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Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Centro Biomédico
Faculdade de Ciências Médicas

Bruna Alves da Silva Pimentel

Avaliação de aspectos clínico-epidemiológicos e de patogenicidade de


Streptococcus agalactiae isolados de gestantes e neonatos

Rio de Janeiro
2023
Bruna Alves da Silva Pimentel

Avaliação de aspectos clínico-epidemiológicos e de patogenicidade de Streptococcus


agalactiae isolados de gestantes e neonatos

Tese apresentada, como requisito parcial para


obtenção do título de Doutor, ao Programa de Pós-
Graduação em Microbiologia, da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro. Área de concentração:
Microbiologia Médica Humana.

Orientadora: Profª. Drª. Prescilla Emy Nagao Ferreira

Rio de Janeiro
2023
CATALOGAÇÃO NA FONTE
UERJ/REDE SIRIUS/BIBLIOTECA CB-A

P644 Pimentel, Bruna Alves da Silva.


Avaliação de aspectos clínico-epidemiológicos e de patogenicidade de
Streptococcus agalactiae isolados de gestantes e neonatos / Bruna Alves da Silva
Pimentel. - 2023.
109 f.

Orientadora: Profª. Dra. Prescilla Emy Nagao Ferreira

Doutorado (Tese) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de


Biologia Roberto Alcântara Gomes. Pós-graduação em Biociências.

1. Streptococcus agalactiae – Patogenicidade – Teses. 2. Complicações infecciosas


na gravidez – Epidemiologia. 3. Sepse neonatal – Prevenção & controle. I. Ferreira,
Prescilla Emy Nagao. II. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Instituto de
Biologia Roberto Alcântara Gomes. III. Título.

CDU 579.862:618.2

Bibliotecário: Felipe Caldonazzo CRB7/7341

Autorizo apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta tese, desde que
citada a fonte.
______________________________________ _____________________
Assinatura Data
Bruna Alves da Silva Pimentel

Avaliação de aspectos clínico-epidemiológicos e de patogenicidade de Streptococcus


agalactiae isolados de gestantes e neonatos

Tese apresentada, como requisito parcial para


obtenção do título de Doutor, ao Programa de Pós-
Graduação em Microbiologia, da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro. Área de concentração:
Microbiologia Médica Humana.

Aprovada em 13 de junho de 2023.


Banca Examinadora:
________________________________________________________
Profª. Dra. Prescilla Emy Nagao Ferreira (Orientadora)
Faculdade de Ciências Médicas – UERJ
________________________________________________________
Profª. Dra. Louisy Sanches dos Santos Sant’Anna
Faculdade de Ciências Médicas – UERJ
________________________________________________________
Profª. Dra.Gabriela Santos Jonathan
Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes – UERJ
________________________________________________________
Profª. Dra. Verônica Viana Vieira
Fundação Oswaldo Cruz
________________________________________________________
Profª. Dra. Bernadete Teixeira Ferreira
Universidade Federal do Rio de Janeiro

Rio de Janeiro
2023
DEDICATÓRIA

“Quanto aos nossos, que aprendam a dedicar-se à prática de boas obras, a fim de que
supram as necessidades diárias e não sejam improdutivos”. (Tito 3:14)
Nova Versão Internacional Bíblia Sagrada
AGRADECIMENTOS

Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o
produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da
malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no
Senhor; exultarei no Deus da minha salvação. O Senhor Deus é a minha força, e fará os
meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as minhas alturas. (Habacuque 3:17-
19)
Agradeço aquele que sustentou até aqui, que fez com que tivesse forças para continuar.
LOUVADO SEJA DEUS! Agradeço em primeiro lugar à ele, por graça e misericórdia na
minha vida e que o nome dele seja bendito e louvado, desde agora e para todo sempre,
Amém! Este trabalho não seria realizado se não houvessem pessoas por trás, pessoas tão
maravilhosas e competentes que junto a mim executassem tal missão.
Agradeço a vida da minha orientadora Prof. Prescilla, que impulsionou me e vendo
capacidade até onde não havia, me auxiliou com todo empenho e forças, ouvindo me não só
como profa, mas também amiga que Deus colocou no meu caminho, louvo à Deus pela sua
vida! Te amo e obrigada!
Agradeço por todos presentes no grupo LBMFE os quais ajudaram sem medidas, não me
ausentando de nenhum componente, afinal, somos um grupo e sem cada um, nada disso seria
possível: Profa Gabriela Jonathan (amiga e colega de trabalho, te amo, gratidão); Kaian (não
mediu auxílio/esforços em nada, que você realize todos seus sonhos, gratidão); Rose (amiga e
prestativa em tudo, gratidão), Pamella, João, Julyana, Noemi, Isabelle, Eduarda, Dayane e
Lucas, todos, até os recém chegados (ICs), GRATIDÃO;
Agradeço aos amigos do HMCD que me ajudaram todo tempo, sentirei saudades, as
nossas manhãs eram ímpares! Vocês são nota 1000;
Agradeço ao GEAD UERJ (Grupo de estudantes adoradores de Deus), obrigada pela
amizade e apoio em fé e ousadia na palavra de DEUS;
Agradeço ao apoio dos familiares (Mãe e Pai) e amigos pessoais os quais foram
fundamentais para que chegasse até aqui, pela força que me ajudou a prosseguir;
Agradeço à IPAMPD (Ig. Pentecostal Apóstólica Ministério Promessa de Deus) minha
casa espiritual a qual juntamente com a minha líder Bp Marcia Franco, orou por este
momento e auxiliou me em tudo;
Agradeço ao meu noivo Thiago, meu amor, que ajuda, e não mede esforços para me
auxiliar, mesmo estando longe grande parte do tempo. Te amo!
Agradeço à todos que de alguma maneira me apoiaram em tal missão. Deus os abençoe e
recompense mil vezes mais.

Agradeço à CAPES pelo financiamento.


“Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as
serpentes e simples como as pombas”.
(Mateus 10:16) Jesus Cristo
Biblia Sagrada Versão Almeida Revista e Atualizada.
RESUMO

PIMENTEL, Bruna Alves da Silva. Avaliação de aspectos clínico-epidemiológicos e de


patogenicidade de Streptococcus agalactiae isolados de gestantes e neonatos. 2023. 109 f.
Tese (Doutorado em Microbiologia) – Faculdade de Ciências Médicas, Universidade do
Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2023.

O Streptococcus agalactiae (estreptococos de grupo B, EGB) é um microrganismo


oportunista que compõe a microbiota anfibiôntica normal dos tratos gastrointestinal, bucal e
reto/vaginal humano. S. agalactiae pode ascender até o útero em gestantes colonizadas,
transpor a barreira placentária e ocasionar complicações podendo chegar até ao óbito
neonatal. O monitoramento da mãe e filho no hospital/maternidade de origem é de extrema
importância. Portanto, este estudo teve como objetivo principal a avaliação de aspectos
clínico-epidemiológicos e de patogenicidade de S. agalactiae isolados de gestantes e neonatos
atendidos na Maternidade Carmela Dutra (Rio de Janeiro, RJ). No período de janeiro de 2018
até fevereiro de 2020 foram coletadas 305 espécimes clínicos, sendo 225 (73,7%) espécimes
clínicos (vaginais, retais, urina e secreção) oriundos de gestantes entre 34a-37a semanas de
gestação e 80 (26,2%) espécimes clínicos (umbigo e orelha externa) de neonatos nascidos de
24 até 48h de nascimento, os quais foram submetidas à identificação por sorologia e pela
técnica de MALD TOF. As 29 (9,5%) amostras isoladas de gestantes e 19 (6,2%) amostras de
neonatos foram identificadas como pertencentes à espécie S. agalactiae, respectivamente. Os
resultados do PCR multiplex mostraram que o tipo capsular Ia foi predominante em gestantes
com 55% (n=16), seguido do tipo V com 20,6 % (n=6), II com 10,3% (n=3) e III com 14%
(n=4). Em amostras neonatais houve a prevalência do tipo capsular V (n=9; 47%), seguido
dos tipos Ia (n=4; 21%), III (n=2; 11%), II (n=2; 11%), VI (n=1; 5%) e VII (n=1; 5%).
Dentre as comorbidades verificadas com maior frequência nas gestantes estudadas a
hipertensão gestacional (24%), diabetes miellitus gestacional (17%) e infecções urinárias
(17%) foram as que apresentaram maior taxa de intercorrência no parto. Além disso, o tipo
capsular Ia foi identificado em amostras oriundas de gestantes com infecção urinária e
diabetes mellitus gestacional, características de gestação de alto risco. Os tipos capsulares Ia e
V tiveram uma maior prevalência em comorbidades quando comparados aos demais tipos
capsulares. Gestantes com idade entre 29-36, seguidas de 21-28 anos de idade foram
prevalentes com 28% e 17% das amostras bacterianas, respectivamente. Mães de cor parda
(24%) e branca (17%) foram predominantes em relação às de cor preta (14%). Podemos
observar também maior número de colonização por S. agalactiae em isolados oriundos de
umbigo de recém natos. Esses resultados demonstram a importância de análise de gestantes
colonizadas por S. agalactiae, incluindo neonatos de mães colonizadas que podem
desenvolver infecções invasivas através da colonização umbilical e no ouvido externo durante
o parto normal.

Palavras Chave: Streptococcus agalactiae. Gestantes. Prevenção. Sepse neonatal.


ABSTRACT

PIMENTEL, Bruna Alves da Silva. Evaluation of clinical-epidemiological aspects and


pathogenicity of Streptococcus agalactiae isolated from pregnant women and newborns.
2023. 109 f. Tese (Doutorado em Microbiologia) – Faculdade de Ciências Médicas,
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2023.

Streptococcus agalactiae (group B streptococci, GBS) is an opportunistic


microorganism that makes up the normal amphibian microbiota of the human gastrointestinal,
oral, and rectal/vaginal tracts. S. agalactiae can ascend to the uterus in colonized pregnant
women, cross the placental barrier and cause complications that can even lead to neonatal
death. Monitoring the mother and child at the hospital/maternity of origin is extremely
important. Therefore, this study had as its main objective the evaluation of clinical-
epidemiological aspects and pathogenicity of S. agalactiae isolated from pregnant women and
newborns treated at Maternidade Carmela Dutra (Rio de Janeiro, RJ). From January 2018 to
February 2020, 305 clinical specimens were collected, of which 225 (73,7%) were clinical
specimens (vaginal, rectal, urine and secretion) from pregnant women between the 34th-37th
week of pregnancy and 80 (26,2%) clinical specimens (umbilicus and external ear) of
neonates born from 24 to 48 hours after birth, which were submitted to identification by
serology and by the MALD TOF technique. The 29 (9,5%) samples isolated from pregnant
women and 19 (6,2%) samples from neonates were identified as belonging to the S.
agalactiae species, respectively. The multiplex PCR results showed that the capsular type Ia
was predominant in pregnant women with 55% (n=16), followed by type V with 20.6% (n=6),
type II with 10.3% (n=3) and III with 14% (n=4). In neonatal samples, there was a prevalence
of capsular type V (n=9; 47%), followed by types Ia (n=4; 21%), III (n=2; 11%), II (n=2; 11%
), VI (n=1; 5%) and VII (n=1; 5%). Among the comorbidities most frequently observed in the
pregnant women studied, gestational hypertension (24%), gestational diabetes mellitus (17%)
and urinary infections (17%) were the ones that presented the highest rate of complications
during childbirth. In addition, the capsular type Ia was identified in samples from pregnant
women with urinary tract infection and gestational diabetes mellitus, characteristics of high-
risk pregnancies. Capsular types Ia and V had a higher prevalence of comorbidities when
compared to the other capsular types. Pregnant women aged 29-36, followed by 21-28 years
old were prevalent with 28% and 17% of bacterial samples, respectively. Brown (24%) and
white (17%) mothers were predominant compared to black mothers (14%). We can also
observe a greater number of colonization by S. agalactiae in isolates from the umbilicus of
newborns. These results demonstrate the importance of analyzing pregnant women colonized
by S. agalactiae, including neonates of colonized mothers who may develop invasive
infections through umbilical and external ear colonization during normal delivery.

Keywords: Streptococcus agalactiae. Pregnant women. Prevention. Neonatal sepsis.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Colonização vaginal e transmissão do S. agalactiae através do fluido


amniótico,ultrapassando o epitélio, ascendendo até o útero e infectando
neonato.............................................................................................................. 17
Figura 2- Detecção de genes de virulência em amostras de S. agalactiae isoladas de
gestantes e neonatos.......................................................................................... 50
Figura 3- Correlação entre a amplificação dos genes lmb, fbsA, hvgA, pili-1, pili-2a,
pili-2b, hylB e iag e os tipos capsulares Ia (A), II (B), III (C) e V (D) de
amostras de S. agalactiae isoladas de gestantes ............................................... 51
Figura 4- Correlação entre a amplificação dos genes lmb, fbsA, hvgA, pili-1, pili-2a,
pili-2b, hylB e iag e os tipos capsulares Ia (A), II (B), III (C) e V (D)
provenientes de amostras de S. agalactiae isoladas de neonatos ...................... 53
Figura 5- Complexos clonais e sequências tipo de amostras de gestantes. (A)
Complexo clonais 1, 17, 23 e 452. (B) Sequências tipo 1, 17, 23, 24, 144,
865 e 1249.......................................................................................................... 55
Figura 6- Complexos clonais e sequências tipo de amostras de neonatos. (A)
Complexos clonais 1, 17, 19, 23 e 452. (B) Sequências tipo 1, 19, 23, 24, 28,
144, 162, 163, 865 e 1249............................................................................... 56
Figura 7- Dendograma de similaridade das amostras de S. agalactiae isoladas de
gestantes e neonatos, contendo a sequência tipo complexo clonal, tipo
capsular,e fatores de virulência......................................................................... 57
Figura 8- Ensaios de aderência e invasão com amostras de gestantes e células epiteliais
(A549)................................................................................................................ 59
Figura 9- Ensaios de aderência e invasão com amostras neonatais e células epiteliais
(A549)................................................................................................................ 60
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Faixa etária de gestantes colonizadas pelo S. agalactiae. NI* Não


informada....................................................................................................... 40
Gráfico 2 - Cor de pele em gestantes colonizadas por S. agalactiae. NI* Não
informada....................................................................................................... 41
Gráfico 3 - Comorbidades em gestantes entre 34-37 semanas de
gestação......................................................................................................... 42
Gráfico 4 - Tipagem capsular de amostras de S. agalactiae isoladas de gestantes com
34-37 semanas de gestação e de neonatos com 24h-48h de
nascimento..................................................................................................... 46
Gráfico 5 - Tipagem capsular de amostras de S. agalactiae isoladas de gestantes entre
34-37 semanas de gestação........................................................................... 47
Gráfico 6 - Tipagem capsular de amostras de S. agalactiae isoladas de neonatos com
24h-48h de nascimento.................................................................................. 47
Gráfico 7 - Correlação entre o tipo capsular e comorbidades em gestantes com 34-37
semanas de gestação...................................................................................... 48
Gráfico 8 - Complicações durante o parto em gestantes colonizadas com amostras de
S. agalactiae pertencentes aos tipos capsulares Ia e V ................................. 49
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Primers para tipagem das amostras de S. agalactiae..................................... 36

Tabela 2 - Primers utilizados para determinação dos fatores de virulência das


amostras de S. agalactiae............................................................................... 37

Tabela 3 - Primers usados para MLST de S. agalactiae................................................. 38

Tabela 4 - Amostras de gestantes com 34-37 semanas de gestação e de recém-


nascidos com 24h-48h de vida, atendidos no setor de emergência do
Hospital e Maternidade Carmela Dutra (HMCD).......................................... 42
Tabela 5 - Identificação das amostras de S. agalactiae isoladas de gestantes por
sorologia e MALDI-TOF MS com score ≥ 2,0 e perfil de susceptibilidade
aos antimicrobianos........................................................................................ 44
Tabela 6 - Identificação das amostras de S. agalactiae isoladas de neonatos por
sorologia e MALDI-TOF MS com score ≥ 2,0 e perfil de susceptibilidade
aos antimicrobianos........................................................................................ 45
Tabela 7 - Complexos clonais (CC) e sequências tipo (ST) das amostras de S.
agalactiae sequenciadas através do MLST.................................................... 54
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BHI Infusão cérebro coração


CAMP Técnica para confirmação laboratorial do EGB (sigla corresponde
às iniciais Christie, Atkins e Miunch – Peterson)
CCs CCs Complexos Clonais
CDC Center of Diseases Control and Prevention
CLSI Clinical and Laboratory Standarts Institute
CP Capsula polissacarídica
CPS Polissacarídio capsular
CPS Gene referente a capsula polissacarídica
DMG Diabetes Miellitus Gestacional
DNA Ácido desoxirribonucléico
DO Densidade ótica
EDTA Ácido etileno amino acético
EGB Estreptococos do grupo B
ELISA Enzyme-Linked Immunosorbent Assay
fbs A Fibrinogen binding protein A, proteína de ligação a fibrinogênio A
fbs B Fibrinogen binding protein B, proteína de ligação a fibrinogênio B
GAG Glicosamino glicanos
HAS Hipertensão arterial
HMCD Hospital e Maternidade Carmela Dutra
HvgA Adesina hipervirulenta de S. agalactiae
Hylb Hialuronidase
iag Gene associado a invasão
LMB Laminin binding protein; proteína ligada a laminina
MLST Multi Locus Sequence Typing
PCR Polymerase Chain Reaction
PI-1 pilus island 1
PI-2 pilus island 2
ST-17 Sequência Tipo 17
UFC/ML Unidades formadoras de colônia por mililitro
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 14
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 30
1.1 Objetivo geral ....................................................................................................... 30
1.2 Objetivos específicos ............................................................................................ 30
2 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................ 31
2.1 Coleta de dados das gestantes colonizadas por S. agalactiae............................ 31
2.2 Coleta de swabs retais e vaginais de gestantes................................................... 31
2.3 Coleta de swabs de orelhas externa e umbigo de neonatos.............................. 32
2.4 Cultivo Identificação e armazenamento bacteriano......................................... 32
2.4.1 Coloração de Gram................................................................................................. 32
2.4.2 Catalase................................................................................................................... 33
2.4.3 Fator CAMP (Christie, Atkins, Munch-Petersen)………………………………... 33
2.4.4 Identificação sorológica das amostras de S. agalactiae.......................................... 33
2.4.5 Armazenamento e utilização das amostras de S. agalactiae................................... 34
2.5 Identificação por MALDI-TOF MS.................................................................... 34
2.6 Teste de susceptibilidade aos antimicrobianos................................................... 35
2.7 Tipagem capsular das amostras de S. agalactiae por PCR-multiplex.............. 35
2.8 Identificação dos fatores de virulência por PCR................................................ 36
2.9 Tipagem de sequências Multilocus (MLST)....................................................... 38
2.10 Ensaios de interação das amostras de S. agalactiae com células epiteliais
alveolares humanas (A549).................................................................................. 36
3 RESULTADOS...................................................................................................... 40
3.1 Coleta de dados...................................................................................................... 40
3.1.1 Faixa etária de gestantes.......................................................................................... 40
3.1.2 Cor de pele das gestantes por autodeclaração......................................................... 41
3.1.3 Comorbidades presentes em gestantes colonizadas pelo S. agalactiae.................. 41
3.2 Coleta de amostras................................................................................................ 42
3.3 Identificação das amostras isoladas de gestantes e neonatos............................ 43
Perfil de resistência aos antimicrobianos das amostras de S. agalactiae
3.4 43
isoladas de gestantes e neonatos...........................................................................
3.5 Tipagem Capsular................................................................................................. 46
3.6 Detecção de genes de fatores de virulência......................................................... 49
3.7 Tipagem de sequência multilocus (MLST)......................................................... 54
3.8 Ensaios de interação com células epitélio respiratório humano (A549)........... 57
4 DISCUSSÃO.......................................................................................................... 61
CONCLUSÕES..................................................................................................... 73
REFERÊNCIAS.................................................................................................... 75

ANEXO A - Ficha neonatal de coleta hospitalar................................................. 102


ANEXO B - Ficha gestacional de coleta hospitalar............................................. 104
ANEXO C - Publicação em Revista Online.......................................................... 107
14

INTRODUÇÃO

Streptococcus agalactiae

O Streptococcus agalactiae, também denominado Estreptococos do Grupo B (EGB),


pertence à família Streptococcaceae e ao gênero Streptococcus, o qual compartilha diversas
características morfológicas com as espécies do gênero. O S. agalactiae é um coco Gram-
positivo que se organiza em pares ou em cadeias, β-hemolítico, anaeróbio facultativo e
catalase negativo (SIX et al., 2016; RAABE & SHANE et al., 2019).
Na década de 1970, o S. agalactiae foi reconhecido como agente etiológico da
mastite bovina (SCHUCHAT et al., 1999; FARLEY et al., 2001), sendo denominado
“Streptococcus da mastite”. O microrganismo foi identificado nas glândulas mamárias de
ruminantes, causando mastite e sobrevivendo por longos períodos de tempo (NOCARD &
MOLLEREAU et al., 1887; TEIXEIRA et al., 2008; MARTIN et al., 2010; SHANG et al.,
2020; HANNA & NOOR et al., 2023). A mastite causada pelo S. agalactiae pode ser
subclínica ou clínica apresentando processo inflamatório intenso, sendo responsável pela
redução de 25%-42% da produção de leite no Brasil (MARTIN et al., 2010; BRITO et al.,
2016). Posteriormente, o S. agalactiae foi reconhecido como microbiota anfibiôntica dos
tratos bucal, gastrointestinal e geniturinário humano, podendo ser também responsável por
quadros clínicos leves (infecção vaginal e urinária) e infecções graves como celulite e fascite
em neonatos e adultos imunocomprometidos. Vários fatores estão associados a um maior
risco de colonização pelo S. agalactiae incluindo etnia, comorbidades, múltiplos parceiros
sexuais entre outros (MORINIS et al., 2011; LEE et al., 2015; PIMENTEL et al., 2016).
A classificação do S. agalactiae em tipos capsulares (Ia, Ib, II-IX), baseia-se na
variação do polissacarídeo específico presente na cápsula polissacarídica, constituído por
polímeros de glicose, galactose, ramnose, N-acetilglicosamina e ácido siálico (SLOTVED et
al., 2007). Os tipos capsulares associados com doenças em humanos e animais são os tipos Ia,
Ib, II, III, IV e V (MARTINEZ et al., 2000; GHERARDI et al., 2007, VAN DER MEE-
MARQUET et al., 2009). O tipo III é responsável por 30-70% dos casos de sepse e meningite
neonatal, sendo o segundo mais detectado em gestantes assintomáticas, enquanto o tipo V tem
predominado em casos de infecções em adultos, idosos e adultos imunocomprometidos
(FIOLO et al., 2012; HO et al., 2013).
Na década de 1990, a triagem de S. agalactiae e a quimioprofilaxia intraparto
reduziram significativamente a mortalidade em países industrializados. Atualmente,
15

independente das mudanças epidemiológicas, o S. agalactiae permanece como um patógeno


oportunista relevante de infecções graves em recém-nascidos, idosos e adultos com
comorbidades, principalmente obesidade e diabetes. A taxa de doenças invasivas é de
aproximadamente 25 casos a cada 100.000 adultos com mais de 65 anos (Centers for Disease
Control and Prevention, 2016; SACHELI et al., 2018; GRAUX et al. 2021). A mortalidade
estimada atribuída às infecções graves por S. agalactiae em idosos é superior a 50% e de 1/20
em adultos não-grávidos (EDWARS et al.,2005 VERANI et al., 2010; TAZI et al., 2011). O
S. agalactiae é o principal patógeno de infecção perinatal e endometrite (TEVDORASHVILI
et al., 2015), podendo acarretar em parto prematuro, aborto, natimorto e uma série de quadros
clínicos graves como pneumonia, sepse neonatal e meningite. A fim de reduzir as infecções
causadas pelo patógeno, mais atenção deve ser dada na prática clínica, incluindo análises para
triagem e detecção de S. agalactiae em gestantes, bem como tratamento preventivo para evitar
possível infecção materno-infantil (XIAO-YAN et al., 2021).
A técnica de Multi Locus Sequence Typing (MLST) possibilitou classificar a maioria
das amostras de S. agalactiae em complexos clonais (CCs), utilizando uma combinação de
sete genes housekeeping codificadores de enzimas relacionadas ao metabolismo bacteriano:
álcool dehidrogenase (adhP), fenilalanil tRNA sintetase (pheS), aminoácido transportador
(atr), glutamina sintetase (glnA), serina dehidratase (sdhA), glicose kinase (glcK) e
transketolase (tkt). O conjunto desses genes forma um perfil alélico denominado tipo
sequencial (ST, do inglês Sequence Type), que pode ser organizado em grupos relacionados
formando os complexos clonais (CC) quando pelo menos seis dos sete alelos são
compartilhados, além de definir o possível genótipo central do grupo. Essas informações são
inseridas em um banco de dados online com acesso aberto que recebe, organiza, compara e
disponibiliza informações sobre as sequências de ácido desoxirribonucleico (DNA)
depositadas (SØRENSEN et al., 2010; DA CUNHA et al., 2014). Desta forma, seis principais
CCs (CC1, CC10, CC17, CC19, CC23 e CC26) foram identificados, enfatizando a
diversidade do S. agalactiae em humanos (JONES et al., 2006; KARATAN & WATNICK et
al., 2009).
Amostras de S. agalactiae pertencentes a determinados CCs possuem maior potencial
para causar doença invasiva, enquanto outros abrigam principalmente amostras colonizadoras.
Pesquisas associaram as ST-1 e ST-19 à colonização assintomática (JONES et al., 2003).
Contudo, o clone ST-17 identificado em amostras de S. agalactiae pertencentes ao tipo
capsular III foi associado à meningite neonatal. Assim, amostras pertencentes à ST-17 têm
sido, atualmente, designadas como “hipervirulentas” (MUSSER et al., 1989; POYART et al.,
16

2008; PHARES et al., 2008). O complexo clonal hipervirulento ST-17 possui tropismo por
meninges, ligando-se especificamente à vimentina e está presente em isolados neonatais
invasivos, mas não em amostras isoladas de portadores assintomáticos (DORAN et al., 2003).

Gestantes e neonatos

A transmissão e a infecção em recém-nascidos está associada à colonização materna


no momento do parto. A colonização vaginal é o principal fator de risco para doença neonatal,
onde 10-30% das mulheres são colonizadas de forma assintomática (WENNEKAMP,
HENNEKE et al., 2008; ROSEN et al., 2017). Cerca de 50% dos casos de neonatos
infectados, ocorrem através da transmissão vertical de mães colonizadas, onde 1% a 12% dos
bebês contaminados são propensos a desenvolverem doenças invasivas (BERARDI et al.,
2013). Os fatores de risco para transmissão vertical são: parto prematuro antes de 37a
semanas, febre materna (≥ 38°C) durante o trabalho de parto, ruptura prolongada das
membranas (≥ 18 horas) e infecção do trato urinário durante a gravidez (HAKIM et al., 2018).
As infecções neonatais podem ser classificadas de acordo com o tempo em que a
doença se manifesta. A doença de início precoce (DIP) representa cerca de 80% dos casos de
infecção neonatal (BERARDI et al., 2020), a qual ocorre até o 7º dia de vida do recém-
nascido, sendo as principais manifestações clínicas a pneumonia e a sepse (ONG et al., 2018;
NANDURI et al., 2019). No entanto, a doença de início tardio (DIT) pode ocorrer entre a
primeira semana e o terceiro mês de vida do neonato, sendo caracterizada pela sepse e
meningite com taxa de mortalidade de ~ 0,49 a cada 1.000 nascidos vivos (SEALE et al.,
2017; AGER et al., 2020). Após as diretrizes recomendadas pelo CDC em 1996 para triagem
universal de mulheres grávidas entre 35a-37a semanas de gestação e administração de
antibióticos profiláticos para mulheres colonizadas, a incidência de DIP diminuiu para 0,25
casos por 1.000 nascidos vivos (VAN DYKE et al., 2009; BERARDI et al., 2017). Desta
forma, o acompanhamento de gestantes colonizadas pelo S. agalactiae é de fundamental
importância para que o parto ocorra de forma natural e saudável.
17

Figura 1 – Colonização vaginal e transmissão do S. agalactiae através do fluido amniótico, ultrapassando o


epitélio, ascendendo até o útero e infectando o neonato

Fonte: VORNHAGEN, 2017.

A taxa de colonização por S. agalactiae durante a gravidez é variável entre os


continentes. Nos Estados Unidos, a incidência de infecção pelo patógeno foi reduzida de 1,7
casos/1.000 nascidos vivos no início de 1990 para 0,34 casos/1.000 nascidos vivos após a
implantação da profilaxia com antibióticos durante o parto (EVANGELISTA et al., 2015). Na
França, no período de 2012 a 2022, trezentos e trinta e seis casos de infecções invasivas por S.
agalactiae em mulheres entre 18 a 50 anos, incluindo 242 (72%) infecções associadas à
gravidez, foram identificadas. Nessas gestantes, a maioria dos casos foi de infecções intra-
amnióticas (55,8%), parto pré-termo (61,3%) e associadas a complicações obstétricas e
neonatais (81,7%). Adicionalmente, S. agalactiae ST-17 foi o mais isolado durante o parto
(18,8% dos casos) em 700 gestantes atendidas em hospital em Nahariya, região Norte de
Israel. O estudo relatou um aumento significativo de 11,8% para 16,4% na incidência de
colonização pelo microrganismo em gestantes (GERMAN et al., 2006). Du e colaboradores
(2021) analisando mulheres grávidas vietnamitas no hospital em Hanói-Vietnã, demonstraram
que gestantes acima de 35 semanas de gestação apresentaram maior taxa de colonização pelo
S. agalactiae em comparação com gestantes com menos de 35 semanas.
18

No Brasil, estudo realizado em uma maternidade pública de Brasília verificou sepse


neonatal causada por S. agalactiae em 1,7 casos/1.000 nascidos vivos, com taxa de
mortalidade de 44%. Após a implementação das diretrizes de prevenção às infecções por S.
agalactiae nesta maternidade, nenhum novo caso foi detectado e a incidência de sepse
neonatal foi reduzida de 1,7 para 1,3 casos/1.000 nascidos vivos no período de 2012-2015
(FREITAS et al., 2017). Na região Nordeste do Brasil apenas Maranhão, Ceará, e Salvador
realizaram triagem de S. agalactiae nos últimos 10 anos. No Maranhão, no período de 2005-
2006, a prevalência encontrada foi de 20,4%. Em 2011, dois estudos cearenses foram
publicados e as taxas de prevalência de colonização por S. agalactiae em gestantes foram de
9,8% e 8,9%, respectivamente (LINHARES et al., 2011; VENTURA et al., 2011). Em 2012,
análises em gestantes atendidas em maternidades de Vitória da Conquista/Bahia,
identificaram S. agalactiae em 17,4% das participantes (OLIVEIRA et al., 2013).
Na região Sudeste, dados do nosso grupo demonstraram que a maioria das amostras
isoladas na cidade do Rio de Janeiro pertenciam ao tipo III (38,46%), seguido dos tipos V
(25,64%), Ia (10,26%), II (7,69%), Ib (5,13%) e 12,82% de amostras não tipáveis (SOARES
et al., 2013). Em outro trabalho realizado no Rio de Janeiro com gestantes no período de 2008
a 2015, o S. agalactiae foi detectado em 26,2% dos casos, sendo a presença de corrimento
vaginal o único traço associado a um maior risco de colonização. Os tipos Ia (37,3%) e II
(19,9%) foram os mais frequentes entre os isolados de S. agalactiae avaliados, seguidos pelos
tipos Ib (11,1%), V (9,1%), III (6,8%), IV (3,5%) e amostras não tipadas (12,1%)
(BOTELHO et al., 2018). Rocchetti (2011) demonstrou taxa de colonização de 25,4 % em
405 mulheres entre a 35a e 37a semanas de gestação na cidade de Campinas. Outras pesquisas
também na cidade de Campinas, entre 2007-2011, mostraram a incidência de infecção por S.
agalactiae de 0,6/1.000 nascidos vivos (FIOLO et al., 2012).
Na região Sul do Brasil, estudo realizado no Rio Grande do Sul com 110 gestantes
hospitalizadas por complicações gestacionais, foi verificada a predominância de gestantes da
cor branca (77,3%) com idade entre 15-42 anos e renda per capita inferior a um salário
mínimo nacional (78,2%). Além disso, quatro casos de óbito fetal intrauterino ocorreram por
sífilis (2) e hipertensão arterial (2) (ZANINI DA ROCHA et al., 2020). Em 2010, no Hospital
da Universidade Federal do Paraná (Curitiba), foram isoladas amostras de S. agalactiae em
pacientes acometidos por bacteremia, artrite, meningite, osteomelite, infecção puerperal,
infecção na pele e infecção do trato urinário (isolados reto-vaginal e de trato urinário)
(PALMIERO et al., 2010). Apesar de todos esses dados publicados, o Brasil ainda não
19

instituiu o esquema de profilaxia estabelecido pelo Centro de Controle de Doenças (Centers of


Disease Control and Prevention, CDC).
O S. agalactiae é um dos principais patógenos relacionados com a morte neonatal por
sepse precoce, mesmo com a utilização de antibióticos (PESSOA et al., 2014). Além da
colonização do trato genito-urinário materno representar um importante reservatório para
infecções oportunistas por S. agalactiae em crianças, onde a densidade da colonização
materna no parto é um importante preditor da transmissão vertical, funcionários hospitalares
também podem ser um importante reservatório do microrganismo, ocasionando a propagação
hospitalar (ABER et al., 1976; BOYER et al., 1983; KULKARNI et al., 2001). Durante o
período de hospitalização é provável que alguns lactentes adquiram o microrganismo após o
nascimento. Pesquisa realizada na Índia investigou a taxa de colonização por S. agalactiae em
1.050 recém-nascidos entre 24h e 48h de vida, visando identificar possíveis microrganismos
através da coleta de swabs de material da pele e/ou membranas mucosas do conduto auditivo
externo (10,2%), narinas anteriores (2%), umbigo (26,5%) e região anorretal (6,1%).
Interessantemente, a taxa variou de acordo com os sítios isolados, onde a taxa geral de
colonização por S. agalactiae foi de 3,23%, sendo 55,1% em isolados de umbigo (SHAH et
al., 2014).
Mulheres com infecção do trato urinário na gravidez têm maior probabilidade de
terem partos prematuros. A identificação de mulheres de alto risco de parto prematuro,
permite cuidados direcionados e uso adequado de recursos disponíveis. Por outro lado, o uso
indiscriminado de antibióticos e o subsequente desenvolvimento de resistência aos
antimicrobianos são preocupações crescentes (BALACHANDRAN et al., 2022). A falta de
triagem de S. agalactiae em gestantes nas maternidades brasileiras, bem como a não
implementação profilática recomendada pelo CDC (1996), podem contribuir para o aumento
de casos de infecções neonatais, uma vez que a maioria não é notificada. Desta forma, torna-
se importante a pesquisa dentro de hospitais/maternidades para que seja realizado o
monitoramento epidemiológico e, posteriormente, medidas preventivas possam ser
implementadas pelo governo brasileiro com intuito de reduzir os casos de infecções invasivas
e complicações que possam acarretar em óbitos.
20

Resistência aos antimicrobianos

O antibiótico de primeira escolha recomendado pelo CDC é a penicilina, e para


mulheres que tenham histórico de alergias graves a este medicamento é recomendada a
substituição por clindamicina ou eritromicina. Estudos vêm demonstrando que em países onde
o protocolo de profilaxia contra S. agalactiae é aplicado de maneira correta, ocorreu uma
diminuição significativa nos casos de DIP (de 1,7 para 0,37 a cada 1000 nascidos vivos)
(VERANI et al., 2010; MORGAN et al., 2021). Entretanto, o mesmo padrão não ocorreu para
as DIT (TAZI et al., 2019). Apesar de os resultados serem positivos para as DIP, alguns
trabalhos relatam que este tipo de tratamento pode prejudicar o desenvolvimento da
microbiota intestinal neonatal, aumentando assim os riscos de infecção por outros
microrganismos (TAPIAINEN et al., 2019; THOMAS & COOK et al., 2020).
Nos últimos anos, a diminuição da susceptibilidade de S. agalactiae à penicilina tem
sido reportada. O primeiro trabalho foi publicado por Kimura (2008), o qual analisou 14
amostras de S. agalactiae isoladas de pacientes de 12 hospitais de diferentes regiões do Japão.
Todas as amostras apresentaram mutações no gene pbp2x, conhecido pela resistência aos β-
lactâmicos. Além disso, as amostras apresentaram susceptibilidade reduzida à penicilina, pois
os valores da concentração mínima inibitória (CMI) foram superiores aos estipulados pelo
CLSI. Desde então, outros trabalhos têm relatado amostras com susceptibilidade reduzida à
penicilina, principalmente no Japão, Estados Unidos, Itália e China (NAGANO et al., 2008;
NAGANO et al., 2009; KIMURA et al., 2011; NAGANO et al., 2012; GENOVESE et al.,
2020; LI et al., 2020). Posteriormente, Burcham e colaboradores (2019) relataram a
resistência à penicilina em 15% das amostras de S. agalactiae isoladas de gestantes e
pertencentes aos tipos capsulares III (33%) e V (27%).
No Brasil, a diminuição da CMI para penicilina também foi encontrada em isolados
de S. agalactiae de origem oncológica, no período de 2010-2014, cujo valor alterou de
0,03/mL para 2μg/mL. Amostras de S. agalactiae também mostraram resistência para
tetraciclina (94,8%), clindamicina (8,4%), norfloxacino (38,5%) e eritromicina (2,7%)
(PIMENTEL et al., 2016).
Amostras bacterianas multirresistentes (MDR) apresentam resistência a três ou mais
classes de antimicrobianos (TULYAPRAWAT et al., 2021). A resistência antimicrobiana
emergente em ambientes clínicos e comunidades se tornou uma ameaça à saúde pública em
todo o mundo. Du e colaboradores (2021) analisando 272 isolados de S. agalactiae
verificaram resistência para tetraciclina (89,66%), seguida de eritromicina (76,23%) e
21

clindamicina (58,21%). Esses dados indicaram uma prevalência crescente de amostras de S.


agalactiae MDR. Portanto, a escolha de antibióticos para a profilaxia e tratamento de
infecções por S. agalactiae, especialmente eritromicina e clindamicina, precisa ser
reconsiderada (GUO et al., 2018; HIRAI et al., 2020). Dados do Canadá, China e Portugal, no
período de 2007-2019, relataram doenças invasivas neonatais causadas por S. agalactiae,
onde o clone hipervirulento ST-17 foi responsável por 66% (827/1.262) dos casos. Além
disso, uma sublinhagem MDR de S. agalactiae ST-17 foi identificada apresentando
resistência à tetraciclinas, aminoglicosídeos, macrolídeos e lincosamidas (CAMPISI et al.,
2016; MARTIN et al., 2017; PLAINVERT et al., 2020).
O sequenciamento do genoma de 229 cepas isoladas de humanos em todo o mundo
mostrou que o aumento das doenças invasivas por S. agalactiae está associado com a
dominância de clones resistentes aos antimicrobianos, principalmente à tetraciclina (CUNHA
et al., 2014). Devido ao seu amplo espectro de ação, baixa toxicidade e baixo custo, a
tetraciclina foi amplamente utilizada e resultou em um elevado índice de resistência pelo S.
agalactiae, conforme previamente reportado (DE MELO et al., 2016). A resistência a
tetraciclina em S. agalactiae é codificada por genes de proteção ribossomal (tetM e tetO) ou
por bomba de efluxo codificadas pelos genes tetK ou tetL (CULEBRAS et al., 2002; RUBIO-
LÓPEZ et al., 2012; DU et al., 2021).
Os macrolídeos têm sido frequentemente usados em infecções de bactérias Gram-
positivas. Nos últimos anos, o número crescente de amostras resistentes aos macrolídeos
representa um problema mundial. A multiplicidade de mecanismos de resistência e a
diversidade na expressão de fenótipos, tornam difícil a interpretação de testes de
suscetibilidade in vitro e o uso terapêutico correto desta classe de antibióticos (KATAJA et
al., 1999; SANTINO et al., 2006; KIMURA et al., 2013; MITSUBOSHI et al., 2021). A
resistência aos macrolídeos entre amostras do gênero Streptococcus é bem conhecida, onde
três fenótipos de resistência para macrolídeos, lincosamidas e estreptogramina (MLSB)
mediados por diferentes genes foram descritos (KATAJA et al., 1998; MITSUBOSHI et al.,
2021; USHINO et al., 2021; GHAMARI et al., 2022). A modificação do sítio alvo por
metilação devido às metilases codificadas pelos genes erm (erythromycin ribosome
methylation) (A) ou (B) impedem a ligação do antibiótico ao seu alvo ribossômico conferindo
resistência a macrolídeos-lincosamidas-estreptogramina B. A resistência MLSB pode ser
expressa com dois fenótipos: constitutivo (cMLSB) ou induzível (iMLSB) (GIOVANETTI et
al., 1999; GIOVANETTI et al., 2002; USHINO et al., 2021; CHOI et al., 2021).
22

A eritromicina é um macrolídeo caracterizado pela presença de um anel macrocíclico


de lactonas que atua ligando-se ao RNA ribossomal 23S da subunidade 50S, interferindo na
elongação da cadeia peptídica durante a tradução e bloqueio da biossíntese de proteínas
bacterianas (GUIMARÃES et al., 2010). Os genes de resistência ermA, ermB, mefA/E têm
sido descritos como determinantes para resistência à eritromicina (DUARTE et al., 2005;
GAO et al., 2012). O gene mef (macrolide efflux) codifica o mecanismo de efluxo em S.
agalactiae, impedindo a atuação de macrolídeos, podendo ser transferido para outras bactérias
através da conjugação, tal mecanismo age no meio intracelular, impedindo que o antibiótico
atue, protegendo os ribossomos. Este gene confere ao S. agalactiae resistência aos
macrolídeos, sem interferir na susceptibilidade às lincosamidas e estreptogramina B, sendo
responsável pelo fenótipo M (ROBERTS et al., 1999).
A clindamicina é uma lincosamida também utilizada no tratamento de infecções por
S. agalactiae. O gene lnuB é o gene que confere resistência às lincosamidas (DE MOUY et al.
2001; FACCONE et al. 2010). No Brasil tem sido relatado aumento na resistência à
clindamicina (NAKAMURA et al., 2011; MIRANDA et al., 2018). Resistência aos
antibióticos de segunda linha, como eritromicina e clindamicina, permanece elevado entre S.
agalactiae, com vários países verificando taxas de resistência aumentadas nos últimos anos.
Além disso, a resistência a outras classes de antibióticos, como as fluoroquinolonas e os
aminoglicosídeos, também tem apresentado resultados crescentes nos últimos anos (HAYES
et al., 2020).
No Rio de Janeiro, resultados têm indicado um aumento na resistência à eritromicina,
afetando 13,2% das amostras clínicas testadas, onde mais de 85% apresentaram o fenótipo
cMLSB. A resistência à tetraciclina foi de 81,7%. Outro estudo realizado no Rio de Janeiro
relatou 14% de resistência à eritromicina e 5% resistência à clindamicina. Para a tetraciclina,
foi encontrada resistência em 83% dos isolados (CORREA et al., 2011; NAKAMURA et al.,
2011). Botelho (2018), também no Rio de Janeiro, mostrou que amostras de S. agalatiae
foram resistentes a diferentes antibióticos. O percentual de resistência observado entre os
isolados foi de 86% para tetraciclina, 14% para eritromicina, 5% para cloranfenicol, 5% para
levofloxacina e 2% para clindamicina. S agalactiae MDR, apresentando resistência às
fluoroquinolonas também foi observada, principalmente devido ao mecanismo de efluxo ou
mutações nos genes de resistência às quinolonas que codificam para enzimas topoisomerase
tipo II, DNA girase (gyrA/gyrB) e topoisomerase IV (parC/parE) (SIMONI et al., 2018; LI et
al., 2020).
23

Devido ao aumento da resistência aos antimicrobianos observado nas redes públicas


e privadas de saúde, torna-se de extrema relevância a investigação de amostras resistentes aos
antimicrobianos, especialmente a detecção de amostras MDR.

Fatores de Virulência

O S. agalactiae possui moléculas presentes em sua superfície ou secretadas que


contribuem para a sua patogenicidade. A presença desses fatores de virulência pode promover
vantagens na aderência, invasão e consequentemente na sobrevivência do patógeno no
hospedeiro (MAISEY et al., 2008; PATRAS et al., 2015; VORNHAGEN et al., 2017). Os
principais fatores de virulência são: cápsula polissacarídica (CP), ácido siálico, C5a peptidase,
proteínas de ligação à matriz extracelular (MEC), fator CAMP, hialuronidase, hemolisina,
proteína C, proteínas de superfície de S. agalactiae (Bsp), pili, superóxido dismutase,
peptídeos catiônicos antimicrobianos, adesinas imunogênicas, entre outros (LEE et al., 2004;
LINDAHL et al., 2005; MAISEY et al., 2008; RAJAGOPAL et al., 2009; BEIGVERDI et
al., 2014; VORNHAGEN et al., 2017; Paoletti et al., 2019; LANNES-COSTA et al., 2020).
A cápsula polissacarídica (CP) é utilizada na identificação do S. agalactiae em
diferentes tipos capsulares e um importante fator de virulência, cuja expressão pode variar de
acordo com a fase do crescimento bacteriano, presença de soro humano e cultivo em meio
líquido ou sólido (KOGAN et al., 1996 apud SPELLERBERG, 2000). A CP é formada por
polímeros de alto peso molecular com epítopos específicos criados por diferentes arranjos de
unidades repetidas de açúcares como, glicose, galactose, N-acetilglicosamina e ácido siálico
(KOGAN et al., 1996; ALHHAZMI et al., 2017). Ela é capaz de promover a aderência do
microrganismo às superfícies epiteliais/endoteliais e inibir a fagocitose por macrófagos e
neutrófilos (NIZET et al., 2001; CIELSLEWICZ et al., 2005).
O ácido siálico está presente na CP como açúcar terminal (Neu5Ac) ligado à
galactose através de ligação α2-3 (CIESLEWICZ et al., 2001; CHAFFIN et al., 2005;
IMPERI et al., 2010). Amostras de S. agalactiae pertencentes aos tipos capsulares Ia, III e IV,
quando tratadas com sialidase, não apresentaram viabilidade intracelular em macrófagos,
sugerindo o importante papel do ácido siálico na sobrevivência intracelular (MONTEIRO et
al., 2004). Além disso, o ácido siálico presente em diferentes tipos de S. agalactiae interage
com Siglecs humanos, lectinas semelhantes a imunoglobulinas de ligação de ácido siálico, de
24

uma maneira específica (CARLIN et al. 2007). Recentemente, a interação do ácido siálico de
S. agalactiae com o Siglec-9 em humanos, induziu a supressão da ativação plaquetária e a
liberação de peptídeos antimicrobianos, contribuindo para a virulência do microrganismo
(UCHIYAMA et al., 2019; NIZET et al., 2020).
A C5a peptidase é uma proteína multifuncional expressa na superfície do S.
agalactiae. Essa peptidase é capaz de fragmentar a anafilotoxina C5a do sistema
complemento, interferindo na atividade de neutrófilos e promovendo a sobrevivência do S.
agalactiae frente à imunidade inata do hospedeiro (SANTILLAN et al., 2011; MCKENNAN
et al., 2021). A C5a peptidase possui papel de ligação à fibronectina, auxiliando na aderência
e invasão celular (BECKMANN et al., 2002; CHENG et al., 2002).
Integrinas e proteínas da matriz extracelular (MEC) como fibronectina, fibrinogênio
e laminina são utilizadas pelo S. agalactiae como facilitadoras da interação durante a
internalização na célula hospedeira. A proteína Lmb é codificada pelo gene lmb a qual
favorece a aderência bacteriana, sendo essencial para a colonização do patógeno ao epitélio
danificado e translocação para a corrente sanguínea (MOUSLIM et al., 2004; TENENBAUM
et al., 2007; KACZOREK et al., 2017). O fibrinogênio é uma proteína presente no plasma
sanguíneo e na MEC que desempenha importante função no processo de cicatrização.
Atualmente, três proteínas de ligação ao fibrinogênio em S. agalactiae têm sido descritas:
FbsA, FbsB e FbsC (HAY et al., 1991; FUSS et al., 2001; MOSESSON et al., 2001;
SHABAYEK & SPELLERBERG et al., 2018). A ligação do fibrinogênio com proteínas da
MEC, principalmente fibronectina e laminina, facilita a interação com as integrinas presentes
na superfície celular do hospedeiro (MOUSLIM et al., 2004). Os genes fbsA e fbsB codificam
as proteínas FbsA e FbsB responsáveis pela mediação da ligação entre S. agalactiae e o
fibrinogênio da célula hospedeira. A proteína FbsA é responsável pela aderência bacteriana,
enquanto a FbsB é necessária para invasão celular (SCHUBERT et al., 2001; JACOBSSON
et al., 2003; GUTEKUNST et al., 2004; PIETROCOLA et al., 2005; ALBUQUERQUE et al.,
2019). FbsB é encontrada em todas as amostras de S. agalactiae, enquanto a FbsA está
associada apenas a algumas amostras analisadas (TETTELIN et al., 2005; SANCHES et al.,
2021). A proteína FbsC parece ser essencial para a capacidade do S. agalactiae se ligar ao
fibrinogênio. Amostras ∆fbsC mostraram redução significativa no processo de interação e
invasão às células dos epitélios pulmonar e intestinal, podendo ser um importante fator de
virulência para promover a infecção por S. agalactiae (BUSCETTA et al., 2014).
O fator Christie Atkins Munch Peterson – CAMP (gene cfb) é uma proteína de 23-25
kDa secretada pelo S. agalactiae que possui a capacidade de se ligar à proteínas ancoradas ao
25

glicosilfosfatidilinositol, promovendo a lise da célula hospedeira. O fator CAMP pode


interagir com a porção Fc das imunoglobulinas humanas da classe IgG e IgM, tornando os
anticorpos ineficazes durante a opsonização bacteriana (JURGENS et al., 1987; LANGONI et
al., 2007; RAJAGOPAL et al., 2009). Além disso, ensaios com lipossomos mostraram que a
produção de poros por ação do fator CAMP é um processo cooperativo e de natureza
oligomérica, contribuindo para a perda da integridade celular do hospedeiro e dispersão
bacteriana. O fator CAMP também é utilizado para identificação de S. agalactiae através da
reação de CAMP, baseada na atividade co-hemolítica do fator CAMP com a β-hemolisina de
Staphylococcus aureus, dando origem à hemólise denominada “ponta de seta” (DORAN &
NIZET et al., 2004; RAJAGOPAL et al., 2009; JIN et al., 2018; BALLARD et al., 2021).
O ácido hialurônico é uma glicosaminoglicana composta por unidades dissacarídicas
repetidas (ácido N-acetil-D-glucosamina-D-glucurônico), importante para a migração celular,
sinalização celular, regulação da inflamação e prevenção de infecção ascendente (HYNES &
WALTON et al., 2000). O gene da hialuronidase expresso pelo S. agalactiae é o hylB, sendo
uma endoglicosidase que cliva cadeias de glicosaminoglicanas durante a degradação do ácido
hialurônico, permitindo a disseminação da bactéria (STERN et al., 2006; MAHENDROO et
al., 2012; AKGUL et al., 2014; KOLAR et al., 2015; NGUYEN et al., 2022).
A β-hemolisina de S. agalactiae é considerada um importante fator de virulência para
o desenvolvimento de doenças invasivas, e vários estudos determinaram o papel da β-
hemolisina associada à superfície de S. agalactiae como uma toxina desestabilizadora da
membrana de células epiteliais e células endoteliais cerebrais, contribuindo para a patogênese
da doença (NIZET et al., 1996; DORAN et al., 2003; SAGAR et al., 2013; BARROS et al.,
2021; HANNA & NOOR et al., 2023). No entanto, existem relatos controversos sobre o
papel da β -hemolisina para a sobrevivência do S. agalactiae em fagócitos. A deleção no gene
cylE tornou o patógeno sensível aos mecanismos de depuração fagocítica (LEE et al., 2004;
JIANG et al., 2005; SEND et al., 2009; SAGAR et al., 2013).
Outras proteínas de superfície como Cα (gene bca), Rib (gene rib) e Cβ (gene bac)
medeiam a aderência às células hospedeiras (LARSSON et al., 2003; SOUZA et al., 2013),
especialmente à membrana placentária, facilitando a invasão das células endoteliais do
sistema nervoso central (RAGUNATHAN et al., 2013; BOBADILLA et al., 2021).
As proteínas de superfície de S. agalactiae (Bsp) são encontradas e distribuídas nos
diferentes tipos capsulares, onde pelo menos quatro proteínas Bsp têm sido observadas
(BspA, BspB, BspC e BspD). Pesquisas indicam que BspA pode ser um fator de virulência
relacionado ao processo de aderência (REGO et al., 2016). BspC contribui para a aderência às
26

células epiteliais vaginais (REGO et al., 2016; PIDWILL et al., 2018). Interações entre o S.
agalactiae e a vimentina de células endoteliais do cérebro humano, demonstraram a
participação da proteína BspC durante a invasão das meninges pelo microrganismo
(CONCETTA et al., 2019). Além disso, a adesina associada à superfície bacteriana (HvgA),
específica de amostras ST-17, apresentou maior potencial adesivo às células epiteliais
intestinais, endoteliais e do plexo coróide quando comparadas com amostras que não
expressavam HvgA (TAZI et al., 2010).
S. agalactiae necessita entrar em contato com o hospedeiro e atravessar a barreira
epitelial/endotelial para causar doenças. O gene iag, identificado em 2005 por codificar um
glicolipídeo conhecido como diglicosildiacilglicerol, é um dos principais genes relacionados
com a invasão celular. Ensaios com cobaias demonstraram que a deleção do gene iag
apresentou menor penetração da barreira hematoencefálica, ressaltando a importância deste
gene na virulência bacteriana. A substituição do alelo que codifica iag em amostras mutantes
demonstrou que S. agalactiae necessita de iag para transpor a barreira hematoencefálica e, por
consequência, levar ao desenvolvimento da meningite. Contudo, a deleção de iag não afetou
os demais passos da patogênese do S. agalactiae para o desenvolvimento da meningite,
incluindo: sobrevivência na corrente sanguínea, aderência em células endoteliais cerebrais
humanas (hBMEC) e sobrevivência intracelular (DORAN et al., 2005; PIETROCOLA et al.,
2005).
Pili são organelas adesivas proteicas e longas, com papel crucial na aderência e
colonização dos tecidos do hospedeiro. Os pili foram observados na década de 1950 através
da microscopia eletrônica em bactérias Gram-negativas (ANDERSON et al., 1949; HOWINK
& VAN et al., 1950). Em bactérias Gram-positivas, pili foram detectados cerca de 18 anos
depois em Corynebacterium renale como filamentos que se projetavam da superfície
bacteriana (YANAGAWA et al., 1968; YANAGAWA & Otsuki, 1970). SORIANI &
TELFORD et al., 2010). Posteriormente, os pili foram observados em S. agalactiae,
Streptococcus pyogenese e Streptococcus pneumoniae, estando diretamente envolvidos na
colonização de células epiteliais, translocação e invasão celular e formação de biofilme
bacteriano (TELFORD et al., 2006; HENDRICKX et al., 2012; SHABAYEK &
SPELLERBERG, 2018).
Os genes que codificam pili em S. agalactiae estão agrupados em duas ilhas
genômicas (loci distintos): pilus 1 (PI-1) e 2 (PI-2), sendo pilus 2 com duas variantes (2a e 2b)
(ROSINI et al., 2006; BRITTAN & NOBBS., 2015; TEATERO et al., 2017). Cada pilus é
responsável por codificar três proteínas estruturais, duas proteínas auxiliares, uma proteína
27

cerne e duas enzimas sortases de classe C que catalisam a polimerização do pilus (DRAMSI
et al., 2006; KHARE et al., 2011). Segundo Jiang (2012), o PI-1 desempenha um importante
papel no mecanismo de evasão do sistema imune. PI-2a tem sido descrito como principal
pilus encontrado na espécie, mediando a aderência do S. agalactiae nas células epiteliais
humanas (KONTO-GHIORGHI et al., 2009; RINAUDO et al., 2010). A variante PI-2b está
relacionada com a formação de biofilme, aderência e invasão do patógeno em células
endoteliais, promovendo a migração transendotelial (MAISEY et al., 2007; PEZZICOLI et
al., 2008).
A colonização e a persistência em diferentes nichos do hospedeiro dependem da
capacidade de aderência do S. agalactiae às células do hospedeiro. Contudo, os mecanismos
de patogenicidade utilizados pelo S. agalactiae para causar doenças invasivas no hospedeiro
não estão totalmente elucidados.

Interação S. agalactiae com células hospedeiras

A interação de patógenos com células eucarióticas é um processo dinâmico e


selecionado pela evolução, sendo o primeiro passo para o estabelecimento de infecções
microbianas (MOLINARI & CHHATWAL et al., 1999; SANTOS et al., 2009). A interação
celular depende de vários processos multifatoriais que se iniciam com a aderência do
microrganismo às células hospedeiras, colonização e invasão tecidual, multiplicação ou não
do patógeno, persistência bacteriana intracelular, colonização e a possível disseminação para
outros tecidos e órgãos (PIZZARO-CERDA & COSSART et al., 2006; PINAUD et al., 2018).
Desde 1994, ensaios in vitro com S. agalactiae vem sendo realizados com diferentes
linhagens celulares com a finalidade de aprofundar o conhecimento sobre o mecanismo
utilizado na interação celular a fim de elucidar os mecanismos específicos da patogênese
desse microrganismo (TAMURA et al., 1994; SANTOS et al., 2003, COSTA et al., 2005;
Fettucciari et al., 2011; COSTA et al., 2011; ZHENG et al., 2020).
A colonização vaginal por S. agalactiae é um fator de risco para ruptura de
membranas e consequente parto prematuro. Estudos in vitro mostraram que amostras de S.
agalactiae isoladas de lactentes com sepse neonatal aderem às células do córion da membrana
corioamniótica humana. No entanto, ainda não se sabe se as amostras de S. agalactiae que
penetram nas membranas corioamnióticas, afetam as propriedades biomecânicas das
28

membranas, aumentando o risco de ruptura pré-termo. S. agalactiae obtidos de bebês sépticos


apresentaram propriedades adesivas quase três vezes maiores às células coriônicas in vitro em
comparação com amostras coletadas de portadores com gestações sem risco, indicando assim
o aumento da virulência de amostras de S. agalactiae obtidas de bebês sépticos (HELMING et
al., 1990 ; MOHAMED et al., 2021).
Costa e colaboradores (2016) demonstraram que S. agalactiae induziu a
citotoxicidade em células epiteliais (A549) com geração de espécies reativas de oxigênio
(ROS) e perda do potencial de membrana mitocondrial (ym). Estudos realizados em nosso
laboratório evidenciaram que S. agalactiae dos tipos III e V são capazes de aderir e
sobreviver no interior de células endoteliais por 24h a 40°C. Além disso, essas amostras
permaneceram viáveis dentro de vacúolos ácidos endoteliais que adquiriram marcadores
endossomais Rab-7 e LAMP-1 (FREITAS LIONE et al., 2010). Outro estudo do nosso
laboratório demonstrou que amostras dos tipos III e V foram capazes de inibir a atividade da
enzima NADPH-oxidase em vacúolos fagocíticos de macrófagos humanos, impedindo o burst
oxidativo (TEIXEIRA et al., 2001).
A pneumonia de início precoce causada por S. agalatiae é caracterizada pela
presença de numerosas bactérias, resultando um processo inflamatório e lesão pulmonar
acentuada das células epiteliais e endoteliais (ABLOW et al., 1976; KATZENSTEIN et al.,
1976). Respostas pró-inflamatórias inatas à infecção por S. agalactiae que podem contribuir
para a patologia respiratória incluem a síntese e liberação de citocinas (ROSATI et al., 1998;
KWAK et al., 2000), prostaglandinas (MALONEY et al., 2000) e óxido nítrico (GOODRUM
et al., 1994; LEIB et al., 1998). Como o S. agalactie é capaz de colonizar e invadir células
pulmonares, torna-se importante investigar a interação do patógeno com epitélio respiratório
para melhor compreender o mecanismos de interação celular e contribuir para a
implementação de novas técnicas profiláticas.
29

RELEVÂNCIA E JUSTIFICATIVA

O S. agalactiae pode causar desde quadros clínicos leves como infecção


vaginal e urinária, até casos graves como pneumonia, sepse e meningite em neonatos e
gestantes. As autoridades em saúde pública do Brasil não aderiram às recomendações
sugeridas pelo CDC para prevenção das infecções de início precoce por S. agalactiae. Desta
forma, não há dados nacionais suficientes, referindo-se às taxas de infecção pelo patógeno
durante a gravidez e nem a incidência da infecção neonatal de início precoce em nosso país. O
acompanhamento de gestantes entre a 34a e 37a semanas, visando a identificação de
portadoras assintomáticas e a prevenção de transmissão vertical tornam-se relevantes. Desta
forma, o presente trabalho realizou um estudo epidemiológico de gestantes através da coleta
de swabs reto/vaginal e de neonatos pela coleta de material do ouvido externo e região
umbilical, com intuito de auxiliar na implantação de melhorias e novas estratégias de
atendimento às gestantes. Além disso, ensaios de interação celular e de fatores de virulência
foram analisados nas amostras de S. agalactiae identificadas neste trabalho.
30

1 OBJETIVOS

1.1 Objetivo geral

De acordo com os dados anteriormente descritos, o S. agalactiae tem emergido como


importante patógeno responsável por sepse e pneumonia em neonatos. Contudo, análises da
colonização materna pelo patógeno em nosso país ainda carecem de dados. Deste modo, o
presente projeto teve como objetivo principal avaliar os aspectos clinico-epidemiológicos e de
patogenicidade de S. agalactiae em gestantes e neonatos colonizados e/ou infectados pelo
microrganismo, atendidos no Hospital e Maternidade Carmela Dutra (Lins de Vasconcelos -
RJ).

1.2 Objetivos específicos

a) Realizar a identificação através de testes bioquímicos e sorologia das amostras de


cocos Gram-positivos isoladas de gestantes e neonatos;
b) Comparar a identificação bacteriana acima com a técnica de MALD TOF MS;
c) Realizar a tipagem capsular das amostras de S. agalactiae;
d) Avaliar os perfis de resistência aos antimicrobianos das amostras de S. agalactiae;
e) Realizar a identificação de alguns fatores de virulência (lmb, fbsA, fbsB, pili-2a e
hylB) e,
f) Avaliar a aderência e a viabilidade intracelular de isolados de S. agalactiae com
células epiteliais respiratórias humanas (A549)
31

2 MATERIAS E MÉTODOS

2.1 Coleta de dados das gestantes colonizadas por S. agalactiae

Neste trabalho foram coletados dados dos prontuários e formulários de amnésia dos
pacientes do Hospital Maternidade Carmela Dutra – RJ (HMCD), bem como os formulários
do LBMFE preenchidos pelas gestantes atendidas no HMCD. As gestantes estavam entre a
34a-37a semanas de gestação, de acordo com a data do último período de menstruação ou pela
ultrassonografia fetal realizada no primeiro trimestre de gestação. Todas as participantes
assinaram o termo de consentimento informando sobre a pesquisa a ser realizada. Gestantes
menores de 18 anos tiveram o termo de consentimento assinado por um responsável. Os
dados coletados foram: identificação da gestante, etnia, idade, número de gestações, dados
gestacionais atuais, idade gestacional, ocorrência de infecção do trato urinário durante a atual
gestação, doença sexualmente transmitida antes ou durante a gestação atual e aborto prévio
(Anexo 1). Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da Secretaria do Estado do Rio de
Janeiro e pelo Comitê de Ética do Hospital Universitário Pedro Ernesto (CEP-HUPE),
recebendo o número CAAE 51317415.8.0000.5259.

2.2 Coleta de swabs retais e vaginais de gestantes

Amostras retais e vaginais foram coletadas de gestantes entre a 34a-37a semanas de


gestação pela equipe médica do HMCD. Posteriormente, as amostras foram conduzidas em
meio de transporte Amies com carvão vegetal (Kasvi, São José dos Pinhais, PR, Brasil) ao
Laboratório de Biologia e Fisiologia de Estreptococos da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro (LBMFE/UERJ) para identificação bacteriana.
32

2.3 Coleta de swabs de orelha externa e umbigo de neonatos

Amostras de orelha externa e umbigo de recém-nascidos (24h-48h após o


nascimento) foram coletadas através de swabs estéreis, sob supervisão da equipe médica do
HMCD, sendo posteriormente, conduzidas em meio de transporte Amies com carvão
vegetal(Kasvi) ao LBMFE/UERJ para identificação bacteriana.

2.4 Cultivo, identificação e armazenamento bacteriano

Para obtenção de cultura pura, as amostras foram semeadas em placas de ágar sangue,
contendo 5% de hemácias de carneiro (ágar-sangue carneiro; Sigma-Aldrich, St Louis,
Missouri, EUA) e em meio seletivo CHROMagar™ StrepB (StrepB; Plastlabor, Rio de
Janeiro, RJ, Brasil) para S. agalactiae. As colônias que apresentaram características de
Streptococcus spp. como colônias lisas, pequenas, brilhantes e côncavas, circundadas por um
halo de β-hemólise em ágar-sangue carneiro (Anvisa, 2008) e colônias rosa-magenta em meio
StrepB foram submetidas à coloração de Gram, teste da catalase, fator CAMP, sorologia e
MALDI-TOF para confirmação da espécie de estreptococos. As placas que apresentaram
contaminação por outro microrganismo foram descartadas.

2.4.1 Coloração de Gram

Para a coloração de Gram foi realizado um esfregaço com a alça bacteriológica de uma
colônia bacteriana crescida em placa de ágar sangue-carneiro. O material fixado foi corado
com solução de violeta genciana durante 1 min, seguido do tratamento com lugol por 1 min,
descoloração com álcool/acetona (v/v) e coloração com safranina durante 30 seg. Terminada a
bateria de corantes, a lâmina foi lavada em água corrente e deixada secar na posição vertical
para posterior observação ao microscópio em objetiva de imersão (100x). As amostras
bacterianas que apresentaram coloração violeta escuro foram consideradas Gram-positivas e
as de coloração rósea como Gram-negativas.
33

2.4.2 Catalase

A catalase é uma enzima que decompõe o peróxido de hidrogênio em água e oxigênio.


Para realização do teste de catalase, as amostras foram cultivadas em caldo Brain Heart
Infusion (BHI; Difco Laboratories, Detroit, MI, USA) e suspensas em solução salina estéril.
Em uma lâmina, 100 µL de peróxido de hidrogênio P.A. (H2O2) foram misturados com 50 µL
da suspensão da amostra em salina. A interpretação do resultado foi positiva quando
observada imediata formação de bolhas pela conversão do H2O2 em água (H2O) e oxigênio
(O2) e negativo quando houve a ausência de bolhas ou efervescência.

2.4.3 Fator CAMP (Christie, Atkins, Munch-Petersen)

A reação de CAMP foi feita em placas de ágar sangue-carneiro, semeada em estria


única, na posição vertical, por uma amostra de Staphylococcus aureus (ATCC 25923). Por
placa, seis amostras com características prévias de S. agalactiae foram semeadas de forma
perpendicular à amostra de S. aureus. Após 24 h de incubação a 37°C foi observada a reação
de hemólise na superfície da placa de ágar sangue-carneiro, em forma de seta ou meia lua
produzida pela hemólise sinérgica da ação da esfingomielinase estafilocócica (β-lisina) e o
fator CAMP (proteína termoestável) do S. agalactiae.

2.4.4 Identificação sorológica das amostras de S. agalactiae


As amostras bacterianas foram identificadas por sorologia utilizando o kit
Streptoccocal grouping (DR0584A Oxoid, São Paulo, SP, Brasil), conforme recomendação
do fabricante. Este é um teste de aglutinação em látex para identificação dos estreptococos
pertencentes aos grupos A, B, C, D, F e G. A enzima de extração para estreptococos (DR593)
do kit Oxoid foi reconstituída em 10 mL de água destilada estéril, onde alíquotas de 400 µL
foram adicionadas de 2-4 colônias isoladas de cada amostra e incubadas em banho maria por
10 min a 37°C, sob agitação.
Posteriormente, uma gota de cada reagente contendo partículas de látex recobertas
com anticorpos contra os grupos A, B, C, D, F e G de Lancefield foram dispensadas em
34

círculos do cartão de reação (DR500) e, posterior adição de uma gota do extrato


bacteriano/círculo. A mistura foi homogeneizada e após 30 seg observou-se a presença ou
ausência de aglutinação. O resultado foi positivo quando a aglutinação ocorreu em um dos
reagentes do grupo de Lancefield (A, B, C, D, F ou G).

2.4.5 Armazenamento e utilização das amostras de S. agalactiae

As culturas bacterianas foram armazenadas a - 80ºC em alíquotas de meio líquido BHI


(Difco) contendo 20% de glicerol. Quando descongeladas, as amostras foram crescidas em
meio ágar-sangue carneiro para análise das colônias e pureza antes da realização dos
experimentos. Para a realização dos ensaios experimentais, as bactérias foram crescidas em
BHI e padronizadas para uma densidade óptica (DO) de 0,4 em comprimento de onda de
λ=540 nm (~1,0 x 108 unidades formadoras de colônias por mililitro [UFC/mL]).

2.5 Identificação por MALDI-TOF MS

As amostras bacterianas crescidas em placas de BHI, foram transferidas para a placa


MALDI, sobrepostas com 1 µl de ácido fórmico 70%. Após a secagem, o poço foi coberto
com solução matriz e seco à temperatura ambiente. A placa foi introduzida no
espectrofotômetro de massa LT MALDI-TOF para medição automatizada e interpretação dos
dados. O espectro foi processado a partir do software MALDI Biotyper, usando as
configurações do programa para correspondência de padrões e o banco de dados de
referência. Amostras com score ≥ 2,0 foram consideradas como pertencentes à espécie
identificada pelo MALDI-TOF.
35

2.6 Teste de susceptibilidade aos antimicrobianos

Suspensões bacterianas (escala 0,5 de Mcfarland) foram semeadas em meio ágar


Mueller-Hinton (MHA, Difco) contendo 5% de sangue de carneiro. Posteriormente, foram
adicionados discos com antimicrobianos (penicilina G - 10µg, ceftriaxona - 30µg,
levofloxacina - 5µg, cloranfenicol - 30µg, linezolida - 30µg, vancomicina - 30µg, tetraciclina
- 30µg, azitromicina - 15µg, eritromicina - 15µg e clindamicina - 2µg) e incubados por 24h a
37°C. A leitura dos diâmetros dos halos foi realizada seguindo as normas preconizadas pelo
CLSI (Clinical Laboratories Standards Institute, 2021).

2.7 Tipagem capsular das amostras de S. agalactiae por PCR-multiplex

Culturas bacterianas crescidas por 16 h em BHI foram centrifugadas a 10.000 rpm por
15 min a 4°C. O sedimento foi suspenso em 1 mL de TE (Tris HCl 0,1M e EDTA 1mM) e
solução de lise (lisozima [20mg/mL] + mutanolisina [10U/μL] + Brij 0,5% + RNAse
[10mg/mL] + TE) e incubado a 37°C por 16 h. Posteriormente, foi adicionada uma solução
de degradação proteica (protease [10mg/mL] + SDS 10%) a 37°C por 1 h e adição de acetato
de sódio 3M e etanol P.A. por 30 min a -20°C. Após centrifugação, o DNA foi tratado com 1
mL de etanol 70% gelado, transferido para tubos eppendorfs, centrifugado e seco em estufa a
37°C. O DNA foi suspenso em água bidestilada estéril (50 μL) e estocado a -20°C até a sua
dosagem (Nanovue-GE).
A seguir, um volume de 50 μL de reação final (200 μM cada dNTP, 5 μL de GoTaq
polimerase, tampão GoTaq 5x e 50 ng DNA) foi submetido ao termociclador para
amplificação das regiões específicas de cada gene (Tabela 1). O produto amplificado foi
separado por eletroforese em gel de agarose de 1% a 2% diluída em TBE 1x (Tris [89mM],
EDTA [2mM] e Ácido Bórico [89mM]), corados com SYBR Green e visualizados como
bandas brancas sobre um fundo negro por transiluminação UV. Como padrão de tamanho
molecular foi utilizado 1-kb Plus DNA ([1μg/μL]; Invitrogen, São Paulo, SP, Brasil). Como
controle negativo foi incluído em cada ensaio, a mesma mistura de reação, mas com água
bidestilada em vez de DNA. A corrida dos géis foi realizada em aparelho de eletroforese
Biorad-Power Pac Basic. O sistema foi montado em cuba horizontal ([modelo 11.14]; Gibco-
36

BRL, New York, NY, USA) e colocado sob a voltagem de 100 V por 90 min a temperatura
ambiente.

Tabela 1 - Primers para tipagem das amostras de S. agalactiae

Nome do Sequência (5′ - 3′) Tamanho GenBank


primer amplicon (pb)
Ia-F GGTCAGACTGGATTAATGGTATGC AB028896
Ia-R GTAGAAATAGCCTATATACGTTGAATGC 521
Ib-F TAAACGAGAATGGAATATCACAAACC AB050723
Ib-R GAATTAACTTCAATCCCTAAACAATATCG 770
II-F GCTTCAGTAAGTATTGTAAGACGATAG AY375362
II-R TTCTCTAGGAAATCAAATAATTCTATAGGG 397
III-F TCCGTACTACAACAGACTCATCC AF163833
III-R AGTAACCGTCCATACATTCTATAAGC 1,826
IV-F GGTGGTAATCCTAAGAGTGAACTGT AF355776
IV-R CCTCCCCAATTTCGTCCATAATGGT 578
V-F GAGGCCAATCAGTTGCACGTAA AF349539
V-R AACCTTCTCCTTCACACTAATCCT 701
VI-F GGACTTGAGATGGCAGAAGGTGAA AF337958
VI-R CTGTCGGACTATCCTGATGAATCTC 487
VII-F CCTGGAGAGAACAATGTCCAGAT AY376403
VII-R GCTGGTCGTGATTTCTACACA 371
VIII-F AGGTCAACCACTATATAGCGA AY375363
VIII-R TCTTCAAATTCCGCTGACTT 282
Fonte: A autora, 2023

2.8 Identificação dos fatores de virulência por PCR

O DNA bacteriano foi extraído pela fervura durante 10 min em banho-maria. A


suspensão, após fervida, foi centrifugada a 13.000 rpm e 2 μL do sobrenadante foi utilizado
nas reações de amplificação (Hirata Jr. et al., 2008). O fragmento de DNA que corresponde a
uma região interna de cada gene foi amplificado por primers específicos para os genes lmb,
fbsA, fbsB, pili-1, pili-2a, pili-2b, hylB, iag e HvgA a partir do DNA genômico da linhagem
tipo-selvagem de S. agalactiae (Tabela 2). A amplificação foi realizada com o auxílio do
termociclador (Veriti 96 well thermal cycler; Applied Biological, New York, NY, USA). A
presença dos produtos de amplificação das reações foi monitorada por eletroforese em gel de
agarose a 1,2% em tampão Tris-Borato-EDTA, pH 8,0. O sistema foi submetido à corrente de
100V durante 70 min em cuba de eletroforese horizontal (modelo 11.14; Gibco). Os géis
foram corados com 5 µL de Syber safe (Life Technologies, São Paulo, SP, Brasil) e
visualizados em transiluminador modelo TFX 20 M Vilber Lourmat. A positividade do teste
37

foi constatada pelo aparecimento da banda com peso molecular esperado


(KAYANSAMRUAJ et al., 2014)

Tabela 2 - Primers utilizados para determinação dos fatores de virulência das amostras de s.
agalactiae

Primer Sequência (5´- 3´) Tamanho do Autor


Amplicon (pb)
lmb-F GAAATACCCGAGATACCAAG
472 Correa et al., 2009
lmb-R CCGTCTGTAAATGATGTGGC
fbsA-F GAACCTTCTTGTCACACTTG
575 Godoy et al., 2013
fbsA-R TTGATCCTAGCACTCCCA
fbsB-F GCGCAAACTTTGTCCAA
436 Godoy et al., 2013
fbsB-R CCGCTACGATTGTCCAAATG
Pi-1-F AACAATAGTGGCGGGGTCAACTG
102 Kayansamruaj et al., 2014
Pi-1-R TTTCGCTGGGCGTTCTTGTGAC
Pi-2a-F CACGTGTCGCATCTTTTTGGTTGC
128 Kayansamruaj et al., 2014
Pi-2a-R AACACTTGCTCCAGCAGGATTTGC
Pi-2b-F AGGAGATGGAGCACTGATACGAC
128 Kayansamruaj et al., 2014
Pi-2b-R ACGACGACGGCAACAAGCAC
hylB-F CACCAATCCCCACTCTACTA
503 Correa et al., 2009
hylB-R TGTGTCAACCATCTATCAG
iag-F CGGGATTGATCTAAGTCGCT
458 Godoy et al., 2013
iag-R CCATCAACATCAGTCGCTAA
hvgA-F ATACAAATTCTGCTGACTACCG
210 Lamy et al., 2006
hvgA-R TTAAATCCTTCCTGACCATTCC
Fonte: A autora, 2018.

2.9 Tipagem de sequências Multilocus (MLST)

O MLST foi realizado através do sequenciamento dos sete genes housekeeping, adhP,
pheS, atr, glnA, sdhA, glcK e tkt, conforme previamente descrito (JOLLEY et la., 2018)
(Tabela 3). Os clones foram confirmados por PCR e o sequenciamento Sanger realizado no
PSEQDNA (Rio de Janeiro, RJ, Brasil). As sequências obtidas a partir do sequenciamento
foram analisadas pelos programas Sequencher 5.0 e Bioedit 7.0. Novos alelos ou perfis de
38

sequências tipo (ST) foram submetidos e atribuídos na base de dados MLST S. agalactiae
(https:// pubmlst.org/sagalactiae/). O software Bionumeric 8.0 foi usado para análise de
homologia.

Tabela 3 - PRIMERS USADOS PARA MLST DE S. agalactiae


Tamanho do
Locus Forward (5' to 3') Reverse (5' to 3')
amplicon (pb)
pheS GATTAAGGAGTAGTGGCACG TTGAGATCGCCCATTGAAAT 723
adhP GTTGGTCATGGTGAAGCACT ACTGTACCTCCAGCACGAAC 672
atr CGATTCTCTCAGCTTTGTTA AAGAAATCTCTTGTGCGGAT 627
glnA CCGGCTACAGATGAACAATT CTGATAATTGCCATTCCACG 589
sdhA AGAGCAAGCTAATAGCCAAC ATATCAGCAGCAACAAGTGC 646
glcK CTCGGAGGAACGACCATTAA CTTGTAACAGTATCACCGTT 607
tkt CCAGGCTTTGATTTAGTTGA AATAGCTTGTTGGCTTGAAA 859
Fonte: JOLLEY, 2018

2.10 Ensaios de interação das amostras de S. agalactiae com células epiteliais alveolares
humanas (A549)

As células A549, uma linha celular epitelial alveolar de tipo II humana, foram
cultivadas e mantidas em meio de Eagle modificado por Dulbecco (DMEM; Sigma)
suplementado com 10% de soro fetal bovino (Gibco) e antibióticos. As monocamadas foram
semeadas em placas de cultura de tecidos de 24 poços (Corning; Sigma) e incubadas a 37ºC e
5% de CO2 até atingirem a confluência (Costa et al., 2011).
Monocamadas confluentes de A549 em placas de 24 orifícios (2x105 células por poço)
foram infectadas com amostra bacteriana na proporção de 1:100 (célula:bactérias) durante 1 h
e 2 h a 37ºC e 5% de CO2. Após a interação, as placas foram submetidas a lavagens
consecutivas com PBS para remoção dos microrganismos não aderidos às células
eucarióticas. Para análise do número total de bactérias, tanto as bactérias aderidas quanto as
internalizadas nas células A549 foram lisadas com tampão de lise contendo Tris 25mM pH
7,5, EDTA 5mM, NaCl 150mM e Igepal CA-630 1% (Sigma). O lisado foi diluído em salina
0,9% e plaqueado em meio de ágar-sangue carneiro para a contagem das UFC/mL.
Paralelamente, em outra série de poços, após lavagens com salina 0,9% foi feita
administração de gentamicina (100 µg/mL; Gibco) e penicilina (5 µg/mL; Gibco) por 2 h a
39

37ºC em 5% de CO2 para eliminar as bactérias aderidas. Após esta etapa, houve a realização
da lise da célula eucariótica (com o mesmo tampão de lise descrito acima), diluição do lisado
em solução salina, plaqueamento em meio ágar-sangue carneiro e quantificação das bactérias
intracelulares viáveis. A contagem de S. agalactiae aderido foi realizada através da subtração
do número total de bactérias interagidas pelo número de bactérias intracelulares viáveis
(Santos et al., 2003).
40

3 RESULTADOS

3.1 Coleta de Dados

Todos os dados coletados de prontuários e formulários de amnésia do HMCD, bem


como os formulários do LBMFE preenchidos pelas gestantes (Anexo B), no período de 2018-
2020, estão demonstrados a seguir:

3.1.1 Faixa etária de gestantes

O Gráfico 1 demonstra a faixa etária das gestantes que apresentaram colonização por
S. agalactiae. Gestantes com idade entre 29-36 anos, seguidas de 21-28 anos de idade foram
prevalentes com 28% e 17%, respectivamente. Contudo, a informação sobre a faixa etária não
foi encontrada em 31% das pacientes.

Gráfico 1 - Faixa etária de gestantes colonizadas pelo S. agalactiae. NI* Não informada

14%
31% 17%

13-20
21-28
29-36
3% 37-44
45-52
NI

7% 28%

Fonte: A autora, 2023


41

3.1.2 Cor da pele das gestantes por autodeclaração

O Gráfico 2 apresenta a predominância relacionada à cor de pele de gestantes


colonizadas pelo S. agalactiae. Mães de cor parda (24%) foram predominantes em relação às
de cor branca (17%) e cor preta (14%). Da mesma forma, a informação sobre a cor da pele
não foi encontrada em 45% das pacientes.

Gráfico 2 - Cor de pele em gestantes colonizadas por S. agalactiae. NI* Não informada

14%
45%
24%
Preta
Parda
Branca
NI

17%

Fonte: A autora, 2023

3.1.3 Comorbidades presentes em gestantes colonizadas pelo S. agalactiae

Comorbidade é toda doença, condição ou estado físico e mental que, em razão da


gravidade, pode potencializar os riscos à saúde caso o portador venha a se infectar com algum
agente patogênico. As comorbidades identificadas nas gestantes deste trabalho foram:
hipertensão, diabetes gestacional, infecção do trato urinário, sífilis, hipotireoidismo e
adolescência (considerada gestação de alto risco). A hipertensão gestacional (35%) foi a
comorbidade verificada com maior frequência, seguida de diabetes mellitus gestacional (25%)
e infecção urinária (25%), as quais apresentaram maior taxa de intercorrências no parto
(Gráfico 3).
42

Gráfico 3 - Comorbidades em gestantes entre 34-37 semanas de gestação

5% 25%
25%

Diabetes mellitus gestacional


5% Sífilis
Hipertensão gestacional
Hipotireoidismo
Infecção urinária
Alto Risco (Adolescente)
5%

35%

Fonte: A autora, 2023

3.2 Coleta de amostras

Um total de 225 amostras (vaginais, retais, urina e secreção) de gestantes entre 34a-
37a semanas de gestação e 80 amostras (umbigo e orelha externa) de neonatos, ambos
atendidos no setor de emergência do HMCD, foram submetidas à investigação de S.
agalactiae (Tabela 4).

Tabela 4 - Amostras de gestantes com 34-37 semanas de gestação e de recém-nascidos com


24h-48h de vida, atendidos no setor de emergência do Hospital e Maternidade Carmela Dutra
(HMCD)

Gestantes/Neonatos No de amostras S agalactiae Origem (%)


Retal 8 (28%)

Gestantes Vaginal 11 (38%)


215 + 10* 29 (12,9%)
(34-37 semanas) Urina 9* (31%)
Secreção 1* (3%)

Neonatos Umbigo 15 (79%)


80 19 (2,4%)
(24h-48h) Orelha externa 4 (21%)
Total 305 48
*Amostras pré-identificadas pelo Laboratório de Bacteriologia do HMCD e cedidas ao LBMFE
Fonte: A autora, 2023
43

3.3 Identificação das amostras isoladas de gestantes e neonatos

Todas as colônias suspeitas de S. agalactiae em meios de cultivo ágar-sangue


carneiro e StrepB foram identificadas como Gram-positivas, catalase negativa e CAMP
positivo (dados não mostrados). A sorologia demonstrou que 29 (12,9%) amostras de
gestantes e 19 (2,4%) de neonatos foram positivas para S. agalactiae. Esses resultados foram
corroborados pela técnica de MALDI-TOF (Tabelas 5 e 6).

3.4 Perfil de resistência aos antimicrobianos das amostras de S. agalactiae isoladas de


gestantes e neonatos

O teste de disco-difusão demonstrou que todas as amostras provenientes de gestantes


foram sensíveis à vancomicina, clindamicina, levofloxacino, penicilina, cloranfenicol,
ceftriaxona, linezolida, norfloxacina, ciprofloxacino, ofloxacino e pefloxacino.
Adicionalmente, as amostras de neonatos apresentaram sensibilidade à vancomicina,
clindamicina, penicilina, azitromicina, eritromicina, ceftriaxona, linezolida, norfloxacina,
ciprofloxacino, ofloxacino e pefloxacino.
Com relação ao perfil de resistência, 20 (6,89%) amostras isoladas de gestantes
foram resistentes à tetraciclina, 11 (3,79%) à cotrimoxazol, 2 (0,68%) à azitromicina e 1
(0,34%) à eritromicina. As amostras neonatais apresentaram resistência à tetraciclina (18;
9,47%), cotrimoxazol (7; 3,68%), levofloxacino (2; 1,05%) e cloranfenicol (2; 1,05%).
Somente as amostra de S. agalactiae isoladas de orelha externa (N1905) e umbigo (N1906)
neonatal apresentaram resistência à levofloxacina, tetraciclina, cloranfenicol e ofloxacina,
sendo classificadas como MDR (Tabelas 5 e 6).
44

Tabela 5 - Identificação das amostras de S. agalactiae isoladas de gestantes por sorologia e MALDI-TOF MS com score ≥ 2,0 e perfil de
susceptibilidade aos antimicrobianos
SOROLOGIA/ ANTIBIOGRAMA (GESTANTES)
MALD
Amostra
TOF MS VAN CLI LEV PEN TET AZI CLO ERI CEF LNZ NOR CIP OFX PEF COT
(SCORE >2,0)
1 G1801 S.agalactiae S S S S R S S S S S S S S S S
2 G1802 S.agalactiae S S S S R S S S S S S S S S S
3 G1803 S.agalactiae S S S S S S S S S S S S S S S
4 G1805 S.agalactiae S S S S R S S S S S S S S S S
5 G1806 S.agalactiae S S S S R S S S S S S S S S R
6 G1807 S.agalactiae S S S S R S S S S S S S S S R
7 G1809 S.agalactiae S S S S R S S S S S S S S S S
8 G1810 S.agalactiae S S S S R S S S S S S S S S S
9 G1811 S.agalactiae S S S S R S S S S S S S S S R
10 G1812 S.agalactiae S S S S R S S S S S S S S S S
11 G1813 S.agalactiae S S S S R S S S S S S S S S S
12 G1814 S.agalactiae S S S S S S S S S S S S S S S
13 G1815 S.agalactiae S S S S R S S S S S S S S S R
14 G1816 S.agalactiae S S S S R S S S S S S S S S S
15 G1901 S.agalactiae S S S S S S S S S S S S S S R
16 G1902 S.agalactiae S S S S I S S S S S S S S S S
17 G1904 S.agalactiae S S S S R S S S S S S S S S R
18 G1905 S.agalactiae S S S S R S S S S S S S S S R
19 G1906 S.agalactiae S S S S S S S S S S S S S S R
20 G1907 S.agalactiae S S S S R S S S S S S S S S S
21 G1908 S.agalactiae S S S S R R S R S S S S S S S
22 G1909 S.agalactiae S S S S R R S S S S S S S S S
23 G1910 S.agalactiae S S S S S S S S S S S S S S R
24 G1912 S.agalactiae S S S S S S S S S S S S S S R
25 G1913 S.agalactiae S S S S S S S S S S S S S S R
26 G1916 S.agalactiae S S S S R S S S S S S S S S S
27 G1918 S.agalactiae S S S S S S S S S S S S S S S
28 G1919 S.agalactiae S S S S R S S S S S S S S S S
29 G2001 S.agalactiae S S S S R S S S S S S S S S S

Gestantes (G); Vancomicina (VAN); Clindamicina (CLI); Levofloxacino (LEV); Penicilina (PEN); Tetraciclina (TET); Azitromicina (AZI); Cloranfenicol (CLO); Eritromicina (ERI);
Ceftriaxona (CEF); Linezolida (LNZ); Norfloxacina (NOR); Ciprofloxacino (CIP); Ofloxacino (OFX) e Pefloxacino (PEF); Cotrimoxizol (COT).
Fonte: A autora, 2023
45

Tabela 6 - Identificação das amostras de S. agalactiae isoladas de neonatos por sorologia e MALDI-TOF MS com score ≥ 2,0 e perfil de
susceptibilidade aos antimicrobianos

SOROLOGIA/ ANTIBIOGRAMA (NEONATOS)


MALD
Amostra
TOF MS
(SCORE >2,0) VAN CLI LEV PEN TET AZI CLO ERI CEF LNZ NOR CIP OFX PEF COT

1 N1801 S.agalactiae S S S S R S S S S S S S S S R
2 N1901 S.agalactiae S S S S I S S S S S S S S S S
3 N1902 S.agalactiae S S S S R S S S S S S S S S S
4 N1903 S.agalactiae S S S S R S S S S S S S S S S
5 N1905 S.agalactiae S S R S R S R S S S S S R S S
6 N1906 S.agalactiae S S R S R S R S S S S S R S S
7 N1907 S.agalactiae S S S S R S S S S S S S S S S
8 N1910 S.agalactiae S S S S R S S S S S S S S S S
9 N1911 S.agalactiae S S S S S S S S S S S S S S S
10 N1912 S.agalactiae S S S S I S S S S S S S S S S
11 N1913 S.agalactiae S S S S R S S S S S S S S S S
12 N1915 S.agalactiae S S S S R S S S S S S S S S R
13 N1916 S.agalactiae S S S S I S S S S S S S S S R
14 N1917 S.agalactiae S S S S R S S S S S S S S S R
15 N1918 S.agalactiae S S S S R S S S S S S S S S I
16 N1919 S.agalactiae S S S S R S S S S S S S S S R
17 N1920 S.agalactiae S S S S R S S S S S S S S S S
18 N1921 S.agalactiae S S S S R S S S S S S S S S S
19 N1922 S.agalactiae S S S S R S S S S S S S S S R

Neonatos (N); Vancomicina (VAN); Clindamicina (CLI); Levofloxacino (LEV); Penicilina (PEN); Tetraciclina (TET); Azitromicina (AZI); Cloranfenicol (CLO); Eritromicina
(ERI); Ceftriaxona (CEFTRI); Linezolida (LNZ); Norfloxacina (NOR); Ciprofloxacino (CIP); Ofloxacino (OFX) e Pefloxacino (PEF); Cotrimoxizol (COT).
Fonte: A autora, 2023
46

3.5 Tipagem capsular

Os resultados obtidos a partir da tipagem capsular das 48 amostras (gestantes=29 e


neonatos=19) de S. agalactiae, utilizando a técnica de PCR multiplex estão representados no
Gráfico 4. Os tipos capsulares predominantes foram Ia e V com 42% e 31%, respectivamente.
Os dados das amostras bacterianas isoladas de gestantes mostraram o tipo capsular Ia
predominante com cerca de 55% (n=16), seguido dos tipos V (21%; n=6), III (14%; n=4) e II
(10%; n=3) (Gráfico 5). Em relação às amostras neonatais, houve a prevalência do tipo
capsular V (47%; n=9), seguido dos tipos Ia (21%; n=4), II (11%; n=2), III (11%; n=2), VI
(5%; n=1) e VII (5%; n=1) (Gráfico 6).

Gráfico 4 - Tipagem capsular de amostras de S. agalactiae isoladas de gestantes com 34-37


semanas de gestação e de neonatos com 24h-48h de nascimento

2% 2%
31%
42%

Ia
II
III
V
VI
VII

13%
10%

Fonte: A autora, 2023


47

Gráfico 5 - Tipagem capsular de amostras de S. agalactiae isoladas de gestantes entre 34-37


semanas de gestação

21%

Ia
14% II
III
V

55%

10%

Fonte: A autora, 2023

Gráfico 6 - Tipagem capsular de amostras de S. agalactiae isoladas de neonatos com 24h-48h


de nascimento

5% 21%
5%

Ia
11%
II
III
V
VI
47% VII
11%

Fonte: A autora, 2023


48

O Gráfico 7 demonstra a correlação entre os tipos capsulares e as comorbidades em


gestantes com intercorrências clínicas no parto. Mães colonizadas por S. agalactiae
pertencentes aos tipos capsulares Ia e V apresentaram maiores complicações durante o parto.
Gestantes portadoras de S. agalactiae tipo V manifestaram intercorrências como anemia,
bolsa rota, asma, sífilis, hipertensão, tromboembolia e diabetes; contudo, gestantes portadoras
de S. agalactiae tipo Ia exibiram sofrimento fetal e bronquite como intercorrências mais
comuns. Adicionalmente, a gestação precoce em adolescentes é considerada um fator de alto
risco na hora do parto por possuir elevado índice de parto prematuro e complicações como
má-formação pulmonar. Neste trabalho, 3 adolescentes (10,3%) grávidas foram identificadas
colonizadas por S. agalactiae (Gráficos 7 e 8).

Gráfico 7 - Correlação entre o tipo capsular e comorbidades em gestantes com 34-37 semanas
de gestação

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%
Diabetes mellitus Sífilis Hipertensão Hipotireoidismo Infecção urinária Alto risco Eclâmpsia
gestacional gestacional (Adolescente)

Ia II III V

Fonte: A autora, 2023


49

Gráfico 8 - Complicações durante o parto em gestantes colonizadas com amostras de S.


agalactiae pertencentes aos tipos capsulares Ia e V

100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%

Ia V

Fonte: A autora, 2023

3.6 Detecção de genes de fatores de virulência

O resultado da amplificação de genes de fatores de virulência em amostras isoladas de


gestantes e neonatos está demonstrado na Figura 2. Observamos que os genes para lmb
(100%) e iag (100%) foram amplificados em todas as amostras, seguido dos genes fbsB
(95,8%), fbsA (91,6%), pili-1 (89,5%), pili-2b (72, 9%), hylB (70,8%), pili-2a (66,6%) e hvgA
(2,1%).
50

Figura 2 - Detecção de genes de virulência em amostras de S. agalactiae isoladas de gestantes


e neonatos

100% 100%
95,8%
91,6%
89,5%
Porcentagem de amplificação (%)

72,9%
70,8%
66,6%

2,1%

lmb fbsA fbsB hvgA pili-1 pili-2a pili-2b hylB iag


Genes

Fonte: A autora, 2023

A Figura 3 apresenta os percentuais de amplificação de cada gene em amostras de


gestantes, distribuídos por tipos capsulares.
51

Figura 3 – Correlação entre a amplificação dos genes lmb, fbsA, hvgA, pili-1, pili-2a, pili-2b, hylB e
iag e os tipos capsulares Ia (A), II (B), III (C) e V (D) de amostras de S. agalactiae isoladas de
gestantes.

GESTANTES

GESTANTES
Tipo I Tipo II
A B

Porcentagem de amplificação (%)


A B
Porcentagem de amplificação (%)

24,2%
20,7% 20,7% 20,7% 20,7% 20,7%
10,3% 10,3% 10,3% 10,3% 10,3% 10,3% 10,3%
17,3% 17,3%

3,4% 3,4%
3,5%

Genes
Genes

C Tipo III D Tipo V


13,8% 13,8% 13,8% 13,8% 13,8% 13,8%
Porcentagem de amplificação (%)

Porcentagem de amplificação (%)

20,6% 20,6% 20,6% 20,6% 20,6%


10,3% 17,2% 17,2%

6,9%

3,4%
0% 3,4%

Genes Genes

Fonte: A autora, 2023


52

A Figura 4 demonstra os percentuais de amplificação dos genes em amostras neonatais de


acordo com cada tipo capsular descrito. Os tipos capsulares que apresentaram maior
amplificação também foram os tipos Ia e V.
53

Figura 4 – Correlação entre a amplificação dos genes lmb, fbsA, hvgA, pili-1, pili-2a, pili-2b, hylB e
iag e os tipos capsulares Ia (A), II (B), III (C) e V (D) provenientes de amostras de S. agalactiae
isoladas de neonatos

NEONATOS
A B
Porcentagem de amplificação (%)

Porcentagem de amplificação (%)


Tipo Ia Tipo II

10,5% 10,5% 10,5% 10,5% 10,5% 10,5%


21,1% 21,1% 21,1% 21,1% 21,1%

5,2%
10,5% 10,5%

0%
0% 0% 0%

Genes Genes
C D
Porcentagem de amplificação (%)
Porcentagem de amplificação (%)

Tipo III Tipo V


47,4% 47,4% 47,4% 47,4%
10,5% 10,5% 10,5% 10,5%
36,8%
31,6%
26,3% 26,3%
5,2%

0% 0% 0% 0% 0%

Genes Genes

E Tipo VI F Tipo VII


Porcentagem de amplificação (%)
Porcentagem de amplificação (%)

5,3% 5,3% 5,3% 5,3% 5,3% 5,3% 5,3% 5,3% 5,3% 5,3% 5,3% 5,3% 5,3%

0% 0% 0% 0% 0%

Genes Genes
54

3.7 Tipagem de sequência multilocus (MLST)

A Tabela 7 demonstra o total de 26 amostras de gestantes (n=12) e de neonatos (n=14)


que foram submetidas às análises por MLST.

Tabela 7 - Complexos clonais (CC) e sequências tipo (ST) das amostras de S. agalactiae
sequenciadas através do MLST
Amostra CC ST
1 G1801 23 23
2 G1803 452 24
3 G1805 17 1249
4 G1807 23 144
5 G1809 452 24
6 G1810 23 23
7 G1812 1 1
8 G1901 23 144
9 G1902 23 23
10 G1905 17 865
11 G1909 17 1249
12 G1919 17 17
13 N1801 23 23
14 N1901 23 163
15 N1902 23 144
16 N1903 23 162
17 N1905 19 19
18 N1906 23 162
19 N1912 23 144
20 N1913 17 865
21 N1915 19 28
22 N1916 452 24
23 N1917 19 28
24 N1919 17 1249
25 N1920 1 1
26 N1921 452 24
G: gestantes; N: neonatos
Fonte: A autora, 2023

Os resultados do MLST demonstraram que as amostras de S. agalactiae isoladas de


gestantes pertenciam à quatro complexos clonais: CC1 (n=1; 8,3%), CC17 (n=4; 33,3%),
55

CC23 (n=5; 41,6%), CC452 (n=2; 16,6%) (Figura 5A). Além disso, sete sequências tipo
distintas foram identificadas: ST-1 (1; 8,3%), ST-17 (1; 8,3%), ST-23 (3; 25%), ST-24 (2;
16,6%), ST-144 (2; 16,6%), ST-865 (1; 8,3%) e ST-1249 (2; 16,6%) (Figura 5B).

Figura 5 – Complexos clonais e sequências tipo de amostras de gestantes. (A) Complexo


clonais 1, 17, 23 e 452. (B) Sequências tipo 1, 17, 23, 24, 144, 865 e 1249

GESTANTES
41,6% A
33,3%
Porcentagem(%)

16,6%
8,3%

1 17 23 452
Complexo clonal

25%
B

16,6% 16,6% 16,6%


Porcentagem (%)

8,3% 8,3% 8,3%

1 17 23 24 144 865 1249


Sequência tipo

Fonte: A autora, 2023

As amostras de S. agalactiae isoladas de neonatos apresentaram cinco complexos


clonais: CC23 (6; 42,8%), CC19 (3; 21,4%), CC17 (2; 14,2%), CC452 (2; 14,2%) e CC1 (1;
7,1%) (Figura 6A). Dez sequências tipo foram identificadas: ST-1 (1; 7,1%), ST-19 (1;
7,1%), ST-23 (1; 7,1%), ST-24 (2; 14,2%), ST-28 (2; 14,2%), ST-144 (2; 14,2%), ST-162 (2;
14,2%), ST-163 (1; 7,1%), ST-865 (1; 7,1%) e ST-1249 (1; 7,1%) (Figura 6B).
56

Figura 6 – Complexos clonais e sequências tipo de amostras de neonatos. (A) Complexos


clonais 1, 17, 19, 23 e 452. (B) Sequências tipo 1, 19, 23, 24, 28, 144, 162, 163, 865 e 1249

NEONATOS A
42,8%
Porcentagem (%)

21,4%
14,2% 14,2%

7,1%

1 17 19 23 452
Complexo Clonal

B
14,2% 14,2% 14,2% 14,2%
Porcentagem (%)

7,1% 7,1% 7,1% 7,1% 7,1% 7,1%

1 19 23 24 28 144 162 163 865 1249


Sequência tipo

Fonte: A autora, 2023

A Figura 7 demonstra o dendograma com os complexos clonais, sequências tipo, tipos


capsulares e fatores de virulência das amostras de S. agalactiae isoladas de gestantes e de
neonatos. As amostras N1801 e N1912 apresentam um mesmo complexo clonal e sequências
tipo 23 e 144, respectivamente. Esses resultados mostram que 1 alelo não foi totalmente
identificado.
57

Figura 7 – Dendograma de similaridade das amostras de S. agalactiae isoladas de gestantes e


neonatos, contendo a sequência tipo complexo clonal, tipo capsular e fatores de virulência

Fonte: A autora, 2023

3.8 Ensaios de interação com células epitélio respiratório humano (A549)

Na Figura 8, os resultados dos ensaios de interação das amostras de gestantes com


células epiteliais respiratórias humanas (A549) demostraram que todas amostras aderiram à
célula hospedeira e a maioria também invadiu, exceto a amostra G1813. Todas as amostras
58

testadas exibiram maior perfil de aderência em 2 h de incubação, sendo a amostra G1810 com
maior capacidade adesiva (1,5x106 UFC/mL), apesar de não ser estatisticamente significativo.
Com relação à invasão celular, as amostras G1803 (CC não determinado) e G1810 (CC23)
apresentaram maior perfil invasivo em 1 h de incubação, sendo significativo somente para a
amostra G1803 (p<0,03).
A Figura 9 apresenta os resultados dos ensaios de interação de amostras de S.
agalactiae isoladas de neonatos com células A549. Todas as amostras testadas exibiram maior
aderência em 1 h de incubação (p<0,04). Contudo, a amostra N1903 (CC162) apresentou
elevada capacidade de aderência (~1,7x106 UFC/mL; p<0,01) quando comparada com as
amostras N1801 (CC23) e N1906 (CC162). O perfil de invasão das amostras N1801 e N1903
nos tempos de 1 h e 2 h de interação não foi estatisticamente significante. Em contrapartida, a
amostra N1906 apresentou capacidade invasiva elevada após 1 h (~2x104 UFC/mL; p<0,03) e
2 h de interação (~1,6x104 UFC/mL; p<0,05).
59

Figura 8 - Ensaios de aderência e invasão com amostras de gestantes e células epiteliais


(A549). *p<0,05

Fonte: A autora, 2023


60

Figura 9 – Ensaios de aderência e invasão com amostras neonatais e células epiteliais (A549)

2,50E+06 A
ADERÊNCIA

2,00E+06
*
*
1,50E+06

1,00E+06

5,00E+05

0,00E+00
1 N1801 N1903 N1906 2

2,50E+04 B
INVASÃO
*
2,00E+04

*
1,50E+04

1,00E+04

5,00E+03

0,00E+00
1 N1801 N1903 N1906 2
61

4 DISCUSSÃO

S. agalactiae tem sido reconhecido como um importante microrganismo relacionado


com a morbimortalidade materna e neonatal, causando parto prematuro, morte intrauterina,
baixa peso do recém-nato, endometrite e corioamnionite (SCHRAG et al., 2002; EDWARD
et al., 2011; KHAN et al., 2015). Fatores como idade materna, raça negra, etnia não
hispânica, hipertensão crônica, diabetes preexistente e uso de tabaco têm sido associados à
colonização pelo S. agalactiae (EDWARDS et al., 2019). A colonização por S. agalactiae em
gestantes de 85 países, demonstrou que a prevalência variou entre 7-14% na América Central
e Ásia e de 35% no Caribe. Europa, América do Norte e Austrália tiveram taxas de
prevalência semelhantes de 15-20%. Curiosamente, as estimativas na África variaram
amplamente, onde a África Ocidental apresentou 14% e a África do Sul 25% de colonização
pelo patógeno (RUSSELL et al., 2017). No Quênia (África Oriental), o S. agalactiae foi
identificado em 20,5% das gestantes com idade média de 30 anos. Nenhum fator de risco foi
associado à colonização por S. agalactiae (JISUVEI et al., 2020). Pesquisa na Oceania
(Austrália) demonstrou que a taxa geral de colonização por S. agalactiae foi de 24%, sendo
10,6% dos participantes positivos colonizados transitoriamente. Dentre os critérios avaliados,
a etnia (aborígines e africanas), idade materna ≥25 anos, relações sexuais frequentes (≥5
vezes/semana) e uso de brinquedos sexuais foram associados à colonização por S. agalactiae
(Furfaro et al., 2019). Em contrapartida, no Oriente Médio (Líbano), a colonização em
gestantes pelo patógeno foi de 18,4%, não havendo diferenças significativas entre faixas
etárias ou nível de escolaridade dessas mulheres (ALFOUZAN et al., 2021).
Na América latina, verificou-se que a triagem materna de S. agalactiae foi inferior a
15%, exceto no Uruguai que rastreou mais de 65% das gestantes. Desta forma, somente os
dados de colonização de gestantes no Uruguai foi informada (18,5%). Os países com baixa
triagem materna para S. agalactiae tiveram maiores chances de sepse neonatal e pneumonia.
Mulheres negras, idosas e sem ensino fundamental apresentaram maior colonização pelo
microrganismo (21,3%, 20,4% e 21,9%, respectivamente) (HOGENESCH et al., 2020).
Devido à natureza assintomática da colonização reto-vaginal, é difícil determinar se a
prevalência da colonização por S. agalactiae está mudando ao longo do tempo. Esses estudos
destacam que o microrganismo contribui significativamente para a carga global da doença e,
além disso, enfatiza que a colonização reto-vaginal do S. agalactiae é comum em todo o
mundo.
62

No Brasil, a prevalência de S. agalactiae em gestantes variou de 4,2 a 28,4%, nos


últimos 10 anos (NASCIMENTO et al., 2019). No presente trabalho, a taxa de colonização
foi de 12,9% em gestantes, estando dentro dos valores médios encontrados nas Américas.
Altas temperaturas do país de nascimento foram associadas a maior taxa de colonização.
Assim, as diferenças na colonização do S. agalactiae dependem do país de origem. Essa
variabilidade retrata um padrão geográfico influenciado pela temperatura (SAHUQUILLO-
ARCE et al., 2020). De forma preocupante, nossos resultados demonstraram que 79% das
amostras de umbigo e 21% das amostras de orelha externa de neonatos apresentavam
colonização pelo S. agalactiae, índice muito maior do que o observado na Índia, cuja
colonização pelo microrganismo foi de 55% no umbigo e 10,2% na orelha externa (SHAH et
al., 2014). SAHA e colaboradores (2017) também descreveram a colonização por S.
agalactiae no umbigo (48%) e na orelha externa (83%) de neonatos. Outra publicação, relatou
ter analisado material de umbigo e orelha, mas não citou nenhum dado sobre o percentual
encontrado em cada sítio coletado, descreveu somente a taxa geral de colonização neonatal de
1,3% (GUO et al., 2018). Até a presente data, somente esses artigos analisaram a colonização
de umbigo e orelha externa de recém-nascidos. Desta forma, nosso trabalho demonstra, pela
primeira vez, dados nacionais preocupantes sobre a elevada colonização umbilical e da orelha
neonatal, logo após o nascimento, que pode contribuir para o desenvolvimento de doenças de
início precoce ou tardio. Assim, enfatizamos a importância do monitoramento contínuo das
gestantes e também dos recém-nascidos para que terapêuticas profiláticas possam ser
adotadas, evitando assim, o desenvolvimento futuro de infecções invasivas pelo S. agalactiae.
Dados publicados pelo CDC em 2020 no Active Bacterial Core Surveillance (ABCs),
rede de programa de infecções emergentes que inclui o S. agalactiae, descreveu que a taxa de
colonização em mulheres negras foi de 9,3/100.000 habitantes em 10 estados americanos, e
que dos 1.036 pacientes com infecções de início tardio, 28% eram negros e a incidência geral
de doenças invasivas na população negra foi 2 vezes maior do que na população branca
(PHARES et al., 2008; CDC, 2020; BERARDI et al., 2021). Nossos resultados mostraram
que mulheres pardas e negras apresentaram maior colonização por S. agalactiae (~38%)
quando comparadas com mulheres brancas. O índice encontrado em nosso trabalho, foi maior
que o descrito pelo CDC (2020) e pelo estudo transversal multicêntrico que avaliou mulheres
grávidas nos EUA e Irlanda (9%). Contudo, foi inferior ao encontrado no Hospital
universitário em Durham, Carolina do Norte, no período de 2003-2015, que foi de 45,7%
(Edwards et al., 2019) e dos dados publicados pelo Centro de Ciências da Saúde da
Universidade Estadual da Louisiana (74,7%) (CAPRARO et al., 2020). Interessantemente,
63

nossos dados foram muito próximos dos dados publicados pelas clínicas pré-natais da
Londres North West University Healthcare NHS (39,5% em mulheres negras), cujo país
apresenta diferenças climáticas e culturais em relação ao Brasil, os quais são fatores já
estabelecidos por influenciar de forma significativa na colonização pelo S. agalactiae. Estes
resultados demonstram a prevalência aumentada do S. agalactiae em mulheres negras, o que
provavelmente reflete variações ligadas à etnia e diferenças da microbiota vaginal que pode
explicar o aumento da suscetibilidade de neonatos negros às infecções invasivas pelo
microrganismo.
A maioria dos casos de infecções por S. agalactiae em adultos ou idosos está
associada a condições médicas subjacentes, como diabetes mellitus, obesidade, cirrose
hepática, acidente vascular cerebral, câncer e doenças cardiovasculares (NAVARRO-TORNÉ
et al., 2021). No presente trabalho, as comorbidades identificadas nas gestantes que
apresentaram maior taxa de intercorrências no parto foram hipertensão gestacional (35%),
diabetes gestacional (25%), infecção do trato urinário (25%), sífilis (5%), hipotireoidismo
(5%) e adolescência (5%) considerada gestação de alto risco. Nas gestantes colonizadas,
houve um risco aumentado de diabetes e hipertensão gestacional. Nenhuma associação foi
observada com tabagismo, aborto anterior, história anterior de morte fetal, vaginite ou
infecção do trato urinário. Com relação a idade das gestantes, houve a prevalência de
gestantes com idade média entre 29-36 anos, bem como 3 gestantes adolescentes com idade
entre 15-19 anos. Apenas dois artigos foram encontrados na literatura com gestantes
adolescentes colonizadas pelo S. agalactiae; contudo, nenhum dado brasileiro foi publicado
até a presente data. Desta forma, este é o primeiro trabalho que aborda a colonização por S.
agalactiae em adolescentes grávidas no país. Ressaltamos o risco gestacional em adolescentes
colonizadas pelo S. agalactiae que possuem riscos maiores de complicações obstétricas e pré-
eclâmpsia, bem como risco de parto prematuro e má-formação pulmonar (OLIVEIRA-
CAMPOS et al., 2013).
As complicações obstétricas em gestantes da Jordânia incluíram hipertensão
gestacional (9,5%), diabetes gestacional (6,0%) e infecções do trato urinário (53,5%), das
quais 84,5% relataram tratamento (CLOUSE et al., 2019). Pesquisa realizada por QADI e
colaboradores (2021), as gestantes colonizadas por S. agalactiae também apresentaram risco
elevado de diabetes gestacional. Nenhuma associação foi observada com tabagismo, aborto
anterior, história de morte fetal ou vaginite. Pesquisa com placentas de gestantes com diabetes
mellitus gestacional, demonstrou que a hiperglicemia severa promoveu a produção de
citocinas inflamatórias e reduziu a síntese de defensinas. Os tratamentos com insulina e
64

metformina foram eficazes como anti-inflamatórios em cenários infecciosos hiperglicêmicos,


limitando a invasão do S. agalactiae nas vilosidades placentárias (Jiménez –Escutia et al.,
2023). Além disso, isolados de infecções urinárias coletados de 715 gestantes que visitaram
oito centros comunitários de saúde na Indonésia, entre 2015-2017, apresentaram colonização
por S. agalactiae em 9,3% dos casos (ROSANA et al., 2020). Na atual era da
multirresistência, o diagnóstico e tratamento apropriados devem ser fornecidos às futuras
mamães para evitar complicações gestacionais, principalmente em países em
desenvolvimento, incluindo o Brasil, os quais possuem instalações limitadas e precariedade
em recursos financeiros.
A resistência aos antibióticos pelo S. agalactiae é uma preocupação constante, devido
ao seu papel como a principal causa de doença neonatal em todo o mundo (LAMAGNI et al.,
2013). As taxas de letalidade são altas e a penicilina é a primeira escolha de antibiótico para
profilaxia intraparto (VERANI et al., 2010; HUGHES et al., 2017). Em casos de alergia grave
à penicilina, os macrolídeos e as lincosamidas são recomendadas como antibióticos de
segunda linha em alguns países (ACOG, 2019); no entanto, o aumento de resistência a ambos
os antibióticos limitou sua utilização. De fato, o Royal College of Obstetricians and
Ginecologistas (RCOG) não recomenda mais o uso de clindamicina para diretrizes baseadas
no Reino Unido (HUGHES et al., 2017). Enquanto a penicilina permanece eficaz contra a
maioria das amostras de S. agalactiae, os crescentes relatos de isolados com suscetibilidade
reduzida e alguns trabalhos indicando resistência à penicilina (BURCHAM et al., 2019) são
preocupantes, especialmente quando a resistência aos antibióticos de segunda linha, como
eritromicina e clindamicina permanece elevada nesse microrganismo. À luz dessas tendências
emergentes de resistência, é oportuna e apropriada considerar outras classes de antibióticos
com potencial terapêutico para infecções por S. agalactiae.
A resistência aos macrolídeos entre os estreptococos β-hemolíticos foi relatada pela
primeira vez em 1959 em S. pyogenes e, desde então, dois principais mecanismos de
resistência foram descritos. Modificação do alvo por metilases ribossomais codificadas pelos
genes ermA e ermB que conferem resistência a macrolídeo-lincosamida-estreptogramina B
(MLS) que pode ser constitutivo ou induzível. A expressão das bombas de efluxo, codificadas
pelo gene mefA, está relacionada com o fenótipo M e confere resistência apenas aos
macrolídeos (BARROS et al., 2021). Além disso, resistência à fluoroquinolona entre os
estreptococos é devido a substituições de nucleotídeos nas regiões determinantes de
resistência às quinolonas (QRDR), genes que codificam girase e topoisomerase IV,
especialmente gyrA e parC. Entre S. agalactiae, as primeiras alterações de aminoácidos que
65

levaram à resistência às fluoroquinolonas foram S81L e S79F, devido a substituições de


nucleotídeos em gyrA e parC, respectivamente (KAWAMURA et al., 2003). Entretanto,
trabalho na Argentina, descreveu o aumento na resistência às fluoroquinolonas, podendo ser
explicada pela disseminação de um único clone tipo capsular Ib que respondeu por 84% dos
isolados resistentes naquele país. Os resultados enfatizam a necessidade de cuidados
epidemiológicos e reforça a importância do monitoramento da suscetibilidade antibiótica às
fluoroquinolonas. As consequências inadvertidas do uso de fluoroquinolonas, particularmente
para o tratamento de infecções do trato urinário, pode contribuir para a seleção de amostras
resistentes, principalmente considerando que o S. agalactiae é um uropatógeno frequente
(ARIAS et al., 2019). Desta forma, decidimos incluir no teste de difusão em disco, as
fluorquinolonas (levofloxacino, norfloxacino, ciprofloxacino ofloxacino e pefloxacino)
recomendadas pelo autor. Somente duas amostras de neonatos (N1905 e N1906/CC23)
apresentaram resistência à levofloxacino e ofloxacino. Desta forma, necessitamos estar
vigilantes para que o perfil de resistência às fluorquinolonas não aumente em nosso país.
O Brasil é o maior país da América Latina, com uma população projetada de 213,2
milhões de habitantes. As desigualdades sociais são históricas e impactam fortemente o
acesso da população à assistência à saúde e à educação. O país está dividido em cinco grandes
regiões geográficas, sendo o Sul e o Sudeste as mais desenvolvidas. Essas duas regiões
apresentam melhores índices de desenvolvimento humano, como menores taxas de
mortalidade infantil e maior expectativa de vida, em comparação com as taxas nacionais (11,9
por 1.000 nascidos vivos e 76,6 anos, respectivamente) (IBGE, 2020). Enquanto algumas
ameaças à saúde têm notificação compulsória nacional (Ministério da Saúde, 2021), o que
contribui para sua vigilância epidemiológica contínua, outras, incluindo infecções pelo S.
agalactiae, não possuem um sistema nacional de notificação. Diferenças regionais podem ser
observadas na produção e análise dos dados, sendo a maioria dos estudos realizados nas
regiões mais desenvolvidas citadas acima. Em relação aos esquemas terapêuticos, vale
ressaltar que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disponibilizou
recentemente dados nacionais sobre o consumo de antibióticos (Anvisa, 2021), o que pode ser
uma ferramenta importante para avaliar as taxas de resistência antimicrobiana entre os
patógenos bacterianos circulantes no país.
Na América do Sul, S. agalactiae apresentou alta resistência à tetraciclina, amoxicilina
e ácido clavulânico, eritromicina e trimetoprima-sulfametoxazol (AKPAK et al., 2022).
Dados do Rio de Janeiro, indicaram aumento na resistência à eritromicina, afetando 9 % dos
isolados clínicos testados, onde mais de 85% apresentaram o fenótipo cMLSB. A resistência à
66

tetraciclina foi de 85% (FIGUEIREDO SANCHES et al., 2021). Outro estudo realizado no
Rio de Janeiro relatou 14% de resistência à eritromicina e 5% resistência à clindamicina. Para
a tetraciclina, foi encontrada resistência em 83% dos isolados (NAKAMURA et al., 2011).
Botelho e colaboradores (2018), no Rio de Janeiro, mostraram que 592 amostras de S.
agalactiae foram resistentes a diferentes antibióticos. As porcentagens de resistência
observadas entre os isolados foram 5% para cloranfenicol, 2% para clindamicina, 14% para
eritromicina, 5% para levofloxacina e 86% para tetraciclina (BOTELHO et al., 2018). Além
disso, no Paraná, de 544 gestantes, 136 (25%) apresentaram níveis de resistência para
eritromicina (8,1%), clindamicina (2,2%) e tetraciclina (82,3%) (DE MELO et al., 2016).
Nosso trabalho confirma esses relatos onde foram identificadas amostras resistentes à
tetraciclina, cotrimoxazol, levofloxacina, ofloxacina, azitromicina, eritromicina e
cloranfenicol. Somente as amostras de S. agalactiae isoladas de orelha externa (N1905) e
umbigo (N1906) neonatal apresentaram resistência à levofloxacina, tetraciclina, cloranfenicol
e ofloxacina, sendo classificadas como MDR. Apesar de ter sido descrito na Tailândia a
predominância dos tipos Ib/ST1 VI/ST1 apresentando resistência aos macrolídeos
(TULYAPRAWAT et al., 2021), nossos resultados demonstraram a resistência aos
macrolídeos das amostras G1909 e G1908, pertencentes ao CC-17 (dado do MLST da G1908
não incluído). Felizmente, até o momento, com base nos estudos realizados no Brasil, todos
os isolados apresentaram sensibilidade à penicilina. A profilaxia antibiótica intraparto e o
tratamento com antibióticos são usados com sucesso para prevenir e tratar infecções por S.
agalactiae. No entanto, a necessidade de uma vacina universal contra o patógeno é uma
importante ferramenta para proteção dos bebês, gestantes e idosos com comorbidades
subjacentes.
A tipagem capsular do S. agalactiae é uma ferramenta importante para determinar a
patogenicidade das amostras bacterianas e para fins epidemiológicos. A distribuição do tipo
capsular depende de fatores como região geográfica, etnia ou outras características da
população estudada. Na Jordânia, os tipos III (48%), Ia (24%), II (20%) e V (8%) foram
prevalentes em gestantes (CLOUSE et al., 2019). Na Austrália, a tipagem capsular de
amostras de S. agalactiae isoladas de gestantes identificou os tipos Ia e III como
predominantes (FURFARO et al., 2019). Dados brasileiros também mostraram a prevalência
do tipo Ia em gestantes (NASCIMENTO et al., 2019; FIGUEIREDO SANCHES et al., 2021).
Esses dados corroboram com o nosso trabalho, no qual o tipo capsular Ia foi prevalente em
gestantes, seguido dos tipos V, II e III; em neonatos, houve a prevalência dos tipos capsulares
V e Ia. Diferentemente, estudo realizado por SCHINDLER e colaboradores (2020) com 1.074
67

gestantes assintomáticas durante o ano de 2017, o tipo capsular dominante foi o VI com
40,8%, seguido pelos tipos III, V e IV com 17,5%, 12,5% e 11,7 %, respectivamente. O tipo
predominante nos casos de morte fetal intrauterina foi o VI com 76,9%. Contudo, o tipo III
(84,2%), principalmente associado à ST-17 (73,7%) foi o mais identificado nos casos de
doença de início precoce. Infelizmente, no presente trabalho não houve casos pares. A
pesquisa não foi capaz de acompanhar as gestantes e seus bebês, pois as mesmas não
apareceram mais ao HMCD e, nem mesmo atendiam às inúmeras ligações telefônicas
realizadas para o número de contato fornecido. Embora os resultados deste estudo sejam
semelhantes aos de outros estudos publicados previamente e, comparáveis a outros países, a
maioria das mulheres foi colonizada por tipos capsulares comumente associados a desfechos
maternos adversos e isso representa um risco tanto para a mãe quanto para o bebê.
A prevenção da infecção por S. agalactiae na gravidez é complexa e provavelmente
influenciada por vários fatores, incluindo patogenicidade, fatores do hospedeiro, microbioma
vaginal, triagem de falso-negativo e/ou alterações na resistência a antibióticos (JIN et al.,
2022). O S. agalactiae codifica uma série de fatores de virulência que permitem que ele
persista no inóspito ambiente vaginal. Muitos desses fatores estão envolvidos na adesão e
invasão de células epiteliais do hospedeiro que permitem a colonização persistente. Aderência
e a invasão parece ser mediada por interações do S. agalactiae com a matriz extracelular do
hospedeiro; essas interações também podem promover a resistência do patógeno a danos
mecânicos, depuração, prevenção de vigilância imune e transmigração paracelular. Os genes
lmb, iag, fbsB, fbsA, pili-1, pili-2a, pili-2b, hylb e hvgA estão envolvidos com o aumento da
virulência do S. agalactiae (VORNHAGEN et al., 2017).
Nossos resultados demonstraram que os genes para lmb e iag foram amplificados em
todas as amostras, seguido dos genes fbsB, fbsA, pili-1, pili-2b, hylB, pili-2a e hvgA, sendo os
tipos capsulares Ia e V, os que apresentaram maior amplificação desses fatores de virulência.
BOBADILLA e colaboradores (2021) detectaram os genes fbsA e fbsB em todas as amostras
de S. agalactiae testadas, e os genes cylB, lmb e bca em 95%, 94% e 87%, respectivamente.
No México, os genes de virulência identificados foram lmb, fbsA, fbsB, pili-1, pili-2a, pili-2b
e hvgA (PALACIOS-SAUCEDO et al., 2022). Na África, perfis distintos de genes de
virulência foram identificados, sendo os mais comuns hly, scpB e bca em 37,2% das amostras.
O gene hylB foi detectado em 97,8%, scpB em 90,1% e bca em 86,0% das amostras
analisadas (MUDZANA et al., 2021). Podemos observar que as diferentes amostras
bacterianas apresentam um perfil heterogênio de fatores de virulência. Sabemos que a
proteína de ligação à laminina (Lmb) medeia a ligação do S. agalactiae à laminina, sendo
68

crucial para a colonização e invasão bacteriana (BURCHAM et al., 2020). O gene iag está
envolvido na penetração da barreira hemato-encefálica do S. agalactiae e desenvolvimento da
meningite bacteriana neonatal (DORAN et al., 2005). As proteínas FbsA, FbsB e FbsC são
membros da família de proteínas de ligação ao fibrinogênio codificadas pelo S. agalactiae,
possuindo capacidade adesiva às células epiteliais humanas para promover a penetração
vaginal (BUSCETTA et al., 2014). Além da cápsula, o pilus também foi identificado como
um fator essencial na patogenicidade, sendo importantes para colonização e formação de
biofilmes (ARMISTEAD et al., 2019). HylB denominada hialuronidase ou hialuronato liase,
uma enzima exolítica liberada pelo S. agalactiae pode clivar o polímero glicosaminoglicano
de alto peso molecular de ácido hialurônico, que serve como componente da matriz
extracelular epitelial, quebrando a barreira materno-fetal e permitindo a passagem do S.
agalactiae da vagina para o feto, causando infecção e danos fatais (VORNHAGEN et al.,
2016). A adesina GBS hipervirulenta (HvgA), proteína ancorada na superfície específica do
ST-17, pode aumentar a invasão bacteriana através das barreiras intestinal e hematoencefálica.
A bactéria, mediada por HvgA, pode se espalhar para a corrente sanguínea e sistema nervoso
central, levando ao desenvolvimento de meningite (AWWAD et al., 2022).
Torna-se claro que o S. agalactiae desenvolveu um conjunto de fatores de virulência,
incluindo adesinas e pigmentos hemolíticos, para promover sua capacidade de colonizar e
invadir hospedeiros humanos. Embora tenha havido uma grande quantidade de pesquisas nos
últimos anos para melhorar nossa compreensão do mecanismo de patogenicidade deste
microrganismo, uma exploração mais aprofundada ainda é necessária na estrutura de alguns
dos fatores de virulência, bem como na capacidade de sobrevivência do S. agalactiae como
um simbionte da microbiota humana e como um patógeno oportunista, dependendo da saúde
do hospedeiro. Preencher essa lacuna de conhecimento pode ser crucial para o
desenvolvimento de futuras opções de tratamento. Apenas uma compreensão completa dos
mecanismos patogênicos deste importante patógeno, muitas vezes menosprezado pela classe
médica e governamental, poderá levar à prevenção mais eficaz de doenças invasivas com
elevada taxa de morbidade e mortalidade materna e neonatal.
Atualmente, a presença de numerosos genomas bacterianos disponíveis em bancos
de dados e de novas ferramentas baseadas em sequenciamento de nucleotídeos, tem
transformado a epidemiologia tradicional em epidemiologia molecular. Em 2003, a tipagem
de seqüência multilocus de sete genes (MLST) foi introduzida para a classificar o S.
agalactiae em complexos clonais (CC) e sequencias tipo (ST). Os primeiros estudos
empregando o MLST revelaram que o tipo capsular não está restrito a uma determinada ST,
69

ou seja, amostras bacterianas podem pertencer a uma mesma ST, mesmo sendo de tipos
capsulares diferentes (JONES et al., 2003). No presente trabalho, 26 amostras de gestantes e
de neonatos foram submetidas às análises por MLST, onde amostras de S. agalactiae isoladas
de gestantes foram classificadas em quatro complexos clonais CC1, CC17, CC23 e CC452, e
em sete sequências tipo distintas ST-1, ST-17, ST-23, ST-24, ST-144, ST-865 e ST-1249. As
amostras de S. agalactiae isoladas de neonatos apresentaram cinco complexos clonais CC23,
CC19, CC17, CC452 e CC1 e dez sequências tipo ST-1, ST-19, ST-23, ST-24, ST-28, ST-
144, ST-162, ST-163, ST-865 e ST-1249. Estudo realizado em um hospital de Pequim (2015-
2016), amostras de S. agalactiae obtidas de gestantes e recém-nascidos foram classificadas
em 5 CC e 18 ST. As ST19/III, ST10/Ib e ST23/Ia foram prevalentes, sendo o CC19 o tipo
mais comum (LI et al., 2023). Nossos resultados demonstraram que o CC23/Ia foi
predominante tanto em amostras de S. agalactiae isoladas de gestantes como em amostras de
neonatos, sendo a ST23 (Ia/V) predominante em gestantes, e em neonatos as ST24 (Ia/V),
ST28 (Ia/V), ST144 (Ia/V) e ST162 (V) foram as mais prevalentes.
Com a disponibilidade dos dados do MLST, ficou claro que amostras de S.
agalactiae de certos CCs possuem um maior potencial para causar doença invasiva, enquanto
outras abrigam principalmente cepas colonizadoras. MLST para uma coleção global de S.
agalactiae identificou que os STs 1 e 19 estão associados à colonização assintomática e o ST-
23 com doenças invasivas pelo patógeno (JONES et al., 2003; MANNING et al., 2008).
Consistentemente, TEATERO e colaboradores (2017) encontraram as STs 1 e 19 como mais
frequentes em gestantes colonizadas. Em geral, a predominância de amostras pertencentes aos
CCs 1, 19 e 23 entre gestantes assintomáticas foi consistentemente relatado (LUAN et al.,
2005; SPRINGMAN et al., 2014), indicando que CCs são predominantes como comensais da
mucosa vaginal e gastrointestinal humana. Adicionalmente, um clone responsável por uma
grande proporção de infecções invasivas neonatais, pertencentes ao tipo III e CC17, ganhou
interesse especial devido à sua forte associação com meningite neonatal. Amostras
pertencentes ao CC17 são relatados como hipervirulentas, representando mais de 80% das
infecções neonatais de início tardio por S. agalactiae e frequentemente, mas não
exclusivamente, associados à meningite (TAZI et al., 2010; BELLAIS et al., 2012;
FLORINDO et al., 2014).
A incidência da doença neonatal por S. agalactiae continua a ser uma causa
significativa de preocupação em todo o mundo. Amostras bacterianas pertencentes ao CC17
são frequentemente responsáveis por infecções invasivas. Nosso trabalho identificou que
70

somente a amostra de gestante (G1919) apresentou perfil considerado hipervirulento,


pertencendo ao CC17 e ST17.
Análise de pesquisadores de oito países europeus (Bélgica, Bulgária, República
Tcheca, Dinamarca, Alemanha, Itália Espanha e Reino Unido) que participam do consórcio
DEVANI, confirmou um alto nível de heterogeneidade de amostras de S. agalactiae, com 19
STs agrupados em 4 diferentes CCs, dos quais predominaram CC452, CC459 e CC1. Os
autores descreveram que o CC452 pode ter se originado de um ancestral relativamente recente
do atual ST-24 que trocou cerca de 40% de seu genoma com uma amostra do ST-17 por
recombinação. Este evento causou um aumento adicional na diversidade do sorotipo IV,
gerando a linhagem CC452. Este novo clone ganhou uma combinação única de fatores de
virulência, compartilhando parcialmente variantes alélicas com ST-17 ou ST-24 (CAMPISI et
al., 2016). Curiosamente, nosso trabalho corrobora a pesquisa acima, demonstrando 4
amostras de S. agalactiae agrupadas no CC452 (G1803/V/ST24, G1809/V/ST-24,
N1916/V/ST-24 e N1921/Ia/ST-24). Desta forma, nossos resultados fornecem uma imagem
da diversidade e da evolução do CC452, ressaltando a importância de uma vigilância
genômica de clones emergentes que devem ser considerados na concepção de estratégias de
contenção baseadas na vacinação.
Entender a interação entre o hospedeiro e a bactéria é vital para compreender como
efetivamente prevenir a doença de S. agalactiae, tendo efeitos adversos mínimos no
hospedeiro humano. A pesquisa neste campo revelou novos insights sobre os fatores de
virulência bacteriana necessários para o estabelecimento bem-sucedido da doença e uma
resposta apropriada do hospedeiro para prevenir infecção ascendente e parto prematuro.
Qualquer perturbação neste equilíbrio pode levar a resultados sérios e duradouros para o
hospedeiro, ou pressões desvantajosas para a bactéria. Além disso, mais dados
epidemiológicos são necessários para descrever a carga global do S. agalactiae na
colonização assintomática e na doença, sendo a colonização por S. agalactiae durante a
gravidez, intermitente e variável, a metodologia de triagem atual, provoca perda de uma parte
significativa da colonização durante a gravidez. Esse problema resulta em um risco
mensurável para que o S. agalactiae cause infecção ascendente durante a gravidez, podendo
levar a natimorto e parto prematuro. A triagem de S. agalactiae pode ajudar a esclarecer essas
questões, fornecendo dados para que intervenções eficazes e viáveis possam ser
desenvolvidas para prevenir a doença pelo S. agalactiae, principalmente em países que não
adotaram oficialmente nenhuma norma profilática em gestantes/neonatos contra esse
microrganismo. Em última análise, a vacinação provará ser a intervenção mais eficaz. A
71

combinação de design racional de vacina, implementação de estratégias inteligentes e


monitoramento periódico podem levar à erradicação do S. agalactiae no ser humano.
Durante as etapas iniciais da infecção pelo S. agalactiae, o epitélio alveolar fornece a
primeira linha de defesa, pois constitui uma barreira física que produz compostos
antibacterianos, sendo capaz de fagocitar e destruir bactérias, bem como recrutar e ativar
células imunes (EDDENS et al., 2012). No entanto, em hospedeiros suscetíveis, o S.
agalactiae é capaz de invadir células epiteliais e endoteliais e entrar na corrente sanguínea
(NIZET et al., 1997; CUTTING et al., 2014). Contudo, os mecanismos de interação celular
do S. agalactiae com epitélio pulmonar não estão completamente elucidados.
No presente trabalho, foram realizados ensaios de interação de S. agalactiae com células
epiteliais respiratórias humanas A549. Os resultados demonstraram que todas as amostras de
S. agalactiae oriundas de gestantes, aderiram à célula hospedeira e a maioria também invadiu.
As amostras bacterianas que apresentaram maior capacidade adesiva ao epitélio respiratório
humano foram as amostras G1810 (tipo Ia/CC23/ST23) e N1903 (tipo V/CC23/ST162). Em
contrapartida, as amostras G1803 (tipo V/CC452/ST24), G1810 e N1906 (tipo
V/CC23/ST162) foram as mais invasivas. As amostras G1803 e G1810 possuem os mesmos
fatores de virulência, com exceção do gene hylB que não foi detectado na amostra. Esse gene
é responsável pela hidrólise do ácido hialurônico, favorecendo a invasão celular, mas
curiosamente esse fator de virulência não influenciou na invasão celular desta amostra
bacteriana que possuiu capacidade invasiva semelhante à amostra que possui o gene hylB.
Com relação à invasão das amostras isoladas de neonatos, a N1906 apresentou maior invasão
e os genes para pili-2a e pili-2b, responsáveis por favorecer a aderência bacteriana e a
formação de biofilme. Nossos dados destacam a relevância adaptativa e de virulência dos
clones CC452 e CC23 de S. agalactiae em relação ao hospedeiro humano.
Entender a interação entre o hospedeiro e a bactéria é vital para efetivamente prevenir a
doença de S. agalactiae, tendo efeitos adversos mínimos no hospedeiro humano. A pesquisa
neste campo revelou novos insights sobre os fatores de virulência bacteriana necessários para
o estabelecimento bem-sucedido da doença e uma resposta apropriada do hospedeiro para
prevenir infecção ascendente e parto prematuro. Qualquer perturbação neste equilíbrio pode
levar a resultados sérios e duradouros para o hospedeiro, ou pressões desvantajosas para a
bactéria. Desta forma, nossos resultados mostraram que dados epidemiológicos com triagens
de S. agalactiae mais precoces e frequentes durante a gravidez, incluindo gestantes
adolescentes, são necessárias para descrever a carga global do S. agalactiae, principalmente
no Brasil que não adotou nenhuma recomendação oficial para profilaxia em gestantes e
72

neonatos. Além disso, a identificação de amostras do CC452 apresentando elevada capacidade


adesiva e invasiva em epitélio humano, ressalta novamente a necessidade de monitoramento
contínuo para que intervenções eficazes e viáveis para prevenir a doença pelo S. agalactiae
possam ser desenvolvidas. Em última análise, a vacinação provará ser a intervenção mais
eficaz. A combinação de design racional de vacina, implementação de estratégias inteligentes
e monitoramento periódico podem levar à erradicação do S. agalactiae no ser humano.
73

CONCLUSÕES

✓ De 305 amostras coletadas de gestantes e neonatos no Hospital e Maternidade Carmela


Dutra (HMCD), 48 amostras foram identificadas como S. agalactiae por sorologia e
MALDI TOF;
✓ A faixa etária prevalente em gestantes com colonização por S. agalactiae foi de 29-36
anos, tendo 3 gestações em adolescentes;
✓ Mães de cor parda (24%) e cor preta apresentaram elevado percentual de colonização
por S. agalactiae;
✓ As comorbidades verificadas com maior frequência em gestantes colonizadas por S.
agalactiae foram hipertensão gestacional, diabetes mellitus gestacional e infecção
urinária, as quais apresentaram maior taxa de intercorrências no parto;
✓ Amostras isoladas de gestantes foram resistentes à tetraciclina, cotrimoxazol,
azitromicina e eritromicina. As amostras neonatais foram resistentes à tetraciclina,
cotrimoxazol, levofloxacino e cloranfenicol.
✓ Somente as amostras de S. agalactiae isoladas de orelha externa (N1905) e umbigo
(N1906) neonatal apresentaram resistência à levofloxacina, tetraciclina, cloranfenicol e
ofloxacina, sendo classificadas como MDR;
✓ A tipagem capsular demostrou que os tipos capsulares de S. agalactiae predominantes
foram Ia e V em gestantes e V e Ia em neonatos;
✓ As gestantes colonizadas com amostras de S. agalactiae tipo V manifestaram
intercorrências como anemia, bolsa rota, asma, sífilis, hipertensão, tromboembolia e
diabetes; entretanto, gestantes portadoras de S. agalactiae tipo Ia exibiram sofrimento
fetal e bronquite como intercorrências mais comuns;
✓ Os genes para os fatores de virulência lmb e iag foram amplificados em todas as
amostras, seguido dos genes fbsB, fbsA, pili-1, pili-2b, hylB, pili-2a e hvgA;
✓ Os resultados do MLST demonstraram que as amostras de S. agalactiae isoladas de
gestantes pertenciam à quatro complexos clonais e sete sequências tipo, sendo o CC23 e
a ST-23 prevalentes.
✓ Em amostras de neonatos, o CC23 e as ST-24, ST-28, ST-144 e ST-162 foram
predominantes;
✓ Os resultados dos ensaios de interação das amostras de gestantes com células epiteliais
respiratórias humanas (A549) demostraram que todas as amostras aderiram à célula
hospedeira e a maioria também invadiu, exceto a amostra G1813 (CC não determinado);
74

✓ A amostra neonatal N1903 (CC162) apresentou maior capacidade de aderência às


células A549;
✓ Apesar das amostras neonatais N1903 e N1906 pertencerem ao complexo clonal 23 e
ST-162, elas apresentaram perfil de interação celular diferente. A amostra N1903 maior
aderência às células A549 e a amostra N1906 maior capacidade invasiva.
✓ As amostras de gestantes e neonatos apresentaram todas as características necessárias
para promover doenças invasivas (fatores de virulência, resistência aos antimicrobianos
e capacidade de invadir o epitélio respiratório), não devendo ser menosprezadas pelas
autoridades brasileiras.
✓ O monitoramento da colonização por S. agalactiae em gestantes e em neonatos
necessita ser continuamente realizado, principalmente no Brasil, onde normas oficiais
de profilaxia ainda não foram adotadas.
75

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102

ANEXO A - Ficha neonatal de coleta hospitalar

Dados Gerais de Coleta de Swabs neonatais (N° do Paciente:___________)

1. Data da Coleta:___/_____/______ 2. Horário da coleta: ___:___

3. Nome da mãe:

4. Tipo de Gestação:1.Única 2. Gemelar(dois) 3.Gemelar(três) 4.Gemelar (quarto)

5. Tipo de Parto: 1.Cesária 2. Normal

6. Intercorrência no parto: 1 Sim 2 Não (Qual? )

Dados da Internação

8. Data da Internação: ___/____/_______

9. Setor para onde foi encaminhada no momento da admissão/internação:


1. Enfermaria/quarto 2. Pré-parto 3. PPP 4. Sala de parto
5. Centro cirúrgico obstétrico 6. UTI 9. Sem informação

Antecedentes Clínico- Obstétricos

10. Número de gestações anteriores:

Dados do Neonato

11. N° de prontuário do Recém Nato:

12. Nome do Recém Nato:

13. Sexo 1. Masculino 2.Feminino

14. Indicação de internação em UTI neonatal: 0. Não 1. Sim |___|

15. Internação em UTI neonatal: 0. Não 1. Sim |___|

16. Uso de antibiótico


1. Não usou
|___|
2. Inicio até 48h de vida (Sepse precoce)
3. Início após 48h de vida (Sepse tardia)

Quais?_____________________________________________________________

17. Uso de aleitamento materno exclusivo: 0. Não 1. Sim |___|


103

18. Outros alimentos que recebeu durante a internação (Permite mais de 1 opção)
1. Água
2. Soro glicosado/ Glicose via oral (chuca com açúcar)
3. Leite humano ordenhado
4. Leite artificial
5. Nutrição Parenteral (NPT)

Quais? ________________________________________________________

Observações:___________________________________________________________
_____________________________________________________________________
104

ANEXO B - Ficha gestacional de coleta hospitalar

Dados Gerais de Coleta de Swabs Gestantes(N° do Paciente:___________)


1. Data da Coleta:___/_____/______ 2. Horário da coleta: ___:___
3. Nome da mãe:
4. N° do Prontuário da mãe:
5. Tipo de Gestação:1.Única 2. Gemelar(dois) 3.Gemelar(três) 4.Gemelar (quarto)
6. Tipo de Parto: 1.Cesária 2. Normal
7. Intercorrência no parto: 1 Sim 2 Não (Qual? )
Dados da Internação
8. Data da Internação: ___/____/_______
9. Setor para onde foi encaminhada no momento da admissão/internação:
1. Enfermaria/quarto 2. Pré-parto 3. PPP 4. Sala de parto
5. Centro cirúrgico obstétrico 6. UTI 9. Sem informação
Antecedentes Clínico- Obstétricos
10. Número de gestações anteriores:
11. Doença cardíaca 0. Não 1. Sim |___|
12. Hipertensão arterial com tratamento continuado 0. Não 1. Sim |___|
13. Anemia grave ou outra hemoglobinopatia 0. Não 1. Sim |___|
14. Asma 0. Não 1. Sim |___|
15. Lupus ou esclerodermia 0. Não 1. Sim |___|
16. Hipertireodismo 0. Não 1. Sim |___|
17. Diabetes não gestacional 0. Não 1. Sim |___|
18. Doença renal crônica 0. Não 1. Sim |___|
19. Convulsões/epilepsia 0. Não 1. Sim |___|
20. AVC 0. Não 1. Sim |___|
21. Doença Hepática Crônica 0. Não 1. Sim |___|
22. Doenças Psiquiátricas 0. Não 1. Sim |___|
23. Quais? ______________________________________________________________
105

Intercorrência clínica ou obstétrica na gestação atual (antes da internação):


24. Sífilis 0. Não 1. Sim |___|
25. Descolamento prematuro de placenta (DPP) 0. Não 1. Sim |___|
26. Infecção Urinária 0. Não 1. Sim |___|
27. Diabetes gestacional 0. Não 1. Sim |___|
28. Sofrimento Fetal 0. Não 1. Sim |___|
29. Eclâmpsia/Convulsões 0. Não 1. Sim |___|
30. Infecção por HIV 0. Não 1. Sim |___|
31. Exame de cultura para Streptococo na vagina e/ou ânus positivo 0. Não 1. Sim |___|
Dados do Recém nato
32. N° de prontuário do Recém Nato:
33. Nome do Recém Nato:
34. Sexo 1. Masculino 2.Feminino 3. Indefinido
35. Intercorrências ao Nascimento 0. Não 1. Sim |___|
Quais? ____________________________________________________________________
36. Indicação de internação em UTI neonatal: 0. Não 1. Sim |___|
37. Internação em UTI neonatal: 0. Não 1. Sim |___|
38. Uso de antibiótico
1. Não usou
|___|
2. Inicio até 48h de vida (Sepse precoce)
3. Início após 48h de vida (Sepse tardia)
Quais?_____________________________________________________________
39. Uso de aleitamento materno exclusivo: 0. Não 1. Sim |___|
40. Outros alimentos que recebeu durante a internação (Permite mais de 1 opção)
1. Água
2. Soro glicosado/ Glicose via oral (chuca com açúcar)
3. Leite humano ordenhado
4. Leite artificial
5. Nutrição Parenteral (NPT)
41. Tipo de saída do hospital onde ocorreu o nascimento:
0. Continua internado aos 28 dias de vida |___|
1. Alta 2. Óbito 3. Transferência para outro hospital
106

42. Causas de óbito registradas no prontuário: (Permite mais de 1 opção)


1. Prematuridade extrema (< 1000g)
2. Infecção
3. Sífilis congênita
|___|
4. Malformação congênita
5. Problemas respiratórios (DMH, pneumotórax, aspiração de mecônio,
pneumonia, hipertensão pulmonar
6. Outros
Quais? ________________________________________________________
Observações:___________________________________________________________
_____________________________________________________________________
107

ANEXO C - Publicação em revista online


108
109

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