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1. Introdução..................................................................................................................5
1.1. Objectivos...............................................................................................................5
2. Encaminhamentos Metodológicos.............................................................................6
Conclusão........................................................................................................................17
Bibliografia......................................................................................................................18
1. Introdução
A produção didáctico – pedagógica que será apresentada no decorrer deste
trabalho, cujo tema é “A avaliação e sua importância para o processo de ensino e
aprendizagem”.
O grande desafio na prática da avaliação é desenvolver um processo mediador que
atinja as expectativas dos alunos, aproximando-o intelectualmente do professor. Devido
a isso a avaliação deve existir enquanto aproximação de ideias articuladas e veiculadas
nessa sequência de aprendizagem, ou seja, a avaliação deve ser o momento de
investigação e reflexão do professor em relação a sua prática docente.
A avaliação da aprendizagem deve ser vista como um mecanismo para que o
professor possa detectar as dificuldades dos alunos, bem como verificar quais
possibilidades esse aluno apresenta para construir novos conhecimentos e atingir os
objectivos propostos pelo professor em sua prática educativa.
1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
Desenvolver um estudo sobre avaliação no processo de ensino e aprendizagem
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2. Encaminhamentos Metodológicos
A avaliação sempre esteve presente no ambiente escolar e é um assunto polémico,
pois é vista como desagradável, autoritária, inflexível e ameaçadora.
O que se pretende com esse grupo de estudos é levar à conscientização de que a
avaliação é uma prática contínua que faz parte do processo de ensino e aprendizagem e
deve ser considerada como um recurso para repensar o ensino e criar situações que
realmente garantam a aprendizagem dos alunos.
Ao ser entendida como parte integrante da aprendizagem, a avaliação permite aos
envolvidos no processo um exercício de reflexão, que favorece a tomada de decisões e a
superação de desafios com o objectivo final que é uma formação crítica tanto dos
professores quanto dos alunos.
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Exame era todo tipo de procedimento avaliativo sobre a forma de testes e provas.
Conforme LUCKESI (2003:16):
A tradição dos exames escolares que conhecemos hoje, em nossas escolas, foi
sistematizada nos séculos XVI e XVII, com as configurações da actividade pedagógica
produzidas pelos padres jesuítas (séc. XVI) e pelo Bispo John Amós Comênio (fim do
séc. XVI e primeira metade do século XVII).
O que vemos actualmente é que ainda são aplicadas provas e em seguida verifica-
se os acertos do aluno e são atribuídos valores numéricos para concluir se o aluno será
aprovado ou reprovado. Essa ainda é uma tradição antidemocrática e autoritária, porque
está centrada no professor e no sistema de ensino e não no aluno.
"Os exames são pontuais, não levam em conta o aluno antes e depois da prova, são
selectivos e excludentes". Já a avaliação está a serviço de um projecto pedagógico
construtivo, que olha para o ser humano como alguém em construção permanente".
(LUCKESI:1982).
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para o passado”, pois o professor espera e deseja que o aluno apenas reproduza aquilo
que aprendeu. Na prática do exame,
não importa o que ainda possa ou precise aprender, e, sim que ele seja classificado com
base na aprendizagem manifestada ao responder aos instrumentos de colecta de dados
sobre o seu desenvolvimento aqui e agora. (LUCKESI, 2011:182)
A diferença entre avaliar e examinar fica ainda mais evidente nas palavras de
Luckesi (2001):
O ato de avaliar a aprendizagem implica em acompanhamento e reorientação
permanente da aprendizagem. Ela se realiza através de um ato rigoroso e diagnóstico e
reorientação da aprendizagem tendo em vista a obtenção dos melhores resultados
possíveis, frente aos objectivos que se tenha à frente. E, assim sendo, a avaliação exige
um ritual de procedimentos, que inclui desde o estabelecimento de momentos no tempo,
construção, aplicação e contestação dos resultados expressos nos instrumentos;
devolução e reorientação das aprendizagens ainda não efectuadas. Para tanto, podemos
nos servir de todos os instrumentos técnicos hoje disponíveis, contanto que a leitura e
interpretação dos dados seja feita sob a óptica da avaliação, que é de diagnóstico e não
de classificação. O que, de fato, distingue o ato de examinar e o ato de avaliar não são
os instrumentos utilizados para a colecta de dados, mas sim o olhar que se tenha sobre
os dados obtidos: o exame classifica e selecciona, a avaliação diagnostica e inclui.
Art. 1º A avaliação deve ser entendida como um dos aspectos do ensino pelo qual o
professor estuda e interpreta os dados da aprendizagem e de seu próprio trabalho, com
as finalidades de acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos alunos,
bem como diagnosticar seus resultados e atribuir-lhes valor. 1º - A avaliação deve dar
condições para que seja possível ao professor tomar decisões quanto ao
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aperfeiçoamento das situações de aprendizagem. 2º - A avaliação deve proporcionar
dados que permitam ao estabelecimento de ensino promover a reformulação do
currículo com adequação dos conteúdos e métodos de ensino. 3º - A avaliação deve
possibilitar novas alternativas para o panejamento do estabelecimento de ensino e do
sistema de ensino como um todo. Art. 2º - Os critérios de avaliação, de responsabilidade
dos estabelecimentos de ensino, devem constar do Regimento Escolar, obedecida a
legislação existente. Parágrafo Único - Os critérios de avaliação do aproveitamento
escolar serão elaborados em consonância com a organização curricular do
estabelecimento de ensino. Art. 3º - A avaliação do aproveitamento escolar deverá
incidir sobre o desempenho do aluno em diferentes situações de aprendizagem. 1º - A
avaliação utilizará técnicas e instrumentos diversificados. 2º - O disposto neste artigo
aplica-se a todos os componentes curriculares, independente do respectivo tratamento
metodológico. 3º - É vedada a avaliação em que os alunos são submetidos a uma só
oportunidade de aferição. Art. 4º - A avaliação deve utilizar procedimentos que
assegurem a comparação com os parâmetros indicados pelos conteúdos de ensino,
evitando-se a comparação dos alunos entre si. Art. 5º - Na avaliação do aproveitamento
escolar, deverão preponderar os aspectos qualitativos da aprendizagem, considera a
interdisciplinaridade e multidisciplinaridade dos conteúdos. Parágrafo único – Dar-se-á
relevância à actividade crítica, à capacidade de síntese e à elaboração pessoal, sobre a
memorização. Art. 6º - Para que a avaliação cumpra sua finalidade educativa, deverá ser
contínua, permanente e cumulativa. (BRASIL, 1996).
Para Luckesi, (2011:181), “os exames escolares e académicos estão voltados para o
passado”, pois o professor espera e deseja que o aluno apenas reproduza aquilo que
aprendeu. Na prática do exame,
não importa o que ainda possa ou precise aprender, e, sim que ele seja classificado com
base na aprendizagem manifestada ao responder aos instrumentos de colecta de dados
sobre o seu desenvolvimento aqui e agora. (LUCKESI, 2011:182)
Nesta visão, o ato de examinar tem como objectivo classificar o aluno com o
aprovado ou reprovado, levando em conta somente o conhecimento que o aluno
adquiriu até o momento, deixando de lado os encaminhamentos necessários para que
haja a recuperação da aprendizagem desse aluno.
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reforçando a ideia de uma concepção de avaliação que tem como objectivo classificar o
aluno, pois dessa forma, para Hoffmann, (1993:56) “o teste é a prova que comprova um
resultado numérico atribuído pelo professor”.
Nesse sentido, deve-se levar em consideração que são inúmeros os factores que
podem influenciar os resultados de uma boa ou má aprendizagem. Ao apenas examinar
o aluno, o educador não leva em consideração o processo pelo qual o educando passou
até chegar ao produto final.
Ao professor examinador interessa apenas o desempenho final do aluno, isso se
constata na afirmação de Luckesi, (2011:187).
A situação é tão verdadeira, que, se um estudante apresentar respostas correctas obtidas
por meios fraudulentos e não for descoberto nessa prática, as respostas são assumidas
como certas, pois se olha somente para o produto.
Para que tal situação se torne ainda mais clara, o autor nos dá um exemplo que
ocorre fora da escola.
(...) o vestibular como meio de acesso ao ensino superior ou a prova realizada em
qualquer concurso para acesso a determinada actividade profissional numa empresa ou
numa instituição pública caracterizam-se como exames, nessas ocasiões, tem-se em
conta somente o desempenho do examinando no momento em que ele está sendo
examinado – nem antes nem depois. É com esse desempenho que será classificado no
ranking selectivo. (LUCKESI, 2011:187).
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Segundo LUCKESI (2011), dentro da escola essa realidade não é diferente, o aluno
não está concorrendo a uma vaga, mas é examinado para ser classificado numa escala
de notas que terá como resultado final sua aprovação para a série seguinte ou sua
reprovação, ou seja, é meramente classificatória, pois há uma preocupação excessiva
com os resultados finais e, infelizmente esse tipo de avaliação é praticada como se não
fizesse parte do processo ensino aprendizagem.
(...) Essas dificuldades apontam para a distância entre as riquezas das propostas teóricas
e a precariedade das práticas avaliativas, predominantemente tecnicistas, onde avaliar
significa medir, atribuir notas a situações de prova com único resultado de
aprendizagem, acarretando em grande parte os problemas de repetência, fracasso e
exclusão escolar. (CAPELLETTI, 1999:20).
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De acordo com a LDB 9394/96 em seu artigo 24, parágrafo V:
V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios: a) avaliação
contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos
qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de
eventuais provas finais. (BRASIL, 1996).
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pois deve atender o aluno individualmente e lhe oferecer novas situações desafiadoras,
novas explicações e também indicar leituras que possam enriquecer o tema estudado.
Para Hoffmann (2003:63):
[...] na concepção mediadora a acção educativa realiza-se com base na busca de
alternativas de integração aluno - escola, com vistas a que, mediante questões
desafiadoras, o educando desenvolva a sua autonomia nos diversos campos de sua
formação, seja este moral, afectivo, intelectual ou social.
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Na avaliação sumativa é possível proporcionar aos estudantes os chamados
feedback, através deste os alunos podem perceber o nível de aprendizagem alcançado e
tentar atingir um nível maior de conhecimento, esse tipo de avaliação também compara
os resultados obtidos, visando a atribuição de nota.
A principal preocupação que o professor dever ter é se a avaliação está levando seu
aluno ao crescimento e, se os objectivos propostos estão sendo atingidos. Avaliar é um
processo que exige compromisso e responsabilidade, a avaliação deve contribuir para a
compreensão das necessidades e dificuldades dos alunos, com o objectivo de rever,
mudar e adoptar acções que favoreçam o desenvolvimento integral do aluno, bem como
levar professores e estudantes a compreenderem de forma mais organizada o processo
de ensinar e aprender, sendo utilizada dessa forma, a avaliação perde seu carácter de ser
punitiva e classificatória.
A prática a avaliativa deve ser planejada a partir das interacções que ocorrem no
interior da sala de aula com os alunos e de acordo com as possibilidades de
entendimento dos conteúdos que estão sendo abordados; ao pensar nos instrumentos de
avaliação o professor deve verificar se a linguagem utilizada está sendo clara e
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objectiva, se há um contexto bem elaborado, se o conteúdo é significativo para o aluno
que está sendo avaliado, se está coerente com os objectivos do ensino e se explora a
capacidade de leitura e de escrita do aluno.
Para LUCKESI (2008:176) “a avaliação dever ser definida como um ato amoroso
no sentido de que a avaliação, por si, é um ato acolhedor, integrativo e inclusivo”, ou
seja, o ato de avaliar deve proporcionar oportunidades para que professor e alunos
possam interagir com o objectivo de fazer com que os educandos assimilem novos
conhecimentos.
O professor deve avaliar de diferentes maneiras e em diversos momentos pois,
dessa forma,
a avaliação deixa de ser um momento terminal do processo educativo para se
transformar na busca incessante da compreensão das dificuldades do educando e na
dinamização de novas oportunidades de conhecimento. HOFFMANN, (2008:19).
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Conclusão
Face ao exposto, a importância de se verificar o contraste entre o institucional
normativo e o efectivamente praticado. Tal discrepância configura um distanciamento
entre o ideal (norma) e o real (prática). No que se refere ao processo avaliativo, é
notória a total diferenciação entre a realidade ilusória estabelecida por leis, pareceres,
estatutos e regimentos e a realidade concretizada através da aplicabilidade prática nas
salas de aulas. A avaliação adoptada em sala de aula tem impacto directo e indirecto no
processo de ensino – aprendizagem. Dessa forma, torna indispensável um
aperfeiçoamento constante em busca de novas técnicas e metodologias mais eficientes e
eficazes através do melhor panejamento e implementação cuidadosa.
Contudo, pode-se observar que, como a educação, a avaliação também tem uma
função política, pois ela deve ser aliada num processo docente crítico e construtivo a
serviço da aprendizagem dos alunos, no que diz respeito as suas capacidades cognitivas
e sociais.
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Bibliografia
BARBOSA, Maria R. L. da S.; MARTINS, Angélica P. R. Avaliação: Uma prática
constante no processo de ensino e aprendizagem. 2016.
________.Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: nº 9394/96. Estabelece as
Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: 1996.
CAPPELLETTI, Isabel Franchi (org.). Avaliação Educacional: fundamentos e práticas.
São Paulo. Articulação Universidade/Escola, 1999.
HAYDT, Regina Cazaux. Avaliação do processo ensino-aprendizagem. 6ª ed. São
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HOFFMANN, Jussara. Avaliação mito e desafio: uma perspectiva construtivista. 12ª
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LUCKESI, Cipriano Carlos. A avaliação da aprendizagem escolar: estudos e
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VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação: concepção dialética libertadora do
processo de avaliação escolar. 17ª ed. São Paulo: Libertad, 1994.
PENNA FIRME, T. Avaliação Políticas Públicas em Educação. Rio de Janeiro, v. 2.
1994.
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