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AVALIAÇÃO DO PROCESSO

EDUCATIVO NA EDUCAÇÃO INFANTIL


Concepções de Jussara Hoffmann, Maria Teresa Esteban e
Jansen Felipe da Silva.

Diretora Priscila Gusmão


“Avaliar não é julgar, mas acompanhar um
percurso de vida da criança, durante o qual ocorrem
mudanças em múltiplas dimensões, com
intenção de favorecer o máximo possível seu
desenvolvimento” HOFFMANN (2012, p.13)
AVALIAÇÃO À LUZ DA BNCC
"Ainda, é preciso acompanhar tanto essas práticas quanto as
aprendizagens das crianças, realizando a observação da trajetória de
cada criança e de todo o grupo – suas conquistas, avanços,
possibilidades e aprendizagens. Por meio de diversos registros, feitos
emdiferentes momentos tanto pelos professores quanto pelas
crianças(como relatórios, portfólios, fotografias, desenhos e textos), é
possível evidenciar a progressão ocorrida durante o período observado,
sem intenção de seleção, promoção ou classificação de crianças em
“aptas” e “não aptas”, “prontas” ou “não prontas”, “maduras” ou
“imaturas”. Trata-se de reunir elementos para reorganizar tempos,
espaços e situações que garantam os direitos de aprendizagem de
todas as crianças."
AVALIAÇÃO NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO
INFANTIL

O surgimento dos processos avaliativos


na educação infantil deve ser questionado
em termos de sua intencionalidade
básica.
A questão da avaliação insere-se na discussão
histórica acerca de uma concepção
assistencialista para o atendimento às
crianças. Dessa forma, surge como um
elemento de controle sobre a escola e sobre os
professores que se veem com a tarefa de
formalizar e comprovar o trabalho realizado
através da avaliação das crianças.
É PRECISO, PORTANTO, RESIGNIFICAR A
AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL.
ACOMPANHAMENTO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA

ACOMPANHAMENTO DO DESENVOLVIMENTO DA
CRIANÇAS

OPORTUNIZAR O DESENVOLVIMENTO MÁXIMO DE CADA


CRIANÇA

NÃO ATRELAMENTO AO CONTROLE OFICIAL DOS


SISTEMAS DE ENSINO

AUTONOMIA EM RELAÇÃO À ESTRUTURA CURRICULAR.


PRESSUPOSTOS BÁSICOS DA AVALIAÇÃO

Compreensão da criança

Ressignificação da aprendizagem

Relação professor e criança = complexidade


própria da avaliação na EI
AVALIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Conhecimento das teorias de Aprendizagem


e Desenvolvimento: como a criança aprende
e se desenvolve.

Práticas contextualizadas: sentido claro da avaliação.


A AVALIAÇÃO MEDIADORA
A avaliação mediadora exige o foco na criança e em
sua individualidade:

exige prestar muita atenção no aluno;


conhecê-lo; ouvi-lo;
propor-lhe questões novas e desafiadoras,
guiando-o por um caminho voltado à autonomia
moral e intelectual
"A AVALIAÇÃO MEDIADORA É PAUTADA NA
MULTIDIMENSIONALIDADE DO OLHAR, NO
INTERROGAR-SE PARA FAVORECER AS APRENDIZAGENS.
NO ÂMBITO ESCOLAR, A IDEIA CENTRAL QUE DEVE
MOTIVAR A PRÁTICA EDUCATIVA É A BUSCA POR
COMPREENDER (AVALIAR) PARA AGIR."
Sucesso da avaliação:
Planejamento e rotinas flexíveis.
É urgente repensar esse espaço pedagógico bem
como a definição dos objetivos educacionais,
uma vez que a finalidade da educação infantil é o
acompanhamento sério e reflexivo do
desenvolvimento global da criança, estendendo-
se dos cuidados que ela necessita à natureza do
seu ser racional.

UM OLHAR SENSÍVEL E REFLEXIVO SOBRE A CRIANÇA

São princípios norteadores da avaliação


mediadora que fundamentam a elaboração dos
registros de avaliação:

• princípio de investigação docente;


• princípios de provisoriedade dos juízos estabelecidos;
• princípios de complementaridade.
PRINCÍPIO DE INVESTIGAÇÃO DOCENTE:

Trata-se de perseguir um espírito investigador


sobre os processos utilizados por cada criança
na construção do conhecimento,
problematizando o espaço pedagógico,
analisando suas reações, elaborando novas
perguntas a partir de suas respostas, variando
e ampliando os modos de observação.

PRINCÍPIO DE PROVISORIEDADE DO JUÍZO


ESTABELECIDO

É importante perceber a provisoriedade das


observações feitas sobre a criança devido ao seu
desenvolvimento aceleradíssimo, à permanente
evolução do seu pensamento. São necessários
registros frequentes sobre o que se observa, como um
exercício de aprendizado do olhar do professor,
permanecendo atento às novas descobertas de cada
criança e do grupo como um todo.
PRINCÍPIO DE COMPLEMENTARIEDADE
Se respeitada as diferenças das crianças no seu
processo de desenvolvimento, não poderá o
professor persistir na sua avaliação em função de
comportamentos padronizados. O olhar do professor
precisa acompanhar a trajetória da ação e do
pensamento da criança, fazendo-lhe sucessivas e
gradativas provocações, para poder complementar
as hipóteses sobre seu desenvolvimento.

PARA ONDE VAMOS?


AVALIAÇÃO CLASSIFICATÓRIA = SELEÇÃO

ATITUDE DE CUMPRIMENTO DE NORMAS

INTENÇÃO PROGNÓSTICA E APRESENTAÇÃO


DE RESULTADOS

VISÃO UNILATERAL - PROFESSOR

HOMOGENEIZAÇÃO - COMPETIÇÃO.
PARA ONDE VAMOS?

AVALIAÇÃO A SERVIÇO DA CRIANÇA = FORMAÇÃO

MEDIADORA, INTERVENTORA DE UMA NOVA AÇÃO

VISÃO DIALÓGICA DE NEGOCIAÇÃO PROFESSOR-


ALUNO

CONSIDERAR A INDIVIDUALIDADE, COOPERAÇÃO


NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO
APRENDIZAGENS SIGNIFICATIVAS
Ressignificaçãonificação dos processos de
ensino e aprendizagem;
Princípio da educabilidade: os estudantes
possuem potencialidades para aprender, o que
os diferenciam são seus percursos de
aprendizagens, condicionados por suas
particularidades e diversidade sociocultural das
escolas.
O ensino não pode ser visto como uma
mera mecânica transmissão linear de
conteúdos curriculares fechados e
prontos do docente para o educando
mas um processo de construção de
significados fundados nos contextos
históricos em que se ensina, se
aprende e se avalia.
QUAL É O CAMINHO?
Uma nova compreensão da avaliação –
perspectiva formativa reguladora,
inserida em uma prática pedagógica
intelectual reflexiva e transformadora.

SISTEMÁTICA

DIVERSIFICADA CONTÍNUA

AVALIAÇÃO FORMATIVA REGULADORA

CONSTANTE DEMOCRÁTICA
INTENCIONAL
•Democrática – lugar de negociação, diálogo e
participação;
•Constante – acompanha o processo de ensino-
aprendizagem, desde o planejamento até a
sua execução e promovendo integralidade e
coerência.
•Diversificada – diversificação e coerência dos
instrumentos avaliativos para superar a visão
restrita do aluno.
DIVERSIFICAR INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO COM
INTENCIONALIDADE E SISTEMATIZAÇÃO

A avaliação é marcada por sua natureza analítica e


racional, sendo um processo sistemático, contínuo,
materializado em vários momentos e para cada
momento específico de avaliar requer uma
diversidade de instrumentos correspondentes
inseridos numa metodologia.

•A avaliação formativa reguladora vai favorecer ao


docente desenvolver intervenções diferenciadas, que,
por sua vez, precisam vir acompanhadas de “meios de
ensino, de organização do grupo-aula, até mesmo de
transformações radicais das estruturas escolares”
(PERRENOUD,1999, p.14).
•É imperativo um repensar e uma reestruturação do
sistema educacional como um todo e da escola em
específico, tomando como referência uma perspectiva
emancipadora da educação (SILVA,2002).

É FUNDAMENTAL APROFUNDAR A DISCUSSÃO EM


TORNO DO PROCESSO AVALIATIVO FORMATIVO
REGULADOR POIS OS AVANÇOS NA FORMA DE
ORGANIZAR O ENSINO NÃO TEM TIDO
CORRESPONDÊNCIA NAS PRÁTICAS AVALIATIVAS,
OCORRENDO UMA DISCREPÂNCIA ENTRE
INOVADORAS PRÁTICAS EDUCATIVAS E AS
VIGENTES FORMAS AVALIATIVAS.
SIMULADO
Questão 1

Segundo Hoffmann, o paradigma da avaliação mediadora se


caracteriza por

A) sentenciar as possibilidades de aprendizagem do aluno.

B) classificar as aprendizagens dos alunos.

C) estabelecer relação dialógica na construção do conhecimento.

D) transmitir-verificar-registrar o conhecimento por parte do


professor.

E) mediar o conhecimento e hierarquizar a aprendizagem.


Questão 2
Para Jussara Hoffmann as tarefas na escola devem ter um
caráter________________________.

A) Discursivo e disciplinador.

B) Problematizador e dialógico.

C) Normativo e produtivo.

D) Construtivo e avaliativo.
"As tarefas na escola deveriam ter um caráter
problematizador e dialógico, não apenas
constatativo.
Deve-se ter em mente que se as tarefas de
aprendizagem forem consideradas como elemento de
investigação do professor sobre o processo de
investigação do conhecimento do aluno, ele terá
como intervir adequadamente neste processo e
refazer revisões periódicas."
Questão 3
Para Hoffmann, a avaliação, enquanto relação dialógica, concebe o conhecimento
como apropriação do saber pelo aluno e também pelo professor, como ação-
reflexão-ação que se passa na sala de aula em direção a um saber apropriado,
enriquecido, carregado de significados, de compreensão. Dessa forma, para a
autora, a avaliação passa a exigir do professor

A) um diálogo que se processa por meio de conversa enquanto comunicação verbal


com o estudante.
B) um controle sobre a aprendizagem do aluno, fazendo com que as notas
funcionem como redes de segurança para seu controle.
C) uma relação epistemológica com o aluno, como se dá a compreensão do
educando sobre o objeto de conhecimento.
D) que corrija todas as tarefas e provas dos alunos, a fim de verificar respostas
certas e erradas, para sempre dar retorno a eles.
E) uma observação mais sistemática de seus alunos por meio de situações
programadas, tais como provas e séries de exercícios.
"Se o aluno é considerado um receptor passivo dos conteúdos que o
docente sistematiza, suas falhas, seus argumentos incompletos e
inconsistentes não são considerados senão algo indesejável e digno de
um dado de reprovação. Contrariamente, se introduzimos a problemática
do erro numa perspectiva dialógica e construtivista, então o erro é
fecundo e positivo, um elemento fundamental à produção de
conhecimento pelo ser humano. A opção epistemológica está em corrigir
ou refletir sobre a tarefa do aluno.
Corrigir para ver se aprendeu reflete o paradigma positivista da
avaliação. Refletir a respeito da produção de conhecimento do aluno para
encaminha-lo à superação, ao enriquecimento do saber significa
desenvolver uma ação avaliativa mediadora."
Questão 4
Para uma ação avaliativa mediadora, Hoffmann (2012) aponta alguns
princípios importantes. Acerca desses princípios, assinale o INCORRETO.

A) Atentar à finalidade das tarefas que se propõe.

B) Oportunizar aos alunos muitos momentos de expressar as suas


ideias.

C) Possibilitar discussão entre os alunos a partir de situações


desencadeadoras.

D) Considerar as tarefas como elementos importantes para a


observação do certo e do errado.
Questão 5
Segundo Hoffmann, de acordo com os princípios coerentes a uma avaliação
mediadora responda:

I- Dar oportunidade aos alunos, em muitos momentos para expressar suas ideias;
II- Possibilitar discussões entre os alunos a partir de situações desencadeadoras;
III- Realizar várias tarefas individuais, menores e sucessivas, investigando
teoricamente, procurando entender razões para as respostas apresentadas pelos
educandos;

A) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.

B) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.

C) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.

D) Todas as afirmativas estão corretas.


Questão 6
Segundo Hoffmann, de acordo com os princípios coerentes a uma avaliação
mediadora responda:

I- Dar oportunidade aos alunos, em muitos momentos para expressar suas ideias;
II- Possibilitar discussões entre os alunos a partir de situações desencadeadoras;
III- Realizar várias tarefas individuais, menores e sucessivas, investigando
teoricamente, procurando entender razões para as respostas apresentadas pelos
educandos;

A) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.

B) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.

C) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.

D) Todas as afirmativas estão corretas.


Segundo Hoffmann (2019), a avaliação mediadora
possui os seguintesprincípios: oportunizar às
crianças expressarem as suas ideias; promover
discussões a partir de situações problematizadoras;
realizar variadas tarefas, para que seja possível
entender as compreensões das crianças; ao invés de
focar no erro e em notas, fazer comentários sobre as
tarefas das crianças de modo que contribuam para
que pensem em soluções; e, realizar anotações
significativas sobre o processo de construção de
conhecimento dosdiscentes, a partir dos registros
feitos durante a avaliação.
Questão 7
De acordo com Jussara Hoffmann, autora do artigo Avaliação mediadora: uma relação dialógica
na construção do conhecimento, uma avaliação mediadora:

A) organiza-se através do modelo ‘transmitir-verificar-registrar’.


B) é aquela em que professor e aluno buscam coordenar seus pontos de vistas, trocando ideias,
reorganizando-as.

C) fortalece-se pela prática de julgamento de resultados alcançados pelo aluno e definidos


como ideais pelo professor.

D) é um fenômeno com características reprodutivistas, em que a prática vivida pelos


estudantes nos cursos de formação docente passa a ser o modelo a ser seguido quando
professor.

E) tem uma visão de conhecimento positivista baseada numa concepção classificatória de


avaliação.

Questão 8
Hoffmann afirma que o paradigma de avaliação que se opõe ao
paradigma sentencioso e classificatório é denominado de avaliação
mediadora, que tem como objetivo

A) medir os conhecimentos que o aluno assimilou.

B) identificar alunos com dificuldade de aprendizagem.

C) diagnosticar o conhecimento prévio do aluno.

D) reorganizar o saber do aluno e do professor.

E) apurar o índice de aprendizagem da escola.


Questão 9
“O paradigma de avaliação que se opõe ao paradigma sentencioso,
classificatório é o que denomino de “avaliação mediadora” (Hoffmann,
1994). Tal paradigma pretende opor-se ao modelo

A) da demonstração-provocação-reflexão.

B) do desafio-diálogo-aprofundamento.

C) do controlar-desafiar-aprofundar.

D) do transmitir-verificar-registrar.

E) da observação-ação-punição.
Questão 10
“De acordo com Hoffman (In: Idéias, no 22), entender que aprendizagem é descobrir a razão das
coisas e pressupõe a organização das experiências vividas pelos alunos numa compreensão
progressiva das noções é coerente com a concepção de que avaliar significa

A) exercer um controle permanente sobre os alunos até que eles mudem e cheguem a
demonstrar comportamento idealizado pelo professor.

B) fazer perguntas sobre o conteúdo ministrado com o objetivo de ouvir dos alunos resposta que
atenda a expectativa do professor.

C) acompanhar as atividades dos alunos em aula, para dar ao professor condição de explicar aos
pais se o aluno está apto nas diferentes disciplinas.

D) dialogar com os alunos, desafiá-los a refletir sobre as situações, a formular e a reformular


hipóteses, encaminhando-os a um saber enriquecido.

E) sistematizar as falhas dos alunos e os argumentos considerados indesejáveis pelo professor,


para dar parecer seguro pela reprovação.

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