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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR EM SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MULTICÊNTRICO EM


CIÊNCIAS FISIOLÓGICAS – SBFIS

DÉBORAH CRUZ DOS SANTOS

Influência da 5α-dihidrotestosterona sobre a resposta de


macrófagos peritoneais murinos e monócitos humanos induzida
por Staphylococcus aureus

Vitória da Conquista, BA
2022
DÉBORAH CRUZ DOS SANTOS

Influência da 5α-dihidrotestosterona sobre a resposta de


macrófagos peritoneais murinos e monócitos humanos induzida
por Staphylococcus aureus

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação


Multicêntrico em Ciências Fisiológicas/Sociedade Brasileira
de Fisiologia, Universidade Federal da Bahia, como requisito
para obtenção do título de Doutor em Ciências Fisiológicas.

Orientador: Prof. Dr. Lucas Miranda Marques


Universidade Federal da Bahia - UFBA

Vitória da Conquista, BA
2022
Biblioteca Universitária Campus Anísio Teixeira – UFBA

S237
Santos, Déborah Cruz dos.
Influência da 5α-dihidrotestosterona sobre a resposta de macrófagos
peritoneais murinos e monócitos humanos induzida por Staphylococcus
aureus. / Déborah Cruz dos Santos --Vitória da Conquista, 2022.
150 f.

Orientador: Prof. Dr. Lucas Miranda Marques

Tese (Doutorado – Programa de Pós-Graduação Multicêntrico em


Ciências Fisiológicas/ Sociedade Brasileira de Fisiologia) -- Universidade
Federal da Bahia, Instituto Multidisciplinar em Saúde, 2022.

1. Imunologia. 2. 5α-dihydrotestosterona. 3. Staphylococcus aureus. 4.


Inflamação. I. Universidade Federal da Bahia. Instituto Multidisciplinar em
Saúde. II. Marques, Lucas Miranda. III. Título.

CDU: 577.27

Elaborado por Marcos Aurélio Ribeiro da Silva CRB5/1858.


DÉBORAH CRUZ DOS SANTOS

“Influência da 5α-dihidrotestosterona sobre a resposta de macrófagos


peritoneais murinos e monócitos humanos induzida por Staphylococcus
aureus”

Esta tese foi julgada adequada à obtenção do grau de doutor em Ciências


Fisiológicas e aprovada em sua forma final pelo Programa Multicêntrico de
Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas, Universidade Federal da Bahia.

Vitória da Conquista – BA, 15 de setembro de 2022.

Prof. Dr. Lucas Miranda Marques (Orientador)


Universidade Federal da Bahia

Profª. Drª. Telma de Jesus Soares (Examinadora)


Universidade Federal da Bahia

Prof. Dr. Guilherme Barreto Campos (Examinador)


Universidade Federal da Bahia

Profª. Drª Clarissa Leal Silva e Souza (Examinadora)


Faculdade Santo Agostinho

Profª. Drª Hellen Braga Martins Oliveira (Examinador)


Universidade Federal da Bahia
AGRADECIMENTOS

Agradeço à Deus pela luz, iluminação, força nessa jornada do conhecimento e por fazer parte
de uma equipe de pesquisa maravilhosa, dedicada e engajada.

Ao meu esposo, Ronildo da Silva, pelo incentivo e apoio a pesquisa.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Lucas Miranda Marques, por todo apoio, orientação com
qualidade, empatia e confiança. Sempre conduziu meu processo de aprendizado com muita
generosidade e dedicação, que, para mim, descreve este ser humano inteligente e com uma
alma linda, que admiro de mais pela inteligência, carisma e humildade.

Aos voluntários da pesquisa pela disponibilidade em contribuir para o desenvolvimento deste


trabalho.

A todos os colegas da pós-graduação pelo compartilhamento de experiências e conhecimento,


e por todo acolhimento e contribuição para o meu aprendizado.

Ao Programa Multicêntrico de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas (PMPGCF) pela


idealização deste programa juntamente com a Sociedade Brasileira de Fisiologia (SBFIS), por
permitindo a expansão do conhecimento em fisiologia.

A todo corpo docente do IMS/UFBA pelo empenho e dedicação a este programa.

Ao corpo técnico do IMS/UFBA que auxiliou em diversas etapas deste trabalho.

A todos os meus amigos, meu muito obrigada pela presença, incentivo, que contribuíram em
dar leveza e confiança durante esta etapa.

Aos meus pais e irmãos por acreditarem em mim, me apoiaram em todo o momento da
pesquisa.

A meu filho Miguel, a razão do meu lutar dia a dia para ser uma pessoa melhor.
“Desistir... eu já pensei seriamente nisso, mas nunca me levei realmente a sério; é que tem mais chão
nos meus olhos do que o cansaço nas minhas pernas, mais esperança nos meus passos, do que tristeza
nos meus ombros, mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça.”

CORA CORALINA
SANTOS, Déborah Cruz; MARQUES, Lucas Miranda. Influência da 5α-dihidrotestosterona
sobre a resposta de macrófagos peritoneais murinos e monócitos humanos induzida por
Staphylococcus aureus. Plano de Pesquisa (Doutorado em Ciências Fisiológicas) – Programa
Multicêntrico de Pós-graduação em Ciências Fisiológicas – Instituto Multidisciplinar em
Saúde, Universidade Federal da Bahia, Vitória da Conquista, 2022.

RESUMO

Introdução: As infecções por Staphylococcus aureus (S. aureus) apresentam uma taxa de
morbidade e mortalidade elevada, considerado um grande problema para a saúde pública,
sendo o sexo masculino mais acometido por essas infecções. Existem poucas informações na
literatura sobre o papel da testosterona nas infecções causadas por S. aureus. Objetivo: Avaliar
a influência da 5α-dihidrotestosterona (DHT) sobre a resposta de macrófagos peritoneais
murinos (MPMs) e monócitos humanos do sangue periférico (hPMs) na resposta imunológica
induzida por S. aureus. Metodologia: Foi realizado um modelo in vitro de MPMs oriundo de
camundongos machos BALB/C, com cirurgia simulada (Shams), orquiectomizados (OQX) e
das fêmeas e de hPMs de homens e mulheres jovens em idade fértil, saudáveis, com níveis de
esteroides sexuais dentro da faixa de normalidade. As células foram inoculadas com S. aureus
ou com salina estéril (controle). As citocinas TNF-α, IL-1α, IL-1β, IL-6, IL-8, IL-10, IL-12,
GM-CSF, os nitritos totais e peróxido de hidrogênio (H2O2) foram mensurados em
sobrenadante de cultura em MPMs e em hPMs. Além disso, por RT-PCR array foi realizada
a análise de 84 genes envolvidos na resposta imune contra S. aureus. Resultados: Em MPMs,
as células inoculadas com S. aureus dos machos Sham apresentaram níveis mais elevados das
citocinas inflamatórias (TNF-α, IL-1α, IL-8) e menores concentrações de IL-10, nitritos totais
e H2O2 em comparação aos OQX. Em relação as fêmeas, as células dos machos Sham
inoculadas com S. aureus também apresentaram maiores concentrações de citocinas pró-
inflamatórias (TNF-α, IL-1α, IL-6, IL-8) e menores concentrações de IL-10 e nitritos totais e
H2O2. No tratamento com o DHT, a concentração de citocinas inflamatórias e a expressão de
genes como o receptor toll-like 2 (TLR2) e factor nuclear kappa B (NF-kB) foram maiores nos
OQX tratados com o hormônio em comparação aos OQX sem o pré-tratamento. Além disso,
as concentrações de nitritos totais e H2O2 foram menores em células com o pré-tratamento,
tanto em células dos machos OQX, quanto em fêmeas. Para o experimento com seres
humanos, os hPMs dos homens inoculados com S. aureus apresentaram maiores
concentrações de citocinas inflamatórias (TNF-α, IL-6, IL-12, GM-CSF) e menores
concentrações de IL-1β e IL-10, nitritos totais e H2O2 em comparação aos hPMs das mulheres.
Em resposta ao tratamento com o DHT, o hormônio inibiu as concentrações de nitritos totais,
H2O2 e aumentou a expressão de TLR2 e genes envolvidos pela via do NF-kB em MPMs e
hPMs. Conclusão: Nossos resultados demonstram que existe diferença entre os sexos na
resposta á inoculação por S. aureus, as fêmeas desempenham melhor resposta de defesa imune
contra esse patógeno e o DHT apresenta propriedades imunomoduladoras pró-inflamatórias
em MPMs e em hPMs. Espera-se que a melhor compreensão do papel da testosterona na
resposta de defesa do corpo contra micro-organismos possa propor estratégias para um
tratamento eficaz, seguro e útil. Ademais, poderá contribuir para ações de promoção da saúde
da população, repercutindo na redução de custos com tratamentos e hospitalizações.

Palavras-chave: 5α-dihydrotestosterona. Staphylococcus aureus. Resposta inflamatória.


ABSTRACT

Introduction: Staphylococcus aureus (S. aureus) infections have a high morbidity and
mortality rate, considered a major problem for public health, with males being more affected
by these infections. There is little information in the literature on the role of testosterone in
infections caused by S. aureus. Objective: To evaluate the influence of 5α-dihydrotestosterone
(DHT) on the response of murine peritoneal macrophages (MPMs) and human peripheral
blood monocytes (hPMs) in the immune response induced by S. aureus. Methodology: An in
vitro model of MPMs was carried out from male BALB/C mice, with sham surgery (Shams),
orchiectomized (OQX) and from females and hPMs of young men and women of childbearing
age, healthy, with steroid levels within the normal range. Cells were inoculated with S. aureus
or sterile saline (control). Cytokines TNF-α, IL-1α, IL-1β, IL-6, IL-8, IL-10, IL-12, GM-CSF,
total nitrites and hydrogen peroxide (H2O2) were measured in culture supernatant. in MPMs
and in hPMs. Furthermore, by RT-PCR array, the analysis of 84 genes involved in the immune
response against S. aureus was performed. Results: In MPMs, cells inoculated with S. aureus
from Sham males showed higher levels of inflammatory cytokines (TNF-α, IL-1α, IL-8) and
lower concentrations of IL-10, total nitrites and H2O2 compared to OQX. In relation to
females, cells from Sham males inoculated with S. aureus also showed higher concentrations
of pro-inflammatory cytokines (TNF-α, IL-1α, IL-6, IL-8) and lower concentrations of IL-10
and nitrites totals and H2O2. In the treatment with DHT, the concentration of inflammatory
cytokines and the expression of genes such as toll-like receptor 2 (TLR2) and nuclear factor
kappa B (NF-kB) were higher in OQX treated with the hormone compared to OQX without
pre-treatment. In addition, the concentrations of total nitrites and H2O2 were lower in pre-
treatment cells, both in OQX male and female cells. For the human experiment, hPMs from
men inoculated with S. aureus had higher concentrations of inflammatory cytokines (TNF-α,
IL-6, IL-12, GM-CSF) and lower concentrations of IL-1β and IL-10 , total nitrites, and H2O2
compared to women's hPMs. In response to treatment with DHT, the hormone inhibited the
concentrations of total nitrites, H2O2 and increased the expression of TLR2 and genes involved
in the NF-kB pathway in MPMs and hPMs. Conclusion: Our results demonstrate that there is
a difference between the sexes in the response to inoculation by S. aureus, females have a
better immune defense response against this pathogen and DHT has pro-inflammatory
immunomodulatory properties in MPMs and in hPMs. It is hoped that a better understanding
of the role of testosterone in the body's defense response against microorganisms can propose
strategies for an effective, safe and useful treatment. In addition, it can contribute to actions
to promote the health of the population, resulting in the reduction of costs with treatments and
hospitalizations.

Keywords: 5α-dihydrotestosterone. Staphylococcus aureus. Inflammatory response.


LISTAS DE ILUSTRAÇÕES

Figura Componentes estruturais de S. aureus. Fonte: Adaptado de Lowy, 1998. 25


1. O painel A mostra a superfície e as proteínas secretoras de S. aureus. A
síntese de muitas destas proteínas depende da fase de crescimento,
como mostra o gráfico, e é controlada por genes regulatórios. O painel
B e C mostra segmento do envelope celular. TSST-1 simboliza a toxina
do choque tóxico.

Figura Reconhecimento de S. aureus pelo sistema imune. Fonte: Adaptado de 26


2. Fournier e Philpott 2005. Os componentes presentes na parede de S.
aures é reconhecido através de receptores expostos nas células do
sistema imune do hospedeiro, ativando o NF-KB e a subsequente
liberação e citocinas pró e anti-inflamatórias.

Figura Efeito dos hormônios sexuais sobre a resposta imune. Fonte: Adaptado 36
3. de Albertsmeier e colaboradores 2014. Testosterona deprime
macrófagos e linfócitos. Estradiol/DHEA mantém positivamente a
resposta sobre macrófagos e linfócitos durante uma resposta
inflamatória.

Figura Ação dos hormônios sexuais por vias diferentes, uma resposta através 42
4. do receptor de hormônios no núcleo ou pelo receptor de hormônios na
membrana da célula. Fonte: Adaptado de Shepherd e colaboradores
2021. Resposta nuclear com a sensibilização de enzimas e proteínas que
levam a ativação ou a inibição de fatores de transcrição epigenéticos,
promovendo uma resposta celular. Resposta celular através da
sinalização PI3K/AKT/MAPK promove a resposta celular ou a ativação
de fatores de transcrição no núcleo.

Figura A testosterona pode agir por uma ação não genômica via SMBS, cuja 43
5. atividade não é pelo AR clássico, mas através da ativação de cinases de
membrana pelas vias ERK, PK, resultando em uma série de atividades
biológicas dependente dessa via, incluindo também a expressão de
genes como NF-KB, RelA (p65), caspase -3, serina treoninas quinase
(Akt), quinase regulada por sinal extracelular (ERK), Bcl-2 e Bcl-xL e
proteína quinases (pk). Fonte: criado pelo próprio autor e adaptado nas
informações de XIAO et al., 2015; SHEPHERD et al., 2021.

Figura Atividade dos hormônios sexuais na via oxidativa. Fonte: Adaptado de 44


6. Adler e colaboradores 2012. Resposta dos andrógenos na via do
NADPH oxidase, com uma resposta inibitória sobre as espécies reativas
de oxigênio e danos oxidativos sobre as células.

Figura Animais foram anestesiados, realizado a cirurgia Sham e Orquiectomia, 50


7. permaneceram 14 dias em observação para a total supressão dos
hormônios sexuais pelas gônadas, após esse período, os animais
receberam o tioglicolato no peritônio (período de 72h).

Figura As fêmeas foram acompanhadas em seu ciclo estral através do lavado 50


8. vaginal, cuja visualização e análise foram feitas com o auxílio do
microscópio óptico. Quando as fêmeas estavam no ciclo estral diestro,
foi aplicado o tioglicolato no peritônio.
Figura A suspensão dos MPMs foi semeada em placas de 24 poços, em grupos 51
9. de células dos machos Sham, OQX e fêmeas (controle, infectado e
tratamento). Fonte: criado pelo próprio autor no BioRender.com.

Figura Concentração de TNF-α no sobrenadante de MPMs oriundos de 61


10. camundongos machos Sham operados (Sham) ou orquiectomia (OQX)
e fêmeas. (a) Machos Sham, OQX e fêmeas inoculados com 10µL de S.
aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)] ou estimulados 10µL de salina estéril
[(Controle)]; (b) Machos Sham, OQX e fêmeas: inoculados com 10µL
de S. aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)]. (c) Machos Sham, OQX e
fêmeas: pré-tratados com 100µL de DHT [24 horas (10-2 M)] e
inoculados com 10µL de S. aureus (1-5 x 108 UFC) por 6 horas; Dados
são expressos como média ± DPM .*p < 0.05, **p < 0.01, ***p < 0,001.

Figura Concentração de IL-1α no sobrenadante de MPMs oriundos de 62


11. camundongos machos Sham operados (Sham) ou orquiectomia (OQX)
e fêmeas. (a) Machos Sham, OQX e fêmeas inoculados com 10µL de S.
aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)] ou estimulados 10µL de salina estéril
[(Controle)]; (b) Machos Sham, OQX e fêmeas: inoculados com 10µL
de S. aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)]. (c) Machos Sham, OQX e
fêmeas: pré-tratados com 100µL de DHT [24 horas (10-2 M)] e
inoculados com 10µL de S. aureus (1-5 x 108 UFC) por 6 horas; Dados
são expressos como média ± DPM .*p < 0.05, **p < 0.01, ***p < 0,001.

Figura Concentração de IL-6 no sobrenadante de MPMs oriundos de 63


12. camundongos machos Sham operados (Sham) ou orquiectomia (OQX)
e fêmeas. (a) Machos Sham, OQX e fêmeas inoculados com 10µL de S.
aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)] ou estimulados 10µL de salina estéril
[(Controle)]; (b) Machos Sham, OQX e fêmeas: inoculados com 10µL
de S. aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)]. (c) Machos Sham, OQX e
fêmeas: pré-tratados com 100µL de DHT [24 horas (10-2 M)] e
inoculados com 10µL de S. aureus (1-5 x 108 UFC) por 6 horas; Dados
são expressos como média ± DPM .*p < 0.05, **p < 0.01, ***p < 0,001.

Figura Concentração de IL-8 no sobrenadante de MPMs oriundos de 64


13. camundongos machos Sham operados (Sham) ou orquiectomia (OQX)
e fêmeas. (a) Machos Sham, OQX e fêmeas inoculados com 10µL de S.
aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)] ou estimulados 10µL de salina estéril
[(Controle)]; (b) Machos Sham, OQX e fêmeas: inoculados com 10µL
de S. aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)]. (c) Machos Sham, OQX e
fêmeas: pré-tratados com 100µL de DHT [24 horas (10-2 M)] e
inoculados com 10µL de S. aureus (1-5 x 108 UFC) por 6 horas; Dados
são expressos como média ± DPM .*p < 0.05, **p < 0.01, ***p < 0,001.

Figura Concentração de IL-10 no sobrenadante de MPMs oriundos de 66


14. camundongos machos Sham operados (Sham) ou orquiectomia (OQX)
e fêmeas. (a) Machos Sham, OQX e fêmeas inoculados com 10µL de S.
aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)] ou estimulados 10µL de salina estéril
[(Controle)]; (b) Machos Sham, OQX e fêmeas: inoculados com 10µL
de S. aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)]. (c) Machos Sham, OQX e
fêmeas: pré-tratados com 100µL de DHT [24 horas (10-2 M)] e
inoculados com 10µL de S. aureus (1-5 x 108 UFC) por 6 horas; Dados
são expressos como média ± DPM .*p < 0.05, **p < 0.01, ***p < 0,001.

Figura Concentração de Nitritos Totais no sobrenadante de MPMs oriundos de 68


15. camundongos machos Sham operados (Sham) ou orquiectomia (OQX)
e fêmeas. (a) Machos Sham, OQX e fêmeas inoculados com 10µL de S.
aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)] ou estimulados 10µL de salina estéril
[(Controle)]; (b) Machos Sham, OQX e fêmeas: inoculados com 10µL
de S. aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)]. (c) Machos Sham, OQX e
fêmeas: pré-tratados com 100µL de DHT [24 horas (10-2 M)] e
inoculados com 10µL de S. aureus (1-5 x 108 UFC) por 6 horas; Dados
são expressos como média ± DPM .*p < 0.05, **p < 0.01, ***p < 0,001.

Figura Concentração de H2O2 no sobrenadante de MPMs oriundos de 69


16. camundongos machos Sham operados (Sham) ou orquiectomia (OQX)
e fêmeas. (a) Machos Sham, OQX e fêmeas inoculados com 10µL de S.
aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)] ou estimulados 10µL de salina estéril
[(Controle)]; (b) Machos Sham, OQX e fêmeas: inoculados com 10µL
de S. aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)]. (c) Machos Sham, OQX e
fêmeas: pré-tratados com 100µL de DHT [24 horas (10-2 M)] e
inoculados com 10µL de S. aureus (1-5 x 108 UFC) por 6 horas; Dados
são expressos como média ± DPM .*p < 0.05, **p < 0.01, ***p < 0,001.

Figura Concentração de TLR2 no sobrenadante de MPMs oriundos de 71


17. camundongos machos Sham operados (Sham) ou orquiectomia (OQX)
e fêmeas. (a) Machos Sham, OQX e fêmeas inoculados com 10µL de S.
aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)] ou estimulados 10µL de salina estéril
[(Controle)]; (b) Machos Sham, OQX e fêmeas: inoculados com 10µL
de S. aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)]. (c) Machos Sham, OQX e
fêmeas: pré-tratados com 100µL de DHT [24 horas (10-2 M)] e
inoculados com 10µL de S. aureus (1-5 x 108 UFC) por 6 horas; Dados
são expressos como média ± DPM .*p < 0.05, **p < 0.01, ***p < 0,001.

Figura Expressão relativa do NF-κB no sobrenadante de MPMs oriundos de 72


18. camundongos machos Sham operados (Sham) ou orquiectomia (OQX)
e fêmeas. (a) Machos Sham, OQX e fêmeas inoculados com 10µL de S.
aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)] ou estimulados 10µL de salina estéril
[(Controle)]; (b) Machos Sham, OQX e fêmeas: inoculados com 10µL
de S. aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)]. (c) Machos Sham, OQX e
fêmeas: pré-tratados com 100µL de DHT [24 horas (10-2 M)] e
inoculados com 10µL de S. aureus (1-5 x 108 UFC) por 6 horas; Dados
são expressos como média ± DPM .*p < 0.05, **p < 0.01, ***p < 0,001.

Figura Concentração de TNF-α no sobrenadante de hPMs (a) de homens e 75


19. mulheres inoculados com S. aureus (1-5 x 108 UFC) (S. aureus) ou
salina estéril (Controle); (b) de homens e mulheres inoculados com S.
aureus (1-5 x 108 UFC); (c) de homens inoculados com S. aureus (108
UFC) e mulheres inoculados com S. aureus (1-5 x 108 UFC) e tratados
previamente com DHT (10-2 M) (Mulheres + DHT). Avaliação realizada
por Luminex. Dados são expressos como média ± DPM. *p<0,05.
**p<0,01.

Figura Concentração de IL-1β no sobrenadante de hPMs (a) de homens e 76


20. mulheres inoculados com S. aureus (1-5 x 108 UFC) (S. aureus) ou
salina estéril (Controle); (b) de homens e mulheres inoculados com S.
aureus (1-5 x 108 UFC); (c) de homens inoculados com S. aureus (108
UFC) e mulheres inoculados com S. aureus (1-5 x 108 UFC) e tratados
previamente com DHT (10-2 M) (Mulheres + DHT). Avaliação realizada
por Luminex. Dados são expressos como média ± DPM. *p<0,05.
**p<0,01.
Figura Concentração de IL-6 no sobrenadante de hPMs (a) de homens e 78
21. mulheres inoculados com S. aureus (1-5 x 108 UFC) (S. aureus) ou
salina estéril (Controle); (b) de homens e mulheres inoculados com S.
aureus (1-5 x 108 UFC); (c) de homens inoculados com S. aureus (1-5
x 108 UFC) e mulheres inoculados com S. aureus (108 UFC) e tratados
previamente com DHT (10-2 M) (Mulheres + DHT). Avaliação realizada
por Luminex. Dados são expressos como média ± DPM. *p<0,05.
**p<0,01.

Figura Concentração de IL-12 no sobrenadante de hPMs (a) de homens e 80


22. mulheres inoculados com S. aureus (1-5 x 108 UFC) (S. aureus) ou
salina estéril (Controle); (b) de homens e mulheres inoculados com S.
aureus (1-5 x 108 UFC); (c) de homens inoculados com S. aureus (108
UFC) e mulheres inoculados com S. aureus (1-5 x 108 UFC) e tratados
previamente com DHT (10-2 M) (Mulheres + DHT). Avaliação realizada
por Luminex. Dados são expressos como média ± DPM. *p<0,05.
**p<0,01.

Figura Concentração de GM-CSF no sobrenadante de hPMs (a) de homens e 82


23. mulheres inoculados com S. aureus (1-5 x 108 UFC) (S. aureus) ou
salina estéril (Controle); (b) de homens e mulheres inoculados com S.
aureus (1-5 x 108 UFC); (c) de homens inoculados com S. aureus (108
UFC) e mulheres inoculados com S. aureus (1-5 x 108 UFC) e tratados
previamente com DHT (10-2 M) (Mulheres + DHT). Avaliação realizada
por Luminex. Dados são expressos como média ± DPM. *p<0,05.
**p<0,01.

Figura Concentração de IL-10 no sobrenadante de hPMs (a) de homens e 83


24. mulheres inoculados com S. aureus (1-5 x 108 UFC) (S. aureus) ou
salina estéril (Controle); (b) de homens e mulheres inoculados com S.
aureus (1-5 x 108 UFC); (c) de homens inoculados com S. aureus (108
UFC) e mulheres inoculados com S. aureus (1-5 x 108 UFC) e tratados
previamente com DHT (10-2 M) (Mulheres + DHT). Avaliação realizada
por Luminex. Dados são expressos como média ± DPM. *p<0,05.
**p<0,01.

Figura Dosagem de nitritos totais em hPMs (a) Homens e Mulheres hPMs 85


25. inoculados com 10µL de S. aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)] ou
estimulados 10µL de salina estéril [Controle]; (b) Homens e Mulheres:
hPMs inoculados com 10µL de S. aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)]. (c)
Homens e Mulheres: hPMs pré-tratados com 100µL de DHT [24 horas
(10-2 M)] e inoculados com 10µL de S. aureus (1-5 x 108 UFC) por 6
horas; Dados são expressos como média ± DPM .*p < 0.05, **p < 0.01,
***p < 0,001.

Figura Dosagem de Peróxido de hidrogênio em hPMs (a) Homens e Mulheres 86


26. hPMs inoculados com 10µL de S. aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)] ou
estimulados 10µL de salina estéril [Controle]; (b) Homens e Mulheres:
hPMs inoculados com 10µL de S. aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)]. (c)
Homens e Mulheres: hPMs pré-tratados com 100µL de DHT [24 horas
(10-2 M)] e inoculados com 10µL de S. aureus (1-5 x 108 UFC) por 6
horas; Dados são expressos como média ± DPM .*p < 0.05, **p < 0.01,
***p < 0,001.
Figura Análise de 84 genes envolvidos na resposta do hospedeiro a infecções 88
27. bacterianas de hPMs inoculados com S. aureus em comparação com
hPMs inoculados com salina estéril. Análise realizada com o kit Human
Innate & Adaptive Immune Responses PCR Array (Qiagen -
SABioscience). Genes regulados positivamente (verde). Dados são
expressos como média ± DPM. *p<0,05 vs hPMs inoculados com salina
estéril (teste não-paramétrico Mann-Whitney one-tailed).

Figura Análise de 84 genes envolvidos na resposta do hospedeiro a infecções 90


28. bacterianas de hPMs inoculados com S. aureus de homens em
comparação com hPMs de Mulheres. Análise realizada com o kit Human
Innate & Adaptive Immune Responses PCR Array (Qiagen -
SABioscience). Genes regulados positivamente (verde). Dados são
expressos como média ± DPM. *p<0,05 vs hPMs inoculados com S.
aureus de mulheres (teste não-paramétrico Mann-Whitney one-tailed).

Figura Análise de 84 genes envolvidos na resposta do hospedeiro a infecções 92


29. bacterianas de hPMs inoculados com S. aureus de mulheres tratados com
DHT em comparação com hPMs de Mulheres sem o pré-tratamento
hormonal. Análise realizada com o kit Human Innate & Adaptive
Immune Responses PCR Array (Qiagen - SABioscience). Genes
regulados positivamente (verde). Dados são expressos como média ±
DPM. *p<0,05 vs hPMs inoculados com S. aureus de mulheres (teste
não-paramétrico Mann-Whitney one-tailed).

Figura Efeito do DHT na resposta imunológica induzida por Staphylococcus 107


30. aureus. O DHT atua aumentando a expressão do TLR2 e os fatores de
transcrição IRAK1, IKKβ e NFκB (representado pelas setas vermelhas)
em MPMs e hPMs. Fonte: Próprio autor, 2022.
LISTAS DE TABELAS

Tabela 1. Avaliação de estado de saúde geral dos (as) voluntários (as)……..73

Tabela 2. Níveis de hormônios sexuais dos (as) voluntários (as)…………..74


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AR: Receptor androgênico


AREs: Elementos de resposta a andrógenos
ATCC: American Type Culture Collection
BCG: Bacillus Calmette-Guérin
BHI: Brain Heart Infunsion
CAAE: Certificado de Apresentação para Apreciação Ética
CARS: Resposta inflamatória compensatória
CEP: Comitê de Ética em Pesquisa
CEUA: Comitê de Ética no Uso de Animais
CÉLULAS NK: Células Natural Killer
COVID-19: Coronavírus Disease 19
DHEA: Desidroepiandrosterona
DHT: Dihidrotestosterone (5α- DHT)
E2: 17β-estradiol
EEC: European Community Guidelines
EDTA: Ethylenediamine Tetraacetic Acid
ELISA: Enzyme-Linked Immunosorbent Assay (Ensaio de Imunoabsorção Enzimática)
EPI: Equipamento de Proteção Individual
FBS: Fetal Bovine Serum (Soro Fetal Bovino)
FSH: Follicle-Stimulating Hormone (Hormônio Folículo-estimulante)
GAPDH: Glyceraldehyde 3-Phosphate Dehydrogenase
GATA: Gata binding protein
GM-CSF: Granulocyte-Macrophage Colony-Stimulating Factor (Fator Estimulador de
Colônias de Granulócitos e Macrófagos)
GnRH: Hormona libertadora de gonadotrofinas
HEPES: 4-(2-Hydroxyethyl)-1-Piperazineethanesulfonic Acid
HIV: Vírus da imunodeficiência humana
HPMs: Monócitos humanos do sangue periférico (hPMs)
HPBMs: Monócitos do sangue periférico de humanos
HSPs: Proteínas de choque térmico
H2O2: Peróxido de Hidrogênio
iNOS: Óxido nítrico sintase induzida
IL-1α: Interleucina 1 alfa
IL-6: Interleucina 6
IL-8: Interleucina 8
IL-10: Interleucina 10
IRAK1: Interleukin 1 Receptor Associated Kinase 1
LH: Luteinizing Hormone (Hormônio Luteinizante)
LPS: Lipopolissacarídeo bacteriano
MΦ: Macrófagos
MPMs: Macrófagos Peritoneais Murinos
MRSA: Staphylococcus Aureus Resistente à Meticilina
NO-2: Nitritos totais
NO: Óxido Nítrico
OQX: Machos orquiectomizados
PBMCs: Peripheral Blood Mononuclear Cell (Células Mononucleares do Sangue
Periférico)
PBS: Phosphate-Buffered Saline
RPMI: Roswell Park Memorial Institute (culture medium)
RT-qPCR: Reverse transcription Quantitative PCR
SFB: Soro Fetal Bovino
SHAM: Machos submetidas a operação simulada (operação sham)
SIRS: Resposta inflamatória sistêmica
SMBS: Células locais específicas de ligação a membrana
SPF: Specific-pathogen-free
Tc: linfócito T citotóxico
TCLE: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TGO: Transaminase Glutâmico-Oxalacética
TGP: Transaminase Glutâmico-Pirúvica
Th: linfócito T helper
TNF-α: Tumor Necrosis Factor Alpha (Fator de Necrose Tumoral Alfa)
UFC: Unidades Formadoras de Colônia
LISTA DE GENES:

BTK: Bruton Tyrosine Kinase


CD80: CD80 Molecule
CD86: CD86 Molecule
CSF2: Colony Stimulating Factor 2
CSF3: Colony Stimulating Factor 3
CLEC4E: C-Type Lectin Domain Family 4 Member E
CXCL8: C-X-C Motif Chemokine Ligand 8
CXCL10: C-X-C Motif Chemokine Ligand 10
EIF2AK2: Eukaryotic Translation Initiation Factor 2 Alpha Kinase 2
ELK1: ETS Transcription Factor ELK1
FOS: Fos Proto-Oncogene, AP-1 Transcription Factor Subunit
HRAS: HRas Proto-Oncogene, GTPase
IL1A: Interleukin 1 Alpha
IL1B: Interleukin 1 Beta
IL-2: Interleukin 2
IL- 6: Interleukin 6
IL1A: Interleukin 1 Alpha
IL- 12A: Interleukin 12A
IRAK1: Interleukin 1 Receptor Associated Kinase 1
IRAK4: Interleukin 1 Receptor Associated Kinase 4
IRF3: Interferon Regulatory Factor 3
JUN: Jun Proto-Oncogene, AP-1 Transcription Factor Subunit
LTA: Lymphotoxin Alpha
LY86: Lymphocyte Antigen 86
LY96: Lymphocyte Antigen 96
MAP2K4: Mitogen-Activated Protein Kinase Kinase 4
NFRKB: Nuclear Factor Related To KappaB Binding Protein
NF-KB: Fator Nuclear Kappa B
NFKB1: Nuclear Factor Kappa B Subunit 1
NFKB2: Nuclear Factor Kappa B Subunit 2
NFKBIA: NFKB Inhibitor Alpha
NR2C2: Nuclear Receptor Subfamily 2 Group C Member 2
RELA: RELA Proto-Oncogene, NF-KB Subunit
RIPK2: Receptor Interacting Serine/Threonine Kinase 2
SARM1: Sterile Alpha And TIR Motif Containing 1
SIGIRR: Single Ig And TIR Domain Containing
TAB1: TGF-Beta Activated Kinase 1 (MAP3K7) Binding Protein 1
TLR2: Toll-like Receptor 2
TLR3: Toll Like Receptor 3
TLR8: Toll Like Receptor 8
TNF: Tumor Necrosis Factor
UBE2N: Ubiquitin Conjugating Enzyme E2 N
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 23
2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................................ 26
2.1 Staphylococcus aureus .............................................................................................................. 26
2.2. Resposta imunológica contra patógenos .................................................................................. 30
2.3 Dimorfismo sexual na resposta imune ...................................................................................... 37
2.4 Testosterona e a resposta fisiológica/imunomoduladora........................................................... 42
3 OBJETIVO ....................................................................................................................................... 49
3.1 Objetivo geral ............................................................................................................................ 49
3.2 Objetivos específicos........................................................................................................... 49
4 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................................ 51
4.1 Staphylococcus aureus .......................................................................................................... 51
4.2 Experimentos com camundongos.............................................................................................. 51
4.2.1 Aspectos legais ................................................................................................................... 51
4.2.2 Animais .............................................................................................................................. 52
4.2.3 Orquiectomia e cirurgia Sham............................................................................................ 52
4.2.4 Fêmeas................................................................................................................................ 53
4.2.5 Isolamento de Macrófagos Peritoneais Murinos (MPMs) machos e fêmeas ..................... 54
4.3 Experimentos com Seres Humanos ........................................................................................... 58
4.3.1 Aspectos éticos e legais ...................................................................................................... 58
4.3.2 Seleção dos sujeitos da pesquisa ........................................................................................ 58
4.3.3 Coleta de sangue periférico dos sujeitos da pesquisa ......................................................... 59
4.4 Análise Estatística ..................................................................................................................... 63
5. RESULTADOS ............................................................................................................................... 64
5. 1 Experimentos com camundongos ............................................................................................. 64
5.1.1 Concentração de citocinas em MPMs de machos Sham, OQX e fêmeas........................... 64
5.1.1.1 Concentração da citocina TNF-α..................................................................................... 64
5.1.1.2 Concentração de interleucina 1α (IL-1α) ........................................................................ 65
5.1.1.3 Concentração de interleucina 6 (IL-6)............................................................................. 67
5.1.1.4 Concentração de interleucina 8 (IL-8)............................................................................. 68
5.1.1.5 Concentração de interleucina 10 (IL-10)......................................................................... 69
5.1.2 Concentração de nitritos totais de machos e fêmeas .......................................................... 71
5.1.3 Concentração de peroxido de hidrogênio H2O2 de machos e fêmeas................................. 72
5.1.4 Expressão Gênica Relativa do receptor Toll-like-2 (TLR2) em MPMs de machos e fêmeas
..................................................................................................................................................... 74
5.1.5 Expressão Gênica Relativa do Fator nuclear kappa B (NF-κB) em MPMs ....................... 75
5.2 Experimentos com Seres Humanos ........................................................................................... 77
5.2.1 Avaliação de saúde geral dos sujeitos da pesquisa ............................................................. 77
5.2.2 Níveis dos hormônios sexuais dos voluntários................................................................... 77
5.2.3 Concentração de citocinas .................................................................................................. 78
5.2.4 Concentração de nitritos totais ........................................................................................... 88
5.2.5 Concentração de peróxido de hidrogênio (H2O2) ............................................................... 89
5.2.6 Análise da Expressão dos Genes Envolvidos na Resposta do Hospedeiro a Infecções
Bacterianas ...................................................................................................................................... 91
6 DISCUSSÃO.................................................................................................................................... 97
CONCLUSÃO .................................................................................................................................. 114
Referências ........................................................................................................................................ 115
APENDICE A- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE ............... 137
APENDICE B - QUESTIONÁRIO .................................................................................................. 142
ANEXO A- APROVAÇÃO DO CEUA ........................................................................................... 145
ANEXO B- APROVAÇÃO PARA O EXPERIMENTO COM HUMANOS-CEP ......................... 146
147
23

1 INTRODUÇÃO

Staphylococcus aureus (S. aureus) é uma bactéria esférica, cocos gram-positivos,


frequentemente encontrados na pele e nas fossas nasais de pessoas saudáveis. Entretanto, pode
provocar doenças, que vão desde infecções de pele até complicações sistêmicas graves, como
bacteremia, pneumonia grave e choque séptico, frequentemente com resultados fatais
(DEDENT et al., 2012; KIM et al., 2019), além de endocardites, infecções osteoarticulares e
até mesmo septicemias (LIMA et al., 2015; TONG et al., 2015). É uma das causas mundiais
mais frequentes de morbidade e mortalidade (CHEUNG; BAE ; OTTO, 2021). As infecções
por S. aureus em hospitais é de grande preocupação para a saúde pública no Brasil. Em 2015,
cerca de 14% a 19% dos pacientes foram acometidos, em algumas unidades esse índice sobiu
para 88,3%. Além disso, mais de cem mil pessoas morrem por ano devido às infecções.
Mesmo diante desses índices, sabe-se que cerca de 80% dos hospitais não fazem o controle
adequado para evitar as infecções (LIMA et al., 2015). Em 2019, o número anual de mortes a
bacteremia por S. aureus nos EUA foi de 20.000 (KOURTIS et al., 2019). Atualmente, as
tendências das taxas de hospitalização são crescentes, incluindo crianças (INAGAKI;
ANSARI; HOBBS, 2021). Além disso, a disseminação de cepas de MRSA multirresistentes
continuam sendo altas para o meio ambiente, animais e seres humanos (EIDAROOS et al.,
2022).
S. aureus possui uma infinidade de toxinas e fatores de evasão imunológica e uma
vasta gama de fatores proteicos e não proteicos que permitem a colonização do hospedeiro
durante a infecção e ultrapassa as defesas do corpo (DELEO et al., 2010; CHEUNG; BAE;
OTTO, 2021) , incluindo estratégias de evasão imune altamente evoluídas (WERTHEIM et
al., 2005). Inclusive, cepas de S. aureus fagótipo 80/81 estão associadas a casos de infecção
humana, dos quais são resistentes a vários antibióticos (D’SOUZA; RODRIGUES; MEHTA,
2010; SHAFFER, 2013). A bacteremia por S. aureus resistente tem uma alta taxa de
mortalidade (PIDWILL et al., 2021). Desde 1960, o uso de forma incorreta e indiscriminado
dos antibióticos levou a seleção de inúmeras bactérias resistentes. É possível encontrar até
mesmo cepas de S. aureus multirresistentes (CRUVINEL; SILVEIRA; SOARES, 2011).
As células do sistema imune nos defendem contra esses agentes invasores através da
habilidade em fagocitar microrganismos, como apresentam os neutrófilos, monócitos e
macrófagos, por lise de células infectadas, mediadas pelas células Natural Killer (NK), ou pela
24

produção de citocinas para aumentar as respostas imunes (BOUMAN; HEINEMAN; FAAS,


2005). Os monócitos/macrófagos são células de defesa do sistema imune com o papel de
controlar a resposta inflamatória, a homeostase e reparar um tecido danificado (BOUMAN;
HEINEMAN; FAAS, 2005; LAYOUN; SAMBA; SANTOS, 2015). Os padrões moleculares
associados aos S. aureus ativam a resposta imune por interação aos diferentes receptores,
como Toll Like 2 (TLR2), presentes em células como macrófagos (MΦ). A interação promove
à sinalização do Fator Nuclear Kappa B (NF-κB), o que estimula a fagocitose, a produção de
nitritos (NO-2) e superóxido (O2-), formação de peróxido de hidrogênio (H2O2), subsequente
produção das espécies reativas de oxigênio (ROS) e secreção de citocinas pró e anti-
inflamatórias. Em contraste com muitos outros patógenos bacterianos, que muitas vezes
dependem apenas de uma ou algumas toxinas para promover a doença, S. aureus produz uma
impressionante variedade de fatores de virulência (FOURNIER; PHILPOTT, 2005), que
estimula essa resposta imune de defesa. Contudo, essa resposta iminológica é diferente entre
homens e mulheres. A maior prevalência de complicações associadas por S. aureus é para o
sexo masculino (NOWAK; BORKOWSKA; PAWLOWSKI, 2017). Há muitos anos se
suspeita que, tanto em animais quanto em humanos, os hormônios sexuais podem modular o
desenvolvimento e a função do sistema imunológico. Um estudo mostrou que o sangue de
homens produziu significativamente mais fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa),
interleucina-1beta (IL-1beta), IL-6 e IL-8 do que o sangue de mulheres em resposta a uma alta
concentração de lipopolissacarídeos (LPS) ou ácido lipoteicóico (LTA), presentes em
bactérias (BLACKWELL; CHRISTMAN, 1996).
Hoje sabemos que, o sexo é uma influência importante no sistema imunológico. Essa
influência surge não apenas devido a diferenças genéticas entre homens e mulheres, mas
também devido a diferenças nos hormônios sexuais que alteram o meio ambiente ao qual as
células do sistema imunológico estão expostas (SHEPHERD et al., 2021). As diferenças
sexuais são fatores epidemiológicos importantes que impactam na frequência e gravidade das
doenças infecciosas. Enquanto o estrógeno apresenta uma característica pró-inflamatória mais
controlada, a testosterona está associada à supressão imunológica. Essa diferença entre os
sexos também depende dos efeitos e dose dos hormônios sexuais, da população avaliada, do
modelo animal em estudo e das espécies bacterianas específicas (VÁZQUEZ-MARTÍNEZ et
al., 2018). No entanto, os mecanismos moleculares envolvidos neste viés entre os sexos estão
apenas começando a ser elucidados.
25

Hormônios sexuais femininos, como estrogênio e progesterona, e hormônios sexuais


masculinos, como testosterona e outros andrógenos, são hormônios esteroides que modulam
uma ampla gama de processos biológicos, incluindo vários aspectos do funcionamento do
sistema imunológico (BOUMAN; HEINEMAN; FAAS, 2005). Nexte contexto, o papel da
testosterona e seus metabólitos como o 5α-dihidrotestosterona (DHT), o metabólito mais ativo
da testosterona, nas respostas imunes é pouco compreendido na literatura (GUERRA-
SILVEIRA; ABAD-FRANCH, 2013; BERNIN; LOTTER, 2014).
Para entender melhor o papel dos andrógenos na resposta imune contra a bactéria S.
aureus, neste trabalho, avaliamos a influência do DHT na resposta imunológica de macrófagos
peritoneais murinos (MPMs) e monócitos humanos do sangue periférico (hPMs) induzida por
S. aureus. Existem poucas informações sobre o papel do DHT na resposta as infecções
causadas por S. aureus e não encontramos estudos na literatura sobre a diferença de resposta
imune entre os sexos em MPMs e hPMs. Apesar dos avanços em vários campos da medicina,
a fisiopatologia, os procedimentos diagnósticos e as intervenções terapêuticas adequadas, as
infecções por S. aureus ainda são bastante discutíveis (REDDY; SRIRAMA; DIRISALA,
2017; GUO et al., 2020; MEHTA et al., 2020) e até onde sabemos, nenhum trabalho até então,
apresentou um modelo de estudo como foi embasado nessa nossa pesquisa científica. A
maioria dos estudos que avaliam o efeito da resposta imunológica frequentemente usam o LPS
como estimulante celular de escolha, nós estimulamos com MRSA de S. aureus. Espera-se
que a melhor compreensão do papel da testosterona na resposta de defesa do corpo contra
micro-organismos, como S. aureus, possa propor estratégias para um tratamento eficaz,
seguro e útil. Ademais, poderá contribuir para ações de promoção da saúde da população,
repercutindo na redução de custos com tratamentos, hospitalizações, complicações e melhoria
da qualidade de vida dos portadores desse agravo.
26

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Staphylococcus aureus

S. aureus pertencem ao gênero Staphylococcus, que são bactérias gram-positivas,


com forma esférica que formam grupos de células com aspecto de cachos de uvas, não
esporulados, imóveis, não capsulados e com cor amarelada, devido à produção de carotenoides
(CRUICKSHANK et al., 1990; FERREIRA, 2001). Esse patógeno foi descrito pela primeira
vez em 1880, em pus de abscessos cirúrgicos, pelo cirurgião escocês Alexandre Ogston
(SANTOS et al., 2007). O gênero Staphylococcus pertence à família Micrococcae, como os
gêneros Planococcus, Micrococcus e Stomatococcus. Staphylococcus possui 33 espécies,
sendo 17 isoladas de amostras biológicas em humanos. A espécie de maior interesse médico
é o S. aureus, que está frequentemente relacionado com diversas infecções em seres humanos
(KONEMAN et al., 2001; CASSETTARI; STRABELLI; MEDEIROS, 2005).
As narinas são consideradas o principal sítio de colonização por S. aureus dos
pacientes, sendo ainda importante locais como a garganta e as regiões perianal,
gastrointestinal, além de feridas (GORWITZ et al., 2008). S. aureus faz parte da microbiota
humana, mas pode provocar várias doenças que vão desde uma infecção simples, como
espinhas e furúnculos, até as infecções mais graves, como pneumonia, meningite, endocardite,
síndrome do choque tóxico e septicemia (SANTOS et al., 2007). A capacidade de colonização
e a patogenicidade do S. aureus envolve uma série de fatores de virulência, capaz de invadir,
sobreviver e se multiplicar dentro da célula do hospedeiro. A estrutura da parede celular do S.
aureus é composta por polissacarídeos e proteínas antigênicas, ácido tecóico, o
glicanopeptídio, além da presença de cápsula e de adesinas, que induz uma resposta
imunológica no hospedeiro (OLIVEIRA et al., 2001; LUTZ et al., 2003). Pode ainda provocar
a evasão da defesa do hospedeiro, pela produção de diversas enterotoxinas estafilocócicas
(SEs A-E, G-J, K, L, M, O e P), a toxina da síndrome do choque tóxico (TSST), lipases e
polissacarídeos capsulares. Além disso, S. aureus pode invadir a célula do hospedeiro,
penetrar nos tecidos ou aderir as superfícies de cateteres e próteses, por ação das proteínas
(toxinas) α, β, δ, γ e δ – hemolisinas (VELÁZQUEZ-MEZA, 2005).
O alto potencial infeccioso de S. aureus também está na produção de moléculas que
incluem enzimas e toxinas, como as betalactamases, coagulases, hialuronidases e catalases.
27

Além dessas enzimas, S. aureus também produz DNAses, lipases, proteases e esterases. Entre
as toxinas produzidas por esse patógeno destacam-se as seguintes: alfa, beta e gama toxinas,
a leucocidina, a esfoliatina e enterotoxinas. As toxinas são proteínas cuja atividade é destrutiva
para as células humanas. Além disso, sua cápsula dificulta a fagocitose (SCHECHTER;
MARANGONI, 1998; NOVICK, 2000; BRAUNWALD et al., 2002). Outra característica
marcante dessa bactéria é a presença da proteína A, presente na parede celular, como
apresentado na figura 1 (LOWY, 1998). A proteína A prende anticorpos circulantes da classe
IgG, pela sua região constante Fc, neutralizando a função e impedindo a adesão de
imunoglobulinas e ativação do complemento (FOURNIER; PHILPOTT, 2005; FALUGI et
al., 2013). Essa proteína também é capaz de induzir a liberação de citocinas, como interleucina
(IL)-1β, IL-4, IL-6, IL-8, interferon- gama (IFN-γ) e fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) de
células do sistema imune, como monócitos (PERFETTO et al., 2003).
Durante a fase inicial da infecção, a expressão de proteínas de superfície, produzidas
no estágio de crescimento exponencial da bactéria, favorece a colonização dos tecidos do
hospedeiro, enquanto que a síntese de proteínas secretórias, produzidas na fase estacionária,
favorece a difusão para os tecidos adjacentes (LOWY, 1998). Essa produção proteica é
controlada graças a existência de genes regulatórios, como o mgr, um gene regulador global,
membro da família das proteínas MarR (regulador da resistência múltipla a antibióticos)/SarA
(regulador acessório estafilocócico A), que desenvolvem um papel chave na regulação da
expressão da maioria dos fatores de virulência de S. aureus (LIU et al., 2014), que podem
estimular a liberação de citocinas inflamatórias, ativação do sistema complemento e agregação
plaquetária (LOWY, 1998; BARTLETT; HULTEN, 2010).
28

Figura 1: Componentes estruturais de S. aureus. Fonte: Adaptado de Lowy, 1998. O painel A mostra a superfície
e as proteínas secretoras de S. aureus. A síntese de muitas destas proteínas depende da fase de crescimento, como
mostra o gráfico, e é controlada por genes regulatórios. O painel B e C mostra segmento do envelope celular.
TSST-1 simboliza a toxina do choque tóxico.

Os componentes presentes na parede das bactérias S. aureus são reconhecidos através


de receptores do tipo TLR2. Esses receptores são expostos na membrana de células como:
monócitos, MΦ, neutrófilos, linfócitos, que reconhecem os componentes nas paredes de
bactérias gram-positivas. O reconhecimento promove a ativação do NF-KB e a subsequente
produção e liberação e citocinas pró e anti-inflamatórias no intuito de promover uma resposta
inflamatória (FOURNIER; PHILPOTT, 2005), como mostra a figura 2 (Adaptado de Fournier
e Philpott 2005).
29

Figura 2: Reconhecimento de S. aureus pelo sistema imune. Fonte: Adaptado de Fournier e Philpott 2005. Os
componentes presentes na parede de S. aures é reconhecido através de receptores expostos nas células do sistema
imune do hospedeiro, ativando o NF-KB e a subsequente liberação e citocinas pró e anti-inflamatórias.

S. aureus manifesta-se como um problema importante de infecções graves na


comunidade, associado a altas taxas de mortalidade e resistência a antibióticos. Pacientes
com bacteremia por S. aureus podem desenvolver uma ampla gama de complicações que
podem ser difíceis de reconhecer inicialmente e podem aumentar a morbidade. Taxas de
mortalidade de 20 a 40% foram descritas (MYLOTTE; MCDERMOTT, 1987; SHURLAND
et al., 2007). A mortalidade parece ser maior com S. aureus resistente à meticilina (MRSA)
em comparação com bacteremia por S. aureus sensível à meticilina (MSSA) (VAN HAL;
JENSEN; VASKA, 2012). As infecções por essa bactéria são mais comuns em pessoas
hospitalizadas, que geralmente tem um ponto de entrada para a bactéria, como um ferimento
cirúrgico, feridas abertas, doenças de pele, e vários fatores do hospedeiro, como a
imunossupressão geral ou local ou com uso de cateteres intravenosos (LAUPLAND; ROSS;
GREGSON, 2008).
A persistência genética das sequências de cepas de MRSA ao longo do tempo sugere
que elas têm determinantes genômicos centrais que facilitam sua sobrevivência e virulência. O
isolado resistente à meticilina original é semelhante na sequência de nucleotídeos à cepa
epidêmica USA300 (DIEP et al., 2006). USA300 parece ter se originado na Europa, e
o PVL e ACME genes seguintes apareceu nos Estados Unidos no início do século XX
30

(STRAUB et al., 2017). Outra cepa de MRSA, a cepa do sudoeste do Pacífico que causou
infecções na Austrália e em outros países da região, é descendente da cepa do fago 80/81 que
causou surtos em creches de recém-nascidos na década de 1960 (ROBINSON et al., 2005).
Vários estudos ainda são realizados na tentativa de novas abordagens terapêuticas necessárias
contra as infecções por S. aureus (INDIANI et al., 2019; FOWLER et al., 2020; WATSON;
SAUVE; CASSINO, 2020). A bacteremia por S. aureus é de grande interesse para a saúde
pública (TONG et al., 2020). Essa bactéria é também de grande interesse científico, visto que
é um comensal humano e um importante causador de infecções.

2.2. Resposta imunológica contra patógenos

O sistema imunológico compreende estratégias de defesa que reconhecem estruturas


micro específicas e que desencadeiam fagocitose, lise celular e secreção de citocinas para
aumentar as respostas imunes não específicas e específicas (CRUVINEL et al., 2010). A
primeira linha de defesa são as barreiras, como pele intacta, mucosas, acidez estomacal,
lisozimas bacteriolíticas em lágrimas, saliva e outras secreções (TURVEY; BROIDE, 2010),
é conhecido como o sistema imunológico não específico (inato ou natural) e fazem ainda parte
desse sistema células como: monócitos, MΦ, células dendríticas (DC), granulócitos
(neutrófilos, eosinófilos, mastócitos (MC) e basófilos), células NK, plaquetas (trombócitos) e
células endoteliais (THAO DOAN et al., 2008).
Entre várias células imunes, os MΦ têm inúmeras funções relacionadas à imunidade,
inflamação e crescimento tumoral. Esses efeitos divergentes são devidos à heterogeneidade
da diferenciação e fenótipos dos macrófagos (GORDON; TAYLOR, 2005). Em geral, esses
estados são categorizados como um fenótipo pró-inflamatório (classicamente ativado, M1)
induzido por LPS ou IFN- γ (MOSSER; EDWARDS, 2008), ou como um fenótipo anti-
inflamatório (M2) induzido por citocinas como IL-4 e IL-13 (GORDON, 2003). Os
macrófagos M1 são geralmente considerados células efetoras potentes que matam
microrganismos e células tumorais e produzem citocinas pró-inflamatórias. Em contraste, os
macrófagos M2 são capazes de moderar respostas inflamatórias e imunidade adaptativa,
promover angiogênese e eliminar detritos (MANTOVANI et al., 2004).
31

Os linfócitos T e os linfócitos B (produtores de imunoglobulinas) fazem parte do


sistema imunológico específico. É a segunda linha de defesa imune, conhecida também como
o sistema imune adaptativo. Os linfócitos T expressam o receptor de células T (TCR) e são
reconhecidos através de suas duas formas: o αβ-TCR, responsável pelo reconhecimento do
antígeno, restrito do complexo principal de histocompatibilidade (MHC), e o γδ-TCR, que
não reconhece antígenos associados ao MHC e não é restrito ao MHC. Dentro da população
de linfócitos T que expressa o αβ-TCR, temos os linfócitos T auxiliares (células Th ou CD4 +),
que auxiliam outras células do sistema imunológico pela produção e ativação de citocinas. As
células Th apresentam um perfil T helper 1 (Th1) e um outro perfil T helper 2 (Th2) e T helper
17 (Th17) (BOUMAN; HEINEMAN; FAAS, 2005).
As citocinas no perfil Th1 são, por exemplo, interferon-γ (IFN-γ), interleucina (IL) -2,
que geralmente promovem respostas imunes celulares, enquanto as citocinas em um perfil
Th2, como: IL-4, IL-5, IL-9, IL-10 e IL-13, contribuem para as respostas imunes humorais
(MOSMANN; CHERWINSKI; BOND, 1986). As citocinas do tipo 1 e do tipo 2 são reguladas
reciprocamente; IFN-γ inibe a proliferação de células Th2, enquanto IL-10 inibe a de células
Th1 (SWAIN et al., 1991). Também existem linfócitos Th0 e Th3. Os linfócitos Th0 são os
precursores das células Th1 e Th2 e secretam citocinas Th1 e citocinas Th2. As células Th3
produzem TGFβ, mas não produzem IFN-γ, IL-2, IL-4 ou IL-10 (MOSMANN; SAD, 1996).
Os linfócitos T citotóxicos/supressores (células Tc/Ts ou CD8 +) produzem citocinas e podem
destruir diretamente células estranhas ou infectadas (BOUMAN; HEINEMAN; FAAS, 2005).

2.2.1. Papel dos macrófagos na resposta imune contra patógenos:

Durante a infecção e a inflamação, os monócitos circulantes deixam a corrente


sanguínea e migram para os tecidos, onde se diferenciam em MΦ. Os MΦ expressam
receptores Toll-like de superfície (TLRs), que reconhecem padrões moleculares conservados
através da evolução em uma ampla gama de microrganismos. Os TLRs desempenham um
papel central na ativação de MΦ, que geralmente está associada à alteração da expressão
gênica. Os MΦ são críticos em muitas doenças (LAYOUN; SAMBA; SANTOS, 2015), e são
amplamente distribuídos pelo corpo, onde participam nas respostas imunes inatas e
adaptativas para controlar e eliminar infecções (GORDON, 2003; POLLARD, 2009).
Os monócitos e MΦ são fagócitos eficientes contra patógenos celulares. Ao contrário
dos neutrófilos, os MΦ podem permanecer no tecido por muito mais tempo, como meses ou
32

anos. Essas células atuam como apresentadoras de antígeno (APCs), apresentam um


importante papel na imunidade inata, processam e apresentam antígenos via moléculas do
MHC, potencializam a resposta mediada por linfócitos T e B, e pela liberação de citocinas pró
inflamatórias e quimiocinas. Também produzem Espécies Reativas de Oxigênio (ROS), como
ânion superóxido (O2-), radical hidroxila (OH-) e peróxido de hidrogênio (H2O2), e
intermediários reativos do nitrogênio, cujo principal representante é o óxido nítrico (NO). O
NO é produzido pela sintetase do óxido nítrico induzível (iNOS), ausente em MΦ em repouso.
Todavia, é induzida por ativação de TLRs em resposta aos Padrões Moleculares Associados
a Patógenos (PAMPs). PAMPs são substâncias presentes na superfície de microrganismos,
tais como LPS, resíduos de manose e ácidos teicóicos (ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2008;
CRUVINEL et al., 2010).
A atividade microbicida dos MΦ e neutrófilos relacionadas com a produção de
superóxidos, e outros derivados de ROS é através de um processo por queima oxidativa ou
respiratória, dependente da enzima NADPH oxidase presente no citosol da célula. Esta enzima
transfere elétrons do NADPH para a molécula de oxigênio, produzindo O2-, utilizado para
gerar derivados de ROS. Esses produtos gerados são microbicidas eficazes e a produção de
ROS derivado de NADPH-oxidase é fundamental para a defesa do hospedeiro contra
microrganismos invasores (DELEO; DIEP; OTTO, 2009; RIGBY; DELEO, 2012). Além da
capacidade O2- em participar de reações de geração de OH-, pode ainda, por meio da reação
com o radical livre NO-, gerar a espécie reativa de nitrogênio, peroxinitrito (ONOO), nitratos
e nitritos também potencialmente reativos (GREEN; BRAND; MURPHY, 2004;
SCHNEIDER; OLIVEIRA, 2004).
No entanto, o excesso de ROS é prejudicial as células e órgãos, capaz de danificar
organelas celulares, ácidos nucleicos, lipídeos e proteínas, conhecido como estresse oxidativo
ou dano oxidativo (VALKO et al., 2007). O H2O2 é uma espécie com alto potencial reativo,
se constitui no mais reativo dos radicais livres, pode alterar qualquer estrutura celular que se
encontre próxima. Diferente dos radicais livres, o H2O2 tem vida longa e é capaz de atravessar
as membranas celulares apresentando-se potencialmente tóxico para as células. Os ácidos
graxos poli-insaturados contidos nas membranas celulares fazem com que essas também
sejam potentes geradoras de radicais livres, por meio da lipoperoxidação (FERREIRA ALA,
1997; SCHNEIDER; OLIVEIRA, 2004).
33

2.2.2. Papel das citocinas na resposta imune:

Citocinas são proteínas, que atuam como mensageiros entre as células transportando
uma informação, conhecidas pelo seu papel como mediadores e reguladores das respostas
inflamatórias e apresentam papéis importantes para a estimulação de linfócitos T e B
(FANTUZZI, 2011; WAHAB; HUSSAIN, 2013). As citocinas têm sido amplamente
avaliadas e estudadas como potenciais biomarcadores em casos de infecções graves (OJEDA
et al., 2012).
As citocinas TNF são derivadas de fagócitos mononucleares (TNF-α) e linfócitos
(TNF-β), neutrófilos, linfócitos ativados, células NK, células endoteliais, mastócitos e
fibroblastos em resposta a estímulos invasivos, infecciosos ou inflamatórios (SCHULTE;
BERNHAGEN; BUCALA, 2013). Essa citocina age como um mediador primário do sistema
imune inato, importante para a indução de uma resposta imunológica protetora local contra
infecções (ULLOA; TRACEY, 2005), capaz de estimular a produção de citocinas como a pró-
inflamatória IL-6 e a anti-inflamatória ou regulatória IL-10. É um importante mediador da
inflamação aguda e medeia o recrutamento de neutrófilos e de macrófagos para os sítios de
infecção. TNF-α promove a estimulação das células endoteliais a produzir moléculas de
adesão e a produção de quimiocinas. TNF-α também age no hipotálamo, capaz de produzir
febre e promover a produção de proteínas de fase aguda (HILDEBRAND et al., 2003;
WAHAB; HUSSAIN, 2013).
Outra citocina que desempenha um papel importante na resposta imune é a IL-6. IL-
6 é produzida por uma variedade de células, como MΦ, células dendríticas, linfócitos T e B,
células endoteliais, fibroblastos e células musculares lisas. Após o estímulo infeccioso, o pico
de concentração é de duas horas e persiste mais tempo do que TNF e IL-1 na corrente
sanguínea (BLOOS; REINHART, 2014). É secretada, principalmente, por estimulação por
LPS, presentes nas paredes das bactérias gram-negativas e também pelas citocinas IL-1 e
TNF-α. IL- 6 tem efeitos na ativação do sistema de coagulação e modulação da hematopoiese
(SCHULTE; BERNHAGEN; BUCALA, 2013). Além da ativação linfocitária, IL-6 leva a
indução da febre e a produção de proteínas de fase aguda. Por outro lado, a IL-6 também
possui efeitos anti-inflamatórios, termina a cascata inflamatória de regulação positiva e inibe
a síntese de IL-1 e TNF (BORISH; STEINKE, 2003). Além disso, IL-6 aumenta os níveis
circulatórios de mediadores anti-inflamatórios, tais como IL-1ra, IL-10 e cortisol
(STEENSBERG et al., 2003).
34

Uma citocina que desempenha um papel regulatório e uma resposta anti-inflamatória


de destaque é a IL-10 (KIM et al., 2012), um polipeptídio não glicosilado com cerca de 18
kDa, sintetizado em células imunológicas e tecidos neuroendócrino e neural. É uma citocina
que tem um papel na resposta inflamatória do hospedeiro contra agentes patogênicos, regula
o crescimento e/ou diferenciação das células B, granulócitos, neutrófilos, células dendríticas,
queratinócitos e células endoteliais (LIN; CALVANO; LOWRY, 2000; RAEBURN et al.,
2002). A IL-10 também inibe as citocinas pró-inflamatórias, principalmente TNF, IL-1 e IL-
6, produzidas por MΦ e monócitos ativados, estimulando a produção endógena de citocinas
anti-inflamatórias (CURFS; MEIS; HOOGKAMP-KORSTANJE, 1997; ZHANG; AN,
2007). Seus efeitos supressivos sobre as células Th1 podem ser clinicamente úteis em prevenir
a rejeição de transplantes e tratar doenças autoimunes mediadas por células-T, como esclerose
múltipla e diabetes mellitus tipo 1. Efeito benéfico também pode ser observado em sepse,
artrite reumatoide e psoríase (ASADULLAH et al., 2004; LEE et al., 2006; POTT et al., 2007;
DOCKE et al., 2009).
Produzida principalmente por monócitos e MΦ, a IL-8, mas em menor quantidade
também é secretada por fibroblastos, células endoteliais, queratinócitos, melanócitos,
hepatócitos e condrócitos (BAGGIOLINI; DEWALD; MOSER, 1994). A IL-8 é uma
interleucina com um importante papel na quimiotaxia, que recruta neutrófilos e outras células
do sistema imune para o sítio de infecção (DELEO; DIEP; OTTO, 2009; FOSTER, 2009), o
que resulta em um acúmulo de vários tipos de células como monócitos, MΦ, mastócitos,
fibroblastos, queratinócitos, células epiteliais no local da inflamação (RIGBY; DELEO,
2012). Além disso, a IL-8 determina ainda um aumento da expressão de moléculas de adesão
por células endoteliais, capaz de aumentar o metabolismo oxidativo. Essa citocina antagoniza
a produção de IgE estimulada pela IL-4, mas não afeta a produção das demais
imunoglobulinas. Algumas citocinas estimulam a ativação da IL-8 como: IL-1, TNF-α e IFN-
Y (ZWAHLEN; WALZ; ROT, 1993). Altas concentrações dessa citocina são observadas em
doenças como: psoríase, o que pode explicar a paraceratose e a hiperceratose observadas, uma
vez que esta citocina estimula a divisão dos queratinócitos. Os micros abscessos também
podem ser atribuídos a esta citocina, pois são formados por neutrófilos (GILLITZER et al.,
1991).
A IL-1 é sintetizada por vários tipos de células como fagócitos mononucleares e
leucócitos polimorfonucleares. Semelhante ao TNF- α, IL-1 afeta vários tecidos do corpo,
35

liberado em pouco tempo na correte sanguínea. Além disso, essas citocinas amplificam
cascatas inflamatórias de forma autócrina e parácrina por ativação de MΦ para secretarem
outras citocinas pró-inflamatórias (IL-6, IL-8), mediadores lipídicos, e ROS, contribuindo
para a atividade microbicida (SCHULTE; BERNHAGEN; BUCALA, 2013; ZHANG et al.,
2014). IL-1β é uma citocina pró-inflamatória com habilidade de induzir uma ampla variedade
de genes, conhecida como a molécula endógena da febre, atua na indução da ciclooxigenase
(COX-2) e induz a expressão de óxido nítrico sintase induzível (iNOS) e aumento na expressão
de outras citocinas, como TNF-α e IL-6, além de quimiocinas e a liberação de neutrófilos. O
IL-1β não está presente normalmente no plasma humano, mas é encontrado em pacientes com
casos de infecções graves (DINARELLO, 2005).
Os fatores estimuladores de colônia também podem ser considerados citocinas, pois
são produzidos por células do sistema imune e atuam em células progenitoras. Os seus
principais representantes são M-CSF, GM-CSF, G-CSF. O M-CSF é produzido
principalmente por monócitos e os fibroblastos o produz em menores quantidades. Atua nas
células percussoras dos monócitos, fazendo com que proliferem e assim exista maior produção
de monócitos pela medula óssea. Linfócitos T, MΦ e, em menores quantidades, células
endoteliais e fibroblastos produzem GM-CSF. O G-CSF é sintetizado por MΦ e em pequena
escala por monócitos e fibroblastos. Atua principalmente nas células-tronco da medula óssea
estimulando sua divisão e diferenciação em polimorfonucleares. Em geral, atuam em células
percussoras de monócitos/macrófagos e de granulócitos, estimulando sua proliferação e
diferenciação, promovendo a produção destas células pela medula óssea (ROITT;
BROSTOFF; MALE, 1999).
A IL-12 é encontrada nas células de Kupffer e em MΦ ativados (TORIGOE et al.,
1997). A ação principal da IL-12 é estimular células NK, efeito bloqueado por anticorpos anti-
TNF-α. Aumenta a síntese de IFN-Y em linfócitos periféricos. Está envolvida na seleção do
isotipo de imunoglobulinas, inibindo a síntese de IgE (CHAN et al., 1991). A IL-12 está
envolvida na diferenciação de células T virgens em células Th1. É conhecida como um fator
estimulador de células T, e que pode estimular o crescimento e função das células T. Ele
estimula a produção de INF-Y e TNF-α a partir de células T e células NK. A IL-12 também
tem atividade anti-angiogênica e tem mostrado desempenhar um papel crítico na patogênese
de uma variedade de doenças relacionadas com a imunidade. Aumento da expressão de IL-12
tem sido relatada em infecções bacterianas e virais como Mycobacterium tuberculosis, vírus
36

da imunodeficiência humana (HIV), icterícia obstrutiva, e choque séptico (HEUFLER et al.,


1996; VECCHIO et al., 2007).

2.2.3. Resposta inflamatória:

Quando o patógeno penetra nos tecidos, a resposta inflamatória é necessária para


eliminar o agente causador da lesão tecidual local ou da infecção (FRANCO et al., 2006). Para
o desenvolvimento da resposta imunológica, o reconhecimento do antígeno é capaz de ativar
um processo de vias de sinalização inflamatórias. A ativação dessas vias de sinalização
ocorrida pelo reconhecimento patogênico desencadeia uma resposta inflamatória, um
processo biológico complexo que envolve componentes vasculares e celulares. A finalidade
desse processo é remover o estímulo indutor da resposta e iniciar a recuperação tecidual local
(CRUVINEL et al., 2010).
Na fase aguda da resposta inflamatória, após a lesão tecidual, MΦ residentes e
mastócitos liberam mediadores químicos (eicosanóides, quimiocinas e citocinas pró-
inflamatórias) que iniciam o influxo rápido de neutrófilos e monócitos no tecido. Os
monócitos infiltrados posteriormente se diferenciam em MΦ, que por sua vez se tornam os
reguladores principais da resposta inflamatória. As funções principais dos MΦ incluem não
apenas a fagocitose dos microrganismos infectantes, neutrófilos mortos e restos de tecido, mas
também a produção de citocinas pró-inflamatórias e fatores de crescimento para regular as
respostas imunes sucessivas e regeneração do tecido danificado (GEISSMANN; JUNG;
LITTMAN, 2003; RITTIRSCH; FLIERL; WARD, 2008).
Este processo causa sinais cardinais de inflamação aguda como rubor (vermelhidão),
calor, tumor (inchaço), dor e perda de função (RICCIOTTI; FITZGERALD, 2011). Após a
neutralização dos estímulos incitantes, os neutrófilos sofrem apoptose e são eliminados por
MΦ resultando em resolução e restauração da arquitetura normal do tecido (FULLERTON;
O’BRIEN; GILROY, 2013). Durante a resolução da inflamação, os granulócitos são
eliminados e os MΦ e os linfócitos retornam aos números pré-inflamatórios normais. O
resultado usual da resposta inflamatória aguda é a resolução bem sucedida e o reparo do dano
tecidual (NATHAN, 2002).
37

A resposta inflamatória é benéfica ao organismo, pois tem como objetivo à


eliminação do patógeno agressor e favorecer a homeostase do tecido. Entretanto, uma resposta
inflamatória exacerbada ou sistêmica pode causar danos (FRANCO et al., 2006). A síndrome
da resposta inflamatória sistêmica (SIRS) ocorre devido a uma resposta inflamatória
descontrolada. Como característica marcante e invariável da SIRS, ocorre uma indução e
liberação de citocinas e proteínas de fase aguda, tanto pró-inflamatórias quanto anti-
inflamatórias, cujos níveis séricos se elevam durante a resposta inflamatória (JAFFER;
WADE; GOURLAY, 2010). As citocinas anti-inflamatórias, como IL-4, IL-10 e IL-13, tem
a capacidade de suprimir genes de citocinas pró-inflamatórias, tais como IL-1, INF-γ, TNF-α,
IL-17, e algumas quimiocinas (WAHAB; HUSSAIN, 2013). O equilíbrio dessa resposta e a
redução da inflamação auxilia na promoção da homeostasia (THOMSON; LOTZE, 2003).
A resposta inflamatória pode ser vista como uma resposta equilibrada entre esses
mediadores pró-inflamatórios SIRS e anti-inflamatórios (resposta anti-inflamatória
compensatória-CARS). Os mediadores ou citocinas pró-inflamatórias ativam o sistema
imunoinflamatório do hospedeiro, o qual pode então ser desativado pelos mediadores anti-
inflamatórios. Em casos de infecções graves, a produção regulada de mediadores SIRS e
CARS podem ser perdidas (JAFFER; WADE; GOURLAY, 2010). Durante esta fase, devido
à imunossupressão, ocorre um aumento da infecção devido à deficiência do sistema
imunológico em responder a estes insultos, o que piora o prognóstico e potencialmente resulta
em sérias consequências no organismo (LISSAUER et al., 2007).

2.3 Dimorfismo sexual na resposta imune

Além de seus efeitos na diferenciação sexual e reprodução, os hormônios sexuais


influenciam o sistema imunológico em humanos (BOUMAN; HEINEMAN; FAAS, 2005).
Evidências foram analisadas para apoiar a regulação gonadal das funções imunológicas,
através de: alteração da resposta imune depois da gonadectomia ou reposição de esteroides
sexuais, alteração da resposta imune durante a gravidez, existência de receptores de esteroides
sexuais no tecido do timo, que afetam a função das células T através dos hormônios tímicos
produzidos na glândula e a existência de dimorfismo sexual na resposta imune (SEIKI et al.,
1990).
38

O dimorfismo sexual são diferenças entre os sexos biológicos que vão além das
características sexuais. Existem diferenças na suscetibilidade a doenças infecciosas entre o
sexo masculino e feminino. Em geral, as mulheres geram respostas imunes humorais e
mediadas por células de maneira mais eficaz e potencialmente protetoras após o desafio
antigênico em comparação aos homens. Essas diferenças foram atribuídas às ações dos
hormônios sexuais. Enquanto os andrógenos demonstraram suprimir as respostas imunes
agudas do hospedeiro, descobriu-se que os estrógenos promovem o aumento da resistência às
infecções bacterianas (RETTEW; HUET-HUDSON; MARRIOTT, 2008; RETTEW; HUET;
MARRIOTT, 2009). No entanto, os mecanismos moleculares que conduzem a resposta imune
sexualmente dimórfica não são totalmente compreendidos.
As mulheres exibem taxas de infecção mais baixas do que os homens para uma
variedade de patógenos bacterianos, virais e parasitários. Há também um aumento substancial
da incidência de doenças autoimunes em mulheres em comparação com os homens. Essas
tendências associadas indicam que as mulheres têm uma reatogenicidade imunológica elevada
a padrões moleculares próprios e não próprios. Os hormônios sexuais femininos estrogênio e
progesterona, assim como os androgênios masculinos, como a testosterona, provocam efeitos
diretos na função e capacidade inflamatória das células imunológicas. O dimorfismo sexual
também ocorre no nível epigenético, cujas alterações distintas no transcriptoma e na figura
epigenética ocorrem em sincronia com períodos de mudança e fases hormonais (puberdade,
gravidez, menopausa, terapia hormonal exógena). Essas mudanças também são refletidas por
mudanças na função das células imunológicas (SHEPHERD et al., 2021).
As mulheres também demonstram taxas de infecção reduzidas para uma variedade de
infecções bacterianas, virais e parasitárias, como Helicobacter pylori (IBRAHIM et al.,
2017), Mycobacterium tuberculosis (NEYROLLES; QUINTANA-MURCI, 2009), vírus da
hepatite B (BAIG, 2009) e Aspergillus fumigatus (JAILLON; BERTHENET; GARLANDA,
2019), enquanto uma análise de mortes relacionadas ao coronavírus disease 2019 (COVID-
19) entre 17 milhões de adultos demonstrou que ser mulher era um forte fator de proteção,
quando correlacionam a razão de risco de ser do sexo masculino foi de 1,59 mais propenso a
complicações relacionadas ao vírus (WILLIAMSON et al., 2020). Para a sepse, os homens
também têm maior risco, apresentam maior dificuldade respiratória aguda e maior propenção
para falência multipla de órgãos após choque hemorrágico traumático de tecidos moles, em
parte devido a ativação anormal de neutrófilos (SHETH et al., 2011).
39

Na China, Europa e Estados Unidos, a gravidade e a mortalidade pela COVID-19


foram consideravelmente mais baixas nas mulheres do que nos homens (KLEIN et al., 2020).
De 1.099 paciente hospitalizados por COVID-19 em Wuhan, China, apenas 42% eram
mulheres (GUAN et al., 2020). Os desfechos mais graves de COVID-19 foram associados a
respostas imunes inatas exageradas ou tardias. Desse modo, as mulheres geralmente
desenvolveram respostas imunológicas intensificadas desde o início da infecção em
comparação aos homens, o que demonstra a proteção feminina observada contra os resultados
fatais do COVID-19 (JARVIS; KLEIN; LEVIN, 2020).
Alguns estudos experimentais com animais também mostraram que os machos
apresentam resposta imunodepressora (ANGELE et al., 2000; ANANTHAKRISHNAN et al.,
2005; COUTO et al., 2011). Enquanto o estradiol e a desidroepiandrosterona (DHEA) mantém
uma resposta imune mais controlada e resolutiva frente a infecção, a testosterona suprime essa
resposta, como apresentado na figura 3 (ALBERTSMEIER et al., 2014).

Figura 3: Efeito dos hormônios sexuais sobre a resposta imune. Fonte: Adaptado de Albertsmeier e
colaboradores 2014. Testosterona deprime macrófagos e linfócitos. Estradiol/DHEA mantém positivamente a
resposta sobre macrófagos e linfócitos durante uma resposta inflamatória.

Em células do sistema imune, a ligação de TLR4, facilitada por CD14, pode ativar
fatores de transcrição que levam à produção elevada de citocinas inflamatórias e quimiocinas
que proporcionam pior desfecho aos casos de infecção grave aos pacientes do sexo masculino
(PÅLSSON-MCDERMOTT; O'NEILL, 2004; AKIRA; UEMATSU; TAKEUCHI, 2006).
40

Em um outro estudo, a porcentagem de linfócitos T na população total de linfócitos em


homens foi menor em comparação com as mulheres (BOUMAN et al., 2004), e nenhuma
diferença foi encontrada na relação Th/Tc entre homens e mulheres (GILTAY et al., 2000). A
diminuição da contagem de linfócitos T em homens em comparação com mulheres pode ser
devido ao aumento das concentrações de testosterona, uma vez que a testosterona pode
aumentar a apoptose de células T (MCMURRAY et al., 2001). Nos homens, a contagem
diminuída de linfócitos T em comparação com as mulheres pode desempenhar um papel nas
diferenças nas respostas imunológicas entre os sexos. Além disso, as evidências apontam para
um papel dos estrogênios e testosterona na resposta de células B e produção de
anticorpos; enquanto o estrogênio aumenta, a testosterona diminui a produção de anticorpos
(KISSICK et al., 2014). Os anticorpos são moléculas de glicoproteínas, imunoglobulinas, com
função de reconhecer, neutralizar e marcar (opsonizar) antígenos como vírus e bactérias para
que eles sejam eliminados ou fagocitados pelos macrófagos. Esses anticorpos são chamados
de imunoglobulinas e são produzidos pelos linfócitos B, em resposta a um antígeno (THAO
DOAN et al., 2008).
In vitro, a testosterona inibe a produção de imunoglobulinas do tipo IgG e IgM por
células mononucleares do sangue periférico (PBMCs) (KANDA; TSUCHIDA; TAMAKI,
1997; KISSICK et al., 2014). Assim os esteroides sexuais masculinos são imunodepressivos
e diminuem a atividade da resposta imune tanto do tipo celular, quanto humoral, aumentando
a susceptibilidade a infecções (ANGELE et al., 2014) e colonização por S. aureus (OLSEN et
al., 2012; SOLLID et al., 2014). Homens têm maior risco de desenvolver sepse, dificuldade
respiratória aguda e falência de múltiplos órgãos após choque hemorrágico traumático de
tecidos moles e lesão térmica, em parte devido à supressão imunológica e ativação anormal
de neutrófilos (SHETH et al., 2011). Folstad e Karter (2013) relacionaram a carga de parasitas,
a capacidade de resposta imune e os hormônios sexuais em homens e observaram que os
encargos parasitários e as respostas imunes baixas eram resultado de efeitos
imunossupressores do hormônio androgênico testosterona sobre células do sistema imune.
Os níveis reduzidos de testosterona também induzem aumento de células NK (PAGE
et al., 2006). Células NK apresentam habilidade em destruir células infectadas e
consequentemente promove a defesa do organismo (THAO DOAN et al., 2008). A
testosterona e/ou seus metabolitos podem suprimir a proliferação de células NK em homens
saudáveis (PAGE et al., 2006) e alterar as respostas imunes induzidas pelo tipo celular Th17
41

(HEPWORTH; HARDMAN; GRENCIS, 2010; KISSICK et al., 2014). Células Th17


(promovem diferenciação neutrofílica) são consideradas linhagens de células TCD4+
produtoras de IL-17. Muitos membros da família IL-17 são considerados importantes
mediadores envolvidos na inflamação. Esta citocina regula a resposta pró-inflamatória
desencadeando uma série de outras citocinas inflamatórias (IL-1β, IL-6 e TNF), que
amplificam a resposta inflamatória e modificam a expressão de TLR4 (WEAVER et al., 2007).
O TLR4 é um receptor do tipo Toll, que detecta LPS de bactérias gram-negativas e
é importante na ativação da resposta imune inata e defesa contra micro-organismos
(RETTEW; HUET-HUDSON; MARRIOTT, 2008; RETTEW; HUET; MARRIOTT, 2009).
A redução da expressão do TLR4 pela testosterona diminui a ação da fagocitose e defesa
antimicrobiana, o que aumenta os mecanismos de resposta imune à infecção em homens. Em
um estudo in vivo a abordagem em murinos demonstrou que camundongos machos
orquiectomizados exibem expressão de TLR4 na superfície celular significativamente
aumentada, em comparação com camundongos machos não orquiectomizados (RETTEW;
HUET-HUDSON; MARRIOTT, 2008). Além disso, os receptores TLR 3, 7 e 9 são mais
expressos em fêmeas e os receptores TLR2 e TLR4 são mais expressos em machos (TANEJA,
2018).
Estudos em humanos e murinos também mostraram, por outro lado, um efeito anti-
inflamatório geral da testosterona, que pode contribuir para a redução da resposta imune à
infecção e inclusive a vacinação em homens. A 5-lipoxigenase (5-LO) é uma enzima chave
envolvida na síntese de leucotrienos, mediadores pró-inflamatórios com potentes propriedades
vasoconstritoras e quimioatraentes (PERGOLA et al., 2011). Em um estudo por Pergola e
colaboradores (2011), os monócitos humanos derivados de mulheres teveram uma formação
de produto 5-LO maior (1,8 vezes) do que os monócitos derivados de homens e
a estimulação in vitro de monócitos derivados de mulheres com o metabólito de testosterona
(DHT) (10 nM) suprimiu a síntese de 5-LO. Em monócitos humanos derivados do sexo
masculino, a exposição in vitro à DHT, reduziu a produção de TNF-α induzida pela
vacina contra o Bacillus Calmette-Guérin (BCG) (concentração de 100 pmol/ml) e reduziu a
produção de IL-6 induzida pela BCG (concentrações de 10 e 100 pmol/ml). Este efeito não
foi observado em monócitos humanos derivados de fêmeas (DE BREE et al., 2018). Quando
camundongos machos orquiectomizados receberam tratamento com testosterona exógena, o
aumento significativo na expressão de superfície de TLR4 não foi observado e a
42

suscetibilidade aumentada ao choque de endotoxina foi abolida (RETTEW; HUET-


HUDSON; MARRIOTT, 2008). Juntos, esses estudos de células imunes humanas in vitro e
estudos em murinos indicam um efeito imunomodulador dos andrógenos no sistema imune.
Em mulheres na menopausa, a produção de estradiol nos ovários cessa e apenas
níveis basais de progesterona são sintetizados pelas glândulas suprarrenais (BERNIN;
LOTTER, 2014). Nesse caso, a menopausa tem um impacto direto no sistema
imunológico feminino, pois mulheres na pós-menopausa apresentam um número reduzido
de linfócitos totais, principalmente linfócitos B e T CD4+ (GIGLIO et al., 1994), o que
parecem perder sua “vantagem imunológica” após a menopausa (MEDEIROS;
MAITELLI; NINCE, 2007). Outra hipótese para essa vantagem feminina é que as
mulheres carregam dois cromossomos X, sendo que o cromossomo X expressa vários
genes implicados em processos imunológicos, como receptores Toll-like, múltiplos
receptores de citocinas, genes envolvidos na atividade de células T e B e fatores
regulatórios de transcrição e tradução (KLEIN; FLANAGAN, 2016), enquanto que, por
sua vez, o cromossomo Y codifica uma série de genes da via inflamatória, que são
expressos exclusivamente em homens (FLANAGAN, 2014). O cromossomo X codifica
aproximadamente 1.100 genes, a maioria dos quais são distintos dos menos de 100 genes
que são expressos no cromossomo Y (FISH, 2008). O cromossomo X humano contém
genes relacionados à imunidade, como a cadeia γ do receptor de IL-2, e as cadeias α dos
receptores de IL-3 e IL-13, TLR7, TLR8, GATA1, IRAK1, CD40 ligante e FOXP3
(FISH, 2008).

2.4 Testosterona e a resposta fisiológica/imunomoduladora

A testosterona classifica-se como um hormônio esteroide sexual masculino,


produzido nos testículos. A formação da testosterona ocorre nas células intersticiais de
Leyding, situadas nos interstícios, entre os túbulos seminíferos. Em seguida, com uma ação
parácrina, se difunde para dentro dos túbulos seminíferos. As células de Leydig também
produzem outros andrógenos, como androstenediona, 5-androstenodiol, dihidrotestosterona,
e estradiol em menores quantidades. A testosterona também pode ser convertida nos tecidos
periféricos a partir da androstenediona sintetizada pelas gônadas e pela glândula adrenal. A
43

concentração de testosterona nos testículos de humanos é de 340-2000 nM, cerca de 25 a 125


vezes maior que a concentração encontrada no plasma, que é de 8,7-35nM (WALKER, 2008).
Após a secreção da testosterona pelos testículos, o hormônio circula na corrente
sanguínea, convertendo-se em dihidrotestosterona (DHT) ou 5α-dihidrotestosterona (5α-
DHT) dentro das células da próstata, vesículas seminais, epidídimos, pele, folículos pilosos,
fígado e cérebro pela enzima 5α-redutase (FRINK et al., 2007), pela redução da ligação dupla
delta-4,5 da testosterona (FLORES et al., 2003). O DHT é considerado o andrógeno ativo na
próstata e resulta na amplificação do sinal de andrógeno mais potente como agonista do
receptor androgênico (AR) (WRIGHT et al., 1996), ou então degradada, sobretudo pelo
fígado, e excretada para o intestino pela bile hepática, ou na urina pelos rins (GUYTON, 2006;
WALKER, 2010).
O controle das funções sexuais tem início com a secreção do hormônio e ação da
gonadotropina (GnRH) pelo hipotálamo, que por sua vez, estimula outros dois hormônios
provenientes da glândula hipófise anterior, como o hormônio luteinizante (LH) que é o
estimulo primário para a secreção de testosterona pelos testículos e o folículo estimulante
(FSH), responsável pelo estimulo da espermatogênese (COUNIS et al., 2005). A quantidade
de testosterona aumenta aproximadamente em proporção direta com a liberação de LH
disponível, tendo a testosterona o efeito retroativo de parar a secreção de LH, acontecendo
uma inibição mútua e um controle de feedback negativo da secreção de testosterona (OJEDA
et al., 2006).
A testosterona possui efeitos sobre o leito vascular, através da redução do perfil
inflamatório, através da modulação dos canais de cálcio e da liberação de óxido nítrico,
favorecendo assim a função endotelial e melhora do limiar de isquemia em pacientes com
doença arterial coronariana. Reduções nas concentrações de testosterona total (<300ng/dL)
estão relacionadas com maior mortalidade e severidade das doenças do coração (PEIXOTO
et al., 2019). Esse hormônio também é responsável pelas características do gênero masculino
desenvolvimento das características sexuais primárias como o pênis, escroto e testículos, e
pelas características sexuais secundárias como desenvolvimento de acne devido a um aumento
da espessura da pele; desenvolvimento da musculatura após a puberdade; crescimento ósseo
e retenção de cálcio; aumento do metabolismo basal até 15%; aumento das hemácias por
milímetro cúbico de sangue; efeito sobre o equilíbrio hídrico e eletrolítico, por fim, sabe-se
que exerce efeitos sobre o sistema imune, incluindo maturação e seleção de timócitos, trânsito
44

celular, proliferação de linfócitos, expressão de histocompatibilidade de classe II e produção


de citocinas (DA SILVA, 1999).
A testosterona age principalmente por meio da sinalização do AR, com seu derivado
DHT sendo um agonista mais potente desse hormônio. O AR é codificado pelo gene AR no
cromossomo X e quando não está ligado a um ligante de andrógeno, o AR reside no citoplasma
ligado por proteínas de choque térmico (HSPs) e proteínas chaperonas. Após a interação com
um ligante de andrógeno (como testosterona ou DHT), o AR é liberado das HSPs e proteínas
chaperonas. O AR ligado ao seu ligante se transloca para o núcleo. No núcleo, o AR ligado
ao ligante se liga a elementos de resposta a andrógenos (AREs) e modula a expressão gênica
de genes-alvo, facilitada por coativadores e corepressores (DAVEY; GROSSMANN,
2016). O AR demonstrou ser expresso em várias células imunes em modelos humanos e
murinos (GUBBELS BUPP; JORGENSEN, 2018), incluindo células do sistema imune inato
e adaptativo, como monócitos e MΦ incluindo células NK, neutrófilos, mastócitos, células T
e células B (LAI et al., 2012). Estudos mais antigos demonstraram um receptor de testosterona
de membrana no linfócito, que não é idêntico ao receptor de testosterona intracelular clássico
(BENTEN et al., 1999). Em linfócitos B, os hormônios expressam o receptor de andrógeno
intracelular (BENTEN; STEPHAN, WUNDERLICH, 2002). Na literatura, foi encontrado um
estudo relatando a existência de expressão de receptor de andrógeno em MΦ também de
murinos (BEBO et al., 1999). Nesse sentido, a ação dos hormônios sexuais ocorre por vias
diferentes ao receptor AR, como apresentado na figura 4.
45

Figura 4: Ação dos hormônios sexuais por vias diferentes, uma resposta através do receptor de hormônios no
núcleo ou pelo receptor de hormônios na membrana da célula. Fonte: Adaptado de Shepherd e colaboradores
2021. Resposta nuclear com a sensibilização de enzimas e proteínas que levam a ativação ou a inibição de fatores
de transcrição epigenéticos, promovendo uma resposta celular. Resposta celular através da sinalização
PI3K/AKT/MAPK promove a resposta celular ou a ativação de fatores de transcrição no núcleo.

Os efeitos dos hormônios esteróides sobre a produção de citocinas são mediados pelo
NF-kB. Este é um fator de transcrição induzível que regula positivamente a expressão de
genes pró-imunes e pró-inflamatórios (MCKAY; CIDLOWSKI, 1999). Quando os hormônios
androgênicos das células de Leydig nos testículos, próstata e adrenais ligam-se aos
receptores AR implicam, portanto, no envolvimento do andrógeno e seu receptor na regulação
do desenvolvimento e função de células do sistema imunológico. Na imunidade inata, a
interação é necessária para a geração e função adequada dos neutrófilos, processos de
cicatrização de feridas por meio do recrutamento de MΦ e da produção de citocinas pró-
inflamatórias. Na imunidade adaptativa, o andrógeno/AR exerce efeitos supressivos no
desenvolvimento e ativação das células T e B (LAI et al., 2012).
Na membrana celular, o hormônio pode atuar também por outras vias, quando este
se liga ao seu receptor, desencadeia uma resposta a nível celular, envolvendo a sensibilização
de proteínas e enzimas que promove a transcrição de fatores no núcleo da célula. Nesse caso,
o hormônio pode agir por vias através do receptor nuclear e celular, mas também pode atuar
46

diretamente em células locais específicas de ligação a membrana (SMBS). A testosterna,


particularmente exógena, pode agir por uma ação não genômica via SMBS, cuja atividade não
é pelo AR clássico, mas através da ativação de cinases de membrana pelas vias ERK, PK,
resultando em uma série de atividades biológicas dependente dessa via, incluindo também a
expressão de genes como NF-KB, RelA (p65), caspase -3, serina treonins quinase (Akt),
quinase regulada por sinal extracelular (ERK), Bcl-2 e Bcl-xL e proteína quinases (pk), como
mostra a figura 5 (criado pelo prório autor e adaptado segundo Xiao e colaboradores (2015) e
Shepherd e colaboradores (2021).

Figura 5: A testosterona pode agir por uma ação não genômica via SMBS, cuja atividade não é pelo AR clássico,
mas através da ativação de cinases de membrana pelas vias ERK, PK, resultando em uma série de atividades
biológicas dependente dessa via, incluindo também a expressão de genes como NF-KB, RelA (p65), caspase -3,
serina treonins quinase (Akt), quinase regulada por sinal extracelular (ERK), Bcl-2 e Bcl-xL e proteína quinases
(pk). Fonte: criado pelo próprio autor e adaptado pelas informações de XIAO et al., 2015; SHEPHERD et al.,
2021.

Uma atividade importante dos andrógenos no sistema imune é sobre a via oxidativa
do NADPH oxidase. Os esteroides sexuais apresentam uma influência nesse via oxidativa,
inibindo a atividade do NADPH oxidase e consequentemente inibindo compostos como
47

nitratos, nitritos e a produção das espécies reativas (ADLER et al., 2012), como representado
na figura 6.

NF-KB

Inibe as
espécies
reativas

Figura 6: Atividade dos hormônios sexuais na via oxidativa. Fonte: Adaptado de Adler e colaboradores 2012.
Resposta dos andrógenos na via do NADPH oxidase, com uma resposta inibitória sobre as espécies reativas de
oxigênio e danos oxidativos sobre as células.

Um estudo obteve o resultado de que o hormônio DHT inibiu os efeitos de H2O2


contra células embrionárias murinas, protegendo as células contra lesões e apoptose (LEE,
2008). Outros autores descreveram que a testosterona exógena foi capaz de proteger miócitos
cardíacos de lesão e apoptose em um meio com H2O2 (XIAO et al., 2015). O DHT está
envolvido na expressão de Óxido nítrico sintase induzida (iNOS) e na formação do Óxido
Nítrico (NO). Sabe-se que o NO pode estar envolvido na biossíntese e secreção de hormônios
esteroides no sistema reprodutor masculino (WELCH et al., 1995). Além disso, o NO é capaz
de inibir a síntese de testosterona pelas células de Leydig (TATSUMI et al., 1997;
48

WEISSMAN et al., 2005), e o NO pode modular a esteroidogênese em células epiteliais do


epidídimo (WISZNIEWSKA, 2001; WISZNIEWSKA, 2002). Há muitos anos, estudos
relatam a influência dos hormônios sexuais em vários locais-alvo não clássicos, como órgãos
linfoides não-timímicos, o sistema nervoso central, o sistema esquelético e o sistema
macrófago-macrócito (ANSAR AHMED; PENHALE; TALAL, 1985; GROSSMAN, 1985).
É evidente também que a testosterona, o principal hormônio sexual masculino, apresente
propriedades imunomoduladoras (NEYROLLES; QUINTANA-MURCI, 2009; KISSICK et
al., 2014). Por esta propriedade imunomoduladora dos andrógenos, avaliamos a influencia do
hormônio sexual masculino, o DHT, o metabólito mais ativo da testosterona, na resposta
imunológica induzida por S.aureus. Esse estudo é importante para o conhecimento científico
e ampliação de novas abordagens terapêuticas dentro da área.
49

3 OBJETIVO

3.1 Objetivo geral

Avaliar o efeito do hormônio 5α-Dihidrotestosterona (DHT) sobre a resposta de


macrófagos peritoneais murinos (MPMs) e monócitos humanos do sangue periférico (hPMs)
na resposta imunológica induzida por Staphylococcus aureus.

3.2 Objetivos específicos

 Avaliar a produção de citocinas (TNF-α, IL1α, Il-6, IL-8, IL-10) em MPMs, de


camundongos fêmeas, machos cirurgia simulada (Sham) e machos com orquietomia
(OQX), inoculadas por S. aureus ou salina estéril;

 Avaliar a dosagem de nitritos totais e peróxido de hidrogênio (H2O2) em MPMs, de


fêmeas, machos Sham e OQX, inoculadas por S. aureus ou salina estéril;

 Analisar a expressão gênica do receptor toll-like 2 (TLR2) e do fator de transcrição


kappa B (NF-κB) em MPMs, de fêmeas, machos Sham e OQX, inoculadas por S.
aureus ou salina estéril;

 Comparar a resposta de citocinas (TNF-α, IL1β, Il-6, IL-8, IL-10), a dosagem de


nitritos totais e H2O2 em MPMs de machos OQX e fêmeas tratados com DHT e
inoculadas com S. aureus;

 Comparar a expressão de TLR2 e NF-κB de MPMs de machos OQX e fêmeas tratados


com DHT e inoculadas com S. aureus;

 Analisar a resposta de citocinas (TNF-α, IL1β, Il-6, IL-10, IL-12, GM-CSF) e a


dosagem de nitritos totais, H2O2 de hPMs de homens e mulheres, no período fértil do
ciclo menstrual, inoculadas com S. aureus ou salina estéril;
50

 Comparar a resposta de citocinas (TNF-α, IL1, Il-6, IL-10, IL-12, GM-CSF) e a


dosagem de nitritos totais e H2O2 em hPMs de mulheres, no período fértil do ciclo
menstrual, tratados com DHT e inoculadas com S. aureus;

 Avaliar a produção de 84 genes envolvidos na resposta do hospedeiro associada à


infecção bacteriana por hPMs, de homens e mulheres, no período fértil do ciclo
menstrual, inoculadas com S. aureus ou salina estéril;

 Comparar a resposta do DHT na produção de 84 genes envolvidos na resposta do


hospedeiro associada à infecção bacteriana por hPMs, de mulheres, no período fértil
do ciclo menstrual, tratados com DHT e inoculadas com S. aureus, em comparação
aos hPMs de mulheres.
51

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Staphylococcus aureus

A cepa utilizada nos modelos foi a cepa de Staphylococcus aureus resistente a


meticilina (MRSA), proveniente do laboratório de microbiologia da Universidade Federal da
Bahia, Campos Anísio Teixeira em Vitória da Conquista- Ba, a mesma utilizada em outros
trabalhos anteriores (DE CARVALHO, 2019; DE ALMEIDA et al., 2020), provenientes de
esfregaços nasais de crianças atendidas em creches do município. Foi usado BHI (Brain Heart
Infusion) e ágar sal manitol para ativar, cultivar e subcultivar cepas de S. aureus para posterior
inoculação em cultura de células em MPMs e hPMs. Além disso, coloração de Gram, teste de
catalase, teste de coagulase e PCR (gene nuc) foram realizados para confirmar a identidade e
pureza da cepa bacteriana. O inóculo de S. aureus foi obtido por suspensão direta, removendo
3 a 5 colônias (mesmo tipo morfológico) das placas contendo a cepa de referência. Em
seguida, as colônias foram transferidas para tubos contendo solução salina estéril, agitadas em
vórtice e analisadas em espectrofotômetro para obtenção dos seguintes parâmetros: 0,135Abs
(660 nm), equivalente a 1-5 x 108 UFC (Unidades Formadoras de Colônias) (DE OLIVEIRA
et al., 2015).

4.2 Experimentos com camundongos

4.2.1 Aspectos legais

Todos os experimentos com camundongos foram conduzidos de acordo com os


princípios internacionalmente aceitos para o uso e cuidados de animais de laboratório,
conforme estabelecido na resolução do parlamento europeu sobre a diretiva 86/609/CEE
relativa à proteção dos animais utilizados para fins experimentais e outros fins científicos e
executados após aprovação do Comitê de Ética no Uso de Animais (CEUA) do Instituto
Multidisciplinar em Saúde da Universidade Federal da Bahia (IMS/UFBA), sob protocolo nº
059/2018 (ANEXO A).
52

4.2.2 Animais

Foram utilizados seis camundongos machos e três fêmeas Specific pathogen free (SPF)
da linhagem Balb/C com idades entre seis e oito semanas. Os camundongos foram obtidos do
Centro Multidisciplinar de Pesquisa Biológica na Área de Ciência do Laboratório de Animais
da Universidade Estadual de Campinas (CEMIB/UNICAMP-SP) e foram mantidos sob
condições controladas de luz (luz das 7h às 19h) e temperatura (23 ± 3 ° C), com livre acesso
a água e ração no biotério para camundongos do Instituto Multidisciplinar em Saúde da
Universidade Federal da Bahia (IMS/UFBA).

4.2.3 Orquiectomia e cirurgia Sham

A fim de diminuir significativamente os níveis de hormônios sexuais nos machos, os


animais foram submetidos à cirurgia de remoção das gônadas (Orquiectomia), sendo nesse
caso animais Orquiectomizados (OQX). Após o início da anestesia, a orquiectomia ou cirurgia
simulada (Sham) foi realizada por uma abordagem transescrotal. Foi realizada uma incisão de
1 cm na linha média do escroto, por meio da qual os testículos e o epidídimo foram expostos
e removidos. Após a ressecção de ambos os testículos, a incisão foi suturada. Em
camundongos Sham, os testículos foram visualizados, mas não removidos (SOPHOCLEOUS;
IDRIS, 2019). A cirurgia simulada (Sham) foi realizada para ser o controle (DE SOUZA et
al., 2021). Os animais foram anestesiados com quetamina e xilazina nas doses de 5mg/kg e
50mg/kg, respectivamente. Após a cirurgia, os animais receberam tratamento profilático com
antibiótico enrofloxacina a 2,5% em uma dose única de 2,5mg/kg (DE OLIVEIRA et al.,
2015). Os animais OQX permaneceram em observação durante 14 dias para a redução dos
níveis de testosterona provenientes das gônadas. Depois desse período foi induzido o
recrutamento de macrófagos na cavidade peritoneal, com o tioglicolato a 2%, em machos
OQX e Sham, como apresenta a figura 7.
53

Figura 7: Animais foram anestesiados, realizado a cirurgia Sham e Orquiectomia, permaneceram 14 dias em
observação para a total supressão dos hormônios sexuais pelas gônadas, após esse período, os animais receberam
o tioglicolato no peritônio (período de 72h).

4.2.4 Fêmeas

As fêmeas foram acompanhadas em seu ciclo estral através do lavado vaginal, cuja
visualização em lâmina foi através da leitura em microscópio óptico. Quando as fêmeas
estavam na fase do ciclo estral DIESTRO, os macrófagos intraperitoneais foram estimulados
e após 72 horas foi confirmado a fase do ciclo estral PROESTRO, como mostra a imagem 8,
fase do ciclo de maiores níveis de estradiol. Não foi realizado nenhuma cirurgia
(ovariectomia) com as fêmeas. Utilizamos as fêmeas apenas para avaliar a influência do sexo
na resposta imunológica dos MΦ ao S. aureus.

Figura 8: As fêmeas foram acompanhadas em seu ciclo estral através do lavado vaginal, cuja visualização e
análise foram feitas com o auxílio do microscópio óptico. Quando as fêmeas estavam na fase do ciclo estral
diestro, foi aplicado o tioglicolato no peritônio.
54

4.2.5 Isolamento de Macrófagos Peritoneais Murinos (MPMs) machos e fêmeas

Para induzir o recrutamento de macrófagos para a cavidade peritoneal, 2mL de meio


de tioglicolato (3%) foi injetado na cavidade peritoneal de camundongos OQX (n = 3), Sham
(n = 3) e fêmeas (n=3), com a finalidade de aumentar a migração de monócitos para o
peritônio, portanto, aumentando o rendimento dos macrófagos. Os macrófagos peritoneais
mostraram-se mais maduros após o isolamento e são mais estáveis em sua funcionalidade e
fenótipo (LAYOUN; SAMBA; SANTOS, 2015). Após três dias, os animais foram
eutanasiados por decapitação. As células foram isoladas do lavado peritoneal e cultivadas com
meio RPMI 1640 (Gibco™) suplementado com soro fetal bovino (SFB) a 10% (Sigma
Aldrich) e ciprofloxacina (20µg/mL) (Sigma Aldrich). A suspensão de MPMs (2x105 / mL)
foi semeada em placas de 24 poços (SOUZA et al., 2020), como mostra a figura 9.
55

Figura 9: A suspensão de MPM foi semeada em placas de 24 poços, em grupos de células dos machos Sham,
OQX e fêmeas (controle, infectado e tratamento). Fonte: criado pelo próprio autor no BioRender.com
56

4.2.6 Inoculação em MPMs com S. aureus ou solução salina estéril e o tratamento com
DHT

MPMs de camundongos machos Sham, OQX e fêmeas foram cultivadas com 10μL do
inóculo de S. aureus (1-5 x 108 UFC), por 6h em 5% de CO2 95% de ar umidificado a 37ºC
(SOUZA et al., 2020). Parte dessas células foram pré-tratadas com 100μL de 5α- DHT (10-2
M) por 24h a 37ºC, antes da estimulação com S. aureus ou 10μL de solução salina estéril. Os
MPMs dos machos e fêmeas foram divididas nos seguintes grupos: Células com solução de
Salina (controle) (6h); Células com S. aureus (6h) e Células pré-tratadas com o DHT (24h) e
depois infectadas por S. aureus (6h). Usamos o DHT (em oposição à testosterona) porque é o
andrógeno ativo que não é convertido em 17-β estradiol (E2) (DURRANI et al., 2012). A
concentração do tratamento com o DHT foi de acordo com as instruções do fabricante (Sigma
Aldrich Brasil LTDA-5α- Dihydrotestosterone- D3 (16, 16, 17- D3) Solution) e confirmado
através de um estudo piloto. O tempo usado (24h) foi semelhante a outros trabalhos em cultura
de células de macrófagos, com o tratamento usando a testosterona in vitro (RETTEW; HUET-
HUDSON; MARRIOTT, 2008; XIAO et al., 2015).

4.2.6.1 Dosagem de citocinas

As citocinas TNF-α, IL-1α IL-6, IL-8 e IL-10 foram dosadas no sobrenadante da


cultura, por meio da técnica de ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay), utilizando
kits comerciais ProcartaPlex™ Simplex Kit Invitrogen (Thermo Fisher, São Paulo, Brasil). O
ensaio foi realizado seguindo as instruções do fabricante e os níveis de citocinas foram
demonstrados em valores absolutos (pg/mL). Todos os grupos foram analisados em
quadruplicata.

4.2.6.2 Concentração de nitritos totais

Devido ao fato que o óxido nítrico ser um gás de difícil detecção, a sua produção
indireta por macrófagos foi realizada através da reação de Griess (GREEN et al., 1982). Em
uma placa de 96 poços, uma alíquota do sobrenadante da cultura de células (50μL) reagiu com
50μL de solução reagente de Griess a 0,1% (Dicloridrato de N-(1-naftil)-etilenodiamina-
57

NEED) diluído em água destilada, incubada por 10 min sem luz direta e 50μL de solução de
e-sulfanilamida a 1% (Sigma, São Paulo, Brasil) diluída em ácido fosfórico a 5% (Merck SA,
Rio de Janeiro, Brasil) novamente incubada por 10 min sem luz direta. Finalmente, todos os
grupos foram analisados em níveis triplicados de NO-2 medidos na absorbância (550 nm) em
um espectrofotômetro. Os valores de absorbância encontrados foram interpolados à curva
padrão de nitrito (1.65–100 μM). Todos os grupos foram analisados em triplicatas.

4.2.6.3 Dosagem de peróxido de hidrogênio

Para dosagem de peróxido de hidrogênio (H2O2) foi adicionado em uma placa de 96


poços uma alíquota do sobrenadante da cultura celular e a reação ocorreu com quantificação
com curva padrão seguindo as instruções do fabricante do kit Amplex® Red Hydrogen
Peroxide/Peroxidase (Initrogen). Finalmente, todos os grupos foram analisados em níveis
triplicados medidos na absorbância (560 nm) em um espectrofotômetro (DAS NEVES SELIS
et al., 2021).

4.2.6.4 Expressão gênica de receptores e fator de transcrição por RT- qPCR

Com o auxílio da tripsina as células foram desaderidas dos poços de cultura e


armazenadas no -80ºC para a análise da expressão de genes. Foi realizado a expressão gênica
relativa de Toll-Like-2 (TLR2) e a expressão do Fator nuclear kappa B (NF-κB). A expressão
gênica foi realizada através da técnica de RT - qPCR array. O ensaio de expressão gênica
SYBR ® PCR Master Mix (Applied Biosystems™) foi realizado em placas com genes-alvos
NF-κb e TLR2. A amplificação foi feita pelo termociclador StepOnePlus, com os seguintes
ciclos: 50 °C por 10 minutos, 95 °C por 10 minutos, 45 ciclos de 95 °C por 15 segundos e 60
°C por 1 minuto. Os dados foram analisados pelo método comparativo (2ΔΔCt) e a
normalização foi realizada com base na expressão do gene de GAPDH de acordo com as
orientações do fabricante do kit.
58

4.3 Experimentos com Seres Humanos

4.3.1 Aspectos éticos e legais

Por se tratar de uma pesquisa que envolveu seres humanos atendeu às exigências éticas
obedecendo às diretrizes da presente Resolução 466/12. O estudo foi desenvolvido no
Laboratório de Microbiologia e Imunologia do IMS/UFBA após aprovação da Comitê de
Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEP) da mesma instituição (CAAE:
95158218.3.0000.5556) (ANEXO B). Todos os procedimentos foram iniciados somente após
aprovação por este e após assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE)
(APÊNDICE A) em duas vias, ficando uma com o participante da pesquisa e outra arquivada
pela pesquisadora.

4.3.2 Seleção dos sujeitos da pesquisa

As coletas foram realizadas entre os meses de maio de 2019 e março de 2020 dentro
do laboratório de análises clínicas da Universidade Federal da Bahia, Campos Anísio Teixeira.
Como critérios de inclusão foram aceitos indivíduos em um bom estado de saúde, jovens, sem
uso de antibióticos, antifúngicos ou anti-inflamatórios nos últimos 90 dias, mulheres que
estavam em idade fértil, em período fértil do ciclo menstrual e apresentavam ciclo menstrual
regular. Como critérios de exclusão: mulheres que faziam uso de contraceptivos hormonais,
que amamentavam, grávidas e puérperas, que não estavam no período fértil do ciclo
menstrual, indivíduos homens e mulheres em uso de álcool ou tabagismo, que tenham
praticado atividades físicas dentro das 24 horas antes da coleta de sangue, jovens portadores
do vírus HIV, diagnosticados para infecções e outras doenças inflamatórias, que declare
diabetes, cardiopatias, doenças psiquiátricas, câncer, doença renal e ainda que apresente sinais
e sintomas clínicos como: febre, dor de garganta, erupções na pele, ou um quadro de alergia
ou gripe. Após os critérios de inclusão e exclusão foram obtidas amostras de sangue periférico
de 9 mulheres e 9 homens com a idade entre 18 e 25 anos. O objetivo do estudo foi apresentado
de forma sucinta e com linguagem simples. Em seguida, os voluntários foram convidados a
participar da pesquisa, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
(APENDICE A). Os voluntários foram avaliados previamente em uma consulta de triagem
59

em que foi aplicado um questionário com o objetivo de averiguar os critérios de inclusão e


exclusão. No questionário foi perguntado data de nascimento, sexo, histórico clínico e hábitos
como álcool ou tabagismo e uso de medicações. O questionário foi respondido pelo voluntário
(a), individualmente. A pesquisadora esteve presente durante a aplicação dos questionários
para esclarecimento de dúvidas. Para os voluntários que por ventura se enquadraram nos
critérios de exclusão da pesquisa foi liberado imediatamente e esclarecido o(s) motivo(s) da
descontinuidade da participação.

4.3.3 Coleta de sangue periférico dos sujeitos da pesquisa

Para realização do procedimento com os sujeitos da pesquisa, a agulha estéril (25 x 0,8
mm/ 21G) foi rosqueada no adaptador (canhão), sem remover a capa protetora da agulha. Em
sequência, o garrote foi ajustado no braço do (a) voluntário (a), a veia escolhida e realizado
antissepsia do local da coleta com algodão umedecido em álcool 70% e, após remover a capa
protetora da agulha, a punção foi realizada. Para a coleta do sangue, um tubo contendo EDTA
foi introduzido no adaptador e assim que o sangue começou a fluir no tubo, o garrote foi solto.
Quando a quantidade de sangue necessária foi atingida (20mL), a agulha foi retirada
delicadamente e, a fim de evitar o extravasamento sanguíneo e formação de hematomas, o (a)
voluntário (a) foi orientado (a) a pressionar com algodão a parte puncionada, mantendo o
braço estendido, sem dobrá-lo por alguns minutos. Uma vez estancado o sangramento, foi
colocado um adesivo no local da punção. A agulha foi descartada em um recipiente estanque,
rígido, com tampa e identificado (tipo descarpack). O algodão foi descartado em saco branco
leitoso devidamente identificado como infectante. Todas as coletas foram realizadas por
profissionais habilitados utilizando-se de material estéril e equipamento de proteção
individual (EPI). A técnica foi de acordo com as orientações do ministério da saúde
(FERREIRA et al., 2001).
As amostras obtidas foram acondicionadas em suporte plástico para tubos de ensaio e
armazenados e transportados para o Laboratório de Microbiologia e Imunologia da
Universidade Federal da Bahia em caixas isotérmicas (4ºC). Parte das amostras de sangue
foram devidamente identificadas e encaminhadas para um laboratório particular de Vitória da
Conquista/BA para realização de dosagem dos níveis hormonais: testosterona, 17β-estradiol,
progesterona, hormônio folículo-estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH) e exames
60

para avaliação do estado de saúde geral: dosagem de glicemia; colesterol total e frações;
transaminase glutâmico-oxalacética (TGO); transaminase glutâmico-pirúvica (TGP); e
hemograma completo. Em caso de alteração negativa do estado geral de saúde dos voluntários
as amostras armazenadas nos laboratórios Universidade Federal da Bahia foram descartadas
seguindo o protocolo de descarte de materiais biológico do Instituto Multidisciplinar em
Saúde – UFBA. Todos os voluntários receberam os resultados de exames laboratoriais e
aqueles indivíduos que apresentaram alguma alteração nos exames bioquímicos ou hormonais
foram informados da exclusão na pesquisa. No caso das mulheres, as datas das coletas foram
estipuladas de acordo as informações coletadas sobre o ciclo menstrual, quando as mulheres
estavam em seu perído fértil, apresentando maiores níveis de estrógeno. Coletamos Todas as
amostras de sangue foram mantidas entre 6 e 10 º C e destinadas a isolamento de macrófagos
humanos em até duas horas após a coleta.

4.3.3.1 Isolamento de Macrófagos derivados de monócitos humanos (hPMs)

As células mononucleares do sangue periférico (PBMC) foram extraídas do sangue


usando Ficoll, um polissacarídeo hidrofílico que separa as camadas do sangue. Uma vez
obtidos os PBMC, foi possível separar macrófagos de linfócitos por técnicas baseadas em
diferentes propriedades dos macrófagos, como seu tamanho único e densidade comparados
aos linfócitos, além da habilidade de aderir ao vidro ou plástico. Devido ao risco de
contaminação linfocitária foi utilizado Percoll, um gradiente percossolar, hiperosmolar
(densidade=1.064g/ml). O sangue periférico foi misturado com PBS em uma proporção 1:1.
Os PBMCs foram separados por centrifugação em coluna de Ficoll (400g durante 20min),
lavados e centrifugados com PBS 1x por duas vezes (100g durante 10 minutos).
Posteriormente, PBMC foram separados em uma solução por centrifugação em coluna de
Percall (400g durante 35min) e ressuspendidos em meio RPMI 1640 contendo 10% de soro
bovino fetal, 2Mm glutamina, 10 HEPES e 20μL/mL de ciprofloxacina. Após a avaliação da
viabilidade e confluência adequada (2x105/mL), as células foram alocadas em placas de 24
poços de poliestireno e mantidas em estufa por 24 horas a 37°C com 5% de CO2 antes da
inoculação com S. aureus (CAMPESI et al., 2012). Este procedimento permitiu obter uma
população homogênea de hPMs, que se apresentaram como células aderentes.
61

4.3.3.2 Inoculação com S. aureus ou solução salina estéril e tratamento com DHT em hPMs

Os hPMs foram cultivadas com 10μL do inóculo de S. aureus (1-5 x 108 UFC), por 6h
em 5% de CO2 95% de ar umidificado a 37ºC (SOUZA et al., 2020). Parte das células em
triplicata foram pré-tratadas com 100μL de 5α- DHT (10-2 M) por 24h a 37ºC, antes da
estimulação com S. aureus ou com 10μL de solução salina estéril. Os hPMs foram divididas
em grupos: Células de homens e mulheres com S. aureus (6h); Células de homens e mulheres
com solução de salina estéril (controle) (6H) e Células das mullheres pré-tratadas com o
DHT (24h) e depois infectadas por S. aureus (6h). As células das mulheres foram pré-tratadas
com DHT para compararmos a resposta desse hormônio em hPMs de mulheres no período
fértil (maior concentração de estrógeno). Usamos o DHT (em oposição à testosterona) porque
é o andrógeno ativo que não é convertido em E2 (DURRANI et al., 2012). A concentração do
tratamento com o DHT foi de acordo com as instruções do fabricante (Sigma Aldrich Brasil
LTDA-5α- Dihydrotestosterone- D3 (16, 16, 17- D3) Solution) e confirmado através de um
estudo piloto. O tempo usado foi semelhante a outros trabalhos em cultura de células de
macrófagos com o tratamento usando a testosterona in vitro (RETTEW; HUET-HUDSON;
MARRIOTT, 2008; XIAO et al., 2015).

4.3.3.3 Concentração de citocinas em hPMs

Para a concentração das citocinas, o sobrenadante da cultura de células foi removido


dos poços da placa de cultura e armazenado a -80 ºC. A dosagem foi obtida através da
metodologia de imunoensaio Luminex xMAP® usando o kit ProcartaPlex Immunoassay
(Affymetrix eBioscience) de acordo as instruções do fabricante. Foram dosadas as seguintes
citocinas: TNF-α; IL-1; IL-6; IL-10; IL-12; GM-CSF.

4.3.3.4 Concentração de nitritos totais em hPMs

Devido ao fato que o óxido nítrico ser um gás de difícil detecção, a sua produção
indireta por macrófagos foi realizada através da reação de Griess (GREEN et al., 1982). Em
uma placa de 96 poços, uma alíquota do sobrenadante da cultura de células (50μL) reagiu com
50μL de solução reagente de Griess a 0,1% (Dicloridrato de N-(1-naftil)-etilenodiamina-
62

NEED) diluído em água destilada, incubada por 10 min sem luz direta e 50μL de solução de
e-sulfanilamida a 1% (Sigma, São Paulo, Brasil) diluída em ácido fosfórico a 5% (Merck SA,
Rio de Janeiro, Brasil) novamente incubada por 10 min sem luz direta. Finalmente, todos os
grupos foram analisados em níveis triplicados de NO-2 medidos na absorbância (550 nm) em
um espectrofotômetro. Os valores de absorbância encontrados foram interpolados à curva
padrão de nitrito (1.65–100 μM). Todos os grupos foram analisados em triplicata.

4.3.3.5 Dosagem de peróxido de hidrogênio em hPMs

Para dosagem de peróxido de hidrogênio (H2O2) foi adicionado em uma placa de 96


poços uma alíquota do sobrenadante da cultura celular e a reação ocorreu com quantificação
com curva padrão seguindo as instruções do fabricante do kit Amplex® Red Hydrogen
Peroxide/Peroxidase (Invitrogen). Finalmente, todos os grupos foram analisados em níveis
triplicados medidos na absorbância (560 nm) em um espectrofotômetro (DAS NEVES SELIS
et al., 2021).

4.3.3.6 Análise da expressão de genes em hPMs

Com o auxílio da tripsina, os hPMs foram removidos dos poços de cultura,


armazenados com RNAlater a -80 ºC, para a expressão gênica. A avaliação da expressão dos
marcadores inflamatórios foi realizada pela metolodogia de RT-qPCR array. O RNAm das
amostras de macrófagos foi extraído com a utilização de TRIzol® LS (Life Technologies™)
seguindo as orientações de protocolo fornecido pelo fabricante do kit. A obtenção do cDNA
foi feita por meio de uma retro-transcrição (RT) a partir do RNAm, utilizando-se o kit
SuperScript® III Reverse Transcriptase com adição de oligonucleotídeos complementares à
cauda poli-A do mRNA, (Oligo dT) e inibidor de RNAse. O cDNA obtido foi submetido à
análise pelos kits Human Innate & Adaptive Immune Responses PCR Array (Qiagen-
SABioscience), para a avaliação de genes envolvidos na resposta dos macrófagos do
hospedeiro associada a infecção bacteriana. O kit de qPCR array permitiu analisar a expressão
de 84 genes envolvidos na resposta do hospedeiro à infecção bacteriana e inclui genes
relacionados a sinalização de Receptor Toll –like (TLR), bem como, genes envolvidos na
resposta de fase aguda, ativação do sistema complemento, resposta inflamatória e resposta
63

imunológica adquirida contra bactérias. Todos os procedimentos e análise de dados foram


realizados de acordo com as instruções e software do fabricante. Os genes envolvidos na
imunidade inata, resposta inflamatória e resposta de defesa a bactérias de interesse são:
Imunidade Inata: Receptores de Reconhecimento Padrão (DDX58 (RIG-I),
NLRP3, NOD1 (CARD4), NOD2, TLR1, TLR2, TLR3, TLR4, TLR5, TLR6, TLR7, TLR8,
TLR9); Citocinas: CCL2 (MCP-1), CCL5 (RANTES), CSF2 (GM-CSF), CXCL10, IFNA1,
IFNB1, IL18, IL1A, IL1B, IL2, IL8, TNF; Outros genes: APCS, C3, CASP1 (ICE), CD14,
CD4, CD40 (TNFRSF5), CD40LG (TNFSF5), CD8A, CRP, HLA-A, HLA-E, IL1R1, IRAK1,
IRF3, IRF7, ITGAM, LY96 (MD-2), LYZ, MAPK1 (ERK2), MAPK8 (JNK1), MBL2, MPO,
MX1, MYD88, NFKB1, NFKBIA, STAT1, TICAM1 (TRIF), TRAF6. Resposta Inflamatória:
APCS, C3, CCL5 (RANTES), CRP, FOXP3, IL1A, IL1B, IL4, IL6, MBL2, STAT3, TNF.
Resposta de Defesa a Bactérias: IFNB1, IFNG, IL23A, IL6, LYZ, MBL2, MYD88, NOD1
(CARD4), NOD2, SLC11A1, TLR1, TLR3, TLR4, TLR6, TLR9, TNF.

4.4 Análise Estatística

A análise estatística foi realizada usando o programa GraphPad-Prism 5.0 (GraphPad


Softweare, San Diego, CA-EUA). Os resultados foram expressos como média mais ou menos
o desvio padrão da média (DPM). As diferenças nos valores entre dois grupos com
distribuição normal e homogeneidade de variâncias foram determinadas pelo teste T de
Student, quando esses requisitos não foram atendidos foi usado o teste de Mann Whitney, após
a realização do teste de Shapiro Wilk para a avaliação da normalidade dos dados. As diferenças
estatísticas foram consideradas significativas quando p<0,05, utilizando um intervalo de
confiança de 95%.
64

5. RESULTADOS

5. 1 Experimentos com camundongos

5.1.1 Concentração de citocinas em MPMs de machos Sham, OQX e fêmeas

5.1.1.1 Concentração da citocina TNF-α

Os MPMs, tanto de machos Sham, OQX e fêmeas inoculados com S. aureus


apresentaram um aumento significativo na produção de TNF-α em comparação ao
grupo controle (inoculado com salina estéril) (Figura 10a). Os MPMs dos machos
Sham, inoculados com S. aureus, apresentaram maiores concentrações dessa citocina
em comparação aos machos OQX e fêmeas (Figura 10b). Os MPMs dos machos
OQX e das fêmeas pré-tratados com DHT e inoculados com S. aureus tiveram
aumento significativo na produção dessa citocina em comparação aos MPMs dos
machos OQX e das fêmeas não tratados com o DHT (Figura 10c).
65

b)
a) ***
2500 ***
2600 ***
2400 2250
2200 *** 2000
2000

TNF- (pg/mL)
1800 1750
TNF- (pg/mL)

1600
1600 1400
1400 1200
1200 1000
1000
***
40 60
30 40
20 20
10 0
0 s ) ) s)
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S
F êm F

c)
***
2600
2400
2200
2000
1800
TNF- (pg/mL)

1600
1400
1200
1000

60 **
40
20
0
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Figura 10. Concentração de TNF-α em sobrenadante de MPMs oriundos de camundongos machos Sham
operados (Sham) ou orquiectomia (OQX) e fêmeas. (a) Machos Sham, OQX e fêmeas inoculados com
10µL de S. aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)] ou estimulados 10µL de salina estéril [(Controle)]; (b) Machos
Sham, OQX e fêmeas: inoculados com 10µL de S. aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)]. (c) Machos Sham,
OQX e fêmeas: pré-tratados com 100µL de 5α-DHT [24 horas (10-2 M)] e inoculados com 10µL de S.
aureus (1-5 x 108 UFC) por 6 horas; Dados são expressos como média ± DPM .*p < 0,05, **p < 0,01, ***p
< 0,001.

5.1.1.2 Concentração de interleucina 1α (IL-1α)

Os MPMs, tanto de machos Sham, OQX e fêmeas inoculados com S. aureus


apresentaram um aumento significativo na produção de IL-1α em comparação ao
grupo controle (inoculado com salina estéril) (Figura 11a). Os MPMs dos machos
Sham, inoculados com S. aureus, apresentaram maiores concentrações dessa citocina
66

em comparação aos machos OQX e fêmeas (Figura 11b). Os MPMs dos machos
OQX e das fêmeas pré-tratados com DHT e inoculados com S. aureus tiveram
aumento significativo na produção dessa citocina em comparação aos MPMs dos
machos OQX e das fêmeas não tratados com o DHT (Figura 11c).

b)
a) ***
90 *** 90 ***
80 80
70
***
70
IL-1 (pg/mL)

IL-1  (pg/mL)
60 60
50 *** 50
40
40
30
30
20
10 20
0 10
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***
140
120
IL-1 (pg/mL)

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60
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20
0
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X
O
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m

Figura 11. Concentração de IL-1α em sobrenadante de MPMs oriundos de camundongos machos Sham
operados (Sham) ou orquiectomia (OQX) e fêmeas. (a) Machos Sham, OQX e fêmeas inoculados com
10µL de S. aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)] ou estimulados 10µL de salina estéril [(Controle)]; (b) Machos
Sham, OQX e fêmeas: inoculados com 10µL de S. aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)]. (c) Machos Sham,
OQX e fêmeas: pré-tratados com 100µL de 5α-DHT [24 horas (10-2 M)] e inoculados com 10µL de S.
aureus (1-5 x 108 UFC) por 6 horas; Dados são expressos como média ± DPM .*p < 0,05, **p < 0,01, ***p
< 0,001.
67

5.1.1.3 Concentração de interleucina 6 (IL-6)

Os MPMs, tanto de machos Sham, OQX e fêmeas inoculados com S. aureus


apresentaram um aumento significativo na produção de IL-6 em comparação ao
grupo controle (inoculado com salina estéril) (Figura 12a). Não foi observado
diferença na produção de IL-6 entre MPMs de machos Sham e OQX, mas
observamos diferença entre MPMs de machos Sham e Fêmeas (Figura 12b). Os
MPMs dos machos OQX e das fêmeas pré-tratados com DHT e inoculados com S.
aureus tiveram aumento significativo na produção dessa citocina em comparação aos
MPMs dos machos OQX e das fêmeas não tratados com o DHT (Figura 12c).

b)
a)
***
50 50
45 *** 45
40
*** 40
IL-6 (pg/mL)
IL-6 (pg/mL)

35 35
30 30
25 *** 25
20 20
15 15
10 10
5 5
0 0
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Figura 12. Concentração de IL-6 em sobrenadante de MPMs oriundos de camundongos machos


Sham operados (Sham) ou orquiectomia (OQX) e fêmeas. (a) Machos Sham, OQX e fêmeas
inoculados com 10µL de S. aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)] ou estimulados 10µL de salina estéril
68

[(Controle)]; (b) Machos Sham, OQX e fêmeas: inoculados com 10µL de S. aureus [6 horas (1-5
x 108 UFC)]. (c) Machos Sham, OQX e fêmeas: pré-tratados com 100µL de 5α-DHT [24 horas
(10-2 M)] e inoculados com 10µL de S. aureus (1-5 x 108 UFC) por 6 horas; Dados são expressos
como média ± DPM .*p < 0,05, **p < 0,01, ***p < 0,001.

5.1.1.4 Concentração de interleucina 8 (IL-8)

Os MPMs, tanto de machos Sham, OQX e fêmeas inoculados com S. aureus


apresentaram um aumento significativo na produção de IL-8 em comparação ao
grupo controle (inoculado com salina estéril) (Figura 13a). Os MPMs dos machos
Sham, inoculados com S. aureus, apresentaram maiores concentrações dessa citocina
em comparação aos machos OQX e fêmeas (Figura 13b). Os MPMs dos machos
OQX e das fêmeas pré-tratados com DHT e inoculados com S. aureus tiveram
aumento significativo na produção dessa citocina em comparação aos MPMs dos
machos OQX e das fêmeas não tratados com o DHT (Figura 13c).
69

b)
a)
160
120 ***
*** 140
100 *** 120 ***

IL-8 (pg/mL)
IL-8 (pg/mL)

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*** 40
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IL-8 (pg/mL)

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m

Figura 13. Concentração de IL-8 em sobrenadante de MPMs oriundos de camundongos machos


Sham operados (Sham) ou orquiectomia (OQX) e fêmeas. (a) Machos Sham, OQX e fêmeas
inoculados com 10µL de S. aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)] ou estimulados 10µL de salina estéril
[(Controle)]; (b) Machos Sham, OQX e fêmeas: inoculados com 10µL de S. aureus [6 horas (1-5
x 108 UFC)]. (c) Machos Sham, OQX e fêmeas: pré-tratados com 100µL de 5α-DHT [24 horas
(10-2 M)] e inoculados com 10µL de S. aureus (1-5 x 108 UFC) por 6 horas; Dados são expressos
como média ± DPM .*p < 0,05, **p < 0,01, ***p < 0,001.

5.1.1.5 Concentração de interleucina 10 (IL-10)

Os MPMs, tanto de machos Sham, OQX e fêmeas inoculados com S. aureus


apresentaram um aumento significativo na produção de IL-10 em comparação ao
70

grupo controle (inoculado com salina estéril) (Figura 14a). Os MPMs dos machos
Sham, inoculados com S. aureus, apresentaram menores concentrações dessa citocina
em comparação aos machos OQX e fêmeas (Figura 14b). Os MPMs dos machos
OQX e das fêmeas pré-tratados com DHT e inoculados com S. aureus tiveram
redução significativa na produção dessa citocina em comparação aos MPMs dos
machos OQX e das fêmeas não tratados com o DHT (Figura 14c).

b)
a)
90
90
80 *** ***
80
70
IL-10 (pg/mL)

60
70

IL-10 (pg/mL)
50 60
***
40 *** 50
*
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20 30
10
20
0
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F

c)
100
90
***
80
IL-10 (pg/mL)

70
60
50 **
40
30
20
10
0
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Q Fê s
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m

Figura 14. Concentração de IL-10 em sobrenadante de MPMs oriundos de camundongos machos Sham
operados (Sham) ou orquiectomia (OQX) e fêmeas. (a) Machos Sham, OQX e fêmeas inoculados com
10µL de S. aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)] ou estimulados 10µL de salina estéril [(Controle)]; (b) Machos
71

Sham, OQX e fêmeas: inoculados com 10µL de S. aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)]. (c) Machos Sham,
OQX e fêmeas: pré-tratados com 100µL de 5α-DHT [24 horas (10-2 M)] e inoculados com 10µL de S.
aureus (1-5 x 108 UFC) por 6 horas; Dados são expressos como média ± DPM .*p < 0,05, **p < 0,01, ***p
< 0,001.

5.1.2 Concentração de nitritos totais de machos e fêmeas

Os MPMs, tanto de machos Sham, OQX e fêmeas inoculados com S. aureus


apresentaram um aumento significativo na produção de nitritos totais em comparação
ao grupo controle (inoculado com salina estéril) (Figura 15a). Os MPMs dos machos
Sham, inoculados com S. aureus, apresentaram menores concentrações de nitritos em
comparação aos MPMs dos machos OQX e fêmeas (Figura 15b). Os MPMs dos
machos OQX e das fêmeas pré-tratados com DHT e inoculados com S. aureus
tiveram redução significativa na produção de nitritos totais em comparação aos
MPMs dos machos OQX e das fêmeas não tratados com o DHT (Figura 15c).
72

a) b)

50 50
*** ***
40 *** 40 ***

Nitrites (µMol)
Nitrites (µMol)

30 30
***
20 20

10 10

0 0
s) s) )
s) le
) s) le
) s) le
)
eu u us
eu ro eu ro eu ro ur re re
ur nt ur nt ur nt .a au au
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+ + + X + + m X s
am am Q
X Q e as e as ha O
Q ea
h O êm
Sh S O m m S
Fê Fê F

c)

50
***

40 ***
Nitrites (µMol)

30

20

10

0
s) s) s ) s)
re
u
re
u eu eu
au au ur ur
S. S. .a S.
a
( ( (S (
+ T+ + +
X H s T
O
Q D ea D
H
X
+
F êm s
+
O
Q ea
F êm

Figura 15. Concentração de Nitritos Totais em sobrenadante de MPMs oriundos de camundongos machos
Sham operados (Sham) ou orquiectomia (OQX) e fêmeas. (a) Machos Sham, OQX e fêmeas inoculados
com 10µL de S. aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)] ou estimulados 10µL de salina estéril [(Controle)]; (b)
Machos Sham, OQX e fêmeas: inoculados com 10µL de S. aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)]. (c) Machos
Sham, OQX e fêmeas: pré-tratados com 100µL de 5α-DHT [24 horas (10-2 M)] e inoculados com 10µL de
S. aureus (1-5 x 108 UFC) por 6 horas; Dados são expressos como média ± DPM .*p < 0,05, **p < 0,01,
***p < 0,001.

5.1.3 Concentração de peroxido de hidrogênio H2O2 de machos e fêmeas

Os MPMs, tanto de machos Sham, OQX e fêmeas inoculados com S. aureus


apresentaram um aumento significativo na produção de H2O2 em comparação ao
73

grupo controle (inoculado com salina estéril) (Figura 16a). Os MPMs dos machos
Sham, inoculados com S. aureus, apresentaram menores concentrações de H2O2 em
comparação aos machos OQX e fêmeas (Figura 16b). Os MPMs dos machos OQX e
das fêmeas pré-tratados com DHT e inoculados com S. aureus tiveram redução
significativa na produção de H2O2 em comparação aos MPMs dos machos OQX e
das fêmeas não tratados com o DHT (Figura 16c).

a) b)

50 50
*** ***
40 *** 40
H2O2 (µMol)

***
H2O2 (µMol)

30 30
***
20 20

10 10

0 0
e)
e)

s)
)

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us

us

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Q
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Sh

O
Sh

m
m

O
Sh

m

c)

50

40 ***
***
H2O2 (µMol)

30

20

10

0
s
)

)
us

s
u

eu

eu
re
re

ur

ur
u
au

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.a

.a
(S
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(S

(S
T
X

T
H

ea

H
Q

D
O

m
+

+

X

s
Q

ea
O

m

74

Figura 16. Concentração de H2O2 em sobrenadante de MPMs oriundos de camundongos machos Sham
operados (Sham) ou orquiectomia (OQX) e fêmeas. (a) Machos Sham, OQX e fêmeas inoculados com
10µL de S. aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)] ou estimulados 10µL de salina estéril [(Controle)]; (b) Machos
Sham, OQX e fêmeas: inoculados com 10µL de S. aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)]. (c) Machos Sham,
OQX e fêmeas: pré-tratados com 100µL de 5α-DHT [24 horas (10-2 M)] e inoculados com 10µL de S.
aureus (1-5 x 108 UFC) por 6 horas; Dados são expressos como média ± DPM .*p < 0,05, **p < 0,01, ***p
< 0,001.

5.1.4 Expressão Gênica Relativa do receptor Toll-like-2 (TLR2) em MPMs de machos


e fêmeas
Os MPMs, tanto de machos Sham, OQX e fêmeas inoculados com S. aureus
apresentaram um aumento significativo na expressão do TLR2 em comparação ao
grupo controle (inoculado com salina estéril) (Figura 17a). Não foi observado
diferença na expressão do TLR2 entre MPMs de machos Sham e OQX. Contudo, os
MPMs machos Sham apresentaram maior expressão do TLR2 em comparação aos
MPMs das fêmeas (Figura 17b). Houve diferença significativa nos MPMs de machos
OQX pré-tratados com o hormônio DHT em comparação aos MPMs dos machos
OQX sem o tratamento com o DHT, o hormônio aumentou a expressão do TLR2.
Não foi observado diferença significativa na expressão de MPMs de fêmeas pré-
tratados com DHT e inoculados com S. aureus em comparação aos MPMs de fêmeas
não tratados com o DHT (Figura 17c).
75

a) b)

100 100
90 *** ***
Relative gene expression

*** 90

Relative gene expression


) TLR2/GAPDH

) TLR2/GAPDH
80
70 80
70
60 60
50 *** 50
40 40
  Ct

  Ct
6 30
4
(2-

20

(2 -
2 10
0 0
) e) ) e) ) e) ) ) )
e us ro
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a a Q O ea a m Q ea
Sh Sh O m m Sh O m
Fê Fê Fê

c)

200
***
Relative gene expression
) TLR2/GAPDH

150

100
-   Ct

50
(2

0
) ) ) )
us us us us
re re re re
au .au au au
(S. (S (S .
(S .
+ + + +
X T s T
O
Q DH ea D
H
+ m
X Fê s
+
O
Q ea
m

Figura 17. Concentração de TLR2 em MPMs oriundos de camundongos machos Sham operados (Sham)
ou orquiectomia (OQX) e fêmeas. (a) Machos Sham, OQX e fêmeas inoculados com 10µL de S. aureus [6
horas (1-5 x 108 UFC)] ou estimulados 10µL de salina estéril [(Controle)]; (b) Machos Sham, OQX e
fêmeas: inoculados com 10µL de S. aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)]. (c) Machos Sham, OQX e fêmeas:
pré-tratados com 100µL de 5α-DHT [24 horas (10-2 M)] e inoculados com 10µL de S. aureus (1-5 x 108
UFC) por 6 horas; Dados são expressos como média ± DPM .*p < 0,05, **p < 0,01, ***p < 0,001.

5.1.5 Expressão Gênica Relativa do Fator nuclear kappa B (NF-κB) em MPMs

Os MPMs, tanto de machos Sham, OQX e fêmeas inoculados com S. aureus


apresentaram um aumento significativo na expressão do NF-kB em comparação ao
grupo controle (inoculado com salina estéril) (Figura 18a). Não foi observado
diferença na expressão do NF-kB entre MPMs de machos Sham e OQX. Contudo, os
76

MPMs machos Sham apresentaram maior expressão do NF-kB em comparação aos


MPMs das fêmeas (Figura 18b). Houve diferença significativa nos MPMs de machos
OQX pré-tratados com o hormônio DHT em comparação aos MPMs dos machos
OQX sem o tratamento com o DHT, o hormônio aumentou a expressão do NF-kB.
Não foi observado diferença significativa na expressão de MPMs de fêmeas pré-
tratados com DHT e inoculados com S. aureus em comparação aos MPMs de fêmeas
não tratados com o DHT (Figura 18c).

a) b)

250 250
***
*** ***
Relative gene expression
Relative gene expression

) NF-B/GAPDH
) NF-B/GAPDH

200
200
150
60 *** 150
30
5 100
4
  Ct
  Ct

3
50
(2 -

2
(2 -

1
0 0
s)

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)

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Q
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Sh

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Sh

m
m



c)

400
Relative gene expression

350
) NF-B/GAPDH

300 ***
250
200
150
-   Ct

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(2

50
0
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H

H
Q

D
m
O


+

+
X

s
ea
Q
O

m

Figura 18. Expressão relativa do NF-κB em MPMs oriundos de camundongos machos Sham operados
(Sham) ou orquiectomia (OQX) e fêmeas. (a) Machos Sham, OQX e fêmeas inoculados com 10µL de S.
aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)] ou estimulados 10µL de salina estéril [(Controle)]; (b) Machos Sham,
OQX e fêmeas: inoculados com 10µL de S. aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)]. (c) Machos Sham, OQX e
fêmeas: pré-tratados com 100µL de 5α-DHT [24 horas (10-2 M)] e inoculados com 10µL de S. aureus (1-5
x 108 UFC) por 6 horas; Dados são expressos como média ± DPM .*p < 0,05, **p < 0,01, ***p < 0,001.
77

5.2 Experimentos com Seres Humanos

5.2.1 Avaliação de saúde geral dos sujeitos da pesquisa

Para a avaliação do estado de saúde dos voluntários foi realizado exames


laboratoriais. De acordo com os exames bioquímicos realizados, todos os sujeitos de
pesquisa incluídos neste estudo estavam em um bom estado de saúde geral (Tabela
1). A avaliação do estado de saúde dos voluntários foi importante para a exclusão de
indivíduos com parâmetros que poderiam vir a interferir na cultura de hPMs e na
resposta imunológica dessas células. Foi observado que as mulheres apresentaram
maior concentração de colesterol HDL (p<0,0030) e essa diferença não compromete
os resultados dos experimentos realizados.

Tabela 1. Avaliação de estado de saúde geral dos (as) voluntários (as).


Avaliação de Estado de Saúde Geral dos (as) Voluntários (as)
Valor de
Homens Mulheres p-valor
referência
(n=9) (n=9)
Eritrócitos 4,0 a 5,2
4,92 ± 0,29 5,01 ± 0,25 0.2836
(milhões/mm3)
Leucócitos 4000 a 10000
7006,10 ± 1132,11 6804,25 ± 1202,22 0.7733
/mm3
251233,21 ± 241122,77 ±
Plaquetas 150000 a 450000 0.8438
25183,27 26138,22
Glicose 81,33 ± 10,63 83,67 ± 7,450 65 a 99 mg/dL 0.6733
Colesterol total 165,8 ± 25,14 160,7 ± 20,23 < 190 mg/dL 0.5852
LDL 101,2 ± 24.93 103,0 ± 23,84 < 130 mg/dL 0.7569
HDL 50,22 ± 6,200 61,78 ± 8,452 > 40 mg/dL 0.0030**
Triglicérides 117,0 ± 29,07 129,7 ± 10,49 < 175 mg/dL 0.5656
TGO 23,00 ± 5,050 22,67 ± 5,172 < 35U/L 0.8709
TGP 21,78 ± 9,135 20,11 ± 5,442 7 a 52U/L 0.6545
Dados são expressos como média ± DPM. **p < 0,01.

5.2.2 Níveis dos hormônios sexuais dos voluntários.

A dosagem nos níveis dos hormônios sexuais referentes as coletas de sangue


periférico dos voluntários mostraram que as mulheres estavam em um período de pico
ovulatório e apresentavam maior concentração de 17β-estradiol e Progesterona. Além
78

disso, houve também maiores concentrações dos hormônios folículo estimulante (FSH) e
luteinizante (LH) nas mulheres em comparação aos homens. No entanto, os homens
apresentaram maior concentração de Testosterona, como o esperado (Tabela 2).

Tabela 2. Níveis de hormônios sexuais dos (as) voluntários (as).


Avaliação dos níveis dos hormônios sexuais dos (as) Voluntários (as)
Valor de Valor de
Homens Mulheres p-valor
referência referência
Mulheres
(n=9) (n=9) Homens (Período
ovulatório)
Estradiol (E2) 11,0–44,0 38 - 649
17,29 ±1,842 306,4 ± 2,327 0.0001***
pg/ml pg/ ml
Progesterona
0,14 a 2,06 5,16 a 12,0
(P4) 0,4844 ± 0,1441 6,733 ±1,476 0.0001***
ng/mL ng/mL
0,95-11,95 2,55-16,69
FSH 1,222 ± 0,6986 14,64 ±1,845 0.0004***
mIU/ml mIU/ml
0,57 – 12,7 7,59-89,08
LH 1,092 ±0,6531 66,29 ±12,05 0,0001***
mIU/ml mIU /ml
7,21 -
142,3-923,1
Testosterona 534,7 ±127,8 25,68± 9,866 79,31 0,0001***
ng/dl
ng/dl

Dados são expressos como média ± DPM. **p < 0,01. *** p <0,001.

5.2.3 Concentração de citocinas

5.2.3.1 Fator de Necrose Tumoral Alfa (TNF-α)

Os hPMs, tanto de homens quanto de mulheres, inoculados com S. aureus


apresentaram um aumento significativo na produção da citocina pró-inflamatória
TNF-α em comparação aos respectivos grupo controles (Figura 19a). A secreção de
TNF-α por hPMs de homens foi significativamente maior do que a secreção por hPMs
de mulheres (Figura 19b). Além disso, hPMs das mulheres pré-tratados com DHT
apresentaram aumento significativa na secreção de TNF-α em comparação aos hPMs
das mulheres não tratados com o DHT (Figura 19c).
79

a) b)
8000
*** 8000
7000 ***
6000
TNF (pg/mL)

6000

TNF (pg/mL)
3000
*** 4000
2000

600 2000
400
200
0 0
) )
) e) ) e) us us
us ol us ol re re
re tr re tr . au . au
. au on . au on (S (S
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+
s
+
+ + + + en re
s s he
en
s
en es re om ul
er he H
om om h ul
M
H H ul M
M

c)
3000 ***
TNF-  (pg/mL)

2000

*
1000

0
) )
us us
re re
. au . au
(S (S
+ +
es H
T
h er D
ul +
s
M re
he
ul
M

Figura 19. Concentração de TNF-α em sobrenadante de hPMs (a) de homens e mulheres inoculados
com S. aureus (1-5 x 108 UFC) (S. aureus) ou salina estéril (Controle); (b) de homens e mulheres
inoculados com S. aureus (108 UFC); (c) de homens inoculados com S. aureus (1-5 x 108 UFC) de
mulheres inoculados com S. aureus (1-5 x 108 UFC) de mulheres tratadas previamente com DHT (10-
2
M) (Mulheres + DHT). Avaliação realizada por Luminex. Dados são expressos como média ± DPM.
*p<0,05. **p<0,01.

5.2.3.2 Interleucina 1β (IL-1β)

Os hPMs, tanto de homens quanto de mulheres, inoculados com S. aureus


apresentaram um aumento significativo na produção de IL-1β em comparação aos
respectivos grupo controles (inoculado com salina estéril) (Figura 20a). Ao contrário
80

da secreção de TNF-α, a secreção de IL-1β por hPMs de homens foi


significativamente menor do que a secreção por hPMs das mulheres (Figura 20b).
Ainda, hPMs das mulheres pré-tratados com DHT apresentaram uma redução
significativa na secreção de IL-1β em comparação aos hPMs das mulheres não
tratados com o DHT (Figura 20c).

b)
a) 500
450 *** 500
400 ***
IL-1  (pg/mL)

350 400

IL-1 (pg/mL)
300
250 *** 300
50
40 200
30
20 100
10
0 0
)

e)

s)

e)

s)

s)
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ol

eu

eu
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en

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he
om
he
om

he
om

ul
ul

H
ul

M
H

M
H

c)
500
***
450
400
350
IL-1  (pg/mL)

300
250
200
150
100
50
40
30
20
10
0
)

)
us

us
re

re
au

au
.

.
(S

(S
+

+
s

T
re

H
D
he

+
ul

s
M

re
he
ul
M

Figura 20. Concentração de IL-1β em sobrenadante de hPMs (a) de homens e mulheres inoculados
com S. aureus (1-5 x 108 UFC) (S. aureus) ou salina estéril (Controle); (b) de homens e mulheres
inoculados com S. aureus (1-5 x 108 UFC); (c) de homens inoculados com S. aureus (1-5 x 108 UFC)
de mulheres inoculados com S. aureus (1-5 x 108 UFC) de mulheres tratadas previamente com DHT
(10-2 M) (Mulheres + DHT). Avaliação realizada por Luminex. Dados são expressos como média ±
DPM. *p<0,05. **p<0,01.
81

5.2.3.3 Interleucina 6 (IL-6)

Os hPMs, tanto de homens quanto de mulheres, inoculados com S. aureus


apresentaram um aumento significativo na produção de IL-6 em comparação aos
respectivos grupo controles (inoculado com salina estéril) (Figura 21a). A secreção
de IL-6 foi significativamente maior em hPMs de homens em comparação aos hPMs
de mulheres (Figura 21b), contudo, hPMs femininos pré-tratados com DHT não
apresentou diferença significativa em comparação aos hPMs das mulheres não
tratados com o DHT (Figura 21c).
82

a)
b)
5000 ***
4500 5000 ***
4000
3500 4000
IL-6 (pg/mL)

IL-6 (pg/mL)
***
3000 3000
2500
2000 2000
100
80 1000
60
40
20 0
0 s) us
)
) ) eu e
us e) us e) ur ur
re ol re ol .a .a
tr tr (S (S
. au on . au on + +
(S (C (S (C en
s e s
+ + + + er
s s s s om ul
h
en en re re H M
om he he
om H ul ul
H M M

c)
4000

3000
IL-6 (pg/mL)

2000

1000

0
s) )
eu us
u r u re
. a .a
(S (S
+ +
s T
re D
H
l he +
u s
M re
l he
u
M

Figura 21. Concentração de IL-6 em sobrenadante de hPMs (a) de homens e mulheres inoculados com
S. aureus (1-5 x 108 UFC) (S. aureus) ou salina estéril (Controle); (b) de homens e mulheres inoculados
com S. aureus (1-5 x 108 UFC); (c) de homens inoculados com S. aureus (1-5 x 108 UFC) de mulheres
inoculados com S. aureus (1-5 x 108 UFC) de mulheres tratadas previamente com DHT (10-2 M)
(Mulheres + DHT). Avaliação realizada por Luminex. Dados são expressos como média ± DPM.
*p<0,05. **p<0,01.
83

5.2.3.4 Interleucina 12 (IL-12)

Os hPMs, tanto de homens quanto de mulheres, inoculados com S. aureus


apresentaram um aumento significativo na produção de IL-12 em comparação aos
respectivos grupo controles (inoculado com salina estéril) (Figura 22a). A produção
de IL-12 entre hPMs de homens foi maior que entre hPMs das mulheres (Figura 22b). Os
hPMs das mulheres inoculados com S. aureus e pré-tratados com DHT tiveram um
aumento significativa na produção dessa citocina em comparação aos hPMs das
mulheres não tratados com o DHT (Figura 22c).
84

a)
b)
26
24 *** 25 ***
22
20 20
IL-12 (pg/mL)

18

IL-12 (pg/mL)
16 15
14
12
10 10
8 ***
6 5
4
2 0
0 s) )
s) e) ) e) eu us
u o l us ol ur ure
u re tr u re tr .a .a
.a on .a on (S (S
(S (C (S (C s
+ +
+ + + + en res
s ns s es om he
en e re r ul
om he he H M
om H ul ul
H M M

c)
15 ***
IL-12 (pg/mL)

10

0
) )
us us
re ur
e
. au .a
(S (S
+ +
r es H
T
he D
ul +
M e s
er
u lh
M

Figura 22. Concentração de IL-12 em sobrenadante de hPMs (a) de homens e mulheres inoculados
com S. aureus (1-5 x 108 UFC) (S. aureus) ou salina estéril (Controle); (b) de homens e mulheres
inoculados com S. aureus (1-5 x 108 UFC); (c) de homens inoculados com S. aureus (1-5 x 108 UFC)
de mulheres inoculados com S. aureus (1-5 x 108 UFC) de mulheres tratadas previamente com DHT
(10-2 M) (Mulheres + DHT). Avaliação realizada por Luminex. Dados são expressos como média ±
DPM. *p<0,05. **p<0,01.
85

5.2.3.5 Fator Estimulador de Colônias de Granulócitos e Macrófagos (GM-CSF).

Os hPMs, tanto de homens quanto de mulheres, inoculados com S. aureus


apresentaram um aumento significativo na produção de GM-CSF em comparação aos
respectivos grupo controles (inoculado com salina estéril) (Figura 23a). A produção
de GM- CSF entre hPMs de homens foi maior que entre hPMs das mulheres (Figura 23b).
Os hPMs das mulheres inoculados com S. aureus e pré-tratados com DHT tiveram
um aumento significativa na produção dessa citocina em comparação aos hPMs das
mulheres não tratados com o DHT (Figura 23c).
86

a)
b)
500
*** 500
***
400
GM- CSF (pg/ml)

400

GM- CSF (pg/ml)


300 300

***
200 200

100
100
0
0 s) us
)
eu re
s) e) us
)
le
) ur u
eu ol re ro .a .a
ur tr u t ( S (S
.a on . a on s
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+
(S (C (S (C en er
e
+ + +
s
+ s s s om ul
h
en en re re H M
om he he
om H ul ul
H M M

c)
400
***
GM- CSF (pg/ml)

300

200

100

0
) s)
us eu
re r
. au . au
(S (S
+ +
r es H
T
he D
ul +
M r es
he
ul
M

Figura 23. Concentração de GM-CSF em sobrenadante de hPMs (a) de homens e mulheres inoculados
com S. aureus (1-5 x 108 UFC) (S. aureus) ou salina estéril (Controle); (b) de homens e mulheres
inoculados com S. aureus (1-5 x 108 UFC); (c) de homens inoculados com S. aureus (1-5 x 108 UFC)
de mulheres inoculados com S. aureus (1-5 x 108 UFC) de mulheres tratadas previamente com DHT
(10-2 M) (Mulheres + DHT). Avaliação realizada por Luminex. Dados são expressos como média ±
DPM. *p<0,05. **p<0,01.

5.2.3.6 Interleucina 10 (IL-10)

Os hPMs, tanto de homens quanto de mulheres, inoculados com S. aureus


apresentaram um aumento significativo na produção de IL-10 em comparação aos
87

respectivos grupo controles (inoculado com salina estéril) (Figura 24a). Os hPMs de
homens produziram significativamente menos IL-10 em comparação aos hPMs de
mulheres (Figura 24b). O pré-tratamento com DHT reduziu a produção de IL-10 por
hPMs das mulheres em comparação a hPMs das mulheres não tratados com o DHT
(Figura 24c).

a)
b)
50
50
***
40 ***
40
IL-10 (pg/mL)

IL-12 (pg/mL)
30 *** 30

20 20

10
10
0
0 us
) s )
) ) re eu
s) e us le
)
au ur
eu ol re ro . .a
ur tr t (S (S
. a on . au on s
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+
(S (C (S (C en e
+ + + + er
s s s s om ul
h
en en re re H M
om he he
om H ul ul
H M M

c)
50
***
40
IL-10 (pg/mL)

30

20

10

0
us
) s)
re reu
. au . au
(S (S
+ +
r es H
T
he D
ul +
s
M re
he
ul
M

Figura 24. Concentração de IL-10 em sobrenadante de hPMs (a) de homens e mulheres inoculados
com S. aureus (1-5 x 108 UFC) (S. aureus) ou salina estéril (Controle); (b) de homens e mulheres
88

inoculados com S. aureus (1-5 x 108 UFC); (c) de homens inoculados com S. aureus (1-5 x 108 UFC)
de mulheres inoculados com S. aureus (1-5 x 108 UFC) de mulheres tratados previamente com DHT
(10-2 M) (Mulheres + DHT). Avaliação realizada por Luminex. Dados são expressos como média ±
DPM. *p<0,05. **p<0,01.

5.2.4 Concentração de nitritos totais

Os hPMs, tanto de homens quanto de mulheres, inoculados com S. aureus


apresentaram um aumento significativo na produção de nitritos totais em comparação
aos respectivos grupo controles (inoculado com salina estéril) (Figura 25a). Os hPMs
de homens produziram significativamente menos nitritos totais em comparação aos
hPMs de mulheres (Figura 25b). O pré-tratamento com DHT reduziu a produção de
nitritos totais por hPMs das mulheres em comparação a hPMs das mulheres não
tratados com o DHT (Figura 25c).
89

a) 90 *** b)
100
75 ***
Nitritos (µMol)

80

Nitritos (µMol)
60

45 60
***
30 40

15 20
0
s) e) s) e) 0
re
u ol re
u ol ) )
u tr u tr us us
.a on .a on re re
(S +(
C
(S +
(C
. au . au
+ s + (S (S
s en es res + +
en r
he s s
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H ul he
H M M om ul
H M

c)
100
***
80
Nitritos (µMol)

60

40

20

0
) s)
us eu
re ur
. au a
(S (S.
+ +
s T
re H
he +
D
ul s
M re
he
ul
M

Figura 25. Dosagem de nitritos totais em sobrenadante de hPMs (a) Homens e Mulheres hPMs inoculados
com 10µL de S. aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)] ou estimulados 10µL de salina estéril [Controle]; (b)
Homens e Mulheres: hPMs inoculados com 10µL de S. aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)]. (c) Homens e
Mulheres: hPMs pré-tratados com 100µL de DHT [24 horas (10-2 M)] e inoculados com 10µL de S. aureus
(1-5 x 108 UFC) por 6 horas; Dados são expressos como média ± DPM .*p < 0.05, **p < 0,01, ***p <
0,001.

5.2.5 Concentração de peróxido de hidrogênio (H2O2)

Os hPMs, tanto de homens quanto de mulheres, inoculados com S. aureus


apresentaram um aumento significativo na produção de H2O2 em comparação aos
respectivos grupo controles (inoculado com salina estéril) (Figura 26a). Os hPMs de
homens produziram significativamente menos H2O2 em comparação aos hPMs de
mulheres (Figura 26b). O pré-tratamento com DHT reduziu a produção de H2O2 por
hPMs das mulheres em comparação a hPMs das mulheres não tratados com o DHT
(Figura 26c).
90

a) b)
150 150

125 ***
125 ***

H2O2 (µMol)
100
H2O2 (µMol)

100
75
***
75 50

50 25

0
25 s) )
eu us
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.a . au
0 +
(S
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(S
s) ) s) ) s es
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+ +
s
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s
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om om h ul
h
H H ul M
M

c)
150

125 ***
H2O2 (µMol)

100

75

50

25

0
s) us
)
eu e
ur ur
.a .a
(S (S
+ +
e s T
H
h er D
ul +
M es
h er
ul
M

Figura 26. Dosagem de Peróxido de hidrogênio (H2O2) emsobrenadante de hPMs (a) Homens e Mulheres
hPMs inoculados com 10µL de S. aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)] ou estimulados 10µL de salina estéril
[Controle]; (b) Homens e Mulheres: hPMs inoculados com 10µL de S. aureus [6 horas (1-5 x 108 UFC)].
(c) Homens e Mulheres: hPMs pré-tratados com 100µL de DHT [24 horas (10-2 M)] e inoculados com 10µL
de S. aureus (1-5 x 108 UFC) por 6 horas; Dados são expressos como média ± DPM .*p < 0.05, **p < 0,01,
***p < 0,001.
91

5.2.6 Análise da Expressão dos Genes Envolvidos na Resposta do Hospedeiro a


Infecções Bacterianas

5.2.6.1 Comparação da expressão gênica dos hPMs de homens e mulheres


inoculados com S. aureus e inoculados com salina estéril

Entre os 84 genes analisados foi observada uma diferença estatisticamente


significante (p<0,05) em 25 genes com regulação positiva nos hPMs inoculados com
S. aureus em comparação aos hPMs inoculados com salina estéril. Foram eles: BTK,
CD80, CLEC4E, CSF2, EIF2AK2, ELK1, HRAS, IL1A, IL2, IL6, CXCL8, IRF3, LTA,
LY86, MAP2K4, NFKB1, NFKBIA, NFRKB, NR2C2, RELA, SIGIRR, TLR3, TLR8,
TNF, UBE2N (Figura 27).
92

UBE2N
TRAF6
*
TOLLIP
TNFRSF1A
TNF
*
TLR8
*
TLR3
TLR2
*
TLR10
TICAM2
TICAM1
TBK1
TAB1
SIGIRR
*
SARM1
RIPK2
RELA
*
PTGS2
PRKRA
PPARA
PELI1
NR2C2
NFRKB
*
*
NFKBIL1
NFKBIA
NFKB1
*
*
MYD88
MAPK8IP3
MAP4K4
MAP2K4
MAP2K3
*
LY96
LY86
*
LTA
JUN
*
IRF3
*
IRF1
IRAK4
CXCL8
*
IL6
IL2
*
*
IL1B
IL1A
IL12A
*
IFNG
IFNA1
HSPD1
HSPA1A
HRAS
FOS
*
FADD
ELK1
EIF2AK2
*
*
CXCL10
CSF3
CSF2
CLEC4E
*
*
CD86
CD80
CCL2
*
CASP8
BTK
*
0

10

Figura 27. Análise de 84 genes envolvidos na resposta do hospedeiro a infecções bacterianas de hPMs
de homens inoculados com S. aureus em comparação com hPMs de homens inoculados com salina
estéril. Análise realizada com o kit Human Innate & Adaptive Immune Responses PCR Array (Qiagen -
SABioscience). Genes regulados positivamente (verde). Dados são expressos como média ± DPM.
*p<0,05 vs hPMs inoculados com salina estéril (teste não-paramétrico Mann-Whitney one-tailed).
93

5.2.6.2 Comparação da expressão gênica dos hPMs de homens e hPMs de


mulheres

Entre os 84 genes analisados foi observada uma diferença estatisticamente


significante (p<0,05) em 22 genes com regulação positiva nos hPMs inoculados com
S. aureus de homens em comparação aos hPMs de mulheres. Foram eles: CSF3,
CXCL10, FOS, HRAS, IL12A, I L 1 A , I R A K 1 , I R A K 4 , J U N , L T A , L Y 9 6 ,
NFKB1, NFKB2, NFKBIA, NR2C2, RIPK2, SARM1, SIGIRR, TAB1,
TLR2, TLR8, UBE2N (Figura 28).
94

UBE2N *
TRAF6
TOLLIP
TNFRSF1A
TNF
TLR8 *
TLR3
TLR2
TLR10
*
TICAM2
TBK1
TAB1
*
SIGIRR
*
SARM1
RIPK2
*
*
RELA
PTGS2
PRKRA
PPARA
PELI1
NR2C2 *
NFKBIA *
NFKB2 *
NFKB1
*
MYD88
MAPK8IP3
MAP4K4
MAP2K4
MAP2K3
LY96 *
LTA
*
JUN
IRF1
*
IRAK4
IRAK1
*
*
CXCL8
IL6
IL2
IL1A *
IL12A
IFNG
*
IFNA1
HSPD1
HSPA1A
HRAS *
HMGB1
FOS
*
FADD
ELK1
EIF2AK2
ECSIT
CXCL10
*
CSF3
*
CSF2
CLEC4E
CD86
CD80
CCL2
CASP8
BTK
0

Figura 28. Análise de 84 genes envolvidos na resposta do hospedeiro a infecções bacterianas de hPMs
inoculados com S. aureus de homens em comparação com hPMs de Mulheres. Análise realizada com
o kit Human Innate & Adaptive Immune Responses PCR Array (Qiagen - SABioscience). Genes
regulados positivamente (verde). Dados são expressos como média ± DPM. *p<0,05 vs hPMs
inoculados com S. aureus de mulheres (teste não-paramétrico Mann-Whitney one-tailed).
95

5.2.6.3 Comparação da expressão gênica dos hPMs de mulheres tratados com


DHT e hPMs de mulheres

Entre os 84 genes analisados foi observada uma diferença estatisticamente


significante (p<0,05) em 19 genes com regulação positiva nos hPMs inoculados com S.
aureus de mulheres tratados com DHT em comparação aos hPMs de mulheres. Foram
eles: BTK, CD80, EIF2AK2, IL12A, IL1A, IL1B, IL6, IRAK1, IRAK4, IRF3, JUN, LTA,
NFKB2, NFKBIA, NR2C2, TLR2, TLR3, TLR8, TNF (Figura 29).
96

UBE2N
TRAF6
TOLLIP
TNFRSF1A
TNF
*
TLR8
*
TLR3
*
TLR2 *
TLR10
TIRAP
TAB1
SIGIRR
SARM1
RELA
PPARA
NR2C2
*
NFRKB
NFKBIA
*
NFKB2
*
MYD88
MAPK8IP3
MAP2K4
MAP2K3
LY96
LY86
LTA
*
JUN
*
IRF3 *
IRF1
IRAK4 *
IRAK1
*
CXCL8
IL6 *
IL2
IL1B *
IL1A
*
IL12A *
IFNG
IFNA1
HSPD1
HSPA1A
HRAS
FOS
FADD
ELK1
EIF2AK2 *
ECSIT
CXCL10
CSF3
CSF2
CLEC4E
CD86
CD80
*
CD 14
CCL2
CASP8
BTK *
0 2 4 6 8 10

Figura 29. Análise de 84 genes envolvidos na resposta do hospedeiro a infecções bacterianas de hPMs
inoculados com S. aureus de mulheres tratados com DHT em comparação com hPMs de Mulheres. Análise
realizada com o kit Human Innate & Adaptive Immune Responses PCR Array (Qiagen - SABioscience).
Genes regulados positivamente (verde). Dados são expressos como média ± DPM. *p<0,05 vs hPMs
inoculados com S. aureus de mulheres (teste não-paramétrico Mann-Whitney one-tailed).
97

6 DISCUSSÃO

As infecções por Staphylococcus aureus apresentam uma taxa de morbidade e


mortalidade elevada, considerado um grande problema para a saúde pública. S. aureus é
uma das principais causas de bacteremia adquirida na comunidade e associada a cuidados
de saúde (EL ATROUNI et al., 2009; RHEE et al., 2015), sendo a segunda causa mais
comum de infecções da corrente sanguínea (NORM, 2015), com alta mortalidade entre
os pacientes em todo o mundo (PAULSEN et al., 2015; TONG et al., 2015). Em se
tratando do sexo, homens e mulheres respondem de forma diferente frente a infecção e o
risco maior de contaminação por S. aureus em homens pode estar associado aos
hormônios sexuais (SCHRÖDER et al., 1998; NOWAK; BORKOWSKA;
PAWLOWSKI, 2017; STENSEN et al., 2021). Em geral, as mulheres adultas têm um
sistema imunológico mais responsivo, com eliminação mais rápida de patógenos em
comparação com os homens (WERTHEIM et al., 2005; JOHANNESSEN; SOLLID;
HANSSEN, 2012; SANGVIK et al., 2012). Evidências sugerem que o eixo hipotálamo-
pituitária-gonadal modula a função do sistema imune (TANRIVERDI et al., 2003) e a
testosterona, o principal hormônio sexual em homens, tem propriedades
imunomoduladoras (ALBERTSMEIER et al., 2014; SHEPHERD et al., 2021). Nossos
resultados mostraram que existe diferença entre os sexos na resposta a inoculação por S.
aureus e ficou evidente que o hormônio DHT apresenta propriedades imunomoduladoras
em MPMs e em hPMs. Até onde sabemos, a ação da testosterona e seus metabólitos na
resposta imune ainda é pouco compreendida na literatura, ainda apresentam dados
conflitantes em se tratando da incidência maior de colonização por S. aureus para o sexo
masculino (NOWAK; BORKOWSKA; PAWLOWSKI, 2017; STENSEN et al., 2021) e
nenhum trabalho até então apresentou a atividade do metabólito mais ativo da
testosterona, o DHT, em um modelo de estudo como esse. A maioria dos trabalhos
científicos utilizam o LPS como estimulante celular de escolha.
Para verificar a resposta imune frente a inoculação por S. aureus, neste estudo
observamos a diferença entre MPMs e hPMs inoculados com S. aureus ou com salina
estéril (controle). Os MPMs dos machos Sham, OQX e fêmeas quando estimulados in
vitro com S. aureus apresentaram aumento de todas as citocinas (TNF-α, IL1- α, IL-6,
IL-8 e IL-10), quando comparados com o controle. Resultados semelhantes também
98

foram observados no experimento com hPMs, quando estimulados in vitro com S. aureus,
onde apresentaram aumento de todas as citocinas analisadas (TNF-α, IL1- β, IL-6, IL-12,
GM-CSF e IL-10) em comparação com o controle. Nesse caso, S. aureus e seus
componentes de parede celular são capazes de induzir a secreção de citocinas por MΦ,
como uma resposta de defesa imune (FOURNIER; PHILPOTT, 2005; KOCHAN et al.,
2012; BRANN et al., 2019). Sobre a interação de S. aureus com MΦ, sabe-se que esses
fagócitos possuem diversas funções no sistema imunológico. Essas células desempenham
um papel importante na imunidade inata, eliminando os patógenos invasores por meio de
fagocitose, pela produção de espécies reativas de oxigênio e nitrogênio e liberando vários
mediadores inflamatórios, como as citocinas, fundamentais para o início e a propagação
do processo inflamatório, no intuito de conter o microrganismo e promover a homeostase
(MARRIOTT; BOST; HUET-HUDSON, 2006; DIMITRIJEVIĆ et al., 2013).
Neste estudo foi observado uma influência do DHT na expressão e produção
de TNF-α em células inoculadas com S. aureus. Os MPMs dos animais OQX
apresentaram concentrações menores dessa citocina do que os MPMs dos animais
Sham e OQX+DHT. Sugerindo-se que, o DHT interfere na produção dessa citocina.
Isso corrobora com o fato do hormônio DHT apresentar uma atividade pró-
inflamatória em MΦ. Essa atividade pode induzir uma infecção latente e causar
complicações (CHAO et al., 1995; TRENTZSCH; STEWART; DE MAIO, 2003).
Outros estudos relataram que a concentração de TNF-α foi maior em camundongos
orquiectomizados quando comparados com camundongos Sham ou
OQX+testosterona estimulados por LPS, sugerindo que a testosterona pode reduzir a
produção de TNF-α e a resposta pró-inflamatória, causando uma resposta
inapropriada à infecção presente (RETTEW; HUET-HUDSON; MARRIOTT, 2008;
LEONE et al., 2012). Porém, em um estudo in vivo com testosterona agindo contra
síndrome de isquemia e reperfusão renal, em alta dose (100 mg/kg do peso do
animal), o hormônio aumentou a produção de TNF-α em ratos na fase aguda (PATIL
et al., 2016), referindo-se que a dose hormonal influencia na resposta inflamatória.
Os resultados, que muitas vezes são conflitantes na literatura, em parte, é devido às
múltiplas ações dos hormônios em vários tipos de células diferentes e às limitações
de modelos experimentais com doses de hormônios sexuais que não refletem
totalmente o biológico nas diferenças entre os sexos. Nós utilizamos uma dosagem
99

de DHT que reflete o biológico nas diferenças entre os sexos (DHT 10 -2M). Da
mesma maneira, Wang e colaboradores (2005) observaram que a gonadectomia
reduziu as concentrações de TNF-α no perfil isquêmico, melhorando os miocárdios
de ratos. Na comparação entre machos Sham e fêmeas, foi analisado neste estudo,
que os machos apresentaram uma concentração maior de TNF-α. No modelo in vitro
de hPMs, corroborando com os nossos achados em MPMs, o padrão de influência do
DHT sob TNF-α foi similar, visto que hPMs de homens e mulheres tratados com
DHT apresentaram uma maior produção dessa citocina em comparação a hPMs de
mulheres não tratados. Trabalhos envolvendo citocinas pró-inflamatórias indicaram
que homens expressavam maiores concentrações dessa citocina com relação as
mulheres, como no primeiro ensaio clínico feito para analisar o dimorfismo sexual
na inflamação contra sepse humana, realizado por Schröder e colaboradores (1998),
notou-se que os homens possuíam um aumento contínuo da concentração de TNF-α
após o início da sepse, comparado com as mulheres. Também em concordância com
nossa pesquisa, em um teste feito comparando camundongos machos e fêmeas, a
testosterona, agindo nos MΦ induziu uma maior liberação de TNF-α nos machos,
aumentando assim a resposta inflamatória com relação ao LPS in vivo (MARRIOTT;
BOST; HUET-HUDSON, 2006).
Assim como para a citocina TNF-α, em MΦ inoculados com S. aureus, em nosso
estudo, as concentrações de IL-1α foram maiores nos MPMs Sham e OQX+DHT, do que
em MPMs OQX. Corroborando com nosso resultado, em outro estudo, a testosterona
mostrou-se um estimulador de IL-1 frente à inflamação, enquanto a orquiectomia reduziu
as concentrações desta citocina (WANG et al., 2005). Em um estudo, MΦ de machos
desafiados com LPS produziram níveis mais altos de IL-1 do que MΦ de fêmeas tratadas
de maneira semelhante (MARRIOTT; BOST; HUET- HUDSON, 2006). Em nosso
estudo, os machos Sham apresentaram maiores concentrações de IL-1α em comparação
as fêmeas. Nos estudos de Souza e colaboradores (2021), as fêmeas ovariectomizadas
expressaram mais TNF, IL-1 e IL-8 em comparação aos MPMs das fêmeas Sham. Após
o tratamento com 17β-estradiol, os MPMs das fêmeas apresentaram menores expressões
de TNF, IL-1 e IL-6 em comparação aos MPMs das fêmeas sem tratamento.
Diferente resultado encontramos em nosso trabalho para a citocina IL-1β. Em
hPMs de homens observamos menores concentrações de IL-1β em comparação aos hPMs
100

das mulheres. Além disso, hPMs de mulheres tratados com DHT apresentaram menores
produções de IL1β em comparação a hPMs de mulheres não tratados. Um resultado
oposto, utilizando a endotoxina LPS, foi avaliado que os camundongos machos
apresentaram maiores concentrações de IL-1β em comparação com fêmeas na fase aguda
da inflamação, demonstrando uma maior susceptibilidade de machos contra a sepse
bacteriana (MARRIOTT, BOST, HUET-HUDSON, 2006). A produção de TNF-α e IL-
1β, por monócitos, é aumentada em machos em comparação com fêmeas, sugerindo um
possível papel imunoestimulador para a testosterona (BOUMAN et al., 2004). No
entanto, em nossos estudos apresentamos esse resultado contraditório para a IL-1β.
Embora a IL-1α e a IL-1β são da mesma família de citocinas (Família IL-1), essas
citocinas atuam de maneiras diferentes. Enquanto a IL-1α é concontrada em células
epiteliais e mesenquimais saudáveis, a IL-1β é induzida em situações de doenças. A IL-
1α é encontrada no núcleo da célula, que atua como um fator de transcrição. Nexte
contexto, essa citocina aumenta a expressão gênica de outras citocinas como IL-8. Na
morte da célula por necrose, a IL1α é liberada no meio extracelular onde estimula a
produção de quimiocinas resultando em infiltração de neutrófilos e depois de monócitos
(DINARELLO, 2018).
Para a IL-6, nós observamos resultados estatisticamente semelhantes aos das
citocinas TNF-α e IL-1α, exceto na comparação aos MPMs Sham e OQX, onde por sua
vez, não houve diferenças estatísticas nos nossos testes realizados. Os MPMs OQX+DHT
obtiveram uma concentração elevada de IL-6 quando comparado aos MPMs dos machos
OQX. Em um estudo por Wang et al. (2005) envolvendo o papel endógeno da testosterona
no sinal pró-inflamatório e pró-apoptótico do miocárdio de ratos, após isquemia-
reperfusão aguda das células do miocárdio, a testosterona aumentou as concentrações de
TNF-α, IL-1β e IL-6. Após a castração e tratamento com a flutamida (fármaco que
bloqueia o receptor de testosterona), com a depleção da testosterona circulante, houve
uma redução dessas citocinas em comparação as células dos animais não castrados e uma
melhora da função do miocárdio dos ratos. Em nosso estudo, a citocina IL-6 mostrou ter
concentrações elevadas em machos com relação às fêmeas nos MΦ inoculados com S.
aureus. Corroborando com os nossos resultados em MPMs, os hPMs apresentaram
maiores concentrações de IL-6 em comparação aos hPMs das mulheres. Num estudo
envolvendo camundongos machos e fêmeas submetidos a um tratamento com LPS,
101

observou-se que os MΦ dos machos liberaram uma concentração maior de IL-6 quando
comparados aos das fêmeas (MARRIOTT; BOST; HUET-HUDSON, 2006). Da mesma
maneira, em outro estudo envolvendo homens e mulheres, também em resposta a uma
alta dose de LPS, houve maiores concentrações de IL-6, além de TNF-α e IL-1β, no
sangue de homens do que em mulheres (AULOCK et al., 2006). Em um estudo com ratos
fêmeas com ovário policístico (PCO), após o tratamento com testosterona na
concentração de 10-6M, os macrófagos expressaram maior TNFα e IL-6 do que os
macrófagos do grupo controle (FIGUEROA et al., 2012). Além disso, os estrogênios
diminuem os níveis plasmáticos de IL-6, e a produção de TNF e IL-1β é aumentada
durante a fase lútea (estrogênio baixo) em comparação com a fase folicular (estrogênio
alto) do ciclo ovariano (BOUMAN, HEINEMAN, FAAS, 2005). Esses dados mostram a
influência dos hormônios sexuais na liberação de citocinas por MΦ. As células imunes
produzem a chamada “tempestade de citocinas”, nos quais vão estar elevados os níveis
séricos dessas citocinas, que promovem a resposta imune e inflamatória através do
recrutamento de neutrófilos e monócitos para o local da infecção (WRAY;
ARROWSMITH, 2021).
No que diz respeito a citocina IL-8, observou-se que as concentrações foram
maiores nos MPMs Sham e OQX+DHT, do que nos MPMs OQX. Além disso, os machos
apresentaram maior produção dessa citocina em comparação as fêmeas. A IL-8 funciona
como uma quimiocina no recrutamento de células imunes para o local da inflamação e
contribui em maior liberação de outras citocinas (BAGGIOLINI; DEWALD; MOSER,
1994). Não foram encontrados estudos na literatura envolvendo a influência da
testosterona sobre a resposta da IL-8 á inoculação por S. aureus. No entanto, um estudo
por Shi e colaboradores (2006), apresentaram que o estradiol inibe a secreção de IL-8 em
uma linhagem de monócitos U937, uma co-cultura de células do endométrio. Em um
outro estudo por Rodríguez e colaboradores (2002), o estradiol teve um efeito regulador
na adesão de linfócitos ao endotélio estimuladas por TNF-α e uma inibição de 54% e 65%
da secreção de IL-8 de células de monócitos dessa mesma linhagem. Em nosso estudo, o
hormônio DHT apresentou uma resposta estimulatória para a IL-8 em MPMs.
Para a citocina IL-12 em hPMs inoculados com S. aureus, os homens
apresentaram maior concentração de IL-12 em comparação aos hPMs das mulheres. Além
disso, os hPMs de mulheres tratados com DHT apresentaram uma maior produção de IL-
102

12 em comparação a hPMs de mulheres sem o pré-tratamento. É importante destacar que


a IL-12 é um dos principais mediadores produzido durante uma resposta imune e
apresenta um perfil quimiotático no recrutamento de células imunes. A IL-12 é uma
citocina pró-inflamatória heterodimérica que induz a produção de interferon-γ (IFN-γ),
favorece a diferenciação de células T helper 1 (Th1) e forma uma ligação entre resistência
inata e imunidade adaptativa (HSIEH et al., 1993; OHTEKI et al., 1999; AIROLD et al.,
2000). Semelhante a citocina IL-8, nós não encontramos na literatura trabalhos analisando
a influência da testosterona na liberação de IL-12 por MΦ inoculados por S. aureus. No
entanto, um estudo por Galván-Ramírez e colaboradores (2019), mostrou que o pré-
tratamento com E2 diminuiu a secreção de IL-12 e IL-1β e aumentou a produção de IL-
10 em células THP-1 (uma linhagem monocítica humana) estimuladas com Toxoplasma
gondii. Maltalka (2003) demonstrou em seus estudos, que as concentrações de estradiol
na gravidez (e superiores) aumentam a produção de IL-10 e reduzem os níveis de IL-12,
IFN-Y e relação IFN-Y/IL-10 em células de sangue total estimuladas por ativadores
(fitohemaglutinina+lipopolissacarídeo). Devido às ações inibitórias dos níveis de IL-10
conhecidas em células T auxiliares Th1 e monócitos/macrófagos, esses altos níveis de IL-
10 mantêm as citocinas Th2 favorecidas durante a gravidez. Em nossos resultados com o
DHT, observamos que o hormônio estimulou maior liberação de IL-12 em hPMs, sugere
que o hormônio tem uma atividade pró-inflamatória frente a inoculação por S. aureus
nesses MΦ.
Sobre a quimiocina GM-CSF, resultados semelhantes a IL-12 foram observados
em hPMs inoculados com S. aureus, na qual os homens apresentaram maior concentração
de GM-CSF em comparação aos hPMs das mulheres. Além disso, os hPMs de mulheres
tratados com DHT apresentaram uma maior produção dessa citocina em comparação aos
hPMs de mulheres não tratados, reforçando a ideia de que o hormônio DHT apresenta
uma resposta pró-inflamatória em hPMs. A citocina GM-CSF é um regulador importante
nas funções das populações de linhagens de granulócitos e macrófagos em todos os
estágios de maturação na medula óssea. A interdependência da formação de GM-CSF e
das importantes citocinas pró-inflamatórias, IL-1 e TNF-α é discutida na literatura
(HAMILTON, 2002; SHIOMI; USUI, 2015). Sabe-se que o sexo possui influência na
patogênese das doenças infecciosas, tanto em intensidade (a carga microbiana presente)
quanto a prevalência das infecções são mais altas em homens do que em mulheres
103

(POTLURI et al., 2017). Os hormônios sexuais possuem uma influência bastante


significativa no controle e desenvolvimento da resposta imunológica no organismo.
Enquanto a testosterona é conhecida pelo seu papel imunossupressor, o estrogênio pode
aumentar ou diminuir a resposta imunológica no organismo, de acordo com sua
concentração, distribuição e expressão de seus receptores (DOS REIS et al., 2021).
Embora não encontremos trabalhos na literatura sobre a influência da testosterona na
liberação de GM-CSF, Kanda e Watanabe (2004), mostraram que o E2 aumenta a
produção de GM-CSF em queratinócitos de humanos, sendo esta citocina eficaz para o
reparo de feridas. Um outro estudo apresentou resultado oposto para a concentração sérica
de GM-CSF e a associação dessa citocina com a concentração sérica de estradiol.
Segundo os estudos de Yasui e colaboradores (2007), as mulheres na menopausa
apresentaram aumento nas concentrações séricas de GM-CSF. O E2 também apresentou,
nesse mesmo estudo, correlações negativas com as concentrações séricas de IL-2, IL-6 e
IL-8 e GM-CSF. Em nossos resultados, o DHT apresentou estimulou a liberação de GM-
CSF em hPMs.
Neste nosso estudo, também observamos que adiminuição dos esteroides sexuais
masculinos induzida pela orquiectomia foi capaz de aumentar a resposta da IL-10. A IL-
10 parece ter uma função protetora em casos de infecções graves, inibe a expressão de
moléculas de adesão e receptores de TNF nos neutrófilos (KAWAI et al., 1998; LATIFI;
O’RIORDAN; LEVINE, 2002). Todavia, nosso estudo mostrou que o tratamento
hormonal com o DHT proporcionou uma redução da IL-10 em machos OQX, o que é
uma desvantagem. IL-10 é liberada inclusive na circulação durante sepse humana e
controla a produção de citocinas no perfil inflamatório como TNF, IL-1 e IL-8 in vitro
(BLACKWELL; CHRISTMAN, 1996). Nesse caso, supomos que os machos OQX sem
o pré-tratamento com o DHT apresentaram uma resposta anti-inflamatória frente a
inoculação por S. aureus, por outro lado, o hormônio obteve um perfil inflamatório nesses
MΦ. Em comparação entre machos Sham e fêmeas em nossos resultados, os machos
Sham apresentaram menores concentrações de IL-10. Assim, corroborando com esses
achados, em hPMs observamos que embora os homens apresentaram maiores
concentrações de TNF-α, IL-6, IL-12 e GM-CSF em comparação as mulheres, os hPMs
das mulheres apresentaram maiores concentrações da IL-10. Nesse caso, acreditamos ser
uma grande vantagem para o sexo feminino frente a infecção por S. aureus, uma vez que
104

a IL-10 é capaz de reduzir a bacteremia (LONDONO et al., 2008). Em um estudo por


Schroder e colaboradores (1998), os homens exibiram maiores concentrações de citocinas
no perfil inflamatório e as mulheres maiores expressões de citocinas IL-10 (SCHRÖDER
et al., 1998), o que desempenha um papel benéfico importante em suprimir as respostas
inflamatórias e melhorar o perfil inflamatório em infecções graves (FOURNIER;
PHILPOTT, 2005; LEE et al., 2017). No estudo desenvolvido por Aulock e colaboradores
(2006), em resposta a uma alta concentração de LPS ou ácido lipoteicóico (LTA), o
sangue de homens produziu significativamente mais TNF-α, IL- 1β, IL-6 e IL-8 do que o
sangue das mulheres. Em nosso modelo, com o tratamento do DHT notamos que o
hormônio suscitou aumento das citocinas no perfil inflamatório e baixa expressão de IL-
10 em MΦ de fêmeas. Em hPMs notamos que o pré-tratamento com o DHT também levou
a um aumento das citocinas inflamatórias, e redução da IL-10 em hPMs das mulheres.
Esses resultados podem apresentar uma vantagem para o sexo feminino frente a infecção
por S. aureus. Os esteroides e outros imunossupressores aumentam a probabilidade de
uma infecção letal (ANTIN et al., 2004). Os estudos realizados por Min e colaboradores
(2007), mostraram em um modelo de doença aguda de enxerto contra hospedeiro, após o
transplante experimental de células-tronco alogênicas, que o uso da IL-10 reduziu a
gravidade da doença e estava associada à diminuição dos níveis séricos das citocinas pró-
inflamatórias. Matalka e colaboradores (2003), observaram que os níveis de IL-10
estavam associados a presença do estrógeno em mulheres, sendo um fator protetor. Á
medida que a concentração de estradiol ia aumentando, chegando a níveis de
concentrações de estradiol compatíveis com o período gravídico, os níveis de IL-10
aumentavam significativamente. Em um estudo usando células do sangue periférico de
humanos, o tratamento com estrógeno aumentou a produção de imunoglobulinas,
particularmente por aumentar a produção da IL-10 (KANDA; TAMAKI, 1999).
IL-10 tem um papel importante na regulação das células T, bem como na
promoção de um fenótipo regulador ou supressor (LE BLANC; RINGDÉN, 2005).
Embora as propriedades imunossupressoras da IL-10 sejam bem conhecidas, a IL-10
também tem efeitos imunoestimuladores. IL-10 aumenta a expressão de MHC II em
células B em repouso e conduz a proliferação de células B ativadas (GO et al., 1990). De
acordo com Giltary et al. (2000), a mudança de perfil inflamatório foi observada com a
administração de anti-androgenos nos machos, com significante redução no número de
105

células NK e aumento no número de células B. Outra observação interessante foi a


mudança no fenótipo Th1 em fêmeas após o tratamento com testosterona, enquanto o
oposto foi observado em machos após receber o tratamento com estrógeno e com anti-
andrógenos.
Pode-se observar, através dos resultados obtidos das citocinas, que a ação
realizada pelos MΦ contra S. aureus se mostrou um perfil pró-inflamatório tanto em
MPMs e hPMs. A presença do DHT nessas células apresentou concentrações mais
elevadas das citocinas. Apresentando-se assim, uma resposta inflamatória diferente na
presença de hormônios andrógenos, pois geralmente ela se apresenta como resposta
imunossupressora na literatura (RETTEW; MARRIOTT; HUET, 2010; BÖSCH;
ANGELE; CHAUDRY, 2018) e nesse caso, a resposta inflamatória estimulou a liberação
de citocinas de uma maneira mais robusta. Estes dados apresentados nesse trabalho são
novos, que podem se mostrar importantes nas descobertas atuais para compreender
melhor os hormônios sexuais quando agem em diferentes infecções contra S. aureus.
Além disso, até onde sabemos, não ncontramos na literatura estudos que associem a
inoculação por S. aureus em MΦ de animais (machos e fêmeas) e MΦ de humanos
(homens e mulheres), sob a influência do DHT na resposta de citocinas TNF-α, IL1- β,
IL-6, IL-12, GM-CSF e IL-10.
Além das citocinas, também foram avaliados neste nosso estudo, os efeitos do
DHT em MPMs contra S. aureus e a liberação de nitritos totais e H2O2. Em relação a
inoculação com S. aureus observamos maior produção de nitritos totais e peróxido de
hidrogênio em MPMs de machos Sham e OQX quando comparados aos seus respectivos
controles, bem como em hPMs de homens e mulheres. Isso porque macrófagos ativados
liberam níveis de espécies reativas de oxigênio (ROS) e óxido nítrico (NO), que são
componentes críticos para a defesa do hospedeiro contra infecção bacteriana (DEY;
BISHAYI, 2016; PIDWILL et al., 2021). Na resposta entre os machos, os MPMs dos
animais Sham infectados apresentaram menores concentrações de nitritos totais e
peróxido de oxigênio em comparação aos MPMs dos OQX infectados. Propomos aqui o
efeito da orquiectomia na capacidade de aumentar a liberação de radicais livres por
macrófagos e melhorar a resposta de fagocitose contra a inoculação por S. aureus.
Corroborando com a nossa hipótese, com o DHT, os machos OQX apresentaram menores
concentrações desses marcadores. Embora a testosterona tenha uma característica pró-
106

oxidante, como apresentado por Azevedo e colaboradores, o hormônio pode inibir a


resposta de radicais livres. Esse efeito pró- oxidante dos hormônios esteroides é em parte
realizada através da regulação da transcrição de certas enzimas envolvidas no
metabolismo de radicais livres (AZEVEDO et al., 2001; ADLER et al., 2012). Sabe-se
também que os andrógenos estão envolvidos em inibir a atividade do complexo
enzimático NADPH, um sistema importante como mecanismo microbicida, gerador de
radicais livres (ADLER et al., 2012). No contexto de macrófagos e inflamação, o papel
dos andrógenos tem sido controverso. Em um trabalho desenvolvido por Kahl e Elsasser
(2006), o tratamento com a testosterona não alterou a concentração de nitritos totais, mas
elevou a concentração do TNF-α com a infecção por LPS. Em outro estudo, a dose da
testosterona, em um modelo de isquemia renal em ratos, resultou em maior liberação de
nitritos em comparação ao controle (PATIL et al., 2016). Nesse caso, acreditamos que a
dose e o modelo de inflamação influenciam no desfecho da liberação desses marcadores.
Nos estudos desenvolvidos por Xião e colaboradores (2015), o tratamento com a
testosterona reduziu a concentração de H2O2 por meio da mediação do receptor de
testosterona AR em células cardíacas de animais. A redução dos danos foi dependente da
dose de testosterona com efeito na via do NF-κB. Resultados de Lee e colaboradores
(2019), mostraram que o tratamento in vitro com o DHT ativou e aumentou a
citotoxicidade de macrófagos de uma maneira dependente da concentração do hormônio
(1, 10, 100 nM) em linha celular de macrófagos murinos (RAW 264.7) e linha celular de
monócitos humanos (THP-1), na qual quanto maior a concentração do hormônio maior a
citotoxicidade de macrófagos. Por outro lado, Biswas, Mantovani (2010) apresentaram
que o andrógeno suprime a atividade citotóxica de macrófagos e os níveis farmacológicos
de DHT inibem a geração de superóxidos em macrófagos de ratos. Nossa hipótese é que
essa resposta antioxidante da testosterona associada a infecção por S. aureus é prejudicial
na resposta contra essa bactéria. Bactérias como S. aureus, aeróbias, desenvolvem
enzimas antioxidantes que inibem radicais livres pelos macrófagos e impede a depuração
bacteriana e a resposta eficiente de defesa do sistema imune. S. aureus utiliza diversas
estratégias para permitir a sua sobrevivência e proliferação no organismo hospedeiro
como opsonização do complemento, neutralização da fagocitose e a inibição das respostas
imunes tanto humoral quanto celular. Inclusive a enzima catalase produzida por S. aureus
107

converte o peróxido de hidrogênio, que apresentaria uma ação tóxica sobre a bactéria, em
oxigênio e água (SANTOS et al., 2007).
Quando se compara os MPMs entre os sexos em nossos resultados, os machos
Sham apresentaram menores concentrações de nitritos e peróxido de hidrogênio em
comparação as fêmeas. Semelhantemente, em hPMs, os homens apresentaram menores
concentrações de nitritos e peróxido de hidrogênio em comparação as mulheres.
Reputamos que as fêmeas apresentem melhor resposta a fagocitose bacteriana. Nos
estudos de Scotland e colaboradores (2011), a atividade antibacteriana da NADPH
oxidase intracelular foi significativamente elevada nos macrófagos peritoneais residentes
em fêmeas, quando comparado aos machos. Acreditamos que as fêmeas respondem
melhor a infecção e apresentem maior controle de mediadores inflamatórios, como os
radicais livres. Além disso, também supomos que o aumento da IL-10 pode influenciar
no controle da liberação dos radicais livres por macrófagos, como observamos nas fêmeas
em relação aos machos nesse nosso estudo, sendo mais uma vez, uma vantagem para o
sexo feminino. As fêmeas apresentam fagocitose mais eficiente e morte mediada por
NADPH oxidase por macrófagos, que elimina patógenos mais rápido do que em machos
(MARRIOTT; HUET-HUDSON, 2006). Com o tratamento do DHT, nesse nosso ensaio,
notamos menores concentrações de nitritos e peróxido de hidrogênio em MPMs de
machos OQX e fêmeas e em hPMs das mulheres. Demonstrando aqui a influência do
hormônio sexual masculino em inibir a resposta oxidativa pelos macrófagos e
consequentemente a fagocitose. Em um outro modelo de resposta inflamatória, a IL-10
promove a mitofagia que elimina mitocôndrias disfuncionais caracterizadas por baixo
potencial de membrana e alto nível de espécies reativas de oxigênio em macrófagos
(EDDIE IP et al., 2017). Um trabalho realizado por Azevedo e colaboradores (2001), os
machos apresentaram menores expressões de enzimas antioxidantes em macrófagos
residentes intraperitoneais em comparação as fêmeas. No entanto, um excesso de espécies
reativas de oxigênio e nitrogênio podem promover condições para dano mitocondrial e
desregulação metabólica (CROUSER, 2004; SWEENEY et al., 2011). Na pesquisa
desenvolvida por Kajihara e colaboradores (2012), em um experimento in vitro, usando
células do estroma endometrial humano isoladas de espécimes de histerectomia, o DHT
(concentrações de 10-6, 10-7, 10-8) aumentou a resistência para o estresse oxidativo,
reduzindo os níveis de H2O2 induzida pela apoptose. Esta resposta coincidiu com o
108

aumento da expressão de FOXO1, um fator chave de transcrição tecidual, e indução de


seu gene alvo, SOD2, que codifica uma enzima antioxidante conhecida por determinar a
suscetibilidade em direção ao estresse oxidativo em uma variedade de células. O DHT
demonstrou ser um poderoso antioxidante, prevenindo efetivamente a formação de
peróxidos lipídicos (LPO) (BILIŃSKA et al., 2006). A estrutura química do DHT permite
a doação de um átomo de H+ a um radical peroxil (NEGRI-CESI et al., 1998; WOLF et
al., 2003), o que resulta na eliminação de radicais livres. Em outro estudo in vitro, usando
células tronco embrionárias de camundongos, o DHT (10-7M) apresentou efeito
antioxidante e protegeu contra o estresse oxidativo na apoptose induzida por H2O2. Os
níveis de fosforilação de p38 MAPK, JNK/SAPK e NF-κB também foram reduzidos com
o pré-tratamento com o DHT, o que garante o efeito protetor do DHT ao estresse
oxidativo no modelo de estudo (LEE et al., 2008). Em se tratado dessa resposta a
inflamação aguda, não foram encontrados estudos na literatura associado a testosterona e
nitritos totais/peróxido de hidrogênio a inoculação por S. aureus em machos e fêmeas
como nesse nosso trabalho.
Nos nossos resultados, também encontramos dados sobre a expressão do TLR2 e
NF-κB, como evidência da sinalização e liberação de citocinas e radicais por essa via. Os
MPMs dos machos Sham e OQX estimulados com S. aureus apresentaram aumento na
expressão desses genes, quando comparados aos seus respectivos controles. Um
resultado, encontrado por Bishayi e colaboradores (2015), demonstrou que S. aureus
estimulou a expressão do TLR-2, ativou a sinalização do NF-κB e induziu a liberação das
seguintes citocinas: TNF‐ α, IL-6, IFN‐ γ, IL‐1 β, IL‐12, IL-10 em MΦ peritoneais de
camundongos. Dados equivalentes também foram demonstrados em outros experimentos
(TAKEUCHI et al., 1999; YOSHIMURA et al., 1999; KNUEFERMANN et al., 2004;
KOCHAN et al., 2012). O TLR2, expresso em monócitos, é um dos receptores principais
no combate às bactérias Gram-positivas, especialmente a S. aureus (NIEBUHR et al.,
2015). Em nossos resultados, não observamos diferença significativa na expressão de de
TLR2 e NF-κB entre os MPMs dos machos Sham e OQX inoculados por S. aureus. No
entanto, com tratamento do DHT, percebemos aumento na expressão do TLR-2 e NF-κB
em MPMs de machos OQX. Uma hipótese para esses achados é que o hormônio exógeno
possa atuar por vias diferentes do hormônio biológico. Sabemos que os andrógenos
podem agir por vias diferentes, tanto pelo receptor de hormônio celular e/ou nuclear (LAI
109

et al., 2012; RUSZKIEWICZ et al., 2019), quanto também pode atuar diretamente em
células locais específicas de ligação à membrana (SMBS). A testosterona,
particularmente exógena, pode ter uma ação não genômica via SMBS, cuja ação não é
mediada pelo AR clássico e sim através da ativação da sinalização de cinases de
membrana pelas vias ERK, PK, resultando em uma série de atividades biológicas
dependente dessa via, incluindo a expressão de proteínas de genes como NF-κB, RelA
(p65), Caspase-3, serina treonina quinase (Akt), quinase regulada por sinal extracelular
(ERK) 1/2, Bcl-2 e Bcl-xL e proteína quinases (PK) (XIAO et al., 2015; SHEPHERD et
al., 2021). Além do mais, não foram encontrados trabalhos envolvendo a atividade do
DHT em receptores TLR-2 e NF-κB expressos por MΦ a infecção por S. aureus entre
machos e fêmeas, como nesse nosso ensaio.
Observamos em nossos resultados, que os MPMs de machos Sham apresentaram
maiores expressões de TLR2 e NF-κB em comparação as fêmeas. Nesse caso, a expressão
de forma intensa desses receptores garante uma resposta mais descontrolada a infecção
por S. aureus. Um desequilíbrio do TLR2, NF-κB e de citocinas pró e anti-inflamatórias
geralmente resulta em uma resposta inflamatória exagerada, síndrome de disfunção de
múltiplos órgãos e choque séptico em humanos (KIM et al., 2020; YIMIN et al., 2013).
Na análise da resposta do DHT em MPMs de fêmeas, não observamos diferença
significativa para a expressão dos genes TLR2 e NF-κB. Contudo, consideramos que essa
resposta em fêmeas seja em consequência ao papel protetor do estrógeno em modular a
expressão do TLR2, NF-κB e proporcionar maior equilíbrio também da liberação de
citocinas e radicais livres (WAGNER; SCHROETER; HECKER, 2001;
CHANDRASEKARAN et al., 2011). Em um trabalho desenvolvido por Aomatsu e
colaboradores (2013), em comparação com neutrófilos das fêmeas, os machos exibiram
maior ativação de moléculas de sinalização distintas, incluindo ERK, p38, JNK e Akt, com
maior expressão de TLR4 e TNF-α em resposta à estimulação com LPS. Em outros
experimentos, quando os monócitos foram pré-tratados com estradiol in vitro por 24h
antes da estimulação de LPS, a ativação de NF-κB em macrófagos foram suprimidos pelo
pré-tratamento das células com estradiol (PIOLI et al., 2007; MURPHY; GUYRE; PIOLI,
2010). Esses achados sugerem que o estradiol exerce efeitos anti-inflamatórios
modulando a resposta de receptores e citocinas (AOMATSU et al., 2013), o que pode
parcialmente justificar a diferença entre os sexos na infecção grave (SCHRÖDER et al.,
110

1998). No trabalho desenvolvido por Souza e colaboradores (2020), o E2 reduziu a


concentração do TNF-α e diminuiu a expressão de TLR2 e NF-κB em MΦ de murinos a
infecção por S. aureus. É interessante observar que o DHT teve um efeito oposto em
nossos ensaios ao aumentar a expressão de TLR2 e NF-κB em MΦ de murinos a
inoculação por S. aureus.
A sinalização CD80/CD86 contribui para a resposta pró-inflamatória de S. aureus.
Esta via está associada a liberação de citocinas, bem como a ativação de MΦ (PARKER,
2018). As células T são ativadas por meio da interação de peptídeos apresentados pelo
complexo principal de histocompatibilidade (MHC), que interagem com o complexo
receptor de células T, e leva ao início de várias cascatas de sinalização. Este complexo de
sinalização também é aumentado através de vários co-receptores e seus respectivos
ligantes. O co-receptor de células T CD28, interage com CD80 (B7-1) e CD86 (B7-2) que
são expressos em células apresentadoras de antígenos, como macrófagos ativados em
resposta a patógenos, como por S. aureus, o que leva à indução de várias vias de
sinalização, como aquelas controladas pelo NF-κB, MAPK, PI3K e AKT (CHEN; FLIES,
2013; YAO, ZHU, CHEN, 2013). Em um estudo por Parker (2018), camundongos
deficientes em CD80 e CD86 tiveram reduções significativas em várias citocinas pró-
inflamatórias e melhoraram significativamente as taxas de sobrevivência em um modelo
murino de pneumonia. Esta necessidade de CD80 e CD86 na resposta pró-inflamatória
ao S. aureus foi evidente no início da infecção e in vitro usando MΦ derivados da medula
óssea. O trabalho deu suporte à hipótese de que grande parte da morbidade e mortalidade
associada à infecção por S. aureus é resultado da produção excessiva de citocinas. Isso
nos traz a ideia de que o DHT estimula uma resposta mais robusta de citocinas
inflamatórias, promovendo uma resposta mais intensa a infecção por S. aureus.
Em nosso estudo, a análise daexpressão dos genes demonstrou maiores expressões
de CD80, TNF, IL1A, IL6 em hPMs inoculados com S. aureus em comparação aos seus
respectivos controles. Além dessa resposta, observamos maiores expressões de IL12A e
TLR2 em hPMs de homens inoculados com S. aureus em comparação aos hPMs de
mulheres. Nós também demonstramos que os hPMs dos homens apresentaram maior expressão do
TLR2 em comparação aos hPMs das mulheres. Nosso estudo também mostrou genes associados
com a regulação positiva nos hPMs inoculados com S. aureus de mulheres tratados com
DHT em comparação aos hPMs de mulheres sem o pré-tratamento hormonal.
111

Observamos que o DHT é capaz de regular positivamente genes que estão envolvidos nas funções
dos monócitos, como o gene BTK (CAVALIERE et al., 2017), além dos genes que codificam
proteínas que fosforilam a via do NF-κB, como: CD80, TNF, IL12A, IL1A, IL1B, IL6,
NFKB2, NFKBIA e TLR2. S. aureus é capaz de ativar os monócitos, cuja ativação é
necessária para a iniciação e modulação da resposta imune, principalmente através da
transcrição de genes relacionada a via do NF-κB, levando consequentemente à
produção/secreção de mediadores da via inflamatória e citocinas pró-inflamatórias
(GIANNONI et al., 2011; PELEKANOU et al., 2016), citocinas como TNF-α, IL-12, IL-
1β, IL6 que foram analisadas nesse estudo. Independente do estímulo, parece haver
participação de espécies reativas de oxigênio (estresse oxidativo) e o aumento de cálcio
intracelular para a ativação do NF-kB (GLEZER et al., 2000). O NF-kB é um
heterodímero constituído de duas subunidades: p65 (também chamada RelA) e p50
(BAEUERLE; BALTIMORE,1996; SIEBENLIST, 1997). Na literatura, o termo NF-kB
autêntico designa a combinação p50/RelA. Além dessas, outras subunidades foram
descritas, tais como a c-Rel, RelB, e p52, sendo provável que diferentes tipos de
combinações sejam capazes de ativar diferentes genes ou ainda bloquear a transcrição do
p50/RelA (GHOSH; MAY; KOPP, 1998). Em nossos resultados, observamos maior
expressão de RelA em hPMs inoculados com S. aureus em comparação ao controle. Dado
o exposto, esse estudo propõe que o DHT estimula a via do NF-κB na resposta
imunológica de monócitos induzida por S. aureus, conforme esquematizado na figura
baixo:
112

Figura 30. Efeito do DHT na resposta imunológica induzida por Staphylococcus aureus. O DHT
atua aumentando a expressão do TLR2 e os fatores de transcrição IRAK1, IRAK4, IKKβ e NFκB
(representado pelas setas vermelhas). Diversos estímulos extracelulares como citocinas pró-
inflamatórias (IL-1, interleucina 1; TNF, fator de necrose tumoral), causam a fosforilação (P) do
IkB, que pode ser mediada pela IkB quinase (IKK). A fosforilação do IkB libera o NF-kB de forma
que ele possa atuar sobre um gene alvo no núcleo, enquanto o IkB é degradado. Fonte: Próprio
autor, 2022.

O presente estudo mostrou que a presença do hormônio DHT endógeno está


relacionada a uma resposta pró-inflamatória em macrófagos. O hormônio DHT está
associado a um aumento da expressão e/ou produção de citocinas como TNF-α, IL-1, IL-
6, IL-8 e IL-12, e GM-CSF, associado a uma redução da IL-10, da ativação da expressão
do TLR2 e da via do NF-κB, o que sugere um efeito pró-inflamatório do DHT à resposta
imunológica induzida por S. aureus. O sexo feminino tende a montar uma melhor resposta
imune a infecções bacterianas. Os dados mostram que as fêmeas produzem citocinas
inflamatórias mais baixas (potencialmente prejudiciais), mas produzem mais produtos
para aumentar as citocinas anti-inflamatórias (ou seja, IL-10). Um dos resultados mais
interessantes desse nosso estudo são os dados que mostram o aumento da expressão do
113

TLR-2 com a testosterona em homens, mas não em mulheres. Isso obviamente indica que
os andrógenos aumentam o reconhecimento do patogeno e é em parte o mecanismo para
o aumento da inflamação desregulada. Certamente, os macrófagos derivados de
monócitos provavelmente se inclinam para uma resposta protetora nas mulheres em
comparação com os homens, e mostram claramente que as diferenças estão relacionadas
à testosterona. Uma especulação também interessante é o fato das fêmeas apresentaram
maiores concentrações de nitritos totais e H2O2, e por outro lado, baixa expressão do TLR2
e da via do NF-κB, nessa pesquisa. Uma hipótese é que essa via possa ser modulada pela
expressão de moléculas sinalizadoras como JNK, P38 MAPK, SAPK (LEE et al., 2008) e
outra hipótese é que a IL1 possa modular as espécies reativas nessa via (DINARELLO,
2005; SCHULTE; BERNHAGEN; BUCALA, 2013; ZHANG et al., 2014), bem como a
IL-10 (MARRIOTT; HUET-HUDSON, 2006; EDDIE IP et al., 2017), já que as mulheres
apresentaram maiores concentrações de IL-10 e IL-1β e maiores concentrações dos
nitritos e H2O2 em relação aos homens. Esses efeitos foram inibidos por um pré-
tratamento com DHT. O que pode ser por uma regulação negativa de p38 MAPK,
JNK/SAPK e NF-Κb (LEE et al., 2008).
114

CONCLUSÃO

O andrógeno tem sido convencionalmente proposto como um supressor da


resposta imune. Diante dos resultados deste estudo, é possível perceber, que o DHT
liberou maior concentração de citocinas inflamatórias e aumentou a expressão de genes
associados a essa resposta, principalmente pela ativação do TLR2 e NF-κB. O hormônio
suprimiu a produção de IL-10 e de nitritos totais e peróxido de oxigênio pelos macrófagos
peritoneais de camundongos machos e fêmeas, e pelos monócitos provenientes do sangue
periférico de humanos, o que pode prejudicar a resposta de fagocitose contra S. aureus.
Além disso, notamos uma resposta mais robusta dos machos em relação as fêmeas frente
a inoculação por S. aureus. A resposta da inflamação na resolução de infecções é
importante para a homeostasia tecidual, no entanto, em excesso essa resposta é
prejudicial. No geral, nossos resultados sugerem que o DHT possa desempenhar um papel
pró-inflamatório a infecção por S. aureus e as fêmeas desempenham uma melhor resposta
de defesa imune contra esse patógeno. O conhecimento aqui abordado neste estudo é
importante para o desenvolvimento científico, favorecendo a possibilidade de novas
abordagens terapêuticas na área. Esse conhecimento também é de grande interesse para a
saúde pública, já que homens e mulheres respondem de forma diferente as infecções e o
tratamento convencional é semelhante para ambos os sexos. Assim, mais pesquisas são
necessárias para compreender as diferenças na participação dos andrógenos na resposta
inflamatória contra a infecção por S. aureus. Este trabalho também traz uma abordagem
não apresentada na literatura, até então, a maioria dos estudos que avaliam o efeito da
resposta imunológica frequentemente usam o LPS como estimulante celular de escolha,
nós estimulamos com MRSA de S. aureus e trouxemos dados sobre a atuação do DHT, o
metabólito mais ativo da testosterona, na resposta imunológica contra S. aureus, podendo
estes serem considerados resultados importantes clinicamente para gerar novos estudos
na área sobre os andrógenos e seu papel na resposta contra microrganismos.
115

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137

APENDICE A- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO –


TCLE
BASEADO NAS DIRETRIZES CONTIDAS NA RESOLUÇÃO CNS Nº466/2012.

O Comitê de Ética em Pesquisa - CEP - é um colegiado que deve existir nas instituições
que realizam pesquisa envolvendo seres humanos no Brasil. O CEP foi criado para
defender os interesses dos sujeitos da pesquisa em sua integridade e dignidade e para
contribuir no desenvolvimento da pesquisa dentro de padrões éticos (Resolução nº
466/12- Conselho Nacional de Saúde). No estudo, a função do CEP é garantir os direitos
e a dignidade dos sujeitos da pesquisa. Além disso, o CEP contribui para a qualidade das
pesquisas e para a discussão do papel da pesquisa no desenvolvimento social da
comunidade. Contribui ainda para a valorização do pesquisador que recebe o
reconhecimento de que sua proposta é eticamente adequada.

Prezado (a) Senhor (a)

Esta pesquisa é sobre a Avaliação do papel da testosterona na fisiopatologia da sepse


induzida por Stahylococcus aureus e está sendo desenvolvida pelas seguintes
doutorandas: Déborah Cruz dos santos, Rafaela de Souza Bittencourt, Clarissa Leal Silva
Souza e pelo professor adjunto Guilherme Barreto Campos, pesquisadores do Curso de
pós graduação em Ciências Fisiológicas da Universidade Federal da Bahia, do Instituto
Multidisciplinar em Saúde-campus Anísio Teixeira, Vitória da Conquista-Ba sob a
orientação do(a) Prof(a) Dr. Lucas Miranda Marques.
O objetivo geral do estudo é avaliar em células de modelo animal e de humano a
influência do hormônio testosterona na resposta à infecção por Staphylococcus aureus,
uma espécie de bactéria. A realização desse estudo permitirá avaliar o efeito da ação da
testosterona na resposta imunológica em casos de sepse, uma doença grave e causa de
morte nas unidades de terapia intensiva (UTI). Espera-se que a melhor compreensão do
papel da testosterona na resposta de defesa do corpo contra micro-organismos, como
Staphylococcus aureus, possa propor estratégias para um tratamento eficaz, seguro e útil.
Ademais, poderá contribuir para ações de promoção da saúde da população, repercutindo
na redução de custos com tratamentos, hospitalizações, complicações e melhoria da
qualidade de vida dos portadores desse agravo.

Solicitamos a sua colaboração para a participação como voluntário nessa pesquisa.


Para isso, será efetuada as seguintes atividades:

I. Realização de um questionário semiestruturado como objetivo averiguar os critérios de


inclusão necessários para a execução do estudo. Os voluntários serão questionados sobre
idade, altura, peso, saúde geral, história familiar, hábitos como álcool, tabagismo e uso
de medicações. Como critérios de exclusão serão adotados: indivíduos abaixo do peso,
obesos, com histórico clínico de antecedentes alérgicos, com alterações cardíacas,
138

hipotensão, distúrbio circulatório, renal, hormonal, gastrointestinal, epilepsia,


convulsões, alterações psicológicas, psiquiátricas, antecedentes oncológicos, doenças
crônicas como diabetes mellitus ou hipertensão arterial ou indivíduos fazendo uso de
medicamentos anti-inflamatórios ou hormônios sintéticos. Serão incluídos no projeto
indivíduos jovens, com resultado de exame dentro do padrão de normalidade e que não
se enquadram em nenhum dos itens de exclusão. A enfermeira Deborah Cruz dos
Santos estará presente durante todo o momento de aplicação do questionário para o
esclarecimento de eventuais dúvidas e a disposição para qualquer explicação que
considere necessário em qualquer etapa da pesquisa. Os resultados obtidos serão mantidos
em sigilo, sem expor o nome do indivíduo durante toda a pesquisa e com completa
confidencialidade das informações pessoais e dados que venham expor e constranger o
voluntário.

II. A pressão arterial será aferida uma vez pela enfermeira Deborah Cruz dos Santos para
averiguar o bom estado de saúde geral do parcipante;

III. O participante doará um total de 35 a 40 mL de sangue em duas etapas. Esse volume


de sangue é de aproximadamente 8 colheres de chá. A primeira coleta de sangue será
realizada no laboratório 04 de Imunodiagnóstico e análises clínicas no IMS/CAT/ UFBA
em Vitória da Conquista/BA.

IV. Após jejum de 8 horas será feita a primeira etapa da coleta destinada para realização
de análise bioquímica e dosagem de hormônios sexuais. A quantidade de sangue coletada
para realização de tais procedimentos varia entre 12 a 15 mL de sangue, semelhante a 3
colheres de chá.

V. Após confirmação de bom estado de saúde geral, será realizada uma segunda etapa da
coleta de 20 mL de sangue nos homens doadores. Um volume de sangue semelhante a 4
colheres de chá. Essa segunda fase da coleta ocorrerá no Laboratório de Enfermagem do
Instituto Multidisciplinar em Saúde da Universidade Federal da Bahia, situado em Vitória
da Conquista/BA por profissional habilitado e experiente em coletas sanguíneas;

VI. Nessa segunda fase, o sangue será utilizado para uma técnica de Citometria de fluxo,
que é uma técnica utilizada para contar, examinar e classificar partículas microscópicas
suspensas em meio líquido em fluxo. O sangue também será usado para diferenciação das
suas células em macrófagos, células de defesa que destroem elementos estranhos ao
corpo. O plasma será coletado para ELISA, a fim de mensurar níveis de citocinas, que
são substâncias importantes no processo de combate à infecção. Será feito um tratamento
em placa com salina, Flutamida, que é uma droga que age como um bloqueador de
testosterona na célula, e a própria Dihidrotestosterona, um metabólito mais ativo da
testosterona. Em seguida todos os grupos serão infectados com a bactéria Staphylococcus
aureus e avaliadas em diferentes tempos. Será feita a extração do RNA e análise de
expressão de 84 genes envolvidos na resposta do hospedeiro a infecção bacteriana.
139

VII. O material biológico e os dados obtidos na pesquisa serão utilizados exclusivamente


para a finalidade prevista do estudo e somente os testes em amostras biológicas que
estiverem descritas no TCLE serão realizados (Resolução CNS n° 466 de 2012).

VIII. Ao final do processamento com o sangue, as amostras biológicas não serão


armazenadas e sim descartadas. O material biológico humano é do sujeito da pesquisa,
cabendo à instituição sua guarda e gerenciamento. O material é segregado em sacos ou
recipientes que evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e ruptura. Esse
material é identificado e sinalizado como “INFECTANTE”, em caixas coletoras próprias
para o material infectante. Esse material é autoclavado e por fim destinado aos descartes
de materiais biológicos da instituição (Resolução RDC nº 306, de 7 de Dezembro de 2004;
Portaria nº 2.201, de 14 de Setembro de 2011). Uma empresa terceirizada da Universidade
Federal da Bahia-IMS-CAT-UFBA recolhe esse material semanalmente.

IX. No momento da coleta de sangue poderá haver alguma dor suportável decorrente da
punção da pele. Para minimizar essa possível dor, é recomendado que os voluntários
tenham uma boa ingesta hídrica por um dia antes da coleta, visto que a ingestão de oito a
dez copos de líquidos por dia ajuda o sangue a fluir melhor e torna as veias mais fáceis
de serem encontradas e perfuradas. Também é recomendado caminhar enquanto espera o
exame, para aumentar o fluxo do sangue e manter as veias cheias. Em caso de ansiedade,
é recomendado que o voluntário converse ou lembre-se de algo agradável enquanto espera
pela coleta. Também é interessante ler ou ouvir música ou gravações que sejam
relaxantes;

X. O voluntário deve informar caso apresente tendência para sentir tontura ou desmaiar,
para que a coleta seja realizada com o voluntário deitado (a) em maca para prevenir um
desmaio e/ou queda. Caso sinta tontura ou sensação de desmaio em qualquer momento,
o voluntário será orientado a abaixar a cabeça e colocá-la entre as pernas ou deitar-se,
isso vai ajudar a melhorar;

XI. Será utilizado um sistema fechado, a vácuo, totalmente descartável. As agulhas deste
sistema destacam-se pelo corte de seu bisel e sua excelente capacidade de deslizamento
durante a punção, minimizando o desconforto da punção durante a coleta de sangue.
Complicações de coleta de sangue rotineira são raras e geralmente de pequeno porte. Se
houver pequena perda de sangue da veia no local da punção geralmente há um pequeno
desconforto que desaparece em poucos dias. Se uma mancha roxa, eventualmente,
aparecer no local da coleta, é recomendado que o voluntário faça uma compressa de gelo
no local, quatro vezes ao dia, nas primeiras 24 horas. Caso sinta alguma dor, é
recomendado fazer uso de um analgésico de costume. Se o hematoma trouxer alguma
preocupação ou apresentar maior gravidade na coleta de sangue como lesão em estruturas
anatômicas circunvizinhas (artérias e nervos), tromboflebite na veia puncionada, celulite
local, infecções, o participante devo informar no telefone (77) 998510707 ou por e-mail
para deborahenfermeira@gmail.com;
140

XII. Caso necessário, será garantido o direito a assistência integral e gratuita ao


participante, devido a danos decorrentes da participação na pesquisa e pelo tempo que for
necessário (Resolução CNS n° 466 de 2012, itens II. 3.1 e II.3.2).

XIII. Haverá acompanhamento e encaminhamento clínico para os participantes da


pesquisa nos quais forem evidenciados quaisquer problemas de saúde não identificados
previamente (Resolução CNS n° 466 de 2012, item IV.3.c).

XIV. A participação neste projeto não tem objetivo de submeter o voluntário a um


tratamento, bem como não acarretará qualquer despesa financeira com relação aos
procedimentos médico-clínico-terapêuticos efetuados no estudo;

XV. Todas as despesas com a pesquisa serão custeadas pelo financiamento de Editais
anteriormente aprovados. Esses projetos foram aprovados para os anos de 2018-2021 na
FAPESB e CNPq e pertence ao pesquisador responsável pelo por este estudo. O
participante da pesquisa não arcará com nenhum custo referente a procedimentos e/ou
exames do estudo. (Resolução CNS n° 466 de 2012, itens II.11 e II.16).

XVI. O voluntário tem a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração neste


estudo no momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação;

XVII. A desistência não causará nenhum prejuízo a saúde ou bem-estar físico do


voluntário;

XIII. Os resultados obtidos durante este ensaio serão mantidos em sigilo, e o voluntário
concorda que sejam divulgados em publicações científicas, desde que seus dados pessoais
não sejam mencionados;

XIX. Caso o voluntário desejar, poderá pessoalmente tomar conhecimento dos resultados,
ao final desta pesquisa.

( ) Desejo conhecer os resultados desta pesquisa.


( ) Não desejo conhecer os resultados desta pesquisa.
XX. O voluntário poderá contatar a Secretaria da Comissão de Ética em Pesquisa com
Seres Humanos – IMS/UFBA -, no telefone (77) 3429-2720 (e-mail: cepims@ufba.br)
ou (77 3429-2719/ lucasm@ufba.br) para recursos ou reclamações em relação ao presente
estudo;

XXI. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE deverá ser assinado em duas
vias, ficando uma retida com o pesquisador responsável e uma outra com o participante
141

da pesquisa. O voluntário deverá rubricar todas as folhas do TCLE. O pesquisador


responsável deverá da mesma forma, rubricar todas as folhas do TCLE apondo sua
assinatura na última página do referido Termo (Resolução CNS 466/12, item IV. 5.d);

XXII. Resolução CNS 466/12 - Estou recebendo uma via deste Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido.

Eu, _________________________________________________________________,
profissão ____________________________, residente e domiciliado na
______________________________________________________________________
_______portador da cédula de identidade, RG ___________________________, e
inscrito no CPF/MF______________________________ nascido(a) em _____ / _____
/_______ , concordo de livre e espontânea vontade em participar como voluntário(a) do
estudo “Avaliação do papel da testosterona na fisiopatologia da sepse induzida por
Stahylococcus aureus”. Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como
todos os eventuais esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas.

Impressão dactiloscópica

Vitória da Conquista, BA............de...................................de 20.....


Responsável pelos dados da
pesquisa.................................................................................................

Responsável pelo Projeto:

_____________________________________________________
PROF. DR. LUCAS MIRANDA MARQUES
Universidade Federal da Bahia- Instituto Multidisciplinar em Saúde- Campus Anísio Teixeira. Rua Rua Hormindo Barros, 58 -
Candeias, Vitória da Conquista - BA, 45029-094- Telefone: (77) 3429-2709.
142

APENDICE B - QUESTIONÁRIO

Esse questionário tem como objetivo averiguar os critérios de inclusão necessários


aos voluntários a sujeitos de pesquisa do estudo intitulado “Avaliação do papel da
testosterona na fisiopatologia da sepse induzida por Stahylococcus aureus”.
Agradecemos a sua colaboração!

1. Nome
completo:______________________________________________________________
____________________
2. Data de Nascimento:______/______/__________
3. Sexo:

( ) Feminino
( ) Masculino
4. Telefone para contato: ______________________ E-
mail:__________________________________________
5. Altura:______ m
6. Peso:______ kg
7. Em relação ao seu histórico clínico, responda:
a. Antecedentes alérgicos:

( ) Não
( ) Sim. Qual
(is)?___________________________________________________________________
_______
b. Alterações cardíacas:

( ) Não
( ) Sim. Qual
(is)?___________________________________________________________________
_______
c. Hipo/Hipertensão arterial:

( ) Não
( ) Sim.
Qual?_________________________________________________________________
_________

d. Distúrbio circulatório:

( ) Não
( ) Sim. Qual
(is)?___________________________________________________________________
_______
e. Distúrbio renal:
143

( ) Não
( ) Sim. Qual
(is)?___________________________________________________________________
_______
f. Distúrbio hormonal:

( ) Não
( ) Sim. Qual
(is)?___________________________________________________________________
_______
g. Distúrbio gastro-intestinal:

( ) Não
( ) Sim. Qual
(is)?___________________________________________________________________
_______
h. Epilepsia/Convulsões:

( ) Não
( ) Sim. Qual
(is)?___________________________________________________________________
_______
i. Alterações psicológicas/psiquiatras:

( ) Não
( ) Sim. Qual
(is)?___________________________________________________________________
_______
j. Antecedentes oncológicos:

( ) Não
( ) Sim. Qual
(is)?___________________________________________________________________
_______
k. Diabetes:

( ) Não
( ) Sim
l. Algum tipo de doença:

( ) Não
( ) Sim. Qual
(is)?___________________________________________________________________
_______

8. Está atualmente em tratamento médico?


144

( ) Não
( ) Sim. Qual
(is)?___________________________________________________________________
___________

9. Faz uso habitual de algum medicamento por ordem médica?

( ) Não
( ) Sim. Qual
(is)?___________________________________________________________________
___________

10. Ingere bebida alcóolica?

( ) Não
( ) Sim. Com que
frequência?____________________________________________________________

11. Fuma?

( ) Não
( ) Sim. Com que frequência e em que
quantidade?______________________________________
ANEXO A
145
ANEXO B
146

UFBA - VITÓRIA DA
CONQUISTA - CEP INSTITUTO
MULTIDISCIPLINAR EM SAÚDE
- CAMPUS ANÍSIO TEIXEIRA -
UFBA

PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA

Título da Pesquisa: AVALIAÇÃO DO PAPEL DA TESTOSTERONA NA FISIOPATOLOGIA DA SEPSE


INDUZIDA POR Staphylococcus Aureus
Pesquisador: Lucas Miranda Marques
Área Temática:
Versão: 6
CAAE: 95158218.3.0000.5556
Instituição Proponente: Instituto Multidisciplinar em Saúde-Campus Anísio Teixeira
Patrocinador Principal: Financiamento Próprio

DADOS DO PARECER

Número do Parecer: 3.532.532

Apresentação do Projeto:
O Projeto intitulado AVALIAÇÃO DO PAPEL DA TESTOSTERONA NA FISIOPATOLOGIA DA SEPSE
INDUZIDA POR Staphylococcus Aureus, após apreciação por este CEP, foi automaticamente encaminhado
para a CONEP, uma vez que, os pesquisadores o classificaram na Área Temática:
Novos procedimentos terapêuticos invasivos. Retornou para este CEP, após análise da CONEP, para ser
reavaliado quanto às recomendações da CONEP.

Objetivo da Pesquisa:
Os objetivos da pesquisa não foram alterados. Idem ao parecer de número 3.249.930.

Avaliação dos Riscos e Benefícios:


Idem ao parecer de número 3.249.930.

Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:


O projeto foi apreciado pela CONEP e várias modificações foram recomendadas acrescentando ao parecer
deste CEP. Os pesquisadores adequaram praticamente todas solicitações, com exceção apenas do item 3.3
do parecer onde foi solicitado que se explicitasse que será armazenado

Endereço: Rua Hormindo Barros, 58, Quadra 17, Lote 58


Bairro: CANDEIAS CEP: 45.029-094
UF: BA Município: VITORIA DA CONQUISTA
Telefone: (77)3429-2720 E-mail: cepims@ufba.br

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UFBA - VITÓRIA DA
CONQUISTA - CEP INSTITUTO
MULTIDISCIPLINAR EM SAÚDE
- CAMPUS ANÍSIO TEIXEIRA -
UFBA
Continuação do Parecer: 3.532.532

material biológico no arquivo


"PB_INFORMAÇÕES_BÁSICAS_DO_PROJETO_1177095.pdf", gerado na Plataforma Brasil em
21/12/2018. Tal solicitação não foi atendida e por isso o projeto retornou para os pesquisadores, após
aprovação do parecer na 32ª reunião extraordinária do dia 26 de junho de 2019.
.
Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:
Idem ao parecer de número 3.443.858

Recomendações:
No parecer de número 3.443.858 foi solicitado que os pesquisadores adequassem no arquivo
"PB_INFORMAÇÕES_BÁSICAS_DO_PROJETO_ da
Plataforma Brasil, segundo recomendação da CONEP, que haveria armazenamento do
material biológico, ainda que temporário. Tal solicitação foi realizada. Sendo assim, não há recomendações.

Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:


Todas as adequações solicitadas pela CONEP foram atendidas pelos pesquisadores. Sendo assim,
recomenda-se aprovação do presente protocolo de pesquisa.
Considerações Finais a critério do CEP:
O parecer do relator foi apreciado na 76ª reunião ordinária do dia 26 de agosto de 2019 sendo aprovado por
unanimidade de votos.

Conforme a Resolução nº 466/12 (Item X, Tópico X.1, Ponto 3b), é necessário submeter, na Plataforma
Brasil, relatórios semestrais referentes à execução deste projeto. Para este fim verifique o endereço
eletrônico: http://www.ims.ufba.br/cep/sereshumanos/?pagina=relatorios. Caso haja relatórios pendentes,
este Comitê se reserva a não apreciar novas submissões do pesquisador responsável até que estes sejam
submetidos.

Este parecer foi elaborado baseado nos documentos abaixo relacionados:

Endereço: Rua Hormindo Barros, 58, Quadra 17, Lote 58


Bairro: CANDEIAS CEP: 45.029-094
UF: BA Município: VITORIA DA CONQUISTA
Telefone: (77)3429-2720 E-mail: cepims@ufba.br

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UFBA - VITÓRIA DA
CONQUISTA - CEP INSTITUTO
MULTIDISCIPLINAR EM SAÚDE
- CAMPUS ANÍSIO TEIXEIRA -
UFBA
Continuação do Parecer: 3.532.532

Tipo Documento Arquivo Postagem Autor Situação


Informações Básicas PB_INFORMAÇÕES_BÁSICAS_DO_P 09/07/2019 Aceito
do Projeto ROJETO_1177095.pdf 19:06:41
Outros PB_PARECER_CONSUBSTANCIADO_ 23/04/2019 Lucas Miranda Aceito
CONEP_3249930.pdf 16:23:04 Marques
Outros financiamentoprojeto.pdf 23/04/2019 Lucas Miranda Aceito
16:16:13 Marques
Outros declaracaoocoletadesangue.pdf 23/04/2019 Lucas Miranda Aceito
16:13:18 Marques
Projeto Detalhado / projetodoutorado.pdf 23/04/2019 Lucas Miranda Aceito
Brochura 16:01:29 Marques
Investigador
TCLE / Termos de tclemodeloconep.pdf 23/04/2019 Lucas Miranda Aceito
Assentimento / 15:59:15 Marques
Justificativa de
Ausência
Folha de Rosto folhaderostocep.pdf 23/04/2019 Lucas Miranda Aceito
15:57:15 Marques
Parecer Anterior declaracao.pdf 21/12/2018 Lucas Miranda Aceito
10:26:29 Marques
Parecer Anterior autorizacao.pdf 21/12/2018 Lucas Miranda Aceito
10:26:11 Marques
Declaração de DeclaracadeMaterialbiologico.pdf 06/08/2018 Lucas Miranda Aceito
Manuseio Material 09:31:57 Marques
Biológico /
Biorepositório /
Biobanco
Declaração de Declaracaodeparticipantes.pdf 06/08/2018 Lucas Miranda Aceito
Pesquisadores 09:30:21 Marques
Orçamento orcamento.docx 20/07/2018 Lucas Miranda Aceito
17:29:58 Marques
Outros folhalocal.pdf 20/07/2018 Lucas Miranda Aceito
17:29:13 Marques
Outros CurriculoRafaeladeSouzaBittencourt.pdf 20/07/2018 Lucas Miranda Aceito
17:27:47 Marques
Outros CurriculoGuilhermeBarretoCampos.pdf 20/07/2018 Lucas Miranda Aceito
17:26:00 Marques
Outros CurriculoClarissaLealSilvaeSouza.pdf 20/07/2018 Lucas Miranda Aceito
17:25:18 Marques
Outros CurriculoDeborahCruzdosSantos.pdf 20/07/2018 Lucas Miranda Aceito
17:24:04 Marques
Outros CurriculoLucasMirandaMarques.pdf 20/07/2018 Lucas Miranda Aceito
17:23:22 Marques
Outros Declaracao1.pdf 20/07/2018 Lucas Miranda Aceito
17:20:44 Marques

Endereço: Rua Hormindo Barros, 58, Quadra 17, Lote 58


Bairro: CANDEIAS CEP: 45.029-094
UF: BA Município: VITORIA DA CONQUISTA
Telefone: (77)3429-2720 E-mail: cepims@ufba.br

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MULTIDISCIPLINAR EM SAÚDE
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Declaração de Declaracao5b.pdf 20/07/2018 Lucas Miranda Aceito


Pesquisadores 17:19:39 Marques
Declaração de Decalaracao5a.pdf 20/07/2018 Lucas Miranda Aceito
Pesquisadores 17:18:58 Marques
Declaração de declaracaodeinstituicao.pdf 20/07/2018 Lucas Miranda Aceito
Instituição e 17:17:54 Marques
Infraestrutura
Declaração de Declaracao6b.pdf 20/07/2018 Lucas Miranda Aceito
Manuseio Material 17:17:04 Marques
Biológico /
Biorepositório /
Biobanco
Declaração de Declaracao6a.pdf 20/07/2018 Lucas Miranda Aceito
Manuseio Material 17:16:13 Marques
Biológico /
Biorepositório /
Biobanco
Cronograma CRONOGRAMA.docx 20/07/2018 Lucas Miranda Aceito
17:08:22 Marques

Situação do Parecer:
Aprovado
Necessita Apreciação da CONEP:
Não

VITORIA DA CONQUISTA, 26 de Agosto de 2019

Assinado por:
Raquel Souzas
(Coordenador(a))

Endereço: Rua Hormindo Barros, 58, Quadra 17, Lote 58


Bairro: CANDEIAS CEP: 45.029-094
UF: BA Município: VITORIA DA CONQUISTA
Telefone: (77)3429-2720 E-mail: cepims@ufba.br

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