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CAMARGO, Clarice Carolina Ortiz de; COSTA, Simone, Freitas Pereira (Orgs). Pesquisa
coletiva, avaliação externa e qualidade da escola pública. Curitiba – PR: CRV, 2018, p. 81-85.
Nessa concepção defendida por Fernandes (2008), há um rompimento com a lógica de que
as/os estudantes são meros receptores de informações longe dos seus domínios cognitivos. Ao
contrário, avaliação formativa é um processo social, pedagógico e político que coloca todas/os em
condições para aprender. Partimos do pressuposto de que todas/os podem aprender e a Educação é um
processo gnosiológico.
Por meio desse posicionamento, a/o professora/or tem mais elementos para conhecer cada
estudante e, também, de replanejar suas ações, pois o percurso de aprendizagem é individual e, por
meio da avaliação, a/o professora/or poderá compreender melhor o que a/o estudante sabe e,
principalmente, do que ela/e precisa para avançar na escolaridade.
Para tanto, o educador que estiver afeito a dar um novo encaminhamento para a prática da
avaliação escolar deverá preocupar-se em redefinir ou em definir, propriamente, os rumos de
sua ação pedagógica, pois ela não é neutra. A mesma se insere num contexto maior e está a
serviço dele. Então, o primeiro passo que nos parece fundamental para redirecionar os
caminhos da prática da avaliação é assumir um posicionamento pedagógico claro e explícito
de tal modo que possa orientar diuturnamente a prática pedagógica, no planejamento, na
execução e na avaliação (LUCKESI, 2006, p. 42).
Segundo Allal (1986), para que a avaliação formativa cumpra realmente sua função de
orientação, é preciso elaborar uma estratégia que leve em conta os múltiplos aspectos (cognitivo,
afetivo e social) da aprendizagem e das relações no interior do sistema educativo. No que se refere às
contribuições da avaliação formativa para o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem, tem-
se que:
Avaliar o aluno deixa de significar fazer um julgamento sobre a sua aprendizagem, para servir
como momento capaz de revelar o que o aluno já sabe, os caminhos que percorreu para
alcançar o conhecimento demonstrado, seu processo de construção do conhecimento, o que o
aluno não sabe e o caminho que deve percorrer para vir a saber, o que é potencialmente
revelado em seu processo, suas possibilidades de avanço e suas necessidades para a superação,
sempre transitória, do não saber, possa ocorrer (ESTEBAN, 2004, p. 19).
Desse modo, nossa defesa de avaliação formativa assenta-se em princípios que oportunizem
informar, às/aos interessadas/os, os progressos, os limites e a necessidade de se redirecionar o trabalho
docente, no sentido de promover ações que potencializem e fomentem as efetivas aprendizagens das/os
estudantes. Trata-se de um ir e vir constante.