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Sumário
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 2
CAPÍTULO 1 – O QUE É DISCALCULIA? ...................................................................................... 3
CAPÍTULO 2 – DISCALCULIA: A DIFICULDADE EM LIDAR COM OS NÚMEROS .............. 6
CAPÍTULO 3 – O RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO .......................................................... 10
CAPÍTULO 4 – DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM: avaliação contínua e interdisciplinar.
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CAPÍTULO 5 –O USO DE JOGOS MATEMÁTICOS NO TRATAMENTO DOS DISTÚRBIOS
DE APRENDIZAGEM......................................................................................................................... 19
CAPÍTULO 6 – DISCALCULIA: uma abordagem à luz da educação matemática ............. 24
CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................................. 28
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................... 29
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INTRODUÇÃO
Lidar com as operações lógico-matemáticas não é uma tarefa fácil, nem para
crianças, nem para adultos. As dificuldades podem surgir ainda nos primeiros
anos de vida, quando a criança demonstra desinteresse em relação aos números
ou cálculos, como quantidade, seriação, blocos lógicos, etc. Nem sempre o
desinteresse se torna dificuldade e nem sempre a dificuldade se revela um
distúrbio. Então como poderemos entender as diferenças entre esses aspectos?
É o que explicaremos a seguir.
Não se sabe exatamente qual a causa da discalculia, porém, é de origem
neurobiológica, assim como a dislexia. O funcionamento de uma área do cérebro
é diferente, possivelmente a área relacionada aos conceitos matemáticos. Existe
a hipótese de uma causa genética, já que existem muitos casos em que pais e
filhos manifestam o distúrbio.
A origem também pode estar relacionada ao desenvolvimento cerebral. “Estudos
de imagem cerebral mostraram algumas diferenças na função e estrutura
cerebral de indivíduos com discalculia. As diferenças estão na área de superfície,
espessura e volume de certas partes do cérebro (PIMENTA, 2017) ”. Partes do
cérebro ligadas à memória e ao planejamento também parecem ser afetadas.
Também existe a possibilidade de influência do ambiente. Pode ocorrer em
bebês prematuros, que nascem com baixo peso ou com Síndrome do Alcoolismo
Fetal (SAF). Lesões cerebrais também podem resultar em discalculia, havendo
a possibilidade então de ela ser adquirida. O fato é que não está ainda concluído
nenhum estudo que comprove que esse funcionamento cerebral seja originado
na genética ou no ambiente (PIMENTA, 2017).
Mesmo tendo uma origem comum, ou sinais parecidos, as dificuldades em
relação aos números sofrem variações, no próprio indivíduo ou entre indivíduos.
Assim, essas dificuldades podem ter duas classificações (BASTOS, 2016), que
veremos em seguida.
• Acalculia
O prefixo A pressupõe negação, ou seja, acalculia, de uma forma geral, significa
impossibilidade de calcular. Essa dificuldade tem origem em algum
comprometimento adquirido após lesão cerebral, sendo que o indivíduo já
possuía habilidades desenvolvidas. Então, se trata de uma perda de habilidades,
após acidente neurológico. A Acalculia, segundo Hecaen et. al. (1961, apud
BASTOS, 2016), se divide em:
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Antigos educadores acreditavam que os exercícios de cobrir pontinhos no formato dos números
ensinavam a criança os numerais e seus conceitos. Nota de Somera, 2013.
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No cotidiano escolar, podemos notar que muitas crianças têm problemas para
aprender, para se adaptar, para se sentirem integradas e acolhidas. Atualmente,
a escola tem tentado ensinar, de modo justo, a todos os alunos que recebe.
Porém, com a grande diversidade do seu público, essa tarefa tem sido bastante
trabalhosa, já que além de atender muitos alunos, estes também apresentam
ritmos de aprendizagem diferenciados.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996 afirma que todas as crianças
entre 4 e 17 anos devem estar matriculadas e frequentando a escola. Sendo
assim, existe uma grande quantidade e variedade de alunos que a escola
recebe, os educadores então, identificam dificuldades e problemas de vários
níveis que interferem no progresso de alguns alunos. Antes de se encaminhar
para uma intervenção, o educador precisa ter algumas informações sobre essas
dificuldades, então, é importante que diferenciemos os conceitos antes de nos
aprofundarmos mais especificamente nos distúrbios. Vamos ver as diferenças
conceituais entre dificuldade, distúrbio e deficiência (BRASIL, 2003):
Visto isso, podemos entender que existem problemas que podem ser resolvidos
dentro da escola, já que estão ao alcance desta, porém, existem outros que
fogem da responsabilidade da mesma e precisam de uma intervenção que
envolva não só um diagnóstico, mas o tratamento de uma equipe multidisciplinar.
Essa possibilidade de tratamento, porém, é algo bem recente. Até o século XX,
muitas crianças com dificuldades simples de aprendizado, acabaram
estigmatizadas e ridicularizadas por falta de conhecimento científico sobre os
distúrbios de aprendizagem. A escola era padronizada de tal forma que alunos
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As tecnologias digitais muitas vezes vistas como inimigas pela escola, mas o fato
é que elas podem se tornar uma ferramenta bastante útil nas aulas,
principalmente auxiliando alunos com dificuldades. Existem muitas formas de o
aluno aprender através do computador, vejamos algumas delas:
Quanto mais cedo a escola perceber os sinais de um distúrbio, sinais estes que
já descrevemos aqui, para cada um deles, mais cedo a criança pode ser
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Com essas estratégias o professor irá conseguir fazer uma avaliação: formativa
(que contempla todo o progresso realizado pelo aluno ao longo do
ano/semestre/bimestre) e cumulativa, que consegue identificar as etapas do
progresso realizado pelo aluno na aquisição dos conteúdos, no desenvolvimento
de habilidades e de competências, etc. Também é importante que todos os
professores se envolvam no planejamento das avaliações, para que estas sejam
interdisciplinares.
Portanto, existem múltiplas possibilidades de a escola e o professor
diversificarem seus métodos e suas práticas para conseguir ensinar aos alunos
que têm problemas de aprendizagem, basta estarem atentos e informados e não
desistir desses alunos. Uma das ferramentas mais usadas para auxiliar alunos
com dificuldades de aprendizagem é a atividade lúdica. Ela inclui, dentre outras
práticas, os jogos e brincadeiras, vejamos a seguir como esse tipo de atividade
pode ajudar, principalmente ao aluno com discalculia.
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O uso de jogos matemáticos tem se mostrado cada vez mais eficaz no processo
de alfabetização e letramento, tanto de crianças, como de adultos (na EJA). Além
desse auxílio, eles também têm sido bem aproveitados no tratamento para os
distúrbios de aprendizagem, principalmente a discalculia. A seguir, iremos
descrever todos os tipos de atividades práticas que podem ser usadas no
tratamento desses distúrbios.
Jogos Lúdicos:
Condutas Cognitivas:
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Habilidades Funcionais:
Atividades Sociais:
Habilidades Linguísticas
Condutas Afetivas
Cantinho da leitura;
Cantinho de passear;
• Jogos de percurso
O jogo sempre teve espaço garantido na rotina pedagógica da escola para
crianças de 3 a 10 anos de idade. No entanto, o interesse por esta atividade está
quase sempre ligado às aprendizagens mais básicas: conhecer regras e saber
respeitar a vez de jogar. Mas, participar de jogos de percurso ou mesmo
confeccionar tabuleiros para jogar, colocam para as crianças desafios que
podem ajudá-las a pensar e compreender a complexidade do sistema numérico.
Como se vê, existem muitos conteúdos envolvidos, mas podem não ser,
igualmente, importantes para cada turma. Existem jogos melhores para trabalhar
com as operações, outros para apresentar a sequência numérica, etc. Os
tabuleiros e as regras podem variar de acordo com os objetivos didáticos que o
professor pretende alcançar. Portanto, cabe-lhe decidir quais são os conteúdos
significativos para a faixa etária com a qual trabalha.
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Problemas de memória;
Melhorias na coordenação motora, fina e grossa;
Percepção sensorial mais efetiva;
Desenvolvimento da linguagem e da comunicação;
Treinamento do raciocínio lógico.
Quanto mais cedo a escola perceber os sinais de um distúrbio, sinais estes que
já descrevemos aqui, mais cedo a criança pode ser encaminhada para o
tratamento. Se a escola não distingue em seus alunos suas dificuldades e o
ajuda a superá-las, esse aluno vai se sentir inseguro, ansioso e desmotivado
com o aprendizado, e a matemática continuará sendo um tabu dentro e fora da
escola.
• Aprendizagem Significativa
Na escola, atualmente, é preciso que se desenvolvam métodos mais ativos de
aprendizagem. Os alunos da nova geração crescem cercados de recursos
digitais e tecnológicos em seu contexto social, a velocidade e o fluxo de
informações são muito grandes, e assim, o aluno não tem mais motivação para
aprender em uma escola com métodos antiquados, com ensino onde o aluno é
passivo e não participa de seu processo de aprendizagem.
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• Jogos Matemáticos
Já vimos que os jogos, brincadeiras e atividades lúdicas são muito importantes
na educação dos alunos com distúrbios de aprendizagem. No caso da
discalculia, os jogos matemáticos têm uma função ainda maior. Eles possibilitam
que as crianças superem suas dificuldades na área e ainda se desenvolvam
fisicamente e cognitivamente (SILVA, 2008).
Ao falarmos de uma educação que proponha conteúdos significativos e
contextualizados aos seus alunos pensamos em práticas que atendam a essa
abordagem e a utilização de jogos matemáticos é uma dessas práticas. Eles
estimulam o raciocínio lógico, cobram a resolução de problemas, usam cálculos,
entre outras habilidades.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
BIBLIOGRAFIA