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I. INTRODUÇÃO.................................................................................................................................2
Fonte......................................................................................................................................................4
IV.1 Lei.................................................................................................................................................7
IV.2. Jurisprudência...............................................................................................................................9
IV.3. Costume.....................................................................................................................................10
IV.4. Doutrina......................................................................................................................................11
V. 3. Formação da lei..........................................................................................................................15
Acto legislativo....................................................................................................................................17
VI. CONCLUSÃO..........................................................................................................................18
VI. BIBLIOGRAFIA...........................................................................................................................18
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I. INTRODUÇÃO
Este trabalho pretende debruçar a respeito das Fontes do Direito, um tema que está inserido
no plano temático da disciplina de Introdução ao Direito e ao Pensamento Jurídico I, que é
uma das cadeiras iniciais mais importantes da nossa formação, na medida em que cabe a ela o
papel de “despertar” o interesse do aluno pelo Direito.
Para a elaboração deste trabalho tomámos como principal método a pesquisa bibliográfica.
Como base recorremos às obras que constam do plano temático, bem como na Internet onde
pudemos dispor de variadíssima biografia através de livros em formato electrónico.
Com este trabalho pretendemos, de forma geral, identificar as principais fontes do Direito.
Em termos específicos a nossa abordagem incidirá na demonstração de como cada uma das
“Fontes do Direito” funciona ou contribui na questão do Direito e qual é a realidade das
Fontes do Direito Moçambicano sem esquecer de apontar como se procede no processo de
formação de uma lei no País.
Para atingir estes objectivos optamos primeiro por trazer abordagem dos conceitos do
“Direito”, “fontes” e por fim o significado do termo “Fontes do Direito”.
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II. REVISÃO DA LITERATURA
Garcia (2005, p.15) afirma que ao se procurar apresentar uma definição do Direito,
primeiramente, deve-se ter em mente que o vocábulo “direito” compreende enfoques e
significados diversos. Exemplificando, o termo em questão pode ser utilizado para significar
o justo, ou o conjunto de normas jurídicas, ou a prerrogativa que tem a pessoa de fazer valer
determinada posição jurídica.
Max Weber, citado por de Carvalho et al, define Direito como sendo “um conjunto de
normas que decorrem de uma base sociológica. Quer isto dizer que têm, na sua génese
formativa, a influência de aspectos religiosos, morais e outros que resultam de contingências
geopolíticas.
Raele (2003, p. 16) o Direito é um facto ou fenómeno social. Não existe senão na sociedade e
não pode ser concebido fora dela. Uma das características da realidade jurídica é, como se vê,
a sua socialidade, a sua qualidade de ser social.
De acordo com este é necessário desde logo observar que durante milénios o homem viveu
ou cumpriu o Direito, sem se propor o problema do seu significado lógico ou moral. É
somente num estágio bem maduro da civilização que as regras jurídicas adquirem estrutura e
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valor próprios, independente das normas religiosas ou costumeiras e, por via de
consequência, é só então que a humanidade passa a considerar o Direito como algo
merecedor de estudos autónomos. Essa tomada de consciência do Direito assinala um
momento crucial e decisivo na história da espécie humana, podendo-se dizer que a
conscientização do Direito é a semente da Ciência do Direito.
Fonte
Desde a Grécia Antiga (Cícero) a palavra fonte significava nascedouro, nascente, origem,
causa, motivação para varias manifestações do Direito.
Assim, a palavra “fonte” tem origem do latim “fontis”, que significa nascente de água. No
âmbito do Direito é empregada como metáfora, como observa o pensador Du Pasquier, citado
por João dos Santos na sua obra Fontes do Direito, “remontar à fonte de um rio é buscar o
lugar de onde as suas águas saem da terra; do mesmo modo inquirir sobre a fonte de uma
regra jurídica é buscar o ponto pelo qual sai das profundidades da vida social para aparecer na
superfície do Direito”.
Miguel Reale (2003) considera Fontes do Direito como sendo os “processos ou meios em
virtude dos quais as regras jurídicas se positivam com legítima força obrigatória”. Já para
Hans Kelsen (2009) é “o fundamento de validade da norma jurídica, decorre de uma norma
superior, válida”.
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Ainda de acordo com este, Fontes do Direito é uma expressão utilizada no meio jurídico para
se referir aos componentes utilizados no processo de composição do Direito, enquanto
conjunto sistematizado de normas, com um sentido e lógica própria, disciplinador da
realidade social de um estado. Em outras palavras, fontes são as origens do Direito, a matéria-
prima da qual nasce o direito.
A expressão Fontes do Direito remete-nos ao que se ouve pela primeira vez, a diferentes
sentidos, nomeadamente histórico, instrumental, sociológico ou material, orgânico e técnico-
jurídico.
Entretanto, de acordo com Garcia (2005, p. 71) é corrente fazer-se menção às fontes
materiais do Direito, diferenciando-as das fontes formais do Direito. Considerando-se as
fontes materiais do Direito como sendo os motivos éticos, morais, históricos, sociológicos,
económicos, religiosos e políticos que deram origem à norma jurídica. Envolvem, assim, os
factores reais que condicionaram o aparecimento da norma jurídica, as razões (económicas,
sociais, políticas etc.) que influenciaram a criação da norma do Direito.
As fontes formais do Direito podem ser entendidas como os modos de manifestação das
normas jurídicas. Nessa perspectiva, as fontes formais do Direito são as formas de expressão
do Direito, ou seja, os meios de exteriorização das normas jurídicas.
No sentido histórico traduz a ideia do sistema que sob o ponto de vista histórico inspirou ou
deu origem a um determinado Direito. Por exemplo, o nosso Direito tem como fonte histórica
o Direito Romano.
No sentido sociológico entende-se como fonte do Direito o conjunto de factos sociais que
norteiam a actividade criadora de Direito. Por exemplo, o aumento do parque automóvel
numa determinada cidade pode obrigar a alterações ao vigente Código de Estrada. O surto de
certa epidemia ou actos criminais hediondos, pode impulsionar a criação de leis específicas
para fazer face a esses cenários assistidos numa determinada sociedade. Podemos citar como
exemplo o que aconteceu no mundo por conta da pandemia da Covid-19.
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No sentido orgânico dá a ideia da origem orgânica do Direito. O órgão que emanou o Direito
é a fonte orgânica desse Direito. Por exemplo, no nosso país, o Presidente da República, a
Assembleia da República e o Governo, são fontes orgânicas do Direito.
No sentido técnico jurídico refere-se aos diferentes modos de formação e revelação das
regras jurídicas.
A doutrina jurídica não se apresenta uniforme quanto ao estudo das Fontes do Direito. Entre
os doutrinadores do Direito, há uma grande diversidade de opiniões, distinguindo-se três
espécies de fontes do Direito: históricas, materiais e formais.
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c) Fontes Formais: O Direito Positivo apresenta-se aos seus destinatários por diversas formas
de expressão, nomeadamente pela lei e costume. Fontes formais são os meios de expressão do
Direito, as formas pelas quais as normas jurídicas se exteriorizam, tornam-se conhecidas.
Para que um processo jurídico constitua fonte formal é necessário que tenha o poder de criar
o Direito. Criar o Direito significa introduzir no ordenamento jurídico, novas normas
jurídicas.
As fontes imediatas e mediatas do Direito são, segundo o artigo 1º do Código Civil, fontes
imediatas do direito as leis e as normas corporativas”.
1 - Lei
2 - Costumes
3- Jurisprudência
4- Doutrina
IV.1 Lei
A lei sempre esteve presente na história do Direito, entretanto, apenas no século XIX, com a
complexidade da sociedade. Ela surgiu para fornecer segurança jurídica.
A lei é a forma moderna de produção do Direito Positivo. É o acto do poder legislativo que
estabelece normas de acordo com os interesses sociais. Ou seja, a fonte material da lei são os
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próprios fatos e valores da sociedade (DINIZ, 2004). Toda legislação possui um poder,
advindo do Estado, um poder soberano.
A lei não constitui, como outrora, a expressão de uma vontade individual, pois traduz as
aspirações colectivas. Apesar de uma elaboração intelectual que exige técnica específica, não
tem por base os artifícios da razão, pois se estrutura na realidade social. A sua fonte material
é representada pelos próprios factos e valores que a sociedade oferece.
E porquê se diz que a lei é fonte do Direito? A lei é fonte do Direito porque dela se extrai a
regra jurídica a ser aplicada num determinado caso concreto. A lei em si não resolve a
questão suscitada, mas a regra nela contida ao ser extraída para ser aplicada ao caso concreto
faz da lei a fonte dessa regra. (DINIZ, 2017)
De acordo com Jean Patrício da Silva no sistema romanista, a lei prepondera como o centro
gravitador do Direito. Tal tradição preponderou definitivamente após a Revolução Francesa,
quando a lei passou a ser a única expressão do direito nacional. Neste sistema, a codificação
tem um papel fundamenta.
O mesmo autor aponta que no sistema Commow Law, que é dominante principalmente em
países de língua ou influência Inglesa (Inglaterra, Austrália, etc.), a lei é vista como apenas
uma dentre as várias fontes. Seu papel não se sobrepõe às demais modalidades.
Em Moçambique, segundo artigo 2º do Código Civil, é considerado como lei “todas as
disposições genéricas provindas dos órgãos estaduais competentes. São normas corporativas
as regras ditadas pelos organismos representativos das diferentes categorias morais, culturais,
económicas ou profissionais, no domínio das suas atribuições, bem como os respectivos
estatutos e regulamentos internos.”
São várias as espécies de leis e não há uniformidade quanto à sua apresentação.
Lei em sentido material: coincide com o sentido amplo do termo lei, toda e qualquer
disposição proveniente de uma entidade estadual competente.
Lei em sentido formal: é aquela que acarreta para a sua emanação a observância de
formalidades próprias por seu turno previstas na lei, sem as quais será havida por Inválida.
Lei em sentido orgânico é a que provem de específicos órgãos legislativos, mormente a
Assembleia da República e o Governo.
Existem ainda a lei geral e lei especial.
Lei geral é aquela que se aplica a generalidade das pessoas sobre que certa matéria se refere.
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Lei especial é aquela que se destina a certas pessoas. Mas porque a especialidade é algo
relativo pode ser em relação as pessoas, material e lugar.
Havendo conflito entre a lei geral e a lei especial aplica-se a lei especial porque a lei geral
não afasta a lei especial ou a lei especial prevalece sobre a lei geral.
As leis podem também ser vistas no âmbito geográfico e político. Nestas circunstâncias,
temos: leis federais, estaduais, nacionais, regionais, locais, autárquicas e/ou municipais
conforme os casos.
Podem também ser aferidas quanto ao tempo. Assim, se diz leis novas, antigas ou
transitórias. A lei nova afasta a lei antiga.
IV.2. Jurisprudência
Para Silva (2014, p.16) a palavra Jurisprudência é derivada do latim jus (direito) e prudentia
(sabedoria), ou seja aplicação do Direito com sabedoria, devendo ser entendida como a forma
de revelação do Direito através do exercício da jurisdição, mediante uma sucessão de
decisões harmónicas (em um mesmo sentido) dos tribunais, aplicadas a casos concretos que
apresentem.
A Jurisprudência é o conjunto de relevantes decisões proferidas normalmente por tribunais de
escalão superior que podem ser usadas para extracção da regra jurídica a aplicar num caso
concreto.
Para o autor Miguel Reale, o Direito jurisprudencial não se forma por meio de uma ou três
sentenças, mas exige uma série de julgados que guardem, entre si, uma linha essencial
de continuidade e coerência. Tal deve-se ao facto de existirem casos em que a Jurisprudência
traz inovação no que se refere à matéria jurídica apreciada, estabelecendo parâmetros
normativos não contidos, de forma estrita e expressa, em uma lei determinada, mas que são
estabelecidos mediante conexão de dispositivos legais aplicáveis ao caso concreto. Nessas
oportunidades, o julgador faz uma espécie de composição de normas a serem aplicadas ao
caso concreto estabelecendo uma complementação ao sistema objectivo do Direito.
Entretanto, há autores que não consideram esta como fonte do Direito. “Uma vez que os
juízes são independentes na sua actuação custa afirmar com categoria que a jurisprudência é
verdadeira Fonte de Direito a não ser que seja costume jurisprudencial, jurisprudência
uniformizada e precedente afirma Castro Mendes (1984, p.114).
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Contudo, não há como não alistá-la se a generalidade dos autores a indicam como fonte de
Direito.
Da Silva considera que a jurisprudência tem sido usada como verdadeira fonte de Direito nos
países anglo-saxónicos onde se aplicam as regras dos casos precedentes. Há também
propensão para o uso da jurisprudência em países onde reina o conservadorismo legal, facto
que mantém os respectivos códigos intactos. Nessas circunstâncias a jurisprudência acaba por
ser a solução para os casos omissos.
Da jurisprudência pode resultar numa regra que fixe doutrina com força obrigatória geral a
que se chama assento nos termos do artigo 2 do Código Civil. Essa regra tem a mesma força
vinculativa que a lei.
IV.3. Costume
Nas sociedades primitivas, antes da escrita, as normas se traduziam pela repetição de práticas
que se entranhavam no espírito social e passavam a ser entendidas como obrigatórias ou
normativas.
No Direito Romano, que é a fonte do nosso Direito, desde a fundação de Roma (753 a.C data
presumível) até meados do século V a.C, o costume foi a única fonte do direito. A Lei das XII
Tábuas surge como uma representação dos costumes. A partir de então os costumes passam a
desempenhar um papel menor no Direito Romano, como refere Silva (2014, p.15).
Apesar da predominância da lei como fonte, o costume desempenha papel importante,
principalmente porque a lei não tem condições de predeterminar todas as condutas e todos os
fenómenos. O uso reiterado de uma prática integra o costume. Este (costume) é a fonte que
consiste na prática reiterada assistida de convicção de obrigatoriedade. Daqui resulta que há
dois elementos fundamentais para que se verifique o costume. Isto visa evitar que se
considere qualquer prática como sendo costume. É necessário que decorra do uso, que é a tal
prática social reiterada. Mas a referida prática reiterada deve ser juridicamente relevante e
assistida de convicção de obrigatoriedade (V. OLIVEIRA ASCENSÃO, 1983:p. 264-268).
Tal como tecemos em relação a lei, o costume em si mesmo não é Fonte do Direito, oferece
uma regra ou dele é extraído para ser aplicada a um caso concreto.
Há três espécies de costumes quando confrontados com a lei. Costume secundum legem é
aquele que é de acordo com lei que a interpreta. Costume praeter legem (para além da lei).
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Regula hipóteses e aspectos de que a lei não trata. Costume contra legem é contrário a lei. É
um tipo de costume que não vale.
IV.4. Doutrina
Segundo Silva (2014, p. 16) o termo “doutrina” também é proveniente do latim, no caso
docere (ensinar, instruir, mostrar). Em sentido jurídico a doutrina é entendida como sendo o
conjunto de princípios explanados nos livros do Direito, onde se materializam teorias e
analisam interpretações quanto às ciências jurídicas.
A doutrina, que é uma importante fonte auxiliar do Direito, consiste no estudo científico do
Direito, compondo-se de estudos e teorias desenvolvidas por juristas, com o objectivo de
interpretar e sistematizar todo o Direito e de conceber novas teorias capazes de contribuir
para sua evolução.
Entretanto, alguns autores não consideram a doutrina como fonte do Direito sob a alegação
de que, por mais sabedoria que possua um mestre (doutrinador/escritor) jamais seus
ensinamentos terão força para revelar a norma jurídica a ser cumprida pelos juízes
(julgadores) e jurisdicionados.
No entanto, boa parte dos autores considera a Doutrina como fonte do Direito, em razão de
sua relevância no desenrolar da experiência jurídica e da aplicação do Direito.
Entretanto, alguns doutrinadores como admitem que a analogia e a equidade, também possam
ser consideradas fonte.
Usar a analogia significa aplicar ao caso em concreto uma solução já aplicada a um caso
semelhante (um caso que possui mais semelhanças do que divergências).
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Equidade é normalmente entendida como a “justiça do caso concreto”. Por meio dela, o juiz
suaviza o rigor da norma jurídica abstracta, tendo em vista as peculiaridades do caso
concreto. É conhecida no Direito Romano a célebre frase de Cícero: “summum jus, summa
injuria” Garcia (2015, p. 84).
Agora vamos abordar a nossa ordem jurídica existem dois tipos de fontes do Direito. As
legais formais e as costumeiras- práticas.
As fontes de natureza legal e formal resultam da própria lei que revela o Direito Positivo a ser
aplicado dentro da ordem juridical nacional, conforme número 3 do artigo 2 da Constituição
da República de Moçambique (CRM) e artigo 1 do Código Civil. Portanto, a lei é a principal
fonte do Direito em Moçambique.
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Entende-se que a doutrina e a jurisprudência são fontes mediatas e doutrinárias do Direito.
Doutrinárias porque inevitavelmente devem ser referidas no estudo doutrinário das Fontes do
Direito. Porém, quando se pretende estudar as fontes do Direito em Moçambique, julgamos
ser curial apontar àquelas que o são sob o ponto de vista legal e prático.
Quando a actividade jurisprudencial produz decisões cujo teor se torna vinculativo para casos
análogos futuros em toda a ordem jurídica, como os assentos, assumem o mesmo valor
jurídico da lei, v. artigo 2º do Código Civil. “Nos casos declarados na lei, podem os tribunais
fixar, por meio de assentos, doutrina com forca obrigatória geral”.
Os Decretos são legítimos actos normativos do Governo conforme artigo 210 da C.R.M parte
final. Ao passo que os Decretos-Leis são aprovados pelo Governo mediante autorização
legislativa da Assembleia da República conforme alínea d) do artigo 204. Isto significa que o
Governo não pode aprovar Decretos-Leis sem a devida autorização da Assembleia da
República que à posterior o deve ratificar de acordo com o artigo 181 da C.R.M. Os actos não
normativos do Governo revestem a forma de resolução conforme número 4 do artigo 210 da
C.R.M.
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O Presidente da República por sua vez emana normas jurídicas cuja designação é decreto
presidencial nos termos do disposto no artigo 158 da Constituição da República.
O Ministro no exercício das suas funções cria normas a que se chamam de diplomas
ministeriais. Essas normas são normalmente de carácter regulamentar.
As autarquias locais, que constituem uma das manifestações do poder local nos termos do
número 1 parte final do artigo 135 da C.R.M conjugado com a Lei 2/97 de 28 de Maio (Lei
das autarquias locais) nos seus artigos 6 e 11 conjugados, tem competência de aprovar
regulamentos (posturas camarárias também se chamam) que visam organizar a vida na
autarquia local.
Como se sabe, a lei é a principal fonte formal do Direito nos países que usam o Direito
escrito. Durante muito tempo o Direito escrito era tido como característico do sistema
jurídico romano germânico, facto que actualmente está a perder terreno uma vez que mesmo
em países anglo-saxónicos, em que a principal fonte de Direito é o costume, hoje já usam o
Direito escrito em muitos casos. A lei ocupa um lugar privilegiado na ordem jurídica face as
demais normas jurídicas nela emanadas. No entanto elas conhecem por sua vez algumas
especificidades que reconduzem a certa hierarquia. Há as que são mais solenes e respeitáveis
que as outras. Assim, as leis constitucionais estão acima das leis ordinárias formais e estas
acima das leis ordinárias comuns ou não solenes, refere Oliveira Ascensão, citado por
Salomão Viagem (sd. pag.26) (OLIVEIRA ASCENSÃO, ob. cit., pp. 584-585).
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As leis ordinárias comuns ou não solenes são as emanadas pelos órgãos centrais do
Estado (decretos, decretos presidenciais, diplomas ministeriais), órgãos locais (se os
houverem), entidades autónomas (como é o caso das autarquias locais). Estas são leis
em sentido material ou amplo.
O princípio áureo na hierarquia das leis é o de que as leis de escalão inferior não devem
contrariar as de escalão superior.
Uma importante questão coloca-se em sede da hierarquia das leis, que é a de saber em que
posição se encontram os Tratados e Acordos Internacionais face as leis internas.
V. 3. Formação da lei
O processo de formação da lei (em sentido formal solene, restrito ou propriamente dita)
obedece etapas necessárias sem as quais o acto normativo enferma de desvalores.
Há que saber primeiro a quem cabe a iniciativa de lei. Nos termos do disposto no artigo 183
da CRM, a iniciativa de lei pertence:
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a) Aos deputados,
b) Às bancadas parlamentares;
d) Ao Presidente da República,
e) Ao Governo.
A iniciativa de lei prevista nas alíneas a) e c) do artigo 183 da C.R.M, isto é, de dentro da
Assembleia da República, chama-se- projecto de lei conforme reza o estabelecido no número
2 do mesmo artigo ao referir que “ os deputados e as bancadas parlamentares não podem
apresentar projectos…”.
As restantes iniciativas de lei são designadas de proposta de lei, como se alcança do previsto
na alínea c) do artigo 204 da C.R.M. Compete ao Conselho de Ministros preparar propostas
de lei a submeter à Assembleia da República. Esta fase inicial é chamada de elaboração.
Após a publicação que deve necessariamente ser feita no Boletim da República (BR), artigo
144º da C.R.M, a lei deve entrar em vigor imediatamente ou decorrido que seja determinado
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lapso de tempo. Ao interregno entre a publicação e entrada em vigor da lei chama-se vacation
legis cujo regime jurídico supletivo (que se aplica na falta de fixação de prazo para a entrada
em vigor de certa lei) consta da Lei 6/2006 de 18 de Abril. Em Moçambique a lei entra em
vigor simultaneamente em todo o território nacional. Não é assim em todos os países,
especialmente nos de dimensão territorial maior. Nestes países a lei entra em vigor
sucessivamente, por etapas nas diferentes regiões desses Estados.
Elaboração;
Aprovação;
Promulgação;
Publicação;
Entrada em vigor.
Acto legislativo
O processo de elaboração da lei pode ser afectado por uma acção ou omissão que reconduz a
vícios que se chamam de desvalores do acto legislativo. Aqui nos referimos apenas ao acto de
elaboração da lei e não de qualquer norma.
Invalidade,
Inexistência,
Ineficácia.
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Inexistência é o desvalor do acto legislativo considerado na falta de promulgação da lei. Em
Moçambique a promulgação é um acto exclusivo da competência do Presidente da República
conforme vimos supra 10.
VI. CONCLUSÃO
A principal reflexão a ser feita no final deste trabalho é a de que são várias fontes utilizadas
durante a execução do Direito. E o uso de cada uma depende da necessidade que se tem em
preencher eventuais lacunas para solução de um caso concreto.
Das fontes de Direito apontadas neste trabalho há que destacar o facto de a lei ser escrita
enquanto as restantes apresentadas não são.
Nestes termos, é dada a importância ao estudo das Fontes do Direito porque, como exposto
neste trabalho, contribui ao interpretar à solução do processo com suprimento das lacunas
encontradas a partir da análise e interpretação da norma para o caso concreto.
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VI. BIBLIOGRAFIA
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