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AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM

Avaliação da Aprendizagem

A avaliação é parte integrante do processo ensino/aprendizagem e ganhou na atualidade espaço muito


amplo nos processos de ensino.

Requer preparo técnico e grande capacidade de observação dos profissionais envolvidos. Segundo
Perrenoud (1999), a avaliação da aprendizagem, no novo paradigma, é um processo mediador na
construção do currículo e se encontra intimamente relacionada à gestão da aprendizagem dos alunos.
Na avaliação da aprendizagem, o professor não deve permitir que os resultados das provas periódicas,
geralmente de caráter classificatório, sejam supervalorizados em detrimento de suas observações diá-
rias, de caráter diagnóstico. O professor, que trabalha numa dinâmica interativa, tem noção, ao longo
de todo o ano, da participação e produtividade de cada aluno. É preciso deixar claro que a prova é
somente uma formalidade do sistema escolar. Como, em geral, a avaliação formal é datada e obriga-
tória, deve-se ter inúmeros cuidados em sua elaboração e aplicação

A avaliação, tal como concebida e vivenciada na maioria das escolas brasileiras, tem se constituído no
principal mecanismo de sustentação da lógica de organização do trabalho escolar e, portanto, legitima-
dor do fracasso, ocupando mesmo o papel central nas relações que estabelecem entre si os profissio-
nais da educação, alunos e pais.

Os métodos de avaliação ocupam, sem duvida espaço relevante no conjunto das práticas pedagógicas
aplicadas ao processo de ensino e aprendizagem. Avaliar, neste contexto, não se resume à mecânica
do conceito formal e estatístico; não é simplesmente atribuir notas, obrigatórias à decisão de avanço
ou retenção em determinadas disciplinas.

Para Oliveira (2003), devem representar as avaliações aqueles instrumentos imprescindíveis à verifi-
cação do aprendizado efetivamente realizado pelo aluno, ao mesmo tempo que forneçam subsídios ao
trabalho docente, direcionando o esforço empreendido no processo de ensino e aprendizagem de forma
a contemplar a melhor abordagem pedagógica e o mais pertinente método didático adequado à disci-
plina – mas não somente -, à medida que consideram, igualmente, o contexto sócio-político no qual o
grupo está inserido e as condições individuais do aluno, sempre que possível.

A avaliação da aprendizagem possibilita a tomada de decisão e a melhoria da qualidade de ensino,


informando as ações em desenvolvimento e a necessidade de regulações constantes.

Origem Da Avaliação

Avaliar vem do latim a + valere, que significa atribuir valor e mérito ao objeto em estudo. Portanto,
avaliar é atribuir um juízo de valor sobre a propriedade de um processo para a aferição da qualidade
do seu resultado, porém, a compreensão do processo de avaliação do processo ensino/aprendizagem
tem sido pautada pela lógica da mensuração, isto é, associa-se o ato de avaliar ao de “medir” os co-
nhecimentos adquiridos pelos alunos.

A avaliação tem sido estudada desde o início do século XX, porém, segundo Caro apud Goldberg &
Souza (1982), desde 1897 existem registros dos relatos de J. M. Rice sobre uma pesquisa avaliativa
utilizada para estabelecer a relação entre o tempo de treinamento e o rendimento em ortografia, reve-
lando que uma grande ênfase em exercícios não levava necessariamente a um melhor rendimento.

As duas primeiras décadas deste século, de acordo com Borba & Ferri (1997), foram marcadas pelo
desenvolvimento de testes padronizados para medir as habilidades e aptidões dos alunos e influencia-
dos, principalmente nos Estados Unidos, pelos estudos de Robert Thorndike.

Nessa época, as pesquisas avaliativas voltavam-se particularmente para a mensuração de mudanças


do comportamento humano. Caro apud Goldberg & Souza (1982) aponta várias destas pesquisas rea-
lizadas nos anos 20 para medir efeitos de programas de diversas áreas sobre o comportamento das
pessoas. Eram realizados experimentos relativos à produtividade e à moral dos operários, à eficácia
de programas de saúde pública, à influência de programas experimentais universitários sobre a perso-
nalidade e atitudes dos alunos, etc.

A avaliação da aprendizagem tem seus princípios e características no campo da Psicologia, sendo que
as duas primeiras décadas do século XX foram marcadas pelo desenvolvimento de testes padronizados
para medir as habilidades e aptidões dos alunos.

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A avaliação é uma operação descritiva e informativa nos meios que emprega, formativa na intenção
que lhe preside e independente face à classificação. De âmbito mais vasto e conteúdo mais rico, a
avaliação constitui uma operação indispensável em qualquer sistema escolar.

Havendo sempre, no processo de ensino/aprendizagem, um caminho a seguir entre um ponto de par-


tida e um ponto de chegada, naturalmente que é necessário verificar se o trajeto está a decorrer em
direção à meta, se alguns pararam por não saber o caminho ou por terem enveredado por um desvio
errado.

É essa informação, sobre o progresso de grupos e de cada um dos seus membros, que a avaliação
tenta recolher e que é necessária a professores e alunos.

A avaliação descreve que conhecimentos, atitudes ou aptidões que os alunos adquiriram, ou seja, que
objetivos do ensino já atingiram num determinado ponto de percurso e que dificuldades estão a revelar
relativamente a outros.

Esta informação é necessária ao professor para procurar meios e estratégias que possam ajudar os
alunos a resolver essas dificuldades e é necessária aos alunos para se aperceberem delas (não podem
os alunos identificar claramente as suas próprias dificuldades num campo que desconhecem) e tenta-
rem ultrapassá-las com a ajuda do professor e com o próprio esforço. Por isso, a avaliação tem uma
intenção formativa.

A avaliação proporciona também o apoio a um processo a decorrer, contribuindo para a obtenção de


produtos ou resultados de aprendizagem.

As avaliações a que o professor procede enquadram-se em três grandes tipos: avaliação diagnostica,
formativa e somativa.

Evolução Da Avaliação

A partir do início do século XX, a avaliação vem atravessando pelo menos quatro gerações, conforme
Guba e Lincoln, apud Firme (1994). São elas: mensuração, descritiva, julgamento e negociação.

Mensuração – não distinguia avaliação e medida. Nessa fase, era preocupação dos estudiosos a ela-
boração de instrumentos ou testes para verificação do rendimento escolar. O papel do avaliador era,
então, eminentemente técnico e, neste sentido, testes e exames eram indispensáveis na classificação
de alunos para se determinar seu progresso.

Descritiva – essa geração surgiu em busca de melhor entendimento do objetivo da avaliação. Conforme
os estudiosos, a geração anterior só oferecia informações sobre o aluno. Precisavam ser obtidos dados
em função dos objetivos por parte dos alunos envolvidos nos programas escolares, sendo necessário
descrever o que seria sucesso ou dificuldade com relação aos objetivos estabelecidos. Neste sentido
o avaliador estava muito mais concentrado em descrever padrões e critérios. Foi nessa fase que surgiu
o termo “avaliação educacional”.

Julgamento – a terceira geração questionava os testes padronizados e o reducionismo da noção sim-


plista de avaliação como sinônimo de medida; tinha como preocupação maior o julgamento. Neste
sentido, o avaliador assumiria o papel de juiz, incorporando, contudo, o que se havia preservado de
fundamental das gerações anteriores, em termos de mensuração e descrição. Assim, o julgamento
passou a ser elemento crucial do processo avaliativo, pois não só importava medir e descrever, era
preciso julgar sobre o conjunto de todas as dimensões do objeto, inclusive sobre os próprios objetivos.

Negociação – nesta geração, a avaliação é um processo interativo, negociado, que se fundamenta num
paradigma construtivista. Para Guba e Lincoln apud Firme (1994) é uma forma responsiva de enfocar
e um modo construtivista de fazer. A avaliação é responsiva porque, diferentemente das alternativas
anteriores que partem inicialmente de variáveis, objetivos, tipos de decisão e outros, ela se situa e
desenvolve a partir de preocupações, proposições ou controvérsias em relação ao objetivo da avalia-
ção, seja ele um programa, projeto, curso ou outro foco de atenção. Ela é construtivista em substituição
ao modelo científico, que tem caracterizado, de um modo geral, as avaliações mais prestigiadas neste
século.

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Neste sentido, Souza (1993) diz que a finalidade da avaliação, de acordo com a quarta geração, é
fornecer, sobre o processo pedagógico, informações que permitam aos agentes escolares decidir sobre
as intervenções e redirecionamentos que se fizerem necessários em face do projeto educativo, definido
coletivamente, e comprometido com a garantia da aprendizagem do aluno. Converte-se, então, em um
instrumento referencial e de apoio às definições de natureza pedagógica, administrativa e estrutural,
que se concretiza por meio de relações partilhadas e cooperativas.

Funções Do Processo Avaliativo

As funções da avaliação são: de diagnóstico, de verificação e de apreciação.

Função diagnóstica – A primeira abordagem, de acordo com Miras e Solé (1996, p. 381), contemplada
pela avaliação diagnóstica (ou inicial), é a que proporciona informações acerca das capacidades do
aluno antes de iniciar um processo de ensino/aprendizagem, ou ainda, segundo Bloom, Hastings e
Madaus (1975), busca a determinação da presença ou ausência de habilidades e pré-requisitos, bem
como a identificação das causas de repetidas dificuldades na aprendizagem.

A avaliação diagnóstica pretende averiguar a posição do aluno face a novas aprendizagens que lhe
vão ser propostas e a aprendizagens anteriores que servem de base àquelas, no sentido de obviar as
dificuldades futuras e, em certos casos, de resolver situações presentes.

Função formativa – A segunda função á a avaliação formativa que, conforme Haydt (1995, p. 17), per-
mite constatar se os alunos estão, de fato, atingindo os objetivos pretendidos, verificando a compatibi-
lidade entre tais objetivos e os resultados efetivamente alcançados durante o desenvolvimento das
atividades propostas.

Representa o principal meio através do qual o estudante passa a conhecer seus erros e acertos, assim,
maior estímulo para um estudo sistemático dos conteúdos. Outro aspecto destacado pela autora é o
da orientação fornecida por este tipo de avaliação, tanto ao estudo do aluno como ao trabalho do pro-
fessor, principalmente através de mecanismos de feedback.

Estes mecanismos permitem que o professor detecte e identifique deficiências na forma de ensinar,
possibilitando reformulações no seu trabalho didático, visando aperfeiçoa-lo. Para Bloom, Hastings e
Madaus (1975), a avaliação formativa visa informar o professor e o aluno sobre o rendimento da apren-
dizagem no decorrer das atividades escolares e a localização das deficiências na organização do en-
sino para possibilitar correção e recuperação.

A avaliação formativa pretende determinar a posição do aluno ao longo de uma unidade de ensino, no
sentido de identificar dificuldades e de lhes dar solução.

Função somativa – Tem como objetivo, segundo Miras e Solé (1996, p. 378) determinar o grau de
domínio do aluno em uma área de aprendizagem, o que permite outorgar uma qualificação que, por
sua vez, pode ser utilizada como um sinal de credibilidade da aprendizagem realizada. Pode ser cha-
mada também de função creditativa. Também tem o propósito de classificar os alunos ao final de um
período de aprendizagem, de acordo com os níveis de aproveitamento.

A avaliação somativa pretende ajuizar do progresso realizado pelo aluno no final de


uma unidade de aprendizagem, no sentido de aferir resultados já colhidos por avaliações do tipo for-
mativa e obter indicadores que permitem aperfeiçoar o processo de ensino.

Corresponde a um balanço final, a uma visão de conjunto relativamente a um todo sobre o qual, até aí,
só haviam sido feitos juízos parcelares.

Objetivos da avaliação

Na visão de Miras e Solé (1996, p. 375), os objetivos da avaliação são traçados em torno de duas
possibilidades: emissão de “um juízo sobre uma pessoa, um fenômeno, uma situação ou um objeto,
em função de distintos critérios”, e “obtenção de informações úteis para tomar alguma decisão”.

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Para Nérici (1977), a avaliação é uma etapa de um procedimento maior que incluiria uma verificação
prévia. A avaliação, para este autor, é o processo de ajuizamento, apreciação, julgamento ou valoriza-
ção do que o educando revelou ter aprendido durante um período de estudo ou de desenvolvimento do
processo ensino/aprendizagem.

Segundo Bloom, Hastings e Madaus (1975), a avaliação pode ser considerada como um método de
adquirir e processar evidências necessárias para melhorar o ensino e a aprendizagem, incluindo uma
grande variedade de evidências que vão além do exame usual de ‘papel e lápis’.

É ainda um auxílio para classificar os objetivos significativos e as metas educacionais, um processo


para determinar em que medida os alunos estão se desenvolvendo dos modos desejados, um sistema
de controle da qualidade, pelo qual pode ser determinada etapa por etapa do processo ensino/apren-
dizagem, a efetividade ou não do processo e, em caso negativo, que mudança devem ser feitas para
garantir sua efetividade.

Modelo tradicional de avaliação versus modelo mais adequado

Gadotti (1990) diz que a avaliação é essencial à educação, inerente e indissociável enquanto concebida
como problematização, questionamento, reflexão, sobre a ação.

Entende-se que a avaliação não pode morrer. Ela se faz necessária para que possamos refletir, ques-
tionar e transformar nossas ações.

O mito da avaliação é decorrente de sua caminhada histórica, sendo que seus fantasmas ainda se
apresentam como forma de controle e de autoritarismo por diversas gerações. Acreditar em um pro-
cesso avaliativo mais eficaz é o mesmo que cumprir sua função didático-pedagógica de auxiliar e me-
lhorar o ensino/aprendizagem.

A forma como se avalia, segundo Luckesi (2002), é crucial para a concretização do projeto educacional.
É ela que sinaliza aos alunos o que o professor e a escola valorizam. O autor, na tabela 1, traça uma
comparação entre a concepção tradicional de avaliação com uma mais adequada a objetivos contem-
porâneos, relacionando-as com as implicações de sua adoção.

Tabela 1 – Comparação entre a concepção tradicional de avaliação com uma mais adequada

Modelo tradicional de avaliação Modelo adequado

Foco na promoção– o alvo dos alunos é a Foco na aprendizagem – o alvo do aluno deve ser
promoção. Nas primeiras aulas, se discutem a aprendizagem e o que de proveitoso e prazeroso
as regras e os modos pelos quais as notas dela obtém.
serão obtidas para a promoção de uma série
para outra. Implicação – as notas vão sendo Implicação – neste contexto, a avaliação deve ser
observadas e registradas. Não importa como um auxílio para se saber quais objetivos foram atin-
elas foram obtidas, nem por qual processo o gidos, quais ainda faltam e quais as interferências
aluno passou. do professor que podem ajudar o aluno.

Foco nas provas – são utilizadas como ob- Foco nas competências – o desenvolvimento das
jeto de pressão psicológica, sob pretexto de competências previstas no projeto educacional de-
serem um ‘elemento motivador da aprendiza- vem ser a meta em comum dos professores.
gem’, seguindo ainda a sugestão de Come-
nius em sua Didática Magna criada no século
XVII. É comum ver professores utilizando
ameaças como “Estudem! Caso contrário, vo-
cês poderão se dar mal no dia da prova!” ou
“Fiquem quietos! Prestem atenção! O dia da Implicação – a avaliação deixa de ser somente um
prova vem aí e vocês verão o que vai aconte- objeto de certificação da consecução de objetivos,
cer…”Implicação – as provas são utilizadas mas também se torna necessária como instrumento
como um fator negativo de motivação. Os alu- de diagnóstico e acompanhamento do processo de
nos estudam pela ameaça da prova, não pelo aprendizagem. Neste ponto, modelos que indicam
que a aprendizagem pode lhes trazer de pro- passos para a progressão na aprendizagem, como

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veitoso e prazeroso. Estimula o desenvolvi- a Taxionomia dos Objetivos Educacionais de Benja-


mento da submissão e de hábitos de compor- min Bloom, auxiliam muito a prática da avaliação e
tamento físico tenso (estresse). a orientação dos alunos.

Os estabelecimentos de ensino estão cen- Estabelecimentos de ensino centrados na quali-


trados nos resultados das provas e exa- dade – os estabelecimentos de ensino devem preo-
mes – eles se preocupam com as notas que cupar-se com o presente e o futuro do aluno, espe-
demonstram o quadro global dos alunos, para cialmente com relação à sua inclusão social (per-
a promoção ou reprovação. cepção do mundo, criatividade, empregabilidade, in-
teração, posicionamento, criticidade).Implicação –
Implicação – o processo educativo perma- o foco da escola passa a ser o resultado de seu en-
nece oculto. A leitura das médias tende a ser sino para o aluno e não mais a média do aluno na
ingênua (não se buscam os reais motivos escola.
para discrepâncias em determinadas discipli-
nas).

O sistema social se contenta com as notas Sistema social preocupado com o futuro –
– as notas são suficientes para os quadros já alertava o ex-ministro da Educação, Cristóvam
estatísticos. Resultados dentro da normali- Buarque: “Para saber como será um país daqui há
dade são bem vistos, não importando a quali- 20 anos, é preciso olhar como está sua escola pú-
dade e os parâmetros para sua obtenção blica no presente”. Esse é um sinal de que a socie-
(salvo nos casos de exames como o ENEM dade já começa a se preocupar com o distancia-
que, de certa forma, avaliam e “certificam” os mento educacional do Brasil com o dos demais paí-
diferentes grupos de práticas educacionais e ses. É esse o caminho para revertermos o quadro
estabelecimentos de ensino). de uma educação “domesticadora” para “humaniza-
dora”.Implicação – valorização da educação de re-
Implicação – não há garantia sobre a quali- sultados efetivos para o indivíduo.
dade, somente os resultados interessam, mas
estes são relativos. Sistemas educacionais
que rompem com esse tipo de procedimento
tornam-se incompatíveis com os demais, são
marginalizados e, por isso, automaticamente
pressionados a agir da forma tradicional.

Concepção De Aprendizagem, Avaliação E Prática Educativa

Ao versarmos sobre a aprendizagem, seja formal ou não, devemos tratar da principal capacidade hu-
mana que é o pensar. É por meio do intelecto que o ser humano tem a capacidade de compreender e
interagir com a realidade.

Ao versarmos sobre a aprendizagem, seja formal ou não, devemos tratar da principal capacidade hu-
mana que é o pensar. É por meio do intelecto que o ser humano tem a capacidade de compreender e
interagir com a realidade, criar significados para fatos, acontecimentos, e a partir daí, ser capaz de dar
um significado à sua vida.

A aprendizagem pode ser entendida como processo de desenvolvimento da aptidão física, intelectual
e moral da criança e do ser humano em geral, visando à sua melhor integração individual e social.
Transpor o senso comum à consciência filosófica denota passar de uma concepção fragmentária, in-
coerente e desarticulada a uma concepção unitária, coerente e ativa. Portanto, senso comum e cons-
ciência filosófica foram caracterizados por conceitos mutuamente contrapostos, de modo que seja ca-
paz de dispor os seguintes pares antinômicos: fragmentário e unitário; incoerente e coerente; desarti-
culado e articulado; implícito e explícito; degradado e original; mecânico e intencional; passivo e ativo;
simplista e cultivado. (SAVIANI, 1986, p. 10).

Para que a construção de uma nova proposta pedagógica nas instituições de ensino seja uma realidade
fica claro a necessidade do comprometimento de todos aqueles que estão ligados ao processo de
ensino-aprendizagem, a fim de garantir a formação do aluno de modo a contribuir para a sua transfor-
mação como ser humano.

A atuação do professor em relação à aprendizagem pode ser resumida em três competências básicas:
planejar a aprendizagem, facilitar a aprendizagem e avaliar a aprendizagem.

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Planejar a aprendizagem:

Manter-se atualizado e em sintonia com as tendências didáticas pedagógicas; Estabelecer objetivos


realistas e precisos; Correlacionar conteúdos às necessidades e a realidade; Organizar sequencial-
mente os conteúdos às necessidades e à realidade da empresa; Propor ações coerentes aos objetivos
e aos conteúdos; Dimensionar recursos adequados às atividades propostas; Definir estratégias de ava-
liação; Registrar esquematicamente sua proposta educativa, abrindo espaço para ajustes.

Facilitar a aprendizagem:

Manter o foco de sua ação no colaborador (em suas características e necessidades) e na aprendiza-
gem; Observar as ações dos profissionais; Identificar as melhores ações para viabilizar a aprendiza-
gem; Estimular o trabalho independente dos profissionais e valoriza iniciativas; Conduzir o processo
estimulando a auto-aprendizagem; Fazer parte de situações-problema que sejam concretas, visando à
facilitação da aprendizagem; Usar situações do cotidiano do grupo para possibilitar a (re)construção do
conhecimento;

Associar teoria, prática e vivência empresarial; Criar estratégias da ação adequada ao assunto, às
características e aos interesses dos profissionais; Fornecer informações práticas; Discutir soluções
apresentadas pelos profissionais; Rever suas ações; orientar a elaboração de análise e sínteses; Ob-
servar e analisa criticamente resultados em todas as etapas do processo; Comunicar-se e interagir com
os funcionários, objetivando a efetiva construção do conhecimento; Falar com desenvoltura e clareza;
ouvir com atenção; agir como mediador nas discussões, exercendo liderança nos momentos de im-
passe e/ou dispersão; Manter o foco de atenção no tema; Estimular a interação entre todos os partici-
pantes do processo educativo; Estimular o pensamento crítico, a argumentação coerente e a tomada
de decisão em grupos; Explorar adequadamente materiais didáticos e recursos audiovisuais; Seleciona
o(s) recurso(s) audiovisual(is) de acordo com a atividade a ser desenvolvida.

Avaliar a aprendizagem:

Estabelecer cooperativamente com os profissionais, critérios para avaliação da aprendizagem; Observa


atentamente as ações dos profissionais; Avaliar a aprendizagem dos profissionais de forma constante
e variada, sempre sob o enfoque diagnóstico; Comparar os resultados com os objetivos definidos; Ana-
lisar os resultados com os profissionais; Propor alternativas para viabilizar a aprendizagem; Criar con-
dições para a auto-avaliação de todos os envolvidos no processo ensino-aprendizagem.

Como Saber Que Seu Aluno Está Aprendendo?

Na maioria das instituições de ensino os currículos escolares ainda são organizados em torno de um
conjunto de disciplinas visivelmente diferentes e isolados de um contexto, dominadas por um conjunto
de regras, protocolos, procedimentos escolares inadequados, cujos conteúdos se organizam a partir
de uma estrutura rigidamente estabelecida, descaracterizada das experiências dos alunos e pautada
na preparação para a lógica dos pré-requisitos.

No meu entendimento não se trata aqui de abandonar a utilização da técnica na prática docente, mas,
com certeza, haverá momentos na sala de aula em que o professor estará em situações conflitantes e
ele não deverá pautar-se apenas nos critérios técnicos pré-estabelecidos.

Diante as situações conflitantes que os professores são obrigados a enfrentar exige um profissional
competente, acima de tudo a capacidade de autodesenvolvimento reflexivo, sendo assim, a lógica da
racionalidade técnica em comparação a prática reflexiva pautada na tutoria opõe-se ao desenvolvi-
mento de uma práxis reflexiva.

O professor reflexivo permite-se ser surpreendido pelo que o aluno faz. A posteriori, reflete sobre esse
fato, ou seja, pensa sobre aquilo que o aluno disse ou fez e, simultaneamente, procura compreender a
razão por que foi compreendido. Em um terceiro momento, procura reformular o problema gerado pela
situação. Considera-se em um quarto momento, a efetivação de uma experiência para testar uma nova
tarefa e a hipótese que formulou sobre o modo de pensar do aluno.

Esse processo de reflexão na ação exige maturidade, responsabilidade com o processo e, acima de
tudo com o aprendizado do aluno, logo, exige do docente refletir sobre a reflexão na ação.

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Para Antonio Nóvoa apud (NEVES, 2007): "A troca de experiências e a partilha de saberes consolidam
espaços de formação mútua, nos quais cada professor é chamado a desempenhar, simultaneamente,
o papel de formador e de formando."

Essa deve ser a tônica do ensino-aprendizagem nesse século XXI a articulação entre o professor e
seus estudantes como atores e autores no desenvolvimento de novos saberes, que possibilitem "os
alunos trabalharem os conhecimentos científicos e tecnológicos, desenvolvendo habilidades para
operá-los, revê-los e reconstruí-los com sabedoria." (PIMENTA, 2002, p. 81).

O processo ensino-aprendizagem possui um caráter dinâmico que exige de todos os profissionais do


ensino ações direcionadas ao aprofundamento e a ampliação dos significados para os alunos, basea-
das na visão participativa nas atividades de ensino-aprendizagem.

Nesse contexto o ensino pode ser entendido como um conjunto de atividades com característica sistê-
mica, cuidadosamente planejada, em torno de conteúdos e formas que se articulam entre si e, nas
quais professores e alunos compartilham fragmentos cada vez maiores de significados com relação ao
papel exercido pela escola.

O professor, acima de tudo, deve ter uma visão pluralista reconhecendo aspectos particulares de cada
aluno e as diversas formas da cognição, reconhece também que as pessoas têm capacidades distintas
para adquirir conhecimentos e estilos diferentes de aprendizagem.

O agente de transformação, nesse caso, o professor precisa entender que só a exposição, a cobrança
e a recompensa é um processo desassociado da realidade. Logo, a sala de aula deve tornar-se labo-
ratório de idéias, onde o debate e a negociação deve ser uma constante, representando a realidade.

As salas de aula devem ser entendidas como um espaço de conhecimento compartilhado, os profes-
sores e os alunos devem ser vistos como indivíduos capazes de construir, modificar e agregar idéias,
interagindo com outras pessoas, deixando claros os objetos e situações que exijam o pensar e reflexão
a respeito de procedimentos, instrumentos de aprendizagem e avaliação dos problemas que têm que
superar.

É incontestável a importância da intervenção e mediação do professor no conjunto dos papéis relativos


ao ensino-aprendizagem, agregando um processo de avaliação que possibilite os alunos realizar e
resolver problemas, criando condições para desenvolverem competências e conhecimentos.

O professor deve guiar suas ações e suas avaliações para que o aluno participe de tarefas e atividades
que o façam se aproximar cada vez mais das suas experiências e necessidades.

O primeiro passo para a aplicabilidade da aprendizagem transformacional, consiste em estarmos aten-


tos ao desenvolvimento das habilidades. Por exemplo, se os alunos têm dificuldades em relação à
interpretação de textos ou não fazem razoáveis conclusões, não sendo capazes de identificar similari-
dades e diferenças e apresentando conclusões desvinculadas do ponto central. O que fazer? Devemos
centrar aí a nossa ação educativa no desenvolvimento dessas habilidades e a partir daí possibilitar a
aquisição de novas competências.

A avaliação deve ser entendida enquanto processo, não devendo ser baseada em um único instru-
mento, nem circunscrito a um único momento, pois somente uma ampla multiplicidade de recursos de
avaliação poderá apontar caminhos adequados para a manifestação de múltiplas inteligências, forne-
cendo condições para que o professor possa analisar e tomar as decisões e providências mais apro-
priadas a cada um dos alunos.

Desta forma, a investigação, a autocorreção e a metacognição (qual o objetivo da busca do conheci-


mento) devem estar presentes no dia a dia do professor.

Essa nova postura avaliativa passa a não unicamente do professor, mas a todos os envolvidos no
processo, motivando-os a descobrir e a percorrer os procedimentos do pensar e os caminhos do co-
nhecimento.

O professor tem de estabelecer claramente os objetivos ao preparar suas aulas, analisando os conte-
údos curriculares propostos se alinham ao projeto pedagógico institucional e verificar se são relevantes
para o contexto de seus alunos.

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AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM

O professor deve, deliberadamente, voltar suas ações para a promoção do ensino-aprendizagem em


um ritmo capaz de garantir, a todos, um nível bom de desempenho, para tanto, deve rever periodica-
mente o currículo, o plano de curso, o planejamento das aulas, as estratégias, os métodos e os saberes
pedagógicos e práticos que possibilitem atingir os resultados esperados.

A avaliação é um processo que deve ser construído na sala de aula, pois ela deve ser diagnóstica,
formativa, emancipadora, ela deverá necessariamente contribuir para o desenvolvimento do aluno, não
se limitando apenas como instrumento para formalizar e legitimar uma nota classificatória.

Dê Exemplos Da Sua Prática Educativa

A minha práxis pedagógica em sala de aula é pautada pela prática pedagógica reflexiva que me desafia
a buscar uma coerência entre as finalidades e ações, do mesmo modo que permite uma ação pedagó-
gica mais crítica, num exercício que combine razão e paixão, buscando ser mais justa e ética.

A tarefa não é fácil, pelo contrário, é árdua. E investigar a própria prática, examinar com severidade e
coerência a nossa atuação, avaliar nossas percepções, mas é uma tarefa que nos permite levar a cabo
não apenas a disciplina prática do que ensinamos, contudo nos permite refletir e pautar todos os mo-
mentos do nosso processo de ensino e aprendizagem.

Entendo que a reflexão é um empreendimento colaborativo, buscando compreender os limites, as


ações e os resultados de sua prática, das condições aonde trabalha, da elaboração e re-interpretação
dos currículos, do processo de ensino e aprendizagem, das relações entre pensamento e ação, indivi-
duo e sociedade.

A preocupação primaz da avaliação é o crescimento do aluno em relação as suas próprias expectativas


e aos objetivos que são propostos pelo professor.

Avaliar o aluno somente por meio de provas vem sendo demonstrado ao longo de anos que esse
processo de aprendizagem leva a distorção e a acumulação de conteúdos, pois avaliar não é tarefa
simples, mas é um processo que demanda coragem, responsabilidade compromisso, comprometi-
mento e amor à profissão acima de tudo.

Instrumentos de avaliação utilizados:

Aulas expositivas buscando o diálogo e promovendo debates. Utilização de livro texto, artigos de jornais
e revistas nacionais e internacionais. Apresentação e discussão de estudo de caso "cases". Apresen-
tação de trabalhos individuais e em grupo com a finalidade de desenvolver no aluno a análise (diag-
nóstico), planejamento e ação (a tomada de decisão), por meio de:

1. Análise situacional com a apresentação de "estudos de caso" (cases empresariais).

2. Apresentação expositiva do arcabouço teórico:

- Aulas expositivas e dialogadas,

- Textos;

- Apresentações em powerpoint;

- Apostilas;

- Utilização de livro texto (bibliografia básica de acordo com o plano de ensino)

3. Simulação situacional (empresarial, conjuntura econômica nacional e internacional).

4. Discussão em pequenos grupos.

5. Socialização do conteúdo discutido nos grupos (seminários, apresentação individual).

6. Discussão geral entre todos os alunos e mediada pelo professor (após exposições do professor,
apresentações individuais e seminários realizados pelos alunos).

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AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM

7. Leitura, análise de texto relacionado à disciplina e a apresentação por escrito do aluno, quanto ao
entendimento e a argumentação sobre o assunto tratado no texto.

8. Avaliações docentes privilegiando questões dissertativas

Principais competências a desenvolver:

1. Entender a importância da percepção na tomada de decisões e como estas são realmente tomadas
dentro das organizações.

2. Adquirir os conhecimentos que regem a ligação entre a percepção e a tomada de decisões.

3. Adquirir uma visão crítica sobre a ética no processo decisório.

4. Entender como se desenvolvem as questões das decisões financeiras em condições de risco.

Principais habilidades a desenvolver:

1. Utilizar os conhecimentos teóricos inerentes ao processo da tomada de decisões no âmbito organi-


zacional.

2. Recorrer aos conceitos disponíveis para a gestão das habilidades requeridas no processo de per-
cepção e tomadas de decisão no âmbito institucional, independentemente do segmento de negócio
instituído.

3. Discernir e realizar uma tomada de decisão em suas diversas nuanças.

Procedimentos de fixação/avaliação:

A avaliação será contínua e processual observando-se aspectos relacionados à ampliação da capaci-


dade do aluno em estabelecer relações entre as informações apresentadas e, consequentemente, o
desenvolvimento da sua capacidade em relacionar a sua potencialidade em gerenciar e liderar proces-
sos e equipes.

Avaliação de aprendizagem: conceitos, fundamentos, funções e finalidades

A primeira diferença estabelecida por estudiosos, segundo Teixeira (2008), é o conceito de medir e
avaliar: “a medida diz o quanto o aluno possui de determinada habilidade; a avaliação informa sobre o
valor dessa habilidade”. A medida descreve os fenômenos com dados quantitativos; a avaliação des-
creve os fenômenos e os interpreta, utilizando-se também de dados qualitativos. A avaliação, segundo
essa perspectiva, pode ou não ser baseada em medida; quando, porém, se baseia nesta, vai além de
uma descrição quantitativa, acrescendo, à medida, um julgamento de valor.

A avaliação da aprendizagem faz parte do processo educacional. De acordo com Andrade “a avaliação
dos alunos pelo professor designa o levantamento cuidadoso e a classificação sistemática, bem como
a interpretação apreciativa dos modos de conduta e das propriedades dos alunos”.

Para que isso ocorra de forma adequada, é necessária a observação contínua do comportamento do
aluno durante o processo de ensino, e a mensuração destes dados por meio de instrumentos de avali-
ação: testes, trabalhos escritos, além de levantamento de dados anamnésicos (no lar, na evolução e
desenvolvimento), e através do diálogo pessoal com o aluno.

Alguns autores defendem a ideia que a avaliação não deve ocorrer de forma isolada, deve ser analisada
a classe com um todo, o professor, ou outros fatores que podem contribuir para o resultado da avalia-
ção.

Segundo Andrade, a avaliação deve ser quantitativa e qualitativa, onde considera-se as atitudes dos
alunos, seus interesses, motivações, modos de pensar, adaptação social e pessoal do aluno. Neste
aspecto, deve-se apreciar a autoavaliação, onde o aluno terá a oportunidade de julgar sobre o resultado
da avaliação pessoal, fazendo-o refletir sobre o que deve ser melhorado, para que seja capaz de su-
perar e avançar na construção do conhecimento.

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AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM

Conceitos de avaliação

De acordo com Aparecida (2008), apud Kramer (2006), “avaliação vem do latim, e significa valor ou
mérito ao objeto em pesquisa, junção do ato de avaliar ao de medir os conhecimentos adquiridos pelo
individuo.” A avaliação é considerada com um instrumento valioso e indispensável no sistema escolar,
onde descreve-se as aptidões, atitudes e conhecimentos que os alunos possuem. Assim, ele serve
como paramento para visualizar os conhecimentos adquiridos e as dificuldades do processo de ensino-
aprendizagem.

Segundo Aparecida (2008), Apud Luckesi:

Esses casos atestam a possibilidade efetiva de desenvolvimento de pesquisas de vários tipos, até da
mais rigorosa pesquisa acadêmica, mesmo nas nossas escolas. É verdade que elas não representam
a situação comum das escolas da rede pública no país, como já ficou dito. Mas, guardadas as devidas
distâncias, creio que podemos, a partir de seu estudo, discutir um pouco o estado atual da questão do
professor-pesquisador e seu saber, tal como vem sendo apresentada por alguns dos seus estudiosos
(LUDKE, 2001, p.14).

Segundo Aparecida (2008), Apud Libâneo:

Uma tarefa didática necessária e permanente do trabalho docente, que deve acompanhar passo a
passo o processo de ensino e aprendizagem. Através dela, os resultados que vão sendo obtidos no
decorrer do trabalho conjunto do professor e dos alunos são comparados com os objetivos propostos,
a fim de constatar progressos, dificuldades, e reorientar o trabalho para as correções necessárias. A
avaliação é uma reflexão sobre o nível de qualidade do trabalho escolar tanto do professor como dos
alunos.

Os dados coletados no decurso do processo de ensino, quantitativos ou qualitativos, são interpretados


em relação a um padrão de desempenho e expressos em juízos de valor (muito bom, bom, satisfatório,
etc.) acerca do aproveitamento escolar. A avaliação é uma tarefa complexa que não se resume a rea-
lização de provas e atribuição de notas. A mensuração apenas proporciona dados que devem ser sub-
metidos a uma apreciação qualitativa. A avaliação, assim, cumpre funções pedagógico-didáticas, de
diagnóstico e de controle em relação as quais se recorrem a instrumentos de verificação do rendimento
escolar. (LIBÂNEO, 1994, p. 195).

A avaliação é um instrumento permanente do trabalho docente, tendo como objetivo verificar se o aluno
aprendeu ou não, podendo assim refletir sobre o nível de qualidade do trabalho escolar, tanto do aluno
quanto do professor, com o intuito de gerar mudanças necessárias para que o objetivo seja alcançado.

Funções Da Avaliação

A função da avaliação é favorecer o percurso dos aprendizes e regular as ações de sua formação, bem
como possibilitar a certificação. Não deve ser punitiva quando os aprendizes não alcançarem resulta-
dos satisfatórios nas verificações, mas ajudar os aprendizes a identificar melhor as suas necessidades
de formação para que possam empreender o esforço necessário para realizar sua parcela de investi-
mento na sua própria formação. Tradicionalmente, a avaliação é vista como um fator que ocorre no
final do processo de produção de conhecimento, quando na verdade ela deve ocorrer em todo o pro-
cesso de ensino-aprendizagem. Assim, podemos falar sobre três modalidades de avaliação: diagnós-
tica, formativa e somativa. A avaliação diagnóstica é baseada em verificar a aprendizagem dos conte-
údos propostos para que se possa prever dificuldades futuras, e resolver as situações atuais. Ela tam-
bém tem o papel de investigar os conhecimentos anteriores adquiridos pelos alunos.

Blaya ao falar da avaliação diagnóstica destaca que:

Avaliação Diagnóstica tem dois objetivos básicos: identificar as competências do aluno e adequar o
aluno num grupo ou nível de aprendizagem. No entanto, os dados fornecidos pela avaliação diagnóstica
não devem ser tomados como um "rótulo" que se cola sempre ao aluno, mas sim como um conjunto
de indicações a partir do qual o aluno possa conseguir um processo de aprendizagem. (BLAYA, 2007).

A avaliação formativa tem o objetivo de mostrar ao professor e ao aluno o seu desempenho na apren-
dizagem, bem como no decorrer das atividades escolares localizar as dificuldades encontradas, com a
possibilidade de indicar ao professor quais as atividades necessitam de recuperação.

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AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM

Na visão de Blaya a avaliação formativa é:

A forma de avaliação em que a preocupação central reside em coletar dados para reorientação do
processo de ensino-aprendizagem. Trata-se de uma "bússola orientadora" do processo de ensino-
aprendizagem. A avaliação formativa não deve assim exprimir-se através de uma nota, mas sim por
meio de comentários. (BLAYA, 2007).

A avaliação somativa permite detectar o nível de conhecimento, desta forma, pode-se classificar a
aprendizagem.

Segundo Aparecida (2008), apud Gil:

Uma avaliação pontual, que geralmente ocorre no final do curso, de uma disciplina, ou de uma unidade
de ensino, visando determinar o alcance dos objetivos previamente estabelecidos. Visa elaborar um
balanço somatório de uma ou várias sequências de um trabalho de formação e pode ser realizada num
processo cumulativo, quando esse balanço final leva em consideração vários balanços parciais. (GIL,
2006,p. 248).

Pode-se compreender, segundo a autora, que a avaliação somativa é o resultado final de um trabalho
realizado no decorrer de um período, e é atribuído um valor à aprendizagem.

Finalidades da avaliação

Nos modelos tradicionais a avaliação era usada para classificar e rotular os alunos, ou até mesmo como
forma de punição. Hoje a finalidade da educação é orientar o avanço dos alunos. Ou seja, é importante
encontrar caminhos para se medir a qualidade daquilo que é ensinado aos alunos.

Para atingir o objetivo é necessário definir os instrumentos de avaliação para cada situação. O professor
precisar observar o que se pretende atingir na aplicação de um instrumento de avaliação, bem como,
as características da cada turma.

Mas é preciso levar em consideração que os dois protagonistas são o professor e o aluno - o primeiro
tem de identificar exatamente o que quer e o segundo, se colocar como parceiro. É por isso, diz ela,
que a negociação adquire importância ainda maior. Em outras palavras, discutir os critérios de avalia-
ção de forma coletiva sempre ajuda a obter resultados melhores para todos. (Revista Nova Escola,
2009)

Uma boa avaliação envolve os seguintes passos:

• Saber o nível atual de desempenho do aluno (etapa também conhecida como diagnóstico);

• Comparar essa informação com aquilo que é necessário ensinar no processo educativo (qualificação);

• Tomar as decisões que possibilitem atingir os resultados esperados (planejar atividades, sequências
didáticas ou projetos de ensino, com os respectivos instrumentos avaliativos para cada etapa).

A avaliação tem que ser um momento de aprendizagem que permita repensar e mudar a ação, um
instrumento de comunicação que facilite a construção do conhecimento em sala de aula.

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