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PREFÁCIO
Caro leitor:
Este livro traz a chancela do Vale do Amanhecer, e isso signifi-
ca autenticidade e desmistificação. O leitor que já conhece os li-
vros precedentes, “No Limiar do Terceiro Milênio” e “Sob os Olhos
da Clarividente”, sabe da nossa preocupação em simplificar, es-
clarecer e, principalmente, tornar cada assunto acessível a qual-
quer mente com adequação gradativa. A primeira medida nesse
sentido é tornar claro que o concernente ao espírito e ao destino
humanos não é aprendido somente pela mente aculturada esco-
larmente, mas, sim, pela receptividade de outra natureza, do con-
junto psicofísico-espiritual, o ser humano tomado no seu todo.
A mente concreta, intelectualizada, é essencialmente transfor-
mista, elabora ideias com ideias, muda sempre as formas mas
conserva as essências. Porém, a mente espiritualizada é criativa
e, na sua elaboração, traz sempre algo novo, não pensado ainda,
essencial. É nesse sentido que o Vale do Amanhecer orienta sua
mensagem, procurando mostrar que todo ser humano dispõe do
mecanismo necessário para saber as coisas fundamentais a seu
próprio respeito e do seu destino.
A humanidade sempre se preocupou com sua origem e, mais
ainda, com seu destino final. Mas, todos os esforços nesse senti-
do parecem, sempre, terminar nas incógnitas das revelações im-
precisas, sejam elas científicas ou religiosas. Isso tem levado à
dúvida, à insegurança e ao desespero final, tão bem caracteriza-
dos neste final de ciclo. A finalidade deste trabalho é trazer um
pouco de tranquilidade e segurança. A retrospectiva de 32 mil
anos até nossos dias, com boas possibilidades de serem encon-
tradas provas das afirmações, fornecerá à mente humana abun-
NEIVA
A porta da casa se abriu e a pessoa que eu havia conduzido
fez sinal para que me aproximasse. Saí do carro com má vontade
e entrei na casa modesta. Na pequena sala estava sentada uma
senhora de uns quarenta anos, modestamente vestida, e em cuja
figura se destacavam os cabelos longos e os olhos pretos, pene-
trantes.
Foi-me apresentada como “dona Neiva” e eu, muito a contra-
gosto, aceitei o cafezinho. Mas não podia despregar os olhos
dela. Fez-se silêncio por alguns minutos, e ela ficou me olhando,
com ar pensativo. Minha passageira falava sem cessar, elogiando
as qualidades da anfitriã, mas eu mal a ouvia. Entre a dona da
casa e eu havia se estabelecido um rapport, e o mundo cessara
momentaneamente de existir. Depois das amenidades de costu-
me, ela me surpreendeu com suas palavras:
– O senhor está sofrendo muito. – disse ela – Será que não po-
deria voltar aqui para conversarmos?
– Como é que a senhora sabe? – retruquei – O quê a senhora
está vendo?
– Volte aqui e eu lhe direi. Veja se pode voltar hoje à noite. –
respondeu ela – Venha que eu quero ver o seu quadro espiritual.
Despedi-me apressado, meio confuso, e o resto do dia passei
mais desligado que de costume. Aquela cena e a figura de dona
Neiva persistiam na minha mente e meu coração acelerava quan-
do me lembrava da visita. Tão pronto escureceu, dirigi-me para
Taguatinga.
Fui admitido na mesma sala, e desagradou-me o fato de nela
existirem outras pessoas. Entrei na conversa banal com relutân-
(FIM)