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EDUCAÇÃO INFANTIL
MATEMÁTICA
Organizamos este material para apoiar o professor nas avaliações diagnósticas de Números
e operações, para as crianças de 5 anos, que utilizam o Programa Ciranda.
Sabemos que, ao longo das atividades da Coleção Ciranda, as propostas e vivências constituem
oportunidades para que o professor possa, por meio da observação e da escuta, coletar os
dados relativos aos critérios selecionados para compor a avaliação naquele momento do
processo de aprendizagem e desenvolvimento das crianças.
Objetivo: Avaliar e acompanhar a evolução das crianças no decorrer do ano letivo, por meio
dos instrumentos:
Sondagem inicial, percurso e final, para a turma de 5 anos, Matemática abrangendo: Números
e operações, presentes, com maior foco, no Campo de Experiências “espaços, tempos,
quantidades, relações e transformações”.
Sugerimos que a avaliação diagnóstica seja realizada com as crianças do G5, três vezes
durante o ano, no início do ano (final de março), ao final do primeiro semestre (final de junho) e
ao final do segundo semestre (final de novembro). Indicamos que sejam utilizados os mesmos
critérios propostos para a avaliação inicial e de percurso, de modo que se possa verificar
avanços na comparação dos resultados, por meio de rubricas.
Sobre cada critério
Saber a sequência oral é diferente de saber contar. Na recitação, uma criança simplesmente
repete de memória a sequência numérica sem necessariamente pensar em quantidade. Mas,
sabemos que para a aprendizagem de número recitar é também um conhecimento essencial.
Recitar é um conhecimento social em que se sabe a sequência e os nomes dos números.
Recitar significa verbalizar a sequência de números, sem pular e sem repeti-los, percebendo
as suas regularidades.
De 1 a 50.
- O professor escolhe um número alvo de 1 a 50. Por exemplo 23.
- As crianças contam todas juntas a sequência de 1 a 23 e param.
- Quem continuar depois de 23 sai.
- Recomeça-se com as que permanecem, escolhendo outro alvo.
Sequência muda
- O professor bate palmas e as crianças “mentalmente” contam um número para cada batida
de palmas;
- Quando o professor disser “para”, uma criança escolhida continua a contagem em voz alta.
- Novamente, ao dizer “para”, todos voltam a contar mentalmente a partir do número falado
pela criança. E, assim, sucessivamente.
RUBRICA DE AVALIAÇÃO
RECITAÇÃO ORAL
Para a criança ser capaz de quantificar e comparar quantidades por meio da contagem, ela
passa por muitas aprendizagens. Ela precisa juntar os objetos que serão contados, separando-
os dos que não serão; ordenar os objetos a fim de que todos sejam contados e cada um
somente uma vez; ordenar os nomes aprendidos para a numeração dos objetos, utilizando-
os na sucessão convencional, não esquecendo nomes e empregando mais de uma vez o
mesmo nome; associar cada objeto a ser contado com apenas um nome; reconhecer que o
último número falado, ao final da contagem, refere-se à quantidade total de objetos. Olhando
para essas exigências, vemos que, sem o conhecimento da sequência falada, fica impossível,
por exemplo, ordenar os nomes para a numeração dos objetos e até mesmo a expressão
da quantidade final buscada. Assim, o conhecimento da sequência numérica oral é uma
ferramenta importante para ação de contar e avaliar quantidades de objetos para resolver os
primeiros problemas de estimativa e adição.
Saber ler e escrever os números significa, para a criança, ter domínio de aspectos da realidade
e do mundo adulto. Assim, ela não constrói primeiro o conceito de número para depois utilizar
a numeração falada ou escrita, portanto, não há a possibilidade de o ensino de números estar
separado do conceito e de sua representação. Ao elaborar representações para os números,
as crianças não o fazem diretamente pela representação convencional. Compreender o uso
de algarismos para representar uma quantidade é um processo que demanda tempo. Muitas
vezes, não percebemos as diferentes fases de representação pelas quais as crianças passam,
porque não permitimos que elas apareçam. Rangel (1992) afirma que apenas em situações
de representação gráfica espontânea é que podemos analisar como os alunos expressam
quantidades sobre as quais pensaram. Para a autora, a representação espontânea é aquela
em que a criança é encorajada a fazer registros independentes de modelos oferecidos pelo
adulto.
Antes de mais nada, é preciso lembrar que as crianças têm contato com a numeração escrita
antes da escola e algumas vezes até identificam números de canais de televisão, da casa e do
apartamento. Quando chegam à escola, podem ampliar esse conhecimento se o ambiente da
sala de aula for rico, provocador e promover acesso a diferentes portadores numéricos. Vamos
lembrar que, para além da recitação numérica oral, a leitura e reconhecimento de números é um
conhecimento social. Ou seja, o sistema de numeração como objeto cultural é uma convenção,
assim é preciso que as crianças tenham contato com os números e os portadores onde eles
se encontram, bem como o uso social que fazemos dos mesmos. Deste modo, a ideia é que
as crianças possam em primeiro lugar adquirir uma memória visual de cada número. Assim,
ao falar “quatro”, esperamos que as crianças criem uma imagem mental deste algarismo em
sua mente, antes mesmo de saber traçá-lo. Reconhecer os números é um passo importante
da aprendizagem numérica. Para além do seu reconhecimento, é preciso compreender a
sequência numérica e as regularidades presentes nela. Não é possível as crianças avançarem
para compreender as regras e características do nosso sistema de numeração (ser posicional,
base 10 etc), se não tiverem contato com portadores de informações que lhes permitam
refletir sobre essas propriedades. Deste modo, o conhecimento da sequência numérica é uma
base importante para a aprendizagem do sistema de numeração decimal.
A recitação oral da série numérica será um apoio importante para o conhecimento e localização
de números na sequência numérica escrita. É importante que as crianças percebam que
algumas das coisas que elas sabem sobre a numeração falada também acontecem na
numeração escrita. Por exemplo, depois do “dez”, do “vinte”, do “trinta”, vem uma sequência
de “1, 2, 3, 4 … até o 9”, dizem os pequenos.
As mesmas propostas poderão ser exploradas na sondagem final, para avaliar a localização
dos números pelas crianças até 50.
O trabalho com calendários também é uma boa oportunidade para leitura e localização de
números.
RUBRICA DE AVALIAÇÃO
LOCALIZAÇÃO DE UM NÚMERO ATÉ 50,
NA SEQUÊNCIA NUMÉRICA.
Mas, lembre-se de que para grafar é importante que as crianças tenham a imagem mental
dos números, caso contrário, é bem possível que as crianças, ao produzirem a escrita de
números, o façam em posições que identificamos como espelhadas. Também a consciência
sobre a lateralidade pode contribuir para isso.
Para trabalhar essas questões, é preciso auxiliar as crianças a criarem imagens visuais sobre os
algarismos muito antes de pedir que escrevam, desenvolver atividades corporais que ajudem
na maior consciência da lateralidade e propor atividades de simetria para aprimorar a noção
de espelhamento, o que também pode ajudar. Mas, se ainda assim as crianças espelharem
números, sugerimos ao professor que insista, invista e tenha paciência, porque aprender a
escrever números também é processo.
RUBRICA DE AVALIAÇÃO
Representa graficamente os números da sequência
numérica até 10, usando algarismos.