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MÓDULO DE:

GESTÃO, CONTROLE E ESTRATÉGIAS DE CUSTOS

AUTORIA:

Me. Leonardo Rodrigues Correia

Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil

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Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
Módulo de: Gestão, Controle E Estratégias De Custos
Autoria: Msc. Leonardo Rodrigues Correia

Primeira edição: 2009

CITAÇÃO DE MARCAS NOTÓRIAS

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e informar quem possui seus direitos de exploração ou ainda imprimir logotipos, o autor declara estar utilizando
tais nomes apenas para fins editoriais acadêmicos.
Declara ainda, que sua utilização tem como objetivo, exclusivamente na aplicação didática, beneficiando e
divulgando a marca do detentor, sem a intenção de infringir as regras básicas de autenticidade de sua utilização
e direitos autorais.
E por fim, declara estar utilizando parte de alguns circuitos eletrônicos, os quais foram analisados em pesquisas
de laboratório e de literaturas já editadas, que se encontram expostas ao comércio livre editorial.

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A presentação

Nesse Módulo serão abordados os conceitos fundamentais e das terminologias utilizadas na


área de custos bem como os elementos formadores de custos. Como a analise do
comportamento dos custos, com a realização de Contabilização de materiais, com a
identificação da contabilidade de mão de obra. Custeio por Absorção, custeio ABC,
contabilidade de custos por processo. Com a visualização da departamentalização e rateio
dos custos. Aprimorando os conhecimentos de gestão com a utilização de ferramentas
estratégicas como Produção equivalente, Analise de situações especiais de mão de obra. ,
contabilização de custos indiretos de fabricação, margem de contribuição, ponto de
Equilíbrio, relação custo/volume/lucro, margem de lucro desejada, ferramentas essas
utilizadas para a tomada de decisões gerenciais.

O bjetivo

O objetivo do Módulo é qualificar o participante para as escolhas na implantação de sistemas


de custos, aperfeiçoando os conhecimentos dos profissionais nas áreas de custos, com foco
na lucratividade e melhoria no desempenho das empresas, proporcionando uma visão crítica
da avaliação de desempenho e do processo de tomada de decisões com base em custos,
permitindo que o profissional atue e interaja de uma forma dinâmica e eficiente nas
atividades pertinentes.

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E menta

Conceitos fundamentais e terminologias utilizadas. Elementos formadores de custos. Analise


do comportamento dos custos, Esquemas básicos da contabilidade de custos, classificação
dos custos, departamentalização, Contabilização de materiais, Impostos na aquisição de
materiais, Tratamento contábil das perdas de materiais, Método de custeio, Custeio por
Absorção, Margem de Contribuição, Custeio variável, Custeio ABC 0 Custeio baseado em
atividades, Produção contínua ou por ordem de produção, Relação Custo/Volume/ Lucro,
Ponto de equilíbrio, Margem de segurança e alavancagem operacional, Formação do preço
de venda, custos imputados e custos perdidos, custos para controle, custo padrão, produtos
e custo meta, custo padrão versus análise das variações de materiais e mão de obra, custos
nas empresas prestadoras de serviços, custos para melhoria de processos e eliminação de
desperdícios, custos para otimização de resultados, custos para controladoria estratégica,
custos na atividade imobiliária.

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S obre o Autor

MESTRADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

Linha de Pesquisa: Contabilidade Gerencial.

FUCAPE – Fundação Instituto Capixaba de Pesquisas em Contabilidade, Economia e


Finanças.

Dissertação: A PARTICIPAÇÃO DOS GESTORES NO PROCESSO DE ELABORAÇÃO DAS


METAS ORÇAMENTÁRIAS: relação entre a motivação individual e o comportamento
gerencial

Ano de Conclusão: 2007

GRADUAÇÃO - CIÊNCIAS CONTÁBEIS

UFES – Universidade Federal do Espírito Santo.

Ano de Conclusão: 2002.

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S UMÁRIO

UNIDADE 1 .............................................................................................................................. 9
Contabilidade Financeira, Contabilidade Gerencial e a Contabilidade de Custos................. 9
UNIDADE 2 ............................................................................................................................ 13
Introdução à Contabilidade de Custos ................................................................................ 13
UNIDADE 3 ............................................................................................................................ 17
Termos e Propósitos de Custos .......................................................................................... 17
UNIDADE 4 ............................................................................................................................ 21
Terminologias ...................................................................................................................... 21
UNIDADE 5 ............................................................................................................................ 24
Esquema Básico da Contabilidade de Custos .................................................................... 24
UNIDADE 6 ............................................................................................................................ 26
Classificação dos Custos .................................................................................................... 26
UNIDADE 7 ............................................................................................................................ 34
Departamentalização .......................................................................................................... 34
UNIDADE 8 ............................................................................................................................ 39
Contabilidade para Materiais ............................................................................................... 39
UNIDADE 9 ............................................................................................................................ 43

UNIDADE 10 .......................................................................................................................... 44
Tratamento Contábil das Perdas de Materiais .................................................................... 44
UNIDADE 11 .......................................................................................................................... 46
Métodos de Custeio ............................................................................................................ 46
UNIDADE 12 .......................................................................................................................... 48
Custeio por Absorção .......................................................................................................... 48
UNIDADE 13 .......................................................................................................................... 56
Margem de Contribuição ..................................................................................................... 56
UNIDADE 14 .......................................................................................................................... 58
Custeio Variável .................................................................................................................. 58

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UNIDADE 15 .......................................................................................................................... 63
Custeio ABC - Custeio Baseado em Atividades .................................................................. 63
UNIDADE 16 .......................................................................................................................... 78
Produção Contínua ou por Ordem de Produção ................................................................. 78
UNIDADE 17 .......................................................................................................................... 81

UNIDADE 18 .......................................................................................................................... 84

UNIDADE 19 .......................................................................................................................... 88
Margem de Segurança e Alavancagem Operacional .......................................................... 88
UNIDADE 20 .......................................................................................................................... 90
Formação do Preço de Venda ............................................................................................ 90
UNIDADE 21 ........................................................................................................................ 101
Custos Imputados e Custos Perdidos ............................................................................... 101
UNIDADE 22 ........................................................................................................................ 103
Custos para controle ......................................................................................................... 103
UNIDADE 23 ........................................................................................................................ 106

UNIDADE 24 ........................................................................................................................ 110


Produtos e Custo Meta...................................................................................................... 110
UNIDADE 25 ........................................................................................................................ 115
Custo Padrão versus Análise das Variações de Materiais e Mão de obra ........................ 115
UNIDADE 26 ........................................................................................................................ 120
Custos nas Empresas Prestadoras de Serviços ............................................................... 120
UNIDADE 27 ........................................................................................................................ 126
Custos para Melhoria de Processos e Eliminação de Desperdícios ................................. 126
UNIDADE 28 ........................................................................................................................ 131
Custos para Otimização de Resultados ............................................................................ 131
UNIDADE 29 ........................................................................................................................ 136
Custos para Controladoria Estratégica.............................................................................. 136
UNIDADE 30 ........................................................................................................................ 142
Custo na Atividade Imobiliária ........................................................................................... 142
GLOSSÁRIO ........................................................................................................................ 151

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BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................... 152

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U NIDADE 1
Objetivo: Expor as relações entre a Contabilidade Financeira e Contabilidade de Custos e
como estas auxiliam a Contabilidade Gerencial.

Contabilidade Financeira, Contabilidade Gerencial e a Contabilidade de Custos.

Aspectos Introdutórios

A Contabilidade de Custos é a parte da ciência contábil que se dedica ao estudo racional dos
gastos feitos para se obter um bem de venda ou de consumo. Quer seja um produto, uma
mercadoria ou um serviço.

Contabilidade de Custos é o ramo da função financeira que acumula, organiza, analisa e


interpreta os custos dos produtos, dos inventários, dos serviços, dos componentes da
organização, dos planos operacionais e das atividades de distribuição para determinar o
lucro, para controlar as operações e para auxiliar o administrador no processo de tomada de
decisão.

Da Contabilidade Financeira à de Custos

O desenvolvimento da Contabilidade até a Revolução Industrial estava limitada à


contabilidade financeira, cujo desenvolvimento atendia as necessidades das empresas
comerciais, com a única preocupação mercantil.

Para a realização dessa adaptação, o Contador apurava o valor do seu estoque pela
diferença de saldos, com a realização de levantamentos dos estoques físicos existentes, com
uma apuração bem simplificada. O profissional realizava o levantamento das importâncias
financeiras pagas, e destinava tais valores a mercadorias.

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Em relação à quantidade verificava-se o seu estoque final do período de apuração e reduzia
o saldo inicial para a apuração da quantidade movimentada no período de apuração,
adicionando a quantidade comprada no mesmo período, essa movimentação fica mais clara
com a seguinte disposição:

Estoque Inicial

( + ) Compras

( - ) Estoques Iniciais

( = ) Custo das mercadorias vendidas

Essa verificação era confrontada com as receitas líquidas obtidas na venda desses bens,
chegando dessa maneira ao lucro bruto, do qual bastava deduzir as despesas que a
empresa tivesse para a manutenção das suas atividades no mesmo período, na necessidade
de verificação dessas informações em um único demonstrativo, que permitisse visualizar
todas as despesas oriundas das atividades da empresa confrontada com as receitas do
mesmo período, surgiu a Demonstração de Resultados da empresa comercial.

A demonstração de resultados do exercício, busca a visualização simplificada de toda a


movimentação da empresa no período, sendo suas informações expostas da seguinte
maneira:

Demonstração do Resultado do Exercício


Vendas líquidas XXXXXXXX
(-) Custo das Mercadorias vendidas
Estoques iniciais XXXXXXXX
(+) Compras XXXXXXXX
(-) Estoques iniciais XXXXXXXX
(=) Lucro Bruto XXXXXXXX
(-) Despesas XXXXXXXX

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Comerciais (Vendas) XXXXXXXX
Administrativas XXXXXXXX
Financeiras XXXXXXXX
Resultado do Exercício: antes dos impostos XXXXXXXX

Com o advento da era industrial, tornou-se extremamente necessário o conhecimento da


apuração dos custos de produção, exigindo do contador um levantamento mais apurado do
resultado da empresa, pois não se conseguia extrair as informações com facilidade na
empresa para a atribuição do valor de estoque, devido aos fracos controles existentes na
época.

No Balanço final das empresas industriais, permanecia como estoques no ativo apenas os
valores sacrificados pela compra do bem, nenhum outro valor relativo a juros ou qualquer
outro encargo financeiro, desembolsos, salários, eram reconhecidos como ativo; não fazendo
parte dessa composição.

Essa mudança na economia mundial afetou diretamente o desenvolvimento da


Contabilidade, pois, a facilidade que o contador possuía em apurar o valor de compra do
produto para revenda, antes nas empresas comerciais, foi substituída pela complexa
apuração de custos de produção, análise de fatores de produção, o que aumentou a
importância do contador. O profissional contábil precisava adequar os seus conhecimentos
mercantis para a apuração do custo da produção.

Como consequência do crescimento das organizações, da intensificação da concorrência e


da crescente escassez de recursos, surgiu a necessidade de aperfeiçoar os mecanismos de
planejamento e controle das atividades empresariais. Além disso, as inúmeras possibilidades
de utilização dos fatores de produção determinam uma variedade quase infinita no
comportamento dos custos resultantes. É, então, imprescindível, para qualquer empresa ter
um sistema de custos, ainda mais numa economia capitalista e concorrencial. É difícil tomar
decisões confiáveis e ter uma margem de segurança satisfatória, sem o conhecimento dos
custos do modo mais real possível.

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Nesse sentido, as informações relativas aos custos de produção e/ou comercialização, desde
que apropriadamente organizadas, resumidas e relatadas, constituem uma ferramenta
administrativa da mais alta relevância. Assim, as informações de custos transformam-se,
gradativamente, num verdadeiro sistema de informações gerenciais, de vital importância para
a administração das organizações empresariais. Essas informações constituem um subsídio
básico para o processo de tomada de decisões, bem como para o planejamento e controle
das atividades empresariais.

Um eficiente sistema de apuração de custos pode contribuir para a sobrevivência das


empresas modernas que atuam em um ambiente extremamente competitivo e na chamada
economia globalizada?

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U NIDADE 2
Objetivo: Explicar a aplicação de alguns princípios contábeis aplicados à custo, em função da
vinculação da Contabilidade de Custos com a Contabilidade Financeira.

Introdução à Contabilidade de Custos

Princípios Básicos da Contabilidade de Custos Industriais

Para a Contabilidade de Custos, o valor do estoque dos produtos existentes na empresa,


fabricados ou beneficiados por ela, deveria corresponder ao valor desembolsado pela
empresa para aquisição dessa mercadoria, valor este, que é identificado pelo valor total de
compras de uma empresa comercial. Com isso passava-se a considerar que todos os
valores utilizados na obtenção de matéria prima compõem o custo do produto, valores dos
fatores de produção utilizados na sua obtenção, deixando-se de realizar a atribuição
daqueles valores que as empresas comerciais utilizavam na apuração do seu resultado,
como: Despesas administrativas, despesas de vendas e despesas financeiras, na
composição do seu custo.

Com o crescimento da economia mundial, em especial com o desenvolvimento do mercado


de capitais nos EUA e na Europa, surgiu a figura dos acionistas das grandes empresas, foi
necessário o refinamento das informações, uma vez que, os usuários das informações
contábeis tinham um interesse todo especial na análise do balanço das empresas e na
verificação do resultado, fato que ficou evidenciado após a quebra da bolsa de New York de
1929.

Na década de 20, dominada pelo Liberalismo, o mundo assistiu a um dos momentos mais
críticos de sua economia: O Crash de 1929, a famosa "quinta-feira negra", em que milhares
de investidores viram-se arruinados da noite para o dia, repercutindo em desemprego em
massa por todo o mundo, abalando por completo a economia americana.
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Essa se reergueria somente alguns anos mais tarde, graças à política econômica adotada
por Roosevelt ("New Deal"), na qual preconizou a intervenção estatal na economia. Medidas
essas que aumentaram a complexidade do sistema bancário, no que tange a disponibilização
de créditos.

Após esse período de instabilidade no mercado mundial, surgiu à figura do auditor


independente, sendo necessária a validação das informações das empresas para o mercado
voltar a ter a confiança nas informações apresentadas, sendo necessário criar uma
consolidação das informações contábeis e, para exercer uma comparabilidade entre os
demonstrativos das empresas analisadas, chegando até a criar princípios básicos de
contabilidade para a homogeneização das informações e exercer uma comparabilidade entre
os demonstrativos das empresas analisadas.

Um dos pontos de grande discussão, entre os auditores, era justamente o modo de


precificação dos estoques, que ratificaram a avaliação de estoques de fabricação, nos
moldes da contabilidade comercial, pois a metodologia apresentada anteriormente atendia
aos princípios contábeis, como por exemplo: Custo como base de valor, conservadorismo e a
realização.

Princípio da Realização da Receita

Esse princípio determina o reconhecimento contábil do resultado, sendo ele lucro ou


prejuízo, apenas após a realização da receita.

Essa realização de receita por sua vez, somente ocorre após a transferência do bem ou
serviço para terceiros. Sendo fundamental para a determinação do resultado de uma
empresa, pois, somente após o reconhecimento das receitas será possível determinar o
resultado.

Do ponto de vista econômico, o lucro já surge durante a elaboração de determinado produto


ou serviço, pois existe agregação ao valor dos produtos ou serviços nesta fase, fato que é
destinado ao resultado da empresa, sem ter a necessidade de ser em dinheiro, podendo ser

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em forma de direitos a recebimentos futuros ou outro ativo, como por exemplo: uma venda
realizada a prazo.

Princípio da Competência ou Confrontação entre Despesas e Receitas

A confrontação entre receitas e despesas é um aspecto fundamental para a área de custos,


pois fornece o momento exato de reconhecimento das despesas.

Fica estipulado que no momento da realização do fato, é o momento definido para o


reconhecimento das receitas, após tal reconhecimento, pelo princípio da competência,
confronta-se tal receita com a sua respectiva despesa para apuração do resultado. Esses
valores representam o esforço da instituição em obter receita, que podem ser subdivididos
em dois grupos:

a) Despesas específicas para obtenção de determinada receita

b) Despesas incorridas para a obtenção de receitas genéricas, não necessariamente


vinculadas à receita que está sendo contabilizada.

Princípio do Custo Histórico como Base de Valor

A contabilização dos itens pelo seu valor de entrada, ou seja, pelo valor da nota fiscal. Se o
custo histórico de fabricação de um determinado produto foi de R$ 5.000,00 e ele fica
estocado durante um determinado período, no momento de sua venda, o custo reconhecido
no resultado será R$ 5.000,00 e o lucro/prejuízo da operação, será a diferença entre o valor
vendido e o custo reconhecido.

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Consistência ou Uniformidade

Quando se tem a alternativa de mais de uma forma de contabilização, para um determinado


evento, a empresa deve adotar um método e mantê-lo de forma consistente, ou seja,
uniformidade no tratamento contábil dos fatos, não podendo mudar de critério dentro do
mesmo período caso mude, é necessário a sua indicação nas notas explicativas,
demonstrando os procedimentos que foram alterados, e demonstrar o resultado caso não
tivesse alterado a metodologia.

Conservadorismo ou Prudência

Trata-se de uma regra comportamental. O conservadorismo estipula a forma de tratar a


contabilização de determinado fato; quando se tem mais de uma alternativa de recolher seu
valor ou forma de tratar o fato. Obriga ao contador a adoção de uma forma de agir mais
precavida, devendo optar pela escolha de maior precaução, ou seja, entre custo ou mercado,
dos dois o menor.

Materialidade ou relevância

Essa regra contábil é de extrema importância para a Contabilidade de Custos, pois


desobrigar ao contador “perder” tempo como controles minuciosos para um valor de baixa
relevância, por exemplo, controle detalhado de utilização de canetas, lembrando que a soma
de vários itens irrelevantes pode ser material, o que tornaria necessário o controle mais
rigoroso.

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U NIDADE 3
Objetivo: Definir e ilustrar um objeto de custo.

Termos e Propósitos de Custos

Propósitos de Custos

A Contabilidade de Custos ocupa-se da classificação, agrupamento, controle e atribuição dos


custos, sendo que os custos coletados servem a três finalidades principais:

a) Fornecer dados de custos para a medição dos lucros e avaliação dos estoques.

b) Fornecer informações aos dirigentes para o controle das operações e atividades da


empresa.

c) Fornecer informações para o planejamento da direção e a tomada de decisões.

Custos são recursos sacrificados ou renunciados para conseguir um objetivo específico. Um


custo (como matéria-prima ou publicidade) é normalmente medido como a quantia monetária
que precisa ser paga para adquirir bens ou serviços.

Para dirigir suas decisões, os administradores precisam saber quanto uma “coisa” específica
(um produto, uma máquina, um serviço) custa. Essa “coisa” é o objeto de custo, para a qual
uma medida de custos é desejada. O quadro a seguir ilustra tipos diferentes de objetos de
custo, para os quais uma determinada empresa quer saber os custos:

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Empresa Industrial KLM:

Objeto de custo Ilustração

Produto Fralda descartável

Serviço Linha telefônica para atendimento aos usuários

Projeto Projeto sobre fórmula alternativa se perfume

Cliente Empresa de varejo XYZ, grande compradora da industria KLM

Atividade Ajustamento de máquinas para a produção

Departamento Departamento de Segurança

Um sistema de custeio típico se justifica em dois estágios básicos: Acúmulo seguido por
Apropriação.

O acúmulo de custos é a coleta de dados de custos, de alguma forma organizada, por meio
de um sistema de contabilidade. Exemplificando, uma editora que compra rolos de papel
para impressão de revistas acumula os custos de rolos comprados em um dado mês para
obter o custo mensal total de papel. Além de acumular os custos, os gestores os distribuem
para objetos de custos designados (como as diferentes revistas que a editora publica), a fim
de ajudar na tomada de decisões como a precificação de diferentes revistas.

Os gestores apropriam custos para objetos de custo por diversas razões:

• Apropriação de custos para produtos ajudam na precificação e na análise de sua


rentabilidade;

• Custos apropriados para clientes ajudam os gestores a compreender o lucro ganho de


diferentes clientes e a tomar decisões sobre como apropriar recursos para lhes dar
suporte.

A apropriação de custos é um termo geral que engloba:

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a) o rastreamento de custos acumulados, que têm um relacionamento direto com
um objeto de custo;

b) a apropriação de custos acumulados que têm um relacionamento indireto com


um objeto de custos.

Acúmulo e Apropriação de Custos

Em resumo, a Contabilidade de Custos, fornece informações para:

1. A determinação dos custos dos fatores de produção;

2. A determinação dos custos de qualquer natureza;

3. A determinação dos custos dos setores de uma organização

4. A redução dos custos dos fatores de produção, de qualquer atividade da empresa;

5. À Administração, quando esta deseja tomar uma decisão, estabelecer planos ou


solucionar problemas especiais;

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6. O levantamento dos custos dos desperdícios, do tempo ocioso dos operários, da
capacidade ociosa do equipamento, dos produtos danificados, do trabalho necessário
para conserto, dos serviços de garantia dos produtos;

7. A determinação da época em que se deve desfazer de um equipamento, isto é,


quando as despesas de manutenção e reparos ultrapassarem os benefícios advindos
da utilização do equipamento;

8. A determinação dos custos dos inventários com a finalidade de ajustar o cálculo dos
estoques mínimos, do lote econômico de compra e da época de compra;

9. O estabelecimento dos orçamentos;

10. A determinação do preço de venda dos produtos ou serviços.

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U NIDADE 4
Objetivo: Fazer uma distinção técnica entre as principais terminologias utilizadas na
Contabilidade de Custos, objetivando esclarecer os significados em sua utilização nos
modelos de decisão no âmbito empresarial.

Terminologias

Terminologias aplicadas na contabilidade de custos.

Gasto, Custo e Despesa significam a mesma coisa? E Investimento?

A Contabilidade de Custos mede e relata as informações financeiras e outras informações,


relativas à aquisição ou consumo dos recursos de uma empresa. Para que a Contabilidade
de Custos forneça informações para a Contabilidade Financeira e/ou Gerencial,
tecnicamente são utilizados termos que simplificam o entendimento e a comunicação.

Do ponto de vista técnico, são utilizadas as seguintes terminologias:

• Gasto: Sacrifício financeiro com que a entidade arca para a obtenção de um produto
ou serviço qualquer, sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega
de ativos. Existem sacrifícios que a empresa arca, mas que não envolve a entrega de
ativos como o caso do custo de oportunidade e os juros sobre o capital próprio.

Ex.: Gastos com compra de matérias-primas, gastos com mão de obra, gasto com
aquisição de um equipamento.

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• Investimento: Gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a
períodos futuros. Sua utilização beneficiará vários anos. O reconhecimento de sua
utilização se dá pela depreciação. Depreciação é um mecanismo contábil que permite
reconhecer o desgaste dos bens utilizados na atividade da empresa pelo uso,
desgaste natural e obsolescência.

Ex.: Gasto para aquisição de equipamentos, veículos, instalações.

• Custo: E um gasto relativo à bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou


serviços. O custo é um gasto no momento de sua utilização como fator de produção,
para a fabricação de um produto ou serviço. Podemos dizer que o gasto se torna
custo quando consumido efetivamente na produção.

Ex.: Matéria-Prima, mão de obra, desgaste de máquinas, aluguel da fábrica, imposto


predial da fábrica.

• Despesa: É o consumo de serviços ou bens que, direta ou indiretamente, levará a


obtenção de uma receita. São gastos necessários da empresa: a vendas dos produtos
e para financiar as atividades. A característica da despesa é que não passa pelas
fases de produção e são consideradas diretamente no resultado.

Ex.: Telefone/Água/energia do Escritório, Salários Administrativos, Aluguel do


Escritório

• Perda: Bem ou serviço consumido de forma anormal ou involuntária;

Ex.: Desfalque no caixa, greves, incêndio, quebra de uma máquina.

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• Ganho: Resultado líquido favorável resultante de transações ou eventos não
relacionados às operações normais da empresa;

Ex.: Venda de imobilizado com valor acima de seu custo, Ganhos monetários (com a
inflação)

• Receita: São as entradas de elementos para o Ativo sob forma de dinheiro ou direitos
a receber, correspondente normalmente à venda de bens ou serviços.

Ex.: Venda de Produtos, Prestação de Serviços de Consultoria

• Lucro/Prejuízo: diferença, positiva/negativa, entre receita e despesa, ganhos e perdas.

Custeio: método para apropriação dos custos ao produto.

Mais adiante serão abordados alguns métodos de custeio: Custeio por Absorção,
Custeio Variável, Custeio Baseado em Atividade – ABC.

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U NIDADE 5
Objetivo: Compreender como acontece a separação entre custos e despesas e a
consequente apropriação dos custos aos produtos ou departamentos.

Esquema Básico da Contabilidade de Custos

Introdução

A separação dos gastos em custos e despesas é fundamental para a apuração do custo da


produção e do resultado do período. Conforme já salientado, custos são gastos necessários
para a produção de bens e serviços, enquanto despesas são gastos necessários para a
geração de receitas.

Assim, o esquema básico da Contabilidade de Custos consiste na separação entre Custos e


Despesas e na apropriação destes aos produtos. A contabilização dos custos pode ser bem
simples, registrando diretamente a passagem dos Custos aos Produtos ou mais elaborada
por meio do acompanhamento dos mapas de Apropriação dos custos envolvidos.

Para uma adequada apropriação desses custos e despesas é preciso classificá-los em fixos
ou variáveis e diretos ou indiretos.

Esquema básico da contabilidade de custos

1º Passo - A separação entre custos e despesas

2º Passo - A apropriação dos custos diretos

3º Passo - A apropriação (rateio) dos custos indiretos

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Gastos

Consumo de bens e Serviços


Custos Despesas

Gastos incorrido na produção de Gastos incorridos no processo


novos bens ou serv iços de geração de receitas

Fixos Variáveis Fixas Variáv eis

Total constante em Total variável em Total constante em Total variável em


relação ao volum e relação ao volum e relação ao volum e de relação ao volum e de
produzido produzido receitas receitas
Aluguel Despesas Comissões sobre
Material direto
Depreciação adm inistrativas vendas

Indiretos Diretos Indiretas Diretas


Apropriados de form a Apropriados de form a Apropriadas de form a Apropriadas de form a
subjetiva por critérios objetiv a por m eio de subjetiva por critérios objetiva por m eio de
de rateio controles de rateio controles

Os gastos podem ser classificados quanto às variações nos volumes de produção e de


vendas e quanto à forma de distribuição e apropriação aos produtos, centros de custos e
resultados.

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U NIDADE 6
Objetivo: Saber sobre a apresentação inicial da classificação dos elementos de custos, com
a apresentação de exemplos para diversos tipos de atividades empresariais

Classificação dos Custos

Classificação dos gastos quanto às variações nos volumes de produção e de vendas:

Quanto ao comportamento, em relação às variações nos volumes de produção e de vendas,


os gastos classificam-se em:

• Custos e despesas fixos

• Custos e despesas semifixos e semivariáveis

• Custos e despesas variáveis

Custos Fixos:

São custos que permanecem constantes dentro de determinada capacidade instalada,


qualquer que seja o volume de atividade da empresa, ou seja, uma alteração no volume de
produção, para mais ou para menos, não altera o valor total do custo.

Exemplos:

• Salários e encargos sociais das chefias dos departamentos e setores produtivos da


empresa;

• Salários e encargos sociais do pessoal da segurança;

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• Aluguel do prédio e/ou das máquinas produtivas;

• Depreciação do prédio e/ou das máquinas; etc.

Os Custos Fixos têm as seguintes características:

• O valor total permanece constante dentro de determinado intervalo de volume de


produção;

• O valor por unidade produzida varia à medida que ocorre variação no volume de
produção, por se tratar de um valor fixo total diluído por uma quantidade maior ou
menor de produção;

• Sua alocação para os departamentos ou centro de custos necessita, na maioria das


vezes, de critérios de rateios determinados pela administração, como será estudado
oportunamente.

Exemplo de Custos Fixos, totais e unitários, em um determinado período:

Custos Fixos Volume produção Custos Fixos por unidade

$ 120.000,00 12.000 unidades $ 10,00

$ 120.000,00 15.000 unidades $ 8,00

$ 120.000,00 20.000 unidades $ 6,00

Produzindo em grande escala, utilizando ao máximo a capacidade instalada da fábrica, os


custos de produção são reduzidos.

Por exemplo, um livro considerado Best seller normalmente tem seus custos menores do que
a média dos livros publicados em determinado período, visto que o total de seus custos será

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diluído por uma grande tiragem, possibilitando um menor custo unitário, o que trará como
consequência imediata:

• maior lucro para a editora e para o autor;

• redução do preço de venda do livro.

Custos Variáveis

São os custos que mantêm uma relação direta com o volume de produção ou serviço e, por
isso, podem ser identificados com os produtos. O total dos custos variáveis cresce à medida
que o volume da atividade aumenta. Geralmente esse crescimento no total evolui na mesma
proporção do acréscimo no volume produzido.

Exemplo de custo variável:

• Matéria-prima: em muitas empresas, a matéria-prima é o único componente de custo


que varia proporcionalmente ao volume da produção. Por exemplo, se uma indústria
consome um metro quadrado de couro para produzir um par de sapatos, o custo de
material direto será o seguinte:

Produção do período Consumo couro p/ unidade Consumo total de couro

Se 1.000 pares 1 metro Então 1.000 metros

Se 1.200 pares 1 metro Então 1.200 metros

Se 1.500 pares 1 metro Então 1.500 metros

• Mão de obra direta: referente ao pessoal que trabalha diretamente no processo


produtivo. Por exemplo, numa fábrica de sapatos, o tempo de processamento das
várias fases produtivas, como corte do couro, montagem do sapato, costura;

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acabamento, etc. será o mesmo por unidade e, no total, variará de acordo com o
volume de produção.

Os custos variáveis têm as seguintes características:

• Seu valor varia na proporção direta do volume de produção;

• O valor é constante por unidade, independente da quantidade produzida;

• A alocação aos produtos ou centros de custos é normalmente feita de forma direta,


sem necessidade de utilização de critérios de rateios.

• Custos semifixos ou semivariáveis: são aqueles que dispõem de uma parcela fixa e de
uma parcela variável. Por exemplo, a depreciação é perda de valor de um bem em
função do desgaste pelo uso, pela ação do tempo e pela obsolescência. Essa perda
de valor tem o seguinte comportamento:

Perda de valor por: Natureza

Desgaste pelo uso Variável

Ação da natureza Fixa

Obsolescência Fixa

Na prática, esses gastos são classificados em função do que seja mais relevante e de acordo
com o critério de cálculo.

Outro exemplo pode ser custo de manutenção que é, normalmente, um custo semivariável,
pois sempre é constituído de uma parte fixa (os custos da atividade quando o volume de

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serviços é igual a zero) e uma parte variável (que deve variar de acordo com o parâmetro da
atividade que serve de referencial).

Classificação dos gastos quanto à forma de distribuição e apropriação:

• Custos Diretos

• Custos Indiretos

Custos Diretos

São os custos que podem ser facilmente identificados com o objeto de custeio. Não é
necessário rateio. Os custos diretos, na maioria das indústrias, compõem-se de materiais e
mão de obra, conforme definido a seguir:

Materiais diretos: matérias-primas, materiais de embalagem, componentes e outros


materiais necessários à produção, ao acabamento e à apresentação final do produto
acabado.

Exemplo:

• Fábrica de móveis: os materiais diretos são, basicamente, a madeira, as chapas de


compensados, o couro etc. que são utilizados em cada um dos produtos fabricados
como sofás, camas, cadeiras, mesas etc.

• Editora gráfica: os materiais diretos são papel, tinta utilizada na produção de livros,
revistas e demais impressos.

Mão de obra direta: é o trabalho aplicado diretamente na confecção do produto, de suas


partes ou seus componentes, ou na prestação de serviços. Nas empresas industriais, esse
tipo de custo está sendo gradativamente substituído por máquinas e equipamentos.

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Exemplo:

• Firma de auditoria: a mão de obra direta é representada pelos salários e encargos dos
auditores programados para a realização das auditorias;

• Fábrica de sapatos: a mão de obra direta é composta dos gastos incorridos com
salários e encargos de funcionários que atuam diretamente no processo produtivo e
são responsáveis pelo corte do couro, montagem, costura e acabamento de sapatos.

De modo geral, os custos diretos são facilmente identificados com os produtos. Normalmente
são requisitados ao almoxarifado e tem a identificação prévia de sua utilização, ou seja, o
destino que o material terá em determinado produto, o que facilita a apropriação do custo à
produção específica. O material direto, geralmente, pode ser identificado no produto acabado
e pode ser quantificado com precisão.

A mão de obra direta pode ser identificada por meio de apontamentos com o produto que
está sendo fabricado, restando à contabilidade de custos efetuar as devidas apropriações às
diversas unidades produtivas.

Analogamente aos custos diretos, as despesas diretas são as que podem ser facilmente
quantificadas e apropriadas em relação às receitas de vendas e de prestação de serviços.

Exemplo:

• receita de vendas: para cada bem vendido, é possível identificar o custo incorrido em
sua aquisição ou produção, os impostos incidentes sobre o faturamento e as
despesas de fretes e seguros de transporte;

• receita de serviços: para cada serviço prestado, é possível identificar a mão de obra
direta utilizada, os materiais empregados e os impostos incidentes sobre o
faturamento.

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Custos Indiretos

São os custos que não são facilmente identificados com o objeto de custeio. São
alocados aos objetos de custeio por algum critério de rateio.

• Mão de obra indireta: é representada pelo trabalho realizado nos departamentos


auxiliares das indústrias ou prestadoras de serviços e que não são mensuráveis em
nenhum produto ou serviço executado. Por exemplo, em uma indústria, os gastos com
pessoal responsável pela manutenção dos equipamentos, pelo planejamento e
controle da produção, pela supervisão da produção dos diversos produtos, etc.;

• Materiais indiretos: São materiais empregados nas atividades auxiliares de produção


ou cujo relacionamento com o produto é irrelevante. Exemplo, graxas e lubrificantes
utilizados na manutenção e limpeza de máquinas, lixas e parafusos de pequenos
valores utilizados na produção de móveis, embalagens de pequeno valor utilizadas
para a expedição dos produtos acabados, etc.

• Outros custos indiretos: São aqueles que dizem respeito à existência do setor fabril,
como depreciação das máquinas e dos equipamentos, valor dos materiais consumidos
nas manutenções, seguro contra incêndio e outros acidentes na fábrica, transporte e
refeição de mão de obra, etc.

Exemplo:

Uma Indústria produz um único produto, de forma continuada, e apresenta as seguintes


informações de custos:

Custo do mês: Quantidades Valor

Matéria prima... 90.000 Custo unit. fabricação = 150.000:15 =


10.000
Mão de obra... 40.000 Unid produzidas mês =
15 Custos unid vendidas = 12 X 10.000 =

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Energia Elétrica Unid vendidas mês = 120.000
...10.000 12 Valor unid estocadas = 3 X 10.000 =

Outros custos Unid acabadas estoque 30.000


.....10.000 = 3

Total
Custos.......150.000

Elabore a DRE:

Vendas DRE

Preço unitário de venda = 12.000 Valor das vendas = 144.000

Valor total da venda = 12 X 12.000,00 = 144.000 (-) Custo das vendas = 120.000

(=) Lucro bruto = 24.000

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U NIDADE 7
Objetivo: Demonstrar a contabilização, de forma departamentalizada, na elaboração de
produtos ou serviços.

Departamentalização

Departamento: É a unidade administrativa para a Contabilidade de Custos, representada por


homens e máquinas desenvolvendo atividades homogêneas.

Centros de Custos: Na maioria das vezes um departamento é um Centro de Custos, ou seja,


nele são acumulados os custos indiretos para posterior alocação aos produtos ou a outros
departamentos. Podem receber a classificação de: Produtivos, não
produtivos/serviços/auxiliares, etc.

Esta técnica de departamentalizar a entidade em centros acumuladores de custos é o que se


denomina de custeamento ou custos por responsabilidade, que serve para melhor identificar,
as responsabilidades, autoridade, custos, objetivos e metas dos centros específicos,
possibilitando o controle dos gastos e realizações pelos próprios responsáveis.

Porque Departamentalizar?

Para uma racional distribuição dos custos indiretos, pois a simples alocação aos produtos,
em determinadas empresas, não espelha a correta apropriação dos custos aos produtos.

Síntese do Esquema Básico Completo

1º Passo - Separação entre Custos e Despesas.

2º Passo - Apropriação dos Custos Diretos, diretamente aos produtos.

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3º Passo - Apropriação dos Custos Indiretos que pertencem, visivelmente, aos
departamentos, agrupando, à parte, os comuns.

4º Passo - Rateio dos Custos Indiretos comuns e dos Custos da Administração Geral, da pro-
dução aos diversos Departamentos, quer de produção quer de serviços.

5º Passo - Escolha da sequência de rateio dos Custos acumulados nos Departamentos de


Serviços e sua distribuição aos demais departamentos.

6º Passo - Atribuição dos Custos Indiretos, que agora só estão nos Departamentos de
Produção aos produtos, segundo critérios fixados.

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Despesas de Adm. de
Custos de Produção
Vendas e Financeira

Indiretos Diretos

Alocáveis
R Comuns Diretamente
aos Depart.

Depart.
Serviço A

Vendas
R

Depart.
Serviço B

Depart.
Serviço C

R Produto
X

Depart.
Serviço D

R Produto
Y

Estoques

R = Rateio Custos dos Produtos Vendidos

RESULTADO 36
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Vantagens da Departamentalização:

Para cada unidade operacional deve existir um responsável com poder de gestão sobre os
custos de sua responsabilidade (gerente, supervisor, chefe). Esse profissional terá uma ação
direta sobre os resultados de seu departamento, podendo através de sua gestão, aumentar
ou reduzir os gastos dos departamentos.

Departamentos Produtivos: são aqueles que atuam diretamente na elaboração do produto


ou serviço. Ex.:

Em empresa industrial: Usinagem, Pintura, Montagem.

Em empresa de publicidade: Desenvolvimento de produtos, Produção, Criação e Arte...

Em muitas empresas comerciais; industriais e prestadoras de serviços: departamento fiscal e


tributário, departamento de pessoal, departamento de contabilidade...

Departamentos auxiliares: são aqueles que prestam serviços aos demais departamentos.
Nesses departamentos não ocorrem nenhuma ação direta sobre os produtos. Um
departamento auxiliar pode prestar serviços para um departamento produtivo, bem como
para um departamento também auxiliar. Exemplos:

Em empresa industrial: Manutenção, almoxarifado, suprimentos...

Em empresa de publicidade: Faturamento e cobrança, Departamento. Pessoal, Compras...

Critérios que podem ser usados para o rateio de gastos indiretos:

Gastos Classificação Possível critério

1. Depreciação de máquinas • Custo do produto 1. Quant. produzidas ou tempo de


industriais utilização de máquinas
2. Mão de obra indireta • Custo do produto 2. Tempo de utilização de mão de obra
direta
3. Material indireto • Custo do produto 3. Consumo de material direto
4. Depreciação do edifício • Custo do produto 4. Área ocupada de cada linha de produção
industrial 5. Área ocupada de cada centro de custo
5. Depreciação do edifício • Custo do centro de produtivo ou auxiliar
industrial custo 6. Quantidades de refeições servidas
6. Gastos com refeitório • Custo do centro de
industrial 7. Energia consumida por máq. e equip. de

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7. Energia elétrica custo cada centro de custo
consumida na fábrica • Custo do centro de 8. Quant. produzida ou tempo de utilização
8. Energia elétrica custo de máquinas
consumida pelas • Custo do produto
máquinas 9. Quantidade de refeições servidas
9. Gastos do refeitório
administrativo • Despesa administrativa 10. Área ocupada pelas áreas
10. Depreciação do edifício administrativas
administrativo • Gastos do centro de 11. Receitas geradas por produto anunciado
11. Gastos com propaganda despesas
e publicidade • Despesas de vendas

Fórum I:

Necessidade de departamentalização nas empresas.

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U NIDADE 8
Objetivo: Evidenciar o reconhecimento dos aspectos básicos para o controle de materiais,
especificando os procedimentos de controle interno

Contabilidade para Materiais

A apropriação das matérias-primas, das embalagens e de outros materiais diretos utilizados


no processo de produção de produtos é feita pelo custo histórico de aquisição.

A regra geral do custo histórico diz respeito ao critério de avaliação mais específico que
relata quais itens compõem o ativo em questão; por exemplo: após a aquisição de
determinada matéria-prima, a empresa incorre em gastos com transportes, segurança,
armazenagem, impostos de importação, gastos com liberação alfandegária etc.

Como tratar contabilmente esses encargos adicionais ao valor pago ao fornecedor.

A regra é teoricamente simples: Todos os gastos incorridos para a colocação do ativo em


condições de uso (equipamentos, matérias-primas, ferramentas etc.) ou em condições de
venda (mercadorias etc.) incorporam o valor desse mesmo ativo. Se um material foi adquirido
para revenda, integra seu valor no ativo todos os gastos suportados pela empresa para
colocá-lo em condições de venda; se o adquiriu para consumo ou uso, fazem parte do
montante capitalizado os gastos incorridos até seu consumo ou utilização.

Uma empresa comercial, ao incorrer em gastos com armazenagem de mercadorias


destinadas à venda, não os trata como ativos, e sim como despesas. Já uma indústria, ao
estocar matéria-prima, não considera os gastos com armazenagem como despesas, e sim
como acréscimo ao valor dos itens estocados. A diferença reside no fato de a empresa
comercial precisar realmente estocar sua mercadoria durante certo tempo para depois
vendê-la, mas, ao colocá-la em seus mostruários, instalações ou depósitos, já as tem em
condições de negociação. Só não a vende imediatamente em virtude de sua rotação de
estoques, nascida principalmente em função da demanda dos seus clientes, enquanto na
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indústria a armazenagem é uma fase do próprio processo completo da produção. E tudo o
que diz respeito à fabricação é Custo. Um fato precisa ser relembrado: Despesas Financeiras
não integram o custo dos materiais; são debitados diretamente ao Resultado.

Métodos de Avaliação dos Materiais

• Custo Médio

O critério mais utilizado no Brasil é o do Custo Médio para avaliação dos estoques.
Podemos, no entanto, fixar pelo menos dois tipos diferentes de Preço Médio: Móvel e Fixo.

a) Custo Médio Ponderado Móvel: É assim chamado aquele mantido pela empresa com
controle constante dos seus estoques e que por isso atualiza seu preço médio após
cada aquisição.

b) Custo Médio Ponderado Fixo: Utilizado quando a empresa calcula o preço médio
apenas após o encerramento do período ou quando decide apropriar a todos os
produtos elaborados no período um único preço por unidade.

A legislação fiscal brasileira não está mais aceitando o preço médio ponderado fixo se for
calculado com base nas compras de um período maior que o prazo de rotação do estoque.

• PEPS ou FIFO ( first-in, first-out)

Neste critério é custeado pelos preços mais antigos, permanecendo os mais recentes em
estoques. O primeiro a entrar é o primeiro a sair (first-in, first-out).

Com o uso desse método, há uma tendência de o produto ficar avaliado por custo menor do
que quando do custo médio, tendo-se em vista a situação normal de preços crescentes. Ao
se utilizar o PEPS, acaba-se por apropriar ao produto; via de regra, o menor valor existente
do material nos estoques. Essa subavaliação do custo do produto elaborado acaba por
apropriar um resultado contábil maior para o exercício em que for vendido. É lógico que o

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material estocado, avaliado por preços maiores, será apropriado no futuro à produção, mas é
provável que então o preço de venda também seja maior.

• UEPS ou LIFO - (last-in, first-out)

O método de último a entrar primeiro a sair (last-in, first-out) provoca efeitos contrários ao
PEPS. Com a adoção do UEPS, há tendência de se apropriar custos mais recentes aos
produtos feitos, o que provoca normalmente redução do lucro contábil. Provavelmente por
essa razão, essa forma de apropriação, apesar de aceita pelos princípios contábeis, não é
admitida pelo Imposto de Renda brasileiro.

A seguir, um exemplo de avaliação de estoques de matéria-prima, segundo os métodos


PEPS, UEPS e Custo Médio, para o mês de janeiro.

Compras Consumo da produção


Dia Quant. Kg Custo Uni. Custo total Quant. Kg
3/01 1.500 10,00 15.000,00 -
8/01 2.500 12,00 30.000,00 -
12/01 - - - 1.500
25/01 1.000 13,00 13.000,00 -
30/01 - 2.000

PEPS
Compras Consumo Saldo
Dia Quant. Custo Valor Custo Quant. Valor Total Quant. Total $
Kg Unitário Total Unit. $ Kg Kg
3 1.500 10,00 15.000,00 10,00 1.500 15.000,00
8 2.500 12,00 30.000,00 12,00 4.000 45.000,00
12 - 10,00 1.500 15.000,00 2.500 30.000,00
25 1.000 13,00 13.000,00 13,00 - 3.500 43.000,00
30 - 12,00 2.000 24.000,00 1.500 19.000,00
58.000,00 39.000,00 19.000,00

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Resumo dos três critérios Valor do consumo das matérias-primas no período

PESPS 39.000,00

UEPS 43.000,00

Custo Médio 40.375,00

UEPS
Compras Consumo Saldo
Dia Quant. Custo Valor Custo Quant. Valor Total Quant. Total $
Kg Unitário Total Unit. $ Kg Kg
3 1.500 10,00 15.000,00 10,00 1.500 15.000,00
8 2.500 12,00 30.000,00 12,00 4.000 45.000,00
12 - 12,00 1.500 18.000,00 2.500 27.000,00
25 1.000 13,00 13.000,00 13,00 - 3.500 40.000,00
30 13,00 1.000 13.000,00 2.500 27.000,00
12,00 1.000 12.000,00 1.500 15.000,00
58.000,00 43.000,00 15.000,00

Os três métodos podem ser utilizados para fins contábeis, pois são baseados no custo de
aquisição. Entretanto a legislação vigente não aceita o método UEPS.

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U NIDADE 9
Objetivo: Demonstrar como os impostos incidentes sobre a aquisição de materiais
influenciam nos custos de produção.

Impostos na Aquisição De materiais

O IPI: Diversas hipóteses existem quanto à aquisição de materiais para a produção.


Primeiramente, se a indústria não tem nenhum tipo de isenção ou suspensão do IPI, nas
matérias-primas, mas os tem nos produtos acabados, acaba por ter, nesses impostos, um
acréscimo do próprio material adquirido.

Esse caso é comum em algumas indústrias alimentícias, onde se paga IPI na aquisição das
embalagens, por exemplo, mas todos os seus produtos estão isentos dele. Não podendo
efetuar nenhum tipo de recuperação do imposto pago nas embalagens, acaba arcando com
eles como sacrifício seu. Por isso, esse IPI deve ser simplesmente agregado ao custo das
embalagens, como se fizesse parte integrante do seu valor, sem necessidade inclusive de
sua identificação.

Em segundo lugar, na situação normal, a empresa paga IPI na compra de seus materiais e
também tem seus produtos tributados. Nesse caso, funciona ela como simples intermediária
entre o pagador final do imposto e o Governo Federal. Neste caso a empresa tem o direito de
creditar desse IPI, descontando na hora de pagar para o Governo Federal.

O ICMS: tem, de fato, as mesmas características que o IPI. Cada valor pago na compra de
materiais representa um adiantamento feito pela empresa; ao efetuar suas vendas, recebe
dos clientes uma parcela a título desse imposto, e, após se ressarcir do que havia adiantado,
recolhe o excedente ao governo estadual. Não é, portanto, nem receita o que recebe nem
despesas ou custo o que paga. Deve ser contabilizado igualmente ao IPI.

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U NIDADE 10
Objetivo: Demonstrar os tipos de custeio que fazem parte da metodologia da apuração do
custo dos produtos.

Tratamento Contábil das Perdas de Materiais

Refugo, produtos danificados e defeituosos

Inúmeras vezes ocorrem desperdícios e perdas de materiais durante o processo de


produção. É preciso diferenciar as perdas normais das perdas anormais.

Perdas normais

São inerentes ao processo de fabricação e já fazem parte da expectativa da empresa,


constituindo-se num sacrifício que a empresa sabe que precisa suportar a fim de obter o
produto final. Fazem parte do custo final do produto.

Perdas anormais

Ocorrem de forma involuntária e são tratadas como perdas do período, indo diretamente para
a conta de resultados.

Tratamento Contábil dos Subprodutos e Sucatas

É comum os materiais, não aproveitados, trazerem algum tipo de recuperação à empresa,


através de sua venda. Nascem aí os subprodutos e as sucatas.

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• Subprodutos: são aqueles itens que possuem mercado de venda relativamente estável
e têm comercialização tão normal quanto os produtos principais. Contabilmente é
comum considerar sua receita como um redutor do custo de fabricação do produto
principal.

• Sucatas: são aqueles itens cuja venda é esporádica e realizada por valor não
previsível. Contabilmente, sua receita é considerada como Outras Receitas
Operacionais.

Antes de dar continuidade aos seus estudos é fundamental que você acesse sua
SALA DE AULA e faça a Atividade 1 no “link” ATIVIDADES.

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U NIDADE 11
Métodos de Custeio

Objetivo: Demonstrar os tipos de Custeio que fazem parte da Metodologia da Apuração do


Custo dos produtos.

Os sistemas de acumulação de custos correspondem ao tipo de prática utilizada por cada


empresa, segundo sua característica de produção venda e segmento que atuam.

Por exemplo, empresas que produzem e vendem produtos sob encomenda normalmente
identificam os custos por produtos. Empresas que produzem e vendem produtos em série,
por produção contínua, cujos custos dificilmente podem ser identificados nas unidades de
produtos, buscam obter informações sobre o processo de produção de determinado período,
acumulando os custos em unidades organizacionais denominadas departamentos ou área de
responsabilidade.

Por sistema de custeio, pode-se entender como sendo as formas de apuração de custos de
um determinado produto. Dependendo do sistema de custeio adotado, teremos diferentes
custos para um mesmo produto. Para melhor trabalhar com os métodos de custeio é
importante relembrar a classificação dos custos.

Existem diversos conceitos de sistemas de custeio, cada um com uma metodologia própria,
com suas vantagens e desvantagens de aplicação.

Os métodos de custeio mais conhecidos e utilizados são o custeio por absorção, custeio
direto ou variável e o custeio baseado em atividades.

O custeio por absorção é o sistema aceito pela legislação fiscal brasileira, pois atende aos
princípios contábeis geralmente aceitos no Brasil.

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O custeio variável é bastante adotado por empresas industriais.

O Custeio Baseado em Atividades – ABC (Activity-Based-Costing) vem sendo bastante


divulgado e utilizado pelas empresas porque se trata de uma metodologia que possibilita
uma melhor alocação dos CIF – Custos Indiretos de Fabricação, reduzindo o grau de
arbitrariedade e subjetividade dos tradicionais métodos de rateio.

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U NIDADE 12
Objetivo: Demonstrar os tipos de gastos que fazem parte da metodologia da apuração do
custo unitário dos produtos em diferentes estágios de produção.

Custeio por Absorção

Introdução

É o método de custeio derivado da aplicação dos princípios contábeis geralmente aceitos e


adotado pela Legislação Fiscal |Brasileira.

No custeio por absorção, todos os custos de produção são alocados aos bens ou serviços
produzidos, o que compreende todos os custos variáveis, fixos, diretos ou indiretos. Os
custos diretos, por meio da apropriação direta, enquanto os custos indiretos, por meio de sua
atribuição com base em critérios de rateios.

Representação gráfica do fluxo global de custos e despesas no custeio por absorção.

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Gastos Receitas

Custos Despesas

Indiretos Diretos

Rateio

Produção
A
B

Produtos acabados

CPV Resultado

A seguir um exemplo prático de apuração dos custos dos produtos. Estes dados serão
utilizados para exemplificar tanto custeio por absorção como também para exemplificar na
próxima unidade o custeio variável.

Apuração pelo método do Custeio por Absorção

Gastos $

Salários e encargos sociais do pessoal da fábrica 520.000

Depreciação do prédio, computadores e máquinas da fábrica 50.000

Comissão de vendedores 60.000

Juros e encargos financeiros s/ empréstimos bancários 30.000

Propaganda e publicidade 10.000

Viagens e refeições de vendedores 5.000

Tributos s/ vendas de produtos 77.000

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Energia Elétrica da fábrica 7.400

Energia Elétrica dos setores comerciais 700

Energia Elétrica da administração 1.000

Matérias-primas consumidas na fábrica 350.000

Salários e encargos da administração 70.000

Honorários da diretoria administrativa 40.000

Honorários da diretoria industrial 15.000

Seguros contra incêndio na fábrica 4.500

Seguros contra incêndios do prédio da administração 1.500

Seguros contra incêndios das instalações comerciais 3.000

Materiais auxiliares utilizados na fábrica 2.600

Manutenção das máquinas e equipamentos da fábrica 3.000

Fretes por entrega dos produtos vendidos 1.000

Materiais diversos gastos pela administração 2.500

Materiais diversos gastos pelo setor comercial 500

Depreciação do prédio, dos veículos, das instalações administrativas 12.000

Depreciação do prédio, dos veículos, das instalações comerciais 8.000

Treinamento de gerentes de vendas 2.500

Treinamento de gerentes da fábrica 2.500

Total 1.279.700

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Considere que:

• No mês de outubro foram produzidas 2.000 unid. e vendidas 1.500 unid. do produto
pelo preço de venda de $ 900,00;

• Não havia estoque inicial de produto acabado.

1º passo: Separação dos gastos em custos e despesas.

Custos de produção $

Custos variáveis:

Salários e encargos sociais do pessoal da fábrica 520.000

Matérias-primas consumidas na fábrica 350.000

Energia Elétrica da fábrica 7.400

Materiais auxiliares utilizados na fábrica 2.600

Total dos custos variáveis: 880.000

Custos fixos:

Depreciação do prédio, computadores e máquinas da fábrica 50.000

Honorários da diretoria industrial 15.000

Seguros contra incêndio na fábrica 4.500

Manutenção das máquinas e equipamentos da fábrica 3.000

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Treinamento de gerentes da fábrica 2.500

Total dos custos fixos: 75.000

Total dos custos de produção: 955.000

Despesas do período: $

Despesas administrativas:

Honorários da diretoria administrativa 40.000

Salários e encargos da administração 70.000

Depreciação do prédio, dos veículos, das instalações administr. 12.000

Energia Elétrica da administração 1.000

Seguros contra incêndios do prédio da administração 1.500

Materiais diversos gastos pela administração 2.500

Total das despesas administrativas 127.000

Despesas comerciais: $

Comissão de vendedores 60.000

Propaganda e publicidade 10.000

Depreciação do prédio, dos veículos, das instalações comerciais 8.000

Viagens e refeições de vendedores 5.000

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Seguros contra incêndios das instalações comerciais 3.000

Treinamento de gerentes de vendas 2.500

Fretes para entrega dos produtos vendidos 1.000

Energia Elétrica dos setores comerciais 700

Materiais diversos gastos pelo setor comercial 500

Total das despesas comerciais 90.700

Despesas financeiras:

Juros e encargos financeiros s/ empréstimos bancários 30.000

Deduções das vendas brutas:

Tributos s/ vendas de produtos 77.000

Total das despesas 324.700

Distribuição dos gastos entre custos e despesas: R$

Custos de produção do mês: 955.000

Despesas do mês:

Deduções das vendas brutas 77.000

Despesas administrativas 127.000

Despesas comerciais 90.700

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Despesas financeiras 30.000

Total das despesas: 324.700

Total dos gastos do mês: 1.279.700

2º Passo: Apuração do custo unitário de produção e do custo dos produtos vendidos


no mês.

Apuração do custo unitário de produção:

R$

Total do custo da produção no mês: 955.000 880.000

Custos variáveis 75.000

Custos fixos 2.000 unidades

Produção no período 477,50

Custo unitário

Apuração do custo dos produtos vendidos:

Unidades Vendidas 1.500

Custo unit. De produção 477,50

C. P. V. (custo produto vendido): 716.250

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3º passo: Demonstração do resultado do mês utilizando o custeio por absorção.

DRE $

Receita bruta 1.500 x $ 900 1.350.000

(-) Deduções (77.000)

Receitas líquidas 1.273.000

(-) CPV 1.500 x $ 477,50 (716.250)

Lucro Bruto 556.750

(-) Despesas Comerciais (90.700)

(-) Despesas Administrativas (127.000)

(-) Despesas Financeiras (30.000)

Lucro Antes do Imposto de Renda 309.050

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U NIDADE 13
Objetivo: Apresentar conceitos básicos para utilização do Custeio Variável

Margem de Contribuição

Conceito de Margem de Contribuição

Margem de Contribuição pode ser definida como sendo a diferença entre a Receita e o Custo
e Despesa Variáveis de cada produto; é o valor que cada unidade efetivamente traz à
empresa de sobra entre sua receita e o custo que de fato provocou e lhe pode ser imputado
sem erro.

Outras denominações: Contribuição para o lucro; Contribuição para os custos fixos; Saldo
Marginal; Receita Marginal; Lucro Marginal, etc.

Margem de contribuição = Preço de venda – custos e despesas variáveis

Objetivos:

• Ajudar a Administração na decisão que produtos merecem maior esforço de venda;

• Auxiliar os Administradores a decidir sobre linha de produção a ser abandonada, ou


recuperação do produto;

• Auxiliar na avaliação de alternativas que se criam em relação à redução de preços,


descontos, campanhas publicitárias, prêmios sobre vendas, etc.

• Identificar o valor com o qual cada produto contribui na amortização dos gastos fixos e
formação do lucro.

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Este método só admite na determinação do custo dos produtos a apropriação dos custos
variáveis, isto é, inclui os custos primários e os custos indiretos variáveis, sendo os custos
indiretos fixos são registrados como gastos do período em que o produto é fabricado.

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U NIDADE 14
Objetivo: Desenvolver o conceito de Custeio Variável

Custeio Variável

Sistema de Custeio Variável Direto ou Marginal

Sistema de Custeio Direto que é utilizado pelas empresas no auxílio à tomada de decisões.
Tem como premissa básica, conhecer qual é margem de contribuição que cada produto
contribui para cobrir os gastos fixos da empresa e gerar lucro. Por isso também é conhecido
por Custeio Marginal

Fundamenta-se na separação dos gastos variáveis e gastos fixos, isto é, em gastos que
oscilam proporcionalmente ao volume de produção e vendas e gastos que se mantêm
estáveis perante volumes de produção e vendas oscilantes dentro de certos limites
(capacidade produtiva do negócio).

Exemplo de custo variável:

Custo Consumo por Custo Custo por Quantidad Custo total no


variável unidade por unidade e período
matéria- produzida Kg produzida produzida
prima

Período 1 2 Kg 12,00 24,00 2.000 48.000

Período 2 2 Kg 12,00 24,00 3.000 72.000

Período 3 2 Kg 12,00 24,00 2.500 60.000

Exemplo de custo fixo:


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Custo fixo: Total pago em Quantidade Custo por unidade
Aluguel do cada período produzida produzida
edifício da fábrica

Período 1 12.000 2.000 6,00

Período 2 12.000 3.000 4,00

Período 3 12.000 2.500 4,80

No Custeio Variável, somente os custos variáveis de produção são alocados aos bens ou
serviços produzidos, o que compreende todos os custos variáveis. Diretos ou indiretos.

Os custos fixos são considerados diretamente como despesas do período, não sendo,
portanto, incluídos nos custos de produção dos bens ou serviços.

Vantagens na utilização do Custeio Variável:

• Os custos fixos existem independentes da fabricação ou não de determinado produto


ou do aumento ou redução, dentro de certos limites, da quantidade produzida. Os
custos fixos podem ser encarados como encargos necessários para que a empresa
tenha condições de produzir e não como encargo de um produto específico;

• Por não estarem vinculados a nenhum produto específico ou a uma unidade de


produção, eles sempre são distribuídos aos produtos por meio de critérios de rateio,
que contém, em maior ou menor grau, a arbitrariedade. A maioria dos rateios é feita
por meio de utilização de fatores, que, na realidade, não vinculam cada custo a cada
produto. Em termos de avaliação de estoque, o rateio é mais ou menos lógico.
Entretanto, para a tomada de decisão, o rateio prejudica saber se um produto é
rentável ou não.

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• O valor dos custos fixos a ser distribuído a cada produto depende além dos critérios
de rateio, do volume de produção. Assim, qualquer decisão em base de custo deve
levar em conta, também, o volume de produção. Pior que isso, o custo de um produto
pode variar em função da variação de quantidade produzida de um produto.

Abaixo, utilizando os dados do exemplo do custeio por absorção, no Custeio Variável

1º passo: Apuração do custo unitário de produção e do custo do produto vendido.

Unid. Produzidas 2.000 unidades


Custo variáveis 880.000
Custo de produção: 440,00
Unid. Vendidas 1.500 unidades
Custo unit. Produção 440,00
CPV (custo produto vendido): 660.000

2º passo: Demonstração do resultado utilizando o custeio variável.

DRE - Custeio variável $


Receita bruta 1.500 x $ 1.350.000
(-) Deduções (77.000)
Receitas líquidas 1.273.000
(-) CPV 1.500 x $ (660.000)
Lucro Bruto 613.000
(-) Despesas Comerciais (127.000)
(-) Despesas Administrativas (90.700)
(-) Despesas Financeiras (30.000)
(-) Custos Fixos (75.000)
Lucro Antes do Imposto de Renda 290.300

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Diferenças entre o custeio por absorção e custeio variável:

Custeio por Custeio variável Diferença


absorção
Resultado do mês 309.050 290.300 (18.750)
Valor estoque de produto 955.000 880.000
acabado
(716.250) (660.000)
238.750 220.000 (18.750)

Explicação:

• O lucro foi menor em $ 18.750,00 quando se adotou o custeio variável.

• A diferença de $ 18.750,00 refere-se ao custo fixo unitário que foi incorporado aos
estoques de produtos acabados, com a adoção do custeio por absorção.

Total dos custos fixos 75.000

Quantidade produzida 2.000

Custo fixo unitário 37,50

Unidades em estoque no final do mês 500

Total dos custos fixos que permaneceram nos estoques 18.750,00

Analisando os dois métodos, por que será que o fisco exige o custeio por absorção?

Método O que é? Aceito pela Atende É utilizado Sua principal


de legislação aos pela finalidade é:
Custeio tributária? princípios contabilidade

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contábeis ?

Custeio Método de custeio que Sim Sim Oficial Atender a


por incorpora aos produtos e legislação tributária
Absorçã serviços todos os custos e societária
o de produção

Custeio Método de custeio que Não Não Gerencial Servir como


Variável incorpora aos produtos e ferramenta para
serviços somente os tomada de
custos variáveis decisões gerenciais

Então:

Método de Custeio Tratamento contábil dado aos Tendência do Tendência do valor dos
custos fixos do período resultado do período produtos em estoque
Custeio por É contabilizado como parte maior, em relação ao Menor, em relação ao
integrante dos custos de produção
Absorção de bens e serviços custeio variável custeio variável
Custeio Variável É considerado diretamente como Menor, em relação ao Maior, em relação ao

despesas custeio por absorção custeio por absorção

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U NIDADE 15
Objetivo: Desenvolver o conceito de Administração, baseada em atividades, verificando o
impacto no sistema de informação da Contabilidade

Custeio ABC - Custeio Baseado em Atividades

Introdução

Custeio Baseado em Atividades ou ABC - Activity Based Costing

É uma metodologia que surgiu como instrumento da análise estratégica de custos


relacionados com as atividades que mais impactam o consumo de recursos de uma
empresa.

São informações geradas pela Contabilidade Gerencial que poderão transformar-se em


poderosas ferramentas de mudanças de atitudes das pessoas envolvidas nos processos
2produtivos e administrativos das empresas.

É um sistema de custeio fundado na análise das atividades desenvolvidas na empresa. Seu


interesse baseia-se nos gastos indiretos ao bem ou serviço produzido na empresa, uma vez
que os custos primários (matérias-primas, mão de obra) não representam problemas de
custeio em relação ao produto.

O custeio baseado em atividade parte do princípio de que todos os custos incorridos numa
empresa acontecem na execução de atividades como exemplo:

• Contratar mão de obra

• Comprar matérias-primas

• Pagar salários e fornecedores

• Transportar mercadorias

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• Faturar e receber

Aspectos conceituais:

Conceitualmente o custeio ABC é uma técnica de controle e alocação de custos que permite:

• Identificar as atividades e os processos existentes nos setores produtivos de uma


organização industrial ou prestadora de serviços;

• Identificar, analisar e controlar os custos envolvidos nessas atividades e processos;

• Atribuir os custos aos produtos, tendo como parâmetros a utilização dos


direcionadores de custos e de atividades.

Atividade

Atividade é qualquer evento que consome recursos da empresa. É uma combinação de


recursos humanos, materiais tecnológicos e financeiros para a construção de bens ou
serviços. As atividades são necessárias para a concretização de um processo, que é uma
cadeia de atividades correlatas e interrelacionadas, como por exemplo:

Atividades do departamento de suprimentos:

• Selecionar e treinar os compradores

• Selecionar e contratar os fornecedores

• Efetuar as coletas e cotações de prelos

• Digitar e enviar os pedidos de compras

• Verificar a execução das compras e baixar os pedidos atendidos

• Efetuar as estatísticas e relatórios de compras

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Atividades do processo de cobrança das mensalidades de uma universidade:

• Emitir os boletos ou carnês

• Remeter para cobrança bancária

• Recebimento das listagens de recebimentos

• Relacionar os inadimplentes

Processo:

Processo é o conjunto de atividades logicamente relacionadas e coordenadas visando à


obtenção de resultados, para os quais são consumidos recursos. Exemplo:

• Processo de seleção e recrutamento de mão de obra

• Processo de vendas

• Processo de escrituração fiscal

• Processo de pagamentos e cobranças

• Processo de montagem de um produto

Direcionadores de custos (Cost Drivers)

Direcionadores (ou geradores) de custos são os parâmetros de atividades, por meio dos
quais são identificados e avaliados os recursos gastos na execução de uma atividade.
Exemplo:

• Quant. de horas/máquina necessárias para o beneficiamento de uma peça

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• Quant. De mudanças nos moldes e chapas da estamparia

• Quant. De requisições de matérias-primas ou componentes

• Quant. de alunos de uma universidade

Direcionadores de atividades

Parâmetros de atividades, mediante os quais são identificadas e avaliadas as atividades


consumidas no desenvolvimento de um processo. Exemplo:

• Quant. de peças beneficiadas para determinado produto;

• Quant. de peças estampadas;

• Quant. de matérias-primas ou componentes consumidos no processo;

• Quantidade de alunos matriculados;

Em resumo, o Custeio Baseado em Atividades (ABC) rastreia o consumo de recursos.

• Vantagens do Custeio ABC

o O custeamento baseado em atividades somente utiliza critérios de rateio como última


alternativa no que consiste na atribuição de gastos indiretos às atividades, ou seja, o
critério de rateio é utilizado em último caso quando não for possível a atribuição de custo
para determinada atividade;

o Identifica os “direcionadores” de custos, o que facilita a identificação de custos


desnecessários, que não agrega valor;

o Atribui os custos indiretos aos produtos de maneira coerente com a utilização de recursos
consumida para a execução das necessárias atividades;

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Quadro resumo das vantagens do Custeio ABC

Características da informação gerada Impacto produzido pela informação no ambiente


pelo ABC gerencial da empresa

Permite a apuração dos custos dos Revisões das margens de contribuição e


produtos com maior precisão; rentabilidade dos produtos;

Identifica os direcionadores de custos e Contribuição para o aprimoramento contínuo, com


de atividades; melhoria dos processos e produtos;

Identifica os custos que não agregam Aumento da lucratividade, com eliminação dos
valor aos produtos e aos processos; gastos desnecessários;

Constata certas informações gerenciais Aprimoramento do desempenho e melhor


sobre custos invisíveis, por exemplo, orientação para o processo decisório estratégico;
não disponíveis no custeio tradicional;

Os conceitos aplicados no ABC podem ser resumidos no seguinte esquema:

Recursos Direcionadores Atividades Direcionadores de Objeto de


de Custos atividades custeio

Gastos Indicadores de Eventos executados por Indicadores de Processos


indiretos consumo de homens, máquinas, consumo de operacionais
gastos pelas equipamentos e atividades pelos que geram
atividades instalações que processos bens ou
consomem recursos serviços

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A seguir, quadro sinótico do custeio baseado em atividades:

Custos de período

Indiretos em relação Diretos em relação aos


aos produtos produtos

Direcionados às Apropriados aos


produtos por meio de
funções produtivas e
critérios e controles
auxiliares objetivos

Funções produtivas: Funções auxiliares:


centros de custos centros de custos
produtivos auxiliares

Direcionadores de Direciondadores de
custos custo

Atividades produtivas Atividades auxiliares

Direcionadores de Direcionadores de
atividades atividades

Produtos

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Custeio Baseado em Atividades: Exemplo prático

Exemplo: Empresa de confecções

D epartam entos:
Quadro 1.1 Q uadro 1.2
Volume Preço Venda Tem po despendido na produção: ho ras
Produto Produção Corte e Co stura A cabam ento
Mensal Unitário U nitário Total Unitário Total
Camisetas 18.000 10,00 C am isetas 0,30 5.400 0,15 2.700
Vestidos 0,70 2.940 0,60 2.520
Vestidos 4.200 22,00
C alças 0,80 10.400 0,30 3.900
Calças 13.000 16,00
Total horas 18.740 9.120

Quadro 1.3 Quadro 1.4


Custos Diretos por unidade Custos indiretos
Camisetas Vestidos Calças Aluguel 24.000,00
Tecidos 3,00 4,00 3,00 Energia Elétrica 42.000,00
Aviamento 0,25 0,75 0,50 Salários Pessoal Supervisão 25.000,00
MDO Direta 0,50 1,00 0,75 MDO Indireta 35.000,00
Total 3,75 5,75 4,25 Depreciação 32.000,00
Material de Consumo 12.000,00
Quadro 1.5 Seguros 20.000,00
Despesas Total 190.000,00
Administrativas 50.000,00
Vendas 67.020,00
Total 117.020,00

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Atribuição dos CIF diretamente aos Produtos – Sem Departamentalização

Custo de MDO Direta Taxa de Aplicação dos CIF


Unitário Total Custos Indiretos 190.000,00
Camisetas 0,50 9.000,00 MDO Totais 22.950,00
Vestidos 1,00 4.200,00 Taxa de Aplica CIF 8,2789
Calças 0,75 9.750,00
Total 22.950,00

Quadro Resumo - Sem Departamentalização


Camisetas Vestidos Calças
Custos Diretos 3,75 5,75 4,25
Custos Indiretos 4,14 8,28 6,21
Custo Total 7,89 14,03 10,46
Preço Venda 10,00 22,00 16,00
Lucro Bruto Uni. 2,11 7,97 5,54
Margem % 21,1% 36,2% 34,6%
Ordem lucratividade 3º 1º 2º

Demonstração de Resultados sem Departamentalização

Demonstração do Resultado
Camisetas Vestidos Calças Total
Vendas 180.000,00 92.400,00 208.000,00 480.400,00
(-) CPV (142.009,80) (58.921,24) (135.968,95) (336.900,00)
Tecidos (54.000,00) (16.800,00) (39.000,00) (109.800,00)
Aviamentos (4.500,00) (3.150,00) (6.500,00) (14.150,00)
MDO Direta (9.000,00) (4.200,00) (9.750,00) (22.950,00)
Sub-total Diretos (67.500,00) (24.150,00) (55.250,00) (146.900,00)
Custos Indiretos (74.509,80) (34.771,24) (80.718,95) (190.000,00)
Lucro Bruto 37.990,20 33.478,76 72.031,05 143.500,00
Despesas Administ. (50.000,00)
Despesas Comerciais (67.020,00)
Lucro Antes I. Renda 26.480,00

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Atribuição dos CIF diretamente aos Produtos – Com Departamentalização

Mapa de Rateio dos CIF aos Departamentos de Produção


Apoio De Produção
Totais
Compras Almoxarifado Adm. ProduçãoCorte/Costura Acabamento
Aluguel 4.200,00 4.600,00 4.200,00 6.000,00 5.000,00 24.000,00
Energia Elétrica 6.500,00 5.500,00 5.000,00 14.000,00 11.000,00 42.000,00
Saários Pessoal Supervisão 3.900,00 3.350,00 5.250,00 7.000,00 5.500,00 25.000,00
MDO Indireta 5.000,00 3.400,00 6.700,00 12.000,00 7.900,00 35.000,00
Depreciação 4.000,00 4.500,00 4.900,00 9.500,00 9.100,00 32.000,00
Material de Consumo 2.000,00 1.000,00 1.800,00 4.200,00 3.000,00 12.000,00
Seguros 2.400,00 6.000,00 2.000,00 4.900,00 4.700,00 20.000,00
Sub-Total 1 28.000,00 28.350,00 29.850,00 57.600,00 46.200,00 190.000,00
Rateio Compras (28.000,00) 6.000,00 5.000,00 9.500,00 7.500,00 -
Sub-Total 2 - 34.350,00 34.850,00 67.100,00 53.700,00 190.000,00
Rateio Almoxarifado (34.350,00) 8.000,00 11.950,00 14.400,00 -
Sub-Total 3 - 42.850,00 79.050,00 68.100,00 190.000,00
Rateio Adm Produção (42.850,00) 23.950,00 18.900,00 -
Total Deptos Produtivos - 103.000,00 87.000,00 190.000,00
Nº Horas Produtivas 18.740 9.120
Custo por hora 5,4963 9,5395

Quadro Resumo Com Departamentalização


Custos Indiretos Unitários Camisetas Vestidos Calças
Corte e Costura Acabamento Total Custos Diretos 3,75 5,75 4,25
Camisetas 1,65 1,43 3,08 Custos Indiretos 3,08 9,57 7,26
Vestidos 3,85 5,72 9,57 Custo Total 6,83 15,32 11,51
Calças 4,40 2,86 7,26 Preço Venda 10,00 22,00 16,00
Lucro Bruto Uni. 3,17 6,68 4,49
Margem % 31,7% 30,4% 28,1%
Ordem lucratividade 1º 2º 3º

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DRE com departamentalização

Dem onstração do Resultado


Cam isetas Vestidos Calças Total
Vendas 180.000,00 92.400,00 208.000,00 480.400,00
(-) CPV (122.936,41) (64.348,49) (149.615,10) (336.900,00)
Tecidos (54.000,00) (16.800,00) (39.000,00) (109.800,00)
Av iam entos (4.500,00) (3.150,00) (6.500,00) (14.150,00)
M DO Direta (9.000,00) (4.200,00) (9.750,00) (22.950,00)
Sub-T otal Diretos (67.500,00) (24.150,00) (55.250,00) (146.900,00)
Corte e costura (29.679,83) (16.159,02) (57.161,15) (103.000,00)
Acabam ento (25.756,58) (24.039,47) (37.203,95) (87.000,00)
Sub-T otal CIF (55.436,41) (40.198,49) (94.365,10) (190.000,00)
Lucro Bruto 57.063,59 28.051,51 58.384,90 143.500,00
Despesas Adm inist. (50.000,00)
Despesas Com erciais (67.020,00)
Lucro Antes I. Renda 26.480,00

Atribuição dos CIF diretamente aos Produtos – Utilizando o ABC

Levantamento das atividades relevantes dos departamentos


Departamentos Atividades Direcionadores
* Comprar Materiais nº pedidos
Compras
* Desenvolver Fornecedores nº forncedores
* Receber Materiais nº de recebimentos
Almoxarifado
* Movimentar Materiais nº de requisições
* Programar Produção nº de produtos
Adm. Produção
* Controlar a Produção nº de lotes
* Cortar tempo de corte
Corte e Costura
* Costurar tempo de costura
* Acabar tempo de acabamento
Acabamento
* Despachar Produtos apontamento de tempo

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Levantamento dos Custos das Atividades
Departamento Atividades Custos
Com prar materiais 16.000,00
Com pras Desenvolver fornecedores 12.000,00
total 28.000,00
Receber materiais 12.350,00
Almoxarifado Movim entar m ateriais 16.000,00
total 28.350,00
Program ar a produção 16.000,00
Adm . Produção Controlar a produção 13.850,00
total 29.850,00
Cortar 29.000,00
Corte e Costura Costurar 28.600,00
total 57.600,00
Acabar 14.000,00
Acabamento Despachar pedidos 32.200,00
total 46.200,00

Direcionadores de Custo das Atividades


Camisetas Vestidos Calças Total
nº pedidos compras 150 400 200 750
nº de fornecedores 2 6 3 11
nº de recebimentos 150 400 200 750
nº de requisições 400 1.500 800 2.700
nº de produtos 1 1 1 3
nº lotes 10 40 20 70
horas utilizadas par cortar 2.160 882 2.600 5.642
horas utilizadas par costurar 3.240 2.058 7.800 13.098
horas utilizadas par acabar 2.700 2.520 3.900 9.120
apontamento de tempo 25 50 25 100

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Cálculo do custo dos produtos:

Custo unitário do Direcionador = Custo da Atividade


Nº total de direcionadores

Custo da atividade atribuído ao custo unit. do direcionador x nº de direciona-


=
produto dores do produto

Custo da atividade por unidade Custo da Atividade atribuída ao produto


=
do produto Quantidade produzida

Exemplos:
Custo da atividade de Comprar Materiais par Camisetas:
Custo unit. do direcionador = 16.000,00 21,33 por pedido
=
750

Custo da atividade atribuído ao 21,33 x 150 3.200,00


=
produto

Custo da atividade por unidade 3.200,00 0,1778 p/ unid.


= =
do produto 18000

Enfim:
Custos Unitários
Camisetas Vestidos Calças
Comprar Materiais 0,1778 2,0317 0,3282
Desenvolver Fornecedores 0,1212 1,5584 0,2517
Receber Materiais 0,1372 1,5683 0,2533
Movimentar Materiais 0,1317 2,1164 0,3647
Programar Produção 0,2963 1,2698 0,4103
Controlar Produção 0,1099 1,8844 0,3044
Cortar 0,6168 1,0794 1,0280
Costurar 0,3930 1,0699 1,3101
Acabar 0,2303 0,9211 0,4605
Despachar Produtos 0,4472 3,8333 0,6192
Total 2,6614 17,3327 5,3304

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Q uadro resum o - Departam entalização com ABC
Cam isetas Vestidos Calças
Custos Diretos 3,75 5,75 4,25
Custos Indiretos 2,66 17,33 5,33
Custo T otal 6,41 23,08 9,58
Preço de Venda 10,00 22,00 16,00
Lucro Bruto Unitário 3,59 (1,08) 6,42
M argem % 36% -5% 40%
O rdem de Lucrativ idade 2º 3º 1º

Demonstração do Resultado
Camisetas Vestidos Calças Total
Vendas 180.000,00 92.400,00 208.000,00 480.400,00
(-) CPV (115.405,20) (96.947,34) (124.545,20) (336.897,74)
Tecido (54.000,00) (16.800,00) (39.000,00) (109.800,00)
Av iam ento (4.500,00) (3.150,00) (6.500,00) (14.150,00)
MDO Direta (9.000,00) (4.200,00) (9.750,00) (22.950,00)
Subtotal Diretos (67.500,00) (24.150,00) (55.250,00) (146.900,00)
Com prar Materiais (3.200,40) (8.533,14) (4.266,60) (16.000,14)
Desenv olv er Fornecedores (2.181,60) (6.545,28) (3.272,10) (11.998,98)
Receber Materiais (2.469,60) (6.586,86) (3.292,90) (12.349,36)
Mov im entar Materiais (2.370,60) (8.888,88) (4.741,10) (16.000,58)
Program ar Produção (5.333,40) (5.333,16) (5.333,90) (16.000,46)
Controlar Produção (1.978,20) (7.914,48) (3.957,20) (13.849,88)
Cortar (11.102,40) (4.533,48) (13.364,00) (28.999,88)
Costurar (7.074,00) (4.493,58) (17.031,30) (28.598,88)
Acabar (4.145,40) (3.868,62) (5.986,50) (14.000,52)
Despachar Produtos (8.049,60) (16.099,86) (8.049,60) (32.199,06)
Sub-Total Atividades CIF (47.905,20) (72.797,34) (69.295,20) (189.997,74)
Lucro Bruto 64.594,80 (4.547,34) 83.454,80 143.502,26
Despesas Adm inistrativ as (50.000,00)
Despesas Com erciais (67.020,00)
Lucro Antes do I. Renda 26.482,26

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Margem Bruta dos Produtos

50,0%

40,0%
Sem
30,0% Departamentalização
Com
20,0%
Departamentalização
10,0% Departamentalização
com ABC
0,0%
Camisetas Vestidos Calças
-10,0%

Sem
D e pa rta me nt aliz açã o Ma rg em B ruta dos P rodutos

45,0%
40,0%
35,0%
30,0%
25,0%
20,0%
15,0%
10,0%
5,0%
0,0%
-5,0%
-10,0%
S em C om D arta me n taliz açã o
D e pa rta me nt aliz açã o D ep ar tam en ta liz ação com AB C

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Exemplo de Direcionadores de Recursos:

• Aluguel: Área utilizada pelo pessoal e equipamentos necessários para executar as


tarefas que compõe a atividade;

• Energia Elétrica: Utilização de um medidor em cada departamento O rastreamento


pode ser com base nas horas/máquinas utilizadas por produto, através da segregação
do tempo de corte e do tempo de costura;

• Salários e MDO Indireta: Alocação direta através da folha de pagamento ou


rastreamento, através de folhas de registro de tempo ou processo de entrevistas (time
sheet ou folha de tempo, de trabalho);

• Depreciação: Departamentos Produtivos - Análise do Imobilizado;

Departamentos de Apoio - Existe maior dificuldade devido ao maior número de bens


imobilizados sendo utilizados e compartilhados por várias atividades. Pode ser
necessária a utilização de rateio.

• Material de Consumo: Alocação direta, através das requisições de materiais;

• Seguros: É necessário o rastreamento do seguro dos bens, de cada departamento,


para as atividades.

Fórum II:

Métodos de custeio, qual utilizar?

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U NIDADE 16
Objetivo: Reconhecer através da leitura as diferenças entre os sistemas de custo por ordem
e por processo, com a identificação do custo unitário

Produção Contínua ou por Ordem de Produção

Produção Contínua e por Encomenda:

Existem dois tipos básicos de sistemas de produção1. As empresas podem produzir produtos
por encomenda ou produtos padronizados. No caso de produção por encomenda, a
fabricação é de acordo com as especificações do cliente e os produtos podem ser
diferenciados. Os produtos padronizados são produzidos em série, de modo contínuo.

As características da produção por encomenda são bastante diferentes das características


da produção em série, contínua. Para atender aos dois tipos básicos de produção a
contabilidade de custos apresenta sistemas diferentes para custear essas produções
distintas.

Sistema de Custeamento por Ordem de Produção: usado para custear produtos ou serviços
fabricados ou realizados pelo sistema de produção por encomenda.

Sistema de Custeamento por Processo: usado para custear a produção de produtos ou


serviços que são fabricados ou realizados sob o regime de operação contínua.

A diferença fundamental entre os dois sistemas reside no objeto de custeio. Para o sistema
de custeio por ordem de produção, o objeto do custeio é o produto ou serviço. Para o
sistema de custeio por processo, o objeto de custeio é o processo fabril ou de execução do
serviço.

1
Os outros tipos são combinações ou variações destes.
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Diferenças no tratamento contábil:

Na Produção por Ordem, os custos são acumulados numa conta específica para cada ordem
ou encomenda. Essa conta só pára de receber custos quando a ordem estiver encerrada. Se
terminar um exercício e o produto estiver ainda em processo, não há encerramento,
permanecendo os custos até então incorridos na forma de produtos em elaboração. No ativo,
quando a ordem for encerrada, será transferida para Estoque de Produtos Acabados ou para
Custo dos Produtos Vendidos.

Na Produção Contínua, os custos são acumulados em contas representativas das diversas


linhas de produção; são encerradas essas contas sempre no fim de cada período (mês,
semana, trimestre ou ano, conforme o período mínimo contábil de custos da empresa). Não
há encerramento das contas à medida que os produtos são elaborados e estocados, mas
apenas quando do fim do período; na apuração por Processo, não se avaliam custos unidade
por unidade, e sim à base do custo médio do período (com a divisão do custo total pela
quantidade produzida).

Custo por Ordem: Considere que a empresa produz determinados produtos em lotes e que
utiliza o sistema de acumulação de custo por ordem de fabricação. São produtos similares e
ambos utilizam apenas duas matérias-primas e também são processados em apenas dois
departamentos produtivos, diferenciando-se, igualmente, pelo tamanho e esforço de
produção. Em determinado mês foi produzido um lote de 7.290 unidades do Produto A e um
lote de 7.350 unidades do Produto B.

Produto A Produto B
Quantidade do lote 7.290 unidades 7.350 unidades
Materiais Requisitados
Material 1 109.350 242.550 unidades
unidades
Material 2 65.610 110.250 unidades
unidades
Horas Diretas Utilizadas
Departamento de Produção 8.748 horas 14.700 horas
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Departamento de Montagem 8.019 horas 13.230 horas
Preços
Material 1 5,80/unidade
Material 2 8,70/unidade
Hora Departamento de Produção 126,00/hora
Hora Departamento de Montagem 130,00/hora

Os custos indiretos de fabricação foram os seguintes:


Depreciação de Máquinas $ 2.500.000
Departamento de Suprimentos 1.200.000
Departamento de Engenharia de 1.700.000
Fábrica

Os custos diretos foram os seguintes:


Departamento de Produção $ 2.954.448
Departamento de Montagem 2.762.370

Esses lotes dos produtos foram vendidos por $ 15.000.000 (Produto A) e $ 25.000.000
(Produto B).

Pede-se:

• calcular um percentual médio de rateio dos custos indiretos de fabricação;

• fazer a Folha de Custo por Ordem de cada lote de produto, contendo o custo médio
unitário final de cada unidade, bem como, um resumo de todos os valores atribuídos a cada
lote de produto;

• apurar a margem líquida final de cada produto.

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U NIDADE 17
Objetivo: Consolidar o entendimento dos custos fixos e variáveis, dando ênfase à análise de
sua influência nos processos de custeamento e no resultado.

Relações Custo / Volume / Lucro

Até aqui, foram analisados os tipos de custos e os sistemas empregados para a


determinação do lucro e controle das operações. Agora vamos estudar os custos que
constituem a base para o estabelecimento de instrumentos que apóiam a administração no
processo de planejamento e tomada de decisões.

Os diversos tipos de custos não se comportam de forma semelhante em relação ao nível de


atividade. Alguns custos variam em função do volume de atividade, outros independem dele.
Outros, ainda possuem as duas naturezas os quais denominamos de custos semivariáveis.

A classificação dos custos em relação ao volume de produção ou de atividade é de suma


importância e utilidade para o administrador que poderá indicar com maior precisão as
causas das variações ocorridas nos lucros, possibilitando também o aperfeiçoamento do
processo de planejamento.

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Custos Custos
$ $

Custo fixo ou Custo fixo

Volume de atividades Volume de atividades

Os custos não são eternamente fixos. São fixos, mas dentro de certos limites de oscilação da
atividade a que se referem. Assim, o custo com a supervisão de uma fábrica pode manter-se
constante até que ela atinja, por exemplo, 50% de sua capacidade. A partir daí, é possível
que aconteça um aumento nos custos fixos.

Custos Variáveis

C u s to s
$ C u s to v a r iá v e l

V o lu m e d e a tiv id a d e s

Os custos realmente variáveis, no verdadeiro sentido da palavra, são as matérias-primas.


Mesmo assim, pode ser que o grau de consumo delas não seja exatamente proporcional ao

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acréscimo da produção. Mas o que nos interessa é analisar o comportamento dos custos
fixos e variáveis dentro de certos limites normais de variação.

Os custos totais podem ser assim representados:

C u sto s
$ C ustos v ariáv eis
C ustos
T otais

C ustos fix o s

V olum e de ativ id ade s

O ponto de equilíbrio nasce da conjugação dos Custos Totais com as Receitas Totais.

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U NIDADE 18
Objetivo: Demonstrar a importância no reconhecimento do volume da atividade operacional
em que o total, da margem de contribuição da quantidade vendida/produzida, se iguala aos
custos e despesas fixas.

Ponto de Equilíbrio

É o ponto onde ocorre a igualdade entre as receitas totais e o somatório das despesas e
custos de natureza fixa e variável.

Para obter o ponto de equilíbrio é indispensável que a margem de contribuição atinja um


valor suficiente para dar cobertura aos custos e despesas fixas.

Margem de Contribuição mínima = Custos + Despesas Fixas

Objetivos

O cálculo do Ponto de Equilíbrio (receita = despesas) tem, de certa forma, atendido


satisfatoriamente às decisões empresariais relativas a:

a) alteração do mix de vendas, tendo em vista o comportamento do mercado;

b) alteração de políticas de vendas com relação ao lançamento de novos produtos;

c) definição do mix de produtos, do nível de produção e preço de produto;

d) dar solução a muitas perguntas que exigem respostas rápidas, tais como:

• Quantas unidades de produto devem ser vendidas para obter determinado


montante de lucro?

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• O que acontecerá com o lucro se o preço aumentar ou diminuir?

• O que acontecerá com o ponto de equilíbrio se determinada matéria-prima


aumentar 20% e não tiver condições de ser repassada aos preços dos
produtos?

e) avaliação de desempenho através da análise da margem de contribuição de cada


produto;

f) planejamento e controle de vendas e de resultados.

Formas para a Determinação do Ponto de Equilíbrio

O Ponto de Equilíbrio pode ser apurado em unidades físicas, que representa a quantidade a
ser produzida e vendida, bem como em termos monetários que representará; quantos reais a
empresa deverá vender para não ter prejuízo.

Para facilitar a análise do resultado do Ponto de Equilíbrio, é muito importante que esse
indicador seja determinado sob ponto de vista contábil, econômico e financeiro.

a) Ponto de Equilíbrio Contábil: são levados em conta todos os custos e despesas fixas
contábeis relacionadas com o funcionamento da empresa.

b) Ponto de Equilíbrio Econômico: adiciona-se aos custos e despesas fixas anteriormente


citadas, todos os custos de oportunidade, como por exemplo, aqueles referentes ao
uso do capital próprio, ao possível aluguel das edificações (caso a empresa seja
proprietária).

c) Ponto de Equilíbrio Financeiro: os únicos custos e despesas fixos a serem


considerados são aqueles que serão efetivamente desembolsados no período de
análise, isto é, aqueles que onerarão financeiramente a empresa.

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Análise dos Pontos de Equilíbrio e Tomada de Decisão

Os três pontos de equilíbrio fornecem importantes subsídios para um bom gerenciamento da


empresa. Assim:

a) O Ponto de Equilíbrio Financeiro: informa o quanto a empresa terá que vender para
não ficar sem dinheiro e, consequentemente, ter que tomar empréstimos, prejudicando
ainda mais sua lucratividade. Se a empresa estiver operando abaixo do ponto de
equilíbrio financeiro, ela poderá até mesmo cogitar uma interrupção temporária de
suas atividades.

b) O Ponto de Equilíbrio Econômico, por sua vez, mostra a quantidade mínima que a
empresa terá que vender para assegurar a rentabilidade real dada pela taxa de
mínima remuneração do capital investido.

A empresa que os utiliza deve ter sempre em mente que eles são apenas um
instrumento gerencial de apoio a tomada de decisão, não representado os custos
reais da empresa.

c) Finalmente, o Ponto de Equilíbrio Contábil, utilizando-se para seu cálculo os custos


reais da empresa (os custos contábeis), representa o referencial da quantidade
mínima a ser vendida.

Cálculo do Ponto de Equilíbrio - Quantidades: PEQ

Custo Fixo Total


PEQ =
Margem de contribuição unitária

Ex.: Preço de Venda = $ 500,00 p/ unid

Custos Variáveis = $ 350,00 p/ unid

Margem de Contribuição Unitária = $ 150,00 p/ unid. ( ou 30%)

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Custos Fixos = $ 600,00 p/mês

PEQ = 600.000,00 = 4.000 unid. mês


150,00

Quantid. Preço Venda $


Ponto de Equilíbrio $ =
4.000 x 500,00 = 2.000.000,00

O PEQ será obtido quando a soma das Margens de Contribuição totalizar o montante
suficiente para cobrir todos os Custos Fixos. Neste caso, quando a empresa vender 4.000
unidades terá uma Receita de $ 2.000.000,00.

Custos Variáveis: 4.000 x $ 350,00/unid = $ 1.400.000,00

Custos Fixos = $ 600.000,00

Soma = $ 2.000.000,00

A partir da unidade 4.001, cada Margem de Contribuição unitária que até aí contribuía para a
cobertura dos Custos Fixos passa a contribuir para a formação do lucro. Logo, 4.100
unidades produzidas e vendidas darão um lucro equivalente à soma das Margens de
Contribuição das 100 unidades que ultrapassaram o Ponto de Equilíbrio.

100 x $150,00 p/ unid = $ 15.000

Receitas Totais 4.100 x 500 = 2.050.000,00


(-) Custos Totais:
Variáveis 4.100 x 350 = (1.435.000,00)
Fixos (600.000,00) (2.035.000,00)
Lucro 15.000,00

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U NIDADE 19
Objetivo: Fundamentar o conceito de margem de segurança

Margem de Segurança e Alavancagem Operacional

A Margem de Segurança significa um risco para o Negócio / Empresa; este risco é tanto
maior quanto mais próximo se encontre o volume de vendas do Ponto de Equilíbrio.

Supondo-se que uma construtora esteja produzindo um tipo de casa pré-fabricada


com as seguintes características:

Preço de Venda = $ 240.00,00/u

Custos Variáveis = $ 140,00/u

Margem de Contribuição = $ 100,00 ( ou 42%)

Custos Fixos = $ 1.000,00/mês

Ou

Ponto de Equilíbrio = 1.000,00 = 10,00 PEV = 1.000,00 = 2.400,00


100,00 42%

Que ela esteja produzindo e vendendo 14 casas por mês, obtendo um lucro de: 4 unid/mês x
$100,00 = $ 400.000,00/mês.

A empresa esta com uma margem de segurança de quatro casas.

Em termos percentuais, a margem de segurança é de 28% ou:

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Margem de Segurança = 4 unid = 28,6 %

14 unid

Fórmula:

Margem de Segurança = Receitas - Ponto Equilíbrio


Receitas

Margem de Segurança = 3.360,00 - 2.400,00 = 28,6%


3.360,00

Alavancagem Operacional

Corresponde ao acréscimo em % no volume de atividade da empresa.

Se a empresa anterior passar a produzir e vender 17 unidades/mês, o resultado passará:

7 u/mês x $ 100,00/u = $ 700,00/mês

Comparando esses números com as14 unidades e lucro de $ 400,00 por mês, tem-se:

• Aumento no volume = 3 u, ou seja, 21,4%

• Aumento no lucro = $ 300,00, ou seja, 75%

A um acréscimo de 21,4% no volume de atividade correspondeu um aumento de 75% no


resultado, com uma alavancagem de:

75 % = 3,5 vezes
21,4 %

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U NIDADE 20
Objetivo: Desenvolver os conceitos, objetivos e modelos para formação e a gestão dos
preços de venda

Formação do Preço de Venda

Métodos de Formação do Preço de Venda

Em economia sujeita a inflação, a venda a preço superior aos custos de aquisição e/ou
fabricação pode determinar a ilusão monetária de lucro. Na formação do preço, como se
deve partir de considerações de custo, devem ser tomadas precauções especiais visando à
atualização dos custos de compras e/ou produção.

São adotados pelas empresas os seguintes métodos para a formação de preços:

• Método baseado no custo da mercadoria.

• Método baseado nas decisões das empresas concorrentes.

• Método baseado nas características do mercado.

• Método misto.

Método Baseado no Custo da Mercadoria.

O método baseado no custo da mercadoria é o mais comum na prática dos negócios. Se a


base for o custo total, a margem adicionada deve ser suficiente para cobrir os lucros
desejados pela empresa.

Se a base for os custos e despesas variáveis, a margem adicionada deve cobrir, além dos
lucros, os custos fixos.

90
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O processo de adicionar margem fixa a um custo-base é geralmente conhecido pela
expressão Mark up. Esse método é muito usado no comércio atacadista e varejista. O
método é simples, mas pode levar a administração a tomar decisões que muitas vezes não
condizem com a realidade dos negócios. Quando o processo Mark up é adotado pela
indústria, é calculado em função do custo de produção; a margem fixa serviria para cobrir os
lucros e demais gastos.

Método Baseado nas Decisões das Empresas Concorrentes.

Qualquer método de determinação de preços deve ser comparado com os preços das
empresas concorrentes, que porventura existam no mercado. Esse método pode ser
desdobrado em:

a) Método do Preço Corrente: São adotados para os casos de produtos vendidos a um


preço por todos os concorrentes. Essa homogeneidade no preço pode decorrer de
questões de costume, ou de características econômicas do ramo (oligopólio, convênio
de preços etc.)

b) Método de Imitação de Preços: Esse método prevê que os mesmos sejam adotados
por uma empresa concorrente selecionada no mercado. Isso ocorre muitas vezes em
razão da falta de conhecimento técnico para a sua determinação ou custo da
informação.

c) Método de Preços Agressivos: O método de preços agressivos ocorre quando um


grupo de empresas concorrentes estabelece a tendência de uma redução drástica de
preços até serem atingidos, em certos casos, níveis economicamente injustificáveis
abaixo do custo das mercadorias.

d) Método de Preços Promocionais: O método de preços promocionais caracteriza a


situação em que as empresas oferecem certas mercadorias (caso típico de
supermercados) a preços tentadores com o intuito de atrair para o local de venda;

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intensificando o tráfego de clientes potenciais, em função do que estimulam as vendas
de outros artigos a preços normais.

Método Baseado nas Características do Mercado

O método baseado nas características do mercado exige conhecimento profundo do


mercado por parte da empresa. O conhecimento do mercado permite ao administrador
decidir se venderá o seu produto a um preço mais alto, de modo que possa atrair as classes
economicamente mais elevadas, ou a um preço popular para que possa atrair a atenção das
camadas mais pobres.

Método Misto

O método misto para a formação de preços deve observar a combinação dos seguintes
fatores:

• Custos envolvidos;

• Decisões de concorrência;

• Características do mercado.

Seria bastante temeroso para a administração de uma empresa, estabelecer preços sem a
combinação desses fatores. Cedo ou tarde ela teria de arcar com as consequências de
sérios erros que poderiam deixar de ser cometidos.

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Aspectos Gerais para a Formação do Preço de Venda

O problema da formação dos preços está ligado às condições de mercado, às exigências


governamentais, aos custos, ao nível de atividade e à remuneração do capital investido
(lucro).

O cálculo do preço de venda deve levar a um valor:

• que traga à empresa a maximização dos lucros;

• que seja possível manter a qualidade, atender aos anseios do mercado àquele preço
determinado;

• que melhor aproveite os níveis de produção etc.

Condições que devem ser observadas na formação do preço venda:

• forma-se um preço base;

• critica-se o preço base, à luz das características existentes do mercado, como preço
dos concorrentes, volume de vendas, prazo, condições de entrega, qualidade,
aspectos promocionais etc.;

• testa-se o preço às condições do mercado, levando-se em consideração as relações


custo/volume/lucro e demais aspectos econômicos e financeiros da empresa;

• fixa-se o preço mais apropriado com condições diferenciadas para atender:

o volumes diferentes;

o prazos diferentes de financiamento de vendas;

o descontos para prazos mais curtos;

• comissões s/venda para cada condições.

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Fatores que Interferem na Formação do Preço de Venda

Na missão de formar o preço de venda, devem ser levados em conta os seguintes fatores:

• a qualidade do produto em relação às necessidades do mercado consumidor

• a exigência de produtos substitutos a preços mais competitivos;

• a demanda esperada do produto;

• o mercado de atuação do produto

• o controle de preços impostos pelo CIP - Conselho Interministerial de Preços;

• os níveis de produção e de vendas que se pretende ou que se pode operar;

• os custos e despesas de fabricar, administrar e comercializar o produto;

• os níveis de produção e de venda desejados etc.

Formação do Mark up e do Preço de Venda a Vista

O Mark up é um índice aplicado sobre o custo de um bem ou serviço para a formação do


preço de venda.

O confeiteiro, por exemplo, aplica o índice 2 sobre o custo de produção de um quilo de bolo
para a formação do preço de venda.

O dono de um bar aplica o índice 1,5 sobre o preço de compra de determinado litro de
bebida, também para formar o preço de venda.

Esses dois casos servem para caracterizar objetivamente o que vem a ser o Mark up.

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Finalidade do Mark up

O Mark up tem por finalidade cobrir as seguintes contas:

• impostos sobre vendas;

• taxas variáveis sobre vendas;

• despesas administrativas fixas;

• despesas de vendas fixas;

• custos indiretos de produção fixos;

• lucro.

Formação do Mark up para venda a vista

Para fixação

Vamos admitir que determinada empresa tenha incorrido nos seguintes gastos para produzir
e vender determinado produto:

• Matéria-prima $ 700,00

• Outros custos (MOD + CIP variável) $300,00 $ 1.000,00

Devem ser levadas em consideração as seguintes taxas hipotéticas, para a formação do


Mark up do produto exemplificado.

ICMS 17,00 % 25,55 % Impostos e Taxas de


Vendas (ITV)

PIS 0,65 %

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COFINS 3,00 % Margem de
Contribuição ( MC )
de 27%

Comissão s/vendas 4,90 %

Despesas 2,00 %
administrativas fixas

Despesas de vendas 5,00 %


fixas

Custos ind. prod. 5,00 %


fixos

Lucro 15,00 %

TOTAL 52,55 %

PEDE-SE:

1º) Mark up divisor.

2º) Mark up multiplicador.

3º) Preço de venda com base no Mark up multiplicador e pelo Mark up divisor.

4º) Comprovação da margem de contribuição de 27%.

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SOLUÇÃO:

CONTAS COMPOSIÇÃO DAS CONTAS


Preço de venda 100,00 %
(-) ICMS 17,00 %
(-) PIS 0,65 %
(-) COFINS 3,00 %
(-) Comissão s/vendas 4,90 %
(-) Despesas Administrativas fixas 2,00 %
(-) Despesas de vendas fixas 5,00 %
(-) Custos indiretos de produção fixos 5,00 %
(-) Lucro 15,00 %

1º) Mark up divisor 47,45 %

2º) Mark up multiplicador


(100% / 47,45%) = 2,11

3º) Preço de venda com base:


No Mark up multiplicador
Na matéria-prima $ 700,00
(+) Outros custos diretos $ 300,00

TOTAL $ 1.000,00
(x) Mark up multiplicador 2,11
(=) Preço de venda a vista $ 2.110,00
Mark up divisor
Matéria-prima $ 700,00
(+) Outros custos diretos $ 300,00

TOTAL $ 1.000,00
(/) Mark up divisor 47,45%
(=) Preço de venda a vista $ 2.110,00

4º) Comprovação da margem de contribuição de 27%:


Demonstração de resultado ( por unidade)
Preço de venda $ 2.110,00 100,00 %
(-) ICMS $ 358,70 17,00 %
(-) PIS $ 13,72 0,65 %
(-) COFINS $ 63,30 3,00 %
(=) Preço líquido de venda $ 1.674,28 79,35 %
(-) Total dos custos diretos $ 1.000,00 47,45 %
(-) Comissão s/ vendas $ 103,39 4,90 %
(=) Margem de contribuição $ 570,89 27,00 %

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EXERCÍCIOS

• A empresa PINHO S/A, produz carteiras escolares. O diretor da empresa solicitou ao


Departamento de Custos para calcular o preço de venda e reposição, a vista e em 30
dias.

Dados Auxiliares:

Para produzir cada carteira utiliza-se 0,7 metros de compensado e 1 Kg de cano de ferro.

Preço de compra das matérias primas:

- Compensado $ 1.500 p/mt a vista

- Ferro $ 3.000 p.kg a vista

- O preço das matérias primas contém 12% de ICMS.

- Demais custos variáveis de produção 300,00 p/und.

Outros dados

- Frete sobre venda $ 15,00 por unidade

- ICMS 17,00%

- PIS 0,65%

- COFINS 3,00%

- Comissão s/ venda 3,00%

- Despesas Adm. 2,00%

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- Despesas venda fixas 4,00%

- Margem de Lucro 10,00%

- Despesas financeiras 10,00% ao mês.

O prazo médio de recolhimento do ICMS 30 dias.

Pede-se:

- Calcular o Mark up divisor;

- Calcular o Mark up multiplicador;

- Margem de contribuição;

- Preço de venda a vista e 30 dias.

- Lucro com a venda de 4.000 und.

Antes de dar continuidade aos seus estudos é fundamental que você acesse sua
SALA DE AULA e faça a Atividade 2 no “link” ATIVIDADES.

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Atividade Dissertativa

Elaborar uma resenha especificando de que forma a identificação do ponto de equilíbrio pode
colaborar na formação do preço da mercadoria vendida.

-01 pagina.

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U NIDADE 21
Objetivo: Abordar conceitos, não usuais, na Contabilidade de Custos, mas não menos
importantes para a tomada de decisões.

Custos Imputados e Custos Perdidos

Custo de Oportunidade

É o benefício de que se abre mão, numa alternativa, por acreditar que o da outra é superior.
É quanto se deixa de ganhar na melhor alternativa desprezada.

Ou seja, o custo de oportunidade é o custo de algo em termos de uma oportunidade não


exercida. Traduz o valor associado à melhor alternativa não escolhida. Num processo
produtivo, o custo de oportunidade de um fator correspondente ao melhor ganho que se
poderia obter utilizando esse fator em vez de outra atividade, que não a produção da firma.

Exemplos práticos para facilitar o entendimento:

O custo de oportunidade de um imóvel é o valor do seu aluguel

Um imóvel custa R$100.000,00 e o valor do aluguel deste mesmo imóvel é R$700,00. Se ao


invés de comprar o imóvel, você investe o capital em renda fixa, por exemplo, que lhe dará
um retorno mensal de 1% (R$1.000,00), você tem um baixo custo de oportunidade, visto que
a decisão de comprar o apartamento seria pior financeiramente falando.

O custo de oportunidade de um capital aplicado em um negócio é o valor que ele geraria em


termos de remuneração em outra aplicação.

O custo de oportunidade é um conceito fundamental para ser aplicado em análise econômica


de qualquer projeto. Já o custo contábil considera os preços de todos os fatores efetivamente
pagos.

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Custo de Imputado

É custo no sentido econômico, mas não no contábil, já que não provoca gastos. Não
corresponde a uso ou consumo de recursos e sim a benefício que se deixa de auferir.

Custos Perdidos (Sunk Costs)

São custos relativos a investimentos realizados no passado. Embora contabilizados no


presente sob a forma de depreciação, amortização etc., não alteram o fluxo financeiro atual
sendo irrelevantes para fins de certas decisões.

Fórum III:

Formação do preço de venda, o método de precificação influência no resultado?

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U NIDADE 22
Objetivo: Abordar os principais aspectos ligados à função da contabilidade de custos como
uma forma de controle.

Custos para controle

Controle, custos controláveis e custos estimados

Controle

• Conhecer a realidade

• Comparar com o que se esperava

• Apurar as divergências

• Implementar medidas corretivas

Custos Controláveis: são aqueles que estão sob a responsabilidade de determinada pessoa,
desde que ela tenha autonomia de ação sobre eles. Assim, as variações desses custos
podem ser atribuídas a essa pessoa, sem risco de se cometer injustiças.

Ou seja, são aqueles custos controláveis, previsíveis, que pode ser influenciado pelo
Administrador.

Ex. Insumos, mão de obra, combustíveis, energia, etc.

Custos não Controláveis: são os custos que independem da vontade ou Gerência do


Administrador.

Ex. Depreciação, aluguel, impostos, encargos.

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Custos para Controle

Para a contabilidade de custos departamentalização é o critério mais eficaz para uma


racional distribuição dos custos indiretos. Com isso cada departamento pode ser dividido em
mais de um centro de custos. Os departamentos são divididos em produção e serviços. Para
a apropriação dos custos indiretos dos produtos, é necessário que todos esses custos
estejam nos departamentos de produção. É necessário que todos os custos dos
departamentos de serviços sejam rateados de tal forma, que recaiam sobre os de produção.

Como já visto anteriormente, centro de custo é a menor fração de atividade ou área de


responsabilidade para a qual é feita a acumulação de custos.

Centros de custos podem coincidir com departamentos, mas em alguns casos um


departamento pode conter vários centros de custo. Por exemplo; um departamento de
beneficiamento pode ter apenas um supervisor, mas podem existir várias linhas de
beneficiamento. Para cada linha pode-se criar um centro de custo à parte e avaliá-lo
separadamente.

A noção inicial de contabilidade por responsabilidade dimensionou os centros de custo com a


maior ou menor facilidade de seu responsável em poder controlar os custos de seu centro de
custo. O problema recaiu numa definição e separação dos custos que seriam controláveis e
dos que não seriam controláveis.

É fácil dizer que o desempenho de um gerente deve ser julgado somente com base nos itens
sujeitos a seu controle. Mas está longe de ser fácil decidir se um item é controlável ou
incontrolável.

Os custos controláveis são os que podem ser regulados em determinado nível de autoridade
administrativa. São os diretamente influenciados por um gerente dentro de determinado
período. Com frequência, admite-se que os custos variáveis sejam controláveis, e os fixos
incontroláveis. Esta forma de pensar pode levar a conclusão errônea. Por exemplo; o aluguel
não é controlável pelo o encarregado da montagem, mas pode ser controlável pelo vice-

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presidente executivo, que pode ter a responsabilidade de escolher as instalações da fábrica
e decidir se a organização deve alugar ou possuir.

A distinção entre controlabilidade e incontrolabilidade também tem dimensão cronológica. Em


longo prazo, todos os custos são sujeitos a certo grau de controle administrativo.

Em síntese, a controlabilidade é um caso de grau que é afetado por dois fatores importantes:
a área de responsabilidade administrativa e o período em questão. Todos os custos são
controláveis em algum grau e por alguém, em longo prazo. Em curto prazo, menos custos
são controláveis, e os que são, estão sujeitos a vários graus de influência.

Em determinada situação, certos custos podem ser interpretados como controláveis, e outros
como incontroláveis. Esta é uma distinção útil na atribuição de responsabilidade para
controle de custos. A opinião atual favorece a exclusão dos itens incontroláveis do relatório
desempenho. Opiniões contrárias dizem que pode haver algum benefício na inclusão de
itens incontroláveis para criar consciência da organização toda e seus custos. O importante é
que, quando aparecem juntos, custos controláveis e incontroláveis não devem ser
misturados indiscriminadamente.

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U NIDADE 23
Objetivo: Entender as acepções de Custo Padrão.

Custo Padrão

• Predeterminado;

• Mensuração quantitativa e monetária;

• Meta a ser atingida;

• Tipicamente gerência.

Princípios: É o custo certo, só deve haver um, deve ser atualizado e as variações não devem
ser repassadas.

O Custo Padrão é um custo pré-atribuído, tomado como base para o registro da produção
antes da determinação do custo efetivo. Em sua concepção gerencial, o Custo Padrão indica
um “custo ideal” que deverá ser perseguido, servindo de base para a administração mediar e
eficiência da produção e conhecer as variações de custo.

Esse custo ideal seria aquele que deveria ser obtido pela indústria nas condições de plena
eficiência e máximo rendimento.

Algumas características essenciais do método de custeio padrão são:

1. Pré-fixação de seu valor, com base no histórico ou em metas a serem perseguidas


pela empresa;

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2. Pode ser utilizado pela Contabilidade, desde que se ajustem, periodicamente, suas
variações para acompanhar seu valor efetivo real (pelo método do custo por
absorção).

3. Permite maior facilidade de apuração de balancetes, sendo muito utilizado nas


empresas que precisam de grande agilidade nos dados contábeis.

A Resolução 750/93 do CFC (Conselho Federal de Contabilidade) fixou os Princípios


Fundamentais de Contabilidade. Dentre esses, aparece o Princípio do Registro pelo Valor
Original que determina a avaliação dos componentes do patrimônio pelos valores originais
das transações com o mundo exterior a valor presente em moeda nacional, sendo mantidos
na avaliação das variações patrimoniais posteriores, o que descarta a utilização do custo
padrão para fins de avaliação dos estoques e dos custos dos produtos vendidos, posto que
este possa divergir da transação efetiva. Entretanto, o item 37 da NPC 2 – Pronunciamento
do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil - IBRACON nº 2 de 30/04/1999, admite o
custo padrão, desde que ajustado periodicamente, nos seguintes termos:

“Custos padrão são também aceitáveis se revisados e reajustados periodicamente, sempre


que ocorrerem alterações significativas nos custos dos materiais, dos salários, ou no próprio
processo de fabricação, de forma a refletir as condições correntes. Na data do balanço, o
custo padrão deve ser ajustado ao real.”

O Parecer Normativo CST 7/1979, exige que se faça o ajuste periódico na contabilidade
entre o método de custeio padrão e custeio integral. Portanto, observa-se a exigência de
ajuste, no mínimo a cada três meses, para as empresas que adotarem o custo padrão. Em
resumo: o método de custeio padrão pode ser utilizado, contabilmente e gerencialmente,
porém, é imprescindível que seu ajuste com os custos reais se faça regularmente, exigindo-
se tal procedimento quando por ocasião do levantamento do balanço patrimonial.

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Exercícios

a) Um produto elaborado por processo contínuo de fabricação é obtido pela utilização de


uma única matéria-prima, para obtenção do produto final. Para cada quantidade de
matéria-prima, que entra no processo, há uma perda de 6% na saída do processo.
Após isso, há um refugo médio no controle de qualidade de 5% do produto acabado.
O preço de nota fiscal da matéria prima é de $ 4,00/kg, que inclui 15% de ICMS
recuperável. Além disso, inclui juros de 5% porque a matéria-prima é paga em 60 dias.
Despesas de frete e seguro representam, em média, 10% do valor à vista sem
impostos.

Pede-se:

1. Calcular o padrão de quantidade para fazer 1 kg de produto final, pronto para venda;

2. Calcular o padrão de preço;

3. Calcular o custo unitário dos materiais para o produto final.

b) Fazer a análise das variações considerando os seguintes dados:

Dados Padrões de Materiais Dados Reais

Preço Padrão = $ 108,65 Preço Real = $ 109,65

Consumo Padrão =4.260 unidades Consumo Real = 4.240 unidades

Total de Consumo = $ 462.849 Total de Consumo = $ 464.916

c) Com as informações dadas abaixo, calcule o Custo Padrão por unidade de produto

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acabado.

Volume da atividade normal = 10.000 unidades

Padrões de Custos

Material Direto $ 2,00 por quilo

Mão de obra Direta $ 4,20 por hora

Custos Indiretos Variáveis $ 2,75 por hora de mão de obra direta

Custos Indiretos Fixos $ 30.000

Padrões de Quantidade

Material Direto 5 quilos por unidade

Mão de obra Direta 3 horas por unidade

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U NIDADE 24
Objetivo: Demonstrar um modelo para obtenção do Custo Meta.

Produtos e Custo Meta

Custo Meta (Target Costing)

O conceito de Custo Meta parte do pressuposto de que o mercado já assumiu um preço de


venda unitário para o produto ou serviço que, em princípio, não é passível de alteração,
restando para a empresa administrar seus custos operacionais para obter a rentabilidade
desejada.

Conceitualmente, é o custo obtido pela subtração de um preço estimado (ou preço de


mercado) da margem de lucratividade desejada, com o objetivo de atingir um custo de
produção (incluindo custos de engenharia e/ou de marketing) igualmente desejado.

O custo alvo precisa corresponder ao custo de produção inicialmente esperado. Pelo


contrário, pode ser equivalente ao custo a ser atingindo ao longo do estágio de maturidade
da produção. Como derivação desse conceito, tem-se o custeio meta, ou target costing, que
é um método utilizado na análise de produtos e desenhos de processos, envolvendo a
estimativa de um custo meta e, consequentemente, o desenvolvimento de um produto que
atinja esse alvo.

O processo de custeio-meta inicia-se com a estimativa, realizada pelo pessoal de marketing,


do preço que um novo produto com características e funcionalidade específicas que terá
para ser vendido e atingir uma posição significativa de mercado. A partir dessa definição
mercadológica, equipes multidepartamentais de produtos e fabricação se interrelacionam
para determinar o custo meta do produto que é a soma do custo de materiais, mão de obra e
custos com as demais atividades.

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Também conhecido como custo alvo, esse tipo de custo representa, por tanto, o custo
baseado nas condições de mercado, calculado tendo como parâmetro o preço de venda
necessário para se obter determinada participação no mercado, com as margens desejadas
de lucratividade.

Principalmente em setores industriais bastante competitivos, o preço de venda de um


produto é estabelecido independentemente de seu custo inicial.

Se o custo meta estiver abaixo do custo inicialmente previsto do produto, a empresa precisa
reduzir esse custo dentro de determinado período de tempo, sob pena de perder as
condições de competitividade. Em suma, o custo alvo ou custo meta pode ser mostrado
aritmeticamente como:

Custo alvo = Preço de venda menos o lucro desejado.

Objetivos e características do Custo Meta

O objetivo principal do custo meta é reduzir os custos totais, mantendo alta qualidade.
Entretanto, muitas empresas japonesas usam o custo meta para o planejamento estratégico
dos lucros. Esses dois objetivos do custo meta são então:

1. Reduzir o custo, reduzindo os custos totais (incluindo custos de produção, de


marketing e de usuário), mantendo, ao mesmo tempo, alta qualidade.

2. Planejar estrategicamente os lucros, formulando planos estratégicos de lucros e


integrando informação de marketing com fatores de engenharia e de produção.

As razões específicas para a adoção do custo meta diferem de empresa para empresa.

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Procedimento do custo meta

Inicialmente existem três passos iniciais para o custo meta, embora as empresas
desenvolvam e individualizem seus procedimentos específicos.

Passo 1. Planejar novos produtos concentrando-se na satisfação do cliente.

Passo 2. Determinar o custo-meta de conformidade com a política estratégica da empresa, e


viabilizá-lo em custos factíveis.

Passo 3. Atingir o custo meta usando engenharia de valor ou outras técnicas de redução de
custos.

O custo meta é determinado no passo 2. Quando há um pedido de um cliente, o custo


permitido é calculado subtraindo-se o lucro programado do preço de vendas planejado. O
custo permitido é conhecido como “o máximo custo de produção permitido". Nesse estágio,
não é baseado na contabilidade de custos. É o custo estimado baseado nas condições de
mercado.

O passo seguinte é determinar se o produto pode ser fabricado com esse custo. O "custo
flutuante é calculado para cada peça com base nos registros contábeis. Esse custo flutuante
é também chamado de custo estimado ou custo básico, e é custo cumulativo normal
estimado, determinado sem a preocupação de ser um custo meta. É chamado desvio porque
é recalculado continuamente, à medida que são cumpridas as atividades de engenharia de
valor. Na realidade, o trabalho inicial no custo meta é o esforço de engenharia do valor para
reduzir o custo flutuante até que esse iguale o custo permitido.

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Exercícios

a) Uma empresa consegue vender seu produto no mercado por, no máximo, $ 2.000,00. Os
impostos sobre venda são: 18% de ICMS, 0,65% de PIS, e 3,0% de COFINS. A empresa
deseja uma margem mínima de lucro sobre o preço de venda sem impostos de 11%.
Sabendo que seu custo total real é de $ 1500, quanto percentualmente deveria ser reduzido
de seu custo para atingir o custo meta.

b) Uma empresa vende dois produtos que apresentam os dados a seguir, para um ano de
operações:

Produto A - $ Produto B - $

Preço de Venda de Mercado 50.000 80.000

Custo Integral

Materiais 20.000 30.000

Mão de Obra Direta 5.000 8.000

Custos Gerais de Fabricação 9.000 12.000

Depreciação 6.000 8.000

Custo Administrativo 5.000 8.000

Custo Comercial 2.000 3.500

Comissões sobre venda 2.500 4.000

Custo Total 49.500 73.500

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Quantidades padrões de produção/vendas 400 275

Pede-se:

a) Calcular o custo meta de cada produto, caso a margem de lucro desejada fosse de
8%. Calcule quanto deverá ser a redução em valor unitário e em percentual, para cada
produto e para o total da empresa, computando as quantidades padrões. Considere,
para o cálculo do custo meta, que os custos e despesas variáveis (materiais e
comissões), por serem de origem externa, não têm mais possibilidades de redução;
portanto, as possíveis reduções só poderão acontecer nos custos internos
administrativos e de fabricação.

b) considerando uma taxa de depreciação de 20%, qual deveria ser o desinvestimento


em imobilizados para atingir a meta de redução proposta pelo custo meta?

c) considerando que cada funcionário, de mão de obra direta, custa para empresa $
30.000 por ano e ainda, considerando salários e encargos sociais; qual deveria ser a
redução ou o aumento de efetivo direto para adequação, às metas, do custo meta?

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U NIDADE 25
Objetivo: Demonstrar a importância da análise das variações nos custos de materiais e mão
de obra comparando o custo padrão com o custo real, obtido por meio de um determinado
sistema de custeio adotado pela empresa.

Custo Padrão versus Análise das Variações de Materiais e Mão de obra

Custos e Produtividade

A contabilidade, tradicionalmente e por sua própria natureza, registra fatos históricos que são
reportados numa determinada data ou numa determinada época. Para determinar o
dispêndio com a produção e medir-lhe a eficiência (ou ineficiência), aplica-se à Contabilidade
de Custos. Entretanto, o custo histórico é uma medida ineficiente, visto que só apura quando
terminada a produção. Com isto, pode-se dizer que o custo histórico incorpora (e esconde)
todos os fenômenos ocorridos na produção. Serve apenas para dar uma ideia de quanto
custou determinado produto, geralmente por um custo médio. E quando se calcula a média
de alguma coisa, também se incluí a média dos erros, dos desperdícios e das ineficiências.

Nada disso torna inválido os custos históricos. É preciso, porém, associá-los a alguma
medida comparativa que evidencie de que forma está sendo conduzido o processo de
fabricação. A medida comparativa por excelência é o custo padrão. Registrando e
comparando os dois, poderemos chegar a uma análise que evidencie as variações ocorridas,
positivas ou negativas. O custo padrão é uma avaliação de quanto um determinado produto
deverá custar, mantidas as condições vigentes. Mas, para que seja eficiente em sua função,
o custo padrão deverá ser associado ao orçamento da empresa quanto ao volume e valor da
produção planejada. Dessa análise, pode-se extrair subsídios para melhorar o
gerenciamento dos custos de produção, e, com isso, melhorar a rentabilidade dos
investimentos.

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Essas considerações passam pela produtividade. Aqui, se pode considerar a produtividade
como sendo: o resultado do aproveitamento dos recursos humanos, materiais e técnicos.

Ou seja, mão de obra, materiais e equipamentos. A produtividade fornece a medida da


utilização dos recursos disponíveis. Pode-se dizer que é um meio de melhorar o nível da
economia de um país. Aumentando sua capacidade de produzir, utilizando os mesmos
recursos, melhorando métodos e processos de trabalho e reduzindo os custos de produção,
chegaremos ao barateamento do preço de venda, aumento da produção, melhores salários,
melhor poder aquisitivo, e, por consequência, o fortalecimento da economia.

O custo padrão é um método adequado e eficiente, não apenas para controlar, mas também
para informar sobre diversos aspectos da produção, como a utilização de matérias-primas e
refugos produzidos; emprego da mão de obra; qualidade do produto; adequação do fluxo do
processo; utilização das instalações e equipamentos; tempo ocioso de mão de obra e
equipamentos, etc.

Mas, será necessário estabelecer os padrões baseados em critérios que sejam adequados.
Ou seja, em critérios técnicos, nunca em critérios subjetivos. Assim, deverá estar baseado no
estudo do projeto, dos métodos e dos processos de produção. Será melhor se esse estudo
começar a ser feito simultaneamente com o projeto do produto. Serão estabelecidos os
padrões para materiais, mão de obra, tempo de operação e gastos gerais de fabricação (ou
despesas indiretas de fabricação).

O padrão de materiais é uma consequência da quantidade padrão e do preço padrão. O


padrão de quantidade é estabelecido com base nas especificações do projeto do produto, e,
se necessário, por análises químicas, mecânicas, e testados através de produção piloto.

Já o preço padrão, depende muito das condições do mercado, sendo influenciados por
greves, maior ou menor disponibilidade, estabilidade da moeda e outros fatores econômicos.
De ser levadas em conta, eventuais oportunidades envolvendo: as quantidades econômicas,
métodos e frequência de entrega e condições mais ou menos vantajosas oferecidas pelos
fornecedores.

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O padrão de mão de obra é resultante do salário padrão e do tempo de operação (ou tempo
padrão). Sofre a influência do método de operação mais ou menos adequado (o que é
determinado pela área técnica). Deve incluir estudos sobre os equipamentos utilizados na
produção; controle sobre a quantidade e qualidade dos materiais usados e tempo a ser
aplicado em cada operação. A área técnica contribui com essas informações, que servirão de
base para o estabelecimento do padrão de mão de obra.

O tempo padrão depende do grau de eficiência da mão de obra. Pode ser influenciado pelo
arranjo físico da fábrica, pela entrega dos materiais nos locais necessários e no tempo
determinado, por um eficiente sistema de programação da produção, pela padronização das
operações, pela frequência das paradas, pelo treinamento da mão de obra e outros fatores.
Um bom estudo de tempos e movimentos e o balanceamento da linha de produção (ou de
montagem) poderão auxiliar na determinação do tempo-padrão.

O salário padrão é muito influenciado pela conjuntura econômica, pelos acordos salariais,
pela forma de remuneração da mão de obra (horista, diarista, mensalista, tarefa, etc.), pela
tecnologia utilizada, pela automação, pelos direitos trabalhistas, etc. A remuneração por
tarefa possibilita maior eficiência da mão de obra; consequência de maior estabilidade de
custo, em relação a cada tarefa. O operário sente-se estimulado a trabalhar mais, produzindo
mais, a um custo estável. Isso geralmente não ocorre nos casos de remuneração horária,
diária, mensal, etc.

Os gastos gerais de fabricação (custos indiretos) têm um comportamento diferente dos


materiais e da mão de obra.

Para estes últimos há certa facilidade em se calcular um padrão. Porém, para os custos
indiretos, como consequência da variedade qualitativa e da alternância do consumo, torna-se
necessário adotar critérios rigorosos para sua correta apropriação aos custos de produção. A
contabilidade de custos utiliza as taxas de absorção, de acordo com a atividade e o volume
que se deseja atingir. Para isso considera-se o total dos gastos gerais de fabricação e uma
base de volume adequada ao caso, que poderá ser a produção planejada, o valor das
matérias-primas, valor da mão de obra direta, valor do custo primário (materiais + mão de

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obra), horas previstas de mão de obra direta, horas/máquina, etc. A base de volume depende
muito do produto e do processo de fabricação e para sua determinação deve-se aplicar o
bom senso.

A fixação dos custos padrão não é o fim; é apenas o início de todo um sistema. Se realmente
quiser controlar melhor a atividade, as variações ocorridas serão objeto de uma análise
profunda. Essas variações deverão ser relatadas, explicando se houve desperdício de
material ou deficiência de mão de obra e dos meios de produção, falhas na programação da
produção ou na aquisição de materiais, ou erros na determinação dos custos históricos e
padrão, etc. Os relatórios poderão ser emitidos no nível de detalhamento necessário, como
por tipo de produto, por operação, por departamento de produção, por turno, por divisão, etc.
A análise das variações poderão esclarecer as ineficiências, que podem estar relacionadas
com o desempenho dos centros de custo. Assim, veremos as variações no custo padrão e
suas causas mais comuns. As variações de materiais podem ser de preço e de quantidade.
A área de materiais geralmente é responsável pelas variações de preço, enquanto as
variações de quantidade são da fabricação. As variações de quantidade são apuradas
multiplicando-se a diferença entre quantidades real e padrão pelo preço-padrão. As causas
poderão ser a qualidade inferior, utilização deficiente ou mesmo alteração no funcionamento
dos equipamentos. As compras podem ter sido feitas em desacordo com as especificações
de qualidade; ou os materiais podem ter sido mal utilizados, ocasionando desperdícios; ou
alterações nos métodos de fabricação ou nos produtos podem ter provocado as variações
detectadas.

As variações de mão de obra poderão ser de salário ou de eficiência.

As variações de salário resultam da multiplicação da diferença entre salário real e padrão


pelo tempo-padrão. Essas variações podem ser consequência de alterações nos níveis
salariais, emprego de mão de obra mais cara (em operações onde estava prevista mão de
obra mais barata) ou uma produção emergencial, impondo custos mais elevados de mão de
obra. As variações de eficiência são o resultado da multiplicação da diferença entre tempo
real e padrão pelo salário padrão. Suas causas podem ser a seleção, treinamento ou
transferência de operários ou a própria variação da quantidade de materiais. No caso de
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produção inicial, geralmente consome-se mais tempo. As operações repetitivas e o tempo
farão com que a mão de obra adquira maior destreza, assim como melhores métodos
poderão ser adotados. As ineficiências também poderão indicar operários não qualificados,
sugerindo correções. Materiais fora das especificações também poderão acarretar variações
de quantidade.

Os gastos gerais de fabricação, ou despesas indiretas de fabricação (DIF), também


apresentam variações, que podem ser de eficiência, de volume e de orçamento. A variação
de eficiência de DIF representa a variação de eficiência de mão de obra direta aplicada à
absorção dos custos indiretos. É calculada pela multiplicação da diferença entre os tempos
real e padrão pela taxa de absorção. As causas são as mesmas que afetaram a eficiência da
mão de obra. A variação de volume é representada pela multiplicação da diferença entre os
tempos real e orçado pela taxa de absorção. Suas causas podem ser: falta de pedidos de
clientes, falta de material, problemas de mão de obra ou com equipamentos. A variação de
orçamento é a diferença entre as DIF reais e orçadas.

Os custos padrão, para que sejam realmente efetivos, necessitam ser contabilizados.
Existem vários métodos de contabilização. Em geral, cada empresa adota o seu método
particular, de modo a informar aquilo que é necessário para sua gestão. Porém, tudo isso
significa fazer os lançamentos, a débito e a crédito, de uma ou mais contas, dos custos
padrão e dos custos históricos.

Os saldos de ambas as contas serão comparados, evidenciando as variações. As contas de


produtos em elaboração podem ser debitadas pelo custo real e creditadas, transferindo-se
para o estoque de produtos acabados, pelo custo-padrão. As diferenças são transferidas
para a conta de variações de custo. O encerramento destas se processará nas contas de
resultados. Este é o sentido da contabilização: registrar e destacar os custos tal como
ocorrem, ressaltando as diferenças e permitindo analisar as causas dessas variações. Fica
aqui um instrumento eficaz para a gestão dos custos e aperfeiçoamento

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U NIDADE 26
Objetivo: Expor os aspectos contábeis das atividades de prestação de serviços.

Custos nas Empresas Prestadoras de Serviços

Principais áreas de prestação de serviços no Brasil

Instituições Financeiras: Os custos principais estão relacionados com a captação e


remuneração do dinheiro, gerenciamento das captações, aplicações e empréstimos de
capital, mão de obra e depreciação das agências e investimentos em software;

Construtoras: No caso de uma empresa de engenharia ser contratada apenas para fornecer
mão de obra e equipamentos para construção, em terreno do cliente, o custo será
representado quase totalmente pelos salários e encargos da mão de obra e depreciação das
máquinas e equipamentos. Caso a empresa utilize todos os fatores produtivos, mais o
terreno para construir imóveis para comercialização, todos os custos serão ativados e as
unidades de imóveis acabadas e não vendidas comporão o estoque da empresa. No caso de
obras de infraestrutura, todos os fatores produtivos comporão o custo final da obra.

Serviços hospitalares, educacionais, recreativos etc.: Os custos são compostos basicamente


pela mão de obra e depreciação dos prédios e equipamentos. Muitas vezes o custo de
materiais é insignificante, salvo casos, como nos serviços hospitalares, que podem consumir
valores representativos.

Serviços de Consultoria: Custo representado basicamente pela mão de obra especializada.

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Aspectos contábeis na prestação de serviços

Basicamente os conceitos de custos e análises válidos para a indústria e comércio são


válidos também para o setor de serviços.

Utiliza-se o conceito de custos fixos e variáveis, diretos e indiretos. Por exemplo, numa
empresa de auditoria os custos fixos são representados pelo aluguel do imóvel e pela
depreciação dos equipamentos utilizados. Já o gasto com a mão de obra é um custo variável
em relação às horas trabalhadas em cada empresa auditada. Os custos das horas
trabalhadas em determinado projeto será um custo direto. Enquanto outros custos, não
identificáveis diretamente, como a depreciação, que atendem a diversos projetos, serão
custos indiretos.

No caso de trabalho sob encomenda, como auditoria e consultoria, são utilizados Ordens de
Serviços para apuração e controle de custos e resultados, sendo os custos acumulados
numa conta específica para cada ordem de serviço ou encomenda. Essa conta só para de
receber custos quando a ordem de serviço estiver encerrada.

No caso de atividades contínuas como escolas e clubes, os custos de prestação de serviços


são acumulados em contas representativas cujo encerramento ocorre no fim de cada período
(mês, semana, trimestre ou ano, conforme o período mínimo contábil de custos da empresa).
Na apuração por Processo não se avaliam custos unidade por unidade, e sim à base do
custo médio do período.

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Exercício

Com base nas informações disponíveis, apure o resultado de cada área de ensino de uma
universidade, para o segundo semestre, em valores ($) e em percentual (%). A seguir,
demonstre a participação do resultado de cada área, no total do resultado da universidade.

a) A UTM é uma tradicional Universidade com diversos cursos nas áreas de Ciências
Biológicas, Exatas e Humanas. A Reitoria solicitou, a seu escritório de consultoria, a
preparação de um relatório gerencial que demonstre o resultado contábil e financeiro de cada
área de ensino.

Quadro 1: Recebimento de mensalidades durante o semestre.

Ciências Ciências Ciências


Total
Biológicas Exatas Humanas
Quantidade de alunos 3.000 5.000 8.000 16.000
Total das mensalidades
10.800 15.000 19.200 45.000
no semestre (a)

b) Todos os cursos funcionam em um único campus.

c) Existe uma única biblioteca para atendimento de todos os alunos. Também as piscinas e
quadras de esporte são de uso geral para os alunos, professores e demais funcionários,
assim como o ambulatório médico.

d) Cada área de ensino tem seu laboratório específico para as pesquisas dos alunos e
professores (laboratórios de química, medicina e enfermagem, física, matemática,
engenharia de produção, informática, escritórios-modelos etc.).

e) Os serviços de restaurantes, lanchonetes, papelaria, livraria, cópias, posto bancário etc.


são terceirizados, sendo que a Universidade recebe um total de aluguel dos espaços de $
5.000 por semestre (b). Tais receitas devem ser apropriadas para cada área de ensino,

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proporcionalmente à quantidade de alunos.

f) Quadro 2: Informações sobre os custos diretos durante o semestre.

Ciências Ciências Ciências Total


Biológicas Exatas Humanas ($)
Salários e encargos
sociais dos
professores,
coordenadores de 4.700 8.000 11.000 23.700
cursos, instrutores e
técnicos dos
laboratórios
Livros, materiais e
depreciação dos
1.500 1.000 500 3.000
equipamentos
utilizados nos cursos
Total dos custos diretos 6.200 9.000 11.500 26.700

Quadro 3: Informações sobre os custos indiretos durante o semestre.

Gastos da biblioteca – salários, encargos sociais, energia


2.560
elétrica, equipamentos e programas de informática etc. (1)
Gastos da piscina e quadras de esportes (1) 480
Gastos do ambulatório médico (1) 960
Gastos com controle e cobrança das mensalidades (1) 640
Depreciação dos prédios e equipamentos de uso geral (2) 1.600
Gastos dos setores administrativos, de limpeza,
4.500
manutenção, segurança do campus (2)
Energia elétrica e outros custos indiretos (2) 1.300
Total dos custos indiretos 12.040

(1) Apropriados/rateados para cada área de ensino, proporcionalmente à quantidade de


alunos.

(2) Apropriados/rateados para cada área de ensino, proporcionalmente ao espaço ocupado


do campus.

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Ciências Biológicas 50%

Ciências Exatas 30%

Ciências Humanas 20%

Solução:

Quadro 4: Recebimento de mensalidades e aluguel durante o semestre.

Ciências Ciências Ciências Total


Biológicas Exatas Humanas ($)
Total das mensalidades
no semestre (a)
Aluguel dos espaços
para terceiros (b)
Total dos recebimentos

Quadro 5: Apropriação/rateio dos custos indiretos durante o semestre.

Ciênci Ciênci
Ciênci
as as Total
as
Biológi Huma ($)
Exatas
cas nas
Gastos da biblioteca – salários,
encargos sociais, energia
elétrica, equipamentos e
programas de informática etc.
Gastos da piscina e quadras
esportivas
Gastos do ambulatório médico
Gastos com controle e
cobrança das mensalidades
Depreciação dos prédios e
equipamentos de uso geral
Gastos dos setores
administrativos, de limpeza,
manutenção e segurança do
campus

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Energia elétrica e outros custos
Total dos custos indiretos

Quadro 6: Demonstração do resultado de cada área de cursos.

Ciência Ciência
Ciência
s s Total
s
Biológi Human ($)
Exatas
cas as
Total dos recebimentos

Custos diretos
Custos indiretos

Resultado do semestre ($)


Resultado do semestre (%)
Participação de cada área
no resultado total (%)

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U NIDADE 27
Objetivo: Estudar e analisar os novos paradigmas de Gestão do Processo Produtivo

Custos para Melhoria de Processos e Eliminação de Desperdícios

Novos Paradigmas na Gestão do Processo Produtivo

• Melhor desenho de produtos, que estão cada vez mais sofisticados, com mais
tecnologia e vida útil cada vez mais curta;

• Maior sensibilidade do mercado com os clientes cada vez mais exigentes em relação à
qualidade dos produtos;

• Melhor desenho dos processos produtivos que precisam ser eficazes, sem gargalos,
evitando o desperdício;

• Melhor gestão estratégica, com a gestão voltada para o mercado;

• Melhor gestão operacional com utilização de sistemas de informações gerenciais


fornecendo subsídios para o controle das operações.

A Filosofia da Excelência Empresarial é suportada por três pilares básicos, para um contínuo
aperfeiçoamento e eliminação de desperdícios:

• Fazer as coisas certas na primeira vez;

• Rápida reparação das máquinas e das células de produção;

• Envolvimento das pessoas

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Eliminação de Desperdício

Desperdício é algo que não adiciona valor ao produto. São gastos que devem ser eliminados
e não causam prejuízo a qualidade e quantidade de produção de bens ou serviços.

Valor é algo que se adiciona à matéria-prima e ou materiais. Partes e componentes que, ao


serem transformados do estágio em que foram recebidos para um estágio mais elaborado,
encontram alguém disposto a adquiri-lo e pagar por ele.

O tempo é precioso e custa caro, portanto, seu aproveitamento deve ser maximizado. As
causas de desperdícios devem ser identificadas e, na medida do possível, eliminadas.

Problema Causa Solução


Manutenção de Falta de adequado Obter planejamento de compras de
estoques elevados. planejamento da produção. clientes e planejar as compras e a
produção de acordo com esse
planejamento.
Gastos com controle da Falta de confiança no Exigir do fornecedor garantia da
qualidade dos materiais controle de qualidade do qualidade de seus produtos.
entregues pelos fornecedor.
fornecedores.
Gastos elevados de Chão de fábrica tradicional. Transformar o processo produtivo
esquematização da em células de produção.
fábrica cada vez que
muda o tipo de produto
a ser fabricado.

Ferramentas Operacionais para a Melhoria dos Processos

Just in time (JIT): Considerado componente central da Filosofia da Excelência Empresarial,


tem o objetivo de eliminar ou reduzir estoques da empresa e de seus clientes e fornecedores,
por meio da melhoria dos processos produtivos e administrativos. A utilização de calendários
de produção rigorosos e a gestão de materiais vão proporcionar à empresa uma vantagem
competitiva em termos de tempo, qualidade e preço dos produtos. É uma filosofia de
Excelência Empresarial porque assume a empresa como um todo e não apenas a produção
isoladamente.

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Para o desenvolvimento de um adequado gerenciamento de custos é necessária a definição
de alguns conceitos e ferramentas:

• Eliminação de gastos de atividade que não adicionam valor: as atividades que não
agregam valor são desperdícios que devem ser identificados e eliminados.

Duas ferramentas básicas podem ser utilizadas: O Total Quality Control - TQC (Controle de
qualidade total) e o Just in time (JIT).

Os sistemas de custeio tradicionais, particularmente o custeio por absorção que é usado


para atender a legislação fiscal, não atende as necessidades de informações de custo. O
Custeio Baseado em Atividades - ABC, é um sistema que parte do conhecimento pleno de
todos os processos da empresa, principalmente os produtivos, em combinação com outras
ferramentas para formar o Gerenciamento Baseado em Atividades (ABM - Activity based
management).

ABM - Activity based management representa a combinação dessas três ferramentas


fundamentais para a gestão estratégica de custos: TQC, JIT e ABC. O ABM enfatiza a
gestão de atividades como a melhor forma de se buscar a excelência no atendimento das
necessidades e expectativas dos clientes internos e externos e de proporcionar o melhor
retorno possível para os investidores. Para isso, o enfoque da cadeia de valor é peça
importante na gestão de custos.

Gestão Baseada em Atividades (ABM). É o processo de gestão de custos apoiado em


informações fornecidas pelo ABC.

Usos do ABC/ABM

• Análise de lucratividade de produtos, clientes etc.;

• Administração de preços de venda;

• Balanceamento (equilíbrio) entre os recursos disponibilizados e a demanda por


recursos.

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Usos do ABC/ABM

• Avaliação de desempenhos;

• Melhoria de processos;

• Eliminação de atividades que NAV;

• Alavancagem de atividades que AV.

Cadeia de Valor: Entende-se por Cadeia de Valor o conjunto de atividades criadoras de


valor; desde a fonte de suprimentos de matérias-primas básicas, passando por fornecedores
de componentes, até o produto final entregue ao cliente.

A estrutura da Cadeia de Valor é um método para se dividir a cadeia, desde as matérias-


primas básicas até os consumidores finais, em atividades estratégicas relevantes, com o
principal objetivo de se compreender o comportamento dos custos e as fontes de
diferenciação. Raras empresas atravessam toda a cadeia de valor.

Algumas empresas do setor petrolífero atravessam grandes segmentos da Cadeia de Valor


em que operam, desde a exploração de petróleo até os postos de gasolina, mas são
exemplos raros.

A contabilidade gerencial assume a perspectiva de valor agregado, iniciando as compras e


pagamento das matérias-primas e finalizando com a entrega dos produtos e recebimento das
faturas emitidas.

Uma aplicação prática dos conceitos de Cadeia de Valor diz respeito ao gerenciamento da
cadeia de suprimentos (supply chain management), que é uma prioridade estratégica de
muitas empresas, porque se baseia numa operação integrada para reduzir custos.
Organizando a produção com base na demanda estimada, incluindo fornecedores e clientes
no processo de gestão. Este modelo evita desperdícios, reduz custos e possibilita oferecer
melhor produto ou serviço ao consumidor.

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Atividade Dissertativa

Realizar uma resenha sobre: Como as empresas podem trabalhar os custos para otimizar o
resultado.

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U NIDADE 28
Objetivo: Estudo dos fatores que promovem a otimização de resultados.

Custos para Otimização de Resultados

As empresas buscam alcançar suas metas e cumprir a sua missão para atingir seus
objetivos e propósitos. Entretanto, restrições internas e externas podem impedir a realização
destes objetivos e propósitos.

Restrições internas: São as que impedem maior produção; como a limitação de máquinas e
equipamentos ou disponibilidade de funcionários.

Restrições externas: São as que impedem de vender mais. Normalmente estão


relacionadas com: demanda de mercado, concorrência, preço de venda etc.

Teoria das Restrições - Theory of Constraints (TOC): Baseada nos conceitos estudados no
capítulo anterior. Esta teoria é simples e sua aplicação pode trazer excelentes benefícios
para as empresas.

Em uma situação na qual existe uma restrição na linha de produção da empresa, isto é, a
produção tem um recurso que é o gargalo de todo o processo, se faz necessário decidir
quais produtos são mais interessantes para a empresa, pois a empresa, ou não tem
capacidade de entregar todos os produtos nas quantidades desejadas pelo mercado, ou tem
capacidade ociosa consumindo recursos desnecessariamente. O sistema demonstra
automaticamente os recursos ou atividades nos pontos de gargalo dos processos, e também
as margens de contribuição unitárias e por unidade de tempo dos produtos, por ponto de
gargalo.

A TOC encara qualquer empresa como um sistema, isto é, um conjunto de elementos entre
os quais há alguma relação de interdependência.

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O desempenho global do sistema depende dos esforços conjuntos de todos os elementos do
sistema. Um dos conceitos mais fundamentais é o reconhecimento do importante papel da
restrição de qualquer sistema.

A analogia usada é comparar a empresa com uma corrente. Se uma corrente for tracionada,
onde ela quebrará? No seu elo mais fraco, na sua restrição. Logo, se o objetivo é aumentar a
resistência da corrente; onde se deve concentrar esforços? No elo mais fraco, na restrição. A
restrição do sistema é que dita seu desempenho, logo, para aumentar o desempenho do
sistema, é preciso identificar a restrição e explorá-la. Se a resistência for aumentada em
qualquer outro elo, que não o mais fraco, o desempenho da corrente, como um todo, não
estará sendo melhorado.

A meta de uma empresa é ganhar dinheiro hoje e no futuro. Para fazer a ponte entre o Lucro
Líquido e o Retorno Sobre o Investimento a TOC, ou seja, para analisar se a empresa está
indo em direção à sua meta, são necessárias três perguntas simples:

1. Quanto dinheiro é gerado pela nossa empresa?

2. Quanto dinheiro é capturado pela nossa empresa?

3. Quanto dinheiro se deve gastar para operá-la?

As medidas são intuitivamente óbvias. O necessário é transformar essas perguntas em


definições formais.

As medidas da TOC são:

Ganho (G): O índice pelo qual o sistema gera dinheiro através das vendas.

Para se calcular o ganho unitário de cada produto, é preciso subtrair os seus Custos
Totalmente Variáveis (CTV) do seu preço de venda. Custo Totalmente Variável é o montante
que varia para cada acréscimo de uma unidade nas vendas do produto (na maioria dos

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casos é só matéria-prima). Dessa forma, se consegue saber quanto a empresa gera de
dinheiro, com a venda de cada unidade do produto.

Para se calcular qual o ganho total da empresa, basta somar os ganhos totais de cada
produto; que é igual ao ganho unitário vezes o volume vendido.

Investimento (I): Todo o dinheiro que o sistema investe na compra de coisas que pretende
vender.

De acordo com a definição acima, pode-se atribuir apenas o preço que se paga aos
fornecedores pelo material e peças compradas que entraram no produto. O valor atribuído ao
estoque em processo e estoque acabado é igual ao seu Custo Totalmente Variável (CTV).
Com essa metodologia não é possível aumentar os estoques em processo e de produtos
acabados para aumentar os lucros do período (adiando o reconhecimento de algumas
despesas que com certeza irão diminuir os lucros futuros).

Despesa Operacional (DO): É todo o dinheiro que o sistema gasta transformando


Investimento (I) em Ganho (G).

Despesa Operacional é intuitivamente compreendida como todo o dinheiro, que se tem que
colocar constantemente dentro da máquina para mover suas engrenagens. Salários, desde o
do presidente da empresa até os da mão de obra direta, aluguéis, luz, encargos sociais,
depreciações, etc. A TOC não os classifica em custos fixos, variáveis, indiretos, diretos, etc.
A DO é simplesmente todas as outras contas (despesas) que não entraram no Ganho ou no
Investimento.

A TOC afirma que qualquer coisa pode ser classificada em uma dessas três medidas e que
as três são suficientes para fazermos a ponte entre o LL e o RSI com as ações diárias dos
gerentes.

Como prova disso temos as fórmulas do LL (lucro líquido) e RSI (retorno sobre investimento):

• LL = G - DO

• RSI = (G - DO)/I

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onde:

• G = Ganho Total da empresa

• DO = Despesa Operacional Total

• I = Investimento Total

Com essas três medidas (G, I e DO) é possível saber o impacto de uma decisão nos
resultados finais da empresa. O ideal é uma decisão que aumente o G e diminua I e DO.
Porém, qualquer decisão que possua um impacto positivo, o RSI é uma decisão que leva à
direção da meta do sistema. O juiz final que decide se é ou não uma boa decisão é o RSI.

Em uma situação na qual existe uma restrição na linha de produção da empresa, isto é, a
produção tem um recurso que é o gargalo de todo o processo; se faz necessário decidir
quais produtos são mais interessantes para a empresa, pois esta não tem capacidade de
entregar todos os produtos nas quantidades desejadas pelo mercado.

É preciso ter em mente que a restrição é o tempo disponível do recurso restritivo. Para
aumentar o Ganho da empresa, é necessário tirar o máximo possível desse tempo
disponível.

Quando a preferência for os produtos que têm maior ganho e, ao mesmo tempo, existir uma
preferência aos produtos que utilizam menos o tempo da restrição. Quando, comparando
dois produtos, um tenha maior ganho que o outro; existirá um problema. Para resolvê-lo é
necessário utilizar menos o tempo da restrição.

Como decidir qual é melhor decisão para a empresa?

É preciso ter uma medida relativa, que leve em conta o que se quer maximizar, o ganho da
empresa e, ao mesmo tempo, minimizar o tempo gasto da restrição.

Por um lado, se tem o ganho unitário do produto; por outro, os minutos que o produto usa da
restrição. Para decidir qual contribuirá mais para o resultado final da empresa, é necessário

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ter o ganho unitário dos produtos pelo tempo que eles utilizam a restrição, chegando ao
Ganho por tempo da restrição. Para identificar qual o produto que mais contribui para a
lucratividade da empresa, é preciso verificar a posição do mercado dos produtos:

• Quando o mercado é comprador, a restrição é a empresa, isto é, o mercado quer


comprar mais do que a empresa consegue produzir. Neste caso, o produto que gerar
maior ganho, por tempo da restrição, é o mais vantajoso para a empresa. O ganho,
nesse caso, torna-se maior quando os gestores atuam para reduzir o tempo no ponto
de restrição.

• Quando a empresa pode produzir mais do que o mercado quer comprar, a restrição é
o mercado. Nesse caso, o critério de comparação entre os produtos deve ser apenas
o de maior ganho unitário. Qualquer venda de produto cujo preço seja maior que o
CTV, e que não aumenta a DO, contribui para o aumento dos resultados finais da
empresa.

Além da escolha dos produtos que maximizem o ganho para a empresa, é preciso garantir o
ganho que, nesse caso, torna-se maior quando os gestores atuam para reduzir a ociosidade
nos demais pontos do processo, reduzindo a DO.

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U NIDADE 29
Objetivo: Discorrer sobre controladoria estratégica e gestão de custos

Custos para Controladoria Estratégica

Contabilidade Vista como Accountability

Entende-se este conceito como: a adoção dos procedimentos contábeis como instrumentos
de “prestação de contas”. Surgiram dessa ação, os fundamentos para a Contabilidade Social
e Ambiental, divulgação dos atos de corrupção, fraudes e sonegação etc. Com base nesse
princípio, conclui-se que a Contabilidade está presente nas diversas formas de prestação de
contas. Exemplos:

• Prestação de contas à sociedade das entidades sem fins lucrativos. É o caso das
universidades, hospitais públicos, corpo de bombeiros, delegacias de polícia etc.

• Emissão dos relatórios financeiros de um condomínio residencial. Embora esteja


desobrigado pela legislação fiscal e societária, o síndico deve prestar contas das
atividades operacionais e financeiras sob sua responsabilidade.

Controle estratégico significa pensar, em longo prazo, em todas as estratégias para manter e
aumentar a capacidade competitiva da empresa. A controladoria estratégica tem que se
preocupar com: clientes, fornecedores, empregados, acionistas, sociedade em geral e,
principalmente, com os concorrentes.

A estratégia pode ser conceituada como sendo: O processo por meio do qual os gestores
avaliam oportunidades ambientais externas e também a capacidade e os recursos internos,
para decidirem, em médio e longo prazo, sobre metas e plano de ação para a realização
dessas metas.

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A forma escolhida para competir em seu ramo de atuação, indica qual o tipo de vantagem
competitiva adotada pela empresa. Duas são as principais formas genéricas para que a
empresa desenvolva e sustente sua vantagem competitiva: Diferenciação e Liderança em
baixo custo.

• Diferenciação: a abordagem principal é diferenciar a oferta de produtos, de modo que


os clientes possam perceber, valorizar e estar sempre dispostos a adquirir o produto,
devido ao fator diferencial. Esta abordagem implica em fidelidade à marca, estando
sempre relacionado à qualidade e ao status dos produtos. Exemplos: marcas como
Coca-Cola, Brastemp, Mercedes-Benz etc.

• Liderança: a estratégia de baixo custo possibilita ampliar a participação no mercado,


observando, entretanto, que a qualidade básica não seja afetada.

A Liderança em custo pode ser conseguida por meio de abordagens como:

• Economias de escala de produção, perfeitamente possível com a ampliação da


participação da empresa no mercado;

• Efeitos positivos da curva de aprendizagem;

• Rígidos controles de custos de fabricação e despesas administrativas;

• Minimização de custos em áreas com pesquisa e desenvolvimento;

• Sinergia da força de vendas e publicidade.

Tradicionalmente, a análise de custos é conhecida e praticada como sendo o processo de


avaliação do impacto financeiro das decisões gerenciais alternativas.

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Por sua vez, a gestão estratégica de custos deve ser vista; compreendida e praticada sob
contexto mais amplo, cujos elementos estratégicos tornam-se mais conscientes, explícitos e
inseridos nos procedimentos de Controladoria e da Contabilidade de Custos.

A expressão “Gestão Estratégica de Custos” tradução da expressão inglesa Strategic Cost


Management – SCM; vem sendo usada para designar a integração que deve haver entre o
processo de gestão de custos e de gestão da empresa. Em síntese é uma abordagem para a
melhoria contínua de desempenho, que utiliza informações relevantes para a tomada de
decisões. Uma vez integrado aos processos da administração e da controladoria, a gestão
estratégica proporciona as seguintes vantagens, geradas a partir da visualização da
organização por meio de novos e diferenciados ângulos:

• Um poderoso instrumento para tomadas de decisão;

• A focalização dos esforços de melhoria, com resultados mensuráveis;

• O aprimoramento na capacidade da empresa de criar e agregar valores.

Comparação entre as abordagens tradicionais de Análise de Custos e a Gestão Estratégica:

As informações decorrentes da A gestão estratégica de custos permite a


abordagem tradicional limitam as utilização de ferramentas mais apropriadas para
seguintes análises a gestão empresarial

Análise do ponto de equilíbrio – break Análise de agrupamento de atividades;


even point;
Análise dos geradores ou direcionadores de
Análise das variações entre o custo real custos (cost drivers);
e padrão;
Análise das atividades que agregam, ou não
Valor presente; agregam, valor;

Análise de índices financeiros; Análise dos processos operacionais e

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Retorno sobre o investimento; administrativos;

Ferramenta TQC – qualidade total; Análise do benchmarketing;

Análise do custo da qualidade;

Análise da rentabilidade dos clientes;

Análise de redução dos tempos de ciclos


operacionais;

Análise fragmentação/concentração de
atividades;

Custeio de produtos e serviços.

Uma das funções da Controladoria é a avaliação de desempenho de todas as unidades de


trabalho, para constatação de pontos fracos prejudiciais à eficiência e eficácia da empresa.

Exemplo de incoerência da utilização de padrões inadequados; é o caso do departamento de


compras, normalmente avaliado com base na variação custo real x custo padrão; que muitas
vezes usa fornecedores com preços mais baratos, não importando as consequências como:
baixa qualidade, alto nível de sucata, interrupções no processo de produção etc.

Insumos de baixa qualidade provocam desperdícios nos departamentos produtivos e, em


consequência, a empresa toda perderá.

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Medidas não financeiras - podem ser agrupadas em cinco categorias:

Serviço ao cliente

• Moral e cultura corporativa;

• Reconhecimento interno;

• Capacidades essenciais;

• Educação/treinamento;

• Rotatividade de pessoal;

• Satisfação do empregado.

Desempenho de mercado

• Inovação;

• Produtividade de pesquisa e desenvolvimento;

• Capacidade tecnológica;

• Flexibilidade industrial;

• Desenvolvimento de novos produtos.

Atingimento de resultados

• Atingimento estratégico;

• Respeito ao meio ambiente;

• Produtividade.

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Inovação

• Participação de mercado;

• Crescimento de mercado;

• Eficiência do marketing.

Envolvimento do funcionário

• Qualidade do serviço;

• Qualidade do produto;

• Eficiência nas entregas;

• Satisfação do cliente.

Os controles e as medidas de avaliação de desempenho e resultados têm como principais


objetivos:

• Mensurar o grau de eficiência e eficácia com que as atividades são executadas, em


relação às metas e objetivos previamente estabelecidos e aprovados durante o
planejamento estratégico;

• Oferecer adequados subsídios ao processo de eliminação de desperdícios e


aprimoramento de rotinas inadequadas.

Então, uma empresa necessita de informações financeiras, e não financeiras, para o alcance
das metas gerenciais e para controle e avaliação da gestão. As mensurações de
desempenho devem assegurar uma conexão entre as atividades operacionais e o
planejamento estratégico.

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U NIDADE 30
Objetivo: Demonstrar o reconhecimento do custo na atividade imobiliária destinados a venda

Custo na Atividade Imobiliária

Contabilidade na Atividade Imobiliária

O custo dos imóveis vendidos nas atividades imobiliárias compreende:

1. o custo de aquisição de terrenos ou prédios, inclusive os tributos devidos na aquisição


e as despesas de legalização, inclui, entre outros custos:

a. ‘o custo de aquisição de materiais ou quaisquer outros bens aplicados ou


consumidos na produção, inclusive os custos de transporte e seguro até o
estabelecimento do contribuinte e os tributos devidos na aquisição ou
importação desses insumos;

b. o custo dos serviços aplicados ou consumidos na produção, inclusive os


tributos sobre ele devidos que onerem o contribuinte;

c. o custo do pessoal aplicado na produção, inclusive de supervisão direta,


manutenção e guarda das instalações de produção;

d. os custos de locação, manutenção e reparo e os encargos de depreciação dos


bens aplicados na produção;

e. os encargos de amortização diretamente relacionados com a produção;

f. os encargos de exaustão dos recursos naturais utilizados na produção.

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2. os custos de estudo, planejamento, legalização e execução dos planos ou projetos de
desmembramento, loteamento, incorporação, construção e quaisquer obras ou
melhoramentos.

Custos pagos ou incorridos

Os custos pagos ou incorridos, admitidos na formação do custo do imóvel vendido, são


aqueles que se refiram a bens ou serviços adquiridos, ou contratados, para específica
aplicação no empreendimento do qual a unidade negociada faça parte.

Contabilização

a. Os bens adquiridos para estocagem, sem destinação específica, deverão ser


debitados a uma conta de almoxarifado e somente apropriáveis ao custo de
qualquer empreendimento quando nela aplicados.

b. Todos os custos pagos ou incorridos serão primeiramente debitados a uma


conta representativa das “Obras em Andamento”, classificável no ativo
circulante, para depois serem considerados na formação do custo de cada
unidade vendida.

c. Os custos pagos ou incorridos referentes a empreendimentos que


compreendam duas ou mais unidades deverão ser apropriados, a cada uma
delas, mediante rateio de acordo com os mapas de apropriação de custos,
como por exemplo: rateio por metragem quadrada construída.

Mapas de rateio

Os lançamentos de apropriação dos custos incorridos às unidades imobiliárias são


apropriados mediante planilhas de cálculos, discriminando: data, histórico e respectivo valor,
distribuídas entre as unidades respectivas.

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Custos não incorridos

Os custos ainda não incorridos são aqueles que se formarão no futuro, mas que devem ser
contabilizados quando se referem a vendas contratadas, pois decorrem de uma obrigação de
fazer.

Os custos não incorridos compreendem os custos contratados e os custos orçados.

Custos Contratados

Pela observância estrita do regime de competência, serão contabilizados na formação do


custo do imóvel vendido, nos custos contratados para a realização das obras e/ou os
melhoramentos a que estiver obrigado.

A contabilização dos custos contratados é aplicável somente aos imóveis vendidos, portanto,
não deverão ser registrados custos contratados apropriáveis a unidades por vender.

CONTABILIZAÇÃO DOS CUSTOS CONTRATADOS

O valor dos custos contratados, respectivos ao imóvel vendido, deverá ser creditado à conta
específica do Passivo Circulante ou do Exigível em Longo Prazo, na data da efetivação da
venda, em um dos seguintes débitos:

1) Resultado do exercício:

Débito à conta específica de Custo dos Imóveis Vendidos, se referente à unidade não
concluída vendida à vista, ou vendida a prazo ou à prestação com pagamento total
contratado para o curso do ano calendário da venda.

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2) Resultado de Exercício Futuro:

Débito à conta própria deste grupo (Custos de Exercícios Futuros), se referente à unidade
não concluída vendida a prazo ou à prestação com pagamento restante ou pagamento total
contratado para depois do ano calendário da venda.

Custos Contratados para 2 ou mais Unidades

Os custos contratados relativos a empreendimentos que compreendam duas ou mais


unidades deverão ser apropriados, a cada uma delas, mediante rateio.

Custos Orçados

Quando a venda for contratada antes de completado o empreendimento contabiliza-se, no


custo do imóvel vendido; além dos custos incorridos e contratados, os custos orçados para a
conclusão das obras ou melhoramentos que estiver contratualmente obrigado a realizar.

Esta contabilização aplica-se somente aos imóveis vendidos. Portanto, a contabilidade não
deverá registrar custos orçados apropriáveis às unidades por vender.

Apuração do Custo Orçado

O custo orçado será baseado nos custos usuais do tipo de empreendimento imobiliário e
compreenderá a diferença entre o custo total previsto e os custos pagos, incorridos ou
contratados até a data de efetivação da venda.

Contabilização

O valor dos custos orçados respectivos ao imóvel vendido deverá ser creditado à conta
específica do Passivo Circulante ou do Exigível em Longo Prazo, na data da efetivação da
venda, em contrapartida a um dos seguintes débitos:

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.Resultado do Exercício: débito a conta de custo das unidades vendidas, se referente à
unidade não concluída, vendida à vista ou a prazo, com pagamento total contratado para o
curso do ano calendário da venda;

.Resultado de Exercícios Futuros: débito à conta própria de Custos deste grupo, se referente
à unidade não concluída, vendida a prazo ou à prestação, com pagamento restante ou
pagamento total contratado para depois do ano calendário da venda.

Modificação Ocorrida no Valor do Orçamento

As alterações no projeto ou nas especificações são as que se relacionarem com a


quantidade ou a qualidade dos materiais, bens, obras ou serviços ou com a natureza dos
encargos ou despesas estipulados no orçamento.

As modificações ocorridas no valor do orçamento da unidade vendida serão creditadas à


conta específica do Passivo Circulante ou do Exigível em Longo Prazo, em contrapartida a
débitos da conta específica de Resultado do Exercício ou da conta própria de Resultado de
Exercícios Futuros.

Atualização Monetária

Os custos contratados ou orçados poderão ser atualizados monetariamente desde que uma
cláusula contratual, neste sentido, tenha sido estipulada entre o construtor e o fornecedor de
bens ou serviços. Conforme dispõe o § 2º do artigo 413 do Regulamento do Imposto de
Renda, a pessoa jurídica poderá registrar como variação monetária passiva as atualizações
monetárias do custo contratado e do custo orçado, desde que o critério seja aplicado
uniformemente.

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Conta Custos Orçados, a Incorrer

Saldo Devedor

Durante a execução do empreendimento, é necessário verificar se o saldo da conta “Custos


Orçados a Incorrer” é credor, pois se trata de uma conta do Passivo.

Caso a conta apresente saldo devedor, significa que o custo orçado previsto foi inferior ao
efetivado. Portanto, a partir desta data, o excesso de custos verificado deverá ser
contabilizado diretamente em conta de resultado.

Saldo Credor

Na hipótese do empreendimento ter sido concluído e a conta de “Custo Orçado a Incorrer”,


relativa a este, se apresentar credora, deve o mesmo saldo ser zerado, mediante
transferência à conta de resultado.

Aspectos Fiscais

Para detalhamentos fiscais das atividades imobiliárias, observar os artigos 410 a 414 do
Regulamento do Imposto de Renda (Decreto 3.000/99), adiante reproduzidos:

Art. 410. O contribuinte que comprar imóvel para venda ou promover empreendimento de
desmembramento ou loteamento de terrenos, incorporação imobiliária ou construção de
prédio destinado à venda, deverá, para efeito de determinar o lucro real, manter, com
observância das normas seguintes, registro permanente de estoques para determinar o custo
dos imóveis vendidos (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 27):

I – o custo dos imóveis vendidos compreenderá:

a) o custo de aquisição de terrenos ou prédios, inclusive os tributos devidos na aquisição e


as despesas de legalização; e

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b) os custos diretos (art. 290) de estudo, planejamento, legalização e execução dos planos
ou projetos de desmembramento, loteamento, incorporação, construção e quaisquer obras
ou melhoramentos;

II – no caso de empreendimento que compreenda duas ou mais unidades a serem vendidas


separadamente; o registro de estoque deve discriminar o custo de cada unidade distinta.

Apuração do Lucro Bruto

Art. 411. O lucro bruto na venda de cada unidade será apurado e reconhecido quando
contratada a venda, ainda que mediante instrumento de promessa, ou quando implementada
a condição suspensiva a que estiver sujeita a venda (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 27,
§ 1º).

Venda antes do Término do Empreendimento

Art. 412. Se a venda for contratada antes de completado o empreendimento, o contribuinte


poderá computar no custo do imóvel vendido, além dos custos pagos, incorridos ou
contratados, os orçados para a conclusão das obras ou melhoramentos a que estiver
contratualmente obrigado a realizar (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 28).

§ 1º O custo orçado será baseado nos custos usuais no tipo de empreendimento imobiliário
(Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 28, § 1º).

§ 2º Se a execução das obras ou melhoramentos a que se obrigou o contribuinte se estender


além do período de apuração da venda e o custo efetivamente realizado for inferior, em mais
de quinze por cento, ao custo orçado computado na determinação do lucro bruto, o
contribuinte ficará obrigado a pagar juros de mora sobre o valor do imposto postergado pela
dedução de custo orçado excedente ao realizado, observado o disposto no art. 874, quando
for o caso (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 28, § 2º).

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§ 3º A atualização e os juros de mora de que trata o parágrafo anterior deverão ser pagos
juntamente com o imposto incidente no período de apuração em que tiver terminado a
execução das obras ou melhoramentos (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 28, § 3º).

Venda a Prazo ou em Prestações

Art. 413. Na venda a prazo, ou em prestações, com pagamento após o término do ano-
calendário da venda, o lucro bruto poderá, para efeito de determinação do lucro real, ser
reconhecido nas contas de resultado de cada período de apuração proporcionalmente à
receita da venda recebida, observadas as seguintes normas (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977,
art. 29):

I – o lucro bruto será registrado em conta específica de resultados de exercícios futuros, para
a qual serão transferidos a receita de venda e o custo do imóvel, inclusive o orçado (art.
412), se for o caso;

II – por ocasião da venda será determinada a relação entre o lucro bruto e a receita bruta de
venda e, em cada período de apuração, será transferida para as contas de resultado parte do
lucro bruto proporcional à receita recebida no mesmo período;

III – a atualização monetária do orçamento e a diferença posteriormente apurada, entre custo


orçado e efetivo, deverão ser transferidas para a conta específica de resultados de exercícios
futuros, com o consequente reajustamento da relação entre o lucro bruto e a receita bruta de
venda, de que trata o inciso II, levando-se à conta de resultados a diferença de custo
correspondente à parte do preço de venda já recebido;

IV – se o custo efetivo foi inferior, em mais de quinze por cento, ao custo orçado, aplicar-se-á
o disposto no § 2º do art. 412.

§ 1º Se a venda for contratada com juros, estes deverão ser apropriados nos resultados dos
períodos de apuração a que competirem (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 29, § 1º).

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§ 2º A pessoa jurídica poderá registrar como variação monetária passiva as atualizações
monetárias do custo contratado e do custo orçado, desde que o critério seja aplicado
uniformemente (Decreto-Lei nº 2.429, de 14 de abril de 1988, art. 10).

Venda com Atualização Monetária

Art. 414. Na venda contratada com cláusula de atualização monetária do saldo credor do
preço, a contrapartida da atualização, nas condições estipuladas no contrato, da receita de
vendas a receber será computada, no resultado do período de apuração, como variação
monetária (art. 375), pelo valor que exceder a atualização, segundo os mesmos critérios, do
saldo do lucro bruto registrado na conta de resultados de exercícios futuros de que trata o
inciso I do artigo anterior (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 29, § 2º, e Lei nº 9.069, de 29
de junho de 1995, art. 28).

Antes de iniciar sua Avaliação Online, é fundamental que você acesse sua SALA
DE AULA e faça a Atividade 3 no “link” ATIVIDADES.

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G LOSSÁRIO

Caso haja dúvidas sobre algum termo ou sigla utilizada, consulte o link Glossário, em sua
sala de aula, no site da ESAB.

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B IBLIOGRAFIA

Caso haja dúvidas sobre algum termo ou sigla utilizada, consulte o link Bibliografia, em sua
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