seja, um movimento de
queda ocorre com um Pivot de Baixa quando há o rompimento do
suporte. Veja a figura caracterizando um OCO, onde cabe ressaltar
que após a confirmação de deste, a projeção da queda será a altura
da linha dos ombros até a cabeça para baixo. Se a linha do pescoço
for perdida com um volume de negociação acima da média, este é um
indício de uma reversão de tendência mais forte.

137 |
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Gráfico Sansuy SNSY5 de Outobro2010/maio 2011

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Fonte: Bloomberg

O Pivot de Baixa confirma a perda da linha do pescoço e pode


desencadear um movimento de queda, esta perda na área da linha
do pescoço oferece uma ótima oportunidade de venda.

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Opere futuros | Leandro Paz

Ombro Cabeça Ombro Invertido (OCOI): Bastante semelhan-

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te ao OCO, porém pode indicar o fim de uma tendência de queda, ou
seja, mercado tentou fazer novos fundos, mas há entrada de força
compradora impedindo um movimento mais forte de queda. Tam-
bém se constitui de três fundos, sendo o central “cabeça” o maior. A
reversão da tendência de baixa pode se dar com o rompimento da
linha do pescoço e se for com um volume de negociações acima da
média o indício de uma nova tendência é maior ainda. A confirma-
ção do OCO Invertido se dá com um Pivot de Alta no rompimento
da linha de pescoço.

139 |
Opere futuros | Leandro Paz

O Pivot de Alta confirma a perda da linha do pescoço e pode de-


sencadear um movimento de alta, dando consequentemente uma
oportunidade de compra em seu rompimento.

Gráfico Contrato Futuro de Petróleo – Abril/Julho 2009

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Fonte: Bloomberg

No gráfico fica claro o rompimento da linha do pescoço confi-


gurando assim o OCO invertido.

Fundo Duplo: Formação parecida com o Ombro Cabeça Ombro


Invertido, porém mais comumente vista e mais fácil de identificar.
O Mercado tenta romper o fundo duas vezes, porém encontra for-
ça compradora e não consegue vencer. Cria-se assim uma linha de
suporte e outra de resistência, caso a linha de resistência seja rom-
pida, poderá ocorrer um movimento de alta com a projeção da altu-
ra do fundo. O rompimento da resistência com volume configura a
confirmação do rompimento.

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Opere futuros | Leandro Paz

O rompimento ganha força com o stop dos vendidos possibili-


tando que se entre comprando quando isto ocorrer.

Gráfico Petrobrás PETR4 – Setembro 2008/Fevereiro 2009

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Fonte: Bloomberg

Observa-se no gráfico acima um fundo duplo em petr4 com seu


rompimento em 9/12/08.

Topo Duplo: Formação semelhante ao Ombro Cabeça Ombro,


mas é facilmente identificada no mercado e bastante utilizada na
tomada de decisões de venda principalmente. O mercado tenta por
duas vezes seguidas fazer um novo topo, porém encontra força ven-
dedora formando uma resistência e logo um suporte, que, se perdido
com um volume de negociações acima da média, será possível que
ocorra um movimento de queda com projeção da altura dos topos,
nos possibilitando entrar vendendo nestes níveis de rompimento.

141 |
Opere futuros | Leandro Paz

Gráfico Petróleo – Fevereiro/Maio 2011

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Fonte Bloomberg

Verifica-se acima um topo duplo no mercado de petróleo com


seu rompimento em 05/06/11, observa-se uma oportunidade de
venda nomomento em que a linha horizontal é perdida.

5.5.1 Figuras de Continuidade:


Retângulo: Ocorre quando o mercado está trabalhando late-
ralmente, ou seja, sem tendência definida. Os preços se deslocam
com movimentos entre suporte e resistência bem definidos e está
acumulando forças para um rompimento, que, quando ocorrer po-
derá ser de baixa caso rompa o suporte, ou de alta caso rompa a
resistência. Nestes casos teremos pontos de venda e compra res-
pectivamente.

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Fonte: Opere futuros

Contrato Futuro de Soja Chicago – Novembro10/Agosto11

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Fonte Bloomberg

É possível notar os preços trabalhando em um movimento late-


ral, possibilitando operações de compra no suporte e de venda na
resistência.

- Retângulo de Alta: Quando o retângulo ou período de latera-


lidade é rompido para cima, quebrando a resistência, configurando
assim um retângulo de alta. A força acumulada durante o período
de lateralidade dá impulsão no rompimento projetando a altura do
canal para cima, onde se verifica a oportunidade de compra. Veja na
ilustração.

143 |
Opere futuros | Leandro Paz

Fonte: Opere futuros

Gráfico Contrato Futuro de Petróleo – Fevereiro08/Junho09

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Fonte Bloomberg

Observe a oportunidade gerada no rompimento da resistência


após o período de preços com oscilações laterais.

- Retângulo de Baixa: Praticamente igual ao retângulo de alta,


porém o rompimento ocorre para baixo, rompendo o suporte. A
força acumulada durante o período de lateralidade, faz a projeção
da altura do canal para baixo, sendo um ponto de venda em seu
rompimento. Observe na figura.

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Opere futuros | Leandro Paz

Fonte: Opere futuros

Gráfico Petróleo – Fevereiro/Maio 2011

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Fonte Bloomberg

Veja a oportunidade de venda na perda do suporte e como logo


foi atingida a projeção da queda.

Triângulos: São figuras de continuidade de um movimento,


seja ele de alta ou de baixa. É caracterizado por convergência de
linhas de tendência e suportes ou resistências. Bastante utilizadas
na análise gráfica, ajudam a definir pontos de entrada na tendência
já em andamento.

- Triângulos de Alta: Figura bastante comum e com boa asserti-


vidade. Formada por uma linha de tendência de alta e uma resistência.
O mercado trabalha com os preços testando uma resistência com fun-
dos mais altos. O rompimento da resistência gera uma projeção de alta
conforme a figura, nos dando um sinal de compra em seu rompimento.

145 |
Opere futuros | Leandro Paz

Fonte: Opere futuros

Gráfico Café NY – Agosto 2011

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Fonte Bloomberg

Triângulo de alta verificado no café NY. Oportunidade de com-


pra no rompimento da resistência.

- Triângulos de Baixa: É um grande indicativo para entrada de


posição vendida, pois é formada de uma linha de tendência de baixa
e um suporte. A perda do suporte pode desencadear um movimen-
to de queda, cuja projeção será a altura do triângulo, permitindo
assim vender em seu rompimento.

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Opere futuros | Leandro Paz

Fonte: Opere futuros

Gráfico Contrato Futuro Café NY – Julho/Agosto 2011

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Fonte: Bloomberg

Formação de um triângulo de baixa verificado no mercado de


café NY, gerando oportunidade de venda no rompimento da linha
de suporte.

Triângulo Simétrico: É uma indefinição entre as forças do mer-


cado, onde há um equilíbrio que gera certa lateralização dos preços,
porém com uma linha de tendência de alta e uma linha de tendência
de baixa. O triângulo simétrico pode ser tanto de alta quanto de
baixa, pois o equilíbrio das forças faz com que o mercado possa ir
para qualquer um dos lados. Caso rompa a linha de tendência de
baixa poderá desencadear um movimento de alta com a projeção
do triângulo. Caso a linha de tendência de alta seja rompida poderá

147 |
Opere futuros | Leandro Paz

desencadear um movimento de queda com a projeção da altura do


triângulo.

TRIÂNGULO SIMÉTRICO DE ALTA

Fonte: Opere futuros

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Gráfico Contrato Futuro Café NY – Setembro/Outubro 2011

Fonte: Bloomberg

Rompimento de um triângulo simétrico de alta no mercado de


café NY, dando possibilidade de compra nos níveis de seu rompi-
mento da linha de tendência de baixa (LTB).

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Opere futuros | Leandro Paz

TRIÂNGULO SIMÉTRICO DE BAIXA

Fonte: Opere futuros

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Gráfico Contrato Futuro Café NY – Maio/Junho 2011

Fonte: Bloomberg

Rompimento de um triângulo simétrico de baixa no mercado de


café NY, dando uma possibilidade de venda nos níveis de seu rompi-
mento da linha de tendência de alta (LTA).

149 |
Opere futuros | Leandro Paz

5.6 Análise de Candlesticks:


O comportamento de preços durante o período de um candlestick
ou mais candles, segundo os grafistas, pode mostrar a psicologia
do mercado e dar indicativos do comportamento futuro. Existem
alguns padrões gráficos de candlesticks que são bastante observa-
dos pelo mercado e bastante utilizados para a tomada de decisão
de compra e venda.

Martelo de Alta (Hammer) e de Baixa (Hanging-man): Uma das


formações mais observadas pelo mercado, ela geralmente aparece
no final de uma tendência, seja ela de baixa (hammer) ou de alta
(hanging-man). Ele demonstra que o mercado pode ter chegado ao
fim de um ciclo. No movimento de queda, ele representa a perda

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da força dos vendedores e a entrada de uma nova força compra-
dora, o que indica uma possível reversão de tendência. Sua forma-
ção mostra que ele abre em queda e tem uma oscilação de máxima
ou mínima, porém antes de seu fechamento o mercado entra com
grande força oposta, tendo um fechamento acima de sua máxima
ou mínima.

Fonte: Análise Técnica, teorias, ferramentas e estratégias de Márcio Noronha

Shooting Star (Estrela cadente) e


Inverted Hammer (martelo invertido):

Shooting star é um padrão que envia uma advertência de um


topo iminente. Ela é formada por um pequeno corpo na parte infe-
rior da sua faixa de oscilação e por um longo pavio na parte superior.

| 150
Opere futuros | Leandro Paz

Podemos dizer que o mercado abriu próximo à mínima, subiu forte-


mente e depois voltou a cair.

Shooting star (estrela cadente):

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Fonte: Opere futuros

Contrato Futuro de Soja Chicago – Outubro09/Janeiro10

Fonte: Bloomberg

Shooting star formado no mercado de soja Chicago.

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Opere futuros | Leandro Paz

O Martelo Invertido (Inverted Hammer) tem grande semelhan-


ça com a estrela cadente (Shooting Star), com seu corpo na parte
inferior da faixa de oscilação e com seu longo pavio na parte supe-
rior. Mas enquanto a estrela cadente é um símbolo de reversão de
topo, o martelo invertido é um símbolo de reversão de fundo. Do
mesmo jeito que o hammer normal, porém o hammer invertido é
um padrão altista depois de uma tendência de baixa como podemos
verificar a seguir. Reversão de baixa:

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Fonte: Opere futuros

Gráfico Contrato Futuro de Soja Chicago – Fevereiro/Março 2010

Fonte: Bloomberg

Inverted Hammer formado no mercado de Soja.

| 152
Opere futuros | Leandro Paz

Doji: Isoladamente, é o padrão de reversão mais importante


e combinado com outras velas também vai compor poderosos pa-
drões de reversão. O doji surge quando o preço de abertura é igual
ao do fechamento. Normalmente o aparecimento de um doji sina-
liza uma clara mudança de tendência, principalmente se os candles
posteriores confirmarem seu potencial de reversão.

Estrela da Manhã: Chamado de Doji estrela da manhã, pois


aparece após uma tendência de baixa e respeita todas as condições
necessárias para que seja considerado uma estrela. A análise de dois
candles indica que os preços até então em movimento de queda
sofreram uma impulsão extra de queda. No candle seguinte a mo-
vimentação do mercado entra com força compradora gerando uma
possível reversão de tendência. Esse movimento exige análise de

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três candles, no primeiro surge o movimento de queda, no segundo
o mercado oscila, mas abre e fecha com pouca alteração e no tercei-
ro o movimento de força oposta, mostrando uma possível reversão
de tendência. É importante analisar este movimento em fundos,
onde fica mais clara a possível reversão.

Fonte: Opere futuros

153 |
Opere futuros | Leandro Paz

Gráfico Contrato Futuro Petróleo – junho/julho 2010

Fonte: Bloomberg

No gráfico fica bem clara a reversão de tendência, tendo em

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vista a combinação dos três candles.

Estrela da Tarde: Chamado de Doji estrela da tarde, pois apa-


rece após uma tendência de alta e respeita todas as condições ne-
cessárias para que seja considerado uma estrela. A análise de dois
candles in- dica que os preços, até então em movimento de alta,
sofreram uma impulsão extra de alta. No candle seguinte a movi-
mentação do mercado entra com força vendedora gerando uma
possível reversão de tendência. Esse movimento exige análise de
três candles, no primeiro movimento de alta, no segundo merca-
do oscila, mas abre e fecha com pouca alteração, e no terceiro o
movimento de força oposta, mostrando uma possível reversão de
tendência. É importante analisar este movimento em topos, onde
fica mais clara a possível reversão.

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Opere futuros | Leandro Paz

Fonte: Opere futuros

Gráfico Contrato Futuro Café NY Março/Junho 2011

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Fonte: Bloomberg

Acima vemos uma estrela da tarde formada no mercado diário


de café NY. Vale observar que sua confirmação segue no dia poste-
rior com um candle de baixa.

Bebê Abandonado: Existem dois tipos de bebê abandonado, o


de topo e o de fundo. Nessa análise também é importante analisar a
sequência de três candles para se confirmar uma possível reversão
de tendência.

155 |
Opere futuros | Leandro Paz

Bebê Abandonado de Topo: Possui o movimento bastante


semelhante ao Doji Estrela da Tarde, onde o mercado está em ten-
dência de alta (primeiro candle) e sofre uma impulsão extra de for-
ça compradora. Na abertura do segundo candle forma-se um gap
(buraco, espaço) em relação ao anterior, porém este segundo can-
dle oscila, mas abre e fecha muito próximo do mesmo preço, mos-
trando um equilíbrio das forças, e já no terceiro candle novamente
forma-se um gap e a força vendedora entra e confirma a formação
de um topo.

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Fonte: Opere futuros

Bebê Abandonado de Fundo: possui o movimento bastante seme-


lhante ao Doji Estrela da Manhã, onde o mercado está em tendên-
cia de baixa (primeiro candle) e sofre uma impulsão extra de força
vendedora formando um gap (buraco, espaço) em relação ao candle
anterior, porém seu segundo candle oscila, mas abre e fecha muito
próximo do mesmo preço, mostrando um equilíbrio das forças e já
no terceiro candle novamente formando um gap em relação ao an-
terior também, e a força compradora entra e confirma a formação
de um fundo.

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Opere futuros | Leandro Paz

Fonte: Opere futuros

Outro exemplo:

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Fonte: Análise Técnica, teorias, ferramentas e estratégias de Márcio Noronha.

Padrão de engolfamento (engulfing Pattern): O Hammer


e o Hanging man são candles individuais que podem enviar impor-
tantes mensagens sobre a saúde do mercado. Porém, a maioria dos
sinais estão baseados em combinações dos candles individuais. O
engulfing é um dos mais importantes padrões de combinações de
candles. Como padrão de reversão é um dos mais confiáveis. São
comumente vistos em topos e fundos principais e sua formação se
dá com dois candles de corpos de tamanhos diferentes e cores tam-
bém diferentes.

Três critérios devem ser observados para caracterizar bem o


padrão:

157 |
Opere futuros | Leandro Paz

1. Sua tendência tem que estar bem definida, seja ela de alta ou
de baixa;
2. Dois candles compõem o padrão onde o corpo da segunda deve
envolver totalmente o corpo da primeira (não precisando en-
volver o pavio);
3. O corpo da segunda deve ser de cor oposta ao da primeira.

Gráfico Café Arábica NY de Outubro/11 a Novembro/11

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Fonte: Broadcast

Como vemos na figura acima, temos os dois padrões no merca-


do de café NY, onde no caso do engulfing de baixa o candle amarelo
“envolve” por completo o corpo do candle anterior azul, e no engul-
fing de alta o candle azul “envolve” por completo o corpo do candle
anterior amarelo confirmando assim tal padrão.

Harami: É uma antiga palavra japonesa para gravidez. O padrão


é formado por dois candles, sendo o primeiro de corpo longo e o
segundo, um pequeno corpo “envolvido” dentro do primeiro, onde
o candle longo é a mãe e o pequeno o feto. Isto é, a barra de hoje
(última barra) está envolvida na de ontem (penúltima barra). É o in-
verso do engulfing, onde o último candle envolve o penúltimo. Di-

| 158
Opere futuros | Leandro Paz

ferentemente do engulfing não há necessidade dos candles serem


de cores opostas.

Gráfico Café Arábica NY Novembro de 2009

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Fonte: Broadcast
Harami formado no mercado de café arábica NY.

Marobozu: O padrão é constituído por um único candle, seja


ele de alta ou de baixa, onde, quando altista, vê-se um longo cand-
le de corpo branco (alta), formado por uma abertura na mínima ou
próximo, seguido por um movimento ascendente pelo resto do dia.
Quando baixista, vê-se uma longa vela preta (baixa), que abriu na
máxima ou próximo desta, para depois cair até o final do pregão.
Tratando-se deste exemplo um gráfico de período diário. É um pa-
drão muito poderoso.

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Opere futuros | Leandro Paz

Gráfico Café Arábica NY fevereiro/Maio de 2011

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Fonte: Broadcast

No gráfico diário acima vemos um marobuzo de baixa no mer-


cado de café arábica de NY.

5.7 Análise Técnica:


Bastante utilizada atualmente e cada vez mais aprimorada, con-
siste na análise de comportamento dos preços com bases em cálculos
matemáticos, onde busca-se através de uma série histórica e de uma
análise de padrões que se repetem ao longo desse período, a obten-
ção de condições para que possamos projetar o possível futuro do
caminho dos preços e assim poder avaliá-los dentro de um estudo de
lógicas matemáticas e probabilidades. Assim, é possível identificar se
o mercado está sobre comprado, sobre vendido, se está lateralizado,
em tendência de alta ou em tendência de baixa, entre outras infor-
mações. A análise técnica não leva em consideração fatores externos
(notícias, projeções de safras, etc.). Afirma-se que todas as informa-
ções necessárias para a análise técnica já se encontram embutidas
nas cotações e tendências transmitidas pelo próprio mercado.

| 160
Opere futuros | Leandro Paz

É importante enfatizar como analista técnico que o mais impor-


tante instrumento de toda esta gama de informações é o respeito
e cumprimento da prática sistemática de “stop operacional”. Mes-
mo que você nunca tenha ouvido falar a respeito, com certeza en-
tenderá ao longo desse livro que a mensagem passada aqui sobre
isso é comprovada e devem ser adotadas por todas as pessoas que
queiram ingressar nesse mundo fascinante da análise técnica dos
mercados.

Índice de Força Relativa: É um dos indicadores mais utilizados


na análise técnica. Tendo sido criado em 1978 por Welles Wilder,
trata-se de um oscilador que busca mensurar a força compradora e
vendedora no intervalo de 14 períodos (candles). Períodos que são
definidos pelo investidor, podendo ser de 15, 30, 60 ou 120 minu-

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tos, diário, etc. O IFR varia de 0 a 100, quanto mais próximo de 100
mais sobre comprado está o mercado, e, a qualquer momento po-
derá entrar uma força vendedora ocasionando um possível período
de queda.

Quanto mais próximo de 0 mais sobre vendido está o mercado,


e, a qualquer momento poderá entrar uma força compradora oca-
sionando um movimento de alta. Os níveis de 20 e 80 servem para
referenciar o mercado. Quando o IFR está acima de 80 está fican-
do bem sobre comprado e quando está abaixo de 20 está ficando
bem sobre vendido. Alguns levam em consideração 30 e 70 como
referência. É interessante no IFR utilizar uma média móvel de 21
Períodos Exponenciais; ela ajudará a identificar os momentos em
que o mercado está revertendo a força compradora e vendedora. O
mercado não cai ou sobe em linha reta, ele sofre correções, mesmo
em uma tendência de alta ou de baixa, e o IFR serve justamente
para auxiliar e chamar a atenção para os momentos em que essas
correções podem vir a ocorrer.

161 |
Opere futuros | Leandro Paz

Fonte: Opere futuros

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Fonte: Opere futuros

Gráfico 5 Minutos Contrato Futuro Dólar – Abril 2018

Fonte: Broadcast

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Opere futuros | Leandro Paz

No gráfico acima observa-se o IFR oscilando dentro das bandas


de 20 e 80. Nos momentos em que testou a zona do 80 houve pe-
quenas quedas na sequência.

Média Móvel: É um dos melhores indicadores para se identi-


ficar uma tendência de alta ou de baixa. Médias são utilizadas para
suavizar o movimento dos preços, buscando rastrear tendências.

Uma média, como o nome diz, mostra o valor médio de uma


amostra de determinado dado. Uma média móvel aritmética (MMA)
é uma extensão desse conceito, representando o valor médio,
normalmente dos preços de fechamento em um dado período de
tempo. É interessante utilizar duas médias, uma de período mais
curto e outra de período mais longo. Quando a média curta (perí-

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odo menor) cruza a longa (período maior) de baixo para cima, indi-
ca uma oportunidade de compra, e quando a média curta cruza a
longa de cima para baixo, indica uma oportunidade de venda. Cada
ativo possui um comportamento de preços e existem softwares no
mercado que realizam testes com médias móveis sobre os ativos,
buscando identificar aquelas que obtêm melhores resultados. As
commodities apresentam um comportamento de preços que cos-
tuma favorecer a utilização de médias móveis, pois os fundamentos
costumam ser sólidos durante determinado período de tempo. Para
exemplificar: se uma safra tende a ser farta, possivelmente o merca-
do irá precificar uma queda nos preços e vice-versa. O grande obstá-
culo para utilização de médias móveis são mercados sem tendência,
ou seja, oscilações laterais de preços, criando assim diversos falsos
cruzamentos, causando prejuízos e muitas vezes a desistência do
investidor, que depois pode perder uma chance quando o mercado
volta a ter tendência. A utilização de médias exige muita disciplina,
porque existem períodos em que ocorre uma grande sequência de
stops (prejuízos). É preciso estar firme, porque a tendência pode re-
cuperar todo prejuízo, desde que não se tenha alavancado muito o
capital, pois neste caso, uma sequência de stops poderá liquidar o

163 |
Opere futuros | Leandro Paz

saldo em conta. Médias também são interessantes de serem utili-


zadas para se definir a tendência de mercado e buscar operações
a favor dela. Por exemplo, se as médias móveis estão na compra,
busca-se pontos de compra através da análise gráfica. O cruzamen-
to de médias próximo ao suporte pode ser uma ótima oportunidade
compra.

Gráfico Diário Contrato Dólar – Dezembro 2016/Abril 2018

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Fonte: Broadcast

No gráfico acima podemos observar os pontos de venda e de


compra, muito importantes quando se cruzam as médias. Vale lem-
brar que é interessante olhar as médias para ver tendência de mer-
cado e combinar os pontos de entrada e saída com outros indica-
dores. Alguns ativos como dólar que pegam tendências fortes dão
bons resultados com médias em períodos maiores como diário.

Estocástico: Criado por Geroge Lane é um indicador técnico


classificado como oscilador, geralmente utilizado para operar em
mercados sem tendência, ou seja, lateralizados. Ele mede a capa-
cidade da força compradora de fechar próximo ao valor máximo
dentro de um determinado período de tempo, assim como a capa-
cidade da força vendedora de fechar próximo das mínimas em um
determinado período de tempo. Ele trabalha dentro de uma escala

| 164
Opere futuros | Leandro Paz

de 0 a 100 e deve ser utiliza- do em mercados lateralizados. Possui


duas linhas, sendo bastante semelhante às médias móveis. Seu fun-
cionamento é simples: quando o ativo está trabalhando próximo a
uma resistência de preços, o estocástico está acima de 80 e suas
linhas estão cruzadas para baixo, pode ser uma oportunidade de
venda. Quando o ativo está trabalhando próximo a um suporte de
preços, o estocástico está abaixo de 20 com suas linhas cruzando
para cima, pode ser uma oportunidade de compra. É um indicador
muito interessante para oportunidades de Day trade em mercados
sem tendência, dando auxílio para operações baseadas em suporte
e resistência.

Gráfico 60minutos Contrato Futuro Milho CCMK18

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Março 2018/Abril 2018

Fonte: Broadcast

Podemos verificar no gráfico acima, que imediatamente após


o cruzamento das linhas do estocástico, sejam estas para cima ou
para baixo, o mercado tende a mudar de direção, possibilitando
montar uma posição ou na compra ou na venda. Este indicador é
bastante sensível e interessante de ser observado para quem gosta
de operações curtas e utiliza gráficos intraday, podendo ser obser-
vado também no diário.

165 |
Opere futuros | Leandro Paz

Fonte: Opere futuros

Trix: É um indicador calculado a partir de uma média móvel


tripla que busca diminuir os movimentos insignificantes do ativo e
tem como prioridade antecipar os movimentos mais significativos.

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O sinal de compra do TRIX é dado quando ele muda de tendência e
cruza o eixo zero de baixo para cima. Neste caso, o mercado pode
estar se ajustando para entrar em uma tendência de alta. O sinal
de venda do TRIX é dado quando ele cruza o eixo zero de cima para
baixo. Neste caso o ativo pode estar entrando em uma tendência de
baixa. Vale ressaltar que quanto mais fechado for o ângulo de cruza-
mento, mais forte deverá ser o movimento, e sua interpretação se
dá pela particularidade de ser o “testa de ferro”, isto é, quando en-
tra em tendência, podemos esperar por uma grande probabilidade
de vir movimento forte.

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Gráfico 60 Minutos Contrato Futuro Milho CCMK18


Março 2018/Abril 2018

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Fonte: Broadcast

No gráfico acima observamos o comportamento do TRIX no


mercado de milho, onde ele permanece seguindo sua tendência,
suavizando as pequenas oscilações. Observa-se notoriamente que
nos movimentos de tendência mais forte ele se mantém acima ou
abaixo do eixo zero. Este indicador pode ser utilizado com uma Mé-
dia Móvel Simples de 4 períodos, onde os cruzamentos podem ser
indícios de reversão de tendência.

Volume: Tem extrema importância na direção a ser dada no


movi- mento. Por exemplo, se em um dado momento o volume ne-
gociado começa a aumentar em direção da tendência principal, efe-
tivamente este volume terá “força” suficiente para fazer os preços
seguirem por este “caminho” mostrado pela tendência, assim identi-
ficada tanto nos movimentos de alta como nos movimentos de baixa.
Vale lembrar que em todas as análises, quanto maior o volume, mais
confiante será o movimento.

Costumamos dizer que o volume seria uma espécie de raio X do


mercado, que mostra em quais níveis de preços as commodities são

167 |
Opere futuros | Leandro Paz

mais negociadas naquele período de tempo. É interessante utilizar


uma média móvel de 21 períodos exponenciais no volume, a fim de
identificar quando o mercado está trabalhando acima ou abaixo da
média.

Gráfico Diário contrato futuro de Índice Bovespa


Outubro 2017/Abril 2018

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Fonte Broadcast

No gráfico acima podemos observar que onde temos um maior


volume negociado, temos consequentemente uma maior oscilação
de preços e uma tendência mais definida.

MACD: Criado em 1979 por Gerald Appel, analista e adminis-


trador de recursos em Nova York, significa Moving Average Con-
vergence-Diver- gence (convergência-divergência da média móvel).
Tem como característica principal identificar os sinais de mudança
no equilíbrio das forças entre compradores e vendedores. Consiste
no cruzamento de 3 médias móveis exponenciais, porém aparecem
nos gráficos com somente duas linhas, cujos cruzamentos geram
sinais de compra e venda. A linha do MACD original é formada por
uma linha sólida denominada MACD, que corresponde às mudanças

| 168
Opere futuros | Leandro Paz

mais rápidas de preços do movimento, e uma linha pontilhada de-


nominada linha do sinal, que é formada pela própria linha do MACD
suavizada por outra média móvel exponencial. Ela corresponde às
mudanças mais lentas do movimento. Nos movimentos mais curtos
este sinal se reflete no consenso entre os participantes naquele
curto período (linha do MACD), e a linha do sinal reflete o mesmo
consenso dos participantes, só que em um período maior. Quando a
linha do MACD cruza para cima a linha do sinal, significa que temos
uma maior concentração dos comprados nos indicando a operar na
compra, quando cruza para baixo teremos uma maior influência dos
vendidos, nos indicando operar na venda. O MACD pode ser visuali-
zado através de linhas ou histograma como na figura a seguir, onde
estão plotados ambos

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Gráfico Contrato Futuro Café NY - Junho 2010/Junho 2011

Fonte: Bloomberg

Observa-se no gráfico acima o momento em que a linha MACD


(mais clara) cruza a linha de sinal para baixo, temos assim um incre-
mento no volume e consequentemente uma venda e, ao contrário,
uma compra.

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Opere futuros | Leandro Paz

Bandas de Bollinger: Foi desenvolvida por um grande estudio-


so chamado John Bollinger, membro da Los Angeles Society of Fi-
nancial Analyst. Consiste em 2 linhas, uma na parte superior e outra
na parte inferior do gráfico traçadas a partir de uma determinada
distância de uma média móvel. Podemos compará-las a uma estra-
da, onde as linhas laterais desta estrada (acostamento) formam as
bandas e a linha central forma a média. Sabemos que assim como os
carros tendem a se manter dentro da estrada, os preços tendem a
se manter dentro das bandas. Costuma-se usar as bandas para mos-
trar a hora certa de entrar, sair ou não fazer nenhuma posição no
mercado. Vamos simplesmente observá-las no momento em que
as bandas se abrem como se fossem a “boca” de um jacaré. Esta é
a uma boa hora para entrar no mercado (exatamente no momen-

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to da abertura das bandas). Quando temos o primeiro sinal de fe-
chamento da “boca” fiquemos atentos, pois está chegando a hora
de sairmos da operação. Por fim quando este jacaré dorme com a
“boca fechada”, ou seja, lateral, é indicação de que não devemos
tomar nenhuma posição no mercado e sim esperar sua “boca” voltar
a abrir. Quanto maior sua abertura, mais forte tenderá a ser o mo-
vimento, quanto menor, os movimentos tendem a ser mais fracos.
Muitos profissionais gostam de efetuar operações de venda quan-
do os preços ultrapassam a banda superior e retornam para dentro,
mostrando perda de força, assim como na compra, quando os pre-
ços ficam abaixo das bandas e retornam para dentro, mostrando
entrada de força compradora e um possível retorno à média.

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Opere futuros | Leandro Paz

Gráfico 60 Minutos Contrato Futuro Índice Bovespa


Abril de 2018

Fonte: Broadcast

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Acima, temos o gráfico do Índice Bovespa em que seus candles
respeitam na maioria das vezes as bandas de bollinger. Há também
possibilidade de operações quando um candle sai da banda, se sai
para baixo efetua compra e zera dentro das bandas, se sai para cima
efetua venda e zera dentro das bandas.

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CAPÍTULO 6

ANÁLISE
FUNDAMENTALISTA

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Quando tratamos de análise fundamentalista, poderemos
pensar primeiramente que hajam muitos e variados motivos para a
mudança no comportamento dos preços de uma commodity. Entre
tantas variáveis não podemos esquecer que o fator principal para
oscilações maiores de preço é um princípio básico da economia,
oferta e demanda.

Basicamente os principais fatores que afetam o preço de uma


commodity são oferta e demanda, a despeito disso se faz neces-
sário avaliar alguns fatores importantes para então poder tirarmos
conclusões. Dentre os fatores considerados importantes estão: o
consumo, políticas econômicas, clima, logística, câmbio, taxa de ju-
ros, entre outros.

173 |
Opere futuros | Leandro Paz

6.1 Defina a direção e a siga


Por mais que um movimento seja de alta, haverá diversos dias
de baixa que podem confundir a interpretação do movimento. Ten-
do em vista as oscilações diárias, temos que estar sempre atentos
ao fundamento macro, pois se você acredita que os fundamentos
sejam de alta, haverá os dias de queda como oportunidades de com-
pra, porém, chegar a esta conclusão requer muito estudo e análise.
Em 2010 e 2011 estávamos muito convictos da alta dos preços do
café arábica, havíamos estudado as previsões e acompanhamos a
evolução de plantio e safra. Sendo assim, carregávamos uma po-
sição grande comprada, nos dias de queda comprávamos, e após
vendíamos nos dias de alta, pois na nossa ótica e estudos os dias de

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queda eram grandes oportunidades de compra.

Em 2016 peguei uma tendência de alta muito boa no mercado


de milho também, tendo em vista exportações fortes e quebra de
safra. Caso você goste de realizar operações de curto prazo, busque
sempre utilizar os fundamentos a seu favor, ou seja, se o fundamen-
to for de alta busque pontos de compra, se o fundamento for de
baixa busque pontos de venda. Isso é um reforço, pois o mercado é
imprevisível e devemos tentar ter o máximo de fatores a favor de
nossas posições.

As commodities costumam fazer movimentos muito amplos de


alta ou de baixa e se você estiver no lado errado, poderá lhe custar
muito caro, não havendo chance de sair nem no zero a zero. Vou
descrever neste capítulo como podemos avaliar se o fundamento
tende a ser de alta ou de baixa, ressaltando que as pessoas que ga-
nharam muito dinheiro no mercado futuro foram aquelas que sou-
berem aproveitar movimentos amplos de alta ou de baixa, o que
requer estudo, estratégia e paciência.

| 174
Opere futuros | Leandro Paz

6.2 Safras e entressafras


É importante saber os períodos de safra e entressafra das com-
modities, pois assim entende-se os preços do mercado como um
todo. Os contratos que representam essas fases geralmente são os
mais líquidos e o mercado costuma precificar com mais atenção es-
tes vencimentos. Uma prática interessante é buscar operações na
compra nos períodos de entressafra e na venda, em períodos de
safra.

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Fonte: Portal Sana Agro

6.2.1 Boi
O Brasil tem o maior rebanho comercial de boi, tendo como praça
de referência para os preços Araçatuba em São Paulo. O mês de Maio
é considerado o mês de “safra” de bois, porque nesta época do ano
há uma oferta maior de animais terminados (animais prontos para o
abate). O contrato de “safra” é o BGIK. O período de “entressafra” é
o mês de outubro, BGIV, pois nesta época há uma oferta menor de
animais terminados. Com a evolução nas técnicas de confinamento e
pasto, cada vez mais a produção está sendo distribuída no decorrer
do ano, ficando cada vez menos marcantes os meses de safra e en-
tressafra.

175 |
Opere futuros | Leandro Paz

6.2.2 Café
O Brasil é o maior exportador de café do mundo, sendo respon-
sável por mais de 30% do mercado mundial. O período de entressa-
fra do café é em meados de março e seu contrato é ICFH. A safra de
café vai de junho a setembro e é representada principalmente pelo
contrato ICFU (setembro). O café possui um fator de bienalidade,
onde um ano é de safra “cheia” e no outro ano é um pouco reduzida
devido ao ciclo do pé de café.

6.2.3 Milho
O Brasil é o 3º maior produtor de milho do mundo e mais de 60%
é voltado para consumo interno, principalmente na alimentação de
animais. Apenas 15% é voltado para o consumo humano. O período

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de safra vai de fevereiro a maio e é representado nos contratos de
CCMH (março) e CCMK (maio). Nos últimos anos o milho passou a
ter uma safra após o meio do ano, conhecida como safrinha, que é
feita principalmente nos estados do centro-oeste, onde a colheita
se dá a partir do mês de setembro. Curiosamente a safrinha passou
a ser o dobro da safra de verão. O período de entressafra é de de-
zembro a fevereiro, principalmente pelo contrato CCMF (janeiro).

6.2.4 Soja
O Brasil é o 2º maior produtor do mundo de soja, e exporta
aproximadamente 80% da produção. O período de safra vai de fe-
vereiro a maio e é representado nos contratos de SFIH (março) e
SFIK (maio). O período de entressafra é de setembro a dezembro,
é representado principalmente pelo contrato SFIU (setembro). Te-
mos também a mini soja CBOT, que é representada pela sigla SJC.

6.2.5 Etanol
O Brasil é o maior produtor de etanol derivado da cana-de-açúcar
do mundo, com produção na região do nordeste e centro-oeste brasi-
leiro. A safra se dá no mês de maio e é negociada nos contratos ETHK

| 176
Opere futuros | Leandro Paz

(maio) a novembro ETHX (novembro). A entressafra se dá no período


que antecede a safra nos contratos ETHH (março) e ETHJ (abril).

6.3 Oferta e demanda no Brasil e no Mundo


O Brasil é uma grande potência mundial do agronegócio, sendo
mais de 20% do Produto Interno Bruto oriundo da atividade agríco-
la. O PIB do Agronegócio correspondeu a 21,58% do PIB Brasileiro
em 2017. As exportações agrícolas são um grande diferencial na
Balança Comercial sendo que, em alguns anos, atingimos superávit
graças às exportações de commodities. Apesar de sermos essenciais
para o mundo na produção, ainda existem muitas coisas a serem
melhoradas, como por exemplo: estradas, portos, desmatamentos,

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crédito e previsões climáticas, entre outros fatores, mesmo assim
o Brasil se tornou referência em otimização de área plantada. Nas
duas últimas décadas praticamente dobrou a produção de grãos e
oleaginosas com a mesma área de plantio, a cada dia técnicas e ma-
teriais estão evoluindo. É muito comum ver expedições de estran-
geiros vindo ao Brasil visitar fazendas para aprimorar técnicas de
produção em seus países.

Observe no gráfico o ano de 2007, como apesar de todo o des-


mata- mento desnecessário que vemos, ainda há muito local onde
se pode plantar:

177 |
Opere futuros | Leandro Paz

Vejamos um pouco sobre a produção brasileira, onde algumas


commodities são voltadas ao mercado interno e outras são mais vol-
tadas ao mercado externo.

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6.3.1 Fundamentos Milho
No mercado de milho são produzidas em torno de 90 a 100 mi-
lhões de toneladas por ano, tendo alterações de acordo com o clima
e outras variáveis, sendo o Brasil o terceiro maior produtor mundial,
atrás apenas de Estados Unidos e China. Os Estados Unidos são o
maior produtor, com mais de 300 milhões de toneladas ano, sen-
do que, eles utilizam o milho como matéria prima para a produção
de combustível. Os produtores todos os anos decidem quanto irão
plantar de milho e soja, pois a área é a mesma, levando em consi-
deração o preço e o clima principalmente, o que é determinante
para a oscilação na área de plantio anual. Como nos Estados Unidos
o milho é uma alternativa para combustíveis, ele tem seus preços
correlacionados com o petróleo. A grande autoridade mundial na
geração de dados sobre estoques, plantações, demanda e safras é o
departamento de agricultura dos Estados Unidos, o USDA.

| 178
Opere futuros | Leandro Paz

No Brasil a autoridade sobre os fundamentos do milho é a CO-


NAB – Companhia Nacional de Abastecimento, porém seus relató-
rios não são tão relevantes quantos os do USDA.

Área de cultivo em milhões de Acres de milho e soja nos EUA:

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Fonte: USDA

Produção Brasileira de milho em milhões


de toneladas segundo CONAB.

Um indicador bastante importante são os estoques de passa-


gens ou as reservas que cada país possui, que são essenciais para o
equilíbrio econômico pois são utilizados em casos de emergência.

179 |
Opere futuros | Leandro Paz

O Brasil cresceu expressivamente sua produção de milho nos


últimos anos, principalmente na safrinha do meio do ano. As ex-
portações cresceram fortemente, tendo vista a qualidade de nos-
so milho e algumas melhorias nos processos logísticos nos portos.
Recordo-me que em 2012, quando houve a seca nos EUA e o Brasil
deu um salto nas exportações de milho, durante um voo para Porto

Alegre/São Paulo consegui ver uma fila de mais de 40 navios


parados em alto mar aguardando para atracar, sendo que, alguns
chegaram a ficar mais de 30 dias nesta espera. Este processo foi
melhorado e hoje embarcamos com maior eficiência.

Principais destinos das exportações do Brasil:

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Fonte: Secex

Nos últimos anos o fator exportação, que possui grande ligação


com dólar, tem sido primordial nos preços, pois em anos de expor-
tação alta o setor interno é obrigado a pagar preços mais altos para
conseguir o produto e nos anos de exportação mais fraca, acaba que
ficamos com mercado mais ofertado e preços tendem a ceder no

| 180
Opere futuros | Leandro Paz

mercado interno. Vejamos os números das exportações nos últimos


anos, cabe também ficar atento nos meses que se exporta mais.

Exportações de milho brasileiro de 2015 / 2018:

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Fonte: Secex

Principais países exportadores:

Fonte USDA e Conab

181 |
Opere futuros | Leandro Paz

Relação entre a produção e demanda mundial


de milho em milhões de toneladas:

Fonte USDA

Resumidamente, para que se possa definir um viés fundamentalis-


ta sobre uma determinada commodity é importante saber qual a par-
ticipação do Brasil no Mundo, quais os principais países produtores e

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acompanhar as estimativas de oferta e demanda nacional e mundial.
Possuindo estes dados já é possível definir um panorama para o futuro
e assim pautar suas decisões com base nestas informações.

Abaixo o gráfico dos maiores produtores mundiais. Deve-se sem-


pre estar atento às produções e demandas destes países, pois atual-
mente os fatores climáticos têm prejudicado muito as plantações e
quando isto atinge grandes produtores pode alterar os preços.

| 182
Opere futuros | Leandro Paz

Principais produtores mundiais de milho


e seus respectivos consumos:

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Fonte: USDA / Junho 2018

Estoque de passagem mundial de milho


em milhões de toneladas:

Observe o gráfico comparativo de dois anos entre o milho na


CBOT (linha vermelha) e o milho na BM&F (Azul). Existe uma certa
correlação, porém não é tão expressiva, pois o milho produzido no

183 |
Opere futuros | Leandro Paz

Brasil é destinado em sua maior parte ao mercado interno. Opera-


ções de arbitragem entre Milho CBOT e Milho BM&F perde deram
correlação nos últimos anos, apesar das exportações de nosso produ-
to terem aumentado.

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Fonte: Broadcast

6.3.2 Fundamentos Soja


No mercado de soja o Brasil é o 2º maior produtor mundial,
sendo que boa parte da produção é exportada principalmente para
Ásia, onde encontram-se os maiores consumidores mundiais. A soja
é utilizada no Brasil como ração para aves, suínos e para alimenta-
ção humana através de seus derivados. A produção brasileira gira
em torno de 110 milhões de toneladas. Por possuir grande fluxo de
exportação os preços são correlacionados com a soja negociada na
bolsa de Chicago, devido à internacionalização da commodity. Os
Estados Unidos são o maior produtor mundial de soja, também utili-
zada por lá como matriz energética alternativa ao petróleo.

A área de cultivo de soja em milhões de hectares nos EUA em


1991 era de aproximadamente 23 milhões de hectares, em 2018
estima-se em aproximadamente 36 milhões, um aumento de 63%:

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Opere futuros | Leandro Paz

Fonte USDA

Evolução da produção de soja nos Estados Unidos


em milhões de toneladas:

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Fonte: USDA

Vejamos no Brasil a produção de soja em milhões de toneladas,


onde existem oscilações anuais devido à competição de área com
o milho. Geralmente quando os preços da soja estão bons, no ano
seguinte seu plantio é maior e vice-versa:

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Opere futuros | Leandro Paz

Fonte: USDA/CONAB

Oferta e demanda mundial de soja em milhões de toneladas,

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que como no caso do milho também está bastante justa, sem mui-
tos excedentes, em azul a produção, em vermelho a demanda:

Fonte: USDA

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Opere futuros | Leandro Paz

Maiores produtores mundiais em milhões de toneladas:

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Fonte: USDA

Por ser uma commodity internacionalizada, é essencial saber


quem são os maiores importadores e exportadores em milhões de
toneladas de soja no mundo e acompanhar como andam suas com-
pras e vendas através dos relatórios do USDA.

Fonte: USDA com dados de 2016

187 |
Opere futuros | Leandro Paz

Fonte: USDA dados de 2016

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A soja por ser bastante internacionalizada apresenta muita cor-
relação com CBOT, tanto que o contrato SJC na B3 é totalmente
correlacionado com a bolsa de Chicago.

6.3.3 Fundamentos Boi Gordo


No mercado de boi gordo o Brasil é o maior exportador mun-
dial, e o curioso é que exporta apenas cerca de 30% de toda sua
produção, sendo o restante absorvido pelo mercado interno. Como
a maior parte da produção é voltada a este mercado, seus preços
são balizados principalmente pela oferta e demanda interna e pelo
volume de vendas para alguns países-chave que importam nossa
carne. O Brasil tem o maior rebanho comercial do mundo, chegando
próximo ao mesmo número de pessoas que habitam o país, aproxi-
madamente 200 milhões de cabeças. O maior rebanho existente é
o da Índia, porém lá vacas são animais considerados sagrados e não
são utilizados para fins de consumo. A carne brasileira sofre muito
preconceito por parte dos Europeus, que vivem criando empecilhos
e barreiras sanitárias a fim de prejudicar a entrada de nossa carne
na Europa. A Rússia, um dos maiores compradores do Brasil tam-

| 188
Opere futuros | Leandro Paz

bém faz isso seguidamente, com as mais diversas alegações. Muitas


vezes essas barreiras atingem diretamente os preços na B3. Nossos
maiores concorrentes nas exportações são: Austrália, Argentina e
Uruguai. Os maiores compradores são: Hong Kong, China, Rússia,
Chile, Europa, Líbano, entre outros. O Líbano possui regras muito
curiosas para que os frigoríficos possam vender para eles; os bois
devem ser sacrificados de frente para a foto de uma figura impor-
tante no Líbano, havendo uma metodologia específica para o abate
com procedimentos diferentes dos utilizados convencionalmente.

Distribuição do rebanho pelas regiões do Brasil:

Fonte: Opere futuros Licensed to Márcia Landini Goncalez - marcialan0811@gmail.com - HP4069827928

189 |
Opere futuros | Leandro Paz

Maiores exportadores mundiais de boi gordo


e suas participações em percentuais:

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Fonte: USDA 2016

Um fato bastante conhecido no mercado de boi gordo, de-


monstrado no gráfico abaixo, foi a alta ocorrida em 2017 valorizan-
do de R$ 122,00 para R$ 148,00 a arroba. Muitos fundos e pessoas
ganharam muito dinheiro com a alta, ressaltando que o contrato
futuro de boi gordo é um dos mais alavancados, então os ganhos
podem ser bem expressivos:

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Opere futuros | Leandro Paz

Gráfico Contrato Futuro Boi Gordo de


Abril 2017/Abril 2018

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Fonte: Broadcast

Para estudos fundamentalistas, acompanhar os preços da ar-


roba no site http://cepea.esalq.usp.br/boi/ diariamente é muito im-
portante. Lá existem históricos que possibilitam análises e servem
como referência para o dia a dia do mercado de boi gordo na B3. No
site da Opere Futuros também é possível acompanhar diariamente
o indicador e também solicitá-lo para receber no whatsapp.

6.3.4 Fundamentos Café Arábica


O Brasil é o maior produtor mundial de café arábica, sendo
funda- mental para a produção mundial, pois os concorrentes pro-
duzem volumes menos expressivos que o brasileiro, porém alguns
países como a Colômbia são destacados internacionalmente pela
qualidade de sua safra. O Brasil evoluiu muito na sua produção e
hoje tem condições de disputar com as melhores safras do mundo,
porém ainda está atrás no marketing, o que faz com que o nosso
café tenha uma menor aceitação internacional e seja vendido abai-
xo do preço do colombiano por exemplo. Nosso café Arábica pos-
sui grande correlação com o negociado na bolsa de Nova Iorque,

191 |
Opere futuros | Leandro Paz

é uma commodity internacionalizada e tem seus contratos futuros


muito utilizados por fundos e hedgers. Os maiores consumidores
mundiais de café são a Europa e os Estados Unidos, onde o con-
sumo é bastante alto no inverno. A safra brasileira sofre de uma
sazonalidade conhecida como bienalidade, pois por ser produzida
em árvores, há um ano de safra maior e um ano de safra menor, o
que impacta na produção nacional e internacional. Seguidamente
analisamos relatórios equivocados sobre a produção brasileira e por
isso muitas vezes estivemos confiantes nestes fundamentos de alta,
porém, a CONAB gera relatórios de safra que muitas vezes erram
em percentuais grandes. A OIC – Organização Internacional do Café
faz relatórios mais confiáveis, mas que também apresentam alguns
erros. A geada no Brasil é um dos maiores inimigos de quem planta

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café, uma suspeita ou previsão de geada já agita o mercado futuro,
então é importante estar sempre de olho neste fator.

Observe a grande correlação do café na B3 (linha vermelha)


com o café em NYBOT (linha azul) nos últimos dois anos:

Gráfico comparativo Contrato Futuro Café Arábica BM&F com NY-


BOT de Novembro 2016 a Abril 2018

Fonte: Broadcast

| 192
Opere futuros | Leandro Paz

Uma das correlações interessantes do café (linha azul) é com


o petróleo (linha vermelha), veja no gráfico de 3 anos, ressaltando
que o petróleo no ano de 2008 teve uma alta muita acentuada que
distorceu a relação. Essa correlação deve-se ao fato de o petróleo
ser a commodity com maior participação no CRB que é o índice das
commodities, o que acaba influenciando as demais. Como o petró-
leo é a commodity que possui maior participação no CRB, seus pre-
ços influenciam as demais e principalmente o café, onde a correla-
ção pode chegar a 95%, ou seja, se um subir o outro também sobe.
Atualmente a correlação diminuiu bastante, mas é importante mo-
nitorar o preço do petróleo.

Gráfico comparativo entre Contrato Futuro Café Arábica e


Petróleo Novembro 2014 a Abril 2018

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Fonte: Broadcast

Como as sacas do café (linha azul) são cotadas em dólar (linha


vermelha) ele possui correlação inversa com o dólar, ou seja, altas
muito fortes no dólar podem derrubar o preço do café assim como
quedas no dólar podem impactar para cima os preços do café.

193 |
Opere futuros | Leandro Paz

Gráfico comparativo Contrato Futuro Café Arábica com


Dólar Dezembro 2010 a Abril 2018

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Fonte: Broadcast

No gráfico anterior fica claro que a queda da cotação do dólar


ajuda o preço da saca de café a subir e vice-versa.

Também é interessante acompanhar o gráfico do café em reais,


pois assim sempre se obtém informação do impacto do dólar sobre
o preço em reais.

| 194
Opere futuros | Leandro Paz

Gráfico Contrato Futuro Café Arábica BM&F


Julho 2017 a Abril 2018

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Fonte: Broadcast

6.3.5 Fundamentos Etanol


O Brasil é o maior produtor mundial de etanol a partir da cana-
de-açúcar. Desde 1930 o Brasil já mistura o etanol à gasolina, porém
somente em 1975, com o Programa Nacional do Álcool que o Brasil
começou a criar condições para o surgimento dos bicombustíveis.
Na época o país sofria com a alta do petróleo e tinha uma produção
muito grande de açúcar, estando com as usinas de álcool bastante
ociosas, o que ajudou a viabilizar a implementação do programa. A
partir de então, montadoras começaram a produzir carros a álcool
e refinarias começaram a produzir o álcool que utilizamos até hoje.
Nos últimos trinta anos, com a utilização de álcool no Brasil foram
economizados mais de 1 bilhão de barris de petróleo, que equivalem
a 19 meses da produção atual, sendo que nos últimos 8 anos foram
economizados 61 bilhões de dólares em importações de petróleo.

Para nos auxiliar nos fundamentos do Etanol é importante


acompanhar a produção de cana-de-açúcar no Brasil, assim como

195 |
Opere futuros | Leandro Paz

os preços internacionais do açúcar, pois o produtor pode optar por


produzir açúcar e não etanol. Os preços do petróleo impactam di-
retamente no interesse e procura pelo Etanol. O consumidor final
sempre coloca na balança o custo benefício em relação à gasolina,
tendo assim seu parâmetro sobre a vantagem da utilização ou não
do etanol.

Gráfico comparativo de 1 ano entre o etanol (linha branca) e


o petróleo (linha laranja). Em alguns períodos é bastante
evidente a relação inversa dos ativos.

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Fonte: Bloomberg

Gráfico comparativo entre Etanol B3 e Petróleo NY, onde fica


evidente a correlação inversa entre os preços. Esta correlação pode
chegar a 83% em alguns períodos, ou seja, um sobe o outro desce
quase na mesma proporção.

O etanol (linha branca) e o açúcar (linha laranja), cotação inter-


nacional, possuem uma correlação direta, que algumas vezes pode
chegar a 85% e atualmente encontra-se em torno de 40%, pois
quando o preço do açúcar sobe os produtores destinam a produção
de cana-de-açúcar para o açúcar, o que faz com que diminua a oferta
de etanol e os preços subam também:

| 196
Opere futuros | Leandro Paz

Gráfico comparativo entre os preços do Etanol e do Açúcar,


comparação feita entre preços na parte superior e diferença
de preço na parte inferior

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Fonte: Bloomberg

6.4 índice CRB – Commodity Research Bureau


Esse índice é o balizador no mercado internacional sobre a evo-
lução dos preços das commodities no mundo. Ele é composto por
19 commodities cotadas na bolsa de CBOT, LME, CME e COMEX,
onde cada commodity possui um percentual de participação sobre
o índice. Este índice foi criado em 1957 e é um dos maiores indicado-
res econômicos em se tratando de commodities, sendo que o maior
peso em sua constituição é o petróleo com 23% de participação.

197 |
Opere futuros | Leandro Paz

Distribuição dos ativos no índice CRB:

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Fonte: Reuters

Este gráfico ajuda a visualizar as commodities que compõem


o índice e suas respectivas participações. O índice CRB é utilizado
mundialmente para se ter um contexto geral sobre o comporta-
mento dos preços das commodities que são “a matéria-prima do
mundo”.

Os ativos do CRB são classificados em quatro grupos, cada um


com pesos diferentes. Esses grupos são:

• Produtos à base de petróleo (com base na sua importância para


o comércio global, representam sempre 33% das ponderações)
• Ativos líquidos,
• Ativos altamente líquidos,
• Diversas mercadorias.

| 198
Opere futuros | Leandro Paz

O índice é composto por 19 commodities: Alumínio, Cacau,


Café, Cobre, Milho, Algodão, Petróleo, Ouro, Óleo para Aquecimen-
to, Suínos, Gado Vivo, Gás Natural, Níquel, Suco de Laranja, Prata, Soja,
Açúcar, Gás sem Chumbo e Trigo. A décima revisão do índice renomeou
o Índice Thomson Reuters / Core Commodity CRB, ou TR / CC CRB.

Observe no gráfico abaixo como o índice desvalorizou nos últimos


anos (de 260 para 160), mostrando a queda no preço de importantes
commodities.

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Fonte: Investing.com período de 2015 / 2018

6.5 Como interpretar os fundamentos


Embora se tenham distintos tipos de análise fundamentalista
nas quais se enfatizam diferentes fundamentos, não poderemos
nunca deixar de analisar e questionar se tais indicadores podem
afetar diretamente a oferta e a procura de uma determinada com-
modity. Podemos através de estudos e observações cuidadosas
aprender a reconhecer e identificar quais fatores que podem causar
maior impacto sobre os preços. Neste capítulo daremos uma visão

199 |
Opere futuros | Leandro Paz

geral dos fundamentos através de dados e previsões confiáveis, dos


quais temos certeza que serão de grande relevância na análise fun-
damentalista dos mercados futuros.

A maneira mais fácil de se ter uma avaliação fundamentalista


sobre os preços de uma commodity é primeiramente verificar quais
fatores podem afetar sua oferta. Para os mercados agrícolas, uma
mudança nos níveis de oferta resultantes de uma alteração positiva
na perspectiva de produção de safra por exemplo, terá maior impac-
to que a perspectiva de procura, fará com que demos mais atenção
a tal mudança na oferta. Obtidas estas estimativas, um dos procedi-
mentos básicos será compará-los com as estimativas feitas em anos
anteriores e avaliar sua importância dentro da atual conjuntura em
termos de modificação dos níveis de preço. Nosso objetivo, é cla-

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ro, será o de identificar e avaliar quais fatores que provavelmente
exercem maior influência sobre uma determinada commodity. De-
vemos portanto, fazer uma breve análise macro da economia como
um todo, identificar onde este movimento poderá “interferir” em
sua commodity e aí sim partir para uma visão mais micro dos fatos
para a tomada de decisão. Veja abaixo alguns exemplos de fatores
que podem influenciar nos preços.

MACRO I MICRO

- Balança Comercial - Mudança no poder de mercado


dos produtores

- Taxa cambial - Mudança nas preferências

- Política Fiscal - Custo de insumos

- Condição da economia - Ameaças à produção

- Taxas de juros - Mudanças climáticas

| 200
Opere futuros | Leandro Paz

A oferta total compreende o estoque (carryover) no início do


ano de comercialização, a produção da safra e a importação estima-
da. Os estoques governamentais costumam não estar prontamente
disponíveis para satisfazer às necessidades esperadas de consumo
interno e de exportação. Os relatórios sobre plantio do USDA emiti-
dos na primavera, e os das estimativas de safra, emitidos de agosto a
novembro, são amplamente utilizados e ansiosamente aguardados
por representarem fontes de informação sobre oferta. Além disso,
essas informações são comumente tratadas em relatórios privados.

Em muitos países não existem relatórios completos e oportunos


sobre oferta e procura de uma safra. Para o cacau, por exemplo, o
comércio aceita estimativas da produção e consumo mundial elabo-
radas pela Gill & Dufus, uma organização Britânica líder nas áreas de

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comércio e serviços estatísticos. Com relação ao açúcar produzido no
mundo, as estimativas produzidas pela F.O.Litch, com sede na Alema-
nha possuem grande aceitação. No café temos a OIC, além das cita-
das acima e assim sucessivamente para todas as commodities.

Analisemos agora o lado da “procura” de uma commodity,


onde levaremos em consideração dois componentes principais:
consumo interno e exportações. Estas por serem menos previsí-
veis recebem mais atenção como fator de preço do que a deman-
da interna. Como na oferta, os relatórios do USDA representam
importante fonte de informação sobre fatores que afetam direta-
mente a demanda. Os Estados Unidos são um dos poucos países
que divulgam relatórios e projeções e periódicos confiáveis sobre
oferta e procura de uma deter

Minada commodity, assim como, projeções de demanda para


a próxima temporada. Os boletins trimestrais de grãos do USDA
(stocks in all positions) comparam os estoques na última data de
registro com os disponíveis no final do trimestre anterior e dos anos
anteriores, mostrando “desaparecimento” da commodity durante

201 |
Opere futuros | Leandro Paz

esse período. Grandes variações entre as projeções de demanda do


USDA e o desaparecimento ou utilização real chamam a atenção dos
analistas.

Nas exportações: Os detalhes das transações particulares de


exportações raramente são divulgados ao público, sendo somen-
te computadas após a divulgação do USDA. Atualmente o monito-
ramento do USDA exige a divulgação de exportações de 100.000
toneladas ou mais por exportador, a qualquer tempo e a qualquer
destino. Citemos como exemplo o fato de 70% da exportação de tri-
go dos EUA serem feitas através de programas governamentais. Os
principais programas são os de incentivo, os de garantia de créditos
comerciais, de vendas concessionais e de doações, onde os países
compradores se beneficiam por prazos longos de pagamento e ta-

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xas baixas de juros (Public Law 480).

Os boletins do USDA, bem como suas estimativas de oferta e


pro- cura que são mais frequentes, contêm projeções mensais da
demanda total de exportação para a temporada, ajustadas pelos re-
latórios oficiais de exportação conforme seu prosseguimento. Esses
dados são amplamente utilizados como ponto de referência, atra-
vés dos quais é possível avaliar o desenvolvimento das exportações
e seu impacto sobre o equilíbrio entre oferta e procura.

A análise e avaliação da perspectiva de exportação de uma de-


terminada commodity exige maior atenção em dois pontos cruciais,
são eles: a relação com a competição. Qual será a provável oferta
exportável da maioria dos países exportadores? A relação entre
clientes potenciais. Qual é a situação da oferta de países importa-
dores que também produzem uma parcela para consumo próprio?
Nestes casos, os relatórios especiais de serviços de agricultura exte-
rior do USDA proporcionam uma perspectiva de níveis de produção
e oferta dos países importadores e exportadores.

| 202
Opere futuros | Leandro Paz

Em suma, munidos das informações essenciais sobre oferta e


procura de determinada commodity, o próximo passo do analista
será avaliá-las. É preciso ter em mente que projeções, previsões e
relatórios sobre commodities agrícolas não passam de estimativas.
Elas não representam os preços fidedignamente, portanto, devem
ser tratadas como aproximação e ferramenta de trabalho. Se a ofer-
ta parecer “pequena”, os preços subirão, mas toda a demanda por
este preço será sempre atendida, e no caminho de volta, se a ofer-
ta parecer “grande” os preços cairão. O analista deve monitorar as
notícias internacionais para localizar os acontecimentos que pode-
rão ter impacto substancial sobre as commodities, pois o mercado
está cada vez mais globalizado. Não basta simplesmente monitorar
o mercado local para acompanhá-lo, levando em conta que tais im-

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pactos podem ser causados por mudanças em qualquer parte do
mundo.

Baseado em minhas práticas como trader e buscando simplifi-


car ao máximo as mesmas, vou listar como costumo analisar o fun-
damento de uma commodity. Considero cruciais estes fatores:

• Principais produtores no mundo daquele ativo e a participação


do Brasil neste cenário internacional, ou seja, quanto o Brasil
produz, consome e exporta desta commodity.
• O clima pode afetar a safra brasileira e dos principais produto-
res? Quando o clima afeta severamente alguns destes países
produtores, os preços tendem a subir e o mercado fica excelen-
te para operar.
• Exportações, que porcentagem o Brasil destina às exportações
e qual sua relevância no mercado internacional.
• Importações, que porcentagem o Brasil importa desta commo-
dity, e, se isso realmente importa, tendo em vista que o Brasil
é também um grande produtor e exportador. Estoques de pas-
sagem: Este nada mais é do que a soma do que se exportou,

203 |
Opere futuros | Leandro Paz

consumiu e do que já se tinha em estoque, ou seja, o excedente.


Quanto menor o estoque de passagem mais os preços tendem
a se manter firmes ou em alta.

Abaixo faço um breve resumo por commodity daquilo que eu


considero relevante:

• Milho: O Brasil atualmente exporta aproximadamente 25% a


30% de sua produção e tem um grande consumo interno. Os
preços já tiveram bastante correlação com o maior produtor
mundial que são os EUA. Atualmente o câmbio impacta no pre-
ço, pois quando dólar sobe favorece as exportações e os com-
pradores pagam mais em reais no porto. O preço tem sido bali-
zado internamente sem correlação internacional, mas já houve

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períodos de grande correlação com CBOT e operações de arbi-
tragem.
• Café: Já foi um dos melhores ativos da nossa bolsa, porém o
governo criou uma taxa para estrangeiros que praticamente
os expulsou daqui. O Brasil é importante produtor mundial e
exportador, sendo assim os preços são totalmente correlacio-
nados com cotações internacionais de Nova Iorque, correlação
esta altíssima como vimos anteriormente. Neste ativo é impor-
tante analisar produção e consumo mundial, pois preços são
internacionalizados.
• Soja: O Brasil é grande produtor e exportador mundial, os pre-
ços da soja assim como os do café são internacionalizados, po-
rém torna-se importante observar a exportação e a produção
do Brasil, pois esta influencia muito na cotação. Problemas cli-
máticos nos principais produtores também afetam o preço. Em
2018, produtores brasileiros tiveram muitos ganhos, estavam

| 204
Opere futuros | Leandro Paz

tendo uma ótima safra, concomitantemente houve uma gran-


de quebra na safra de soja da Argentina, o que fez com que
os preços subissem no mundo e nossos produtores pudessem
vender uma grande safra a preços altos.
• Boi Gordo: Somos um dos maiores rebanhos do mundo e o
maior exportador mundial. Este mercado é praticamente in-
terno e influenciado pelas exportações, seguidamente há ca-
sos em que um grande comprador cria algum embargo, preju-
dicando assim nossas exportações. Estes embargos afetam os
preços no curto prazo. A cotação do dólar influencia também,
pois quando dólar sobe os preços ficam maiores no porto e dão
sustentação em todo Brasil.

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Busquei acima fazer um breve resumo sobre os fatores que
mais costumo analisar nas commodities que mais atuo e atuei.

6.5.1 Indicadores Importantes


Grãos Externo

• USDA (Departamento de Agricultura dos EUA)


• FAPRI (Food and Agricultural Policy Research Institute)
elaboram relatórios sobre os vetores de oferta e demanda nos
EUA não tem periodicidade.

Consultorias

Informa - EUA FC Stone - EUA

Farm Futures - EUA Oil World - Alemanha

205 |
Opere futuros | Leandro Paz

Grãos Interno

CONAB IBGE/MAPA

Consultorias Safras e Mercado

AG Rural Agroconsult

• MDIC/Secex - Exportações e Line-up

Café Externo

• ICO ou OIC (International Coffee Organization)


• USDA

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• Departamento de Agricultura de países produtores
• Corretoras americanas

Café Interno

• CONAB
• IBGE
• Corretoras Brasileiras
• Tradings que operam café

Boi Gordo

• Assocon (Associação Nacional dos Confinadores)


• CNA (Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte)
Agra FNP (consultoria Brasileira)
• MDIC/Secex - Exportações e Line-up

| 206
Opere futuros | Leandro Paz

6.5.2 Sites Importantes


Órgãos governamentais
www.conab.gov.br – Cia Nacional de Abastecimento
www.iea.sp.gov.br – Instituto de Economia Agrícola
www.ibge.gov.br - IBGE
www.usda.gov – Departamento de Agricultura dos EUA
www.cepea.esalq.usp.br – Centro de Estudos Avançados
em Economia Aplicada
www.embrapa.br – Empresa Brasileira de Pesquisa Agro-
pecuária
www.cftc.gov/marketreports/commitmentsoftraders/cot_
historical.html

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Consultorias:

www.safras.com.br – Safras & Mercado


www.agrural.com.br – Agência Rural
www.celeres.com.br - Celeres
https://www.intlfcstone.com – FC Stone

Associações

www.abiove.com.br – Associação Brasileira das Indústrias


de Óleos Vegetais
www.anec.com.br - Associação Brasileira dos Exportado-
res de Cereais
www.aprosoja.org.br/novosite/index.php - Aprosoja

207 |
Opere futuros | Leandro Paz

Bolsas e notícias

http://www.cbot.com/
http://www.agriculture.com/ag/
http://www.bloomberg.com/news/markets/commodities.html
http://www.ino.com/
http://dtnag.com/dtnag/
http://www.usda.gov/wps/portal/usdahome
http://www.noticiasagricolas.com.br

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CAPÍTULO 7

TAPE READING

Quando falamos nas principais escolas do mercado financeiro,

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possivelmente ouve-se falar sobre Análise Gráfica, Técnica e Funda-
mentalista, porém no Brasil, nos últimos anos difundiu-se uma nova
escola, conhecida como Tape Reading, cuja tradução literal signifi-
ca: leitura de fita. Pessoalmente utilizo há bastante tempo esta me-
todologia em meu operacional, e pude constatar a escassez deste
tipo de material no Brasil, o que fez com que eu decidisse descrever
um pouco o que é, e como funciona tal metodologia.

Basicamente o Tape Reading busca fazer a leitura do livro de


ofertas, também conhecido como Book. Abaixo colocamos como
exemplo o book de ofertas do Dólar Futuro e do Índice Futuro:

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Opere futuros | Leandro Paz

Fonte: Tryd

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Estes dois livros de ofertas chamados livros horizontais de pre-
ços contém as seguintes informações:

• Corretora: Demonstradas nas colunas externas da direita e es-


querda, indica qual corretora está colocando a oferta de com-
pra ou de venda no book. Na figura está abreviado como “Cor”,
existindo também uma numeração, pois cada corretora possui
um número respectivo para atuar.
• Quantidade: Na segunda coluna, tanto da esquerda como da
direita existe o tópico “Qtd” que demonstra o volume que o
comprador e vendedor está ofertando no mercado.
• Preço: Este refere-se ao preço que cada um está colocando suas
ofertas, tanto de compra quanto de venda, nos tópicos é repre-
sentado por “Cpa”, que significa compra e “Vda”, que significa
venda.
A leitura do book é fundamental para o tape reading, é através
dele que se faz possível visualizar quais corretoras estão atuando,

211 |
e assim acompanhar os níveis de preço que têm lotes expressivos,
além de obviamente demostrar em tempo real a que preço está
sendo negociado o ativo.

O trader busca mapear através deste book os principais players,


identificando as corretoras em que eles atuam e seu comportamen-
to em determinados momentos, como por exemplo, quando estão
encerrando uma operação vencedora, ou seja, realizando lucro, as-
sim como seu comportamento quando estão encerrando uma ope-
ração perdedora. Este mapeamento é constante, pois você conse-
gue por meio dele vir a traçar o perfil de cada player.

Obviamente o mercado tem muitos participantes, mas os que


realmente deslocam preço e fazem o mercado ir a favor de seus

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interesses são poucos, são justamente estes que o tape reading
busca identificar e assim descobrir as corretoras em que eles atu-
am, em que momentos eles agem, o tamanho de seus lotes, assim
como, o nível de agressividade de suas práticas no livro de ofertas,
demostrando se agridem ordens ou apenas as deixam apregoadas
no book.

Grandes Players sabem que são visados, então costumam ope-


rar por mais de uma corretora e se especializam em formas de ca-
muflar seus lotes. Se um player grande quer comprar 1000 contra-
tos de dólar, ele não apregoa simplesmente uma compra de 1000.
Ele pode agredir uma parte comprando 200 até determinado nível
de preço, depois apregoa mais lotes de 100 e assim vai trabalhan-
do sua ordem, pois se ele demonstrar seu volume total poderá ter
dificuldade para executar todo o lote em bom nível de preço. Ge-
ralmente os players costumam ter mais calma e menos agressivi-
dade para montar uma posição nova, seja ela comprando ou ven-
dendo, ou também quando estão zerando operações vencedoras.
As maiores agressões costumam ser em realizações de prejuízo, ou
seja, quando o player resolveu assumir o prejuízo e sair da operação
Opere futuros | Leandro Paz

antes que, em sua leitura, o prejuízo fique maior. A agressividade de


stops loss como são chamadas as operações encerradas no prejuízo
costumam ser as maiores, pois o player habitualmente vai a merca-
do e zera logo a fim de estancar o prejuízo. São nestes momentos
de grande agressividade que os leitores de tape reading buscam
oportunidades atuando na ponta contrária, eles identificam que,
quando acabar o lote de stop loss o mercado possa dar uma ajus-
tada, porém, em contrapartida, isto também pode desencadear um
movimento maior.

A escola do tape reading além da leitura do book de ofertas


também utiliza alguns indicadores que auxiliam no mapeamento
dos players no mercado, suas posições e também o nível de agressi-
vidade. Para facilitar listamos alguns destes indicadores e suas res-

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pectivas descrições abaixo:

7.1 Times & Trades


Também conhecido no Brasil como “Negócios” é a origem do
tape reading, pois este é a “fita”, onde ficam registrados os negó-
cios, quem comprou, quem vendeu, a quantidade, preço e horário.
Alguns já mostram também a agressão, que seria se o comprador
cedeu e comprou do vendedor, o que, neste caso, seria uma agres-
são de compra. O contrário é a agressão de venda, onde o vendedor
cede e agride o comprador realizando a agressão de venda. Na figu-
ra abaixo é possível ver no Dólar Futuro estas agressões.

213 |
Opere futuros | Leandro Paz

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Fonte: Tryd

A leitura da fita auxilia ao mostrar os negócios que estão real-


mente sendo realizados, pois o livro de ofertas apresenta muitos
blefes, que seriam ordens que entram e somem rapidamente, or-
dens que mostram 10 lotes mas possuem 100 de forma oculta por
exemplo. Os negócios exibem o que realmente está sendo negocia-
do e quem está agredindo quem. Ali não existe o “blefe”, somente o
que realmente foi efetivado. Na imagem podemos ver as seguintes
informações:

• Hora: Horário que o negócio foi efetivado.


• Preço: o Preço que comprador e vendedor efetivou o negócio.
• Quantidade: O volume que foi negociado no momento.
• Corretora Compradora: Onde consta o nome ou número da
corretora que efetuou a compra.
• Corretora Vendedora: Onde consta o nome ou número da
corretora que efetuou a venda.
• Agressão: Mostra quem cedeu e foi de encontro ao outro, se o
comprador agrediu ou se foi o vendedor que agrediu.

| 214
Opere futuros | Leandro Paz

Os negócios aparecem como algo tão simples, mas é através


dali que podemos mapear muitas informações, como por exemplo,
nível de agressividade do player, a posição e quantidade que estão
realizando, o que faz com que você consiga ir monitorando as po-
sições que estão sendo montadas ou desmontadas, assim como vi-
sualiza as faixas de preços onde realmente estão saindo negócios
maiores e são demonstrados os respectivos pontos de interesse.

7.2 Volume de negócios por nível de preço


Este indicador serve para auxiliar a leitura dos pontos onde re-
almente estão sendo efetivados os volumes maiores, pois, como
sabemos, o mercado costuma ter um comportamento curioso e pe-

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culiar, porque em alguns momentos ele desloca preço com baixo
volume e quando chega em um determinado nível de preço começa
a sair um volume muito maior. Um aspecto interessante a se moni-
torar acontece quando grandes players stopam operações e com
isso deslocam o preço, porém com pouco volume no decorrer do
caminho. Estes costumam ser movimentos rápidos.

Veja abaixo um exemplo de negócios por nível de preço:

Fonte: Tryd

215 |
Opere futuros | Leandro Paz

Observe que nas figuras acima há certos níveis de preços em


que o volume de negócios chega a ser oito vezes maior, ou seja, ali
o mercado está mais acirrado e nestes pontos pode haver oportuni-
dade de entrar pelo tape reading, pois faz-se a leitura de quem está
vencendo a disputa e busca-se entrar no fluxo do mesmo. As figuras
mostram “K”, isto significa que 2k são dois mil contratos negociados
naquela faixa de preço. Esta é uma abreviatura bastante utilizada no
mercado financeiro.

7.3 Indicador Resumo das Corretoras/Ranking


Corretoras
Este indicador é fantástico, por meio dele, em tempo real você

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consegue monitorar a quantidade que cada um está comprando e
vendendo, o que é de suma importância que seja feito diariamente,
pois em sua memória você consegue ir mapeando quem está com-
prado, quem está vendido. Em contrapartida, são muitos os que se
camuflam em diferentes corretoras, mas neste sentido cabe a pers-
picácia no ajuste fino de identificar quem atua e por onde. Outra
coisa importante é identificar qual player costuma acertar mais a
direção do mercado e buscar ir junto ou até mesmo evitar ir contra,
certamente que isto não é uma regra, mas é algo relevante. Mapear
os “mãos trocadas” (players que parecem estar sempre na direção
errada) e montar posições contrárias a eles ou até mesmo identifi-
car seus stop loss entrando no final do movimento podem vir a ser
boas oportunidades. A Figura abaixo é um resumo de corretoras do
ativo dólar:

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Fonte: Tryd

• Ranking das corretoras: Lista os maiores compradores e os


maiores vendedores em determinado ativo.
• Quantidade (Qtd.): Mostra quanto em volume os maiores
players compraram e venderam no dia.
• Saldo Líquido: Mostra a diferença entre compra e venda de
cada corretora, ou seja, se ela comprou 1000 contratos e ven-
deu 500 ela ainda está comprada em 500 no dia, então seu sal-
do são 500 compras.

Alguns players fecham o dia habitualmente com a mesma quan-


tidade de compra e de venda, estes costumam ser os especuladores
de giro diário. Outros apresentam grande volume em uma das pon-
tas, podendo estas serem posições mais longas ou até mesmo ser
alguma corretora que atue mais para hedgers, que são pessoas que
usam o mercado apenas como instrumento de proteção para oscila-
ção de preços. Exemplo: um importador que precise se proteger em
relação a alta do dólar, vai ao mercado e compra dólar futuro com
a intenção de proteger-se de fatores externos que não dependem

217 |
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dele, como no caso, a flutuação cambial.

• Preço Médio: Este indicador é importante demais, pois é possí-


vel ver o preço médio que cada corretora efetuou suas compras
e vendas. No caso do mapeamento dos “mãos trocadas” geral-
mente este indicador auxilia muito, porque possibilita ver aque-
les players que fazem giro diário e possuem o médio da compra
abaixo do médio da venda, ou seja, tiveram lucro no dia. Já os
“mãos trocadas” costumam ter o médio da compra maior que o
médio da venda, ou seja, prejuízo. Cabe aqui uma ressalva, esta
regra não vale para players que fazem hedge.

7.4 Contratos em Aberto

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Monitorar diariamente os contratos em aberto auxilia na leitura
e mapeamento do mercado, por meio desta prática algumas infor-
mações são possíveis de serem averiguadas. Exemplo: quando um
player entra com um volume acima da média e os contratos em aber-
to aumentam, pode-se supor que ele montou posição nova, seja ela
comprando ou vendendo. Quando ele faz um movimento grande e
os contratos em aberto caem, pode ser que tenha havido a necessi-
dade de zerar uma operação, podendo esta ser vitoriosa, perdedora,
ou então apenas uma zeração de posição hedge.

Um detalhe importante a se monitorar nos contratos em aber-


to são as variações dia, podendo-se notar em alguns períodos um
grande volume de negócios no dia, porém os contratos em aberto
praticamente não mudam, então convém supor que os players que
estão fazendo o movimento do dia estão apenas especulando em
operações de day trade (compra e venda no mesmo dia). Este tipo de
análise só serve para o mercado futuro, pois contratos em aberto são
exclusivos deste mercado, sendo assim, não cabe a mesma avaliação
no mercado de ações.

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Fonte: Tryd

7.5 Análise dos Comitentes

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Esta leitura possibilita ver a posição dos players atuantes no mer-
cado e auxilia a mapear quem está comprado, quem está vendido,
quem apenas faz hedge e quem está atuando mais no giro diário. Este
relatório é divulgado com periodicidade específica para cada ativo no
mercado futuro.

Abaixo podemos ver um exemplo no mercado futuro de milho


na B3:

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Neste relatório é possível ver posição comprado e vendida dos
participantes, assim como sua variação entre compra e venda no
período de uma semana. Vale salientar a importância de saber a ca-
tegoria em que os grandes players se enquadram. Observe que no
exemplo há uma descrição de onde estão os fundos, trading, frigo-
ríficos e demais participantes. É essencial monitorar a posição e ca-
tegoria dos maiores e principais players, pois no dia a dia irá auxiliar
no mapeamento e entendimento de suas atuações. Este indicador é
somente para o mercado futuro, não havendo em ações.

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7.6 Análise do saldo de agressão


Este indicador auxilia a identificar as agressões, ou seja, quando
o comprador agride o vendedor ou vice-versa. Ele mostra quanto
dos negócios realizados foram agressão do comprador ou do ven-
dedor, podendo também ser usado em momentos para identificar o
final de um movimento, exemplo: quando o mercado está subindo
com saldo maior de agressões de compra e estas chegam em um pa-
tamar de preços no qual as agressões de compra reduzem e começa
a haver mais agressões de venda, podendo-se supor assim um possí-
vel final do movimento e uma possibilidade de entrada. Cabe ressal-
tar que a utilização e interpretação é subjetiva e desenvolve-se com
o passar do tempo e ganho de experiência no ativo operado.

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7.7 Mapear o que faz cada tipo de player
A utilização de todos estes indicadores precisa auxiliar na
identificação e mapeamento dos players a fim de saber qual a sua
posição e com qual finalidade está atuando no mercado. Existem
players que entram pontualmente no mercado para fazerem ope-
rações de hedge, onde casam esta operação com outra, que pode
vir a ser uma exportação, importações, venda futura de safra e etc.

Existem os players que estão fazendo spread, comprando um


contrato e vendendo outro, onde para estes não importa a direção
do mercado, mas sim a variação de seu spread. Este spread pode ser
entre vencimentos do mesmo ativo ou pode ser entre ativos dife-
rentes, como por exemplo, dólar e índice, dólar e soja. Também se
enquadram nesta categoria os arbitradores, que podem estar ope-
rando índice Bovespa com Nasdaq, café no Brasil com café em NY.
São diversas as possibilidades de arbitragem, até mesmo Petrobrás
no Brasil com ADR de Petrobrás nos EUA.

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No mercado de ações existem os que fazem Long&Short, que


compram uma ação de empresa do mesmo setor e vendem de outra
empresa do mesmo setor. Existem os que compram ações e vendem
Índice Bovespa. Os arbitradores, spreaders, e Long&Shorts atuam
muito, por vezes entram no mercado, geram um fluxo momentâneo
e saem, não se importam com a alta ou com a baixa, mas sim com o
resultado de suas operações casadas.

• Especuladores: Aqui podem se enquadrar todos aqueles que


buscam resultados de curto prazo, onde têm enorme interesse
na direção que o mercado irá tomar em determinado momen-
to e dia. Estes podem ser tesourarias, fundos de investimento,
pessoas físicas, etc. Monitorar os maiores especuladores é es-
sencial no tape reading.

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• Fundamentalistas: Estes players não estão muito preocupados
com oscilações de curto prazo, pensam em um horizonte maior
com base em suas análises econômicas. Muitas vezes quando
entram no mercado possuem um volume considerável e podem
gerar movimentos de alta ou de baixa enquanto montam ou
desmontam suas posições. Suas entradas e saídas podem dar
oportunidade de operações de front running (antecipar seus
movimentos e entrar junto), e também oportunidades quando
acabam seus lotes, fazendo com que, ao mercado se acomodar,
possam se ajustar novamente.

7.8 Mapear os horários de atuação


Este tipo de leitura ocorre com tempo de tela e experiência no
ativo, os grandes players possuem horários que geralmente atuam
e podem montar posição ou até mesmo defendê-las. A abertura
costuma ser um deste momentos, onde há briga entre players gran-
des. O fechamento também é um horário importante, pois ali cada
player quer jogar um fechamento favorável à sua posição e pode

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gerar movimentos de briga, agressões fortes de compra e venda ao


mesmo tempo.

Um dos horários mais interessantes para se atuar no mercado


futuro é no momento do ajuste diário, onde cada ativo possui um
horário específico, geralmente próximo ao fechamento. Neste mo-
mento é possível ver quem está comprado e quem está vendido.
Nos momentos de ajustes os players buscam defender suas posi-
ções e fazer o mercado ir a seu favor.

Quando um player agride na compra no horário de ajuste, pode-


se supor que sua posição é comprada e vice-versa. O horário de ajus-
te costuma apresentar boas disputas, onde cada um quer jogar a
seu favor, podendo assim gerar boas oportunidades de giros curtos

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que se dão diante das disputas e das agressões de cada player.

Também há no dólar, por exemplo, os horários que são divulga-


das as PTAX do dia, onde os players alguns minutos antes da divul-
gação começam a atuar mais forte, dando assim possibilidades de
giro também.

A experiência e a prática ajudam no mapeamento dos players


e seus horários de atuação. Muitas operações de tape reading são
montadas antecipadamente a estes horários prevendo a atuação de
alguns players e a possibilidade de se fazer a zeragem da mesma
nestes movimentos. Também há como montar operações nestes
momentos para desmontar no decorrer do dia ou até mesmo no dia
seguinte. Estas disputas de interesse geram distorções rápidas que
podem ser boas oportunidades para se atuar.

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7.9 Alguns exemplos de operações de Tape


reading
• Agressão de final de fila: Identifica-se um ponto importante
do mercado com um suporte ou uma resistência, estes pontos
costumam ser disputados e ter um bom volume de negócios,
porém quando por exemplo, um suporte começa a ser agredi-
do e os lotes no mesmo estão no final, pode ser a oportunidade
de agredir, afinal, a perda do mesmo pode gerar um movimen-
to de stops loss e acelerar a queda, sendo assim, monitora-se
o final do lote de compra e agride-se juntamente, acreditando
que irá romper para recomprar mais abaixo. Este é um tipo de
operação bastante utilizada.

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• Escora em lote grande: No mercado existem muitos blefes no
livro de negócios, porém existem players que não costumam ble-
far e apregoam grandes lotes, isto gera a possibilidade de com-
prar ou vender escorando-se neste lote, afinal, se você comprar e
o mercado subir, ótimo, você realiza seu lucro, mas se o mercado
começar a agredir o lote grande e você sentir que ele pode termi-
nar, é hora de stopar sua posição nele. Isto é bastante utilizado,
mas requer atenção aos blefes.
• Front Running: Como já mencionados, existem players que
entram com grandes volumes no mercado e precisam executar
suas ordens, estes players deslocam preço devido ao seu volu-
me. Antecipar estes movimentos entrando juntamente com o
mesmo pode dar oportunidades de atuação. Também requer
atenção com os blefes.
• Final de Stop: Quando se identifica que um player está sto-
pando uma operação grande, ele pode deslocar rapidamente
os preços, porém quando seu lote termina o mercado pode dar
uma ajusta- da e sentir o final deste movimento, podendo assim
dar oportunidade de entrada, pois se um player stopou venden-

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do, pode ser que ao final de seu movimento gere uma oportuni-
dade de compra, a fim de pegar uma correção.
*Todas estas operações citadas apresentam riscos e bus-
cam apenas descrever práticas utilizadas no mundo todo, po-
rém, até então, sem literatura no Brasil.

*Cabe ressaltar que se deve sempre atuar dentro da legis-


lação de cada mercado e não gerar movimentos e fluxos men-
tirosos a fim de obter lucros próprios ou gerar movimentos e
demandas artificiais no livro de ofertas.

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CAPÍTULO 8

DIA-A-DIA NO
MERCADO / GUERRA
DE TRINCHEIRA

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Quando iniciei no mercado futuro, a grande parte de meu
aprendizado veio da experiência daqueles que já atuavam no mes-
mo, tendo em vista que a literatura a respeito no Brasil é restrita, os
cursos são poucos e muitas vezes são apenas técnicos. Entrar des-
preparado em um mercado onde se opera alavancado pode custar
caro, pois a falta de conhecimento não é perdoada e infelizmente
logo surgem os aprendizados da prática, que muitas vezes custam
caro financeiramente e psicologicamente. No universo dos merca-
dos futuros existem participantes que atuam há anos, eles sabem
quem é quem, como operam, qual o seu interesse e assim por dian-
te. Quando algum movimento atípico começa a ocorrer na B3, to-
dos ficam curiosos querendo descobrir quem está por trás destes
movimentos, qual a forma de operar, qual o nome, etc. Claro que
isso só acontece quando são volumes maiores, pois se você opera
com volumes menores passará despercebido, mas, sempre se deve
ter consciência que principalmente no mercado de commodities do
Brasil, a grande maioria sabe quem é quem. Para se ter uma ideia,
algumas vezes que cometemos erros de digitação e enviamos or-
227 |
Opere futuros | Leandro Paz

dens erradas, verificamos no histórico a corretora que serviu de con-


traparte e chamamos a pessoa pelo Skype (programa de mensagens)
para solicitar o cancelamento de ordem por erro. Caso ela autorize, o
cancelamento é feito através de uma ligação para bolsa. Quando as
negociações nos mercados futuros iniciaram, eram poucas correto-
ras, e tinham todo o fluxo operacional centralizado em suas mesas de
operações principalmente em São Paulo, por isso, se você via a atu-
ação de uma determinada corretora e quisesse falar com o respon-
sável bastava ligar para sua mesa principal e negociar diretamente
com a pessoa. Nos últimos anos passou a valer uma regra nova para
os mercados agrícolas, onde no book de negócios excluíram-se os no-
mes das corretoras, o que dificulta a identificação dos participantes.

Esta norma começou como teste, mas, particularmente, penso

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que não melhorou a liquidez como era esperado, porém foi mantida
a pedido de alguns poucos grandes players. Esta alteração deixou o
mercado semelhante ao mercado dos EUA, onde não são mostrados
os nomes das corretoras.

Atualmente com a forte evolução da tecnologia as pessoas já


podem operar de sua casa e não precisam mais ligar para a mesa de
operações para dar ordens. Este recurso foi positivo, pois o mercado
está ficando cada dia maior e é cada vez mais difícil saber quem é
quem e qual sua intenção. O aprendizado na prática nos custa caro,
muitas queimações no estômago e horas de reflexão. Minha intenção
ao fazer este livro é que tudo isto não tenha sido em vão, e que sendo
assim eu possa passar um pouco de minha experiência, meus erros,
acertos e também a forma de pensar de algumas pessoas importan-
tes que atuam neste mercado há anos. Sempre devemos respeitar
estes profissionais, pois o mercado não perdoa os despreparados,
que são atraídos pela ganância dos ganhos alavancados e acabam por
quebrar. Minha pretensão é ajudá-lo a ser um investidor que possa
usufruir das excelentes ferramentas do mercado futuro durante mui-
tos e muitos anos.

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Opere futuros | Leandro Paz

Atualmente criou-se também aqui no Brasil uma ferramenta já


existente em outros países, na qual é possível operar apenas usan-
do um simulador em tempo real com valores fictícios. Há também o
replay de mercado para aqueles que querem operar e treinar após
o horário de pregão. Boa parte das plataformas já utilizadas possui
esta ferramenta embutida e isto faz com que novatos possam se
preparar ainda mais antes de investirem seus capitais.

8.1 Regras de Ouro


Sempre devemos ter um norte, uma referência que nos ajude
na tomada de decisão nos momentos cruciais. Juntamos algumas
frases que devem ser lidas seguidamente, devem estar no nosso

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inconsciente, pois quanto mais lermos, mais farão parte de nossas
decisões. Um trader disciplinado é aquele que, mesmo quando está
com o viés errado, consegue ganhar dinheiro, pois sua disciplina o
faz identificar o erro rapidamente e “virar a mão” para seguir o fluxo
do mercado.

Deixe sempre seu ego de lado. Quando você conversar com al-
guém de mercado e sentir que seu ego é muito elevado, pode ter
certeza que ele é um novato. O ego é um dos maiores inimigos de um
trader, pois ele o faz aguentar posições perdedoras por mais tempo
do que deveria. Lembre-se sempre que você não está no mercado
para acertar se vai subir ou cair, você está no mercado para ganhar di-
nheiro e para onde o mercado for você deve estar dentro. Esta regra
é diferente para quem atua a fim de realizar o Hedge, onde o objetivo
é de proteção contra as oscilações de preço.

Primeiramente gostaríamos de enfatizar que não sou criador


destas frases, mas as leio seguidamente e busco tê-las em mente
e praticá-las. Se você ler uma frase por dia, respeitá-la e refletir so-
bre ela, isso poderá ajudá-lo a ter disciplina e se tornar um grande
profissional.

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Opere futuros | Leandro Paz

Sempre que precisar releia essas frases

• A tendência (Alta ou Baixa) é sua amiga.


• Compre no suporte/venda na resistência.
• Realize seu lucro “sempre” cedo demais.
• Leve o dinheiro deles antes que eles levem o seu.
• Pior que ganhar pouco ou não ganhar nada, é perder.
• Lucro, mesmo que pequeno, não quebra ninguém.
• Em especulação financeira, uma autópsia gera aprendizado não
lucros.
• Compre ao som dos canhões e venda ao som dos violinos.
• Não se aborreça por perder uma alta e sim por perder dinheiro.

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• Não lamente perdas virtuais.
• Não comemore lucros virtuais.
• Sucesso é hábito, fracasso também. Habitue-se a ganhar sempre.
• Disciplina: seja fiel à sua estratégia.
• Ousadia: arrisque-se dentro de sua estratégia.
• Humildade: liquide imediatamente uma posição perdedora.
• Stop: fere a vaidade e preserva o bolso.
• Use stop de entrada e stop de proteção de lucros.
• O melhor stop é o que não precisa ser acionado.
• Olhe para o gráfico com olhos de criança.
• Mantenha as coisas simples.
• “Feelings”,... só deu dinheiro ao Morris Albert (autor da música
feelings). Seu uso no mercado é desastroso.
• Descubra à noite no noticiário o que o gráfico lhe mostrou du-
rante o dia.
• Lugar de torcedor é na arquibancada, seja um especulador

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Opere futuros | Leandro Paz

• No mercado o mais importante não é participar, é ganhar.


• Se você operar só opções, você vai “quebrar” independentemen-
te do tamanho do seu caixa.
• Aprenda a operar em mercados de alta (compra) e baixa (venda).
• Não jogue, especule.
• Viciados em mercado morrem rapidamente de overdose.
• Após uma sequência de erros, pare e ajuste o foco.
• O mercado jamais estará contra você, mas você poderá estar
contra si mesmo.
• Sorte é o encontro mágico entre a competência e a oportunidade.
• Encare a perda com serenidade.
• Administre os lucros com discrição.

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• O que está ruim pode ficar ainda pior.
• Acertar o “fiofó da mosca” é uma lenda, ele não existe.
• Ao liquidar uma posição, jamais fique imaginando o quanto ela
ainda poderia lhe render.
• Mais importante que ter muito ou pouco dinheiro é ter uma es-
tratégia que funcione.
• Não queira se tornar milionário da noite para o dia, mas queira
se tornar milionário dia após dia.
• Ao liquidar uma posição, compre do vendedor e/ou venda ao
comprador. Não fique deixando de executar a ordem para ten-
tar sair alguns centavos melhor.
• Uma tendência não retorna para mendigar centavos.
• Por um tostão você pode perder um milhão.
• Se o mercado lhe envia sinais confusos, fique fora dele.
• Se em determinado momento você achar que o mercado está
errado, volte à realidade, o errado é você!

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Opere futuros | Leandro Paz

• O mercado será cruel ou generoso com você tanto quanto sua-


própria disciplina permitir.
• O medo de perder fará com que você perca ainda mais.
• Se o barco começar a afundar, não reze, abandone-o!
• A esperança de ganhar mais fará com que você ganhe menos.
• Jamais especule usando um Achômetro ou o Teorema de Chu-
tágoras.
• O mercado se movimenta em três direções: para cima, para bai-
xo ou de lado. Somente as duas primeiras interessam.
• Somente entre no mercado tendo uma porta e uma janela para
sair.
• Em especulação, o lucro é como um picolé ao sol, você chupa ou

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ele derrete em sua mão.
• No mercado, o otimista perde muito e o pessimista ganha pouco.
Seja realista.
• Especular é simples, mas não é fácil.
• Às vezes as coisas são tão simples que você as negligencia.
• Ao especular é preciso agir rápido ou ficar de fora.
• Entre no mercado somente quando tiver certeza de que as con-
dições são favoráveis à sua operação.
• Ficar furioso com o mercado é pura tolice.
• No mercado o importante não é ser altista (touro) ou baixista
(urso). O importante e estar do lado certo, ou seja, “estar” altis-
ta ou “estar” baixista.
• Você precisa confiar em si mesmo e em suas análises se quiser
ser um especulador de sucesso.
• Dê ouvidos aos “especialistas” e você estará falido.
• Especulação é um negócio árduo que exige persistência.
• Só existe uma maneira de uma pessoa se convencer definitiva-
mente de que está errada: Deixe-a perder dinheiro.

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Opere futuros | Leandro Paz

• Quando você descobre o que não deve ser feito com o objetivo
de não perder dinheiro, você começa a aprender o que fazer a
fim de ganhar dinheiro.
• Uma das coisas mais úteis que alguém pode aprender é desistir
de agarrar o último ou o primeiro centavo.
• Enxergue não só as árvores, mas toda a floresta.
• Um cliente que ganha dinheiro é um ativo para qualquer cor-
retora.
• Para ser um vencedor no mercado você não pode ser meramen-
te um estudioso, tem que ser um estudioso e um especulador.
• Mais importante que os preços, é o timing (tempo da entrada
saída).

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• Todo erro no mercado atinge dois pontos delicados: seu bolso
e sua autoestima.
• Quando você está na ponta certa no mercado, duas forças tra-
balharão a seu favor: o noticiário e todos os que estão posicio-
nados na ponta errada.
• Os principais inimigos de um especulador estão em sua própria
mente: medo e esperança, pânico e euforia.
• Um grande número de desastres de especuladores brilhantes
pode ser atribuído diretamente à presunção.
• Esteja convencido de que se alguma coisa está errada, está er-
rada contigo e não com o mercado.
• A manipulação é a principal desculpa usada para justificar as
perdas de especuladores despreparados.
• Aqueles que vivem à procura de palpites, na realidade não es-
tão buscando bons palpites, mas qualquer palpite.
• Você pode transmitir conhecimento, isto é, sua própria coleção
de fatos arquivados na memória, mas não a sua experiência.
• Você pode saber o que fazer e mesmo assim perder dinheiro, se
não fizer rápido o suficiente.

233 |
Opere futuros | Leandro Paz

• O mercado tem razões que a própria razão desconhece.


• Se você acredita que pode ou que não pode, de qualquer ma-
neira você tem razão.
• Tenha sempre em mente que seu objetivo é ganhar dinheiro.

Palavras Sábias de Jesse Livermore


Muito poucos traders fizeram (e perderam) fortunas no mercado
financeiro como Jesse Livermore. Cerca de um século atrás, ele se
tornou um dos mais celebrados especuladores de todos os tempos.

Reminiscences of a Stock Operator (Memória de um Operador


da Bolsa, Edwin Lefevre, Ed Campus, 2008) é um livro que conta a
trajetória de Livermore no mercado financeiro. Através de um texto

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de fácil leitura, oferece ao leitor uma rápida visita à mente de um dos
grandes traders de todos os tempos. É possível aprender junto com
Livermore enquanto ele ganhava e perdia milhões no mercado de
ações americano.

Abaixo estão algumas citações de Jesse Livermore retiradas des-


te livro. Esses conselhos representam a experiência de um trader que
enfrentou diversas situações, inclusive o famoso crash de 1929:

• Nunca opere baseado em dicas.


• Use um sistema e não saia dele.
• Nunca compre um ativo porque ela teve uma grande queda.
• Não culpe o mercado pelas suas perdas.
• Nunca aumente uma posição perdedora. Uma posição perde-
dora significa que você está errado.
• Sempre venda o que mostra um prejuízo e mantenha o que está
dando lucro.
• Não discuta com o mercado. Não procure recuperar o prejuízo.
Saia enquanto a saída é boa e barata.

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Opere futuros | Leandro Paz

• Existe somente um lado no mercado financeiro. E não é o lado


bull (alta) e nem o lado bear (baixa),mas o lado certo.
• O maior inimigo de um especulador é sempre o tédio.
• Um homem deve sempre confiar em si mesmo e no seu julga-
mento se ele espera ganhar a vida com essa profissão.
• Sempre use gerenciamento de capital.
• Estabeleça o seu plano de trade antes que o mercado abra.
• Detalhe o seu plano para cada operação.
• Estabeleça pontos de entrada e saída e entenda a relação entre
risco/retorno.
• Aceite pequenas perdas como parte do jogo, se você quiser
vencer.

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• Não se concentre no valor em que você empata quando estiver
perdendo.
• Não liquide uma posição vencedora para manter uma perdedora.
• Desenvolva e mantenha um plano de saída. Siga esse plano com-
rígida disciplina.
• Tenha paciência. Grandes movimentos demoram para se de-
senrolar.
• Não fique curioso demais sobre a lógica por trás de um movimen-
to. A chave para a fortuna no mercado é a simplicidade.
A trajetória e o conhecimento dos grandes traders são uma óti-
ma fonte de aprendizado. Podemos entender melhor o mercado
através da sabedoria que eles adquiriram durante crises assustado-
ras e altas espetaculares

8.2 Aprenda com o erro dos outros


Aprender com o erro dos outros é sempre muito mais barato,
busque sempre tirar lições dos erros que você assiste ao seu redor.

235 |
Opere futuros | Leandro Paz

Seja sempre humilde e não perca tempo discutindo se o mercado é


de alta ou de baixa. Busque apenas trocar informações que auxiliem
a construir seu viés de mercado. Sempre que você observar alguém
que esteja com a autoestima muito elevada fique atento, pois ela
pode estar à beira da falência. Por diversas vezes assisti pessoas
ganharem muito dinheiro e como consequência se acharem mais
inteligentes e melhores que a maioria, logo, colocaram sua vaidade
acima de tudo e não realizaram prejuízos rapidamente, pois em sua
concepção não estariam errados. Cito por exemplo a história de um
amigo que estava trabalhando em um ativo há aproximadamente
um ano, era uma pessoa comum, conhecido de tempos, com quem
eu mantinha uma boa relação profissional. O ativo começou a subir
e ele começou a ganhar muito dinheiro, chegou a ter milhões, sen-

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do que era uma pessoa que havia começado de baixo. A partir daí a
vaidade e o ego começaram a crescer e mesmo sendo um conheci-
do de anos, a convivência se tornou impossível, a arrogância e a vai-
dade tomaram conta do mesmo, que passou a cativar sentimentos
ruins daqueles que o cercavam e eram seus amigos. Ele acabou se
afastando para um melhor convívio de todos, o ativo que havia su-
bido muito acabou voltando “tudo” e a alavancagem feita no meio
do caminho fez com que ele perdesse todo seu capital, chegando
próximo da insolvência. Um dos maiores traders que tenho a honra
de conhecer é também um amigo. O fator que mais chama a aten-
ção é a sua discrição, você nunca sabe se ele está ganhando dinheiro
ou perdendo. Ele vive de mercado há mais de 25 anos. Certo dia,
em uma conversa com seu contador ele deixou escapar que, mesmo
em meses ruins ganhava em torno de R$ 50 mil reais. Eu garanto
que qualquer pessoa que o conheça jamais dirá que ele ganha tanto
dinheiro, pois a humildade e o respeito com todos à sua volta são
extremamente admiráveis.

O mundo e o mercado são “redondos”, são de idas e vindas, de-


vemos sempre nos manter humildes e discretos, porque da mesma
forma que o mercado pode nos proporcionar muitas coisas boas,

| 236
Opere futuros | Leandro Paz

ele não deve levar embora nossos princípios, valores e respeito.


Quem entra está vulnerável e caso não mantenha sua humildade
ao reconhecer seus erros e respeite a complexidade do mercado,
poderá perder o dinheiro de uma vida por pura vaidade.

Sempre tenha sua estratégia e a siga com muita disciplina.


Quando você tem ganhos no mercado não foi por sorte, é fruto de
sua análise, afinal, você estudou, gastou tempo e dedicação para
isto, se dedicou neste acompanhamento abrindo mão de muitas ati-
vidades sociais, familiares, etc. Procure não desperdiçar o dinheiro
ganho com supérfluos. Nunca esqueça que você é um investidor e
seus ganhos devem ser preservados e vistos como seu patrimônio
de vida.

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Os profissionais desta área são Traders, atletas da mente e de-
vem se preparar física e mentalmente para atuar em um mercado
complexo, que exige de ambos (corpo e mente). Passam a ter muitas
descargas de adrenalina, o que acaba por torná-los viciados na mes-
ma, sendo que, ao ficar mais de alguns dias sem adrenalina passa a
ter crises de abstinência. Para lidar com tais descargas é necessário
que se faça uma atividade física regular, sendo que em épocas nas
quais você se mantenha longe das operações é importante praticar
exercícios diariamente, a abstinência de adrenalina deixa a pessoa
desanimada e por vezes triste sem motivos aparentes, se mal inter-
pretada pode levar alguns para o vício em bebidas e drogas, assim
como ocorre com atletas ao encerrarem suas carreiras, abstendo-se
da adrenalina das competições. Para o trader é o mesmo processo,
por isto cabe a atenção sempre aos hábitos saudáveis. Com a inten-
ção de organizar minha rotina criei um infográfico onde listo meus
hábitos. Para elaborá-lo realizei estudos e experimentações que vie-
ram a se tornar bem importantes em meu cotidiano.

Demonstro um pouco de minha rotina para ajudar a ilustrar


esta preparação e assim passar um recorte de minhas vivências.

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Opere futuros | Leandro Paz

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Opere futuros | Leandro Paz

8.3 Operadores Especiais (scalpers)


Tratavam-se de investidores que adquiriram títulos de bolsa, e,
portanto, não necessitam de corretora para operar nos mercados
futuros, operam como eles mesmo denominam “no crachá”. Exis-
tem dois tipos de operadores especiais: os operadores de agrícolas,
os quais possuíam títulos que valiam apenas para mercados futuros
agrícolas e os que possuem títulos full, os quais podem operar todas
modalidades de mercado futuro. Para se ter uma ideia, um título full
já valeu mais de 1 milhão de ações de BVMF3, ou seja, na época do
IPO valiam mais de 20 milhões de reais. O título agrícola valia apro-
ximadamente dez por cento do full. Os operadores especiais (scal-
pers) são alguns dos personagens mais importantes para os merca-
dos futuros, para se ter uma ideia, a BM&F desenvolveu um projeto

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com os mesmos, onde ela bancava a estrutura física e de tecnologia,
enquanto eles operavam mercados futuros agrícolas dando liquidez
para o mercado. O volume operado é impressionante e com certe-
za, sem a atuação deles alguns contratos teriam sérios problemas
de liquidez. Após o IPO da Bolsa, estes operadores receberam ações
por seus títulos e passaram a operar via corretora, assim como todos
os demais. Os operadores full embolsaram mais de 20 milhões por
título, em contrapartida os agrícolas nada receberam, sendo que,
alguns acionaram judicialmente seus direitos a fim de receber por
seus títulos. Conhecer a história dos operadores especiais foi algo
que realmente mudou minha visão em relação ao mundo da especu-
lação. Descobrir que estes investidores vivem somente de mercado
há anos, sendo pessoas extremamente bem-sucedidas e com mui-
tas experiências para agregar foi gratificante. A primeira vez que fui
visitá-los já havia de minha parte grande admiração porque sempre
acompanhei suas movimentações, observava que todos os dias os
997 (código que aparecia no book de negócios) sempre saiam com
saldo positivo. Quando finalmente os conheci fiquei impressionado
com a humildade e simplicidade dos mesmos, pois no universo do

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Opere futuros | Leandro Paz

mercado financeiro, muitos que tampouco se aproximam do nível


dos 997 são pessoas muito arrogantes. Lembro-me de meu primei-
ro emprego no mercado financeiro, alguns colegas de trabalho le-
varam mais de seis meses para me dar um bom dia ao passar no
corredor, as questões envolvendo a soberba eram impressionantes,
ainda mais nos anos de alta do mercado. Mais tarde passei a assistir
muitos destes colegas em situações bem complicadas devido às mu-
danças do mercado. A humildade e a simplicidade parecem ser um
quesito fundamental daqueles que se mantêm duradouros como
especuladores. O mercado é soberano e você jamais será maior que
ele, e não é porque você ganhou o salário de muitos brasileiros em
apenas algumas horas operando que você passou a ser melhor que
as outras pessoas.

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Se a arrogância vier a tomar conta de você, o mercado pode vir
um dia e levar tudo que você possui, ferindo seu bolso, sua vaidade,
seu ego e minando sua autoconfiança. Se tem uma lição que apren-
di com os operadores especiais, foi a de ter humildade, tranquili-
dade, disciplina e autoconfiança. Pelas histórias que ouvi de alguns
deles, é notório que vieram de famílias simples e construíram todo
seu patrimônio com suas operações no mercado, incluindo o custo
da aquisição dos títulos de operadores especiais. Grande parte ini-
ciou sendo operador no pregão viva-voz de alguma corretora e com
o tempo foi ganhando experiência, passando assim a operar para si.
Contaram que foram descobertos por donos de corretoras que da-
vam um limite de prejuízo no mês, sendo que, o que ganhassem era
dividido 50% para si e 50% para a corretora. Em uma destas visitas
tive a honra de conhecer Marcos Bastos, o Escova. Na época o que
mais me chamou a atenção em relação a ele foi a sua disciplina e a
organização de seu escritório. Embora trabalhasse em algo racional,
ele era supersticioso e cuidava muito da sua espiritualidade.

Os operadores especiais são um grupo bastante fechado, sem-


pre foi uma honra poder frequentar suas dependências, seria mais

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Opere futuros | Leandro Paz

ou menos como se alguém nas categorias de base do futebol fosse


conhecer seus ídolos. A convivência com eles agregou muito no meu
operacional, muita coisa mudou. Essa classe de investidores fizeram
e fazem o mercado futuro do Brasil, que atualmente é um dos mer-
cados que mais cresce e tem potencial para muito mais. Sou um pro-
fissional de mercado há onze anos, sendo que aproximadamente
há nove anos opero para mim. Tenho a convicção de que devo isto
a dois operadores especiais: Henrique Bispo e Marcos Bastos, eles
mudaram meu mindset, minha visão e os resultados oriundos des-
tas vivências mudaram minha vida e a mim mesmo.

8.4 Gírias e Jargões de Mercado

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Uma característica que marca a história do mercado futuro
no Brasil são os charmosos pregões viva-voz, onde as negociações
eram feitas pelos operadores de cada corretora, que negociavam
uns com os outros através de gritos e gestos com as mãos e os bra-
ços. Quem opera no mercado futuro costuma utilizar muitas gírias,
porém a má utilização delas na hora de passar uma ordem pode vir
a gerar erros graves. Seja básico no começo, até entender bem a
linguagem, logicamente se você não opera através de sistemas e
passa ordens através de seu operador via telefone, e-mail ou Skype.
Vejamos algumas gírias:

• Bate – Por favor efetue a venda.


• Enfia – Por favor efetue a venda.
• Toma – Por favor efetue a compra.
• Pagão – Preço do melhor comprador.
• Apregoa – Colocar ordem de compra ou de venda no book de
ofertas.
• Bola – quando um número é redondo utiliza-se a linguagem
bola, por exemplo 1,00 seria 1 bola.

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Opere futuros | Leandro Paz

• Galo – referente a 50 unidades, toma galo – Compra 50 contratos.


• Duque – Referente a 200 unidades.
• Terno – Referente a 300 unidades.
• Quadra – Referente a 400 unidades.
• Quina – referente a 500 unidades.
• Explodiu – Mercado ou ativo subiu o preço repentinamente.
• Derreteu – Mercado ou ativo caiu repentinamente.
• Candle da Morte – Movimentação de queda muito forte em
determinado período.
• Candle da Ressurreição - Movimentação de alta muito forte
em determinado período.

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Existem as derivações destes termos como: bateram, enfiaram,
toma galo a bola entre outras, porém estas são as mais comumente
utilizadas. Apesar de não existir mais desde 30/06/2009 na B3 o
pregão viva-voz, ainda desperta curiosidade. Entenda seu funcio-
namento nas figuras a seguir e o significado de alguns gestos nas
negociações.

Pit de negociação, local onde determinado ativo é negociado.

Fonte: BM&F Bovespa

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Fonte: Portal G1.

Fluxo operacional no Viva-Voz:

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Fonte: Opere futuros

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Opere futuros | Leandro Paz

1. Movimento de compra: braço trazendo em direção a cabeça.


2.Movimento de venda: mão afastando do corpo.
3 e 4. Como eram descritas as quantidades.

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Fonte: BM&F Bovespa

8.5 Respeite o Grande do Momento


É bastante comum nos mercados futuros agrícolas, existir uma
determinada corretora onde um cliente opera com volumes bas-
tantes significativos. Estes personagens sempre existirão, mas não
permanecem duradouros. Eles acabam por desencadear algumas
distorções no mercado, causando por vezes certo estranhamen-
to. Minha dica é que você evite enfrentá-los, pois o mercado pode
se manter irracional por mais tempo do que você poderia se man-
ter solvente. A insistência em determinada operação no mercado
futuro, pelo simples fato de você deduzir que o mercado está se
comportando de maneira errada pode lhe custar caro. Por mais que
você não concorde, respeite seu ponto de saída e o execute sem
hesitar, isso irá lhe manter por muitos anos operando.

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Opere futuros | Leandro Paz

Os relatos mais comuns no mercado são histórias de fundos e


de investidores que entraram com grandes volumes, distorceram o
mercado e acabaram quebrando. Em 2011 um fundo de investimen-
to fez uma posição grande na ação do frigorífico Marfrig, entrando
com um volume de 180 milhões, sendo que, este ativo caiu mais de
50 por cento, levando o patrimônio do fundo para (– 21 milhões),
isto mesmo, “negativo”.

Já operei para clientes com volumes muito grandes no café e


comprei briga com investidores grandes, posso lhes garantir que
o stress e risco não compensam. Procure não entrar em queda de
braço com o mercado, busque sempre seguir o fluxo e obter seus
ganhos de forma mais tranquila. No mercado de boi gordo são fa-
mosos os fundos que ganharam muito dinheiro com a alta recente

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que o mercado sofreu, assim como existem também os que perde-
ram bastante dinheiro com o mesmo. Em 2010 sofri comprando em
um dia de limite de baixa, então pensei: “isto não está certo, não
tem porquê”. No outro dia houve outro limite de baixa, mesmo as-
sim mantive a posição, no outro dia mais um, até que não deu mais
para segurar. Aprenda: você é um investidor e não um torcedor, se
o mercado estiver indo contra, simplesmente realize o prejuízo con-
forme a estratégia e não fique rezando para que ele vá a seu favor.
Este erro que descrevi em 2010 foi umas principais lições de minha
vida, pois insisti até o último centavo na corretora e deste caso tirei
uma grande lição e um grande prejuízo. Nos demais anos aprendi a
operar nestes movimentos de limite de alta e de baixa, sendo que
atualmente os considero boas oportunidades. A lição de 2010 doeu
financeiramente, psicolo- gicamente e acabou por minar minha con-
fiança. Os erros são passíveis de serem cometidos, o mais importan-
te é a capacidade que adquirimos ao aprender com estes para que
não venhamos a cometê-los novamente.

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Opere futuros | Leandro Paz

8.6 Defina sua Estratégia


No mercado existem apenas duas possibilidades: alta e baixa.
Então sua probabilidade de acerto é de 50 por cento. Parece sim-
ples não? Não é tão simples assim. Dale Carnegie, autor do livro
Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas (Ed. Nacional, 2003), diz
que, se você tiver razão em 60 por cento das vezes pode ficar rico
em poucos dias em Wall Street. Ter uma estratégia é exatamente
isto. Ter um controle rigoroso de risco e administrá-lo de forma in-
teligente, organizada e eficaz. Atue no mercado com o propósito de
rentabilizar seu capital, tenha sempre objetivos definidos e atue de
forma a alcançá-los. Costumo trabalhar sempre com um risco retor-
no de 1 para 3, ou seja, arrisca 1 para ganhar 3, sendo assim, se você
errar duas operações e acertar uma estará no ganho, pois apesar

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de perder em duas operações erradas, com apenas uma operação
certa ganhou três. Lembre-se sempre que os traders mais vitorio-
sos erram mais do que acertam, porém seu saldo é positivo devido
aos ganhos maiores nas operações certas. Esta lógica eu utilizo para
as operações mais alongadas, pois atuo nas operações mais curtas
que são de scalping através de leitura de book (Tape Reading), onde
opero com risco retorno mais reduzido de 1 para 1, ou 1 para 2, en-
trando com maior possibilidade de acerto tendo em vista a leitura
de Tape Reading.

Defina sua estratégia sempre com o gerenciamento de risco e


siga rigorosamente até que o mercado lhe prove ao contrário. Exis-
tem aqueles que gostam de operar médias móveis e com isso costu-
mam sofrer nos períodos em que o mercado está lateralizado, pois
é prejuízo atrás de prejuízo, porém essa estratégia é assim mesmo,
e é compensada quando há um movimento de alta ou de queda for-
te. Muitos também desistem no período lateralizado e quando vem
a tendência ficam de fora, perdendo assim o lado bom das médias
móveis. Vale manter-se atento antes de entrar em uma estratégia,
estude sempre seus prós e contras. A estratégia que estabeleci para

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Opere futuros | Leandro Paz

as operações de day trade é baseada em rompimentos de resistên-


cias e suportes, onde meu principal aliado é o tempo certo de entra-
da, quando tento acertar o momento exato do movimento e pegar,
no caso de alta, o stop dos vendidos, e no caso de baixa, o stop dos
comprados, fazendo com que este movimento seja mais rápido e
brusco. Operando café, por exemplo, em que trades de rompimen-
to as vezes duram menos de 1 minuto nesta commodity, e para cada
rompimento que se acerta saímos no zero a zero umas duas ou três
vezes e algumas até mesmo no prejuízo, vale toda a cautela. Alguns
estudiosos costumam afirmar: “compre no suporte e venda na resis-
tência”, embora essa teoria no café não dê bons resultados devido a
intensidade destes rompimentos.

Costumo montar muitas operações de Spread, tenho gosto por

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estudos fundamentalistas e estatísticos, onde acredito que consi-
go diminuir a possibilidade das incertezas. Estudo algumas ações
com bons fundamentos e que estejam desvalorizadas no mercado,
porque posso colocá-las em carteira e utilizá-las como margem de
garantia para operar mercados futuros e principalmente para os
spreads. Cabe aqui um detalhe importante, esteja sempre atento
às rentabilidades da renda fixa e à possibilidade de poder utilizá-
-las como margem de garantia mesmo estas não estando na cor-
retora em que você opera. Não se contente com a rentabilidade
da poupança, pois existem muitos investimentos que pagam taxas
bem melhores e com um risco similar. Estude tesouro direto, Letras
de Crédito, Fundos de diversas instituições, CDBs, já que a mínima
variância na taxa de rentabilidade no longo prazo faz uma grande
diferença. Não esqueça sempre de analisar também se é cobrado
imposto de renda sobre os rendimentos ou não. Gerencie sempre
todo o seu capital, alocando uma parte para cada cenário e risco.
Não seja jogador, arriscando assim todo seu investimento. Quando
por vezes, um amigo chega até nós e diz: “esse dinheiro eu quero gi-
rar”, já sabemos que as chances dele perder são grandes, porque ele
quer jogar e não rentabilizar seu capital. Se você tem um dinheiro

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Opere futuros | Leandro Paz

que diz não precisar, e quer girar para assim ter a adrenalina diária,
doe ele para uma instituição de caridade, pois é praticamente certo
que acabará doando para o mercado. Atualmente toda minha renda
vem das operações de mercado, coloco boa parte do capital para
risco alto, e os ganhos vou aplicando em ações, renda fixa, terrenos,
cursos, sistemas e ferramentas de trabalho (computadores, monito-
res, etc.). No mercado futuro os ajustes são diários, deixo, por exem-
plo, trinta mil reais na conta, líquidos, e todo ganho vou resgatando
para viver e investir em outras aplicações, porque se um dia acon-
tecer algum revés e eu venha a ter prejuízo, terei delimitado este
à estes trinta mil, e com isso não desperdiçarei o trabalho de anos.

Já passei por situações financeiras difíceis a ponto de ficar sem


dinheiro para pagar o ajuste, tendo que pedir dinheiro empresta-

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do para depositar na corretora, mas, como sempre, tirei boas lições
destes episódios, não voltando mais a cometer tais erros. Sempre
acredite em seu potencial e na sua capacidade de aprender e sair
mais forte destas situações desafiadoras. Conforme o tempo passa
você vai assistindo as pessoas cometerem erros, apesar de você ten-
tar alertar, pois já vivenciou tais situações, no mercado financeiro
os ouvidos costumam ser surdos e o ego se faz um péssimo aluno,
sendo assim, infelizmente, o prejuízo acaba sendo o melhor profes-
sor para alguns.

Uma dica que dou sempre para quem está iniciando é a de res-
gatar seus ganhos, por menores que sejam e concretizá-los com jan-
tares, pagamento de contas, compra de bens e etc. É importante
materializá-los desta maneira, pois vejo muitos irem arriscando mais
e mais até acabarem por devolver todos ganhos sem ao menos os
terem desfrutado de alguma forma. Os profissionais retiram dinhei-
ro do mercado e não o devolvem mais, pois sabem sentir o quanto
está favorável ou não para atuar. Um grande gatilho que mudou mi-
nha vida foi conhecer Henrique Bispo, um dos maiores scalpers em
atividade no Brasil e ouvi-lo afirmar:

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Opere futuros | Leandro Paz

- “O mercado me deu tudo que eu tenho, casa, carro, aplica-


ções, viagens, e é com ele que eu pago meus boletos, inclusive estes
que estão aqui na mesa, vou pagar com ele hoje.”

Aquela fala foi reveladora, vi que aquele profissional de espe-


cula- ção acabara de me dizer que era possível viver de mercado.
Até então eu não conhecia quem vivesse desta maneira, sendo que
todos os investidores das minhas relações tinham outra profissão
ou fonte de renda. Tive a sorte de conhecer um dos maiores e me-
lhores, o que me deixou muito honrado.

8.7 Monte sua Estação de Trabalho


Se você deseja ser um investidor, e tem um profissional res-

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ponsável por suas aplicações, não há tanta necessidade de investi-
mentos em estrutura, pois você terá sua profissão e paralelamente
acompanhará seus investimentos. Porém, se você deseja viver de
mercado, deve investir nas suas ferramentas e no ambiente de tra-
balho. Eu trabalho em duas estações, sendo uma em Porto Alegre
capital, e a outra no litoral onde fico durante o verão. Operar de
casa requer muita disciplina, onde há de se acordar cedo, vestir-se
e acompanhar a abertura do mercado desde às 9 horas da manhã.
Não seja desleixado trabalhando de pijama, acordando atrasado,
etc. Afinal, esses são seus investimentos, você é o seu chefe e o mer-
cado costuma demitir rapidamente os indisciplinados.

Abaixo as minhas estações de trabalho e telas:

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Opere futuros | Leandro Paz

Leandro Paz – Estação de Casa

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Eu utilizo atualmente uma tela apenas, é uma TV Samsung de
49 polegadas 4k. O fato de ser 4k equivale a 4 telas Full HD sem a
necessidade de muitos fios, suportes e adaptadores como eu tinha
anteriormente com 4 monitores individuais. Para rodar em 4k eu
utilizo o Windows 10 e uma placa de vídeo que suporte a resolução
4k. Também é possível utilizar notebooks como computador, pois
muitos deles já suportam 4k. O ônus da utilização de uma Tv é que
a claridade do ambiente pode interferir causando um reflexo mais
intenso na tela maior do que daria no monitor, apesar de ser um
pouco desconfortável, é tranquilamente suportável.

Como já tive problemas de coluna acabei investindo em uma


cadeira gamer, que custou aproximadamente R$ 1.500,00. Ficar
sentado o dia todo requer postura, é necessário que se faça alonga-

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Opere futuros | Leandro Paz

mentos e exercícios para não ter problemas a longo prazo (tendini-


te, danos na coluna lombar e cervical).

Nas duas telas debaixo utilizo a plataforma, onde realizo as


operações em Mercados Futuros. Seu custo está em torno de R$
150,00/mês (negociável de acordo com operacional e pode ficar de
graça). Na plataforma eu acompanho os books dos ativos, o times
and trades, que informa quem comprou e quem vendeu, e assim
consigo ver a movimentação de negociação acompanhando o saldo
das corretoras para saber quem está fazendo o quê. Basicamente as
telas inferiores são meu Tape Reading e é onde eu compro e vendo
efetivamente. A tela superior direita eu deixo para software de aná-
lise gráfica (R$260,00 mês), onde faço meus estudos e traço pontos
de monitoramento e atuação. Na análise gráfica uso os seguintes

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indicadores: IFR com média móvel simples de 21 períodos, MACD,
Estocástico Lento e Volume. Utilizo no gráfico: Médias Móveis e
Bolinger Bands, além de pontos de suporte, resistência, LTA (Linha
Tendência de Alta) e LTB (Linha Tendência de Baixa). A tela superior
esquerda utilizo para acompanhar mercado, books e cotações nos
Estados Unidos, geralmente opero ativos que possuem correlação
no exterior e isto requer atenção sempre nos dois mercados. Evito
ao máximo instalar programas além das plataformas no PC, a fim de
evitar lentidão ou problemas.

Uma dúvida que sempre surge é: Como utilizar mais de dois


monitores no mesmo computador? Eu comprei no site chinês www.
dea-lextreme.com, um adaptador que você conecta na USB e pode
usar um monitor para cada USB, custando em torno de R$ 150,00
reais com tarifação e levando uns 30 dias para chegar, sendo que
também pode ser encontrado no site Mercado Livre. Utilizo teclado
sem fio da Microsoft e mouse com fio gamer da Razer. O teclado
sem fio é para não ter problemas com fios que enroscam, coloco
adesivos dos atalhos no F5 (compra), F7 (altera), F8 (cancela) e F9
(venda) para não me confundir e com isso ganhar tempo nas horas

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Opere futuros | Leandro Paz

de maior movimento. Basicamente o operacional se dá somente no


mouse. Eu executo, cancelo e altero mais de 1000 ordens por dia,
o que requer atenção extrema para evitar erros operacionais que
acarretem prejuízos. Incorporei em minha rotina alguns rituais de
espiritualidade que me trazem confiança, toda noite costumo pas-
sar incenso em meu escritório para purificar o ambiente e eliminar
as más vibrações. Uso este ritual como uma forma de “limpeza diá-
ria”, seja ele de ganho ou de perda, pois mostra que amanhã será
um novo dia e começarei do zero novamente. No caso da perda é
um auxílio para eliminar a dor e tirar a lição dos erros, reforçando
meu compromisso em não cometê-los novamente. Estudos com-
pravam que o sucesso de um especulador se dá principalmente pelo
modo psicológico de atuar destes profissionais. Trabalhar a parte

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espiritual e física é importante para manter-se sempre em equilí-
brio preservando a frieza nos momentos de tomadas de decisão.
Evite operar quando estiver lidando com conflitos que possam lhe
desestabilizar, emocionalmente. Organizo meu escritório de acordo
com feng shui. Tenho fontes e um aquário de água doce ao lado,
que me transmite muita tranquilidade, por meio de sua movimenta-
ção, do barulho da água e da sensação de troca de energia. Operar
requer concentração no que está se fazendo apenas.

Pode causar certa estranheza o fato de que apesar de todo co-


nhecimento técnico dos traders, eles ainda têm superstições, po-
rém, esta é uma característica bem comum nos traders vencedores
com que tive contato. Eu, por exemplo, opero há mais de 8 anos
com a mesma roupa da sorte todos os dias. Abaixo uma foto do
aquário que tenho ao lado do escritório.

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Opere futuros | Leandro Paz

Fonte: Própria

8.8 Mercado é Minimalista

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Com certeza acertar para que lado os preços vão se mover é
uma das tarefas mais difíceis na face da Terra, os motivos que fa-
zem os preços se moverem são os mais variados e complexos. Já
foram realizados testes com as mais avançadas técnicas estatísticas
de previsão e nenhuma delas gerou resultado satisfatório e rentá-
vel. Utilizá-las para reforçar a posição é sempre interessante, mas
estas previsões não são garantias de sucesso nas operações. Temos
grupos de estudos que pesquisam as mais diversas estratégias ope-
racionais, sendo esse um aprendizado constante e dinâmico que faz
o mercado ser algo fascinante, onde a renovação é interminável. Às
vezes já nos pegamos estudando o mercado em uma profundidade
extrema, principalmente nas commodities. Certa vez estávamos es-
tudando o tipo de pasto que o boi comia tentando descobrir se era
resistente à seca ou não, para obter parâmetros de análise. É inte-
ressante sempre se ter em mente um dado: o mercado é minimalis-
ta, ou seja, são alguns fatores específicos que realmente interferem
na tomada de decisões dos participantes e fazem a oscilação de pre-
ços acontecer, não perca tempo estudando milhares de fatores, es-
tude sempre os principais. No caso das commodities é bom sempre
ter em mente a produção do Brasil, a participação do Brasil no mun-

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Opere futuros | Leandro Paz

do, as previsões climáticas, estoques, oferta e demanda nacional e


internacional. O melhor ao se operar commodities se deve ao fato
de que os fatores são fáceis de serem estudados, porém, acertar
para que lado vai o dólar por exemplo é algo muito difícil, e notem
os erros que ocorrem nas previsões tanto de dólar quanto para o
Ibovespa que são embasados por muitos especialistas. Para os que
preferem operar Índice futuro de Ibovespa, tenham muito cuidado
em dias que saem muitos indicadores de mercado, a oscilação de
preços é muito grande nestes dias e acaba por prejudicar muito o
operacional. Confesso que não tenho uma estratégia vitoriosa para
operar índice futuro e por isso evito, é difícil prever suas oscilações.

8.9 Otimize seu Fluxo operacional

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Se você deseja investir dinheiro e dedicação no mercado futuro
precisa principalmente saber o que deve acompanhar on-line para
poder tomar as decisões da melhor maneira. É importante ter sua
es- tação de trabalho, e, por exemplo, saber que se você operar o
café precisa ter o sinal do café NY (Nova Iorque), que é o local onde
as coisas realmente acontecem e balizam o nosso café por aqui.
Para operar soja é bom ter a cotação de soja em Chicago. Nas opera-
ções de milho e boi gordo, que tem maiores demandas no mercado
interno, não se faz tão necessário esse acompanhamento, embora
no caso do milho seja importante dar uma olhada na bolsa de Chi-
cago. Para Dólar e índice futuro acompanhe Índice Dow Jones. Para
se obter cotação on-line é necessário entrar em contato com uma
empresa de software gráfico e solicitá-la, custa em média uns 100
dólares por bolsa.

Existem diversos sites que dão cotações on-line, porém com


atrasos de 1 a 15 minutos e são gratuitos. Outros fornecem plata-
formas para teste por 15 dias e são em tempo real (S5 Trader), caso
não queira pagar o sinal mensalmente você pode abrir uma conta

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Opere futuros | Leandro Paz

no exterior, deixando depositado o valor mínimo (aproximadamen-


te 2 mil dólares) somente para ter as cotações.

É interessante também ter um backup de internet para não ter


problemas caso a internet venha a cair, pois é possível que ela caia
no meio de uma operação gerando sérios prejuízos. Tenha um mo-
dem 4G ou algum plano no celular que possa compartilhar com o
computador. Em caso de queda de energia você pode ter um no-
tebook, que permitiria que você zerasse sua operação e acompa-
nhasse o mercado através dele, caso todo o sistema caísse. Onde
trabalho durante o verão ocorrem muitas quedas de luz, sendo que,
encontrei uma ótima solução ao comprar um Nobreak (R$ 300,00)
e colocar duas baterias de carro nele, o que me possibilitou segurar
por até cinco horas toda a minha estação de trabalho.

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Toda corretora possui uma área de risco, que é quem monitora
os clientes alavancados e os zera compulsoriamente caso corram o
risco de ficar negativos. É comum nas aberturas de mercado saírem
negócios fora de preço normal, pois estando no risco a corretora
vende e compra à mercado, sem importar o preço. Essas zeragens
de risco podem ser chances de montar spreads e zerar durante o
decorrer do dia assim que o mercado se ajustar. Estes movimentos
também ocorrem na abertura do after e geram oportunidades inte-
ressantes. Relembrando, seja sempre disciplinado com os horários,
muitas oportunidades ocorrem na abertura e no fechamento, e o
mercado certamente não irá esperar você acordar.

8.10 A História das 20 Santanas Quantun


Essa história é um capítulo na vida de um operador especial que
chamaremos de José para não citar nomes. José era de origem hu-
milde e com seu talento operacional teve muitos ganhos, adquiriu
então seu título de operador especial, acumulou capital e retirava
dali seu sustento. Certo dia José errou suas operações no mercado,

255 |
Opere futuros | Leandro Paz

continuou persistindo no erro, o que acabou gerando um prejuízo


enorme, que na época equivalia ao valor de 20 Santanas Quantum,
que era considerado um carro de luxo na época. Seus colegas ao
saberem ficaram assustados com o corrido, pois sabiam da origem
simples de José diante de tamanha dívida. Inusitadamente José foi
para casa, assistiu desenho com seus filhos e levou sua esposa para
jantar fora.

Durante o jantar convidou-a para ir a uma festa, onde ambos


aproveitaram e dançaram muito. No outro dia José acordou cedo,
vestiu-se e logo estava em seu escritório, local esse em que se en-
contra operando até hoje. Com confiança em sua capacidade ele
absorveu o erro e tirou as lições cabíveis sem achar culpados nem
descontar nas pessoas que faziam parte de sua vida.

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Essa história é fenomenal, em um primeiro momento parece
simples e assustadora, porém, se você refletir com calma tirará mui-
tas lições dela em sua vida como investidor, em sua vida pessoal e na
relação com as pessoas que o cercam em seu cotidiano.

| 256
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8.11 Cotações Internacionais Gratuitas


Acompanhe nos links e tag a seguir as cotações internacionais
dos respectivos ativos.

Cotação Soja CBOT

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http://www.futurespros.com/grains/us-soybeans

Cotação Milho CBOT

http://www.futurespros.com/grains/us-corn

Cotação Petróleo NYMEX

http://www.futurespros.com/energies/crude-oil

257 |
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Cotação DOW JONES

http://www.forexpros.com/indices/us-30-futures

OURO

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http://www.forexpros.com/commodities/gold

8.12 Operações com Rôbo (Software)


Como o mercado brasileiro está alguns anos atrás em termos
de tecnologia ao mercado dos Estados Unidos, essa modalidade
operacional com certeza será a que mais crescerá nos próximos
anos. Os robôs são utilizados para operações de spread e para arbi-
trar distorções de mercado, como por exemplo, índice futuro com
mini índice, dólar futuro com mini dólar. Esses robôs passam o dia
inteiro ligados analisando pequenas distorções e ajustando o mer-
cado. Nos Estados Unidos mais de 70% das operações são realizadas
por robôs, sendo que no Brasil não chega nem a 10%. Os robôs são
softwares onde são cadastrados nossos parâmetros para que ele os

| 258
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execute caso o mercado ofereça tal oportunidade. Pessoalmente


já realizei muitos testes com robôs, e ainda assim acredito que não
se deva confiar cegamente, pois apesar de serem valiosos aliados
também costumam errar. O custo de um software é um pouco alto,
variando entre R$ 250,00 a R$ 2.000,00 por mês. Vale certificar se
sua corretora não os coloca à disposição para clientes gratuitamen-
te. Vejamos um exemplo do uso de robôs:

Caso você queira montar um spread no milho entre dois ven-


cimentos com uma diferença de 1 real entre eles, basta você ca-
dastrar o parâmetro no software e ele o executa automaticamen-
te caso o mercado ofereça oportunidade. Logo que executar sua
ordem você já a cadastra para realizar o lucro em 1,50 e ele nova-
mente trabalhará para você, pois se o mercado fizer um movimento

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rápido, ele o identificará e sua operação será zerada com sucesso.
Essa é mais ou menos a funcionalidade dos robôs, que hoje já es-
tão cada dia mais entrando no mercado brasileiro, também sendo
desenvolvidos para operações de arbitragens entre a nossa B3 e as
Bolsas internacionais.

Veja abaixo um exemplo de tela de configuração de operação


via Robô, onde você adiciona os ativos que quer negociar, coloca os
parâmetros que quer um menos o outro ou um dividido pelo outro,
adiciona algumas regras de como ele deve se posicionar no book de
ofertas e pronto.

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Fonte: XPROBO

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Atualmente a BLK é a líder de mercado neste segmento de al-
goritmos, mas existe a previsão da Nelogica lançar sua ferramenta,
quando haverá assim mais uma boa opção. Geralmente estas em-
presas deixam que se teste a ferramenta gratuitamente por alguns
dias, e, caso você não tenha muito tempo para ficar no computador,
elas são muito úteis e se pagam. Tenho amigos que deixam apenas
o robô trabalhando spreads para eles e obtêm bons ganhos para
si. Requer especial atenção para o caso de não se ligar no mesmo
preço com outro robô, pois isto pode acarretar que um dos dois fi-
que como chamamos popularmente “despernado”, ou seja, compre
uma ponta e não venda a outra a tempo. Isto requer um ajuste ma-
nual ou então que se configure uma ação no robô para evitar estes
acontecimentos.

Um detalhe importante para configurar o robô se dá no sentido


de que no mercado de ações as pessoas geralmente calculam por
ratio, que é um ativo divido pelo outro, já no mercado futuro o pes-
soal o faz por subtração, onde se calcula um ativo menos o outro.
Isto pode causar uma certa estranheza, mas evita muitas confusões
na hora da configuração dos parâmetros

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CAPÍTULO 9

PSICOLOGIA DE
UM INVESTIDOR

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Para realmente entender o que se passa na cabeça de um in-
vesti- dor do ponto de vista psicológico buscamos o auxílio de nossa
amiga Sabrina Ferraz, que é mestre em psicologia na UFRGS – Uni-
versidade Federal do Rio Grande do Sul. Sabrina é casada com Die-
go, engenheiro que dedica boa parte de seu tempo nas operações
de mercado, o que fez com que despertasse nela o interesse de uma
análise sob o aspecto psicológico que envolve o mercado de renda
variável, tendo em vista que há pouca literatura no Brasil sobre o
assunto. Muitos investidores dedicam seu tempo em estudos e es-
tratégias, mas não desenvolvem e trabalham seu viés psicológico
para lidar com os sentimentos de perda, frustração, ganhos, euforia
entre outros que se tornam comum no exercício das operações de
mercado.

Existem dois tipos de investidores, aqueles que possuem uma


atividade profissional para qual dedicam seu tempo, deixando seus
investimentos sob o cuidado de outra pessoa e aqueles que se de-
dicam única e exclusivamente a cuidar de seus investimentos em
busca de resultados mais expressivos. A opção de viver somente

| 262
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de operações é uma decisão bastante difícil, pois você abre mão de


uma série de coisas como por exemplo, uma carreira profissional,
a estabilidade e a tranquilidade emocional, passando a ter incerte-
zas em relação ao futuro, isso faz com que sejam poucos os que
realmente decidem seguir este caminho. Aquele que vive somen-
te de suas operações depara-se diariamente com um turbilhão de
sentimentos, pois cada dia é seu dia de caçar e cuidar para não virar
a caça, sendo imprescindível para esta prática um viés psicológico
consistente.

A evolução econômica do Brasil nos últimos anos levou milhares


de investidores ao mercado de renda variável, pessoas com peque-
nos capitais começaram a dedicar-se no aprendizado do mercado
futuro e de ações. Com isto estão surgindo jovens e demais pesso-

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as que buscam viver com mais autonomia, dependendo apenas de
seus resultados, eles enxergam nestes mercados uma ótima possi-
bilidade. As corretoras fazem sua parte e por sua vez saem venden-
do sonhos de altas rentabilidades, simplesmente jogando a expec-
tativa das pessoas nas nuvens, porém quando a pessoa realmente
se depara com as dificuldades percebe que não estava preparada e
retira seu capital, abandonando o mercado. Para se ter resultados
positivos é preciso saber em primeiro lugar que se deve investir no
aprendizado através de livros, fóruns, sites, cursos, trocas de experi-
ências, vídeos, simuladores e outras ferramentas.

Quando o investidor inicia no mercado existe o conceito da


auto eficácia, que nada mais é do que a crença na sua capacidade de
organizar e tomar decisões que o levarão a um resultado, ou seja, a
pessoa acredita na sua capacidade de alcançar um objetivo. Porém
saber lidar com as frustrações ao não alcançar os objetivos espe-
rados e tirar lições e aprendizados destas experiências torna-se o
grande desafio. Essa dinâmica faz com que se estabeleça uma es-
pécie de seleção natural, onde irão ficando somente os mais prepa-
rados. Os mercados de capitais são cíclicos, quando se dão os ciclos

263 |
Opere futuros | Leandro Paz

de baixas e crises obter resultados positivos se torna difícil, pois há


uma grande migração do dinheiro dos mercados de renda variável
para investimentos mais seguros, o que passa a dificultar os ganhos.
Nos ciclos de alta há uma entrada substancial de capital nestes mer-
cados, as boas notícias fazem com que as pessoas queiram investir
para aumentar suas rentabilidades, ou seja, a matemática e a lógica
são simples: é mais fácil ganhar dinheiro com saída em massa de
capital do mercado ou com a entrada em massa?

Em ciclos de baixa todos enfrentam dificuldades corretoras,


bolsas, operadores de mercados, investidores experientes, porém
estes ciclos são normais e devemos estar preparados para enfrentá-
-los, são durante as crises que grandes investidores fazem fortunas,
por que compram bons ativos com preços baixos e os mantêm até

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vendê-los em momentos de bonança e euforia. Nestes ciclos de bai-
xa muitos investidores são questionados por seus amigos, família e
por si mesmo em razão de estarem dedicando tempo e esforço sem
bons retornos no curto prazo, sendo que este período pode durar
mais de um ano. O mercado futuro, entretanto, facilita a vida dos in-
vestidores, pois independente dos fatores macroeconômicos, seus
fundamentos seguem iguais e através de suas ferramentas é possí-
vel obter ganhos tanto em movimentos de alta quanto de queda.

Escolher ser investidor como profissão requer disciplina e mui-


to profissionalismo, você é seu chefe e você traça seus objetivos e
rotina diária. Eu como profissional busco ter disciplina em relação a
horário, metas e objetivos. Divido meu operacional em duas partes,
operações de day trade, que são as que pagam as contas e boletos,
e, operações de médio e longo prazo, que são onde temos chances
de aumentarmos nosso patrimônio. Tenho objetivos de ganho di-
ário e limites de perda, quando atinjo os objetivos, reduzo minha
exposição ao risco e o tamanho do lote que opero.

| 264
Opere futuros | Leandro Paz

A psicologia utiliza cinco grandes fatores para definir a persona-


lidade de um indivíduo e conforme pesquisa realizada pela Sabrina
Ferraz, alguns fatores de personalidade contribuem para o perfil
de um investidor de sucesso. Os cinco fatores são: extroversão, so-
cialização, neuroticismo, realização e abertura para a experiência,
onde o perfil psicológico perfeito para um excelente investidor é
ser extrovertido, uma pessoa social e com facilidade de fazer ami-
zades e trocar experiências, ter um baixo neuroticismo para ser
calmo, descontraído, forte, seguro e controlado emocionalmente.
Também deve ter um alto nível de realização, o que caracteriza pes-
soas com alto grau de organização, persistência, cautela, responsa-
bilidade, honestidade, controle e motivação. Ser uma pessoa com
boa abertura para a experiência, onde são pontos característicos: a

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curiosidade, a imaginação, a criatividade e a disposição para novas
aprendizagens.

O perfil perfeito está traçado, obviamente que não se faz ne-


cessário ter todas essas características, mas se torna interessante
saber os fatores que contribuem para a estabilidade e o fortaleci-
mento psicológico de um investidor de sucesso. O mercado de ren-
da variável nos deixa claro que devemos estar em constante desen-
volvimento operacional, psicológico, pessoal e espiritual.

Um fator que não podemos deixar de mencionar é como en-


frentar as perdas. Como lidar com este sentimento tão ruim e se-
guidamente vivenciado por aqueles que atuam nestes mercados?
Devemos enfrentar as perdas com naturalidade e como parte do
processo de investir, obviamente não haverá a possibilidade de
acertar sempre, porém a forma como lidamos com estas perdas é
o que nos manterá ou não no mercado, tendo em vista que o ser
humano quando está perdendo tende a aumentar sua agressivida-
de perdendo o senso de risco e por conseguinte fazendo loucuras

265 |
Opere futuros | Leandro Paz

que podem consumir todo seu capital. Se você não estiver tendo
um bom dia em suas operações e já tenha atingido seu limite de
perda, tenha paciência e pare de operar, fique apenas acompa-
nhando o o mercado. Vá tomar um ar, dê uma caminhada, respire e
expire profundamente, isto lhe ajudará a relaxar nestes momentos.
Tenha sempre em mente que amanhã será um novo dia e novas pos-
sibilidades surgirão. A dor da perda em seu cérebro é muito maior
que a felicidade do ganho, por isso muitos encontram dificuldade
para absorvê-la de forma natural e enxergá-la como uma forma de
aprendizado. Busque sempre analisar o porquê de seu erro a fim de
não cometê-lo novamente. Lembre-se da importância do preparo
psicológico no enfrentamento destas emoções.

As operações vitoriosas nos trazem o sentimento de satisfa-

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ção, felicidade e autoconfiança, e, realmente é maravilhosa. Você
se sente leve e muitas vezes fica se achando o “cara”. Esta sensa-
ção é o resultado de estudos, análises e dedicação, porém ela pode
trazer consigo o sentimento de confiança exagerada, o que pode
fazer com que voltemos a cometer erros e passemos a não admiti-
-los pelo sentimento de arrogância que passe a nos acompanhar, fa-
zendo com que tenhamos grandes prejuízos. Portanto, se você está
sendo vitorioso, administre este sentimento e não deixe isto mexer
com seu ego e personalidade, você conquistou suas vitórias com es-
tratégia e disciplina, as quais deve seguir sempre, não deixando que
seu ego assuma suas operações.

Se você quer aprender mais a fundo sobre a psicologia de um


investidor não deixe de ler o estudo realizado pela Sabrina Ferraz
que está como apêndice neste livro e foi utilizado como base para
este capítulo.

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Opere futuros | Leandro Paz

Desejo a você sucesso em suas operações, e que o sentimento


de vitória seja constante, trazendo muitas realizações profissionais
e pessoais.

Cuide sempre de sua respiração, postura, alimentação, ativida-


des físicas, meditação e estudos operacionais para atingir sua melhor
versão em todas as suas áreas da vida e crescer em seus resultados.

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CAPÍTULO 10

OPERAÇÕES
ILEGAIS

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No mercado financeiro brasileiro existem players que buscam
criar através do book (livro de preços) maneiras para influenciar
os demais participantes a atuarem a seu favor. Quem atua há mais
tempo já está acostumado a ver diversas manobras deste tipo. Ape-
sar de pouco divulgado e difundido, a CVM (Comissão de Valores
Mobiliários) está monitorando alguns tipos de atuações a fim de
deixar o mercado sem demandas falsas ou artificiais que de alguma
forma possam vir a prejudicar alguns e favorecer outros. O mercado
precisa ser claro e transparente, isso aumenta seu grau de confiabi-
lidade e atrai mais participantes. Um mercado manipulável, que se
detém na mão de poucos players não se torna atrativo para muitos
investidores, pois estes passam a não vê-lo de uma maneira positiva.
Existem alguns tipos de operações que já foram identificados e es-
tão no “radar” da CVM, sendo assim passam a ser desaconselháveis
de serem realizadas, destaco abaixo algumas.

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Opere futuros | Leandro Paz

10.1 Operações Mesmo Comitente (zé com zé):


Esta operação se dá quando o mesmo player compra e vende
de si mesmo com a finalidade de jogar o preço a seu favor. A Bolsa,
há poucos anos atrás liberou em algumas ocasiões estas operações,
porém o excesso de sua utilização passou a ocasionar situações em
que o player teve que ser advertido, suspenso e até mesmo mul-
tado, principalmente ao se utilizar destas práticas repetidas vezes.
Comprar e vender de si mesmo em contratos com baixa liquidez
para jogar o mercado a seu favor, ou até mesmo acionar stops, pode
ocasionar o enquadramento do player. Realizar operações diversas
no mesmo pregão a fim de influenciar os demais participantes a
acreditar que no mercado existem lotes saindo em determinada di-
reção e com isso acabar forçando os demais a ir na mesma direção

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faz com que o player também possa ser enquadrado. Nos contratos
agros com a tela cega, onde não aparece mais o nome das corre-
toras, o player passou a ter como consequência a possibilidade de
se tornar mais suscetível a estes erros, portanto, deve-se ter muita
cautela e evitar cometê-los seguidamente. Cabe ressaltar que com-
prar e vender de si mesmo em corretoras diferentes também se en-
quadra nesta modalidade.

10.2 Spoofing:
Atualmente no mercado financeiro existem players que utilizam
algAtualmente no mercado financeiro existem players que utilizam
algoritmos com a função de executar automaticamente operações
de acordo com os parâmetros configurados. Estes “robôs” tomam
decisões de acordo com o comportamento de ordens no livro de
ofertas, ou seja, se entra um lote grande comprando ele antecipa e
entra na frente. Isto abre brechas para que os players que queiram
vender paguem lotes grandes, a fim de fazer estes robôs atravessa-
rem e comprar seus lotes na venda. Também pode-se caracterizar

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Opere futuros | Leandro Paz

esta operação quando um determinado player comprado começa a


encher de lotes maiores que as ordens normais no book na compra,
a fim de dar a impressão que há uma força compradora maior que
o normal e com isso desestimular os demais players a vender e até
mesmo forçá-los a comprar, jogando assim o mercado a seu favor.
Isto pode ocorrer tanto na compra quanto na venda. Estas ordens
spoofing costumam ficar pouco tempo na tela ou então somente
o tempo suficiente para favorecer o player que venha a realizar
tal prática. Há uma gíria entre os players mais experientes que no-
meiam estas ordens maiores falsas como “ambulância vazia”, pois
servem somente para abrir caminho, e geralmente se o preço chega
perto e elas começam a ser executadas, passam a ser rapidamente
canceladas. Em um mercado no qual os lotes normais no book de

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ofertas costumam ser 10/50/100, e de repente surge um player que
coloca ordens de 500/1000 ou mais, cancelando-as rapidamente e
com isso forçando o mercado a seu favor, este poderá ser enquadra-
do na prática de spoofing.

Definição B3: “Spoofing – inserção de ofertas limitadas de com-


pra (ou de venda) por diferentes preços, sem a intenção de executá-las,
inserindo subsequentemente oferta(s) de venda (ou de compra) do ou-
tro lado do livro que, após ser(em) executada(s), segue(m)-se da rápida
remoção das ofertas limitadas inseridas inicialmente.”

Veja no material distribuído pela BSM um exemplo onde um


investidor faz uma compra, apregoa a venda “saída” e coloca uma
ordem acima do lote padrão para que o mercado agrida sua venda
e ele execute o ganho na operação, logo após ele cancela a ordem
com o lote grande. Veja os exemplos:

271 |
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10.3 Layering:
Esta modalidade consiste na prática de um player que enche
de ordens o book de ofertas do lado favorável à sua posição com a
intenção de criar uma falsa impressão de que sua ponta está mais
forte, ou seja, suponhamos que um player que esteja comprado co-
mece a encher de pequenas ordens de compra no book de ofertas
em vários níveis de preço com a finalidade de dar a impressão que
o fluxo da força compradora está mais forte, e sendo assim quando
alguém cobre

suas ordens de compra ele vende no mesmo, e assim sucessiva-


mente até zerar sua posição. Quando termina de zerar sua posição
e pode até mesmo virar vendido ele cancela as compras, deixando
o book “mais leve na compra” passando a apregoar várias ordens de
venda em diversos níveis de preço. Este tipo de demanda artificial

273 |
e os consecutivos cancelamentos repentinos podem caracterizar a
prática de Layering.

Definição B3: “Layering – inserção de ofertas de compra e/ou de


venda de um valor mobiliário, em conluio com outra(s) pessoa(s) ou
não, por preços e volumes diferentes, em intervalos reduzidos de tem-
po e com altas taxas de cancelamento, visando alterar as condições de
demanda, oferta ou preço do valor mobiliário.”

No exemplo da BSM temos uma operação onde o investidor


apregoa várias ofertas de compra em vários níveis de preço para
assim forçar quem quiser comprar a ter de pagar um valor mais alto
para que ele consiga efetuar a venda no mesmo. Após zerar suas
operações ou até mesmo “virar a mão”, ele cancela as ofertas nos

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vários níveis de preço. Veja os exemplos:
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10.4 Money Pass


Money Pass é a realização de operações na Bolsa para ocultar
a transferência de recursos, ou seja, transfere-se os recursos de A
para B com operações de custo efetivo como o Day trade e Swing

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Opere futuros | Leandro Paz

trade. No caso de um Day trade, acontece a abertura e encerramen-


to de posição no mesmo pregão, já no Swing trade a abertura acon-
tece em D+0 e o encerramento em D+1.São operações que têm por
finalidade ocultar práticas duvidosas.

Para conter tais procedimentos a Bolsa divulgou materiais com


as operações das quais ela passou a monitorar. Veja no link: https://
www.operefuturos.com.br/wp-content/uploads/2018/04/Roteiro_
PQO.pdf

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Site Opere Futuros
No Brasil, assim como a literatura sobre mercados futuros
é bastante rara e técnica, e não há na internet um local único em
português onde possamos buscar informações e notícias diárias so-
mente voltadas a esse mercado e também tendo em vista nossas
próprias dificuldades, criei o portal da Opere Futuros, onde pode-
-se encontrar (em português) explicações para as principais dúvidas,
além de relatórios, vídeos e as principais notícias que dizem respei-

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Opere futuros | Leandro Paz

to aos Mercados Futuros. Caso surjam mais dúvidas não deixe de


acessar e de entrar em contato conosco para que possamos ajudar
a esclarecê-las. Espero ter conseguido passar um pouco de minha
experiência, assim como vir a auxiliar e contribuir para o desenvolvi-
mento de novos e bons investidores.

Acesse: WWW.OPEREFUTUROS.COM.BR

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CAPÍTULO 11

UM POUCO DE
MINHA HISTÓRIA
DE VIDA E NO
MERCADO

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Nasci em Porto Alegre em 27 de dezembro de 1985. Minha mãe
teve complicações no parto, pois ao nascer era um bebê com um
tamanho acima da média, o que não foi possível antever na época
e acabou por acarretar problemas na hora de meu nascimento. Mi-
nha mãe vinha tendo problemas com meu pai e após ser agredida
foi em- bora comigo, que na época tinha quatro meses, deixando
minha irmã de seis anos com minha avó, pois não teria como criar os
dois. Fomos morar de favor na casa de minha tia, onde minha mãe
cuidava dos filhos de minha tia de mim e da casa.

Quando eu tinha três anos de idade minha mãe voltou a traba-


lhar e conheceu no trabalho meu padrasto Mendes, pessoa esta que
mudou nossas vidas para sempre. Alguém que foi e sempre será
nossa grande referência de vida. Meu padrasto veio de Portugal de

279 |
Opere futuros | Leandro Paz

navio, aos cinco anos. Teve uma vida difícil, começou trabalhando
no estoque de uma distribuidora farmacêutica, onde por seu traba-
lho, dedicação e empenho fez carreira e no decorrer desta tornou-
-se diretor. Dos sete aos quatorze anos de idade morei na cidade de
Caxias do Sul, na serra gaúcha. Lembro que na época meu padrasto
fazia a região de Porto Alegre – Caxias do Sul, percorrendo cerca
de 140km de estradas sinuosas quase todos os dias. Estudei meu
primeiro e segundo grau em escolas públicas. Primeiro Grau no E. E.
E. F. Jardim Vila Nova e segundo grau no Colégio Inácio Montanha.

Sempre gostei do mundo dos negócios, e muito disto por acom-


panhar a carreira de meu padrasto. Apesar de ter sido criado por ele
mantive um bom relacionamento com meu pai biológico.

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Meu pai após uma adolescência rebelde sofreu um acidente
de moto e ficou em coma por 33 dias, estando desenganado pelos
médicos ao ponto de minha avó ter feito contato com funerárias
para seu enterro, quando ele repentinamente começa a melhorar.
Apesar de ter perdido o movimento do braço esquerdo e tido sua
memória afetada, ele recuperou-se muito bem. Tornou-se outra
pessoa, não bebendo e não recorrendo mais a nenhum tipo de en-
torpecente. Graças a Deus em minhas memórias lembro sempre de
meu pai e da nossa boa relação, apesar de termos vivido distantes.

Ao terminar meu ensino médio decidi cursar administração, e


junto veio o sonho de entrar para o mercado financeiro, foi então
que fiz uma relação das empresas em que gostaria de trabalhar e
comecei a me inscrever em processos seletivos. Meu primeiro está-
gio acabou sendo no Conselho de Medicina do RS – CREMERS e lá, já
nas horas vagas comecei a investir em simuladores, naquela época
comecei a participar os IPO (oferta pública de ações), sendo que a
Bolsa vivia um bom momento e tudo estava dando certo.

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Opere futuros | Leandro Paz

Após estagiar em dois lugares e ter sido efetivado como assis-


tente financeiro em uma holding que administrava várias empresas,
lembro que eu passava pela avenida Carlos Gomes em Porto Alegre,
onde estavam instaladas as principais corretoras e bancos da cidade
e pedia a Deus que um dia eu trabalhasse ali e pudesse vestir um
terno.

Continuei minha busca, sendo que participei de vários proces-


sos seletivos, sendo que tentei até ser office-boy em um banco ape-
sar de estar cursando faculdade. Sempre confiei em meu trabalho e
só queria ter acesso a um lugar em que eu pudesse crescer e chegar
ao setor financeiro.

Procurei sempre ao longo da vida mentalizar meus objetivos,

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foi então que meu melhor amigo, Lucas Biffi, falou de mim para um
grande amigo que tenho até hoje, Marcelo Haimerdinger, que atua-
va no mercado financeiro e buscava pessoas para começar um pro-
jeto em corretora nova situada em um dos prédios mais bonitos da
cidade, na AV. Carlos Gomes, zona nobre de Porto Alegre. Lá se deu
o início minha carreira no mercado financeiro, eu tinha aproximada-
mente 22 anos. A corretora era pequena na época, chamava-se XP
Investimentos e a ideia de Marcelo e seu sócio Tito era a de fundar
uma área de mercado futuro na XP. Começamos praticamente do
zero, pesquisamos muito, fizemos palestras, ministrávamos cursos,
ensinávamos clientes e operadores. Geramos muito conteúdo e a
área cresceu tão rapidamente que logo a XP decidiu comprar títulos
e ser uma corretora de mercado futuro também, pois inicialmente
era somente de ações. Em poucos meses a XP já era a corretora com
maior número de CPF’s atuando no mercado futuro e estava entre
as Tops 10 do Brasil.

O começo foi bem difícil, pois tive de aprender tudo pratica-


mente sozinho para então poder ensinar aos operadores e clientes.
Lembro que meu primeiro dia de trabalho foi em outubro de 2008,

281 |
Opere futuros | Leandro Paz

durante uma das piores crises da história, quando houve um circuit


break e a bolsa teve os negócios paralisados devido à queda de mais
de 10%. Fiquei bem assustado pois via os colegas estressados e al-
guns passando mal. Estava feliz por estar ali, mas sem poder ou con-
seguir externar, tendo em vista o sofrimento dos demais à minha
volta. Para tocar o projeto de mercado futuro foi contratado jun-
tamente comigo o engenheiro agrícola Paulo Chiarelli, pessoa pela
qual passei a admirar devido a sua refinada educação, capacidade e
comprometimento profissional. A XP cresceu muito rápido e deci-
diu mudar-se para o RJ. Nesta época, meu pai, aos 47 anos, durante
uma caminhada na rua enfartou e nos deixou repentinamente. Eu,
jovem, senti ali uma das piores dores da minha vida. A perda de meu
pai me fez valorizar muito o fato de estar próximo à família e ami-

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gos, pois vi que isto poderia ser interrompido a qualquer momento,
isso fez com que eu fosse o único da equipe que não havia aceitado
o convite de ir para o Rio de Janeiro. Acreditei que seria meu fim na
XP, mas surgiu então a oportunidade de trabalhar na área de mer-
cado futuro da filial de Porto Alegre e ganhar um percetual sobre a
produção da mesma. No início eu pegava quatro ônibus para ir tra-
balhar e entrava pela porta da frente do prédio, levei uns três meses
para me acostumar com o luxo do prédio, ainda não acreditava que
estava trabalhando lá. Ao ver que quem tinha carro entrava pela
porta que vinha do estacionamento tracei um novo objetivo. Logo
iria ter meu próprio carro e entrar por ali também, se Deus quisesse.

Quando passei ganhar um percentual sobre a produção do es-


critório, pela primeira vez na vida passei a ter um salário alto, e, em
menos de dois anos, aquele jovem cheio de sonhos conseguiu com-
prar seu primeiro carro, um Ford Focus que comprei do Marcelo,
pois ele fora para o Rio de Janeiro e queria se desfazer do carro.

A filial de Porto Alegre ia bem e sempre ficávamos em primei-


ro lugar em tudo que era ligado a mercado futuro da XP no Brasil.
Logo troquei meu Focus por um Fusion e comprei um apartamento.

| 282
Opere futuros | Leandro Paz

O carro era parcelado em 60 vezes e o apartamento em trinta


anos. Começava ali minha sequência de erros. Com o crescimento
da filial montamos uma equipe. Em uma visita ao Rio vi que o Paulo
Chiarelli sentia falta de estar em Porto Alegre, foi então que conse-
gui juntamente com o gerente da filial montar uma proposta que
viabilizasse para que o Paulo voltasse e trabalhássemos juntos no-
vamente.

Depois de algum tempo à frente dos negócios, começamos a


divergir com nosso gerente. Foi então que recebemos o convite
para ser sócios em um escritório de operadores amigos que gostá-
vamos muito e decidimos por ir. Foi uma transição bem conturbada
na época. No interim desta migração ocorreu um dos piores aconte-
cimentos de minha vida, pois ao sair pela manhã de casa dei tchau

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ao meu padrasto e à tarde recebi a ligação que minha mãe havia
dado entrada com ele no hospital. Chegando lá o médico chamou-
-me e disse que ele havia sofrido um infarto fulminante e que não
conseguiram reverter, neste momento o médico olhou-me e disse,
seja forte, pois você terá que comunicar à sua família. Fui falar com
minha mãe, que sendo casada há 26 anos com meu padrasto, re-
petia sempre que era apaixonada e que ele era o amor da sua vida.
Foi o pior dia de minha vida. Como consequência minha mãe entrou
em depressão, chorava mais de três vezes por dia, minha irmã mais
nova sofria também na época de síndrome do pânico. Éramos em
três e eu sentia a responsabilidade de aguentar minha dor e confor-
tar minha família. Preocupado com a possibilidade que minha mãe
viesse a cometer algo de ruim a si mesma, passei a trabalhar home
office. Nesta época devido a transição minha renda havia caído bas-
tante, o carro estava com busca e apreensão, devolvi o apartamento
e peguei empréstimos para me manter em todos bancos que tinha
conta. Em pouco tempo estava no SPC e SERASA, devido às dívidas
contraídas em um momento de euforia e impulso.

Foi então, que durante um negócio que fechava para um cliente

283 |
Opere futuros | Leandro Paz

conheci um operador especial chamado Henrique Bispo. Falei para


ele: “eu vejo que você ganha dinheiro todos os dias no mercado e
gostaria de te conhecer pessoalmente, posso?”. Ele trabalhava em
São Paulo e surpreendentemente disse que me receberia. Chegan-
do lá conheci ele e o Marcos Bastos. Minha vida foi antes e depois de
conhecer estes dois, pois foram dois dos grandes professores que
tive. Eram duas pessoas bem-sucedidas que viviam única exclusiva-
mente do mercado financeiro. Aproximei-me deles e aprendi que o
segredo estava no mindset, na filosofia de vida e não somente no
operacional. Trago os ensinamentos deles até hoje gravados em mi-
nha mente, foi ali que aprendi a profissão que exerço até hoje, Tra-
der. Especializei-me em mercado futuro agropecuário e em alguns
anos me tornei um deles, estando entre os mais atuantes do merca-

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do agro. Como trader profissional já tenho aproximadamente oito
anos e sou extremamente fascinado por este mercado. No início
meu foco era reorganizar minha vida financeira. Tive sorte em meu
primeiro ano como profissional, pois foi uma época muito boa para
operar, sendo que com R$ 2.000,00 consegui fazer R$ 140.000,00 e
resolver boa parte de meus problemas financeiros. Graças a Deus e
a muito esforço consegui sair do SPC e do SERASA.

Minha mãe se formou, pós graduou-se e passou em um concur-


so público para professora. Casou-se novamente com uma pessoa
muito especial. Minha irmã formou-se também e cresceu profissio-
nalmente na DELL computadores.

Apesar das dificuldades que vivemos, conseguimos não apenas


manter nossa família, mas também equilibrar e até elevar nosso pa-
drão.

Há seis anos atrás conheci minha esposa Bruna Carolina, logo


passamos a morar juntos e desde então só evoluímos pessoal e pro-
fissionalmente.

| 284
Opere futuros | Leandro Paz

Ela foi a maior motivadora para que eu retomasse este projeto


agro e também para que eu lançasse este segundo livro.

O começo de minha profissão foi em meio a um dos momentos


mais difíceis que já vivenciei, em consequência cheguei a pesar 70 qui-
los, sendo que hoje peso 90. Foi um duro teste que me fortaleceu, e
me ajudou como pessoa e profissional. Sou conhecido por muitos
como um dos maiores entendedores de mercado futuro, pois além de
atuar nele diariamente, construí o maior site sobre o assunto e tam-
bém publiquei um livro pela maior editora do país, que já está esgota-
do. Penso que o encanto deste mercado tão desafiador continuará a
nortear minha vida.

Compartilhá-lo com você leitor é uma experiência muito grati-

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ficante.

Muito Prazer, Leandro Paz

285 |
Opere futuros | Leandro Paz

Produzi um vídeo que viralizou (Facebook e WhatsApp) no mer-


cado financeiro. Ele explica um pouco sobre o que é ser um Trader.
Vale dar uma olhada, busquei expressar as dificuldades que se im-
põem no exercício cotidiano de nossa profissão.

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Fonte: Opere Futuros no Youtube

Acesse no link:

https://www.youtube.com/watch?v=Axmuap8v-sw&t=20s

| 286
Opere futuros | Leandro Paz

Outro vídeo muito interessante que fiz é sobre um tema muito


pouco conhecido que se chama Estado de Flow. Um estado que se
atinge através de muita prática e estudo e faz com que alcancemos
resultados muito acima da média. Este tema nos auxilia em qual-
quer área de atuação e vale muito que se estude.

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Fonte: Opere Futuros no Youtube

Acesse no link:

https://www.youtube.com/watch?v=Y24pQVcaGiQ&t=184s

287 |
Opere futuros | Leandro Paz

APÊNDICE

PSICOLOGIA DE UM
INVESTIDOR

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Com a crescente representatividade econômica do país no ce-
nário mundial e o aumento do poder de aquisitivo, muitas pesso-
as começam a buscar novas formas de ampliar o seu patrimônio.
O mercado de capitais tem se tornado uma opção viável para uma
parcela maior da sociedade, uma vez que está cada vez mais disse-
minado e acessível. O que antigamente era considerado artigo de
luxo e opção somente para pessoas de grandes recursos financei-
ros, hoje é fonte de incremento da renda de muitas pessoas não do-
tadas dessas quantias financeiras. Desse modo, com a possibilidade
de conseguir rentabilidade muito maior do que as rendas fixas, o
mercado de capitais atrai muitos trabalhadores. A escolha por essa
atividade profissional envolve uma gama de fatores, que vão desde
os estímulos do ambiente, como a oferta tentadora de ganhar uma
renda mensal excelente, até aspectos pessoais, como a personali-
dade. Além dessas influências, outros aspectos contribuem para a
escolha profissional. Os interesses também colaboram para esta
escolha. Eles são definidos como padrões de preferências, aver-
sões e indiferenças com relação às atividades de um cargo (Nunes
& Noronha, 2009). Há também os mecanismos sociocognitivos que

| 288
Opere futuros | Leandro Paz

influenciam o processo de escolha de uma profissão. A autoeficácia


e as expectativas de resultados são os mais importantes. A auto-
eficácia é a crença do indivíduo na sua capacidade de organizar e
executar uma sequência de ações que o levará a um resultado, ou
seja, a pessoa acredita na sua capacidade de alcançar um objetivo
(Bandura, 1997). As expectativas de resultado envolvem as crenças
em relação às consequências das ações executadas (Lent, Brown &
Hackett, 1994; Nunes & Noronha, 2009). Portanto, as pessoas têm
mais tendência a demonstrar interesses em atividades nas quais
possuem crença de autoeficácia e onde conseguem antecipar resul-
tados positivos.

Contudo, essas crenças são passíveis de alteração, pois os resul-


tados dos desempenhos que foram experienciados de forma signifi-

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cativa – tanto os de sucesso quanto os de fracasso – levam à reflexão
e revisão das crenças (Nunes, Okino, Noce & Jardim-Maran, 2008).
Como exemplo, podemos pensar em um indivíduo que acredita ser
capaz de operar no mercado de capitais (crença de autoeficácia) e
espera conseguir bons resultados (expectativa de resultado), essa
pessoa poderá seguir a profissão de operador, no entanto, caso ela
tenha péssimo desempenho na maioria das suas operações, suas
crenças podem ser refletidas e alteradas a ponto de acreditar não
ser mais capaz de ser operador. Outro ponto relevante na escolha
da profissão é o papel social, pois a aceitação ou rejeição gera pre-
ferência ou aversão a certas atividades profissionais (Nunes & No-
ronha, 2009). A escolha profissional depende de um conjunto de
fatores, e somente a manifestação de interesse por determinada
área não garante a escolha profissional. A família, a cultura, a edu-
cação, as condições financeiras, a acessibilidade a certa profissão, a
valorização da sociedade, as crenças de autoeficácia e expectativas
de resultados, podem inclinar os indivíduos para direções contrárias
aos seus interesses. Assim, fica clara a participação do ambiente na
formação de interesses profissionais (Nunes, Okino, Noce & Jardim-
-Maran, 2008). Caso a família ou mesmo a sociedade desaprove a

289 |
Opere futuros | Leandro Paz

profissão, o indivíduo pode desistir de segui-la. Esses fatores de-


vem estar direcionados para o mesmo ponto, caso isso não ocorra,
mesmo que o indivíduo apresente habilidade para uma atividade, a
tendência será não realizar a escolha profissional referente a essa
área (Nunes & Noronha, 2009). O mercado de capitais traz a possibi-
lidade do operador alcançar um “salário” que depende basicamente
de seus esforços, sem grande interferência da organização, ou seja,
as pessoas conseguem traçar suas metas, planejar suas ações e ob-
ter resultados que podem ir além dos ganhos obtidos em parte das
empresas convencionais. A partir disso, as pessoas visualizam opor-
tunidades de excelentes ganhos o que, muitas vezes, os ambientes
tradicionais de trabalho não possibilitam. Não basta apenas almejar
grandes ganhos financeiros, a pessoa precisa apresentar uma estru-

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tura psicológica que a auxilie a enfrentar a dinâmica dessa ativida-
de. Muitas pessoas, em razão disso, optam por investir por meio de
outras, ou seja, escolhem um operador para trabalhar em prol do
seu capital. Pessoas com uma estrutura mais adequada às deman-
das desse ambiente tornam-se operadores e enfrentam a realida-
de de desafios diários, complexos e com oportunidades não só de
aumentar o seu patrimônio, mas também de impulsioná-lo para a
riqueza. O interesse por uma determinada profissão é considerado
por alguns pesquisadores da área (Savickas, 1995; Holland, 1997)
como a expressão da personalidade. Portanto, as influências da in-
teração entre os aspectos genéticos e o ambiente proporcionariam
ao indivíduo a escolha de contextos e ocupações correspondentes
à sua personalidade. A personalidade é definida, de modo geral,
como as características externas perceptíveis pelas outras pessoas.
Ao conviver com outros indivíduos, causamos impressões, e a par-
tir delas as pessoas vão formando ideias a nosso respeito. Usamos
palavras como calmo, agitado, comunicativo, persistente, paciente,
impulsivo, entre outros, para classificar as pessoas. No entanto, não
somente o que as pessoas podem perceber compõe a nossa perso-
nalidade, mas também características internas, como as emoções

| 290
Opere futuros | Leandro Paz

e as habilidades (Schultz & Schultz, 2004). O modelo mais atual da


personalidade é o dos Cinco Grandes Fatores (CGF). Nessa pers-
pectiva, a personalidade é estruturada e avaliada através de cinco
dimensões: Extroversão, Socialização, Neuroticismo, Realização e
Abertura para a Experiência.

O fator Extroversão envolve características relacionadas à


quantidade e intensidade das interações interpessoais. Indica o
quanto os sujeitos são comunicativos, entusiasmados, falantes, ati-
vos, sociáveis e responsivos (Hutz et al. 1998). Em contrapartida, as
pessoas tímidas são inibidas, sérias e buscam a solidão. Entretanto,
os introvertidos não são necessariamente tímidos, mas em certos
momentos evitam a companhia das pessoas (Andrade, 2008).

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A Socialização refere-se aos tipos de interações que uma pes-
soa apresenta. Pessoas sociáveis apresentam aspectos como gene-
rosidade, cuidado, afetividade, cooperação, apoio emocional. Por
outro lado, pessoas pouco sociáveis apresentam aspectos como ci-
nismo, frieza, hostilidade, indelicadeza, vingança, egoísmo e inveja
(Hutz et al. 1998). O fator Neuroticismo agrupa características de
ajustamento e instabilidade emocional. Alguns aspectos do neuro-
ticismo são: elevados níveis de ansiedade, depressão, hostilidade,
nervosismo, preocupação, vulnera- bilidade, autocrítica e impulsivi-
dade (Hutz et al., 2008). Os indivíduos que apresentam altos níveis
de neuroticismo são propensos a vivenciar sofrimentos emocionais
com mais intensidade. Pessoas com baixo neuroticismo são calmas,
descontraídas, fortes, seguras, controladas emocionalmente.

A Realização representa o grau de organização, persistência,


cautela, responsabilidade, honestidade, controle e motivação. Os
indivíduos que pontuam alto nesse fator tendem a ser confiáveis,
trabalhadores, decididos pontuais, ambiciosos e perseverantes
(Hutz, Nunes & Nunes, 2008). Esse fator foi o mais associado ao
desempenho escolar e no trabalho. Pessoas com baixa realização

291 |
Opere futuros | Leandro Paz

são preguiçosas, sem objetivos, fracas, negligentes, relaxadas e des-


cuidadas. A Abertura à Experiência refere-se aos comportamentos
exploratórios e ao reconhe- cimento da importância de ter novas
experiências. Indivíduos altos nessa dimensão apresentam caracte-
rísticas como curiosidade, imaginação, criatividade, abertura para
novas experiências, franqueza, originalidade e interesses culturais
(Hutz et al., 1998). As pessoas com baixa abertura são sensatas, con-
vencionais, não-artísticas e não-analíticas, possuindo interesses mais
limitados. Os indivíduos que decidem inserir-se no mercado finan-
ceiro devem estar cientes de que são influenciados por suas emo-
ções e personalidade, além da sua racionalidade. A literatura indica
que indivíduos cujas reações emocionais sejam intensas, tanto para
ganho quanto para perda, têm desempenhos piores no mercado fi-

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nanceiro do que aqueles que conseguem ter um melhor controle
em relação às suas emoções (Lo, Repin, Steenbarger, 2005). Assim,
é importante que o investidor se autoconheça, saiba seus pontos
fortes e suas limitações, para poder gerenciar melhor suas emoções
e estratégias frente aos estímulos variados de perdas e ganhos que
o mercado de capitais oferece.

Na mesma linha de raciocínio, Kahneman e Tversky desenvolve-


ram a Teoria da Perspectiva, que define duas deficiências humanas
que causam padrões de erro na previsão do futuro e na tomada de
decisão. A primeira deficiência consiste no fato de que a emoção
pode impactar e até mesmo eliminar o autocontrole – peça chave
na tomada racional de decisões –; a segunda consiste no fato das
pessoas criarem molduras cognitivas, ou seja, formas de pensar em
suas mentes. Essa nova perspectiva de Kahnemann e Tversky, cha-
mada de Finanças Comportamentais, considera a irracionalidade hu-
mana nos processos decisórios. Um dos seus principais conceitos é o
de “aversão às perdas”, no qual as pessoas não têm aversão ao risco
propriamente, mas à perda. As pessoas sentem mais o impacto da
dor da perda do que o impacto do prazer do ganho, sofrendo mais
quando perdem do que ficam felizes quando ganham. Além disso,

| 292
Opere futuros | Leandro Paz

são mais propensas a arriscarem mais seu dinheiro quando estão


perdendo do que quando estão ganhando (Araújo e Silva, 2007). O
sentimento de perda é um dos elementos que acompanham os ope-
radores. Cada operação realizada apresenta sua margem de erro e,
em função disso, a possibilidade de perda está sempre presente em
cada operação. A perda representa fracasso para muitas pessoas, e
não somente no trabalho e nas instituições de ensino, mas também
na vida pessoal. Assim, pode-se afirmar que a perda gera ansiedade
e dor (Zavaschi et al., 2002). Quando alguém menciona que perdeu
algo ou alguém, logo sabemos que essa pessoa não obteve sucesso
e, por consequência, não está feliz. No mercado de capitais, isso não
acontece de forma diferente. O sentimento de perda geralmente
vem acompanhado de sentimentos de fracasso, frustração e tris-

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teza. Para lidar com esse sentimento, é preciso que o indivíduo se
autoconheça, a fim de identificá-lo, e lance mão de estratégias para
contê-lo. Cientificamente, as estratégias de enfrentamento são
identificadas com o termo coping, concebido como esforços para
diminuir ou impedir ameaças e situações que causam danos; além
disso, é um conjunto de estratégias que se referem à adaptação a
circunstâncias adversas (Carver & Connor-Smith, 2010; Antoniazzi,
Dell’Aglio & Bandeira, 1998).

O coping, também foi caracterizado como comportamentos


mais flexíveis, propositais, conscientes e direcionados ao futuro
que visam lidar com os problemas que surgem ao longo da vida
(Folkman & Lazarus, 1980, 1988). Independentemente da estraté-
gia de coping empregada, o importante é ter uma ou algumas que
sejam fonte de alívio e que representem uma solução. Para que o
indivíduo consiga elaborar as estratégias de enfrentamento, ele
precisa primeiro perceber a situação de estresse, posteriormente
avaliar suas opções de estratégias e, por fim, lançar mão daquela
mais apropriada para o momento (Diniz & Zanini, 2010). Assim, é im-
portante que o operador perceba, avalie e encontre recursos para
elaborar estratégias que facilitem lidar com as situações adversas

293 |
Opere futuros | Leandro Paz

encontradas no mercado de capitais. Caso ele se veja sem condições


de enfrentar os problemas, a tendência é que ele tenha mais preju-
ízos e desista de continuar nesta atividade. Outro ponto relevante
é o fato de que uma estratégia de coping adequada a uma situação
pode não ser adequada à outra, portanto, para avaliar se uma estra-
tégia é realmente eficaz, deve-se considerar o tipo de estressor que
se apresenta, a disponibilidade de recursos de enfrentamento e o
resultado do esforço (Antoniazzi, Dell’Aglio & Bandeira, 1998). As
estratégias diferenciam-se de indivíduo para indivíduo, em função
do perfil de cada um. A literatura expoente na área aponta para al-
gumas diferenças nas estratégias, como as com foco no problema,
dirigidas para o problema em si, procurando removê-lo ou diminuir
seu impacto se não puder ser eliminado, e as com foco na emoção,

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que visam minimizar a angústia causada pelo estressor. Alguns com-
portamentos podem servir tanto para o coping focado na emoção
quanto para o coping focado no problema. Isso vai depender do ob-
jetivo subjacente ao seu uso.

Por exemplo, um operador que busca apoio por ter perdido


grande quantia financeira em uma operação está usando uma estra-
tégia focada na emoção se o seu objetivo for apoio emocional, mas
estará usando uma estratégia focada no problema se o objetivo for
obter conselhos ou ajuda técnica para resolver este problema. Essas
duas estratégias podem se complementar, pois, ao utilizar o coping
focado no problema, o indivíduo minimiza a ameaça, como também
diminui a angústia gerada por essa ameaça. Ao mesmo tempo em
que o indivíduo utiliza o coping focado na emoção diminui a angús-
tia, pode perceber o problema com mais calma e talvez conseguir
resolvê-lo melhor (Carver&ConnorSmith, 2010). Nos últimos anos,
uma terceira estratégia de coping foi identificada, e seu foco foi
direcionado para as relações interpessoais, caracterizando-se pela
busca de apoio nas pessoas do seu círculo social com o objetivo de
resolver o problema (Antoniazzi, Dell’Aglio & Bandeira, 1998). O am-

| 294
Opere futuros | Leandro Paz

biente de trabalho é um ambiente onde os indivíduos lidam com di-


versos eventos estressores e ao mesmo tempo têm a possibilidade
de recorrer aos colegas, que se configuram como sua rede de apoio
social. Para resolver problemas de trabalho, os indivíduos têm utili-
zado mais estratégias focadas no problema, indicando que as pesso-
as estão mais atentas a resolver o problema do que propriamente a
identificar e amenizar o impacto desse problema em suas emoções
(Pinheiro, Tróccoli & Tamayo, 2003). O sentimento de ganho é o
oposto do sentimento de perda. Quando ganhamos algo, logo nos
sentimos satisfeitos e felizes. Esse sentimento pode predominar de
tal forma que o sentimento de confiança aumenta. Conceitualmen-
te, a autoconfiança pode ser entendida como uma crença geral e
constante do indivíduo na sua capacidade em realizar uma ativida-

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de de forma bem-sucedida (Machado, 2006; Feltz & Chase, 1998).
Outros fatores que também impactam as crenças de autoconfian-
ça são as situações ou clima motivacional (Magyar & Feltz, 2003).
Desse modo, as pessoas que decidem operar serão influenciadas
tanto pelas situações de ganho e de perda que enfrentarão nesse
contexto quanto pela motivação com que vão realizar as operações.
Portanto, quando o operador tem um ganho financeiro, ele precisa
estar atento aos seus sentimentos, pois pode se sentir tão confiante
e eficaz que é capaz de “perder” a racionalidade e embarcar em ope-
rações não alinhadas com sua estratégia, podendo também come-
çar a ter prejuízos. Para lidar melhor com o sentimento de ganho, é
preciso ainda que o operador tenha consciência de que isso é con-
sequência de uma estratégia bem delineada, de seu grande esforço,
motivação e dedicação. O ganho não aconteceu ao acaso, destino
ou sorte, mas é resultado de um planejamento incluindo técnica e
disciplina. Alguns indivíduos apresentam menos ajuste emocional e
acabam por exacerbar e superdimensionar o ganho podendo colo-
car em risco este mesmo ganho na sua próxima operação. O contro-
le das emoções e o autoconhecimento novamente vão interferir e
fazer a diferença nos resultados bem-sucedidos.

295 |
Opere futuros | Leandro Paz

O medo é outro sentimento constante na vida dos operadores.


Em função de a bolsa de valores oscilar bastante e de as técnicas
existentes não garantirem o ganho em 100%, muitas pessoas vivem
com medo. Sabendo dessa premissa, o sentimento de medo é uma
constante. O medo é um sentimento, ou seja, uma reação emocio-
nal frente a uma ameaça real ou imaginária (Teixeira & Porto, 98;
Roazzi, Federicci & Carvalho, 2002), influencia nosso pensamento
e impacta as nossas ações, na medida em que determina o que po-
demos e não podemos fazer. Ele também difere de acordo com a
idade, classe socioeconômica, cognição, gênero e características de
personalidade. Com relação às características de personalidade, al-
guns indivíduos podem sentir o medo mais fortemente e expressá-
-lo mais do que outros. Como exemplo, podemos citar operadores

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que ficam agitados, ansiosos e apavorados com a queda da bolsa
enquanto outros conseguem permanecer “frios” e racionais. Con-
tudo, o medo não é totalmente negativo e na dose certa ele é ne-
cessário, pois serve para nos alertar e nos proteger de certos riscos,
bem como libera energia para ser utilizada em qualquer ação que o
indivíduo precise (Roa- zzi, Federicci & Carvalho, 2002).

Como ocorre no sentimento de perda, é preciso que os indiví-


duos se conheçam e lancem mão de estratégias de coping para lidar
com o medo. Alguns podem “desligar-se” por um tempo da situação
para raciocinar melhor; outros podem direcionar seus pensamen-
tos para o método empregado na operação que está realizando;
outros podem pedir auxílio a uma pessoa também atuante na área.
Independentemente da estratégia empregada, novamente, é pre-
ciso ter uma ou algumas estratégias que proporcionem alívio e re-
presentem uma solução. Alguns indivíduos, mesmo tecnicamente
preparados, podem paralisar ao sentirem medo em função das ca-
racterísticas de personalidade. Pessoas com grande aversão à perda
que apresentam forte neuroticismo podem sofrer mais o impacto
do medo, pois são mais nervosas, preocupadas e depressivas. Em
contrapartida, pessoas com ajuste emocional sofrem menos o im-

| 296
Opere futuros | Leandro Paz

pacto e conseguem lidar melhor com essas situações, até mesmo


com menos conhecimento técnico, pois sabem que, ao buscarem
mais conhecimento, conseguirão resultados melhores.

Desse modo, é indispensável que se tenha o conhecimento


técnico, mas, para além dele, é necessário que se tenha autoconhe-
cimento, controle das emoções e características de personalidade
que facilitem o desempenho no mercado de capitais. Caso a pessoa
perceba que apresenta um alto nível de neuroticismo, talvez a me-
lhor estratégia seja escolher um operador que fique totalmente res-
ponsável pelo dinheiro ou auxilie somente nas operações de maior
risco. Por fim, outro sentimento muito presente e perigoso no cená-
rio do mercado de capitais é a ganância. Ao planejar o aumento do
capital, é preciso que haja uma meta de ganho, bem como um limite

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de perda. O planejamento deve ser reavaliado a cada meta alcança-
da, para que o operador tenha novos desafios. A ganância ocorre
quando a pessoa não consegue avaliar suas metas, querendo cada
vez mais. Esse sentimento é caracterizado pela vontade de possuir
algo somente para si, em detrimento de alguém, além de não haver
limites para o querer e o possuir (Gomes, 2009). É um sentimen-
to com fins exclusivamente econômicos (Rossi & Tierno, 2009). No
mercado financeiro, isso acontece quando a pessoa consegue ter
bons rendimentos financeiros e fica deslumbrada, não fazendo um
bom planejamento de ganho. Prevalece um sentimento de ir além,
impulsivo e muitas vezes destrutivo, o que acaba colocado em risco
o dinheiro investido, pois a pessoa perde o controle do seu com-
portamento e acaba sendo guiada pela ganância que vai além da
melhora da qualidade de vida. O dinheiro acaba sendo o único fator
pelo qual o indivíduo se move, tornando-se o fim, ao invés de repre-
sentar um meio para viver melhor e mais feliz.

É comum as pessoas começarem a investir com promessas de


ganhos exorbitantes. Isso ocorre principalmente com os novatos e
inexperientes. A possibilidade de grandes rendimentos e de uma

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Opere futuros | Leandro Paz

vida mais confortável e luxuosa mexe com o imaginário, como tam-


bém faz com que as pessoas comecem a investir sem o mínimo de
condições técnicas e emocionais. A falta de preparo, principalmente
o preparo emocional, pode levar os indivíduos ao fracasso, pois os
resultados de pesquisas na área apontam para uma relação negati-
va entre sucesso nas negociações e reatividade emocional (Lo, Re-
pin & Steenbarger, 2005). O que o operador deve ter em mente é
que, quando resolver se inserir no mercado financeiro, não bastará
ter apenas conhecimentos técnicos, mas também será necessário
desenvolver o autoconhecimento, pois dessa maneira estará reali-
zando as operações financeiras de forma mais correta e segura.

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GLOSSÁRIO

Mercado Físico: termo utilizado para se referir às negociações


realizadas envolvendo a matéria em si, seja ela milho, café, dólar,
soja, algodão. Refere-se ao mercado tangível, tratando-se das nego-
ciações e produções físicas.

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Valor Agregado: Basicamente acrescentar diferenciais de qua-
lidade, produção, marketing a um determinado produto, podendo
assim tratá-lo não apenas como uma commodity, mas como um pro-
duto de valor mais elevado.

Trader: Termo em inglês que significa comerciante e é bas-


tante utilizado no mercado para caracterizar pessoas que realizam
compra e venda de ativos financeiros ou que tenham esta como sua
profissão.

Liquidez: é um conceito financeiro que se refere à facilidade


com que um ativo pode ser convertido no meio de troca da eco-
nomia, ou seja, é a facilidade com que ele pode ser convertido em
dinheiro. O grau de agilidade de conversão de um investimento sem
perda significativa de seu valor mede a sua liquidez.

Contraparte: Quando você realiza a compra de um ativo, al-


guém o vendeu para você, ou seja, esta pessoa ou instituição foi sua
contraparte.

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Volatilidade: É a oscilação do preço de determinado ativo em


um período de tempo, no qual, quanto mais ele oscile em um perí-
odo de tempo menor, maior é sua volatilidade. Esse termo vem da
química, que descreve ser a facilidade de uma substância passar do
estado líquido para o estado de vapor ou gasoso.

Especulação: é a tentativa de prever um comportamento fu-


turo e buscar obter ganhos financeiros com esta previsão, ou seja,
se você acredita que um ativo está barato e possa valorizar, você o
compra.

Pregão: modalidade onde são realizadas negociações de de-


terminado ativo, onde compradores e vendedores tentam fechar

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negócios durante a duração do pregão.

Pregão Viva-voz: modalidade onde são realizadas negociações


através de ofertas que são feitas através de gritos e gestos.

Taxa básica de Juros: é conhecida como sendo a taxa de juros


básica de um país, as instituições financeiras a utilizam como forma
de guiar suas operações financeiras. Funciona como uma ferramen-
ta do governo para o controle de desenvolvimento e inflação de um
país.

Taxa de Câmbio: é o preço da unidade monetária de uma moe-


da em unidades monetárias de outra moeda. A taxa de câmbio pode
ser definida em termos diretos ou em termos indiretos. Ela está de-
finida em termos diretos quando exprime o preço de uma unidade
monetária estrangeira em unidades monetárias de moeda nacional
(exemplo: a taxa de câmbio USD/EUR está definida de forma direta
para os habitantes da zona euro; ou está definida de forma indireta
para os habitantes dos EUA).

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Derivativos: é um contrato no qual se estabelecem pagamen-


tos futuros, cujo montante é calculado com base no valor assumido
por uma variável, tal como o preço de um outro ativo (ex: uma ação
ou commodity), a inflação acumulada no período, a taxa de câmbio,
a taxa básica de juros ou qualquer outra variável dotada de signifi-
cado econômico. Os derivativos recebem esta denominação porque
seu preço de compra e venda deriva do preço de outro ativo, deno-
minando o ativo-objeto.

Deságio: Quando o valor pago no momento da aquisição do


título é inferior ao seu valor de face, de maneira que a rentabilidade
do título será maior do que a estabelecida nas condições originais
no momento da sua emissão. Costuma-se utilizar este termo quan-

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do algum ativo está abaixo de seu valor “justo”.

Alavancagem: O próprio termo lembra uma alavanca, ou seja,


através de uma ferramenta você consegue exercer uma força maior
do que poderia sem utilização desta alavanca. No mercado financei-
ro alavancagem seria você possuir 1x de financeiro e poder negociar
2x, tendo assim ganhos e perdas sobre um capital que teoricamente
não é seu.

Hedger: Pessoa ou instituição que utiliza o mercado futuro


para proteger suas mercadorias ou operações.

Day-trade: Operações financeiras que são abertas e fechadas


no mesmo dia, porém nos mercados futuros também são conside-
rados day-trade as operações abertas no pregão after e encerradas
no pregão normal do dia seguinte.

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Liquidação Financeira: Os contratos futuros possuem venci-


mentos e a liquidação financeira se dá quando não há entrega do
ativo objeto, podemos citar como exemplo o dólar no vencimento,
onde não existe a entrega da moeda física e somente é realizado
ajuste financeiro de crédito ou débito na conta do comprador e ven-
dedor.

Liquidação Física: É quando um contrato futuro possui um pe-


ríodo de entrega física, onde comprador e vendedor realizam a efe-
tivação do negócio futuro para entrega física do ativo objeto, como
por exemplo o café arábica, que possui entrega física na BM&F.

Arbitragem/Spread/Long-Short: Operação onde identifica-

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-se distorção entre o comportamento de preços de dois ou mais
ativos e busca-se aproveitar esta oportunidade para obter ganhos
financeiros quando a relação retornar a normalidade.

Market Maker: Pessoa ou instituição responsável por dar liqui-


dez a determinados ativos, onde muitas vezes recebem incentivo da
Bolsa para atuarem em determinados mercados.

Players: São considerados os participantes do mercado, poden-


do ser pessoa física, instituição financeira, empresa, entre outros.

Stop: é considerado o ponto de retirada de uma operação, ha-


vendo stop loss seria uma saída no prejuízo e stop gain uma saída
com ganho.

Bushel: Medida utilizada no mercado americano, onde 1 bushel


equivale a 27,3 kg.

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Opere futuros | Leandro Paz

Arroba: Medida equivalente a 30kg de carne de boi gordo (car-


ne e osso).

Robô: Software de computador que executa tarefas operacio-


nais de acordo com a programação de quem o utiliza.

Ativo Subjacente: Um ativo subjacente, também tratado por


ativo-objeto, underlying, ativo de suporte ou ativo de base, é um
ativo sobre o qual é confeccionado um contrato derivativo. Tratam-
-se nestes ativos primários dos ativos derivativos (ditos derivados).
Um ativo subjacente é o objeto básico para um contrato de opção
ou para um contrato de futuro negociado em bolsa de valores.

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Backup: É uma reserva, onde caso ocorra uma queda de luz,
de internet ou a possível perda de dados, haja a possibilidade de
continuar a atividade normalmente até que seja tudo restabelecido.

Viés: é uma tendência a apresentar ou possuir, uma perspec-


tiva parcial em detrimento de outras alternativas (possivelmente
igualmente válidas). Vieses podem existir de várias formas. Seria ba-
sicamente o lado para o qual estejamos mais tendenciosos.

Fluxo Operacional: a capacidade e velocidade na execução de


ordens de compra e de venda.

Swap: Em finanças, swap (em português, “permuta”) são ope-


rações em que há troca de posições quanto ao risco e rentabilidade
entre investidores. O contrato de troca pode ter como objeto moe-
das, commodities ou ativos financeiros.

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Posicionado: o ato de ter comprado ou vendido algum ativo,


quando você está posicionado na compra significa que comprou al-
gum ativo.

Hardware: basicamente peças internas de computadores como


processador, memória ram, HD e etc.

Zerado: Não ter posição comprada ou vendida no mercado fi-


nanceiro.

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Este livro foi confeccionado especialmente


para a Editora Meridional Ltda,
em Gentium Basic, 11/15 e impresso na Gráfica ????????

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