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Universidade Politécnica

A POLITÉCNICA

Escola Superior Aberta

GUIA DE ESTUDO
Análise e Gestão de Projectos
Curso de Gestão de Empresas
(7º Semestre)

Moçambique
FICHA TÉCNICA

Maputo, Abril de 2013

© Série de Guias de Estudo para o Curso de Gestão de


Empresas (Ensino a Distância).

Todos os direitos reservados à Universidade Politécnica

Título: Guia de Estudo de Análise e Gestão de Projectos


Edição: 1ª

Organização e Edição
Escola Superior Aberta (ESA)

Elaboração
Vitorino Manuel Sitoe (Conteúdo)
Vitorino Manuel Sitoe (Revisão Textual)
UNIDADES TEMÁTICAS

Tema Pag.

Projecto: conceito e técnicas matemáticas Financeira ............................................ 2

Viabilidade Económico- Financeira de projectos sem risco .................................. 20

Viabilidade económico-financeira de projectos com risco .................................... 43


Gestão de Empresas – Elaboração e Analise de Projectos – Semestre 8

APRESENTAÇÃO

Caro(a) estudante

Está nas suas mãos o Guia de Estudo da disciplina de Analise e Gestão de Projectos
que integra a grelha curricular do Curso de Licenciatura em Gestão de Empresas
oferecido pela Universidade Politécnica na modalidade de Educação a Distância.

Este guia tem por finalidade orientar os seus estudos individuais neste semestre do
curso. Ao estudar a disciplina de Elaboração e Analise de projectos você estará
capacitado para decidir sobre o avanço ou não de um projecto de investimento no que
tange a viabilidade financeira do mesmo

O Guia de Estudo contempla textos introdutórios para situar o assunto que será
estudado os objectivos específicos a serem alcançados ao término de cada unidade
temática, a indicação de textos como leituras obrigatórias que você deve realizar; as
diversas actividades que favorecem a compreensão dos textos lidos e a chave de
correcção das actividades que lhe permite verificar se você está a compreender o que
está a estudar.

Vai também encontrar no guia a indicação de leituras complementares, isto é,


indicações de outros textos, livros e materiais relacionados ao tema em estudo, para
ampliar as suas possibilidades de reflectir, investigar e dialogar sobre aspectos do seu
interesse.

Esta é a nossa proposta para o estudo de cada disciplina deste curso. Ao recebê-la,
sinta-se como um actor que se apropria de um texto para expressar a sua inteligência,
sensibilidade e emoção, pois você é também o(a) autor(a) no processo da sua
formação em Gestão de Empresas. Os seus estudos individuais, a partir destes guias,
nos conduzirão a muitos diálogos e a novos encontros.

A equipa de professores que se dedicou à elaboração, adaptação e organização deste


guia sente-se honrada em te-lo como interlocutor(a) em constantes diálogos motivados
por um interesse comum a educação de pessoas e a melhoria contínua dos negócios,
base para o aumento do emprego e renda no país.

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso convívio.

A Equipa da ESA

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Gestão de Empresas – Elaboração e Analise de Projectos – Semestre 8

UNIDADE TEMÁTICA 1

PROJECTO : CONCEITO E TÉCNICAS MATEMÁTICAS APLICADAS

Adaptado de: Alexandre Alvarez

Objectivos

Ao finalizar os estudos propostos neste roteiro, você estará apto(a) a:


Explicar os conceitos introdutórios de Projectos
Estabelecer relação entre a Matemática Financeira e os Projectos
Explicar as formas e utilização dos financiamentos nos Projectos
Elaborar parte de um Projecto, voltado para o estudo da Viabilidade Económico
Financeira, relacionados com as projecções contabilísticas da DRE
(Demonstração do Resultado do Exercício) e do BP (Balanço Patrimonial).

Considerações iniciam

É importante salientar que, neste roteiro, daremos ênfase para a Viabilidade


Económica de um projecto, uma vez que a forma de apresentação já foi vista em
roteiros anteriores. O estudo deste componente curricular compreende três roteiros
nos quais serão vistos, inicialmente, os conceitos básicos de Projectos e,
posteriormente, como elaborar o estudo da viabilidade do Projecto, como elaborar os
cálculos e como analisá-los. Podemos dizer que este roteiro está, basicamente,
relacionado com o estudo de Viabilidade Económico Financeira, voltado para uma
empresa industrial. Então, vamos iniciar a nossa caminhada, desejando a todos bons
estudos.

Projetos – conceitos e características

Projectos – conceitos e características

Primeiramente, vamos conceituar o termo “Projecto”, voltado para os nossos


objectivos:

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Assim, neste caso, se estamos projectando dados financeiros para um período futuro,
com certeza não acertaremos em 100%. Portanto, é necessário que tenhamos todas
as informações que cercam este projecto bem como, também, todas as informações
Possíveis sobre o que poderá acontecer no período mencionado, como por exemplo:

As tendências relacionadas com o sector no que diz respeito ao crescimento, à


parte fiscal e à localização físicas
Os recursos necessários para a realização/implementação do projecto em si;
Os profissionais necessários para o bom desempenho do projecto, entre outras.

Podemos, então, dizer que uma característica dos projectos é o grau de


incerteza e complexidade que o envolve. A incerteza está relacionada com o
conhecimento do resultado final do projecto, e a complexidade está relacionada com o
número de variáveis envolvidas, também, com este projecto. Quanto maior for o
número de variáveis envolvidas, maior será a sua complexidade.

Veja o quadro, a seguir:

Outras características que podemos citar em relação aos projectos são:

Actividade única: um projecto não se repete ele é único. Não existem dois iguais.
Mesmo que tenhamos que fazer um novo projecto, sobre o mesmo tema ou
problema, será outro projecto com características individuais, diferentes do anterior.
Podemos citar, por exemplo, a construção de um edifício – se formos fazer outro
edifício, teremos que elaborar outro projecto

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Como toda actividade, o projecto tem início, meio e fim


Normalmente, tem um tempo de execução maior e requer uma administração
específica
Tem um objectivo principal que é o motivo da elaboração do projecto e diversos
outros objectivos secundários, ligados ao projecto em questão. Podemos citar,
como exemplo, a elaboração de uma rodovias o objectivo principal do projecto é a
execução (realização) da rodovia e como objectivos secundários podemos citar:
melhoria no deslocamento da população na região crescimento económico da
região por meio dos transportes de mercadorias (aumento das negociações
comerciais) etc.

Implica em um relacionamento entre o fornecedor e o cliente ou o fornecedor e o


usuário. Há necessidade de se identificar as entidades envolvidas no projecto para
melhor entendê-lo e atingir com maior eficiência os objectivos traçados. Estas
entidades podem ser classificadas em:

O clientes que pagam e usam: como exemplo, podemos citar um projecto de


construção de uma residência, no qual o cliente que contrata vai residir no imóvel

O clientes que pagam e não usam: podemos citar, como exemplo, um projecto
público referente à criação de uma praça, no qual o governo contrata, mas quem
vai usufruir é a população daquela cidade.

Estas são algumas das características que identificam uma actividade como sendo um
Projecto, e que a diferencia de uma Actividade Funcional. E, por falar em Actividade
Funcional, vamos conhecer um pouco as características dela, até porque, teremos que
saber diferenciar uma da outra.

Para estas actividades, não devemos desenvolver um projecto, uma vez que são
rotineiras e um tempo considerado pequeno de execução. Outras características
relacionadas às Actividades Funcionais, além das citadas, são baixo grau de incerteza
e de complexidade, ou seja, o resultado final é conhecido e tem poucas variáveis
relacionadas a actividades. Normalmente estas variáveis são internas e controláveis.

Além disso, para estas actividades, as empresas devem:

Fazer um descritivo (passo a passo);


Indicar um responsável por aquele processo
Treinar as pessoas e departamentos envolvidos com a tarefa em questão
Quando necessário, fazer as devidas revisões/alterações e reiniciar o ciclo.

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Desta forma, as empresas garantem a qualidade dos serviços/tarefas a serem


desenvolvidas. Seria como, por exemplo, a empresa tivesse uma descrição da
seguinte tarefa:

“ Elaboração de café”, em que teria:


As medidas usadas
Os utensílios necessários para a realização, inclusive os que seriam usados
para a medição das quantidades de água, açúcar, pó de café etc.
Os horários em que seria feito o café.

Enfim, todos os passos necessários para que se pudesse garantir o padrão de


qualidade do café feito pela empresa, que seria servido aos seus colaboradores,
clientes, fornecedores, etc.

Com este procedimento, uma pessoa que fosse fazer o café, seguindo as orientações
do procedimento, no mesmo padrão de qualquer outra pessoa que porventura fosse,
também, fazê-lo, em uma eventualidade de falta da pessoa designada a fazer o café,
diariamente, na empresa.

A seguir, mostraremos, através de um quadro, as diferenças e semelhanças entre os


Projectos e as Actividades Funcionais.

Baseado no que foi exposto, podemos afirmar que existem empresas que,
praticamente, só trabalham com projectos. É o caso das empresas da construção civil
(edificações), estaleiros (navios) e aviação. Estas empresas, para desempenhar as
suas actividades, necessitam de elaborar um projecto para cada cliente e,
consequentemente, para cada actividade que for realizar.

Da mesma maneira, há empresas que não necessitam de elaborar um projecto para


desenvolverem suas actividades, como por exemplo: escritórios de contabilidade,
comércio a retalho em geral, indústrias manufactureiras, entre outras.

Isto não quer dizer que as empresas que só trabalham com projectos não tenham
actividades funcionais, nem que as empresas que não necessitam de projectos para
desenvolver suas actividades não possam ter, em um determinado momento, um
projecto. O que podemos afirmar é que em um projecto teremos, com certeza,
actividades funcionais. Porém, o mesmo, não ocorre com as actividades funcionais,
que podem não ter um projecto inserido nelas.

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Outra característica que pode ser considerada em um projecto relaciona-se com o seu
tamanho. Projectos, normalmente, são grandes e podem, em função disto, serem
subdivididos, criando-se, então os subprojectos. Como, exemplo pode citar o estudo de
Viabilidade Económico Financeira de um projecto que pode ser tratado como um
subprojecto. E este é o foco do nosso trabalho.

Fases do projecto

Todo projecto tem um ciclo subdividido em quatro fases: preparação, estruturação,


desenvolvimento e encerramento.

Preparação

Diz respeito à definição do objectivo principal e secundário, bem como, também, ao


esclarecimento das expectativas das entidades envolvidas – clientes ou usuários.

Nesta fase, devemos usar algumas técnicas como perguntas ao cliente e/ou usuário
para melhor esclarecer os objectivos e o resultado final esperado. Deve-se, também,
caso seja necessário e dependendo do projecto, visitar o local onde será a
implantação, verificando-se:

As formas de acessos
O tempo de acessos
Se existe nas proximidades meios e fornecedores que poderão dar subsídios à
execução do projecto.
Se será necessário permanecer no local do projecto desde o seu início até o
seu final em função da dificuldade de locomoção – que pode ser pelas
condições de acesso ou pelo tempo.

Enfim, tudo que será necessário para a realização do projecto, sem que haja
imprevistos como falta de materiais, equipamentos e outros recursos que poderão
atrasá-lo ou inviabilizá-lo.

É bom lembrar que, dependendo do tipo de projecto, há que se prever a


possível utilização de recursos que não os directamente ligados a ele, como, por
exemplo, refeições no local, medicamentos para o pessoal, alojamento, segurança,
profissionais de outras áreas não ligadas directamente ao projecto, entre outras.

Estruturação

Diz respeito à definição dos recursos pessoais e materiais que deverão ser utilizados
na execução do projecto. Fase muito importante, uma vez que devemos prever tudo
que será necessário para a sua realização ou implementação.

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É bom salientar que, dependendo do projecto, a falta de um recurso, não


previsto, pode inviabilizá-lo.

A estruturação vem logo após a preparação, haja vista que em função do


conhecimento detalhado do projecto, levantado na fase de preparação, é que vamos
poder prever todos os recursos necessários com relação:

Aos profissionais ligados directa e indirectamente ao projectos


Os recursos materiais
Equipamentos;
Medicamentos;
Equipamentos de protecção individual e colectivos
Alimentos

Enfim, tudo que deverá ser utilizado na execução do projecto. Nesta fase também
deveremos elaborar os cronogramas das actividades funcionais do projecto, com suas
prioridades e tempos para um melhor fluxo dos recursos necessários.

Os cronogramas são de fundamental importância no sentido de optimizar


tempo e recursos a serem utilizados no desenvolvimento do projecto, fazendo com que
seu custo seja, impreterivelmente, o necessário, evitando-se perda de tempo e
desperdícios.

Em se tratando de um projecto de investimento, voltado para uma empresa industrial,


comercial ou de serviços, objecto do nosso estudo, é nesta fase que deveremos
realizar o estudo de viabilidade económico financeira do projecto, antes da fase de
desenvolvimento, que apontará se ele será ou não viável.

Caso o projecto apresente resultado económico-financeiro negativo, poderá ser


encerrado nesta fase. Para este estudo, é que utilizaremos as técnicas da Matemática
Financeira e da Contabilidade, na preparação dos dados a serem projectados por meio
dos Balanços e Demonstrações de Resultados, e, por fim, avaliados por meio de
técnicas específicas para obtermos o resultado final.

Os profissionais requisitados para este estudo deverão:


Ter conhecimento dos negócios
Entender o cenário actual
Prever o futuro.

Isto, para que possam diminuir os riscos existentes que poderão ocorrer. Nunca é
demais lembrar que, a partir da fase seguinte do projecto, o cliente que estiver
bancando, já terá desembolsos e qualquer inconveniente trará um prejuízo efectivo,
sem condições de ser revertido.

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Por exemplo, em se tratando de um projecto de abertura de uma empresa, deveremos:


Estudar o ramo de negócios
Como o sector vem se comportando nos últimos anos
As perspectivas para o futuro desses negócios
O melhor enquadramento fiscal para a empresa em questão
A melhor forma de tratar os impostos, tanto nas aquisições como nas vendas
Se o projecto vai ser feito, no seu total
Se vai ser feito com capital próprio ou se terá parte financiado com capital de
terceiros
Os valores de aquisições dos equipamentos que a empresa deverá ter para
operar.

Fase de Desenvolvimento

É a fase em que se começa a execução do projecto, por meio da utilização de todos os


recursos previstos na fase anterior, de acordo com os cronogramas traçados.

Entendemos que o projecto já foi analisado em termos económico-financeiro, já foram


firmados alguns contratos de execução e fornecimento dos recursos, entre outros.
Mobilizam-se se todos os esforços no sentido de iniciar, efectivamente, o projecto, de
acordo com os cronogramas traçados. Os recursos já deverão estar disponíveis e nos
locais certos para serem utilizados.

Fase de Encerramento

Refere-se à conclusão do projecto. Término do desenvolvimento do projecto em que os


beneficiários poderão utilizá-lo para o fim a que foi programado.

A administração do projecto deverá estar presente em todas as fases do projecto


citadas anteriormente, para que se possa obter os resultados com maior eficiência,
bem como também, paralelamente, ir ajustando as variações que ocorrerão. Esta
administração tem quatro fases distintas, a saber: Planeamento, Organização,
Execução e Controlo.

Planeamento:

Preparação de todas as fases do ciclo de vida do projecto. Tomar decisões, esclarecer


pontos importantes e relevantes para o perfeito andamento do projecto. Preparar os
cronogramas das actividades bem detalhados.

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O planeamento estará presente em todas as fases do ciclo de vida dos projectos.

Deve-se:
Usar muitas ferramentas, como por exemplo, o Brainstorming
Fazer o levantamento de dados necessários
Ter conhecimento do local onde será implantado o projectos
Relacionar as variáveis internas e externas envolvidas com o projecto, que
poderão actuar de forma favorável, ou não, no mesmo.

Enfim, tudo que for possível para que o restante do projecto possa ser feito com maior
segurança e menor risco.

Organização

Delegar as responsabilidades e distribuir as actividades (tarefas). Preparar as equipe e


os materiais necessários para a execução de cada tarefa do projecto. Disponibilizar
nos locais, e, em tempo, todos os recursos necessários para a execução do projecto.

Execução:

Colocar em prática o que foi planeado e organizado nas duas fases anteriores, de
acordo com os planos e cronogramas traçados.

Controle:

Acompanhamento do planeado com o realizado, de forma a garantir que os resultados


traçados sejam alcançados. Em caso de desvios, reorganizar os dados e os
cronogramas, para que os mesmos voltem para o padrão estabelecido e alcancem os
resultados esperados.

Viabilidade Económica Financeira

Após termos visto a parte conceitual do tema “Projectos”, vamos focar nossos estudos
para a parte da Viabilidade Económica Financeira, que é o nosso maior objectivo.

Sabemos que, normalmente, os projectos de investimentos, objecto do nosso estudo,


requerem financiamentos para serem realizados. Em função disto, vamos relembrar as
técnicas da Matemática Financeira ou Cálculo Financeiro, uma vez que é muito
utilizada na análise económico-financeira dos Projectos.

Grandes partes dos projectos são, total ou parcialmente financiados junto a entidades
financeiras (bancos). Estes financiamentos, às vezes, viabilizam o projecto no que se

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refere à parte financeira, quando não se tem recursos próprios (Capital Próprio)
suficientes para iniciar.

A modalidade mais utilizada é o Sistema Price ou sistema de amortização Francês,


que já foi visto em períodos anteriores, em que é liberada parte do dinheiro para o
projecto, cobrando-se IOF- “Imposto sobre Operações Financeiras” (por dentro ou por
fora), prestações mensais, e, muitas vezes, com diferimento. Este financiamento age
directa e indirectamente no resultado financeiro do projecto (Fluxo de Caixa). Então,
vamos relembrar estes conceitos e suas formas de actuação e reflexos nas
demonstrações financeiras (DMR e Bal. Patrim) das empresas. Outras técnicas, como
a elaboração do fluxo de caixa, a composição e cálculo do resultado serão vistos nas
unidades números 2 e 3, desta disciplina.

Cabe aqui salientar a importância dos conhecimentos relacionados à disciplina de


Contabilidade, no que se refere ao Balanço Patrimonial e a Demonstração do
Resultado do Exercício, uma vez que estaremos projectando os resultados para um
período futuro – normalmente 5 ou 10 anos – e sem estes fundamentos não
conseguiremos atingir os objectivos. A projecção do Balanço Patrimonial e da
Demonstração do Resultado é fundamental para a conclusão das análises de
viabilidade económico financeira, principalmente no auxílio da elaboração da
Demonstração do Fluxo de Caixa pelo método indirecto, e na recuperação de
Prejuízos
Acumulados.

Para relembrarmos estes conceitos, tanto contabilísticos como da matemática


financeira, vamos pegar, como exemplo, o seguinte exercício:

Exercício resolvido

Sua empresa realiza um financiamento, modalidade price ou sistema de amortização


francês, em 31/12/X0, nas seguintes condições, a saber:

Valor à vista do bem a ser financiado: $ 100.000,00;


Valor do financiamento: 85% do valor à vista do bem
IOF de 2% sobre o valor financiado (VF), cobrado no acto;
Prazo total do financiamento: 5 anos;
Diferimento: 6 meses
Taxa efectiva: 15% ao ano;
Número de parcelas: 18 trimestrais.

De acordo com os dados passados, pede-se:

1. Considerando que o IOF fará parte do valor financiado (VF):


a) Calcular e demonstrar, através da planilha price ou sistema de amortização
francês ou progressivo, o valor anual da transacção

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b) Projectar, através do Balanço Patrimonial (BP), a transacção referente ao
financiamento em questão, para os anos de X0, X1, X2, X3, X4 e X5.

2. Considerando que o IOF não fará parte do valor financiado (VF):


a) Calcular e demonstrar, através do sistema de amortização francês, a
Planilha price o valor anual, da transacção
b) Projetar, através do Balanço Patrimonial (BP), a transacção referente ao
financiamento em questão, para os anos de X0, X1, X2, X3, X4 e X5.

Obs. usar 6 casas decimais, após a vírgula, para os cálculos financeiros.

Resolução: Considerando o IOF como parte do Valor Financiado (por dentro).


1 o passo: Cálculo da taxa equivalente trimestral:

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Capitalizar o Valor Financeiro, pelo regime composto.

Amortização pelo sistema francês ou progressivo. Note que esta resolução, é directa,
mas também podemos usar a fórmula de rendas pelo sistema de amortização francês
para calcular o valor de prestação trimestral

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O preenchimento desta tabela, requer conhecimento profundo de contabilidade


financeira e matemática financeira, relembre estes capítulos das unidades anteriores.

Obs. A diferença de $0,01 entre o total do Activo e o total do Passivo e do


Património Líquido refere-se ao arredondamento que em uma situação contabilística
deverá ser ajustado nos valores dos juros. Para efeito académico, vamos manter os
valores arredondados das planilhas, uma vez que não temos o objectivo de elaborar a
parte contabilística.

Resolução: considerando que o Iof não fará parte do Valor Financiado:

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Leituras Complementares

Texto 1
MAXIMIANO, António Cesar Amaru Administração de Projectos: como transformar
ideias em resultados. São Paulo. Atlas. 1997
Leia os capítulos indicados, a seguir:
Capítulo 1“Apresentando os Projectos”;
Capítulo 2 “O Essencial da Administração de Projectos”;
Capítulo 3 “Definição dos Objectivos”;
Capítulo 4 “Definição dos Meios”.
A leitura dos capítulos indicados é importante para que você complete os conceitos e
compreenda melhor o assunto aqui tratado, e para a realização das actividades
propostas, além de dar uma sustentação para o restante dos conteúdos a serem
tratados nos próximos roteiros, bem como também nas próximas etapas.

Texto 2

ASSAF NETO, Alexandre. Matemática Financeira e suas aplicações. 8. ed. São Paulo:
Atlas, 2003.
Leia os itens indicados, a seguir, do capítulo 12, “Sistemas de Amortização de
Empréstimos e Financiamentos”:
12.3 – “Sistema de Amortização Francês”;
12.4 – “Tabela Price”.

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Actividades

A seguir, desenvolva as actividades propostas para aperfeiçoar o seu conhecimento,


que muito contribuirão para o seu desenvolvimento. Para tal, não deixe de estudar os
capítulos enumerados nas obras citadas.
Para realizar as actividades 1 a 4, use a seguinte informação: Sua empresa realiza um
financiamento, modalidade price ou sistema francês, em 31/12/X0, nas seguintes
condições, a saber:
Valor à vista do bem a ser financiado: $ 125.000,00;
Valor do financiamento: 80% do valor à vista do bem;
IOF de 1,2%, cobrado no ato;
Prazo total do financiamento: 5 anos;
Carência ou diferimento: 6 meses;
Taxa efectiva: 7,5% ao ano;
Parcelas mensais ou prestações mensais.

Actividade 1
De acordo com os dados anteriores ou passados.
Pretende-se:
Elaborar os cálculos e a planilha price anual da transacção, considerando que o IOF
faça parte do Valor Financiado.
Actividade 2
De acordo com o resultado da actividade 1, elabore o Balanço Patrimonial anual, para
os períodos de X0, X1, X2, X3, X4 e X5.

Actividade 3
Refaça o exercício inicial, considerando que o IOF não faça parte do Valor Financiado,
e elabore a planilha price, anual, da transacção.

Actividade 4
De acordo com o resultado da actividade 3, elabore o Balanço Patrimonial, anual, para
os períodos de X0, X1, X2, X3, X4 e X5.

Actividade 5
O Governo de Moçambique deseja construir da ponte Maputo-Katembe No
entendimento dos políticos, o projecto irá promover o crescimento económico e
financeiro, bem como também vários outros benefícios para a região, e
consequentemente, para o país.
Para tanto, você, um profissional bastante conceituado para a elaboração do novo
projecto, foi contratado para gerir o mesmo.

Sua função é de preparar o projecto em todas as suas fases, até o encerramento do


mesmo.

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Em função disto, você deve responder às questões, a seguir, justificando-as, à medida


do possível, e detalhando alguns passos, na forma de tópicos, conforme se segue:

1. Explique, justificando sua resposta, por que você deve tratar este evento como um
projectos
2. Indique quem é(são) o(s) cliente(s) envolvido(s) neste evento. Justifique
3. Classifique o evento com relação à incerteza e à complexidade. Justifique
4. Determine se poderia haver subprojectos relacionados a este evento, justificando
sua resposta
5. Determine se pode existir, dentro deste evento, actividades funcionais. Justifique
6. Caso a resposta da pergunta de nº. “5” for “sim”, relacione, no mínimo, duas
actividades funcionais que você julga que ocorrerá. Explique-as
7. Cite alguns profissionais – conhecimento e habilidade – que você julga ser
necessário para fazer parte da equipe do evento. Justifique
8. Relacione alguns recursos físicos que você julga necessários e básicos para o
desenvolvimento do evento. Justifique
9. Identifique o objectivo geral deste evento. Explique-o.
10. Identifique, no mínimo, dois objectivos específicos que o evento terá. Justifique-os
11. Cite, pelo menos, uma Especificação Funcional e uma Técnica que o evento terá.
Explique-os

REFERÊNCIAS

ASSAF NETO, Alexandre. Matemática Financeira e suas aplicações. 8. ed. São Paulo:
Atlas, 2003.

MAXIMIANO, António César Amaru Administração de Projectos: como transformar


ideias em resultados. São Paulo. Atlas. 1997
WIKIPEDIA. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/w/index.

CADILHE, MIGUEL. Matemática Financeira Aplicada, Edições ASA. 4ª Edição, Porto,


1995;

SAMANEZ, CARLOS. Matemática Financeira – Aplicações à Análise de


Investimentos. Makron Books

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UNIDADE TEMÁTICA 2

VIABILIDADE ECONÓMICO FINANCEIRA DE PROJECTOS SEM RISCO

Objectivos

Esperamos que você, ao terminar a leitura desta unidade e do


Texto obrigatório, seja capaz de:

Explicar investimentos;
Classificar as modalidades de investimentos;
Definir os princípios básicos de análise de investimentos e utiliza-los para
escolher a melhor alternativa;
Aplicar os métodos de análise de investimentos para decidir sobre a melhor
opção;

Primeiras considerações
Caro estudante, nesta unidade, você irá aprender a utilizar ferramentas que favorecem
a análise de investimentos e contribuem para a tomada de decisão com vistas a
identificar aquele que apresente melhor performance dentro dos objectivos
estabelecidos pela empresa.

Você sabe o que leva uma empresa a realizar análise de investimentos?

O capital e um recurso limitado, tanto de terceiros quanto na forma de recursos


próprios. O sistema bancário impõe limitações de acesso ao crédito, muitas vezes
designadas pelo governo.

Dessa forma, antes de uma empresa investir seu capital em um projecto qualquer, um
estudo de viabilidade deve ser realizado pela administração desta empresa.

Investimento
Investimento é a aplicação de algum tipo de recurso com a expectativa de receber
algum retorno futuro em determinado prazo. Devem apresentar, pelo menos, as
seguintes características:
Perspectiva de longo prazo;
Expectativa de retorno;
Consideração do risco e do retorno e
Responsabilidade social.

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A decisão de investimento de capital refere-se aos activos permanentes da
organização que tem peculiaridades como: montante elevado, longo prazo de
maturação e baixa reversibilidade.

Nesta unidade, vamos analisar investimentos em bens industriais: como por exemplo,
aquisição de um novo equipamento.

Princípios básicos da análise de investimentos:

1) Não há o que ser decidido se houver somente uma proposta de investimento


Para tomar uma decisão, devem-se analisar todas as alternativas passíveis de
execução. Exemplo: comprar um novo camião ou continuar utilizando o ja existente.

2) Só podemos comparar alternativas homogéneas, deste modo o resultado das


análises também poderá ser comparado
Por exemplo, um investimento específico para a abertura de uma churrascaria. Todas
as alternativas giram em torno da abertura de uma churrascaria; diferem quanto ao
local, público-alvo, investimento inicial e outros.

3) Apenas as diferenças entre os projectos a serem analisados


São relevantes (incremental)
E necessário analisar em quais aspectos uma proposta de investimento difere da
outra. As semelhanças são irrelevantes. Exemplo: você resolveu reformar seu
escritório e esta analisando dois projectos distintos. O projecto A necessita de um
Investimento de $ 25.000,00, enquanto o projecto B precisa de um aporte de recursos
no montante de $ 50.000,00. O que você deve estar se perguntando: vale a pena
investir $ 25.000,00 a mais na reforma do escritório? Independente do projecto
escolhido, o investimento mínimo e da ordem de $ 25.000,00.

4) Custos incorridos
Estes custos estão situados em tempo já decorrido e não devem afectar a decisão de
aceitar ou não determinado projecto. Assim, todos os fluxos de caixa anteriores a
decisão de investimento são irrelevantes para a análise da proposta. Exemplo: você
pretende lançar um novo produto no mercado. Como parte desta decisão você
contratou e pagou, há um ano, uma empresa que realiza pesquisa de mercado para
verificar a aceitação deste novo produto. Este custo e importante para a decisão de
lançar este produto? A reposta e não, pois lançando ou não o novo produto, a
consultoria ja foi paga.

5) Valor do dinheiro no tempo


Este e o principio básico da matemática financeira, que também é aplicado em analise
de projectos. Todas as alternativas devem ser comparadas utilizando a mesma taxa de
juros ou de desconto. Por este motivo, quando comparamos investimentos que
apresentam vidas úteis diferentes, temos que procurar um horizonte de tempo comum.
Esta especificidade será analisada mais adiante.

6) Racionamento de Capital
De nada adianta analisar um projecto de investimento fenomenal, se a empresa não
consegue atingir o valor inicial de aporte do mesmo, considerando tanto o capital
próprio quanto o capital de terceiros.

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Gestão de Empresas – Elaboração e Analise de Projectos – Semestre 8
7) Decisões separáveis devem ser tomadas separadamente
Toda decisão possui vários aspectos. Aspectos financeiros, ambientais, políticos e
outros. Devemos dividir a análise em cada um de seus aspectos e ponderar cada um
deles. Exemplo: a decisão de adquirir uma nova maquina devido a mudanças
tecnológicas não deve determinar qual modalidade de financiamento deve ser
realizada (decisão financeira).

8) Atribuir pesos para os graus relativos de incerteza associada com as várias


previsões

Em todos os projectos de investimentos, há valores estimados e previsões de


ocorrências. Essas incertezas não invalidam as análises dos investimentos, mas
devem ser levadas em consideração. Por este motivo, atribuímos pesos das
ocorrências. Exemplo: oscilações na demanda, incertezas em relação ao preço da
matéria-prima etc.

9) As decisões de investimento devem considerar as ocorrências qualitativas


não quantificáveis em termos monetários
Sempre que possível, a selecção de alternativas deve tentar quantificar (em unidades
monetárias) as diferenças entre alternativas. Os fatos não quantificáveis devem ser
explicitados e especificados, para que não faltem subsídios aos tomadores de
decisão.

10) O sucesso dos procedimentos de orçamento de capital depende de sua


implantação e aceitação dentro dos vários níveis da organização
De nada adianta o projecto ser seleccionado na alta administração, se o mesmo não
for divulgado e explicado a todas as áreas envolvidas em sua execução.

11) Dados económicos/gerências


Para realizar uma análise de investimento, devemos utilizar dados gerências e não
contabilísticos. Os dados contabilísticos tornam se importantes na avaliação após o
Imposto de Renda.

12) Custo de oportunidade


Ao realizar determinado projecto, a empresa renuncia a outras oportunidades de
utilização deste mesmo activo. Exemplo: você possui um imóvel e esta pensando em
aluga-lo. Caso você mude de ideia acabe abrindo uma loja neste imóvel, na analise, as
receitas que voce teria com o recebimento de aluguer devem ser vistas como custos.
Ou seja, para ser interessante, a sua loja deve lhe proporcionar, no mínimo, o mesmo
retorno que o aluguer proporcionaria.

13) Realimentação de dados


A qualidade das decisões deve ser reavaliada por meio de comparações entre as
previsões e o efectivamente ocorrido. Desta forma, pode-se realizar o reajuste de
estimativas, alem de possibilitar o aumento do grau de sensibilidade e a previsão de
erros em decisões futuras. Aprendemos com os erros e aprimoramos o que esta dando
Certo.

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Gestão de Empresas – Elaboração e Analise de Projectos – Semestre 8

Modalidades de investimento

Os projectos de investimentos podem ser classificados conforme suas finalidades:

Alem da classificação anterior, podemos também classificar os investimentos de


acordo com o critério de escolha a ser realizado pela organização em:

Investimentos ou projectos exclusivos: são projectos que visam atenderem


a um mesmo propósito. A escolha de um projecto implica automaticamente na
rejeição dos demais. Se considerarmos que os projectos J e M são
mutuamente exclusivos seriam possível aceitar o projecto J ou o projeto M, ou
ainda recusar os dois; mas não seria possível acatar os dois projectos de
investimentos;
Investimentos ou projectos independentes: os projectos podem ser
analisados separadamente, de acordo com as respectivas viabilidades. A
aceitação ou recusa de um projecto independente da aceitação ou recusa do
outro projecto. Se considerarmos que J e M são projectos independentes,
podemos: aceitar J e M, aceitar J ou M, recusar J e M ou recusar J ou M;

Investimentos ou projectos complementares: São projectos que apresentam


alto grau de interdependência. Por exemplo: as condições de acesso sao de
fundamental importância para a instalação de um novo complexo hoteleiro.
Pode-se entender que esta infra-estrutura deve ser providenciada pelo sector
publico ou que este investimento em condições de acesso e parte de um
projecto maior com o objectivo de complementa-lo. E nesse segundo sentido,
que devemos entender investimentos complementares. De que adianta
construir um novo complexo hoteleiro, se ninguém consegue chegar ate o local
escolhido?

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Gestão de Empresas – Elaboração e Analise de Projectos – Semestre 8

Métodos de análises de investimentos

Payback e o período de recuperação do capital investido, e o tempo que os fluxos de


caixa provenientes de um projecto de investimento levam para se igualarem ao
montante do investimento inicial. Expresso em unidade de tempo.

Muitas empresas estabelecem um prazo máximo para recuperação do capital


investido. Desta maneira, os investimentos que apresentarem um payback igual ou
menor que o período de corte estabelecido são aceitos e os projectos com períodos de
recuperação do capital superiores ao período de corte sao descartados. Vale ressaltar
que os projectos aceitos pelo método do pataco devem sofrer outra forma de analise
quanto ao retorno proporcionado por este investimento. Pois, como dito anteriormente,
o pataco e apenas um indicativo. Há três modalidades de payback: o médio, o efectivo
e o actualizado ou descontado.

Vamos iniciar nosso estudo sobre o payback analisando os fluxos dos projectos de
investimento mutuamente excludentes, a seguir, utilizando payback médio. A taxa de
mercado e de 5% a.a. A empresa que esta analisando os projectos pretende recuperar
seu investimento em até três anos.

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Gestão de Empresas – Elaboração e Analise de Projectos – Semestre 8

Payback médio

Pelo método do Playback médio, ambos possuem o mesmo período de recuperação e


estão dentro do prazo estabelecidos pela empresa.

Mas, vamos analisar os dois projectos pelo método do VPL (valor presente liquido),
que você ja conhece.

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Gestão de Empresas – Elaboração e Analise de Projectos – Semestre 8

Pelo critério do Playback, os dois projectos poderiam ser aceites, mas o VAL foi
decisivo.

Agora, vamos analisar dois projectos pelo médio e pelo payback efetivo; são
projectos mutuamente excludentes. A taxa de mercado e de 5% a.a. e a empresa
pretende recuperar o capital investido em ate três anos.

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Gestão de Empresas – Elaboração e Analise de Projectos – Semestre 8
???? = Quanto falta para atingir o investimento inicial
100-90=10

As entradas do Ano 3 totalizam 50, mas faltam apenas 10 para


Atingir os 100

Neste caso, o investimento se paga em, exactamente, 3 anos

Pelo critério do Payback, quanto mais rápido a empresa recuperar o capital investido,
melhor; desta maneira, e melhor o projecto 1.

Mas, como o Payback e apenas um indicativo, vamos calcular o VPL de cada um dos
projectos.

Valor Actual Líquido – VAL é a comparação do valor presente de todas as entradas e


saídas de caixa relacionadas ao investimento. Se o valor presente das entradas de
caixa for maior ou igual ao valor presente das saídas de caixa, o investimento é
aceitável caso contrário, o investimento não é aceitável, pois apresenta um retorno
menor que a taxa mínima exigida pela empresa.
O VAL é determinado recorrendo a fórmulas matemáticas, nas seguintes
circunstâncias:
n CFt
VAL = t 1 t
ou
1 c

CF0 CF1 CF2 CFn


VAL = 0 1 2
.... n
1 c 1 c 1 c 1 c

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Gestão de Empresas – Elaboração e Analise de Projectos – Semestre 8
Agora substitua os fluxos de caixa presentes na formula do VAL e concluir a decisão
sobre a aceitação do projecto 1.

Melhor opção: Projecto 1 - além de recuperar o capital investido mais rapidamente,


possui maior VAL.

Agora, vamos analisar os dois projectos imediatamente acima utilizando o payback


descontado ou actualizado. Lembrando que os mesmos sao mutuamente
excludentes. A taxa de mercado permanece em 5%a.a. e o prazo de corte da empresa,
para recuperar seu investimento, e de três anos.

Payback Descontado ou Actualizado

Para determinar o prazo em unidades de tempo, o coeficiente (resultado) da divisão


acima deve ser multiplicado pela vida útil do projecto.

Se quiser realizar uma análise somente pelo coeficiente, a empresa deve considerar:

Payback descontado Projecto 1

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Payback descontado Projecto 2

Melhor opção: Projeto 1, pois possui menor payback e maior VPL, como calculado
anteriormente.

Ponto de vista de gestão com relação ao payback

Utilizado para projetos de pequenos valores;


Com o VPL, pode-se necessitar de um longo período de tempo para se avaliar
um projeto, enquanto, com o Payback descontado, pode-se saber com maior
agilidade se as previsões de geração de fluxos de caixa estão correctas;

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Gestão de Empresas – Elaboração e Analise de Projectos – Semestre 8

Empresas sem capital próprio para alocar em um projecto, tem vantagem em


utilizar o método do payback, pois quanto mais rápida a recuperação do
montante investido, mais rápido o mesmo poderá ser reinvestido;
Pode ser utilizado para optar entre projectos que apresentam VPL muito
parecidos; quando isto ocorre, a recuperação mais rápida do capital investido e
relevante.

Taxa Interna de Retorno (TIR)

É o rendimento actual ou retorno obtido por um investimento, ou seja, ela


determina o rendimento potencial do investimento. Para Gitman (1997), a TIR
pode ser definida como a taxa de desconto que iguala o valor actual (VAL) das
entradas de caixa ao investimento inicial referente ao projecto. A TIR pode ser
calculada por meio da calculadora financeira ou Excel ou através de ensaios de
taxas, matéria já estudada na disciplina de matemática Financeira

A fórmula matemática, é a seguinte:


CF0 CF1 CF2 CFn
VAL = 0 1 2
.... n
=0
1 TIR 1 TIR 1 TIR 1 TIR

Onde:
CFt – representa o Cash-flow do t-ésimo período;
TIR – Taxa Interna de Retorno.

Note que actualmente, a TIR é calculada com auxílio de máquina calculadora


financeira e através do Excel. Por outro lado, o cálculo é possível através de
ensaio de taxas e da interpolação linear (matéria estudada na disciplina de
Matemática Financeira ou Calculo Financeiro). Assim, a interpolação linear,
através de ensaio de taxas procurará encontrar duas taxas próximas, uma das
quais corresponderá a um VAL positivo e outra de VAL negativo. Neste caso, a
TIR da qual resulta um VAL nulo, será compreendida pelo intervalo limitado
pelas duas taxas contíguas que correspondem a VAL´s de sinais contrários.

Exemplo 2

Vejamos o ensaio da TIR do exemplo hipotético anterior

Ensaio VAL Sinal


15% 12.730 Positivo
30% 3.795 Positivo
35% 1.641 Positivo

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Ensaio VAL Sinal


38% 493 Positivo
40% -221 Negativo

20.000 6.000 12.000 15.000 15.000


VAL = 0 1 2 3 4
1 TIR 1 TIR 1 TIR 1 TIR 1 TIR

Repare na tabela que a alteração do sinal acontece entre as taxas 38% e 40%,
sendo necessário realizar uma interpolação linear dada por regra de três
simples, designadamente:

38% = 493,00
TIR = 0
40% = -221,00

Isto é,
(38% - 40%) = (493 – (-221))
(38% - TIR) = (493 - 0)

O que dá o seguinte: (-2%) x493 = 714 x (38 – TIR), donde se conclui uma taxa
aproximada da TIR de 39%,

No exemplo em análise, o projecto deveria ser aceite porque a TIR é maior que
a taxa de desconto ou taxa de juro (39 -10%)

Vantagens e Desvantagem da TIR

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Gestão de Empresas – Elaboração e Analise de Projectos – Semestre 8

Você já deve ter percebido que o critério decisivo e mais confiável, em relação a
analise de investimentos, e o VPL.

Superioridade do VAL:
1) Usa fluxos de caixa e não lucro contabilístico;
2) Utiliza todos os fluxos gerados pelo projecto;
3) Desconta os fluxos de caixa pela taxa de mercado;
4) Premissa: o fluxo de caixa gerado pelo projecto sao reinvestido a taxa utilizada para
desconta-lo.

Critérios de aceitação do VAL:


VPL> 0, deve-se aceitar o projecto;
VPL = 0, e indiferente a aceitação ou não do projecto;
VPL < 0, deve-se recusar o projecto.

O que significa que um projecto possui VAL positivo?


Na data 0, o valor presente de todos os fluxos de caixa descontados a taxa de
atractividade escolhida supera todo o capital investido;
O capital investido foi plenamente recuperado;

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Gestão de Empresas – Elaboração e Analise de Projectos – Semestre 8

Retorno proporcionado pelo capital e maior que a taxa de atractividade utilizada


para descontar o fluxo de caixa;
O projecto gera um aumento de riqueza, que no momento zero, e explicitado
pelo VPL.

Vamos, agora, aplicar o método do VPL nos exemplos a seguir, sendo que cada um
nos apresenta uma situação diferente:

Exemplo 1
Uma rede de chocolates que trabalha com franquias oferece ao Sr. Marcello a
oportunidade de abrir uma nova unidade desta loja (franquia). Mesmo apreciando
muito os produtos oferecidos por esta empresa, o Sr. Marcello optou por contratar uma
consultoria para auxilia-lo em sua decisão. Para abrir esta franquia, o investimento
inicial e de R$ 350.000,00 e esperam-se os seguintes fluxos de caixa líquidos durante
os próximos nove anos:

O custo de oportunidade do capital do investidor e de 15% a.a.

O que recomendaria ao Sr. Marcello, assumindo que você e o responsável pela


consultoria contratada?

Resolução pela formula:

VAL =59.815,78

Resposta: Recomendo que o Sr. Marcello realize o investimento nesta franquia, pois o
VAL de $ 59.815,78 representa que esta proposta supera em $ 59.815,78 a melhor
alternativa de investimento disponível para o investidor (custo de oportunidade).

Exemplo 2
A Industria Patativa esta estudando uma oportunidade de ampliar sua capacidade de
produção mediante a construção de uma nova unidade fabril. O custo de implantação
deste projecto e de R$3.000.000,00. Esse empreendimento será depreciado
linearmente em 6 anos, apresentando, ao final deste prazo, um valor residual de
$300.000,00. A previsão de vendas anual para os próximos seis anos e de
$850.000,00. Custo variável anual e de 20% das vendas. Os custos fixos anuais são
de $130.000,00. A ali quota do IRPC e de 35% e o custo de oportunidade do capital
industrial e de 20% a.a. Ao final de seis anos, o negócio será encerrado e as

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Gestão de Empresas – Elaboração e Analise de Projectos – Semestre 8
instalações vendidas por $400.000,00. A Industria Patativa deve construir essa nova
unidade?

1) Calcular a depreciação anual

2) Calcular o IRPC da Venda do Negocio

(400.000 - 300.000) x 0,35 = 35.000

3) Calcular o custo variável

850.000 x 0,2 = 170.000

4) Elaborar a DRE e o fl uxo de caixa

O preenchimento da tabela exige a atenção dos dados projectados e são iguais em


todos anos.

5) Calcular o VAL com base no fluxo de caixa :

VAL = $1.165.124,53.

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Gestão de Empresas – Elaboração e Analise de Projectos – Semestre 8
Resposta: O VAL negativo mostra que o projecto não PE viável a taxa de 20%a.a.
Caso a empresa insista em realiza-lo, devera ter uma perda de riqueza a valor
presente de $1.165.124,53.

Exemplo 3
Seu director quer ampliar área de cobertura das actividades da empresa. Para isto,
estuda a criação de um e-commerce. Ele apresenta o fluxo do projecto e pede que
você o analise. Sendo o custo médio ponderado de capital (WACC) de sua empresa
de 15% a.a., faca um estudo sobre a viabilidade deste projecto.

Exemplo 4
Os fluxos gerados no exemplo anterior serão reinvestidos em um fundo que
proporciona 10%a.a. de retorno liquido. Calcule o novo VPL.

Levando os fluxos de 70.000,00 para a data 6:

O residual ja esta na data 6: 70.000,00

Calculando o novo VPL:

Resposta: Percebemos que, quando os fluxos do projectos foram reinvestidos a uma


taxa inferior a taxa de desconto, o projecto deixou de ser interessante.

Exemplo 5
Você esta analisando dois projectos imobiliários mutuamente excludentes, com vidas
úteis diferentes. Sabe-se que a taxa de juros de mercado e de 10% a.a.

As tabelas, a seguir, mostram os fluxos de caixa de cada projecto:

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Gestão de Empresas – Elaboração e Analise de Projectos – Semestre 8

Calculando o VPL do Projecto A:

Agora o VPL passa a ser o PV para calcular o PMT:

Pelo método do mínimo múltiplo comum:


O mínimo múltiplo comum entre 2anos e 3anos e 6anos. Logo, vamos trabalhar com
um horizonte de 6 anos.

Observe que, no ano 3, termina a vida útil e reinicia o projecto.

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Resposta: A melhor opção e o projecto A que apresenta maior


VPL.

Medida relativa entre o valor presente dos fluxos de caixa do investimento e o valor
inicial aplicado para a realização deste projecto.

Obs.: O investimento sempre entra positivo na formula anterior.

Critério de decisão:

IL>1 à aceita o projecto. O investimento será recuperado e ainda haverá um aumento


de riqueza; quer dizer que o VPL deste projecto e maior que zero.

IL=1 à pode-se aceitar ou não o projecto; quer dizer que o VPL deste projecto e igual
a 0.

IL<1 à rejeita-se o projecto. O investimento não será recuperado e ainda haverá uma
perda de riqueza, ou seja, o VPL deste projecto e menor que zero.

O Índice de Rentabilidade e utilizado principalmente em projectos dependentes ou


complementares com restrição de capital. Neste caso, os projectos devem ser classifi
cados em ordem decrescente pelo Índice de Lucratividade/ Rendibilidade .

Exemplo:
Uma empresa esta estudando a viabilidade de três projectos. Entretanto, a mesma
possui apenas R$400 milhões para alocar nestes investimentos. Os dados dos 3
projectos são :

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Gestão de Empresas – Elaboração e Analise de Projectos – Semestre 8
Fluxo de caixa em milhões:

O custo de capital da empresa e de 12% a.a.

Projecto A

Calcular também o VAL do projecto A


Faca os mesmos cálculos para os projectos B e C.
Desta forma, teremos os resultados, a seguir:

Como a empresa possui apenas $ 400 milhões para investir, ela devera optar entre o
projecto A ou os projectos B e C em conjunto. O projecto A apresenta maior VAL e
seria a escolha obvia se estivéssemos utilizando o critério do VAL.

Mas, percebemos que a soma do VAL dos projectos B e C supera o VAL do projecto
A. Pelo método do indice de lucratividade, os projectos B e C seriam seleccionados
primeiramente, pois apresentam maiores índices de lucratividade.

Encerramos aqui a exposição sobre a análise de projectos sem risco. Agora, vamos
fazer alguns exercícios para fixar o que acabamos de aprender.

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Gestão de Empresas – Elaboração e Analise de Projectos – Semestre 8

Leituras Complementares

ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JAFFE, J. F. Administração financeira.


Corporate Finance 2. ed. Sao Paulo: Atlas, 2002.
Desta obra, leia o capítulo 6: Alguns critérios alternativos de investimento. Este
capítulo aborda as tecnicas de análise de investimentos.

Omar Milha, Analise de Projectos de Investimento, impressa universitária,


Maputo, 2004 (Capitulo 4 – pág. 41-61)

ACTIVIDADES

Actividade 1
O Sr. António possui um terreno localizado a 200 metros da praia no balneário de
Sossego Manso. Há alguns anos, pensou em construir uma casa de praia e mandou
asfaltar o caminho do vilarejo de Sossego Manso até sua propriedade. Entretanto, por
Razoes de doença em sua família, não concretizou a construção da casa de praia.

Actualmente, com o aumento do movimento de turistas no balneário, António esta


analisando a construção de uma pousada no local.

Decida e escreva se os gastos realizados com a pavimentação devem entrar no valor


do investimento inicial para a construção da pousada. Justifique sua resposta.

Atividade 2
A empresa XPTO esta analisando a possibilidade de construir uma nova unidade. Mas,
seus accionistas determinaram que o capital investido deve ser recuperado em ate 3
anos. O fluxo de caixa para a construção desta nova empresa esta demonstrado, a
seguir. Sabe- se que o único critério de avaliação de investimento a ser utilizado e o
payback. A taxa actual de juros do mercado e de 10% a.a.

a) Calcule o payback médio.


b) Calcule o payback efectivo.
c) Calcule o payback descontado.
Em seguida, analise para cada uma das situações, se o projecto deve ou não ser
aceito pela empresa.

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Gestão de Empresas – Elaboração e Analise de Projectos – Semestre 8

Actividade 3
A empresa Agua Fácil deseja adquirir mais um equipamento de perfuração de poco
artesiano. Após ampla pesquisa de mercado, encontrou dois modelos de equipamento
que atendem as suas necessidades. O equipamento Deep e mais dificil de ser
transportado do que o equipamento Water. Entretanto, a vida útil do equipamento
Water e inferior a do Deep. Seguem alguns dados que a empresa esta analisando para
tomar a melhor decisão sobre qual equipamento comprar:

O equipamento Water devera sofrer uma reforma geral de $ 10.000,00 após dois anos
de uso, e o equipamento Deep terá um reparo geral no valor de $ 7.200,00 ao fi m do
terceiro ano de utilização.
a) Monte o fluxo de caixa para os dois equipamentos para um período de 12 anos.

b) Compare os custos presentes líquidos para cada um dos equipamentos a uma taxa
de 15% a.a.(Como estamos falando de custos, vamos optar pelo menor VPL).
c) Calcule os custos anuais (PMT) de cada equipamento e faca uma opção entre eles.

Actividade 4
A Locavan, empresa de locação de vans, realiza transporte de passageiros na regiao
dos Lagos no Rio de Janeiro. O dono da Locavan, Sr. Jorge, esta estudando a
possibilidade de trocar uma de suas vans. A van que o Sr. Jorge deseja trocar foi
comprada ha cinco anos por $160.000,00 e ainda possui 5 anos de vida util. Ela esta
sendo depreciada linearmente e pode ser vendida, hoje para uma garagem, por
$40.000,00. A ali quota de IR que a Locavan utiliza e de 40%.

As receitas e despesas (inclusive a depreciação) da van que o Sr.Jorge deseja trocar


estão no quadro abaixo:

Esta van tem uma ocupação máxima de 16 passageiros e realiza, em media, 60


viagens por mes. O preço da passagem acabou de sofrer reajuste e esta em $100,00
por passageiro, devendo-se manter inalterado por prazo indeterminado. A taxa de

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Gestão de Empresas – Elaboração e Analise de Projectos – Semestre 8
ocupação do veiculo e de 80% para os próximos dois anos, devendo sofrer uma
redução para 70% para os próximos anos, devido a concorrência estar investindo em
veículos novos com ar condicionado.

O Sr. Jorge esta analisando duas alternativas de substituição para a van: troca-la por
uma van nova ou substitui-la por um minibus.

Substituição pela van nova:


Compra da nova van: $ 270.000,00
Licenciamento: $ 4.000,00
Valor residual ao fi m de 5 anos : $ 80.000,00
Vida util: 10 anos
Economia no capital circulante liquido: $ 2.000,00

As receitas e despesas (inclusive a depreciação) da van nova estao no quadro abaixo:

Substituição pelo minibus:


Compra do minibus: $ 430.000,00
Licenciamento: $ 7.000,00
Valor residual ao fi m de 5 anos : $ 120.000,00
Vida útil: 10 anos
Economia no capital circulante liquido: $ 6.000,00

As receitas e despesas (inclusive a depreciação) do minibus


estão no quadro abaixo:

Com base nos dados fornecidos, calcule:

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Gestão de Empresas – Elaboração e Analise de Projectos – Semestre 8
a) VAL e TIR de cada alternativa de substituição, considerando uma taxa de juros de
18% a.a.
b) Indique e justifique a melhor alternativa.

Dica: Monte o fluxo de caixa da van a ser trocada, da van nova e do minibus.

Actividade 5
A prefeitura de Uberaba esta analisando a montagem de uma estrutura permanente
para shows. Foram apresentadas duas propostas, conforme quadro abaixo:

a) Calcule os custos presentes líquidos de cada estrutura, utilizando um horizonte de


24 anos de operação das estruturas, usando uma taxa de 6%a.a.
b) Calcule os custos anuais equivalentes de cada estrutura, utilizando uma taxa de
6%a.a.
c) Escolha uma das alternativas e justifique.

Dica: Todos os fluxos são saídas de caixa e se aparecerem com sinal negativo serão
receitas, pois estamos analisando custos e, neste caso, devemos optar sempre pelo
menor.

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UNIDADE TEMÁTICA 3

VIABILIDADE ECONÓMICO -FINANCEIRA DE PROJECTOS COM RISCO

Objectivos

No fim desta unidade voce deverá ser capaz de:

Definir incerteza e riscos


Conceituar os tipos de risco;
Aplicar as técnicas de avaliação do risco isolado: equivalente à certeza, análise
de sensibilidade, análise de cenários, valor esperado e independência dos fl
fluxos de caixa e fluxos de caixa dependentes no tempo.

TEXTO INTRODUTÓRIO

Quando realizamos análise de projectos, tema este abordado no roteiro anterior,


sempre surgem dúvidas em relação à certeza absoluta dos resultados.

As decisões de investimentos das empresas são tomadas em ambientes dinâmicos,


que causam incertezas referentes aos resultados previstos. Por isso, a partir de agora,
vamos analisar projectos que envolvam, também, incertezas. Para tanto, focaremos,
Nesse estudo, técnicas que minimizem o efeito das incertezas no cenário das decisões
organizacionais.

Inicialmente é importante que você saiba que o termo incerteza é automaticamente


relacionado à dispersão de valores, logo conhecimentos de probabilidade e de
estatística são necessários para entender análise de risco.

Incerteza e risco

Incerteza: Acontece quando determinado fato não pode ser medido em termos de
probabilidade. São situações pouco comuns e que não apresentam um padrão de
ocorrência.

Risco: ocorre quando todas as situações possíveis de um evento podem ser


quantificadas através da atribuição de probabilidades aos resultados previstos. Esses
resultados e suas probabilidades são conhecidos por meio de experiências passadas
ou que podem ser calculados com algum grau de precisão.

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Gestão de Empresas – Elaboração e Analise de Projectos – Semestre 8

Tipos de risco

Segundo Brigham, Gapenski e Ehrhardt (2001) podemos encontrar três tipos de


risco:

Risco de um projecto isolado: refere-se exclusivamente ao risco do projecto. Não


leva em consideração o peso do investimento dentro da carteira de activos da
empresa. Está relacionado às incertezas que afectam os fluxos de caixa futuros, sendo
o mesmo
Medido pelas alterações dos retornos esperados.

Risco da empresa: diz respeito ao risco da empresa em relação ao projecto. Como a


carteira de activos da empresa é afectada pelo novo projecto, mostra de que maneira o
projecto afecta a variabilidade dos fluxos de caixa da empresa. Não leva em
consideração o impacto que este projecto pode provocar na carteira individual dos
accionistas.

Risco de mercado: é o impacto que o projecto ocasiona sobre a variação dos retornos
de um accionista com uma carteira bem diversificada. Esse risco afecta mais aqueles
investidores que apresentam uma carteira de acções pouco diversificada.

Geralmente, as três modalidades de risco são relacionadas entre si e há maior


facilidade em auferir o risco isolado de um projecto.

Passaremos, agora, a analisar os métodos de ajuste ou técnicas de avaliação do risco


isolado.
Métodos de ajuste ou técnicas de avaliação do risco isolado

Equivalente à certeza

1)
Transforma os fluxos de caixa esperados em fluxos de caixa certos e descontados
à taxa de mercado, ou seja, calcula-se o VAL dos fluxos de caixa certos.

Veja o passo a passo, a seguir:

1º Monte os fluxos de caixa previstos do projecto

2º Estabeleça os factores equivalentes à certeza, ou seja, quais os percentuais


dos fluxos de caixa previstos são tidos como certos

3º Elabore os fluxos de caixa certos multiplicando os fluxos de caixa previstos


pelos respectivos factores equivalentes à certeza

4º Calcule o VAL dos fluxos de caixa certos

5º VAL dos fluxos de caixa certos> 0, deve-se aceitar o projecto.

Exemplo: a empresa de comércio retalhistas “Vende Tudo” está analisando dois


projectos mutuamente excludentes para a construção de uma nova filial na cidade de

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Uberaba. O projecto A prevê um desembolso inicial de $ 225.000 e estima-se que os
fluxos de caixa dos próximos 3 anos serão de $ 145.000, $125.000 e $50.000,
respectivamente. Os factores equivalentes à certeza para os mesmos períodos são
estimados em 100%, 90%, e 80%. O projecto B terá um desembolso inicial de $
250.000 e os fluxos de caixa previstos para os próximos 3 anos serão de $165.000,
$195.000 e $30.000. Os equivalentes à certeza do projecto B para os mesmos
períodos são 90%, 80% e 60%. Sabe-se que a taxa livre de risco é de 7% a.a..
Utilizando a técnica do equivalente à
Certeza, decida qual o melhor projecto.

Para você perceber melhor o impacto deste método de análise, vamos calcular o VAL
de cada projecto sem utilizar os factores equivalentes à certeza, e, posteriormente,
utilizando os factores equivalentes à certeza.

Cálculo dos VALs sem utilizar os factores equivalentes à certeza:

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Percebemos que o projecto mais recomendado, utilizando o factor equivalente à


certeza, é o Projecto A, pois apresenta maior VPL.

2- Análise de Sensibilidade

A análise de sensibilidade mede as alterações no VAL na TIR e em outras variáveis


como taxa de desconto, vendas, etc..O objectivo é determinar o grau de sensibilidade
do VAL ou do TIR às alterações ocorridas em uma dada variável. Quanto mais
sensível um projecto for à mudança maior o risco do mesmo.

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1º Calcula-se o VAL e/ou a TIR utilizando o fl uxo de caixa original.

2º Calcula-se o VAL e/ou a TIR utilizando o fluxo de caixa com as alterações,


ou alterações na taxa de desconto.

3º Calcula-se a variação percentual sofrida pelo VPL e/ou pela TIR.

4º Quanto maior a variação percentual maior o risco do projeto frente a


alterações em uma determinada variável.

Exemplo: Sr. Elias contratou uma consultoria para analisar duas propostas de
investimentos para o montante de $3.200,00. Os fluxos de caixa de projecto são
apresentados no quadro, a seguir:

O Sr. Elias tem grande aversão ao risco e deseja realizar o projecto mais seguro. A
taxa de juros actual é de 10% a.a., mas tudo indica que a mesma deve brevemente
subir para 12% a.a.. Qual o projecto mais adequado para o Sr. Elias?

Cálculo de VPL a 10% a.a.

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Percebemos que o projecto A é mais sensível a variações na taxa de juros, pois seu
VPL variou mais do que o VPL do projecto B, logo o projecto B é menos arriscado do
que o projecto A.

2- Análise de Cenários

Analisa a sensibilidade do VAL a oscilações em suas principais variáveis de decisão,


bem como disponibiliza os valores das variáveis conforme sua distribuição de
probabilidade.

Geralmente, a equipe que gerência o projecto disponibiliza dados para a construção


dos cenários: pessimista, optimista e provável. Com esses dados, calculamos o VAL
esperado, seu desvio-padrão e seu coeficiente de variação.

Quanto mais alto o coeficiente de variação, maior o risco do activo. Pode-se comparar
o coeficiente de variação de um projecto com o coeficiente de variação médio dos
projectos da empresa, desta maneira teremos o risco isolado relativo do projecto.

Exemplo 1:

Com base na tabela, a seguir, desenvolva a análise de cenário.

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A grande utilidade do coeficiente de variação está na comparação de projectos que


apresentam diferentes retornos esperados devendo-se optar por aquele que apresente
menor coeficiente.

A melhor opção é o projecto A.

4) Valor esperado e Independência dos Fluxos de Caixa

No método anterior (avaliação de cenários), já tínhamos os VALs calculados, agora


vamos apresentar os fluxos de caixa com suas probabilidades.
Veja o passo a passo, a seguir:

1º Calcule a média ponderada das entradas para cada anos

2º Calcule o VPL do projecto adoptando como valor de entrada a média calculada para
cada ano;

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3°calcule o desvio-padrão para cada ano;

4ºcalcule o desvio-padrão do VPL do projecto utilizando a fórmula apropriada.

Vejamos o exemplo, a seguir, que apresenta as fórmulas a serem utilizadas.

A empresa USC está analisando um projecto de investimento de $ 200.000,00.

A equipe de análise do projecto recebeu projecções de valores e probabilidades


oriundos deste investimento, conforme tabela, a seguir:

Para os demais anos, utilizando a mesma metodologia de cálculo anterior, teremos:

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2º Calcule o VPL do projecto adotando como valor de entrada a média calculada para
cada ano

3°Calcule o desvio-padrão para cada ano.

4º Calcule o desvio-padrão do VPL do projecto, utilizando a fórmula apropriada

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5) Fluxos de Caixa Dependentes no Tempo São aqueles nos quais o desempenho


passado impacta o desempenho actual.

Ou seja, os fluxos de caixa estão relacionados. Quanto maior a correlação ou


dependência entre os mesmos maior o risco apresentado.

O risco deste tipo de investimento é determinado pela intensidade de dependência


(correlação) que os fluxos possuem.

Vamos analisar investimentos com fluxos de caixa perfeitamente correlacionados e


investimentos com fluxos de caixa moderadamente correlacionados.

5.1) Investimentos com fluxos de caixa perfeitamente correlacionados

São aqueles projectos cujos fluxos de caixa apresentam uma correlação próxima de 1
(correlação perfeita positiva). O risco destes investimentos é calculado utilizando a
fórmula, a seguir:

Vamos aplicar a fórmula acima no exemplo utilizado no tópico anterior (Independência


dos Fluxos de Caixa).

Os riscos (desvio-padrão) calculados no exemplo anterior foram:

Se considerarmos uma taxa de juros de 6%a.a., teremos um risco de :

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Verificamos que o risco do investimento analisado aumentou quando consideramos


que os fluxos de caixa deste projecto são dependentes.

5.2) Investimentos com fluxos de caixa moderadamente correlacionados

Estes projectos são dependentes uns dos outros, mas com menor intensidade, ou seja,
os fluxos de caixa esperados podem variar dependendo do resultado obtido
anteriormente.

Nesses casos, utilizamos probabilidades condicionadas. Vejamos o exemplo, a seguir,


o de probabilidades condicionadas:

Investimento
Inicial: $ 140.000,00
Taxa de juros: 12% a.a.

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Para calcularmos o risco deste tipo de projeto, utilizamos a fórmula, a seguir:

Combinações.
Antes de aplicarmos a fórmula do desvio padrão acima devemos realizar as acções a
seguir:
Calcular o VPL para cada uma das combinações

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Para facilitar a aplicação da mesma, vamos transcrevê-la na forma da tabela abaixo:

Relembrando:
1º Passo: montar as combinações possíveis
2º Passo: calcular as probabilidades combinadas
3º Passo: calcular o VPL individual de cada combinação
4º Passo: calcular o VPL esperado do projeto
5º Passo: calcular o desvio padrão do projeto

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Leituras Complementares

Texto 1
ASSAF NETO, Alexandre. Decisões de investimento em condições de risco. In: _____.
Finanças corporativas e valor. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2005. Cap. 17. p.339349.
Este capítulo aborda as técnicas de análise de investimentos levando em consideração
a variável risco.

Texto 2
MATIAS, Alberto Borges;Centro de Pesquisas em fi nanças, Equipe de professores do
INEPAD – Finanças Corporativas de Longo Prazo, Criação de Valor com
Sustentabilidade Financeira Volume 2. São Paulo: Atlas, 2007 – Cap. 6 : Análise de
Investimentos de Capital de Longo Prazo.

Texto 3
ASSAF NETO, Alexandre; LIMA, Fabiano Guasti. Decisões de investimento em
condições de risco. In: _____. Curso de Administração Financeira. São Paulo: Atlas,
2009. Cap. 17:.

Actividades

Actividade 1

Com relação ao risco, é errado afi rmar:


a) Evidencia uma possível perda.
b) É medido pelo desvio-padrão.
c) Está relacionado com decisões futuras.
d) É a mensuração da incerteza.
e) Investimentos com correlação positiva reduzem seus riscos.

Actividade 2

A empresa NOEL S.A. espera que os fluxos de caixa, provenientes da expansão de


sua linha de produção, dos próximos cinco anos serão de $14.000, $12.000, $10.000,
$8.000, e $6.000, respectivamente. Os factores equivalentes à certeza para os
respectivos são 95%, 80%, 70%, 60% e 40%. O investimento inicial para a expansão
da linha de produção está orçado em $22.000. A taxa livre de riso é de 10%a.a.
Utilizando o método do equivalente à certeza, decida se o projecto é viável.

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Actividade 3
Você está analisando dois projectos de investimentos com prazos de dois anos cada.
Esse recurso será utilizado depois do término do investimento na compra de sua futura
residência, logo, o projecto deve ser o menos arriscado possível. O projecto A tem
fluxos de caixa de $4.000 e de $5.000 para o primeiro e segundo ano respectivamente.
O projecto B proporciona fluxos de caixa de $6.000 para o ano 1 e de $3.000,00 para o
ano 2. O investimento inicial para cada projecto é de $4.400. Utilizando a técnica de
Análise de sensibilidade indique a melhor opção, ou seja, o projeto mais conservador
se a taxa de mercado sofrer uma alteração de 12% a.a. para 14%a.a.

Actividade 4
A empresa EBUINU elaborou simulações para as 3 propostas de projectos de
modernização de seu sistema de pedidos. Os resultados são apresentados na tabela
abaixo. Utilizando a técnica de análise de cenários, qual projecto que a empresa
EBUINU deve realizar?

Dica: como neste exercício não foi fornecido nenhuma probabilidade, o VPL esperado
de cada projecto é a média aritmética dos VPLs de cada simulação. O desvio padrão
de cada simulação também já foi fornecido e não há probabilidades logo, o desvio de
cada projecto é a média aritmética dos desvios de cada simulação.

Actividade 5

A Sra. Marcela, diretora financeira da Expand S.A. acabou de receber os prováveis


fluxos de caixa de um projeto de $ 6.000.000,00 para a construção de uma nova
unidade. Ela tem que fazer uma apresentação do projeto na próxima reunião de
directoria da empresa, com o intuito de explicar a decisão por ela tomada. Para fi car
uma apresentação mais objetiva, Marcela optou por apresentar o retorno esperado
deste projecto e o risco do mesmo. Sabendo que os fluxos de caixa são independentes
e que a taxa de juros do mercado é de 6%a.a. Qual a decisão de Marcela? Justifique
mostrando quais os valores apresentados por ela.

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REFERÊNCIAS
BRIGHAM, Eugene F.; GAPENSKI, Louis C.; EHRHARDT, Michael C.
Administração financeira. São Paulo: Atlas, 2001.

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CHAVE DE CORRECÇÃO DAS ACTIVIDADES

Unidade 1

Actividade 1

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Actividade 2

Actividade 3

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Actividade 4

Actividade 5

1. Por se tratar de uma actividade singular, não rotineira e não repetitiva.


2. O Governo de Moçambique vai financiar o projecto com apoio dos parceiros
internacionais, o povo moçambicano vai se beneficiar do projecto.

3. Grau de Incerteza baixa apesar de se tratar de um projecto que pode apresentar


algumas dificuldades de realização, mas o resultado final é de fácil conhecimento
Grau de Complexidade alto em função das condições de realização por se tratar de
uma ponte que precisa de engenharia de ponta e com equipamento a altura do
projecto.

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4. Sim; como exemplo, podemos citar o subprojecto voltado para a logística da
manutenção e deslocamento do acampamento do pessoal envolvido na construção do
projeto – Subprojeto Ambiental associado ao projecto.

5. Sim diversas actividades funcionais deverão ser executadas na implementação do


projecto como, por exemplo, refeições, manutenções etc..

6. Refeições do pessoal envolvido na construção da ponte manutenções dos


equipamentos envolvidos na construção da rodovia.

7. Engenheiros (gestão do projecto), mecânicos de máquinas e equipamentos


(manutenção dos equipamentos), enfermeiros (tratamento preventivo e correctivo do
pessoal envolvido, cozinheiros (alimentação do pessoal), pessoal da segurança
(especialistas diversos das diversas áreas do saber) etc..
8. Máquinas e Equipamentos alimentos (para as refeições do pessoal); medicamentos
(remédios e vacinas para a manutenção da saúde e primeiros socorros do pessoal);
materiais necessários ao desenvolvimento do projecto (para a construção da rodovia);
rádios (para a comunicação entre as equipes do projeto e a base central); transporte
aéreo ou marítimo (caso necessário para um rápido transporte entre as duas margem
;etc..
9. Reconstrução da rodovia ligados ao projecto
10. Retomada do crescimento da região (melhorando o fluxo de entradas e saídas de
produtos e serviços); maior oportunidade de emprego para o pessoal da região (em
função da maior facilidade de transporte e da retomada do crescimento).
11. Funcional: velocidade máxima permitida na estrada e placas de sinalização
Técnica: Espessura e densidade do asfalto da rodovia.

Unidade 2

Actividade 1

Os gastos com o asfaltamento não devem ser considerados no fluxo de caixa para a
análise construção da pousada. São considerados custos incorridos, ou seja, estão
situados em tempo ja decorrido, nao são afectados pela decisão de aceitar ou nao
determinado projecto. Todos os fluxos de caixa anteriores a decisão de investimento
são irrelevantes para a análise da proposta.

Actividade 2

a)

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Pelo payback médio, o projecto deve ser aceito, pois seu prazo de recuperação e de,
aproximadamente, 2 anos, 7 meses e 9 dias, inferior aos 3 anos estabelecido pela
empresa.

b)

Pelo payback efectivo, o projecto deve ser aceito, pois seu prazo de recuperação e de,
Aproximadamente, 2 anos, 2 meses e 19 dias; inferior aos 3 anos estabelecidos pela
empresa.

c)
Calculando o valor presente das entradas:

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Pelo payback descontado, o projecto não deve ser aceito, pois seu prazo de
recuperação e de, aproximadamente, 3 anos, 4 meses e 1 dia; superior aos 3 anos
estabelecidos pela empresa.

Actividade 3 -

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a) Todos os fluxos são saídas de caixa:

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b) Equipamento Water

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Equipamento Deep:

A melhor opção e o equipamento Deep, pois o mesmo apresenta um custo presente


liquido menor.

c)

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A melhor opção é o equipamento Deep, pois o mesmo apresenta um custo anual


menor.

a)
Van a ser substituída:
Cálculo da depreciação e do valor residual
Valor de aquisição ⁄ vida util = 160.000/10=16.000 por ano
Valor residual hoje, apos 5 anos de uso = 160.000 – (16.000 x 5) = 80.000,00
Calculo do IR da venda da van IR= 0,4*(40.000-80.000)=-56.000,00
Entrada de caixa com a venda da van = venda + IR = 40.000+16.000= 56.000

Como estamos analisando por qual equipamento e melhor a van actual ser substituída,
vamos elaborar os fluxos incrementais da van nova com a van actual e do minibus com
a van actual.

Calculando a Tir:

, so e resolvido com uma calculadora fi nanceira.

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Calculando a TIR:

b) Resp: Melhor comprar o minibus, pois quando comparado a situação actual,


apresenta maior VALL e maior TIR, sendo a TIR superior a 18%a.a.

Actividade 5 -

a) Estrutura Elis

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Estrutura Gal:
Vamos adotar o VPL encontrado na letra “a” para esta estrutura, visto que sua vida util
e de 24 anos.

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c) A estrutura Gal e a melhor alternativa, por apresentar um custo presente liquido


menor e, consequentemente, um menor custo anual.

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