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Este trabalho visa refletir sobre a avaliação escolar geralmente, vista de modo
limitado, uma vez que a comunidade escolar (educando, educadores, pais
administradores da educação) a coloca como prova e/ou com a promoção escolar
para uma série ou turma seguinte sem a preocupação na construção da
aprendizagem, mas sabe-se que avaliar vai mais além do simples aplicação de
prova ou a promoção escolar. implica saber como o aluno aprende para que toda
prática esteja centrada de modo que contribua com o processo de construção da
aprendizagem. É fundamental que os professores conheçam os instrumentos de
avaliação escolar e as práticas de ensino a serem utilizadas para avaliar os alunos
da educação básica, através do envolvimento de todos os que participam desse
processo como a equipe pedagógica da escola e os alunos e pais de alunos que
podem debater sobre quais são os instrumentos mais eficazes na avaliação dos
alunos e também investir na proposição de mecanismos para a utilização de
instrumentos de avaliação diversificados capazes de garantir que o processo
avaliativo sempre busque a aprendizagem adquirida pelo aluno.
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho trata-se, pois de uma pesquisa bibliográfica sobre a importância
da avaliação na aprendizagem e suas implicações na construção do conhecimento,
demonstrando a dinâmica do processo avaliativo a partir da apropriação e
aprendizado do aluno. Para tanto, fez-se necessário entender a relação ‘habilidade
do aluno x avaliação do professor’, através dos critérios avaliativos que corroboram
com o progresso do aluno.
Objetiva-se através deste documento apresentar à comunidade escolar a
avaliação escolar e o que ela representa ao se apropriar do conhecimento nas séries
iniciais, e também como uma proposta de reflexão da avaliação sobre o processo
ensino/aprendizagem, o que remete como ela é utilizada nos tempos atuais em sala
de aula.
Ainda veremos a importância da avaliação na aprendizagem, qual sua
finalidade, os critérios e instrumentos de avaliação escolar mais utilizados pelas
instituições de ensino e professores. Esses métodos, mesmo que muito conhecidos,
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Acadêmico do Curso de Filosofia, do Centro Universitário Internacional – Uninter
2
Professor(a) / Orientador)a) do Centro Universitário Internacional – Uninter
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não são interpretados da mesma forma por todos que os utilizam, demonstrando
assim, diferentes resultados, uns bons, outros ruins.
Descobrindo que essa realidade faz parte do cotidiano de muitas escolas de
ensino fundamental, destacamos as novas perspectivas na avaliação escolar, tendo
como base, o conhecimento. Neste ponto, refletir-se-á sobre o domínio de quem
possui conhecimento e quais as formas que se pode dominar a partir de então,
tendo como uma forma de dominação, a linguagem.
Daí a necessidade de desenvolver estudos, pesquisas, análises tendo como
pano de fundo a avaliação escolar como mediação da apropriação do conhecimento,
visando a melhoria da aprendizagem e o relacionamento entre professor, aluno e
instituição, enfocando o bem estar de todos e a satisfação de suas necessidades.
E no final, discutiremos sobre o porquê de se ter escolhido a metodologia
baseada em bibliografias e reflexões acerca de teorias sobre o assunto e da
pesquisa na referida escola. Além do tratamento dados aos resultados da pesquisa
que ajudaram na elaboração dos resultados obtidos para maior ênfase ao trabalho
realizado.
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atenções. Como no plano cultural, o etnocentrismo3 é caracterizado pela
predominância de uma cultura sobre as demais. Analogicamente, no ambiente
escolar, o professor impõe a sua forma de pensar, de trabalhar e de avaliar.
Se não bastasse esse centralismo exacerbado, a avaliação tradicional ainda
apresenta aspecto punitivo e controlador, onde ao aluno é imposto a submissão a
castigos vexatórios e/ou situações constrangedoras. Essa ação é justificada
alegando-se que o receio do ridículo é estimulante, tem caráter educativo e
disciplinador, contribuindo desta forma para a aprendizagem do aluno.
complementa:
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Etnocentrismo: estudo descritivo dos povos, sua raça, língua, costumes, dentre outros. Descrição da
cultura material do povo.
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Ainda considerando a perspectiva interacionista da educação, destaca-se um
fator que não poderia ser omitido nesta análise: a coerência. O professor apto é
aquele que é coerente e está consciente do trabalho que desenvolve com seus
alunos. A avaliação deve ser construída pelo professor para o aluno, com vistas á
demonstração e/ou socialização do conhecimento por parte deste aluno. A
avaliação construtivista se dá baseada no trabalho coerente. Antunes (2003, p. 157)
considera:
Uma prática avaliativa direcionada ao futuro [...] não tem por objetivo reunir
informações para justificar ou explicar uma etapa de aprendizagem, mas
acompanhar com atenção e seriedade todas as etapas vividas pelo
estudante para ajustar, no decorrer de todo o processo, estratégias
pedagógicas. A avaliação direciona-se, essencialmente, para a frente, não
para julgar e classificar o caminho percorrido, mas para favorecer a
evolução da trajetória do educando. (HOFFMANN. 2002, p. 26)
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desenvolvimento das relações sociais que se dão no tempo e no espaço. Sendo
assim, não se pode descontextualizar a educação escolar desse processo macro
que são as ações do homem enquanto agente ativo de sua história.
Podemos partir da hipótese de que existe entre nós uma cultura do fracasso
que dele se alimenta e reproduz. Cultura que legitima práticas rotula
fracassados, trabalha com preconceitos de raça, gênero e classe e que
exclui, porque reprovar faz parte da prática de ensino aprender-avaliar
(ARROYO, 1997, p. 12).
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Para ele, a escola estava preocupada apenas com o domínio seriado e
disciplinar de um conjunto de saberes e a ultrapassagem desses domínios pré-
estabelecidos era condição para a manutenção ou a perda irreparável do direito do
aluno de ter uma experiência formadora. E mais, a diferença de avaliação entre as
escolas pública e privada demonstrava, claramente, uma sociedade desigual e
excludente.
Portanto, para Perrenoud (1999), adotar uma avaliação formativa não significa
condenar a uniformidade de CONTEÚDOS, pois pode-se atingir as mesmas
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competências por caminhos diversos. Esta diversidade torna-se uma solução, já que
o crescimento da turma ocorre através dessa diferenciação.
Por isso diz:
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O processo avaliativo, em sua perspectiva mediadora, destina-se assim, a
acompanhar , entender, favorecer e progressão contínua do aluno, através de suas
experiências muitas vezes compartilhadas e pela expressão do conhecimento, no
sentido de favorecer o aluno a suas novas possibilidades.
3. 1 A Finalidade da Avaliação
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Entretanto, para Vasconcellos (1993) esse resultado não deve visar apenas
boas notas nas avaliações. Vale ressaltar que a análise das notas não é garantia de
sucesso, já que isso dependerá de como se é formulada a avaliação e o que nela se
pergunta. Mesmo que as perguntas sejam respondidas corretamente, os resultados
não significarão, por si só, sucesso no ensinar, pois há nisso um falso pressuposto.
Para Sousa (1998) considerar-se um ensino de sucesso, é preciso que se
estabeleçam claramente objetivos ao preparar as aulas. Estabelecer esses objetivos
é fundamentalmente importante para que as estratégias de ensino sejam
adequadamente escolhidas e para que o processo de ensinar seja sistematicamente
reavaliado pelo professor. Assim, se o professor sabe ensinar, certamente
encontrará formas para fazê-lo.
Segundo Vasconcellos (1993), esses objetivos proporcionam ao professor a
análise dos conteúdos a serem propostos e trabalhados com os alunos, verificando
se são relevantes para o contexto deles. A relevância de um conteúdo é
determinada por diversos fatores que devem ser levados em consideração e que a
avaliação (em determinados e vários momentos) possibilita, dentre eles as
características psicossociais dos alunos; seu grau de desenvolvimento intelectual; a
aplicabilidade dos objetos de conhecimento ensinados e a capacidade de o aluno
estabelecer relações entre o conteúdo ensinado, as necessidades de seu dia-a-dia e
o contexto cultural dos alunos.
Para Vygotsky (1991) a aprendizagem é significativa e aprender
significativamente é dar sentido à linguagem que usamos, é estabelecer relações
entre os vários elementos de um universo simbólico, é relacionar o conhecimento
elaborado com os fatos do cotidiano, vividos pelo sujeito da aprendizagem ou por
outros sujeitos. Nesse contexto, a avaliação deve seguir o mesmo nível, fazendo
sentido e relacionando-se naturalmente com o cotidiano do aluno.
Dependendo da situação, avaliar possui vários sentidos como: registrar,
verificar, classificar, discriminar, marginalizar, conquistar o mérito individualmente
conquistado, selecionar os melhores. Em se tratando de educação escolar, avaliar
(dentre outros significados) é:
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acompanhar o processo de construção do conhecimento do aluno,
estabelecer um diálogo educar-educando-contexto de aprendizagem,
avaliar para que o aluno aprenda mais e melhor (VASCONCELLOS,
1993, p. 54).
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diversas, utilizando-se de muitos critérios e instrumentos variados. Sem esquecer-
se que a avaliação da aprendizagem precisa ser coerente com a forma de ensinar.
Por isso, percebemos que o professor esta sempre preocupado com a
avaliação. Já que refere a aprendizagem do aluno e tem uma importância muita
grande no processo de aprender do aluno.
Para Luckesi (2002, P. 32):
Em nossos dias, a avaliação dos resultados do ensino-aprendizagem é de
grande relevância porque pode proporcionar informações fundamentais para
o processo de tomada de decisões (administração escolar; planejamento
curricular, dentre outros) e melhorar o processo ensino-aprendizagem
(planejamento do ensino, atividades na sala de aula).
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maneira que, de suas ações, decorressem resultados definidos e significativos para
as demais pessoas que compõem a comunidade onde vive cada um. A produção de
benefícios (sejam eles idéias, produtos ou serviços), porém, exige que seja
aprendido o fazer responsável pela produção desses benefícios.
Botomé (1993) destaca, a esse respeito, que, para poder realizar um ensino
voltado para uma efetiva atuação dos aprendizes nas situações onde irão viver, é
preciso ter claro:
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Apropriar-se do conhecimento é interiorizar uma informação, estabelecer
relações significativas com outros conhecimentos já elaborados pelo sujeito,
ampliando e transformando sua estrutura conceitual, permitindo que este
estabeleça novas relações à medida que faça novas experiências
(LUCKESI, 1990, p. 27).
Nesse processo, espera-se que o aluno volte para dentro de si, analise os
novos conceitos propostos e estabeleça relações com o conhecimento já existente e
assim, ressignifique suas representações. Para Freire, a questão é a seguinte:
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aprendizagem. Com esse pensamento, Afonso afirma que nem tudo o que é
proposto, discutido e estudado em aula precisa ser avaliado, pois:
Então, para certificar-se de que o aluno aprendeu e está apto para ser
avaliado, o ideal, por exemplo, não é que aprenda a fazer determinados exercícios,
mas que, fazendo uma série de exercícios que têm uma estrutura comum, ele possa
resolver outros que tenham a mesma estrutura, mas com algumas variáveis
possíveis de serem compreendidas e analisadas de forma autônoma pelo sujeito.
Desta forma, Garcia (2003) alega que cabe ao aluno a atividade de apropriar-
se dos conhecimentos socialmente construídos e dar-lhes significado dentro do
contexto em que ele, sujeito, está inserido e também de sua estrutura conceitual. Ao
professor, “não cabe o papel de transmitir algo já pronto, mas elaborar atividades
que facilitem ao aprendiz estabelecer relações significativas no universo simbólico
proposto” (GARCIA, 2003, p. 54).
Conclui-se então que o propósito de uma avaliação escolar é fornecer
subsídios para que os responsáveis pela coordenação e desenvolvimento de ações
educativas possam tomar decisões que permitam o aperfeiçoamento de ações
educativas.
A avaliação, ao possibilitar o diagnóstico do ensino oferecido pelo professor e
do desempenho do aluno, pode ser formadora quando os resultados possibilitarem
também uma reflexão sobre a prática que se está desenvolvendo, isto é:
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prioriza a análise do pensamento crítico do aluno e focaliza sua capacidade de
solucionar problemas reais.
Desta forma, a avaliação formadora deve ser transparente no planejamento,
nos resultados e nos critérios. Considerando que qualquer curso deva ter como
objetivo desenvolver a autonomia intelectual e a formação profissional do aluno, é
fundamental que este participe ativa e com compromisso de sua formação.
Isso quer dizer que o resultado de uma avaliação deve sempre ser devolvido
e analisado com o aluno. Assim, para Huberman (1999, p. 88) “a avaliação é
formadora quando contribui efetivamente para a formação do cidadão e isso exige
uma revisão radical da atitude avaliativa e não somente dos procedimentos e
instrumentos utilizados”.
Por isso que selecionar o que se vai avaliar é difícil, é preciso entender, no
entanto, que para fins de nota ou conceito faz-se necessário planejar uma boa
avaliação e fazer o aluno compreender a avaliação de forma concisa. Entretanto, a
questão é refletir se a avaliação considera os tópicos fundamentais e mais
relevantes do curso, como objetivos específicos. Desta feita:
4 METODOLOGIA
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Ao escolher essa técnica, privilegiou-se a obtenção de informações
diretamente das fontes que possuem um conhecimento profundo sobre detalhes a
respeito do tema, o que somente auxiliou nas interpretações dos fatos e do contexto
social onde o objeto de estudo se manifesta.
A pesquisa envolveu 02 professoras e a Coordenadora Pedagógica da Escola
Municipal Francisco Alves. Os dados levantados junto aos professores, identificados
aqui como P1 e P2.
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4.2 Dos dados coletados juntos a Pedagoga:
Objetivando compreender o papel da Coordenadora Pedagógica juntoao
planejamento da avaliação Escolar em sala de aula, fez-se o seguinte
questionamento:
1). De que forma as professoras utilizam a Avaliação Escolar para o trabalhado em
sala de aula?
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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a perguntas do tipo como os fatores contextuais de sala de aula possibilitam a
motivação e o engajamento cognitivo dos alunos nas tarefas de ensino, e como,
durante a sua execução, os alunos desenvolvem níveis cognitivos mais complexos
imprescindíveis para a construção do conhecimento? Como a experiência vivida
pelo professor através das respostas obtidas nas avaliações pode tornar-se uma
referência avançada para melhorar a formação da aprendizagem dos alunos? Até
onde ele entende o processo e as dificuldades vividas pelos alunos na efetivação de
novos conhecimentos?
Nesse sentido, observou-se que a avaliação escolar não pode ser analisada
de maneira isolada, até porque a construção do conhecimento e apropriação deste é
que devem ser levado em consideração muito mais que boas notas devido às
repostas prontas e decoradas em uma prova ou teste.
Dessa forma, a avaliação tem um importante papel que determina emsala de
aula um instrumento de diagnosticar se o aluno está tendo dificuldade na sua
aprendizagem. A avaliação deve ser considerada em todo seu aspecto uma forma
de contribuir na formação e não apenas de ser um instrumento que reduz a
aprendizagem do aluno e o leva a ficar desanimado para voltar a escolar.
Portanto, esse trabalho se propôs a pensar sobre a real importância da
avaliação escolar: se uma mostra da dominação do professor enquanto detentor do
saber ou uma forma clara de demonstração do compartilhar e construir algo gratuito
e somente humano, em comunhão com aquele que está em sua responsabilidade
em aprender e ai, tornar essencial o que almejamos durante todo o processo de
aprendizagem, o conhecimento.
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REFERÊNCIAS
24
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Cientifica. 5. ed. São
Paulo: Prentice Hall, 2002.
DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. 5ª Ed. São Paulo: Autores Associados, 2002.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas,
1999.
TURRA, Clódia Maria Godoy (org.). Planejamento de ensino e avaliação. 10ª Ed.
Porto Alegre: Sagra, 1984.
25
VYGOTSKY, L. Pensamento e linguagem. 3 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
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