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Programa Ensinar – Formação de Professores

A AVALIAÇÃO
Livro “A prática educativa”, Antoni Zabala

Profa. Priscila Menezes


O Autor, Antoni Zabala
 Nascido na Catalunha (uma comunidade autônoma da Espanha),
Filosofia e Ciências da Educação pela Universidade de Barcelona, na
Espanha;
 Referência internacional em pedagogia e educação e um dos mais
importantes pesquisadores e divulgadores dos fundamentos do
construtivismo escolar;
 Foi assessor do Ministério da Educação e responsável pela
transformação do ensino espanhol após a ditadura de Franco;
 É diretor do Instituto de Recursos e Investigación para la Formación
(IRIF), diretor do Campus Virtual de Educação da Universidade de
Barcelona e professor dos Institutos de Ciências da Educação da
Universidade de Barcelona e da Universidade Autônoma de Barcelona.
O Autor, Antoni Zabala
 Defende a concepção construtivista como aquela que permite compreender a complexidade
dos processos de ensino/aprendizagem. Seu trabalho de pesquisa e publicação concentra-se
na didática geral e específica;
 É autor de dezenas de artigos e livros, como: Didática Geral; Como Aprender e Ensinar
Competências; Enfoque Globalizador e Pensamento Complexo e o famoso Prática Educativa:
como ensinar.
 Tem ministrado palestras e conferências em diferentes instituições de ensino por todo o
mundo. O professor é um crítico sobre a resistência dos órgãos que regulamentam os
sistemas de ensino brasileiro e espanhol;
 Ele defende que uma boa escola é aquela que prepara o aluno para a vida, e não aquela que se
utiliza de obras elitizadas, por isso acredita que devem ser criadas provas orais dentro do
exame vestibular;
Algumas obras de Antoni Zabala
Esclarecimentos sobre avaliação
O QUE É AVALIAÇÃO?

 Avaliação se pensa, de forma prioritária ou mesmo exclusiva, nos resultados obtidos pelos
alunos;
 É o instrumento ou processo para avaliar o grau de alcance de cada menino e menina em
relação a determinados objetivos previstos nos diversos níveis escolares;
 Basicamente, a avaliação é considerada como um instrumento sancionador e qualificador
em que o sujeito da avaliação é o aluno e somente o aluno e o objeto da avaliação são as
aprendizagens realizadas, segundo certos objetivos mínimos para todos;
Avaliação: duas dimensões
QUEM E O QUE SE DEVE AVALIAR?

Avaliação: individual
Avaliação: grupal

OBJETO DA AVALIAÇÃO:

1. Processo de aprendizagem;
Avaliação: duas dimensões
 Apesar de o ensino e a aprendizagem se encontrarem estreitamente ligados e fazerem
parte de uma mesma unidade dentro da aula, podemos distinguir claramente dois
processos avaliáveis: como o aluno aprende e como o professor ou professora
ensina. Portanto, temos dois sujeitos da avaliação, o que poderíamos denominar uma
dupla dimensão, aplicável também ao processo que todo o grupo/classe segue.

PROCESSO INDIVIDUAL Sujeito Aluno(a) Professor (a)


ENSINO/APRENDIZAGEM
Objeto Processo aprendizagem Processo ensino

PROCESSO GRUPAL Sujeito Grupo/Classe Equipe docente


Por que se deve avaliar?
 Quem é o que se deve avaliar? Os sujeitos e os objetos da avaliação;
 Problemas de compreensão: tradição escalar;
 Função social do ensino;
 Formação integral;
 Objetivo do ensino;
Avaliação formativa

 Inicial: consiste em conhecer o que cada um dos alunos sabe, o que sabe fazer e o
que pode chegar a saber, saber fazer ou ser e como aprendê-lo;

 Reguladora: O conhecimento de como cada aluno aprende ao longo do processo de


ensino/aprendizagem, para se adaptar às novas necessidades que se colocam;

 Integradora: o conhecimento do resultado obtido e a análise do processo que o aluno


seguiu para o conhecimento e a avaliação de todo o processo do aluno;
Avaliação formativa

 É uma proposta avaliativa que inclui a avaliação, no processo ensino-aprendizagem.


Ela se materializa nos contextos vividos pelos professores e alunos e possui como
função a regulação das aprendizagens;

 A avaliação formativa pretende melhorar o processo de ensino-aprendizagem


mediante o uso de informações levantadas por meio da ação avaliativa. Semelhante à
avaliação diagnóstica, a avaliação formativa busca detectar dificuldades suscetíveis
de aparecer durante a aprendizagem, a fim de corrigi-lo rapidamente;
Avaliação formativa
 Para o professor, a avaliação formativa orienta e regula a prática pedagógica, uma vez
que se propõe a analisar e identificar a qualidade de ensino com a verdadeira
aprendizagem dos alunos;
Avaliação dos conteúdos conforme a tipologia

1. CONTEÚDOS DA AVALIAÇÃO:
AVALIAÇÃO DOS CONTEÚDOS CONFORME SUA TIPOLOGIA:
As capacidades definidas nos objetivos educativos são o referencial básico de todo
processo de ensino e, portanto, da avaliação. Os conteúdos de aprendizagem, sobretudo
no próprio processo de ensino/aprendizagem, são o referencial para avaliar e
acompanhar os avanços dos meninos e meninas;

2. TIPOS DE CONTEÚDOS DA AVALIAÇÃO:


• Avaliação dos conteúdos factuais;
• Avaliação dos conteúdos conceituais;
• Avaliação dos conteúdos procedimentais;
• Avaliação dos conteúdos atitudinais;
Avaliação dos conteúdos factuais

 Refere-se a fatos, acontecimentos, situações, dados, fenômenos concretos e


singulares;

 EXEMPLO DE CONTEÚDO FACTUAL:


• Capital da Itália – nome da capital, acontecimentos, representação geográfica e
outros;
• Principais obras de Emília Pardo Bazan – título de obras;

 MÉTODO AVALIATIVO:
Prova escrita simples, preguntas de modo individual, utilização conjunta de fatos e
conceitos;
Avaliação dos conteúdos conceituais

“Quando os conteúdos de aprendizagem são conceituais, o grau de


compreensão dos conceitos é, em muitos casos, limitado. Sempre pode-se ter
um conhecimento mais profundo e elaborado dos conceitos de capital,
revolução, densidade ou neoclassicismo. Dificilmente podemos dizer que a
aprendizagem de um conceito está concluída. Em todo caso, o que faremos é
dar certo grau de conceitualização. E aqui é onde começamos a ver a
dificuldade que representa avaliar a aprendizagem de conceitos”.

O QUE É A AVALIAÇÃO DE CONTEÚDOS CONCEITUAIS?


Avaliação dos conteúdos conceituais

 “A tendência de se utilizar formas de avaliação que são bastante válidas para os


conteúdos factuais deu lugar a uma mesma utilização para os conceitos. Assim, é
habitual em cada vez menos, a proposição de provas orais ou escritas em que se tem que
responder a algumas perguntas que pedem que se defina um conceito”;

 A tendência de utilizar a definição dos conceitos é o resultados de uma compreensão


muito simplista da aprendizagem que, de certo modo, assume que não existe nenhuma
diferença entre expressão verbal e compreensão;
Avaliação dos conteúdos conceituais

QUAIS SÃO AS ATIVIDADES MAIS ADEQUADAS PARA CONHECER O GRAU


DE COMPREESÃO DOS CONTEÚDOS CONCEITUAIS?

• Exposição;
• Debate;
• Leitura;
• Pesquisa;
• Exercício;
• Estudo;
Avaliação dos conteúdos conceituais

O QUE SE DEVE SABER? O QUE SE DEVE FAZER? COMO SE DEVE FAZER?

 Se as provas objetivas estão bem feitas, permitirão saber se os alunos são capazes de
relacionar e utilizar os conceitos em algumas situações muito determinadas;

 Disciplinas como matemática, física, química e outras com muitos conteúdos que giram
em torno de resolução de problemas, estas provas são a forma mais adequada para
responder à necessidade de conhecer a aprendizagem dos conceitos;
Avaliação dos conteúdos procedimentais

 Os conteúdos procedimentais implicam saber fazer, e o conhecimento sobre o domínio


deste saber fazer só pode ser verificado em situações de aplicação deste conteúdos;

 Para aprender um conteúdo procedimental é necessário ter uma compreensão do que


representa como processo, para que serve, quais são os passos ou fases que o
configuram;

 O que define sua aprendizagem não é o conhecimento que se tem dele, mas o domínio
ao transferi-lo para a prática;
Avaliação dos conteúdos atitudinais

 A natureza dos conteúdos atitudinais, seus componentes cognitivos condutuais e afetivos


fazem com que seja consideravelmente complexo determinar o grau de aprendizagem de
cala aluno;

 O pensamento de cada professor está ainda mais condicionado por posições ideológicas do
que nos outros tipos de conteúdos. Ao mesmo tempo, nos encontramos diante de uma
tradição escolar que tendeu formalmente a menosprezar estes conteúdos e que reduziu a
avaliação a uma função sancionadora, expressada quantitativamente, fato que provocou a
ilusão de se acreditar no rigor de suas afirmações porque são matematizáveis;

 Como pode se valorar a solidariedade ou atitude não-sexista? A quem podemos dar uma
boa “nota” em tolerância?
Avaliação dos conteúdos atitudinais

 O problema da avaliação dos conteúdos atitudinais não está na dificuldade de expressão do


conhecimento que os meninos e meninas têm, mas na dificuldade da aquisição deste
conhecimento;
 A fonte de informação para conhecer os avanços na aprendizagens de conteúdo atitudinais
será a observação sistemática de opiniões e das manifestações dentro e fora da aula, nas
visitas, passeios e excursões, na distribuição das tarefas e responsabilidades, durante o
recreio, nas atividades esportivas, etc.
Compartilhar objetivos, condição indispensável para uma
avaliação formativa

 Conteúdos factuais, conceituais, conteúdos procedimentais de papel e lápis, algumas


estratégias cognitivas, argumentações de valores e opiniões sobre normas de comportamento;
 A filosofia da prova é a do engano, a do caçador e da caça e, portanto, não promove a
cumplicidade necessária entre professor e aluno;
 O peso de um ensino orientado para a seleção contribuiu para uma série de hábitos, de
maneiras de fazer, que configurou a forma de atuar e pensar da maioria do professorado e
seguindo esta trajetória, o pensamento dos pais e mães, e inclusive dos próprios alunos;
Compartilhar objetivos, condição indispensável para uma
avaliação formativa
 Conseguir um clima de respeito mútuo, de colaboração, de compromisso com um objetivo
comum é condição indispensável para que a atuação docente possa se adequar às
necessidades de uma formação que leve em conta as possibilidades reais de cada menino e
menina e o desenvolvimento de todas as capacidades;
 Um clima de cooperação e cumplicidade é a melhor maneira, para não dizer a única de que
dispomos para realizar uma avaliação que pretenda ser formativa;

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