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(Em itálico, acrescimentos da Blanc ou meus na aula da Blanc)

A História da Filosofia tem um lugar priveligiado em Hegel, é no pensar dos homens que o
Absoluto se apresenta

2. Aclaramentos para a determinação conceptual da História da Filosofia

A verdade é uma – no entanto ela ainda está abstracta indeterminada não se realizou

O objecitvo da filosofia – conhecer a verdade una (sua meta e seu ponto de partida, ou seja,
de algum modo a filosofia já tem de ter noção desta verdade una) e conhecê-la a leis e
fenómenos como derivações desta

A verdade deve ser o ponto de partida da filosofia, mesmo que não tenhamos uma
compreensão temática da verdade, mas devemos pelo menos conhecer a verdade, como
uma verdade unica e universal, a verdade por agora nos aparece como horizonte infinito

A multiplicidade deve ser reconduzida ao uno

O caminho do uno para o múltiplo é obra de Deus, o caminho do múltiplo para o uno é obra
do Homem

A verdade una não é um pensamento vazio, mas rico de determinações (em potência)?

A verdade tem um conteúdo próprio e não outro, ela é em si um pensamento (de Deus) p
fazer este mundo assim e não outro o conteúdo da verdade é o universo presente a sua
história e a forma como o ser se desenvolve

Acrescentar duas ideias para explicar a determinação do pensamento o desenvolvimento e


concreto e uma terceira a Ideia que sofre de desenvolvimento e concreto

O que é a verdade? É a Ideia.

Estudo de dois conceitos essenciais para esta verdade:


desenvolvimento e concreto

O pensamento produz conceitos cada vez mais determinados (desenvolvimento), até à


totalidade dos pensamento – Ideia
Ideia é ideia dos pensamentos dos pensados na sua totalidade
É nesta ideia que reside a determinação do em-si e do para-si – a verdade

A ideia só pelo desenvolvimento pela temporalidade é que é ela se autoreconhece como


própria Ideia – o momento onde surge o homem como o espírito capaz de se autoconhecer
como espírito, primeiro subjectivo e dps no final como Absoluto.

A Ideia é o seus pensamentos na totalidade


O somente verdadeiro é Ideia, isto é em si e para si, ou seja tem de ser exteriorizado e
reintrodruiorizado

A Ideia tem de se desenvolver e só a partir do desenvolvimento é que ele se conhece a si


mesma (o desenvolvimento é um desenvolvimento da Ideia tornar-se para si)

Quando aprendemos estamos a desenvolver-nos a nós mesmo a reconhecer a nossa


própria potência ainda não consciente

a. o conceito do desenvolvimento

(A filosofia deve estudar aquilo que é familiar e torná-lo em conhecimento efectivo)

A ideia de desenvolvimento, já estando em nós, como potência, parece-nos familiar mas


ainda não o conhecemos – temos um acesso primeiro indeterminado da verdade mas que
ainda não está tematizando, há uma pré-concepção das coisas (segundo os termos do
Heidegger)

A filosofia é a problematização do óbvio – nós nunca partimos do ex nihilo, mas uma


reflexão daquilo que admitimos como verdadeiro e a sua problematização, não há filosofia
sem problematização – uma exigência sem nada.

A ciência da lógica é a sua ontologia, a lógica em Hegel está associada à verdade

A Ideia tem de se tornar aquilo que é (o que parece contraditório ou que quebra a
indentidade)

O princípio da Identidade nega o devir

tornar-se aquilo que é – devir, movimento, desenvolvimento

A ideia está a trazer à existência a sua essência – a atualização das potências em ato
O vir à existência é a particularização em individuos – o que por sua vez é uma vinda do
infinito (da potencialidade da ideia) à sua finitude à particularização à determinação
Desenvolvimento:
Dois estados:
1) o ser-em-si (pq q o homem lhe chama de faculdade? – faculdade como apenas
possibilidade passiva ainda não ativa) (potentia) [animalidade?]
2) o ser-para si a realidade efetiva (ato)

A tendência do desenvolvimento é a transformação do ser-em-si para ser para-si


O homem apenas possuí racionalidade como potência
Só se torna em realidade efectiva quando reconhece a sua potência racional quando a
razão se dobra sobre si mesma

A atualização da potência da faculdade racional que se vai atualizando


Analogia entre a criança que vai ganhando a consciência racional e do desenvolvimento
histórico (a fenomenologia do Espírito pode ser aplicada aos Dois)

Aquilo que é em-si tem de se tornar objecto para o homem (só aquilo que está para o
homem se torna ato e não potência) - o em-si torna-se para-o-outro

realidade efectiva é uma aptidão em ato, só quando a minha potência è para mim é que ela
possuí racionalidade total.
aquilo que o homem é em-si é um animal racional

É com a presença de um outro que o homem se torna para-si ???

O vir à consciência è o passar do em-si para o para-si,


o em-si do homem torna-se objeto para-si, só com e

O que me pode ser objecto é o mesmo que eu sou em-si, eu sou a totalidade tudo isso que
aparece no mundo e um produto de tudo isso, e só assim nessa ligação com o mundo ele
se conhece, só com esta ligação e distanciamento do mundo é que eu me reconheço como
um e não como outro (em forma, auto-consciência, e conteúdo, o meu vir ao mundo)

O conhecimento do exterior leva a uma separação entre o sujeito e o objecto, só assim o


sujeito se consegue conhecer, por outro turno ele reintegra o conhecimento exterior e assim
obtém o conteúdo do seu ser, reintegrando-se com o exterior - thesis (o homem que ainda n
se desliga do exterior), antithesis (o homem distancia-se do exterior e assim conhece o
exterior), sinthesis (o homem vê neste exterior o seu conteúdo, o seu ser, e reintegra o
extirior no interior do homem)

O contacto com o exterior não só uma adquiração de conteúdo, mas tranforma o homem no
seu interior

O homem é pensando, ele pensa os pensamentos

O homem não tem de ir longe si, a diferencia do em-si do para-si não é uma tranformação
no outro, ele mantém-se humano, atualiza a sua potência mas o em-si conserva-se. No
entanto, o vir do em-si para o para-si é uma diferença prodigiosa
O homem sendo racional é livre, no entanto, nem todos se conhecem como livres, logo não
se sabendo como livres não existem como livres

Razão ⇒ acesso à universalidade, sendo universal, não está em conflicto em determinação, o


universal nega o particular, a abertura ao universal liberta a consiciência à natureza imediata e
empírica, ao condicionamento pela minha natureza e é pelo razão que o home se liberta da natureza
e mais a domina

O intelecto humano permeia na intuição sensível, é pela razão que conseguimos aceder ao
universal e portanto libertámo-nos do particular [não entendi se a Blanc concorda com isto
mas I’ll stand by this hill]

O conhecer e o agir é trazer à consciência as suas potencialidades e torná-las objectos para


o sujeito, logo há um processo de diferenciação dentro da potêncialidade do sujeito que o
divide em para-si, sujeito pensante e em-si, objecto do pensamento

O impulso mete para fora a essência, impulsiona o

A analogia da planta com Deus e connosco

Existência, tranformar e no entanto permanecer o mesmo

A planta tem o impulso de se actualizar como mais do que potencialidade – contradição de


ser em-si e no enntnato não dever ser apenas em-si

A semente possuí o fruto em potencialidade que depois tem de se superar e tornar-se fruto
em atualidade do uno potencial surge a negação dele que o torna por sua vez uno atual e
assim retorna à unidade

Um ser para-si implica uma diferenciação

O espírito começa num estado de em-si, depois diferencia-se tornando-se externo e para-o-
espirito o que por sua vez torna-o para-si visto que o externo já era interno antes, há um
retorno à unidade

“Aquele para o qual o outro é – é o mesmo do que o outro; só por isso é que o espírito está
consigo mesmo no seu outro.”

Só por eu ser o mesmo que o outro e me identificar com o outro é que eu n me deixo de
estar em mim, porque eu sou também o meu outro isto é o que faz a diferença do
desenvolvimento no homem – sendo eu espírito possuidor de racionalidade universal que
eu posso sair de fora de mim e relacionar-me com o outro que eu me possa reconhecer no
outro algo de mim sem me perder A não é igual a B enquanto empírico mas enquanto
Espécie essa a universalidade que me liga

O mundo da cultura é de valores ideais e universais partilhados entre os humanos e identificando-se


no outro e na comunidade → o espírito objectivo

O espírito objectivo externaliza-se em matéria a instituição do Estado é a matéria da


comunidade estatal

O desenvolvimento do espírito é sair p fora e portanto vir a si - meta absoluta do espírito,


conhecer-se “se torne objectivo para si próprio, se encontre, se torne para si próprio

Deus torna-se objecto para si próprio para se poder reconhecer


Alienação de Deus e da consciência humana, o estranhamento o pôr em si fora a auto-
diferenciação, no entanto, esta mediação funciona para o ser se encontrar a si próprio para
vir a si próprio, poder aceder a si próprio, numa riqueza que ainda não tinha alcançado
antes do processo de alienação

Exemplo o trabalho, a ideia que se exterioriza-se em trabalho, ganha mais realidade e


tranforma a ideia (e o seu autor)

Liberdade = autonomia, não depender desse outro, nessa relação de alienação não
depender do outro

No pensar reporto-me a ideias, ideias do meu pensamento, não lhes reporto como vontades
(animalescas) em pensamento eu identifico-me com tudo

A liberdade relacionada com o universal

b. o conceito de concreto

(a partir daqui o que está em negrito é mais coisa menos coisa ipsis verbis o q a blanc
disse)

Qual é o conteúdo de desenvolvimento?


Há aqui uma preocupação de um desenvolvimento não vazio
A potência ativa (dentro do em-si) tendo ao ato a concretizar-se

Actividade implica temporalidade – historicidade

Para Hegel a essência do desenvolvimento é a história

O espaço é uma coexistência de partes, só o tempo, pela actividade, é que pode sintetizar
estas partes

No tempo só há sucessão, não simultaneamente

As partes sucedem-se umas às outras no tempo


No desenvolvimento temporal não há coexistência mas integração do passado ao presente,
enriquece os estados anteriores que depois se desdobram em estados mais desenvolvidos
e complexos

Teoria vulgar – o desenvolvimento não possuí conteúdo

No entanto aquilo que é ser-para-si/ser-para-outro (acto) não tem determinação senão


actividade, isto é, o concreto está ele próprio em constante desenvolvimento.

O acto/atividade é conter, ter como conteúdo, o ser-em-si e ser-para-si como momentos da


actividade, isto é a atividade é a transformação do ser-em-si para ser-para-si, o
desenvolvimento portanto não pode ser apenas uma atividade formal (sem conteúdo) pois a
própria atividade tem conteúdo

A dimensão universal é por ser formal que é universal? O conteúdo está sempre
relacionado com as determinações, por enquanto, no primeiro momento o que temos
é a universalidade abstracta é a pura forma do divino.

É porque a forma é uma forma ativa, que ele se vai desenvolver

Acto é Actividade

O ser é processo

O conteúdo do desenvolvimento é atividade, diferenciação do absoluto nestes dois


momentos diferentes

Absoluto = unidade de uma unidade e diferença, uma unidade que contém em si uma
dualidade

O desenvolvimento é o movimento do ser-em-si para o ser-para-si (aka para a recognição


do espírito como espírito)

Por sua vez, o acto é algo uno - unidade de uma multiplicidade «o concreto é unidade de
determinações em si contrapostas»

Todos estes momentos, o acto, o em-si (sujeito da atividade, aquilo que inicia a
diferenciação) e o produto (a externalização) tudo isto é o concreto

A contraposição dos componentes (ser-em-si, o que inicia; o produto, resultado da


atividade (para-si); e o próprio processo) do concreto dá-lhe vida, não podemos
destruir os jogadores

A própria Ideia - o ser em potencialidade que se realiza históricamente


A própria atividade e o conteúdo diferenciado são um e a mesma coisa, o uno de
duas coisas diferentes é o Terceiro
O Terceiro é o verdadeiramente concreto – o absoluto torna-se diferente no múltiplo
mas não perde a relação consigo mesmo, ele é outro consigo mesmo. ele é capaz de
integrar

A unidade dentro da multiplicidade - “um é em outro consigo mesmo, não fora de si” o
próprio outro incluí em si este e portanto eles se apresentam dentro de um terceiro – a
unidade entre os dois

Julga-se que a filosofia trata-se de abstrações vazias enquanto que o sensivel é a verdade
Há a mania que a filosofia só pensa em abstrações, mas é o contrário o senso
comum é que é o abstrato perde o concreto, o todo que a filosofia embarca

A filosofia trata do pensamento sim, mas é o pensamento a Ideia o pensamento tornado


concreto real e a sua unidade total que é verdadeiro – a sua forma pode aparecer abstracta
mas o seu conteúdo é real.

Há uma diferença entre a forma que é universal e abstrata, o seu modus operandi, mas o
seu conteúdo a Ideia é concreta é uma unidade rica, não abstracta, um universal concreto,
uma unidade de diferenças determinações comncretas

Conhecimento de razão (síntese da totalidade) vs conhecimento de entendimento (formal)

Razão vs Entendimento (baseado em Kant) o entendimento é o formal, abstracto vazio,

As categorias excluem-se entre si, as ideias são da razão que não pensa as
categorias particulares e opostas mas a síntese dos fenómenos todos da realidade
numa síntese total (alma, deus, ideia) a filosofia é um pensar de ideias

a filosofia deve ser da razão e deve estudar não a universalidade vazia mas a
universalidade real a Ideia que é a unidade e total e similarmente o particular e determinado

O entendimento é algo que só é correcto na cabeça


A Ideia é em-si e para-si, é potência e ato, é reconhecimento de si mesma e o ainda por reconhecer →
o movimento do concreto é a passagem do em-si em para-si e da unidade indeterminada para a
multiplicidade que por sua vez depois retorna a unidade mas uma unidade determinada

“Uma vez que o em-si é já em si próprio concreto” → ??? explica blanc

O em-si é concreto, no sentido que tem conteúdo, e quando se torna para-o-homem (quando é dado)
apenas aparece sob uma nova forma, aparece como diferente daquilo que antes encontava-se no uno
originário → é pelo o processo de diferenciação que o em-si se materializa (nova forma) e por sua vez
que o espírito o consegue captar

Há uma contradição interior na unidade originária – perguntar à blanc → isto é o princípio da


diferença que pos sua vez também dá hipótese da diferença se redimir e se reunir à unidade já que eles
já tiveram juntos uma vez
Deus não como algo exterior transcendental mas imanente, difundido em toda a criação que
sofre ele também de desenvolvimento e união

c. a

O verdadeiro é o espiritual, e é vivo e o vivo e espiritual é a atividade o movimento e


portanto tem impulso de se desenvolver

A ideia só é concreta desenvolvendo-se, realizando-se trazido à realidade num sistema


orgânico que a desenvolve.

Concreto e Totalidade vs Abstracto, vazio, indeterminado

Entre o abstracto e o concreto há vários estádios temporais, a verdade o saber dos homens
não está adquirido de uma vez por todas é um processo contínuo. Um trabalho colaborativo,
histórica, que tende para um aperfeiçoamento, uma totalização.

O momento ulterior é sempre mais desenvolvido e mais rico que o anterior, pois este já
integrou o momento passado.

A filosofia é senão é um pensamento do concreto da historicidade do desenvolvimento

A filosofia é a explicação do logos que permeia a historicidade

Fazer uma hermenêutica da lógica da própria realidade – fenomenologia do espírito,


manifestação do espírito no espaço-tempo.

Aquilo que é, o motor do desenvolvimento é o espírito e a filosofia não é para ele senão
uma tomada da consciência humana deste espírito que age em nós na natureza no
universo

O desenvolvimento não se exterioriza para fora de si, ele precisa de se exteriorizar-se mas
para denovo vir e interiorizar-se

Ser é aparecer para Hegel,

Por se fora é uma queda uma alienação do espírito consigo uma perda de si

O espírito enquanto espírito que é precisa de se manifestar

O fenómeno é o aparecer do espírito na consciência humana não um aparecer da aparência


como Kant mas um aparecer do ser,

A ideia permanece durante todas as temporalidades, mesmo dentro de todas as mutações


nada a tira a sua essência, ela tem-se como base de tudo
A Filsofia desenvolve-se sobre a mesma Ideia, ela não muda de conteúdo digamos, ela não
se desenvolve extensivamente mas intensivamente

A síntese como recondução do múltiplo ao uno, reunificação destas diferenças numa


unidade que produz uma totalidade

O que é mais poderoso e intesivel é o momento da síntese, porque reúne mais predicados,
mais riqueza, mais determinações

Esta Ideia é transcendente ao desenvolvimento, ela é a periferia e o ponto central, ela é a


fonte da luz e a periferia daquilo que determina

Sistema = unidade orgânica de pensamentos, uma síntese de uma totalidade de


pensamentos

É um sistema de desenvolvimento que incluí uma ordem uma conecção consigo mesma, a
necessidade é que o desenvolvimento seja sempre da universalidade

3. resultados para o conceito da História da Filosofia

Hegel como primeiro filósofo da história e primeiro filósofo da história da filosofia

A filosofia está em desenvolvimento, por sua vez a própria história da filosofia está também
em desenvolvimento

É tarefa da própria filosofia entender a sua própria história

A história para o comum aparece como algo ao acaso, enquanto que para o filósofo
aparece como necessidade em virtude dos seus precedentes

A sucessão dos sistemas da filosofia da história corresponde ou traduz a derivação lógica


das concepções da Ideia

Tudo aquilo que aparece no tempo tem a sua justificação na própria estrutura da ideia

Uma revolução só ocorre quando todas as determinações necessária para a sua ocorrência
estão preenchidas

Paralelismo entre sequencia na história e sequencia nos conceitos

O pressuposto (em parte admitido) de Hegel para a História da Filosofia: a História da


Filosofia é a história do desenvolvimento da Ideia

O tempo é a expressão do conceito na existência (conceito como mudança)


O aparecer de uma determinação da I
A Ideia em si mesma ainda não se diferenciou não se conhece a si própria, na forma da
consciência singular, para que ele se concrete ela tem de se diferenciar a si mesma e a
entrar na existência, é assim que ela aparece como uma existência humana que progride no
tempo, o pensar dos homens é o lugar da auto-apreensão da Ideia e isto dá-se no tempo

Dialética aplicada aos povos e historicidade na filosofia

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