Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2022;26(S2):102441
Objetivo: Descrever uma mastite cro ^ nica com mu ltiplas conseque ^ncias fatais ou mutilantes. Em diabe ticos, as princi-
recidivas, bio psia na~o compatível com mastite granulomatosa pais formas sa ~ o rinocerebral, sino-orbital e cuta ^ nea.
e cultura com Mycobacterium tuberculosis. Objetivo: Descrever um caso de mucormicose rino-
Resultados: Feminina, 59 anos, G3P3, portadora de HAS, rbitocerebral em paciente diabe
o tica com diagno stico tardio.
obesidade, dislipidemia, tabagista. Em 07/2020 foi identificado Resultados: Feminino, 57 anos, obesa, portadora de doença
no dulo mama rio a esquerda (E), hipoecoico, heteroge ^ neo, renal cro ^ nica na ~ o dialítica, hipertensa ~ o arterial e diabetes
lobulado, 2 £ 1 cm ao ultrassom (US), biopsiado em 11/2020. com mau controle. Ha 4 meses iniciou cefaleia hemicraniana
HP descrevia tecido mama rio benigno, ectasia ductal, fibroa- esquerda de forte intensidade, associada a rinorreia puru-
denose, infiltrado inflamato rio linfomononuclear com lenta. Apo s 4 dias, evoluiu com dor ocular esquerda (E), asso-
exsudaç a ~o neutrofílica. Pesquisas para fungos e BAAR negati- ciada a edema, hiperemia e drenagem de secreç a ~ o purulenta.
vas. Em 04/2021 evoluiu com hiperemia, edema, mastalgia a E Teve diagno stico de celulite periorbita ria E, com abscessos
e presença de abscesso de 2 £ 2cm. Negava febre, tosse, ema- cuta ^ neos e pequeno empiema subdural a tomografia de
grecimento ou astenia. Apresentou novas reagudizaç o ~ es do cra^ nio, sendo iniciados antibio ticos parenterais (na ~ o relata-
quadro, com fistulizaç a ~ o recorrente, tendo feito uso de diver- dos) e realizada drenagem local, sem envio para cultura. Ape-
sos antibio ticos (clindamicina, cefalexina, amoxicilina-clavu- sar do manejo inicial, progrediu com amaurose E, piora da
lanato, ciprofloxacina, sulfametoxazol-trimetoprima). cefaleia e dor em hemiface. Apo s tre^s meses, foi admitida em
Secreç a~ o de abscesso drenado em 01/2022 teve baciloscopia hospital de refere ^ncia, com achados a ressona ^ncia magne tica
negativa e crescimento de Proteus mirabilis multi-sensível, de sinusite extensa de seio maxilar, comprometimento de
tratado com amoxi-clav, com resoluç a ~ o parcial do quadro. rbita E, tromboflebite de seio cavernoso e osteomielite des-
o
Apo s dois meses, o serviço de controle de infecç a ~ o recebeu trutiva. A etiologia fu ngica foi aventada, indicado desbrida-
cultura para micobacte rias positiva para o Complexo MTB em mento, manejo rigoroso da hiperglicemia, terapia antifu ngica
~ o mama
secreç a ria. Em consulta com infectologia foi iniciado (anfotericina B desoxicolato 50 mg/kg/dia, seguida de com-
esquema RIPE: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etam- plexo lipídico − ABCL 5 mg/kg/dia por nefrotoxicidade) e anti-
butol. Houve nova drenagem esponta ^ nea de abscesso e apo s bacteriana com meropenem e vancomicina, trocados
20 dias de RIPE, paciente teve melhora da dor, cicatrizaç a ~ o da posteriormente para ceftriaxone e clindamicina, quando o
fístula, mantendo a rea de hiperemia e enduraç a ~o. TRM-TB resultado parcial da bio psia sugeriu actinomicose. Bio psias de
em escarro foi na ~ o detectado, sem outro foco. Mante m trata- rbita e fossa nasal profunda evidenciaram tecido necro
o tico
mento com infectologia e mastologia. contendo estruturas amorfas permeadas por filamentos del-
Conclusa ~ o: O diagno stico de TB mama ria e
desafiador, gados. Ao PAS, hifas espessas, grosseiras, asseptadas e ramifi-
depende de alta suspeiç a ~ o, coleta de materiais e envio cadas, sugestivas de mucormicose. Culturas de fragmentos
para estudo microbiolo gico. Cultura ainda e padra ~ o ouro, foram negativas para bacte rias e fungos. Paciente com
mas e demorada e tem baixa sensibilidade em formas pau- evoluç a~ o grave, submetida a mu ltiplos desbridamentos e
cibacilares. O HP pode na ~ o apresentar granuloma tubercu- exenteraç a ~ o de olho E. Nova cultura de fragmento de tecido
loide. O teste ra pido molecular para TB poderia aumentar positiva para Burkholderia spp, cujo tratamento foi ajustado
a sensibilidade e precocidade da sua identificaç a ~ o no para levofloxacina e manutenç a ~ o da ABCL 10 mg/kg/d.
tecido. Conclusa ~ o: O diagno stico e tratamento da mucormicose
exige alta suspeiç a ~o clínica, abordagem multidisciplinar, con-
https://doi.org/10.1016/j.bjid.2022.102527 trole de fatores predisponentes, desbridamento amplo, envio
de fragmentos para histopatolo gico e culturas, com uso de
terapia antifu ngica prolongada, a fim de evitar desfechos
EP-095 desfavora veis.
MUCORMICOSE RINO-ORBITOCEREBRAL EM
https://doi.org/10.1016/j.bjid.2022.102528
PACIENTE DIABETICA