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Introdução
O ambiente turbulento, a volatilidade dos mercados, as mudanças de
comportamento do consumidor, os ciclos de vida mais curtos de pro-
dutos e serviços, o avanço da tecnologia e o crescente aprimoramento
da concorrência exigem das empresas atitudes proativas no sentido de
lançar novidades que atendam às necessidades do mercado, saindo na
frente e se destacando junto à concorrência. No entanto, as empresas
devem estar atentas a todos os aspectos que envolvem a geração e a
exploração de novas entradas, uma vez que qualquer falha nesse sentido
pode expor o empreendedor a um grande risco, tornando o novo produto,
serviço ou empresa inviável financeiramente.
Neste capítulo, você vai estudar aspectos relacionados à nova entrada
de um produto, serviço ou empresa no mercado. Você vai também
verificar o papel dos recursos na geração de oportunidades e como
a empresa pode criar um pacote de recursos valioso, raro e inimitável.
2 Estratégia empreendedora: geração e exploração de novas entradas
Cabe destacar que a empresa pode obter vantagem competitiva pelos se-
guintes meios:
A diferenciação, em sua forma mais básica, refere-se aos atributos que um produto
possui e que o distinguem do produto da concorrência, tornando-o único e difícil de
ser copiado, conforme lecionam Kotler e Keller (2007).
Cabe destacar que, para gerar e explorar uma nova entrada, é necessário
ter uma estratégia empreendedora, que podemos definir como um conjunto
de decisões, ações e reações cujo foco está nos benefícios do novo produto,
serviço, mercado ou empresa, bem como na redução de seus custos, segundo
Hisrich, Peters e Shepherd (2014). Veja na Figura1 os componentes de uma
estratégia empreendedora e seus principais estágios.
Estratégia empreendedora: geração e exploração de novas entradas 5
Conhecimento
Avaliação
Pacote da nova Estratégia
Desempenho
de recursos oportunidade de redução
da empresa
de entrada de riscos
Outros
recursos
Organização
Segundo Porter (1985), não existe uma receita ou método padrão para as empresas
alcançarem vantagem competitiva, mas é preciso saber onde buscar os ingredientes.
recursos financeiros;
físicos;
humanos;
tecnológicos;
reputação;
organizacionais.
Barney e Hesterly (2010), por sua vez, subdivide os recursos em três grupos:
recursos físicos, que são os equipamentos, máquinas e materiais; recursos
humanos, que são as pessoas, com suas experiências e relações; e recursos
organizacionais, como o planejamento, a coordenação, etc.
Com relação aos atributos dos recursos, conforme lecionam Dierickx e Cool
(1989), para que os recursos sejam capazes de atingir vantagem competitiva,
eles devem ser não comercializáveis, sendo produzidos e criados internamente
na empresa, não imitáveis, ou seja, difíceis de serem imitados, e não substituí-
veis, ou seja, serem únicos. Já para Grant et al. (2006), os recursos devem ser:
Pacote de recursos
Você já viu que os recursos são componentes fundamentais para o sucesso de
qualquer empreendimento, seja ele pequeno, médio ou grande, principalmente
quando estes são combinados e bem administrados, formando um pacote de
recursos valioso, raro e inimitável. Porém, você já se perguntou qual seria a
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base desse recurso empreendedor tão relevante e essencial nos dias de hoje?
Se você respondeu que é o conhecimento, acertou!
O conhecimento é a base do recurso empreendedor e, por si só, já é valioso.
O conhecimento adquirido ao longo do tempo, por meio da experiência, e que
está na mente do empreendedor, é diferenciado, ou seja, é único na vida dessas
pessoas e, por isso, é raro. Este é um conhecimento difícil de ser transmitido
a outras pessoas e, por isso, é mais difícil de ser copiado. Isso explica o por-
quê de o conhecimento ser tão importante para gerar um pacote de recursos
que possibilite que um novo empreendimento seja criado com sucesso e se
mantenha sustentável.
Mas, você pode estar se perguntando: apenas os empreendedores e/ou em-
presas experientes é que geram as novas entradas? Claro que não! Pesquisas
afirmam que as inovações mais radicais surgem no ambiente externo às empresas.
Cabe destacar que o conhecimento formal também é importante para o empre-
endedor, pois o reconhecimento de uma oportunidade resulta da combinação
entre conhecimentos formais e as experiências que o empreendedor possui.
Assim, o conhecimento é importante não só no processo de reconheci-
mento de uma oportunidade como também na geração de novas entradas.
Geralmente, ao pensar em criar algo novo, o empreendedor recorre primeiro ao
conhecimento adquirido com a experiência, aquele que está nele, que é único
e não está em nenhum manual ou sala de aula, conforme lecionam Hisrich,
Peters e Shepherd (2014).
Leituras recomendadas
DORNELAS, J. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 7. ed. São Paulo:
Empreende, 2018.
SILVA, F. A. Geração de valor. Rio de Janeiro: Sextante, 2014.
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