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FACULDADE ESTACIO DO AMAZONAS

DISCIPLINA: TCC EM SAÚDE

OTITE COM EVOLUÇÃO PARA ENCEFALITE FOCAL EM PACIENTE PEDIÁTRICO POR


CONTATO DIRETO COM ÁGUA INSALUBRE: RELATO DECASO

CLEYTON SANTOS CARNEIRO, DOANE VALERIA BARROS GOMES, NEYDEANE PEREIRA


CASTRO, PEDRO PAULO DE ARAÚJO COELHO, RENATA DA SILVA ALCANTARA

Orientadora: Profa. Dra. Lilian de Oliveira Corrêa


INTRODUÇÃO
OTITE AGUDA: é uma infecção localizada no ouvido médio, podendo ser bacteriana ou viral, comumente
diagnosticada em crianças. A OMA ocorre devido a uma infecção na nasofaringe e tuba auditiva, causando
inflamação e, posteriormente, a disfunção tubária. Favorecendo a secreção e colonização de bactérias.
Perdurando por menos de 6 semanas (MIYAMOTO, 2020).
TERAPÊUTICA
DIAGNÓSTICO
• OTALGIA
• Dor por mais de 48h
• FEBRE
• Odor fétido
• NÁUSEAS
• Edema em membrana timpânica
• EMÊSE ANALGESIA
• Efusão da orelha média
• DIARREIA
• Exame de otoscopia pneumática
ANTIBIOTICOTERAPIA
em casos mais resistentes
INTRODUÇÃO

ENCEFALITE: é uma infecção localizada no cérebro, que ainda não atingiu as meninges, podendo ser
bacteriana ou viral, encontrado diretamente no SNC, principalmente na substancia cinza (GREENLEE,
2020).

• PIREXIA DIAGNÓSTICO TERAPÊUTICA


• CEFALEIA • RM de acordo com a causa
• ESTADO MENTAL CONFUSO • TC (identificar áreas danificadas) da infecção
• EPLEPSIA • EEG (identificar atividades elétricas irregulares)
• DÉFICES NEUROLÓGICOS • Biopsia
ANALGESIA
• Punção lombar (identificar natureza da infecção)
ATIVIRAL

ANTIBIOTICOTERAPIA

CORTICÓIDES
OBJETIVOS

 O objetivo deste trabalho é relatar um caso com fatos reais de uma infecção de otite media aguda
com evolução para encefalite;

 Descrever detalhadamente um caso que seria comum e se tornou raro, importante e necessário para
alertar quanto ao consumo de água insalubre e sem tratamento que pode gerar infecções de alto
risco.
JUSTIFICATIVA

 Complexidade do caso;
 Raridade do caso;
 Alerta ao uso de água não clorada e/ou tratada por crianças;
 Entender o processo de descobertas, diagnóstico e terapêutica dentro do caso;
 Dificuldades terapêuticas;
 Acesso às informações descritoras do caso.
RELATO DE CASO
Primeiro atendimento

 INFORMAÇÕES DA PACIENTE: 7 anos de idade, pesando 45kg, sexo feminino, reside em Manaus,
AM;
 PRINCIPAIS QUEIXAS: otalgia, pirexia e acúfeno auditivo na orelha esquerda há 4 dias consecutivos;
 COLETA DE DADOS: início dos sintomas após uso recreativo de piscina domiciliar com água não
tratada e/ou clorada, nega diabetes, doenças pré-existentes ou uso de medicações contínuas,
alimentação desregulada, rica em lipídeos e carboidratos;
 EXAME FÍSICO: sinais flogísticos (rubor, calor e eritema);

Paciente liberada para tratamento domiciliar com antibioticoterapia por 7 dias e retorno após o término
do tratamento.
RELATO DE CASO
Após 5 dias de tratamento

 PRINCIPAIS QUEIXAS: otalgia intensa, cefaleia e prurido e petéquias sob uma extensão da pele;
 EXAME FÍSICO: sinais flogísticos em pavilhão auricular esquerdo, apófise mastoide infectada,
pirexia, sensibilidade ao toque e baixa visibilidade (devido tamponamento por abcesso purulento);
 CONDUTA MÉDICA: suspenso prescrição anterior devido suspeita de processo alérgico às classes das
cefalosporinas, realizado nova prescrição com amoxilina associado ao clavulanato de potássio, anti-
inflamatório e analgésico;
 ORIENTAÇÃO: não melhora ou agravo contados 3 dias após o início do tratamento, dirigir-se ao
atendimento de alto suporte em pediatria.
RELATO DE CASO
Pavilhão auricular X Apófise mastóide
RELATO DE CASO
Após 3 dias de tratamento
Paciente apresentou piora e dirigiu-se a uma unidade hospitalar especializada em pediatria.

 PRINCIPAIS QUEIXAS: otalgia intensa, acúfeno auditivo, mastoidite supurada à inspeção médica,
pirexia, astenia, inapetência, desidratada ao exame físico e pouco responsiva;
 CONDUTA MÉDICA: solicitação de exames, internação, prescrição de hidratação endovenosa e início
do esquema de antibiótico;
 RESULTADO DOS EXAMES: hemograma e amostra de cultura confirmam a otite aguda.
RELATO DE CASO
2º dia de internação
Paciente apresentou hiperpirexia, êmese, letargia, sonolência excessiva, contratura muscular e
episódios de convulsão.

 CONDUTA MÉDICA: solicitado parecer da neuropediatria que solicitou TC de crânio, HMC e LCR e
incluiu diazepam e fenitoína na prescrição;
 RESULTADO DOS EXAMES: descartado suspeita de meningite; hemocultura apresentando resistência
bacteriana; tomografia evidenciou abcesso encefálico.

Após leitura dos exames, trocado esquema de antibiótico, solicitado sondagem nasogástrica devido
sonolência e letargia.
RELATO DE CASO
Do 4º ao 16º dia de internação
Ao 4º dia de internação, paciente apresentou melhora significante dos sintomas, sendo suspenso o uso
de diazepam e fenitoína no 7º dia de internação onde foi retirado a alimentação por sonda.
No 16º dia de internação, solicitado novo exame de TC onde foi observado a não mais existência de
lesões e sequelas neurológicas e assim dado alta da paciente com encaminhamento para reavaliações
periódicas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO

 Complexidade e raridade;
 Alerta e consumo de água não tratada e desconhecida;
 Falta de ações públicas de limpeza de rios e igarapés;
 Conscientização ambiental da população;
 Eficácia da antibioticoterapia em infecções de otite/encefalite;

 Principais dificuldades: estruturação do relato, organização das informações e em encontrar relatos


semelhantes ao apresentado;

 Contribuição: discussões sobre as formas de terapêutica, cuidados intra-hospitalar, proliferação da


bactéria até o encéfalo sem atingir as meninges.
CONCLUSÃO

Apesar de incomum, o caso de otite aguda que evoluiu para encefalite apresentado neste trabalho pode
se tornar um caso de alto risco, podendo trazer consequências físicas, neurológicas ou até mesmo
motoras ao paciente, mas que a partir deste relato podem ser revertidas através do conhecimento e
aprofundamento das formas de tratamento pela equipe médica e de cuidados pela equipe de
enfermagem.
O objetivo deste trabalho foi alcançado, conseguimos relatar o caso e chamar a atenção de todos para
a complexidade do caso e deixar em alerta ao uso de água não tratada ou clorada.
Finalizamos propondo ao leitor a contribuição para um saneamento básico de qualidade, solicitar
ações de limpeza e tratamento adequado da água, bem como a conscientização e cuidado com o uso
de água de origem desconhecida.
REFERÊNCIAS

1. MIYAMOTO, R.T. OTITE MÉDIA AGUDA. Manual MSD, 2020. Disponível em:
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-do-ouvido,-nariz-e-
garganta/dist%C3%BArbios-da-orelha-m%C3%A9dia-e-da-membrana- timp%C3%A2nica/otite-m%C3%A9dia-
aguda. Acesso em: 17/10/2021.

2. GREENLEE, J. E. ENCEFALITE. Manual MSD, 2020. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-


br/profissional/dist%C3%BArbios-%20neurol%C3%B3gicos/infec%C3%A7%C3%B5es-
%20encef%C3%A1licas/encefalite#:~:text=O%20diagn%C3%B3stico%20requer%20an%%20C3%A1lise%20d
o,%2C%20herpes%2Dz%C3%B3ster. Acesso em: 20/10/2021.

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