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A data do início da aposentadoria por invalidez no


Regime Geral de Previdência Social
consensos e controvérsias

A data do início da aposentadoria por invalidez no Regime Geral de


Previdência Social: consensos e controvérsias

Hidemberg Alves da Frota

Publicado em 01/2019. Elaborado em 10/2018.

A doutrina crítica à jurisprudência assinala que a data do início


do benefício da aposentadoria por invalidez deve ser a data do
início da incapacidade, independentemente de o benefício
haver sido concedido na esfera administrativa ou judicial, salvo
quando não seja comprovar essa data.

Sumário: 1. Introdução; 2. Data do início do benefício da aposentadoria por


invalidez para o segurado que obteve o benefício do Poder Judiciário após o
indeferimento, pelo INSS, de prévio requerimento administrativo; 3. Data do
início do benefício da aposentadoria por invalidez para o segurado que obteve o
benefício diretamente do Poder Judiciário; 4. Data do início do benefício da
aposentadoria por invalidez, quando o segurado pleiteia o melhoramento ou a
proteção de aposentadoria por invalidez anteriormente já implementada pelo
INSS: 4.1 Súmula TNU n.º 22; 5. Quando a data do início do benefício da
aposentadoria por invalidez será a data do início da ação previdenciária; 6.
Conclusão; Referências.

RESUMO: Neste artigo jurídico, constatou-se que, em geral, a data da entrada do


requerimento administrativo no âmbito do INSS é a data do início do benefício da
aposentadoria por invalidez no RGPS, quando concedida pelo Poder Judiciário
após haver sido indeferida na via administrativa pela autarquia previdenciária.
Verificou-se que, se houve o prévio requerimento administrativo no âmbito do
INSS, mas a entidade previdenciária se omitiu do dever de processar e/ou decidir
tempestivamente, o dia do início do benefício da aposentadoria por invalidez
concedida pela Justiça será a data da entrada do requerimento na autarquia
previdenciária federal. Inferiu-se que, nos panoramas fáticos em que for inexigível
a antecedente provocação na esfera administrativa do INSS, o dia do início do
benefício da aposentadoria por invalidez concedida diretamente pelo Poder
Judiciário será a data da citação válida em juízo da autarquia previdenciária.
Depreendeu-se que, consoante as atuais jurisprudências predominantes do STF e
do STJ, o laudo médico-pericial não corporifica papel central na definição do
termo inicial de benefício a ser adimplido pela autarquia previdenciária federal
que antes lhe cabia quando da gênese da Súmula TNU n.º 22. Como crítica
doutrinária à jurisprudência, assinalou-se que a data do início do benefício da
aposentadoria por invalidez deve ser a data do início da incapacidade
independentemente de o benefício da Seguridade Social haver sido concedido na
esfera administrativa ou na seara judicial, salvo quando não for possível se
comprovar a data do início da incapacidade. Constatou-se que, nos casos
elencados nas alíneas a, b e c do inciso IV da Tese do Tema de Repercussão Geral
n.º 350, caso haja a postulação administrativa a posteriori (por força de intimação
judicial) e, em consequência, exista a necessidade de se estabelecer a data do início
da aposentadoria por invalidez como sendo a data da entrada do requerimento
administrativo na autarquia previdenciária, esta será, como ficção jurídica, a
prévia data do início da ação previdenciária, que corresponde à data da citação
válida em juízo do INSS. Inferiu-se que a data do início do benefício será a data da
citação válida do INSS, quando a aposentadoria por invalidez houver sido
concedida pelo Poder Judiciário no bojo de ação previdenciária ajuizada até 3 de
setembro de 2014, em relação à qual seria exigível o prévio requerimento
administrativo perante o INSS, mas não o é em face da subsunção a alguma das
regras de transição previstas nas alíneas a a c do inciso IV, c/c inciso V, ambos da
Tese do Tema de Repercussão Geral n.º 350, o que afasta, em tais circunstâncias
específicas, a extinção do processo judicial por ausência de interesse processual.
Percebeu-se que, caso a ação judicial previdenciária (a) tenha sido ajuizada no
âmbito do Juizado Itinerante até o dia 3 de setembro de 2014, (b) sem haver sido
instruída com prévio requerimento administrativo, (c) quando exigível que assim
fosse instruída, a data do início do benefício da aposentadoria por invalidez será a
data da citação válida em juízo do INSS, a título de data do início da ação judicial
previdenciária, de maneira que a data da citação válida da entidade previdenciária
desempenhará o papel, em regra, incumbido à data da entrada do requerimento
administrativo no INSS. Notou-se que, caso a ação judicial previdenciária, (a)
desacompanhada de prévio requerimento administrativo, tenha sido ajuizada (b)
até o dia 3 de setembro de 2014 e, por outro lado, até a referida data, o INSS haja
apresentado perante o Poder Judiciário (c) contestação de mérito, a data do início
do benefício da aposentadoria por invalidez será também a data da citação válida
em juízo do INSS, na qualidade de data do início da ação previdenciária,
desincumbindo-se, mais uma vez, a data da citação judicial válida da função de
dies a quo, em regra, conferida à data da entrada do requerimento administrativo
no INSS. Inferiu-se que a data do início do benefício da aposentadoria por
invalidez será também a data da citação válida em juízo do INSS novamente na
condição de data do início da ação judicial previdenciária, (a) caso ela tenha sido
ajuizada até o dia 3 de setembro de 2014, (b) quando desacompanhada de prévio
requerimento administrativo, (c) se o caso concreto não se enquadra nas outras
hipóteses anteriormente descritas, (d) se, ademais, tenha sido comprovada a
postulação administrativa em até 30 dias a contar da intimação judicial do autor
da ação judicial previdenciária para que assim procedesse perante o INSS, e, ao
mesmo tempo, (e) caso o requerimento administrativo, protocolizado na entidade
previdenciária em consequência da intimação judicial que franqueou essa
oportunidade derradeira ao jurisdicionado-administrativo-segurado, haja sido em
momento ulterior indeferido pela autarquia previdenciária, ou (f) caso o
requerimento administrativo, protocolizado na Administração Previdenciária após
o autor da ação haver sido intimado pelo Poder Judiciário para que o fizesse, não
haja sido posteriormente analisado na via administrativa, pelo INSS, por razões
inimputáveis ao jurisdicionado-administrativo-segurado.

Palavras-chaves: termo inicial da aposentadoria por invalidez; data do início do


benefício; data do requerimento administrativo no INSS; data da citação válida do
INSS.

1. INTRODUÇÃO

No contexto da data do início do benefício (DIB) da aposentadoria por invalidez


no Regime Geral de Previdência Social (RGPS), o presente artigo jurídico se
debruça sobre as seguintes questões:

1. Qual deve ser a DIB da aposentadoria por invalidez, (a) quando concedida pelo
Poder Judiciário, após indeferida na via administrativa pelo Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS), bem como (b) nas circunstâncias em que a autarquia
previdenciária federal se omite do dever de processar e/ou decidir, no prazo legal,
o pleito administrativo do segurado?

2. Qual deve ser a DIB da aposentadoria por invalidez nas situações em que é
inexigível a antecedente provocação na esfera administrativa do INSS, já que
notório e reiterado o entendimento contrário da Administração Previdenciária ao
pleito do segurado-administrado-jurisdicionado?

3. Quais as hipóteses em que a DIB da aposentadoria por invalidez será a data da


citação válida em juízo do INSS?

4. Houve a superação da Súmula TNU n.º 22 e da jurisprudência na qual se


embasou a Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais
(TNU) ao editá-la?

5. Seria possível conciliar (a) a orientação jurisprudencial do Superior Tribunal de


Justiça (STJ), consolidada nos autos do Recurso Especial n.º 1.369.165/SP,
julgado em 26 de fevereiro de 2014 (Relator, Ministro Benedito Gonçalves), que
redundou na Tese do Tema de Recurso Repetitivo n.º 626, o qual, por sua vez,
propiciou o advento, pouco mais de um biênio depois, em 22 de junho de 2016, da
Súmula STJ n.º 576, com (b) a orientação jurisprudencial do Supremo Tribunal
Federal (STF) assentada nos autos do Recurso Extraordinário n.º 631.240/MG,
julgado em 3 de setembro de 2014 (Relator, Ministro Roberto Barroso), da qual
proveio a Tese do Tema de Repercussão Geral n.º 350?

6. Quais são os critérios para a aplicação das regras de transição divisadas nos
incisos IV e V daquele Tema de Repercussão Geral n.º 576?

2. QUAL A DATA DO INÍCIO DO BENEFÍCIO DA APOSENTADORIA


POR INVALIDEZ PARA O SEGURADO QUE OBTEVE O BENEFÍCIO
DO PODER JUDICIÁRIO APÓS O INDEFERIMENTO, PELO INSS, DE
PRÉVIO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO?

Em geral, a data da entrada do requerimento administrativo (DER) no âmbito do


INSS é a data do início do benefício (DIB) de aposentadoria por invalidez no
RGPS, quando concedida pelo Poder Judiciário após haver sido indeferida na
via administrativa pela autarquia previdenciária.

Em outras palavras, sintetiza-se na fórmula DIB=DER o dies a quo da


aposentadoria por invalidez originalmente indeferida pelo INSS e depois deferida
pelo Poder Judiciário.

Cuida-se da interpretação a contrario sensu da orientação jurisprudencial do STJ


sedimentada nos autos do Recurso Especial n.º 1.369.165/SP, julgado em 26 de
fevereiro de 2014 (Relator, Ministro Benedito Gonçalves), o qual ensejou, à época,
a Tese do Tema de Recurso Repetitivo n.º 626 (“A citação válida informa o litígio,
constitui em mora a autarquia previdenciária federal e deve ser considerada como
termo inicial para a implantação da aposentadoria por invalidez concedida na via
judicial quando ausente a prévia postulação administrativa.”), que, por sua vez,
propiciou o advento, em 22 de junho de 2016, da Súmula STJ n.º 576 (“Ausente
requerimento administrativo no INSS, o termo inicial para a implantação da
aposentadoria por invalidez concedida judicialmente será a data da citação
válida.”) (BRASIL, 2018a; BRASIL, 2018b; BRASIL, 2018g; grifos nossos).

Nesse sentido, é digna de nota a ementa do Agravo Interno no Agravo em Recurso


Especial n.º 925.103/SP (Relator, Ministro Francisco Falcão), julgado em 20 de
fevereiro de 2018 pela Segunda Turma do STJ nestes termos:
PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. HAVENDO
REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO, ESSE É O TERMO INICIAL
PARA PERCEPÇÃO DO BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO.
PRECEDENTES. RECURSO ESPECIAL NÃO CONHECIDO. I – De
acordo com a jurisprudência do STJ, entende-se que o termo
inicial do benefício previdenciário é a data de protocolo do
requerimento administrativo e, caso não haja prévio requerimento
administrativo, a data passa a ser da citação válida da autarquia
previdenciária na ação judicial. Precedentes: AgInt no AREsp
916.250/SP, Rel. Ministro Gurgel de Faria, Primeira Turma, julgado em
28/9/2017, DJe 11/12/2017; REsp 1.676.491/SP, Rel. Ministro Herman
Benjamin, Segunda Turma, julgado em 26/9/2017, DJe 10/10/2017;
AgInt no REsp 1.632.513/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques,
Segunda Turma, julgado em 4/5/2017, DJe 10/5/2017; AgRg no AREsp
102.823/BA, Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Turma,
julgado em 16/6/2016, DJe 1/7/2016. II - No caso dos autos, o Tribunal
de origem, em conformidade com a jurisprudência desta Corte, definiu a
data do requerimento administrativo como termo inicial para a percepção
do benefício previdenciário, razão pela qual não merece reforma. III -
Agravo interno improvido. (BRASIL, 2018e, grifos nossos)

Igual linha de raciocínio foi desenvolvida pelo STJ em relação ao auxílio-doença


nos autos do Recurso Especial n.º 1.475.373/SP, julgado em 19 de abril de 2018
(Relator, Ministro Napoleão Nunes Maia Filho), segundo o qual a data inicial do
benefício de auxílio-doença será a data em que protocolizado o requerimento
administrativo no INSS (apenas se ausente a prévia postulação administrativa é
que a DIB será a data da citação válida em juízo da autarquia previdenciária
federal, contanto que ocorra nos casos excepcionais em que é possível a ação
previdenciária ser ajuizada sem a antecedente petição administrativa) (BRASIL,
2018c):
PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO POR INCAPACIDADE. AUXÍLIO-DOENÇA.
O LAUDO PERICIAL NÃO PODE SER UTILIZADO PARA FIXAR O
MARCO INICIAL DA AQUISIÇÃO DE DIREITO A BENEFÍCIOS
PREVIDENCIÁRIOS DECORRENTES DE MOLÉSTIA
INCAPACITANTE. TERMO INICIAL: DATA DA CITAÇÃO NA
AUSÊNCIA DE PRÉVIO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO.
RECURSO ESPECIAL DO SEGURADO PROVIDO. 1. O benefício de
auxílio-doença, concedido judicialmente, deve ser concedido a
partir da data do requerimento administrativo e, na sua ausência,
na data da citação válida da Autarquia. 2. É firme a orientação desta
Corte de que o laudo pericial não pode ser utilizado como parâmetro para
fixar o termo inicial de aquisição de direitos, servindo, tão somente, para
nortear o convencimento do Juízo quando à existência do pressuposto da
incapacidade para a concessão do benefício. 3. Recurso Especial do
Segurado provido para fixar o termo inicial do benefício na data do
requerimento administrativo. (BRASIL, 2018c, grifos nossos)

No supracitado do Recurso Especial n.º 1.475.373, julgado em 19 de abril de 2018,


o Ministro-Relator Napoleão Nunes Maia Filho, ao fundamentar o seu voto
condutor, invocou diversos acórdãos do STJ sobre não só o auxílio-doença, mas
também benefícios previdenciários análogos, a exemplo da aposentadoria por
invalidez, motivo por que tal magistrado se reportou ao retrocitado acórdão-
paradigma acerca do termo inicial da aposentadoria por invalidez,
consubstanciado, reprisa-se, no aresto do Recurso Especial n.º 1369165/SP,
julgado em 26 de fevereiro de 2014 (Relator, Ministro Benedito Gonçalves)
(BRASIL, 2018a; BRASIL, 2018c).

Portanto, assiste razão à Marisa Ferreira dos Santos ao salientar, com base na
jurisprudência atual do STJ, que, em caso de benefício requerido do Poder
Judiciário, após indeferido na via administrativa, o termo inicial será fixado “na
data do requerimento administrativo (DER), se indeferido o benefício
administrativo e o pedido judicial for julgado procedente” (SANTOS, 2018, p.
255, grifos nossos).

3. QUAL A DATA DO INÍCIO DO BENEFÍCIO DA APOSENTADORIA


POR INVALIDEZ PARA O SEGURADO QUE OBTEVE O BENEFÍCIO
DIRETAMENTE DO PODER JUDICIÁRIO?

De um lado, desponta a orientação jurisprudencial do STJ, consolidada nos autos


do mencionado Recurso Especial n.º 1.369.165/SP, julgado em 26 de fevereiro de
2014 (Relator, Ministro Benedito Gonçalves), o qual, recorde-se, ensejou, à época,
a Tese do Tema de Recurso Repetitivo n.º 626 (“A citação válida informa o
litígio, constitui em mora a autarquia previdenciária federal e deve ser
considerada como termo inicial para a implantação da aposentadoria por
invalidez concedida na via judicial quando ausente a prévia postulação
administrativa.”), que, por sua vez, propiciou o advento, pouco mais de um biênio
depois, em 22 de junho de 2016, da Súmula STJ n.º 576 (“Ausente requerimento
administrativo no INSS, o termo inicial para a implantação da aposentadoria
por invalidez concedida judicialmente será a data da citação válida.”)
(BRASIL, 2018a; BRASIL, 2018b; BRASIL, 2018g, grifos nossos).

A esse respeito mostra-se escorreito o ensino de Hugo Goes, ao assim interpretar a


referida orientação jurisprudencial do STJ:

[...] Conforme jurisprudência do STJ, o termo inicial do benefício de


aposentadoria por invalidez, quando não houver sido precedido por
auxílio-doença, e na ausência de prévio requerimento administrativo, é a
data da citação do INSS, dado ser este o momento em que a autarquia
previdenciária torna efetivo [o] conhecimento da pretensão do
beneficiário, autor da ação judicial. [...] (GOES, 2018, p. 223)

De outro lado, situa-se a orientação jurisprudencial do STF assentada nos autos do


Recurso Extraordinário n.º 631.240/MG, julgado em 3 de setembro de 2014
(Relator, Ministro Roberto Barroso), que inspirou a Tese do Tema de Repercussão
Geral n.º 350, segundo a qual a concessão de benefício previdenciário pelo Poder
Judiciário se condiciona (a) ao prévio requerimento administrativo protocolizado
pelo segurado no âmbito do INSS, bem como (b) à antecedente análise e
indeferimento do pleito administrativo pela autarquia previdenciária (salvo se
excedido o prazo legal para a decisão administrativa da entidade previdenciária),
sob pena de extinção da ação judicial previdenciária sem a resolução do mérito,
por falta de interesse de agir, afastando-se, entretanto, a ausência de interesse
processual quando, quanto à pretensão do jurisdicionado-administrado-segurado,
evidenciar-se notório e reiterado que o entendimento administrativo do ente
previdenciário é contrário ao pleito do autor da ação judicial, o qual, por essa
razão, pode, nessas situações excepcionais, provocar diretamente a jurisdição
do Poder Judiciário (BRASIL, 2018h; BRASIL, 2018j).

Dessa forma, acolhe-se o ensinamento de Márcio André Lopes Cavalcante, ao


interpretar a referida orientação jurisprudencial do STF:

[...] Caso seja ajuizada a ação sem que tenha havido prévio requerimento
administrativo e sem que este pedido tenha sido indeferido, deverá o juiz
extinguir o processo sem resolução do mérito por ausência de interesse
de agir, considerando que havia a possibilidade de o pedido ter sido
atendido pelo INSS na via administrativa. (CAVALCANTE, 2018, p. 554)

Para se conciliarem as orientações jurisprudenciais do STJ e do STF, delineia-se a


seguinte linha de raciocínio:
1. Se houve o prévio requerimento administrativo no âmbito do INSS, mas a
entidade previdenciária se omitiu do dever de processar e decidir
tempestivamente, isto é, caso o ente previdenciário haja se omitido do dever de
decidir no prazo legal o pleito administrativo do segurado, o dia do início do
benefício da aposentadoria por invalidez concedida pela Justiça será a data da
entrada do requerimento na autarquia previdenciária federal (DIB=DER),
porquanto em tais situações, diante da inércia da Administração Previdenciária, é
juridicamente inexigível que o segurado aguarde o exaurimento das vias
recursais administrativas para finalmente provocar a jurisdição do Poder
Judiciário.

2. Contudo, nas situações excepcionais em que, afigurando-se notório e


reiterado que na esfera administrativa a entidade previdenciária esposa
entendimento contrário ao pleito do segurado e, portanto, sendo juridicamente
inexigível daquele a antecedente provocação administrativa, o autor da ação
judicial de cunho previdenciário pode encetar a jurisdição do Poder Judiciário
independentemente de prévio requerimento administrativo e, caso a ação
previdenciária seja julgada procedente, o dia do início do benefício da
aposentadoria por invalidez concedida pela Justiça será a data da citação
válida em juízo da autarquia previdenciária (DIB=DCV).

Frederico Amado ecoa lição similar ao posicionamento ora expendido, ao se referir


às situações excepcionais de inexigibilidade da antecedente decisão administrativa
de indeferimento:

[...] a Súmula 576 terá apenas uma aplicação residual, ou seja,


quando for desnecessária a decisão administrativa de indeferimento da
aposentadoria por invalidez, a exemplo da omissão do INSS em dar uma
resposta dentro do prazo normativo ou a recusa de protocolo do
requerimento administrativo. (AMADO, 2018, p. 725, grifos nossos)

Ivan Kertzman também ventila ensinamento semelhante ao ora sustentado:

[...] Assim, caso o segurado demande diretamente no judiciário a sua


aposentadoria por invalidez, e este [Poder Judiciário] entenda que no
caso concreto é dispensável o prévio requerimento administrativo, o
marco inicial de deferimento do benefício deve ser a citação válida. [...]
(KERTZMAN, 2018, p. 399, grifos nossos)

Nesse passo, com esteio na análise conjugada das atuais (ano-base: 2018)
orientações jurisprudenciais do STF e do STJ acima referenciadas, formulam-se,
para fins de exemplificação, as seguintes hipóteses:

Hipótese n.º 1: Se houve a prévia provocação administrativa do INSS e a


autarquia previdenciária se recusou a receber em seu serviço de protocolo e a
processar o requerimento administrativo do segurado, a data do início do
benefício da aposentadoria por invalidez será a data da entrada do requerimento
na Administração Previdenciária (DIB=DER).

Embora, na citação atrás transcrita, Amado advogue a aplicação da Súmula STJ


n.º 576 também para as situações em que o INSS se recusou a protocolizar o
requerimento administrativo (conforme essa linha de pensamento, a data do início
do benefício seria a data da citação válida em juízo do INSS, ou seja, DIB=DCV),
mostra-se mais coerente que a data do início do benefício seja, em tais
circunstâncias, a data em que o interessado, na via administrativa,
dirigiu-se ao serviço de protocolo do INSS, porque, em verdade, a Súmula
STJ n.º 576 diz respeito a situações diferentes dessas circunstâncias, é dizer, o
verbete sumular concerne aos panoramas fáticos em que o autor da ação judicial
previdenciária não provocou previamente a autarquia previdenciária federal na
seara administrativa (“Ausente requerimento administrativo no INSS, o
termo inicial para a implantação da aposentadoria por invalidez concedida
judicialmente será a data da citação válida.”), motivo por que se deve evitar, tanto
quanto possível, a aplicação de tal enunciado sumular nos casos concretos em que
houve, sim, a antecedente postulação administrativa, mas a Administração
Previdenciária é que se recusou a processar o pleito, nem sequer permitindo que
fosse protocolizado e/ou autuado o requerimento administrativa, desde que haja
como o jurisdicionado-administrado-segurado provar perante o Poder Judiciário
esse fato obstativo ao direito de petição administrativa (BRASIL, 2018b, grifos
nossos).

Hipótese n.º 2: Se houve a prévia provocação do INSS e a autarquia


previdenciária, conquanto haja permitido a protocolização da petição
administrativa e a autuado em caderno processual em plataforma eletrônica ou em
meio físico, omitiu-se de decidir o pleito administrativo no prazo legal (a
entidade previdenciária se omitiu do dever legal de se pronunciar de forma
tempestiva), a data do início do benefício da aposentadoria por invalidez será a
data da entrada do requerimento na via administrativa (DIB=DER).

Em que pese, na citação atrás reproduzida, Amado também arguir a aplicação da


Súmula STJ n.º 576 para as situações em que houve omissão administrativa do
INSS em decidir o pleito de forma tempestiva, não é demasia rutilar que se denota
mais congruente com a realidade fática e a proteção da pessoa incapaz que a data
do início do benefício previdenciário seja, em tais circunstâncias, a data da
entrada do requerimento na via administrativa (DIB=DER), porque, lembre-se, a
Súmula STJ n.º 576 diz respeito às conjunturas em que o autor da ação judicial
previdenciária não provocou previamente a autarquia previdenciária federal na
seara administrativa, motivo por que, em regra, não é plausível a aplicação de tal
enunciado sumular nos casos concretos em que houve, sim, a antecedente
postulação administrativa, mas se quedou silente a Administração Previdenciária,
ao decidir o pleito de modo tempestivo.
Hipótese n.º 3: Se o segurado provocou diretamente a jurisdição do Poder
Judiciário e o INSS já possuía à época entendimento administrativo notório e
reiterado contra o pleito do segurado, a data do início do benefício da
aposentadoria por invalidez será a data da citação válida em juízo da autarquia
previdenciária federal (DIB=DCV).

Hipótese n.º 4: Se o segurado provocou diretamente a jurisdição do Poder


Judiciário em matéria em relação à qual não havia à época entendimento
administrativo do INSS que fosse notório e reiterado contra o pleito do segurado,
a Justiça deverá decretar a extinção da ação previdenciária sem a resolução do
mérito da causa, por ausência de interesse de agir do jurisdicionado-
administrado-segurado.

Em outras palavras:

1. Nas circunstâncias em que o INSS se omite do dever de processar e decidir, no


prazo legal, o pleito administrativo do segurado, o dia do início do benefício (DIB)
da aposentadoria por invalidez concedida pelo Poder Judiciário deverá
corresponder à prévia data do requerimento administrativo (DER) na
autarquia previdenciária federal (DIB=DER), salvo as situações em que não se
comprovar que antes a Administração Previdenciária, no caso concreto
correspondente, havia sido provocada a respeito, o que implicará, nesses casos
concretos, o deslocamento do dies a quo da aposentadoria por invalidez da data do
requerimento administrativo para a data da citação válida em juízo da entidade
previdenciária (DIB=DCV).

2. Lado outro, nos panoramas fáticos em que for inexigível a antecedente


provocação na esfera administrativa do INSS, porquanto notório e reiterado
que a Administração Previdenciária possui posicionamento contrário ao pleito
do segurado, o dia do início do benefício da aposentadoria por invalidez
concedida pelo Poder Judiciário será a data da citação válida em juízo da
autarquia previdenciária (DIB=DCV).

Quando é juridicamente possível o Poder Judiciário (a) conhecer da ação judicial


previdenciária por meio da qual o jurisdicionado-segurado requer diretamente
da Justiça benefício previdenciário, a exemplo da aposentadoria por invalidez, e,
além de conhecer da ação previdenciária, (b) o órgão jurisdicional respectivo a
julga procedente, o dia do início do benefício passará a consistir na data da
citação válida em juízo do INSS, porque, em tais circunstâncias, nas palavras de
Fábio Zambitte Ibrahim, “a data da citação é o equivalente à data de entrada do
requerimento – DER” (IBRAHIM, 2018, p. 578, grifo nosso), ou seja, a partir do
instante em que citada na via judicial a autarquia previdenciária federal, ela se
torna automaticamente ciente do pleito, o qual, quando legítimo, faz com que
esse momento processual da citação válida constitua em mora o INSS.
Daí a dicção da mencionada Tese do Tema de Recurso Repetitivo n.º 626 (“A
citação válida informa o litígio, constitui em mora a autarquia
previdenciária federal e deve ser considerada como termo inicial para a
implantação da aposentadoria por invalidez concedida na via judicial quando
ausente a prévia postulação administrativa.”) (BRASIL, 2018g, grifos nossos).

4. QUAL A DATA DO INÍCIO DO BENEFÍCIO DA APOSENTADORIA


POR INVALIDEZ, QUANDO O SEGURADO PLEITEIA O
MELHORAMENTO OU A PROTEÇÃO DE APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ ANTERIORMENTE JÁ IMPLEMENTADA PELO INSS?

A data do início do benefício da aposentadoria por invalidez será a data da


citação válida em juízo do INSS (DIB=DCV) igualmente nas circunstâncias em
que o segurado pleiteia o melhoramento ou a proteção de aposentadoria por
invalidez anteriormente já concretizada pela autarquia previdenciária federal
(implementada seja por decisão administrativa da entidade previdenciária, seja
por força de ordem judicial), a exemplo de pedidos de (a) revisão de
aposentadoria por invalidez para valor mais vantajoso para o segurado ou de (b)
conversão do benefício previdenciário respectivo em modalidade mais vantajosa
(por exemplo, a pretensão de que o auxílio-doença se convole em aposentadoria
por invalidez), bem como de (c) restabelecimento ou de (d) manutenção de
aposentadoria por invalidez, casos em que o segurado poderá deflagrar
diretamente a jurisdição do Poder Judiciário, salvo se o exame do mérito da
causa judicial previdenciária implicar a análise de matéria de fato ainda não
levada ao conhecimento da Administração Previdenciária, o que ocasionará a
extinção do processo judicial sem a resolução do mérito, por ausência de interesse
de agir.

Quanto à dispensa da prévia postulação administrativa, quando o segurado não


está pleiteando a obtenção original de um benefício previdenciário e sim o seu
melhoramento ou a proteção (evitação da perda) de benefício
anteriormente materializado pela Administração Previdenciária, vale a pena se
proceder à leitura dos itens 29 a 33 do didático voto condutor do Ministro-Relator
Roberto Barroso, proferido em 3 de setembro de 2014, no julgamento
paradigmático do multicitado Recurso Extraordinário n.º 631.240/MG (o qual,
reprisa-se, proporcionou a Tese do Tema de Repercussão Geral n.º 350):
[...] 29. As principais ações previdenciárias podem ser divididas em dois
grupos: (i) demandas que pretendem obter uma prestação ou vantagem
inteiramente nova ao patrimônio jurídico do autor (concessão de
benefício, averbação de tempo de serviço e respectiva certidão etc.); e (ii)
ações que visam ao melhoramento ou à proteção de vantagem já
concedida ao demandante (pedidos de revisão, conversão de benefício em
modalidade mais vantajosa, restabelecimento, manutenção etc.).

30. No primeiro grupo, como regra, exige-se a demonstração de que o


interessado já levou sua pretensão ao conhecimento da Autarquia e não
obteve a resposta desejada. No segundo grupo, precisamente porque já
houve a inauguração da relação entre o beneficiário e a
Previdência, não se faz necessário, de forma geral, que o autor
provoque novamente o INSS para ingressar em juízo.

31. Isto porque, como previsto no art. 88 da Lei nº 8.213/1991, o serviço


social do INSS deve “esclarecer junto aos beneficiários seus direitos
sociais e os meios de exercê-los e estabelecer conjuntamente com eles o
processo de solução dos problemas que emergirem da sua relação com a
Previdência Social, tanto no âmbito interno da instituição como na
dinâmica da sociedade”. Daí decorre a obrigação de a Previdência
conceder a prestação mais vantajosa a que o beneficiário faça jus,
como prevê o Enunciado nº 5 do Conselho de Recursos da Previdência
Social (“A Previdência Social deve conceder o melhor benefício a que o
segurado fizer jus, cabendo ao servidor orientá-lo nesse sentido”).

32. Assim, uma vez requerido o benefício, se for concedida uma prestação
inferior à devida, está caracterizada a lesão a direito, sem que seja
necessário um prévio requerimento administrativo de revisão. A redução
ou supressão de benefício já concedido também caracteriza, por si só,
lesão ou ameaça a direito sindicável perante o Poder Judiciário. Nestes
casos, a possibilidade de postulação administrativa deve ser entendida
como mera faculdade à disposição do interessado.

33. Portanto, no primeiro grupo de ações (em que se pretende a


obtenção original de uma vantagem), a falta de prévio requerimento
administrativo de concessão deve implicar a extinção do processo judicial
sem resolução de mérito, por ausência de interesse de agir. No segundo
grupo (ações que visam ao melhoramento ou à proteção de vantagem
já concedida), não é necessário prévio requerimento administrativo
para ingresso em juízo, salvo se a pretensão depender da análise de
matéria de fato ainda não levada ao conhecimento da Administração.
Há, ainda, uma terceira possibilidade: não se deve exigir o prévio
requerimento administrativo quando o entendimento da Autarquia
Previdenciária for notoriamente contrário à pretensão do
interessado. Nesses casos, o interesse em agir estará caracterizado. [...]
(BRASIL, 2018h, grifos nossos)

Ante o exposto, formulam-se, para fins de exemplificação, as seguintes hipóteses:

Hipótese n.º 1: Se o INSS, ao decidir acerca de requerimento administrativo


protocolizado pelo segurado perante a autarquia previdenciária, concedeu
benefício previdenciário inferior ao devido e o segurado prejudicado, ao
vergastar tal decisão administrativa, provocou diretamente o Poder Judiciário
(não interpôs recurso administrativo ou qualquer outra impugnação
administrativa), a data do início de benefício quanto ao novo valor da
aposentadoria por invalidez será a data da citação válida em juízo da autarquia
previdenciária federal (DIB=DCV).

Hipótese n.º 2: Se o INSS reduziu ou suprimiu aposentadoria por invalidez e o


segurado prejudicado, ao atacar tal decisão administrativa, provocou
diretamente o Poder Judiciário (não interpôs recurso administrativo ou
qualquer outra impugnação administrativa), a data do início de benefício quanto
ao valor restabelecido da aposentadoria por invalidez será também a data da
citação válida da entidade previdenciária (DIB=DCV).

Com efeito, se o segurado-administrado-jurisdicionado opta pelo acionamento


direto da via judiciária, deve arcar com o ônus correspondente de que a data do
início do pagamento do valor revisado ou restabelecido do benefício seja o dia em
que, mediante a citação válida do INSS, a autarquia previdenciária federal se
tornou ciente do pleito daquele.

4.1 SÚMULA TNU N.º 22

Ambas as atuais orientações jurisprudenciais acima referidas, defluentes do STF


(Recurso Extraordinário n.º 631.240/MG e Tese do Tema de Repercussão Geral
n.º 350) e do STJ (Recurso Especial n.º 1.369.165/SP, Tese do Tema de Recurso
Repetitivo n.º 626 e Súmula STJ n.º 576), delineadas no contexto do Regime Geral
da Previdência Social, discrepam da antecedente orientação da Turma Nacional
de Uniformização dos Juizados Especiais Federais consignada na contextura da
Assistência Social e consubstanciada na Súmula TNU n.º 22, de 31 de agosto de
2004, centrada no laudo médico-pericial como norte para se definir a data do
início do benefício:

Súmula TNU n.º 22

Se a prova pericial realizada em juízo dá conta de que a incapacidade


já existia na data do requerimento administrativo, esta [data do
requerimento administrativo] é o termo inicial do benefício assistencial.
(BRASIL, 2018m, grifos nossos)
É que a Súmula TNU n.º 22 havia sido editada em uma conjuntura pretoriana
diferente, porque a sua redação foi baseada em julgados da época que,
promanados das Turmas Recursais dos Juizados Federais do Mato Grosso
(Processo Judicial n.º 2003.36.00.700272-7) e do Distrito Federal (Processo
Judicial n.º 2002.34.00.70.4413-7), bem como do STJ (Recursos Especiais n.os
305.245/SC, 475.388/ES e 478.206/SP), reverberaram orientação pretoriana
diversa da que hoje predomina no STJ e no STF, no que diz respeito ao termo
inicial de benefício da Seguridade Social, visto que naquela tessitura
jurisprudencial pretérita o laudo médico-pericial definia qual seria a data do
início do benefício a ser adimplido pelo INSS.

É sintomático, por exemplo, este trecho da ementa do precitado Recurso Especial


n.º 475.388/ES (rememore-se, invocado pela TNU como um dos precedentes
judiciais a lastrearem a sua Súmula n.º 22):

[...] O termo inicial para a concessão da aposentadoria por invalidez é a


data da apresentação do laudo pericial em juízo, caso não tenha
sido reconhecida a incapacidade na esfera administrativa. [...] (BRASIL,
2018f, grifos nossos)

Também é uma fotografia daquele panorama jurisprudencial de outrora (diverso


do atual) esta passagem da ementa do acórdão do supracitado Recurso Especial
n.º 478.206/SP (também inserido pela TNU no rol de precedentes judiciais a
alicerçarem a sua Súmula TNU n.º 22):

[...] É pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido de que, em se


tratando de benefício decorrente de incapacidade definitiva para o
trabalho, ou seja, aposentadoria por invalidez, o marco inicial para a
sua concessão, na ausência de requerimento administrativo, será a data
da juntada do laudo médico-pericial em juízo. [...] (2018d, grifos
nossos)

Em outros dizeres, os acórdãos que serviram de espeque para a redação da Súmula


TNU n.º 22 foram lavrados em uma época em que o laudo médico-pericial
apresentado em juízo influía na demarcação da data do início de benefício
da Seguridade Social (Assistência Social e Previdência Social), seja quando definia
a data do início do benefício como sendo a data da entrada do requerimento
(DIB=DER), ao afiançar que a incapacidade era contemporânea à data em que
protocolizada a petição administrativa, tal qual divisa, de modo expresso, a
própria Súmula TNU n.º 22, seja quando, na ausência de prévia postulação
administrativa, fixava a data da juntada em juízo do laudo médico-pericial
como termo inicial da aposentadoria por invalidez (DIB=DJJL), a exemplo do
preconizado pelos julgados dos Recursos Especiais n.os 475.388/ES e 478.206/SP,
cujas ementas foram acima reproduzidas e restaram inseridos no rol de julgados
que embasou a concepção da Súmula TNU n.º 22.
Portanto, em verdade, a Súmula TNU n.º 22 foi uma tentativa de definir no seio
da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais o papel a
ser exercido pelo laudo judicial médico-pericial como pilastra para se demarcar a
data do início do benefício da Assistência Social, em um momento da
jurisprudência (convém rememorar) em que o LMP tinha um papel influente para
definir, de forma geral, o termo inicial do benefício da Seguridade Social, (a) quer
apontando a data do início do benefício como sendo a data da entrada do
requerimento administrativo no âmbito do INSS (DIB=DER), ao atestar
que a incapacidade já existia quando da postulação administrativa, (b) quer
servindo de reforço para a orientação jurisprudencial de que, na ausência de
antecedente requerimento administrativo, a data da juntada em juízo do
laudo médico-pericial consubstanciaria a data do início de benefício
(DIB=DJJL).

Fábio Moreira Ramiro, ao comentar a Súmula TNU n.º 22, clarifica que a lógica
por ela explicitamente adotada para a data do início do benefício de prestação
continuada (BPC) no âmbito da Assistência Social em face de incapacidade
também é aplicável para a data do início do benefício na seara do Regime Geral de
Previdência Social (auxílio-doença e aposentadoria por invalidez) em face também
de incapacidade:

[...] A súmula em apreço consagra o posicionamento de que a retroação


do termo inicial à data de entrada do requerimento administrativo
somente encontra justificativa quando a prova pericial realizada em
juízo constata e afirma que a incapacidade já existia àquela época.
“Contrario sensu”, se a prova pericial não pode determinar a data de
início da incapacidade, por não ter a parte autora carreado aos autos
elementos de prova hábeis a permitir ao perito tal conclusão, a DIB (data
de início do benefício) deverá corresponder à data de realização da
perícia médica – e não à [data da] juntada do laudo em juízo, como se
costuma ver na prática forense – porquanto somente a partir dessa data
evidenciou-se, sem que subsistem dúvidas, a existência da incapacidade.

Malgrado o enunciado refira-se a benefício assistencial, é perfeita [a] sua


aplicabilidade também aos benefícios previdenciários por incapacidade,
aposentadoria por invalidez e auxílio-doença, em razão de a eles
se aplicarem os mesmos fundamentos de verificação de incapacidade,
bem assim a fixação do termo inicial do benefício. [...] (RAMIRO, 2017, p.
141-142, grifos nossos)

Portanto, caso se olvidassem as atuais orientações jurisprudenciais perfilhadas


pelo STF (Recurso Extraordinário n.º 631.240/MG e Tese do Tema de
Repercussão Geral n.º 350) e pelo STJ (Recurso Especial n.º 1.369.165/SP, Tese
do Tema de Recurso Repetitivo n.º 626 e Súmula STJ n.º 576) e se adotasse a
orientação anteriormente alinhavada pela TNU, por intermédio de sua Súmula n.º
22, bem como pela jurisprudência que fomentou a redação de tal verbete sumular,
chegar-se-ia a este conjunto de conclusões:

1. A data da entrada do requerimento administrativo no âmbito do INSS é a


data do início de benefício por incapacidade, seja no Regime Geral de
Previdência Social (auxílio-doença e aposentadoria por invalidez), seja na
Assistência Social (BPC), caso, na data da postulação administrativa, já houvesse a
incapacidade, de acordo com o laudo médico-pericial. Em suma, DIB=DER.

2. Se o laudo médico-pericial apresentado em juízo, juntado aos autos da ação


judicial previdenciária, não atestar que a incapacidade já existia na data da
entrada do requerimento administrativo no âmbito do INSS, a data do início de
benefício por incapacidade, seja no RGPS (auxílio-doença e aposentadoria por
invalidez), seja na Assistência Social (BPC), será a data da juntada em juízo do
laudo médico-pericial. Em suma, não sendo possível comprovar que a
incapacidade era anterior ou contemporânea ao pleito administrativo, então
DIB=DJJL.

No entanto, consoante a atual jurisprudência predominante do STF e do STJ, o


laudo médico-pericial não corporifica esse papel central na definição do termo
inicial de benefício a ser adimplido pela autarquia previdenciária federal que antes
lhe cabia quando da gênese da Súmula TNU n.º 22.

De qualquer forma, como crítica a esses constructos pretorianos, obtempera-se


que o mais adequado do ponto de vista da realidade fática e da proteção da pessoa
inválida é que a data do início do benefício da aposentadoria por invalidez seja a
data do início da incapacidade (DIB=DII), independentemente de o benefício da
Seguridade Social haver sido concedido na esfera administrativa ou na seara
judicial.

Por outro lado, na impossibilidade de se comprovar que a data do início da


incapacidade é anterior ou contemporânea à data da entrada do requerimento
administrativo no INSS, seria incongruente com a realidade fática e deletério à
salvaguarda do segurado que a data do início do benefício da Seguridade Social
(por exemplo, a data do início da aposentadoria por invalidez no RGPS) fosse
somente a data da juntada ao processo judicial do laudo médico-pericial
(DIB=DJJL), o que ignoraria ou menosprezaria o fato relevante de que a
autarquia previdenciária federal, quando acostado o laudo judicial aos autos
respectivos, encontrava-se em mora (a) desde a data da entrada do requerimento
administrativo (DIB=DER), ou, em caso de provocação direta da Justiça por
iniciativa do segurado-jurisdicionado, (b) desde a data da citação válida em juízo
da autarquia previdenciária federal (DIB=DCV).
Por isso, mostra-se lúcida a ensinança de Ibrahim: “Em qualquer benefício por
incapacidade, fixar a DIB na data de juntada do laudo judicial é evidente
aviltamento das prerrogativas securitárias do seguro.” (IBRAHIM, 2018, p. 578,
grifos nossos)

É um aviltamento, tendo-se em mira que a entidade previdenciária, quando


coligido o laudo judicial à cartilha processual respectiva, já se encontrava em
mora, uma vez que previamente cientificada a respeito da pretensão do segurado
na arena judicial ou, a depender do caso concreto, tanto na via judicial quanto na
via administrativa.

Em verdade, a título de crítica a essa construção pretoriana, pondera-se que o


mais apropriado, sob a óptica da realidade fática e da salvaguarda da pessoa
inválida, é que, em regra, a data do início da incapacidade prepondere como a data
do início do benefício (DIB=DII), salvo quando não for possível se comprovar a
DII, seja na via administrativa, seja via judicial, circunstância em que, então sim,
deve prevalecer como DIB a data do requerimento administrativo no âmbito do
INSS (DIB=DER), remanescendo a data da citação válida em juízo da autarquia
previdenciária federal como termo inicial do benefício previdenciário
(DIB=DCV) tão só em caso de provocação direta do Poder Judiciário nas
hipóteses excepcionais em que for inexigível a prévia postulação administrativa.

5. QUANDO A DATA DO INÍCIO DO BENEFÍCIO DA


APOSENTADORIA POR INVALIDEZ SERÁ A DATA DO INÍCIO DA
AÇÃO PREVIDENCIÁRIA?

Recapitule-se:
1. De um lado, existe a orientação jurisprudencial do STJ consolidada no
Recurso Especial n.º 1.369.165/SP, julgado em 26 de fevereiro de 2014
(Relator, Ministro Benedito Gonçalves), cujo julgamento ensejou, à
época, a Tese do Tema de Recurso Repetitivo n.º 626 (“A citação válida
informa o litígio, constitui em mora a autarquia previdenciária federal e
deve ser considerada como termo inicial para a implantação da
aposentadoria por invalidez concedida na via judicial quando ausente a
prévia postulação administrativa.”), que, por sua vez, resultou no
advento, pouco mais de dois anos depois, em 22 de junho de 2016, da
Súmula STJ n.º 576 (“Ausente requerimento administrativo no INSS, o
termo inicial para a implantação da aposentadoria por invalidez
concedida judicialmente será a data da citação válida.”) (BRASIL,
2018a; BRASIL, 2018b; BRASIL, 2018g, grifos nossos).

2. De outro lado, há a orientação jurisprudencial do STF firmada no


Recurso Extraordinário n.º 631.240/MG, julgado em 3 de setembro de
2014 (Relator, Ministro Roberto Barroso), que proporcionou a Tese do
Tema de Repercussão Geral n.º 350, segundo a qual a concessão de
benefício previdenciário pelo Poder Judiciário se condiciona (a) ao
prévio requerimento administrativo protocolizado pelo segurado no
âmbito do INSS, bem como (b) à antecedente análise e indeferimento
do pleito administrativo pela autarquia previdenciária federal (salvo se
excedido o prazo legal para a decisão administrativa do INSS), sob pena
de extinção da ação judicial previdenciária sem a resolução do mérito, por
falta de interesse de agir, afastando-se a ausência de interesse
processual quando, na matéria referente à pretensão do jurisdicionado,
denotar-se notório e reiterado que o entendimento da Administração
Previdenciária é contrário ao pleito do autor da ação judicial
previdenciária, o qual, por esse motivo, pode, nessas situações
excepcionais, provocar diretamente a jurisdição do Poder Judiciário
(BRASIL, 2018h; BRASIL, 2018j).

Todavia, o STF, nos autos daquele Recurso Extraordinário n.º 631.240/MG


(Relator, Ministro Roberto Barroso), ao assentar a Tese do Tema de Repercussão
Geral n.º 350, consignou regras de transição nos incisos IV e V daquele Tema
de Repercussão Geral:
Tema

350 - Prévio requerimento administrativo como condição para o acesso


ao Judiciário.

Tese

I - A concessão de benefícios previdenciários depende de requerimento


do interessado, não se caracterizando ameaça ou lesão a direito antes de
sua apreciação e indeferimento pelo INSS, ou se excedido o prazo legal
para sua análise. É bem de ver, no

entanto, que a exigência de prévio requerimento não se confunde com o


exaurimento das vias administrativas;

II – A exigência de prévio requerimento administrativo não deve


prevalecer quando o entendimento da Administração for notória e
reiteradamente contrário à postulação do segurado;

III – Na hipótese de pretensão de revisão, restabelecimento ou


manutenção de benefício anteriormente concedido, considerando que o
INSS tem o dever legal de conceder a prestação mais vantajosa possível, o
pedido poderá ser formulado diretamente em juízo – salvo se depender
da análise de matéria de fato ainda não levada ao conhecimento da
Administração –, uma vez que, nesses casos, a conduta do INSS já
configura o não acolhimento ao menos tácito da pretensão;

IV – Nas ações ajuizadas antes da conclusão do julgamento do


RE 631.240/MG (03/09/2014) que não tenham sido instruídas
por prova do prévio requerimento administrativo, nas
hipóteses em que exigível, será observado o seguinte: (a) caso a
ação tenha sido ajuizada no âmbito de Juizado Itinerante, a
ausência de anterior pedido administrativo não deverá
implicar a extinção do feito; (b) caso o INSS já tenha
apresentado contestação de mérito, está caracterizado o
interesse em agir pela resistência à pretensão; e (c) as demais
ações que não se enquadrem nos itens (a) e (b) serão
sobrestadas e baixadas ao juiz de primeiro grau, que deverá
intimar o autor a dar entrada no pedido administrativo em até
30 dias, sob pena de extinção do processo por falta de interesse
em agir. Comprovada a postulação administrativa, o juiz
intimará o INSS para se manifestar acerca do pedido em até 90
dias. Se o pedido for acolhido administrativamente ou não
puder ter o seu mérito analisado devido a razões imputáveis ao
próprio requerente, extingue-se a ação. Do contrário, estará
caracterizado o interesse em agir e o feito deverá prosseguir;
V – Em todos os casos acima – itens (a), (b) e (c) –, tanto a
análise administrativa quanto a judicial deverão levar em
conta a data do início da ação como data de entrada do
requerimento, para todos os efeitos legais.

Obs: Redação da tese aprovada nos termos do item 2 da Ata da 12ª Sessão
Administrativa do STF, realizada em 09/12/2015. (BRASIL, 2018h, grifos
nossos)

Mas há uma questão adicional: quando do julgamento do Recurso Extraordinário


n.º 631.240/MG, o STF, a pedido do Procurador-Geral Federal e do Defensor
Público Federal, alterou a expressão “data do ajuizamento da ação” para
“data do início da ação”, o que acarreta consequências práticas para a fixação
da DIB.

O pedido do Procurador-Geral Federal e do Defensor Público Federal de que fosse


(como de fato foi) alterada a expressão “data do ajuizamento da ação” para “data
do início da ação” decorreu do dissenso jurisprudencial que vicejou durante
vários anos, é dizer, deveu-se à controvérsia se a data da entrada do requerimento
(DER) no âmbito do INSS deveria, na esfera judicial, corresponder (a) à data do
ajuizamento da ação previdenciária pelo segurado-administrado-jurisdicionado ou
(b) à data da citação válida em juízo da autarquia previdenciária federal.

Nesse sentido, impende a leitura do trecho abaixo compilado do item 1 da


fundamentação do voto condutor proferido pelo Ministro-Relator Roberto
Barroso, no âmbito do Tribunal Pleno do STF, em 16 de dezembro de 2016, nos
autos dos sobreditos Segundos Embargos de Declaração no Recurso
Extraordinário n.º 631.240/MG, em que o Relator revela o supracitado motivo
por que a expressão “data do ajuizamento da ação” (DAA), originalmente cogitada
(no primeiro dia de julgamento, em 27 de agosto de 2014), foi substituída (no
segundo dia de julgamento, em 3 de setembro de 2014) pela locução “data do
início da ação” (DIA):

[...] 1. De fato, o julgamento do recurso ocorreu em dois momentos: o


primeiro em 27.08.2014 e o segundo em 03.09.2014. Num primeiro
momento, foi estabelecida a “data do ajuizamento da ação” como
data de entrada do requerimento, para todos os efeitos legais. Porém, no
segundo dia de julgamento, o Procurador-Geral Federal, em consenso
com o Defensor Público Federal, se manifestou na tribuna para requerer
que não fosse considerada a “data do ajuizamento da ação” como
data do requerimento administrativo, tendo em vista a existência de
dissenso jurisprudencial sobre se a data do requerimento é a data
do ajuizamento da ação ou a data em que houve a citação válida.
Conforme se lê da ementa do acórdão e do voto, a proposta foi acolhida,
tendo sido adotada a redação “data do início da ação”. [...] (BRASIL,
2018i, grifos nossos)
Com vistas a aperfeiçoar a contextualização do panorama jurisprudencial em
estudo, cumpre atinar com a ementa do acima citado acórdão do RE 631.240 ED-
Segundos/MG:

Ementa: DIREITO CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL


PREVIDENCIÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. PRÉVIO
REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO E INTERESSE DE AGIR. 1.
Ausência, no inteiro teor do acórdão, de manifestação do
Procurador-Geral Federal na tribuna, que resultou na
alteração da expressão “data do ajuizamento da ação” para
“data do início da ação”. 2. Embargos de declaração providos, sem
modificação do julgado, para sanar a omissão alegada. (BRASIL, 2018i,
grifos nossos)

A necessidade (a) tanto de se cercar da cautela de recordar que a expressão “data


do início da ação” (DIA) se distingue da expressão “data do ajuizamento da ação”
(DAA), (b) quanto de se interpretar, à luz da orientação jurisprudencial
corporificada na Súmula STJ n.º 576 (“Ausente requerimento administrativo no
INSS, o termo inicial para a implantação da aposentadoria por invalidez
concedida judicialmente será a data da citação válida.”), a expressão “data do
início da ação” como sendo sinônima da locução “data da citação válida”
(DIA=DCV), foi ressaltada pela Terceira Turma do Tribunal Regional Federal da
Quinta Região, em 29 de junho de 2017, nos autos da Apelação e Reexame
Necessário n.º 27.199/CE (Processo Judicial n.º 00012268320134059999;
Relator, Desembargador Federal Fernando Braga Damasceno), cuja ementa
abaixo se transcreve (BRASIL, 2018b; BRASIL, 2018l, grifos nossos):
PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. RETORNO DOS AUTOS
APÓS DETERMINAÇÃO DA VICE-PRESIDÊNCIA. JUÍZO DE
RETRATAÇÃO. RE 631.204/MG. PRÉVIO REQUERIMENTO
ADMINISTRATIVO. TERMO INICIAL DA CONDENAÇÃO. DATA DO
INÍCIO DA AÇÃO. JUROS DE MORA. MANUAL DE CÁLCULOS.

1. Trata-se de novo julgamento de remessa oficial e apelação do INSS,


interposta contra sentença que julgou procedente a demanda para
condená-la à [sic] conceder aposentadoria rural por idade à autora, desde
o ajuizamento da ação, com pagamento das parcelas vencidas desde esta
data até a efetiva implementação do benefício, após decisão da Vice-
Presidência deste Tribunal determinar o retorno dos autos à Turma
julgadora para, se assim entendesse, realizar juízo de retratação, em
adequação à decisão proferida pelo STF no RE 631.204/MG. A autarquia
previdenciária, em seu recurso de apelação, havia requerido a extinção do
feito sem julgamento de mérito, por falta de interesse de agir, ante à
ausência de prévio requerimento administrativo, e, alternativamente, a
aplicação da Lei 11.960/09 à correção monetária e aos juros de mora.

2. O STF, no julgamento do RE 631.204/MG realizado em 2014,


submetido à sistemática da repercussão geral, firmou entendimento de
que a ação judicial sobre concessão de benefício previdenciário deve ser
precedida de requerimento administrativo ao INSS, sem o qual não
ficaria caracterizada lesão ou ameaça à direito, exceto nos casos em que
se trate de pedido notoriamente negado pela autarquia previdenciária.
Ademais, restou consignado que as ações judiciais ainda em trâmite e
sobrestadas, sem a precedência de processo administrativo junto ao
INSS, deveriam seguir determinadas regras de transição (item 7 da
Ementa do RE 631.204/MG).

3. Com base na determinação da Corte Suprema e considerando não ter


havido requerimento administrativo prévio no caso concreto, a Vice-
Presidência determinou a remessa dos autos à Vara de origem para a
adoção das seguintes providências: a) intimar a requerente do benefício
para, no prazo de 30 dias, formular requerimento administrativo; b)
ultrapassado referido prazo sem demonstração do pedido, devolver os
autos ao Núcleo de Repercussão Geral e Recursos Repetitivos (NURER)
deste Tribunal; c) demonstrada a formulação do requerimento
administrativo, intimar o INSS para se manifestar no prazo de 90 dias; d)
em caso de manifestação do INSS acolhendo o pedido administrativo ou
nos casos em que não puder ser analisado por motivo atribuível à autora,
devolver os autos ao NURER; e) não havendo manifestação do INSS, ou
tendo havido improcedência do pedido administrativo, o que
caracterizaria o interesse de agir, dar seguimento ao feito, com
prosseguimento da instrução processual na primeira instância, se for o
caso.

4. Os autos retornaram à Comarca de Carnaubal/CE; a parte autora foi


intimada e apresentou documento que comprovou o indeferimento de seu
requerimento administrativo; o INSS foi intimado e esclareceu que
indeferiu o requerimento administrativo porque a autora estava
percebendo aposentadoria por força da tutela antecipada deferida em
sentença, que poderia ter sido cessada desde a prolação do acórdão, em
07/06/163, porém sua efetiva cessação ocorreu apenas em 05/05/16,
motivo pelo qual requereu que a autora fosse novamente intimada para
formular novo pedido administrativo; a autora foi intimada e apresentou
comprovante de concessão do benefício, bem como requereu o
prosseguimento do feito para fins de percepção das parcelas vencidas.

5. Diante da concessão da aposentadoria pretendida na esfera


administrativa, o presente julgamento resume-se à condenação do INSS
ao pagamento dos valores atrasados, bem como aos critérios de correção
monetária e juros de mora - um dos pedidos constante no apelo do INSS.
Para tanto, primeiramente, deve ser definido o termo a quo de referida
obrigação de pagar.

6. Na ementa do julgamento do RE 631.204/MG, o STF dispôs que, para


todos os efeitos legais, deveria ser considerada como a data de
entrada do requerimento aquela do início da ação (item 8).

7. Durante os debates no curso do julgamento de citado recurso


extraordinário, restou estabelecido a alteração da expressão “data do
ajuizamento da ação” para “data do início da ação”, após
manifestação do Procurador-Geral Federal, que suscitou a controvérsia
tendo em vista o dissenso jurisprudencial sobre se a data do
requerimento deveria ser considerada a do ajuizamento da
ação ou da data em que houve a citação válida (RE 631240 ED-
segundos, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno,
julgado em 16/12/2016, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-033 DIVULG 17-
02-2017 PUBLIC 20-02-2017).

8. Se a Corte Superior fez questão de alterar a redação da expressão


mencionada é porque quis destacar que o início da ação não
corresponderia ao ajuizamento desta, mas sim ao momento de
formalização da lide, a partir da citação válida, momento a partir
do qual o INSS tomou conhecimento da pretensão do
requerente. No mesmo sentido já decidiu o STJ, em sede de recursos
repetitivos (Tema 626) (REsp 1369165/SP, Rel. Ministro BENEDITO
GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 26/02/2014, DJe
07/03/2014).

9. O mesmo raciocínio é aplicável às ações onde se requer a concessão de


benefício previdenciário, nas quais houve requerimento administrativo
prévio que foi indeferido: se o pedido for julgado procedente, a
condenação será devida desde a data do requerimento
administrativo, oportunidade em que a autarquia
previdenciária toma ciência, pela primeira vez, da pretensão
do solicitante.

10. Em relação à correção monetária, é mister colocar que o INSS não


tem interesse de agir, pois esta foi deferida exatamente nos termos de sua
pretensão: nos critérios dispostos no art. 1º-F, da Lei 9.494/97, com
redação dada pelo art. 5º, da Lei 11.960/09.

11. Quanto aos juros, defiro parcialmente o pedido do INSS para que estes
sejam calculados nos termos do art. 1º-F, da Lei 9.494/97, com redação
dada pelo art. 5º da Lei 11.960/09, combinado com a Lei 8.177/91 e a Lei
12.703/12, que corresponde ao que é definido pelo Manual de Cálculos da
Justiça Federal.

12. O INSS deverá pagar à autora os valores em atraso desde a


citação válida (26/08/11) até o dia anterior ao início do
benefício (13/06/2016), montante sobre o qual incidirão juros de
mora, nos termos do Manual de Cálculos, e correção monetária de acordo
com o art. 5º da Lei 11.960/09.

13. Apelação do INSS parcialmente provida, apenas para determinar que


os juros de mora sejam calculados de acordo com o Manual de Cálculos.
Remessa oficial parcialmente provia, para determinar que os atrasados
sejam pagos desde a data da citação. (BRASIL, 2018l, grifos nossos)

Assim, diante da razão de ser da expressão “data do início da ação”, em


substituição à locução “data do ajuizamento da ação” (divergência jurisprudencial
da época da interposição do Recurso Extraordinário n.º 631.240/MG, se a data do
início da ação seria a data do seu ajuizamento ou a data da citação válida, pelo
Poder Judiciário, do INSS), procede-se (com essa perspectiva mais ampla,
devidamente contextualizada) à análise conjugada dos incisos IV e V da Tese do
Tema de Repercussão Geral n.º 350, e, desse modo, depreende-se:

1. Levando-se em conta que, segundo preconiza o inciso V daquela Tese do Tema


de Repercussão Geral n.º 350, “tanto a análise administrativa quanto a judicial
deverão levar em conta a data do início da ação como data de entrada do
requerimento, para todos os efeitos legais” (BRASIL, 2018j), percebe-se que, nos
casos elencados nas alíneas a, b e c do inciso IV da Tese do Tema de Repercussão
Geral n.º 350, (a) caso haja a postulação administrativa a posteriori (por força de
intimação judicial) e, em consequência, (b) exista a necessidade de se estabelecer a
data do início da aposentadoria por invalidez como sendo a data da entrada do
requerimento administrativo na autarquia previdenciária (DIB=DER), a posterior
DER será, como ficção jurídica, a prévia data do início da ação previdenciária
(DER=DIA), assim considerada, de acordo com a Tese do Tema de Recurso
Repetitivo n.º 626 e a Súmula STJ n.º 576, como sendo a data da citação válida em
juízo do INSS (DIA=DCV).

1.1 Tanto é assim que, na parte dispositiva do acórdão do Recurso Extraordinário


n.º 631.240/MG, consta de forma manifesta: “Comprovada a postulação
administrativa, o INSS será intimado para que, em 90 dias, colha as provas
necessárias e profira decisão administrativa, considerando como data de
entrada do requerimento a data do início da ação, para todos os efeitos
legais” (BRASIL, 2018h, grifos nossos).

2. De fato, considerando que o Recurso Especial n.º 1.369.165/SP foi julgado em


26 de fevereiro de 2014 (Relator, Ministro Benedito Gonçalves), o qual, recorde-
se, ensejou, à época, a Tese do Tema de Recurso Repetitivo n.º 626 (“A citação
válida informa o litígio, constitui em mora a autarquia previdenciária federal e
deve ser considerada como termo inicial para a implantação da
aposentadoria por invalidez concedida na via judicial quando ausente a prévia
postulação administrativa.”), e, lado outro, tendo em mira que o julgamento do
Recurso Extraordinário n.º 631.240/MG completou-se em 3 de setembro de 2014
(Relator, Ministro Roberto Barroso), em momento posterior àquele aresto do
STJ, a data do início da ação, no contexto dessas regras de transição, (a) exercerá
o papel de data da entrada do requerimento (conforme decidido pelo STF)
e, ao mesmo tempo, (b) consistirá na data da citação válida do INSS
(conforme antes já havia sido decidido pelo STJ) (BRASIL, 2008a; BRASIL,
2018g; BRASIL, 2018h; BRASIL, 2018g, grifos nossos).

3. Em outras palavras, sendo a data do início da ação judicial previdenciária (a


qual corresponde à data da citação válida em juízo do INSS, conforme preconiza a
Súmula STJ n.º 576, precedida da Tese do Tema de Recurso Repetitivo n.º 626)
computada como data da entrada do requerimento para todos os efeitos legais em
tais tessituras diferenciadas, a data do início do benefício será a data da citação
válida da entidade previdenciária (DIB=DCV).

4. Por conseguinte, a data do início do benefício será a data da citação judicial


válida do INSS, quando a aposentadoria por invalidez houver sido concedida pelo
Poder Judiciário no bojo de ação previdenciária ajuizada até 3 de setembro de
2014 (dia em que concluído o julgamento do Recurso Extraordinário n.º
631.240/MG), em relação à qual seria exigível o prévio requerimento
administrativo perante o INSS, mas não o é em face da subsunção a alguma das
regras de transição previstas nas alíneas a a c do inciso IV, c/c inciso V, ambos
da Tese do Tema de Repercussão Geral n.º 350, o que afasta, em tais
circunstâncias específicas, a extinção do processo judicial por ausência de
interesse processual.

5. Caso a ação previdenciária (a) tenha sido ajuizada no âmbito do Juizado


Itinerante até o dia 3 de setembro de 2014, (b) sem haver sido instruída com
prévio requerimento administrativo, (c) quando exigível que assim fosse
instruída, a data do início do benefício da aposentadoria por invalidez será a data
da citação válida em juízo do INSS, a título de data do início da ação judicial
previdenciária (DIB=DCV=DIA), de molde que a data da citação judicial válida
da entidade previdenciária desempenhará o papel, em regra, incumbido à data da
entrada do requerimento administrativo no INSS.

6. Do mesmo modo, caso a ação judicial previdenciária, (a) desacompanhada de


prévio requerimento administrativo, tenha sido ajuizada (b) até o dia 3 de
setembro de 2014 e, por outro lado, até a referida data, o INSS haja apresentado
perante o Poder Judiciário (c) contestação de mérito, a data do início do
benefício da aposentadoria por invalidez será também a data da citação judicial
válida do INSS, na qualidade de data do início da ação previdenciária
(DIB=DCV=DIA), desincumbindo-se, mais uma vez, a DCV da função de dies a
quo, em regra, conferida à data da entrada do requerimento administrativo no
INSS.

7. A data do início do benefício da aposentadoria por invalidez será também a


data da citação válida em juízo do INSS novamente na condição de data do
início da ação judicial previdenciária (DIB=DCV=DIA), (a) caso a ação judicial
previdenciária tenha sido ajuizada até o dia 3 de setembro de 2014, (b) quando
desacompanhada de prévio requerimento administrativo, (c) se o caso concreto
não se enquadra nas outras hipóteses acima descritas, (d) se, ademais, tenha sido
comprovada a postulação administrativa em até 30 dias a contar da
intimação judicial do autor da ação judicial previdenciária para que assim
procedesse perante o INSS, e, ao mesmo tempo, (e) caso o requerimento
administrativo, protocolizado na entidade previdenciária em consequência da
intimação judicial que franqueou essa oportunidade derradeira ao jurisdicionado-
administrativo-segurado, haja sido em momento ulterior indeferido pela
autarquia previdenciária, ou (f) caso o requerimento administrativo,
protocolizado na Administração Previdenciária após o autor da ação haver sido
intimado pelo Poder Judiciário para que o fizesse, não haja sido analisado
posteriormente na via administrativa, pelo INSS, por razões inimputáveis ao
jurisdicionado-administrativo-segurado.

6. CONCLUSÃO
1. Em geral, a data da entrada do requerimento administrativo (DER) no âmbito
do INSS é a data do início do benefício (DIB) de aposentadoria por invalidez no
RGPS, quando concedida pelo Poder Judiciário após haver sido indeferida na
via administrativa pela autarquia previdenciária (DIB=DER).

1.1 Cuida-se da interpretação a contrario sensu da orientação jurisprudencial do


STJ sedimentada nos autos do Recurso Especial n.º 1.369.165/SP, julgado em 26
de fevereiro de 2014 (Relator, Ministro Benedito Gonçalves), o qual ensejou, à
época, a Tese do Tema de Recurso Repetitivo n.º 626 (“A citação válida informa o
litígio, constitui em mora a autarquia previdenciária federal e deve ser
considerada como termo inicial para a implantação da aposentadoria por invalidez
concedida na via judicial quando ausente a prévia postulação administrativa.”),
que, por sua vez, propiciou o advento, em 22 de junho de 2016, da Súmula STJ n.º
576 (“Ausente requerimento administrativo no INSS, o termo inicial para a
implantação da aposentadoria por invalidez concedida judicialmente será a data
da citação válida.” — grifos nossos).

2. Tendo-se em mira, de um lado, a supracitada jurisprudência do STJ, e, de outra


banda, a orientação jurisprudencial do STF assentada nos autos do Recurso
Extraordinário n.º 631.240/MG, julgado em 3 de setembro de 2014 (Relator,
Ministro Roberto Barroso), que inspirou a Tese do Tema de Repercussão Geral n.º
350, segundo a qual a concessão de benefício previdenciário pelo Poder Judiciário
se condiciona (a) ao prévio requerimento administrativo protocolizado pelo
segurado no âmbito do INSS, bem como (b) à antecedente análise e
indeferimento do pleito administrativo pela autarquia previdenciária (salvo se
excedido o prazo legal para a decisão administrativa da entidade previdenciária),
sob pena de extinção da ação previdenciária sem a resolução do mérito, por falta
de interesse de agir, afastando-se, no entanto, a ausência de interesse processual
quando, quanto à pretensão do jurisdicionado-administrado-segurado, mostrar-se
notório e reiterado que o entendimento administrativo do ente previdenciário é
contrário ao pleito do autor da ação judicial previdenciária, o qual, por essa
razão, pode, nessas situações excepcionais, provocar diretamente a jurisdição
do Poder Judiciário, formulam-se estas balizas para se conciliarem as orientações
pretorianas de ambas as Cortes Superiores:

2.1 Se houve o prévio requerimento administrativo no âmbito do INSS, mas a


entidade previdenciária se omitiu do dever de processar e/ou decidir
tempestivamente, o dia do início do benefício da aposentadoria por invalidez
concedida pela Justiça será a data da entrada do requerimento na autarquia
previdenciária federal (DIB=DER), porquanto, em tais situações, diante da
inércia da Administração Previdenciária, é juridicamente inexigível que o
segurado aguarde o exaurimento da via administrativa para finalmente provocar a
jurisdição do Poder Judiciário.
2.2 Contudo, nas situações excepcionais em que, afigurando-se notório e
reiterado que, na esfera administrativa, a entidade previdenciária esposa
entendimento contrário ao pleito do segurado e, por isso, sendo juridicamente
inexigível daquele a antecedente provocação administrativa, o autor da ação
judicial de cunho previdenciário pode acionar a jurisdição do Poder Judiciário
independentemente de prévio requerimento administrativo e, caso a ação
previdenciária seja julgada procedente, pelo órgão jurisdicional competente, o dia
do início do benefício da aposentadoria por invalidez concedida pela Justiça será a
data da citação válida em juízo da autarquia previdenciária (DIB=DCV).

2.3 Todavia, como crítica a esse constructo pretoriano, pondera-se que, nas
situações em que o INSS se recusou a receber em seu serviço de protocolo o
requerimento administrativo, bem como nas circunstâncias nas quais se omitiu do
dever de autuar, processar e/ou decidir o pedido administrativo no prazo devido,
evidencia-se mais adequado, sob o ponto de vista da realidade fática e da proteção
da pessoa incapaz, que a data do início do benefício seja a data em que o
interessado, na via administrativa, dirigiu-se ao serviço de protocolo
do INSS, desde que haja como o jurisdicionado-administrado-segurado provar
perante o Poder Judiciário esse fato obstativo ao direito de petição administrativa,
ou seja, DIB=DER, excetuadas os casos concretos em que não for
comprovado em juízo que, antes do litígio judicial, a Administração
Previdenciária havia sido provocada a respeito (na ausência de tal comprovação,
deslocar-se-á o dies a quo da aposentadoria por invalidez da data do requerimento
administrativo para a data da citação válida em juízo da entidade previdenciária,
de sorte que DIB=DCV).

2.4 Lado outro, nos panoramas fáticos em que for inexigível a antecedente
provocação na esfera administrativa do INSS, porquanto notório e reiterado
que a Administração Previdenciária possui posicionamento contrário ao pleito
do segurado, o dia do início do benefício da aposentadoria por invalidez
concedida diretamente pelo Poder Judiciário será a data da citação válida em
juízo da autarquia previdenciária (DIB=DCV), porquanto a partir do instante em
que citada na via judicial a autarquia previdenciária federal, ela se torna
automaticamente ciente do pleito, o qual, quando legítimo, faz com que esse
momento processual da citação válida constitua em mora a entidade
previdenciária. Daí a dicção da mencionada Tese do Tema de Recurso Repetitivo
n.º 626 (“A citação válida informa o litígio, constitui em mora a autarquia
previdenciária federal e deve ser considerada como termo inicial para a
implantação da aposentadoria por invalidez concedida na via judicial quando
ausente a prévia postulação administrativa.”).

3. A data do início do benefício da aposentadoria por invalidez será a data da


citação válida em juízo do INSS (DIB=DCV) igualmente nas conjunturas em
que o segurado pleiteia o melhoramento ou a proteção de aposentadoria por
invalidez anteriormente já concretizada pela autarquia previdenciária federal
(implementada seja por decisão administrativa da entidade previdenciária, seja
por força de ordem judicial), a exemplo de pedidos de (a) revisão de
aposentadoria por invalidez para valor mais vantajoso para o segurado ou de (b)
conversão do benefício previdenciário respectivo em modalidade mais vantajosa
(por exemplo, pretensão de que o auxílio-doença se convole em aposentadoria por
invalidez), bem como de (c) restabelecimento ou de (d) manutenção de
aposentadoria por invalidez, casos em que o segurado poderá provocar
diretamente a jurisdição do Poder Judiciário, salvo se o exame do mérito da
causa judicial previdenciária implicar a análise de matéria de fato ainda não
levada ao conhecimento da Administração Previdenciária, o que ocasionará a
extinção do processo judicial sem a resolução do mérito, por ausência de interesse
de agir.

3.1 Inteligência dos itens 29 a 33 do voto condutor do Ministro-Relator Roberto


Barroso, proferido em 3 de setembro de 2014, no julgamento paradigmático do
multicitado Recurso Extraordinário n.º 631.240/MG (o qual, reprisa-se,
proporcionou a Tese do Tema de Repercussão Geral n.º 350).

3.2 Com efeito, se o segurado-administrado-jurisdicionado opta pelo acionamento


direto da via judiciária, deve arcar com o ônus correspondente de que a data do
início do pagamento do valor revisado ou restabelecido do benefício seja o dia em
que, mediante a citação válida do INSS, a autarquia previdenciária federal se
tornou ciente do pleito judicial daquele.

4. Ambas as atuais orientações jurisprudenciais acima referidas, defluentes do STF


(Recurso Extraordinário n.º 631.240/MG e Tese do Tema de Repercussão Geral
n.º 350) e do STJ (Recurso Especial n.º 1.369.165/SP, Tese do Tema de Recurso
Repetitivo n.º 626 e Súmula STJ n.º 576), delineadas no contexto do RGPS,
discrepam da antecedente orientação da Turma Nacional de Uniformização dos
Juizados Especiais Federais, consignada na contextura da Assistência Social e
consubstanciada na Súmula TNU n.º 22, de 31 de agosto de 2004, centrada no
laudo médico-pericial como norte para se definir a data do início do benefício.

4.1 A Súmula TNU n.º 22 havia sido editada em uma conjuntura pretoriana
diferente, porque a sua redação foi baseada em julgados da época que,
promanados das Turmas Recursais dos Juizados Federais do Mato Grosso
(Processo Judicial n.º 2003.36.00.700272-7) e do Distrito Federal (Processo
Judicial n.º 2002.34.00.70.4413-7), bem como do STJ (Recursos Especiais n.os
305.245/SC, 475.388/ES e 478.206/SP), reverberaram orientação pretoriana
diversa da que hoje predomina no STJ e no STF, no que diz respeito ao termo
inicial de benefício da Seguridade Social, visto que, naquela tessitura
jurisprudencial pretérita, o laudo médico-pericial definia qual seria a data do
início do benefício a ser adimplido pelo INSS.
4.2 Em outros dizeres, os acórdãos que serviram de espeque para a redação da
Súmula TNU n.º 22 foram lavrados em uma quadra em que o laudo médico-
pericial apresentado em juízo influía na demarcação da data do início de
benefício da Seguridade Social (Assistência Social e Previdência Social), seja
quando definia a data do início do benefício como sendo a data da entrada do
requerimento (DIB=DER), na medida em que o LMP atestava que a
incapacidade era contemporânea à data em que protocolizado o pedido
administrativo, a exemplo do que alvitra, de modo expresso, a própria Súmula
TNU n.º 22, seja quando, na ausência de prévia postulação administrativa, fixava-
se a data da juntada em juízo do laudo médico-pericial como termo inicial
da aposentadoria por invalidez (DIB=DJJL), verbi gratia, o preconizado pelos
julgados dos Recursos Especiais n.os 475.388/ES e 478.206/SP, cujas ementas
foram acima reproduzidas e restaram inseridos no rol de julgados que embasou a
concepção da Súmula TNU n.º 22.

4.3 Portanto, em verdade, a Súmula TNU n.º 22 foi uma tentativa de definir, no
seio da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais, o
papel a ser exercido pelo laudo judicial médico-pericial como pilastra para se
demarcar a data do início do benefício da Assistência Social, em um momento da
jurisprudência em que o LMP tinha um papel influente para definir o termo inicial
do benefício da Seguridade Social de forma geral (não apenas da Assistência Social
como também do Regime Geral de Previdência Social), quer apontando a data do
início do benefício como sendo a data da entrada do requerimento
administrativo no âmbito do INSS (DIB=DER), caso a incapacidade já fosse
existente à época do pedido administrativo, quer servindo de reforço para a
orientação jurisprudencial de que, na ausência de antecedente requerimento
administrativo, a data da juntada em juízo do laudo médico-pericial
consubstanciaria a data do início do benefício (DIB=DJJL).

4.4 Consoante a atual jurisprudência predominante do STF e do STJ, o laudo


médico-pericial não corporifica esse papel central na definição do termo inicial
de benefício a ser adimplido pela autarquia previdenciária federal que antes lhe
cabia quando da gênese da Súmula TNU n.º 22.

4.5 De qualquer forma, como crítica a essas construções jurisprudenciais,


obtempera-se que o mais adequado, do ponto de vista da realidade fática e da
proteção da pessoa inválida, é que a data do início do benefício da aposentadoria
por invalidez seja a data do início da incapacidade (DIB=DII),
independentemente de o benefício da Seguridade Social haver sido concedido na
esfera administrativa ou na seara judicial.

4.6 Por outro lado, na impossibilidade de se comprovar que a data do início da


incapacidade é anterior ou contemporânea à data da entrada do requerimento
administrativo no INSS, seria incongruente com a realidade fática e deletério à
salvaguarda do segurado que a data do início do benefício da Seguridade Social
(por exemplo, a data do início do benefício da aposentadoria por invalidez no
RGPS) fosse somente a data da juntada em juízo do laudo médico-pericial
(DIB=DJJL), o que ignoraria ou menosprezaria o fato relevante de que a
autarquia previdenciária federal, quando acostado o laudo judicial aos autos
respectivos, já tinha ciência do pleito, e, portanto, o INSS se encontrava em mora
(a) desde a data da entrada do requerimento administrativo (DIB=DER), ou, em
caso de provocação direta do Poder Judiciário por iniciativa do segurado-
jurisdicionado, (b) desde a data da citação válida em juízo da autarquia
previdenciária federal (DIB=DCV).

4.7 Em verdade, o mais apropriado, sob a perspectiva da realidade fática e da


salvaguarda da pessoa inválida, é que, em regra, a data do início da incapacidade
prepondere como a data do início de benefício (DIB=DII), salvo quando não for
possível se comprovar a DII, seja na via administrativa, seja via judicial,
circunstância em que, então sim, deve prevalecer como DIB a data do
requerimento administrativo no âmbito do INSS (DIB=DER), remanescendo a
data da citação válida em juízo da autarquia previdenciária federal como termo
inicial do benefício previdenciário (DIB=DCV) tão só em caso de provocação
direta do Poder Judiciário nas hipóteses excepcionais em que for inexigível a
prévia postulação administrativa.

5. Diante da razão de ser da expressão “data do início da ação”, em substituição


à expressão “data do ajuizamento da ação” (divergência jurisprudencial da época
da interposição do Recurso Extraordinário n.º 631.240/MG, ou seja, se a data do
início da ação seria a data do seu ajuizamento ou a data da citação válida do INSS
pelo Poder Judiciário), procede-se (com essa perspectiva mais ampla,
devidamente contextualizada) à análise conjugada dos incisos IV e V da Tese do
Tema de Repercussão Geral n.º 350, e, desse modo, depreende-se:

5.1 Levando-se em conta que, segundo preconiza o inciso V daquela Tese do Tema
de Repercussão Geral n.º 350, “tanto a análise administrativa quanto a judicial
deverão levar em conta a data do início da ação como data de entrada do
requerimento, para todos os efeitos legais”, depreende-se que, nos casos elencados
nas alíneas a, b e c do inciso IV da Tese do Tema de Repercussão Geral n.º 350, (a)
caso haja a postulação administrativa a posteriori (por força de intimação judicial)
e, em consequência, (b) exista a necessidade de se estabelecer a data do início da
aposentadoria por invalidez como sendo a data da entrada do requerimento
administrativo na autarquia previdenciária (DIB=DER), a posterior DER será,
como ficção jurídica, a prévia data do início da ação previdenciária (DER=DIA),
assim considerada, de acordo com a Tese do Tema de Recurso Repetitivo n.º 626 e
a Súmula STJ n.º 576, como sendo a data da citação válida em juízo do INSS
(DIA=DCV).

5.1.1 Tanto é assim que, na parte dispositiva do acórdão do Recurso Extraordinário


n.º 631.240/MG, consta de forma manifesta: “Comprovada a postulação
administrativa, o INSS será intimado para que, em 90 dias, colha as provas
necessárias e profira decisão administrativa, considerando como data de
entrada do requerimento a data do início da ação, para todos os efeitos
legais” (grifos nossos).

5.2 Considerando que o Recurso Especial n.º 1.369.165/SP foi julgado em 26 de


fevereiro de 2014 (Relator, Ministro Benedito Gonçalves), o qual, recorde-se,
ensejou, à época, a Tese do Tema de Recurso Repetitivo n.º 626 (“A citação
válida informa o litígio, constitui em mora a autarquia previdenciária federal e
deve ser considerada como termo inicial para a implantação da
aposentadoria por invalidez concedida na via judicial quando ausente a prévia
postulação administrativa.” — grifos nossos), e, lado outro, tendo em mira que o
julgamento do Recurso Extraordinário n.º 631.240/MG, completou-se em 3 de
setembro de 2014 (Relator, Ministro Roberto Barroso), em momento posterior
àquele aresto do STJ, (a) a data do início da ação, em tais regras de
transição, exercerá o papel de data da entrada do requerimento
(conforme decidido pelo STF) e, ao mesmo tempo, (b) consistirá na data da
citação válida do INSS (conforme antes já havia sido decidido pelo STJ).

5.3 Em outras palavras, sendo a data do início da ação judicial previdenciária (a


qual corresponde à data da citação válida em juízo do INSS, conforme preconiza a
Súmula STJ n.º 576, precedida da Tese do Tema de Recurso Repetitivo n.º 626)
computada como data da entrada do requerimento para todos os efeitos legais em
tais tessituras diferenciadas, a data do início do benefício será a data da citação
válida da entidade previdenciária (DIB=DCV).

5.4 Por conseguinte, a data do início do benefício será a data da citação válida do
INSS, quando a aposentadoria por invalidez houver sido concedida pelo Poder
Judiciário no bojo de ação previdenciária ajuizada até 3 de setembro de 2014
(dia em que concluído o julgamento do Recurso Extraordinário n.º 631.240/MG),
em relação à qual seria exigível o prévio requerimento administrativo perante o
INSS, mas não o é em face da subsunção a alguma das regras de transição
previstas nas alíneas a a c do inciso IV, c/c inciso V, ambos da Tese do Tema de
Repercussão Geral n.º 350, o que afasta, em tais circunstâncias específicas, a
extinção do processo judicial por ausência de interesse processual.

5.5 Caso a ação previdenciária (a) tenha sido ajuizada no âmbito do Juizado
Itinerante até o dia 3 de setembro de 2014, (b) sem haver sido instruída com
prévio requerimento administrativo, (c) quando exigível que assim fosse
instruída, a data do início do benefício da aposentadoria por invalidez será a data
da citação válida em juízo do INSS, a título de data do início da ação judicial
previdenciária (DIB=DCV=DIA), de molde que a data da citação válida da
entidade previdenciária desempenhará o papel, em regra, incumbido à data da
entrada do requerimento administrativo no INSS.
5.6 Do mesmo modo, caso a ação judicial previdenciária, (a) desacompanhada de
prévio requerimento administrativo, tenha sido ajuizada (b) até o dia 3 de
setembro de 2014 e, por outro lado, até a referida data, o INSS haja apresentado
perante o Poder Judiciário (c) contestação de mérito, a data do início do
benefício da aposentadoria por invalidez será também a data da citação válida
em juízo do INSS, na qualidade de data do início da ação judicial previdenciária
(DIB=DCV=DIA), desincumbindo-se, mais uma vez, a DCV da função de dies a
quo, em regra, conferida à data da entrada do requerimento administrativo no
INSS.

5.7 A data do início do benefício da aposentadoria por invalidez será também a


data da citação válida em juízo do INSS novamente na condição de data do
início da ação judicial previdenciária (DIB=DCV=DIA), (a) caso ela tenha sido
ajuizada até o dia 3 de setembro de 2014, (b) quando desacompanhada de prévio
requerimento administrativo, (c) se o caso concreto não se enquadra nas outras
hipóteses acima descritas, (d) se, ademais, tenha sido comprovada a
postulação administrativa em até 30 dias a contar da intimação judicial do
autor da ação judicial previdenciária para que assim procedesse perante o INSS, e,
ao mesmo tempo, (e) caso o requerimento administrativo, protocolizado na
entidade previdenciária em consequência da intimação judicial que franqueou
essa oportunidade derradeira ao jurisdicionado-administrativo-segurado, haja
sido indeferido em momento ulterior pela autarquia previdenciária, ou (f) caso
o pedido administrativo, protocolizado na Administração Previdenciária após o
autor da ação haver sido intimado pelo Poder Judiciário para que o fizesse, não
haja sido posteriormente analisado na via administrativa, pelo INSS, por razões
inimputáveis ao jurisdicionado-administrativo-segurado.

REFERÊNCIAS

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Autor
Hidemberg Alves da Frota

Especialista em Ciências Humanas: Sociologia, História e


Filosofia (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do
Sul – PUCRS). Especialista em Direitos Humanos (Curso CEI/Faculdade
CERS). Especialista em Direito Internacional e Direitos Humanos (Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais – PUC Minas). Especialista em
Direito Público (Escola Paulista de Direito – EDP). Especialista em Direito
Penal e Criminologia (PUCRS). Especialista em Direitos Humanos e Questão
Social (Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR). Especialista
em Psicologia Positiva: Ciência do Bem-Estar e Autorrealização (PUCRS).
Especialista em Direito e Processo do Trabalho (PUCRS). Especialista em
Direito Tributário (PUC Minas). Agente Técnico-Jurídico do Ministério
Público do Estado do Amazonas (MP/AM). Autor da obra “O Princípio
Tridimensional da Proporcionalidade no Direito Administrativo” (Rio de
Janeiro: GZ, 2009). Participou das obras colegiadas “Derecho Municipal
Comparado” (Caracas: Liber, 2009), “Doutrinas Essenciais: Direito Penal”
(São Paulo: RT, 2010), “Direito Administrativo: Transformações e
Tendências” (São Paulo: Almedina, 2014) e “Dicionário de Saúde e
Segurança do Trabalhador” (Novo Hamburgo: Proteção, 2018).

Informações sobre o texto


Como citar este texto (NBR 6023:2018 ABNT)

FROTA, Hidemberg Alves da. A data do início da aposentadoria por invalidez no


Regime Geral de Previdência Social: consensos e controvérsias. Revista Jus
Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 24, n. 5684, 23 jan. 2019. Disponível
em: https://jus.com.br/artigos/69716. Acesso em: 20 jul. 2022.

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