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G.W.

Leibniz
Monadologia
O Universo Monadológico: natureza, vida e expressão

A via leibniziana da modernidade

Ensaios de Teodiceia à influência no pensamento optimista do século XVIII até ao terramoto


de 1755

Monadologia – pretensão de um sistema filosófico metafisico pluralista que não é


reconduzida a um principio único do saber

“O sistema das mónadas forma um só com o sistema da harmonia preestabelecida”

Quer reformar a filosofia, ou reparar os problemas da filosofia/ciência moderna, pegando


nos poucos «tesouros» da filosofia escolástica e antiga

Na fase mais jovem, já se encontra o problema do mecanicismo, isto é, sendo o mundo


apenas grandeza, figura e movimento então de onde vem esse movimento? Não pode vir
da massa, logo tem de ser algo imposto pelo exterior, por um espírito.

O mecanicismo explica como a natureza se rege, mas não o porquê de ela se regir assim –
carece de uma fundamentação metafisica. à Dinâmica

Fundar a mecânica em algo de efectivamente real, a força imanente à natureza.

A força como principio primeiro da natureza.

Tudo o que exerce força é substância. E como tudo exerce força, tudo é substância.

Isto no entanto carece de ordem é daí que deriva a Ideia de Organismo

A mónada é primeiramente a unidade de um fluxo espontâneo de percepções

Percepção vs Apercepção: Há certas percepções que nós não captamos não nos
apercebemos, i. e., não temos consciência mas independente disso as temos. (contra
Descartes)

A mónada tem automovimento próprio, é fonte das suas ações internas

“As qualidades de uma mónada estãp sujeitas a “mudança contínua”, acompanhando as


transformações que a cada momento se operam no mundo envolvente.” à cada mónada
muda, por si próprio, por movimento próprio, mas no entanto está de alguma forma,
regulada, harmonizada, com as coisas exteriores

Do indivíduo à mónada

A mónada é um habitante de um mundo comum, do qual é expressão.


Uma substância é completa, isto é ela é o fundamento dos seus predicados” não é
necessário algo de externo. (Exemplo base 4 = 2 + 2, 4, por si só, é o fundamento e
justificação, de algo ser 2 +2) Igualmente o predicado “trair Jesus” estaria já inserido e
fundamentado em “Judas” por Judas ser meramente Judas [isto é de um essencialismo que
até dá dó, mas pronto. Metafisicas]

Ao contrário do átomo que é estático e uma unidade sem vida, a mónada é uma alma,
unidade que contem em si automovimento e uma diversidade na unidade

Extensão não é uma verdadeira substância, mas uma idealização da mente humana.

A matéria sendo toda ela igual, pelo principio da identidade dos indecerníveis, não tem
substância verdadeira nenhuma, logo ou ela é uma ou ela é ideal, aka, não real e apenas
expressão das substâncias simples que se diferenciam

O atomismo é a procura de um elemento mínimo do qual se constituem as coisas. O erro


foi dizer que esse elemento primeiro era físico.

A passagem do potencial ao existente não é meramente a sua actualização mas prevê uma
certa ordem à aquilo que é mais harmonioso

“Um mundo possível é regulado pelos princípios lógi-cos universalmente válidos. Por seu
lado, o mundo actual é re-gulado pelo princípio metafísico-moral”

Harmonia, conveniência, expressão.

O principio da harmonia é o que guia a escolha de Deus para este mundo ser o mundo
melhor.

A harmonia é no entanto algo sem razão, isto é, ela é o dado primordial, a harmonia não é
uma criação lúdica da vontade de Deus, ele é submetido ao seu entendimento e à harmonia
– “Deus não é o autor do seu entendimento” (contra Descartes)

Deus é intrisicamente ordenado, Deus age de tal maneira, não porque o entendimento é lhe
algo de fora, mas porque o entendimento é a sua ordenação intriseca

“Deus não cria a harmonia, mas é ele próprio harmonia plena e infinita, que comunica a
todos e cada um dos seres.”

A formação do ser humano – uma quebra da continuidade?

Nada de importante tbh

Apoteose Final

O mundo actual é o mais ordenado e o mais belo de que se poderia desejar


Texto Integral

Teoria da Mónada

Pontos 1. 2. 3.
Todo o composto deve necessariamente ser composto de algo ultimamente simples, isto é,
indivisível, sem partes. Ora, tendo em conta que tudo o que existe na extensão é divisivel,
aquilo que é simples não pode existir na extensão como um átomo, logo todo o composto
não é composto de matéria ultimamente simples e indivisível mas de uma substância
simples indivisível e imaterial – a Mónada.

Pontos 4. 5. 6.
Para lá da sua indivisibilidade as mónadas são também imperecíveis isto não podem ser
geradas nem corrompidas, senão por Deus que somente ele, tem possibilidade de criar ou
de aniquilar as mónadas

Ponto 7.
Não há causalidade externa p as Mónadas nem elas podem ser alteradas por algo exterior,
elas são como que sem partes, e portanto, ao contrário do composto onde uma parte pode
ser alterada por outra e portanto alterar o composto, as mónadas como que com janelas
fechadas não deixam nada antigir a sua plenitude.

Pontos 8. 9.
No entanto as mónadas têm de possuir certas diferenças de qualidades para poderem
diferenciar-se entre si de alguma maneira – Principio da Identidade de os Indescerníveis: Se
Mónada ⍺ tem qualidades {a, b, c} e Mónada 𝛽 tem qualidades {a, b, c} então ⍺ = 𝛽

Ponto 10. 11. 12. 13.


O que diferencia as mónadas é as suas mudanças, mas estas mudanças têm de ser
mudanças interiores (visto não possuírem causalidade externa) para isso as mónadas
devem possuir em si um pluralismo de qualidades internas que ora vão mudando ora vão
permanecendo

Pluralidade de qualidades internas às mónadas e principio interior de movimento das


mónadas

Definição de Mónada:
Uma substância simples imaterial, indivisivel, imperecivel, eterna e sem causalidade
externa. Cada mónada possui uma pluralidade de qualidades interiores que ora
permanecem ora mudam por um principio de movimento e dinamismo interior à
mónada.

Percepções e Apetições
Ponto 14. 15. 16.
Percepção = aquilo cujo qual num estado uma mónada apresenta
Apetição = o princípio interno do movimento que faz com que uma percepção passe para
outra
Nem todos os apetites são realizados

Crítica aos Cartesianos: só por não termos apercepção de uma percepção não quer dizer
que ela não exista

É impossível notar que uma mónada não possua uma infinitude de qualidades, visto que em
cada pensamento apercebido notamos que existem uma variedade de pensamento não
apercebidos que o acompanham

Ponto 17.
A Percepção e a Apetição não são explicáveis pela causalidade mecânica e pelos
compostos. Analogia do Moinho: A pura mecanica entre partes não consegue explicar a
emergência do sentir, do pensar, do percepcionar.

Por sua vez a percepção e apetição exaustam as acções internas que uma mónada pode
ter.

Ponto 18.
Podemos chamar as mónadas de enteláquias por funcionarem por principios interiores

Percepções e Apetições:
Cada mónada contém em si um conjunto infinito de qualidades, quando qualidades {a, b, c}
se dão num determinado estado, teremos uma percepção {a, b, c} (que no entanto não tem
de ser acompanhada de uma apercepção de {a, b, c}

Ponto 19. 20. 21. 22. 23. 24.


Alma = uma mónada cujo as percepções são mais distintas e acompanhadas por memória

As almas no entanto não são algo diferente das mónadas, na verdade são a mesma coisa, apenas
lembram-se dos estados passados → Exemplo do desfalecimento: nesse momento somos como as
mónadas simples

Exemplo da vertigem: compreendemos um número de percepções que no entanto são


indistintas (para compreendermos o factor que o foco e que a apercepção tem na Alma
racional, e para podermos imaginar como seriam as mónadas que tal não possuem)

Cada percepção leva a uma nova percepção, logo quando nos apercebemos de uma
percepção não devemos julgar que esta é algo que surge do nada mas que tem uma cadeia
causal atrás de si

Se não tivessemos nada de distinto na nossa mente estariamos sempre no entorpecimento → isto é
seríamos apenas mónadas “nuas”

A Alma não é distinta da mónada


Ponto 25. 26. 27. 28.
A Alma Animal é uma alma que é somente regida pela memória de percepções passadas
(Exemplo do cão que foge quando vê o pau) e tudo é regido pela memória fraca disto que
aparenta por vezes ser razão

Ponto 29. 30.


O que distingue os homens das outras almas são o seu conhecimento das verdades
eternas (de onde provém a nossa Razão) e os actos reflexivos onde nos apercebemos de
nós mesmos e do nosso Eu

A partir do nosso conhecimento sobre nós próprios podemos derivar os conceitos de


Substância, Ser, Simples, Composto, Imaterial e Deus (que é a ampliação das nossas
limitações para o ilimitado)

Tipologia das Mónadas:


Mónada
→ conjunto de percepções e apetições inconscientes de si, possuem meramente
desejo
Alma Animal
→ mónada que contém uma certa memória semi-consciente das suas percepções
anteriores e age portanto por hábito, possui sentimento, memória
Alma Humana, Racional ou Espírito
→ mónada que contém apercebimento das suas percepções e apetições, é portanto
consciente de si

Teoria do Conhecimento

Ponto 31. 32.


Dois principios pelo qual julgamos raciocínios
● Princípio da Contradição – aquilo que é contraditório é Falso
● Princípio da Razão Suficiente – algo é verdadeiro se houver uma razão suficiente
que justifique esse algo

Ponto 33. 34.


Dois tipos de Verdade
● De Raciocinio – necessárias, cujo qual o oposto caíria em contradição, quando uma
verdade é necessária podemos reconduzi-la a Ideias e verdades ultimamente
simples (exemplos dos Matemáticos)
● De Facto – contingentes, cujo o oposto é possível

Ponto 35.
Há Ideias, Postulados e Axiomas ultimamente simples que não precisam de explicação pois
a sua mera enunciação não permite contradição

Ponto 36. 37. 38. 39. 40. 41.


O princípio da razão suficiente, sem uma razão primeira que é razão de si própria (isto é
que se encontra fora da série infinita de causas), leva-nos a uma recondução infinita das
causas, logo é preciso existir algo fora da série que é a causa da série – Deus.

Basta apenas um Deus, sem limites,infinito, universal e necessário

Ponto 42. 43.


Deus é causa da existência das coisas mas também da essência enquanto existente, as
coisas distinguem-se de Deus pela sua imperfeição que no entanto é algo natural delas,
visto serem finitas [aqui é possível ver uma tentativa de desculpar Deus?]

O que é possível é aquilo que não cai em contradição com as Verdades Eternas estas
Verdades Eternas são por sua vez a natureza intriseca do Entendimento de Deus, sem ele
não haveria Verdades Eternas e portanto não só se eliminava o existente como o possível.

Ponto 44. 45. 46. 47. 48. [pedir aqui para explicar]
As verdades eternas tem de se fundar em algo de existente, e esse existente tem de ser
portanto necessário, ou seja, a essência implica a sua existencia – Deus ou o Ser
Necessário

Estas verdades eternas no entanto não são arbitrárias da vontade de Deus, mas são o seu
entendimento. As unicas verdades que dependem da vontade de Deus são as contingentes
da qual Deus escolhe tendo em conta o que é melhor

Provas p Deus: o argumento da razão suficente ultima das coisas e o argumento da


existências das verdades eternas

Deus é potência como fonte de tudo o que é possível – o Ser que possibilita, é
conhecimento por conhecer as verdades eternas e vontade pois produz as monádas de
acordo com o que ele acha melhor

Ponto 48.

As mónadas tem um parelismo com as caracteristicas de Deus, ela são sujeito em paralelo
à potência divina, elas tem percepções que é correspondente ao conhecimento divino, e
apetite em correspondencia com a vontade divina

Ponto 49. 50. 51.

???

As monadas, sendo fechadas, não podem interagir entre si, no entanto, na Mente de Deus
ele vê a relação entre as mónadas e portanto produz cada uma p espelhar a outra e
produzir harmonia - o efeito ativo de uma mónada espelha-se no efeito passivo de uma
outra

Pontos 53, 54, 55


Há uma infinidade universos possíveis (desde que se adequem às verdades eternas) logo
por qual motivo deus escolheu o nosso? Por este ser o mais conveniente, isto é o mais
perfeito e assim Deus na sua eterna sabedoria, conhece este mundo como o mais perfeito,
na sua eterna bondade, escolheu este mundo como o mais perfeito, e na sua infinita
potência, produziu este mundo como o mais perfeito

Pontos 56, 57, 58, 59, 60, 61

Cada mónada espelha, pela sua percepção intriseca, a outra mónada, isto é, percepção de
mónada A está adequada a percepção de mónada B. Cada mónada é assim um espelho do
Universo, e representa em si, de alguma maneira, o Universo inteiro – de tal forma que ao
ler uma mónada, lia-se o universo inteiro (da perspectiva daquela mónada)

O universo é como que o conjunto harmonioso de todos os pontos de vista que cada
mónada tem sobre ele, há assim uma imensa variedade no entanto ordenada.

Por sua vez, o mundo é assim e só podia ser assim. Não que não houvesse a possibilidade
de outros mundos, mas este é o único mundo predileto porque este é o único que se
adequa a vontade divina

Ponto 62, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 70

Cada mónada representa também, de forma mais distinta o corpo que ela possuí.
Possuíndo cada corpo uma mónada ou enteléquia dominante.

O corpo vivo é sempre orgânico, na medida que a vida não seja algo somente do todo mas
de cada uma das partes, enquanto que numa máquina a qualidade maquinal vai se
perdendo quanto mais nos afastamos do todo, no ser vivo cada pedaço do todo ainda
possuí vida.

Todo o universo possuí assim vida, ad infinitum

Ponto 71, 72, 73

A alma no entanto não está estritamente ligada a um conjunto de matéria, ela flui, o que
permite a transformação da matéria numa só mesma alma ao longo dos tempos, mas não é
possível metempsicose

A morte e a geração não existem como aniquiliação e criação ex nihilo mas apenas como
crescimentos e a morte como diminuições

Ponto 74, 75, 76

Pode ser do sono mas soam-me inúteis

Ponto 77

A alma tendo em conta as coisa acima é imortal

Pontos 78, 79, 80. 81


O Corpo e a alma seguem cada uma as suas leis mas estas estão em harmonia, a alma
segue as leis finais, pela apetição, o copor pelas leis eficientes ou mecânicas.

Ao contrário do sistema cartesiano, que encontra-se em paradoxo quando mantém que toda
a força no universo é a mesma, mas que a alma pode agir sobre o corpo, o sistema
leibniziano ao metê-los em caminhos paralelos, não leva a tais complicações

Pontos 82, 83, 84, 85, 86

82 is much ado about nothing, enquanto que a partir do ponto 83 entramos em teologia
bby!!!... ugh
Ok então a alma humana, ou Espirito, sendo feito à imagem da própria Divindade tem ele
próprio uma capcidade reduzida da divindade o que se exprime na sua capacidade de
entender o Sistema do universo.

É esta semelhança impar que permite que os espíritos entrem em sociedade com Deus quase a nivel
socio-politico → A Cidade de Deus, que a verdadeira expressão da sua bondade

Pontos 87, 88

Tal como estabelecemos uma harmonia entre alma e corpo, também se estabelece uma
harmonia entre mundo fisico e mundo moral, desta forma o próprio mundo natural em si já
tem

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