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AVALIAR PARA DESENVOLVER

- As setas do caminho -

Jussara Hoffmann
Universidade Estadual de Alagoas
UNEAL

Avaliação Educacional
Profª. Dra. Cristina Maria Bezerra de Oliveira

Arapiraca – AL
Universidade Estadual de Alagoas
UNEAL

Bárbara Santos Canuto


Bruna Cordeiro da Silva
Elenilda Ferreira da Silva
James Cleudson Barbosa Farias
Pedro Henrique Vieira Tenório
O LIVRO E A AUTORA

Jussara Hoffmann é educadora há 45 anos.


Atuou vários anos como professora e
coordenadora pedagógica em diferentes
níveis de ensino, na rede pública e
particular. Atualmente, é Diretora da
Editora Mediação, responsável pela
seleção de obras, projeto editorial e
revisão técnica, com mais de 150 obras
editadas.
O ATO DE AVALIAR

Avaliar remete a dar valor a algo, julgar, qualificar ou quantificar. é uma determinação
sistemática do mérito, valor e importância de um assunto, usando critérios regidos por
um conjunto de padrões.

ÍNICIO – MEIO – FIM

CONTÍNUO
EQUÍVOCOS AO AVALIAR
Avaliação SENTENCIADORA – apenas no final do processo, dá uma sentença (Bom ou ruim);

Avaliação CLASSIFICATÓRIA / SELETIVA / CONSTATATIVA / COMPARATIVA – Sem questionamento, sem diálogo,


classifica o educando em qualificado/desqualificado;

Avaliação no modelo de TRANSMITIR, VERIFICAR e REGISTRAR – Aplicador de provas, verificador de gabaritos;

Avaliação CONTROLADORA – notas são tiradas caso o educando não fale o que o avaliador quer ouvir, ou o
educando é reprovado caso seus argumentos sejam diferentes dos do avaliador;

Avaliação PUNITIVA – Vingança através da avaliação, forma de humilhar as pessoas, causar sofrimento;

Avaliação BUROCRÁTICA - Feita apenas para preencher documentos, cumprir exigências do sistema.
A AVALIAÇÃO MEDIADORA

Ajuda o educando a encontrar o caminho, a se questionar, a se desenvolver;

OBSERVAR

QUESTIONAR
REDIRECIONAR

Não se pode compreender um processo


interrompendo-o
UMA AÇÃO QUE SE PROJETA NO FUTURO

AVALIAÇÃO MEDIADORA AÇÃO REFLEXIVA

Confronto entre objetivos pretendidos e alcançados;

Encaminhamento de alternativas de solução e melhoria do “objeto avaliado” que neste caso é o aluno, bem
como o professor;

Avaliação direciona-se para frente.


REGIMES: SERIADOS X NÃO-SERIADOS

REGIME SERIADO REGIME NÃO-SERIADO


Educando tem que ter conhecimento suficiente dos Avaliar para mediar. O educando é comparado com ele
assuntos do ano ao qual está para prosseguir; mesmo no decorrer de sua evolução durante o ano,
não sendo o processo final e sim o caminho que está
sempre em construção de aprendizado;
Avalia a aprendizagem por etapas, isoladamente.
Visa o acompanhamento longitudinal dos educandos.

“A não-seriação lhes sugere uma prática avaliativa menos exigente, permissiva, onde as relações afetivas são mais
importantes do que as aprendizagens construídas”. (Hoffmann, 2001, p. 22.)

“Não se pode compreender um processo interrompendo-o”.


PARA ONDE VAMOS ?

De uma avaliação a serviço da classificação, seleção, A uma avaliação a serviço da aprendizagem do


seriação... aluno, da formação, da promoção da cidadania.
De uma atitude de reprodução, de alienação, de À mobilização, à inquietude, na busca de sentido e
cumprimento de normas... significado para essa ação.
De intenção prognóstica, somativa, de explicação e À intenção de acompanhamento permanente, de
apresentação de resultados finais... mediação, de intervenção pedagógica para a melhoria
da aprendizagem.
Da visão unilateral (centrada no professor) e À visão dialógica, de negociação entre os envolvidos e
unidimensional (centrada nas medidas padronizadas multirreferencial (objetivos, valores, discussão
e na fragmentação disciplinar)... interdisciplinar).
Do privilégio à homogeneidade, à classificação, à Ao respeito à individualidade, à confiança na
competição... capacidade de todos, à interação e à socialização...
PROVAS DE RECUPERAÇÃO VERSUS ESTUDOS PARALELOS
A LDB – Lei 9394/96 - recoloca o assunto na letra "e" do inciso V do art. 24 – “Obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência
paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar; a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus
regimentos”.

COMO É: COMO DEVERIA SER:

Estudos paralelos de recuperação, como preceitua a LDB;


Repetição, retrocesso;

Paralisação da continuidade dos estudos; Ações paralelas inerentes a uma prática avaliativa
mediadora;
Ansiedade por parte dos professores;
Estudos de recuperação direcionados para o futuro;
Concepção do sujeito aprendiz em que o
Evolução natural no processo de aprendizagem – “erros" –
conhecimento se dá na linearidade. propulsores da ação;

Investe-se na heterogeneidade ao invés de buscar


homogeneidade.
PROVAS DE RECUPERAÇÃO VERSUS ESTUDOS PARALELOS
Desenvolver estudos paralelos de recuperação significa propor aos alunos, permanentemente, gradativos desafios e tarefas articuladas e
complementares às etapas anteriores, visando sempre o maior entendimento, à maior precisão de suas respostas, à maior riqueza de seus
argumentos.

Reflexão sobre as normatizações;

Postura investigadora e atenta por parte do docente;

Atenção diferenciada em termos de análise qualitativa;

Caráter longitudinal;

Princípio de provisoriedade e complementaridade das ações avaliativas, direcionadas ao futuro mediato da


aprendizagem.
CRÍTICAS E DISTORÇÕES:
CONSELHO DE CLASSE VERSUS “CONSELHO DE CLASSE"

* Caráter constatativo e de proferição de sentenças;

* Explicações e justificativas de resultados;

* Preocupações burocráticas;

* Tempo restrito (notas e conceitos);

* Ênfase demasiado em questões atitudinais ao invés de questões de ensino/aprendizagem.

CONSELHO DE CLASSE
Só tem significado se for constituído com o propósito de aprofundar a análise epistemológica e didática do processo
de aprendizagem dos alunos, de deliberar ações conjuntas que contribuam para o aprimoramento das ações futuras
do corpo docente, dos alunos e de toda a escola.
CONSELHO DE CLASSE VERSUS “CONSELHO DE CLASSE"

UMA ATIVIDADE ÉTICA

A avaliação tem que responder à questão ética: O que deveríamos fazer? E a questão empírica: O que podemos
fazer?

Hadji cita Pascal (1970) ao dizer que toda avaliação é “julgamento que envolve uma afirmação (tomada de posição),
um risco (não se esperam provas) e uma referência ao homem (o espírito como valor)” ( Hadji, 2001, p.123).

Torna-se necessário, essencialmente, recorrer a princípios de interação e relação social, numa análise ético-política
das práticas e metodologias da avaliação.

O compromisso de qualquer estudo avaliativo, na concepção ético-política, é o de sugerir e abrir caminhos à


reconstrução de uma escola onde todos os seus alunos tenham seus direitos respeitados.
AS REFORMAS EDUCACIONAIS

Ética da avaliação;

O que se pode fazer X O que se deve fazer;

Defender o sentido ético da avaliação.


A PARTICIPAÇÃO AS FAMÍLIAS

Acompanhamento no processo de desenvolvimento;

Como se constituem as famílias de grande parte dos


alunos?

Em que medida terão eles tempo e condições de


presença em casa e presença na escola?

Diálogo.
A EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Inclusão X Exclusão;

Necessidade da qualificação dos professores;

Profissionais especializados.
TEMPO
• Sem tempo para novos métodos

• “Professores dos iniciais tem mais tempo”

• Sem tempo para corrigir tarefa

• Vestibular! Vestibular! Vestibular!

PROFESSORES DE ENSINO MÉDIO


• “Dar conta do conteúdo”

• Ficção do dever cumprido

• “Não-saberes” e o faz de conta que aprenderam


TEMPO COMO MEDIADOR

• Fator determinante e autoritário;

• Tempo de dormir;

• Tempo de trocar frauda;

• Tempo de se alfabetizar;

• Tempo de terminar atividade primeiro.


TEMPO PARA DIÁLOGO?

• Educadores e educandos uma atividade dialética, de debate que dure um tempo X;

• Se a aprendizagem é PERMANENTE, por qual motivo delimitar tempo?;

• Natureza singular, única de cada ser;

• Ao delimitarmos um objetivo, não é final. É uma nova jornada;

• Pontos de passagem: Ajustar passos, esforço e fazer tornar “sedutor”.


PROCESSO DE APRENDIZADO

• O QUE É PROCESSO? CONSTRUÇÃO -> SEGUIMENTO -> APERFEIÇOAR

• Ideia linear;

• Constante estado de inquietude: Inacabamento;

• Plástico e flexível;

• Aceitar a desordem sequencial.


TODO APRENDIZ ESTÁ A CAMINHO

 O processo avaliativo não deve estar centrado no entendimento imediato;

 Todos os aprendizes estarão sempre evoluindo;

 Uma analise qualitativa – erros e acertos;

 Análise teórico-reflexiva;

 “ eu di um beijo na tia” (p.48) – etapa do processo de aprendizagem de uma pessoa;

 Avaliar para promover suscita em anotações significativas sobre o processo de desenvolvimento do


aluno ao longo de todo o processo.
NOTAS E CONCEITOS

 Notas e Conceitos classificatórios padronizam o que é diferente, despersonalizando as dificuldades e avanços de cada aluno;

 Superficializam e adulteram a visão da progressão das aprendizagens e do seu conjunto, tanto em uma única tarefa quanto
em um ano letivo, pelo caráter somativo que anula o processo;

 Baseiam-se arbitrariamente, em certos e errados absolutos, negando a relativização desses parâmetros em diferentes
condições de aprendizagem;

 Produzem a ficção de um ensino homogêneo pela impossibilidade de acompanhar a heterogeneidade do grupo;

 Reforçam o valor mercadológico das aprendizagens e as relações de autoritarismo em sala de aula;

 Privilegiam a classificação e a competição em detrimento à aprendizagem; entravam o diálogo entre os professores, entre
professores e alunos e da escola com os pais, em termos de avaliação, pela superficialidade do acompanhamento.
O caminho para a avaliação mediadora não pode ser outro
senão a busca de significado para todas as dimensões da
relação entre educandos e educadores.
OBRIGADO!!!

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