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A Discalculia é um distúrbio de aprendizagem que está presente em várias crianças, mas ainda tem diagnóstico
tardio. Ela é notada no período escolar da alfabetização. O professor percebe que o aluno tem dificuldades em
aprender conceitos relacionados aos números, operações lógicas e similares. Discalculia é, portanto, um distúrbio
de aprendizagem relacionado à matemática. Nessa aula, iremos aprender o que é discalculia e quais as principais
características.
A discalculia é bastante comum e os estudos sobre ela têm avançado e se ampliado recentemente. Embora seja
notada na escola, não se restringe a ela. Esse distúrbio afeta o aluno em suas atividades cotidianas,
principalmente as que envolvem operações numéricas como: horários, tarefas sequenciais, noções de espaço,
entre outras coisas. Mesmo sendo bastante extenso o comprometimento da rotina, também são muitas as
estratégias que podemos ensinar ao aluno com discalculia para superar esses problemas (PIMENTA, 2017).
Na prática diária de superação, a participação da família é muito importante. Ela precisa assumir a condição do
distúrbio, informar-se sobre ele e ajudar a criança com as estratégias para lidar com o problema. O distúrbio não
tem uma cura, então essa criança irá lidar com ele a vida toda, porém, ela pode viver uma vida funcional se
contar com auxílio e tratamento adequados.
CARACTERÍSTICAS DO DISTÚRBIO
A discalculia afeta bastante os hábitos diários, prejudicando também a memória do indivíduo. O aluno não
consegue lembrar com clareza e coerência fatos com características numéricas, como datas, horas, ordem
de eventos. Eles compreendem a lógica por trás da matemática, mas não conseguem aplicar esse
entendimento de forma prática. Até a idade acaba sendo algo muito difícil de se lembrar ou calcular.
Assim como em outros distúrbios, o grau de comprometimento da discalculia irá variar de aluno para aluno.
Como já dissemos, tudo depende da identificação precoce e efetiva dos sintomas e das intervenções
adequadas, vejamos quais são esses sintomas (PIMENTA, 2017):
Ignora números e tem dificuldades em contar objetos e estabelecer ordem lógica;
Não conseguem identificar quantidades e dimensões de objetos;
Tem dificuldade de reconhecer símbolos numéricos.
PROBLEMAS NA ESCOLA
Os sinais aparecem antes da idade escolar, percebe-se a dificuldade que a criança tem em contar, em
sequenciar, em organizar por ordem numérica, em entender a idade, em se localizar espacialmente se isso
envolver números. Conforme essa criança cresce e aprende, as dificuldades com questões matemáticas
aumentam. Na escola, ela irá apresentar então, problemas que chamarão atenção para uma intervenção,
tais como:
Identificar os números e as quantidades que eles representam;
Problemas em entender as quatro operações básicas: soma, subtração, multiplicação e divisão;
Apresenta formas de contar rudimentares, como os dedos, enquanto os colegas avançam para as
operações mentais;
Tem dificuldades com volume, massa, quantidade, grupos e subgrupos, noções de maior e menor, entre
outras operações mentais.
DIFICULDADES NO COTIDIANO
Não se sabe exatamente qual a causa da discalculia, porém, é de origem neurobiológica, assim como a
dislexia. O funcionamento de uma área do cérebro é diferente, possivelmente a área relacionada aos
conceitos matemáticos. Existe a hipótese de uma causa genética, já que existem muitos casos em que
pais e filhos manifestam o distúrbio.
A origem também pode estar relacionada ao desenvolvimento cerebral. “Estudos de imagem cerebral
mostraram algumas diferenças na função e estrutura cerebral de indivíduos com discalculia. As diferenças
estão na área de superfície, espessura e volume de certas partes do cérebro (PIMENTA, 2017) ”. Partes
do cérebro ligadas à memória e ao planejamento também parecem ser afetadas.
Também existe a possibilidade de influência do ambiente. Pode ocorrer em bebês prematuros, que
nascem com baixo peso ou com Síndrome do Alcoolismo Fetal (SAF). Lesões cerebrais também podem
resultar em discalculia, havendo a possibilidade então de ela ser adquirida. O fato é que não está ainda
concluído nenhum estudo que comprove que esse funcionamento cerebral seja originado na genética ou
no ambiente (PIMENTA, 2017).
ACALCULIA
Essa dificuldade tem origem em algum comprometimento adquirido após lesão cerebral, sendo
que o indivíduo já possuía habilidades desenvolvidas. Então, se trata de uma perda de
habilidades, após acidente neurológico. A Acalculia, segundo Hecaen et. al. (1961, apud
BASTOS, 2016), se divide em:
Alexia e grafia para números: compromete o hemisfério cerebral esquerdo causando
dificuldade para lidar com quantidades;
Acalculia espacial: compromete o hemisfério cerebral direito dificultando a orientação
espacial e os cálculos relacionados a esta;
Anaritmetia: falta de habilidades com operações aritméticas, resultado de um
comprometimento dos dois hemisférios cerebrais.
DISCALCULIA DO DESENVOLVIMENTO - DD
Embora essas classificações ainda não sejam um consenso, podem ajudar a entender as
dificuldades que o aluno tem em relação à matemática e se estas dificuldades podem estar
relacionadas a um distúrbio neurológico. Por fim, Campos (2014, p. 26, apud Villar, 2017, p.
49), divide a discalculia em três classes:
Natural: a criança ainda não foi exposta a todo processo de contagem, logo não adquire
conhecimentos suficientes para compreender o raciocínio matemático;
Verdadeira: não apresenta evolução favorável no raciocínio lógicomatemático, mesmo
diante de diversas intervenções pedagógicas;
Secundária: sua dificuldade na aprendizagem matemática está associada a outras
comorbidades, como por exemplo, a dislexia.
DICA DE LIVRO PARA CRIANÇAS: ALEX NO PAÍS DOS NÚMEROS, DE ALEX BELLOS.
Para aprender matemática de forma divertida!
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O RACIOCÍNIO LÓGICO-
MATEMÁTICO
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INTRODUÇÃO
O desenvolvimento do raciocínio lógico inicia-se bem antes de a criança passar pelo processo
de alfabetização nos primeiros anos início do Ensino Fundamental. Na faixa etapa da Educação
Infantil já são trabalhados alguns conceitos de número e operações lógicas. Esse trabalho deve
ser muito concreto, baseado no manuseio de materiais, permitindo que as crianças se
familiarizem mais facilmente com os conceitos matemáticos. Se esse trabalho for realizado
adequadamente, a relação da criança não só será menos traumática, como se tornará amigável.
Nesta aula, iremos descrever o início da relação da criança com a matemática e o
desenvolvimento do conceito de número e do raciocínio lógico-matemático.
A Matemática pode ser considerada uma linguagem simbólica que expressa relações espaciais
e de quantidade. Sua função, assim como a da linguagem, é desenvolver o pensamento. Os
números são instrumentos usados para se registrar ou comunicar ideias e relações de
quantidade.
A RELAÇÃO DA CRIANÇA COM NÚMEROS
Seriação (ordenação): a criança precisa estabelecer as diferenças para saber seriar o que é igual
(estabelecer uma sequência, organizar uma fileira). Nesta etapa, o professor pode trabalhar com todos os
conceitos matemáticos: grande e pequeno, grosso e fino, largo e estreito, alto e baixo. O professor pode
fazer diversas atividades com materiais como: grãos, pedaços de madeira, contas, blocos, etc. É importante
que a criança trabalhe concretamente porque, além de verbalizar, estará lidando objetivamente com a
linguagem matemática;
Sintetização (composição): A criança consegue estruturar seu conhecimento e fazer uma análise dos
objetos. Ainda não usa o conceito de tridimensionalidade, mas já tem noção de tamanho, de distância e sabe
que pode mudar os elementos diferentes, formando novos conjuntos;
Transformação: a criança percebe que pode fazer mudanças, substituições, mas não tem condições ainda
de perceber a constância, pois não tem a noção de reversibilidade, ou seja, a noção de que, se um elemento
muda de aparência, não significa que ele seja outra coisa. Exemplo: ao dar à criança um pedaço de
massinha em cilindro e uma mesma quantidade em forma de bola, a criança não conseguirá perceber que
ambas têm a mesma quantidade embora estejam em formas diferentes. Tais alterações somente serão
percebidas à medida da experiência, na medida em que faz e desfaz.
PROVAS OPERATÓRIAS DE JEAN PIAGET
No cotidiano escolar, podemos notar que muitas crianças têm problemas para aprender, para se
adaptar, para se sentirem integradas e acolhidas. Atualmente, a escola tem tentado ensinar, de
modo justo, a todos os alunos que recebe. Porém, com a grande diversidade do seu público,
essa tarefa tem sido bastante trabalhosa, já que além de atender muitos alunos, estes também
apresentam ritmos de aprendizagem diferenciados.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996 afirma que todas as crianças entre 4 e 17
anos devem estar matriculadas e frequentando a escola. Sendo assim, existe uma grande
quantidade e variedade de alunos que a escola recebe, os educadores então, identificam
dificuldades e problemas de vários níveis que interferem no progresso de alguns alunos. Antes
de se encaminhar para uma intervenção, o educador precisa ter algumas informações sobre
essas dificuldades, então, é importante que diferenciemos os conceitos antes de nos
aprofundarmos mais especificamente nos distúrbios.
DIFICULDADE, DISTÚRBIO, DEFICIÊNCIA
Podemos entender que existem problemas que podem ser resolvidos dentro da escola, já que estão ao
alcance desta, porém, existem outros que fogem da responsabilidade da mesma e precisam de uma
intervenção que envolva não só um diagnóstico, mas o tratamento de uma equipe multidisciplinar. Essa
possibilidade de tratamento, porém, é algo bem recente. Até o século XX, muitas crianças com dificuldades
simples de aprendizado, acabaram estigmatizadas e ridicularizadas por falta de conhecimento científico
sobre os distúrbios de aprendizagem. A escola era padronizada de tal forma que alunos que não se
adaptassem aos métodos tradicionais de ensino acabavam reprovados e em algum tempo abandonavam
os estudos.
A partir de 1980, a Psicopedagogia começa a trabalhar com uma visão global da aprendizagem e seus
decorrentes processos. Atua desde então, frente aos casos mais frequentes de problemas de
aprendizagem, tais como: disgrafias, discalculias, dislexias, hiperatividades, que sempre causaram
estigmas aos estudantes, considerados “incapazes para aprender” .
ESTRATÉGIAS DE ENSINO
Usar as metodologias ativas: o método tradicional de ensino não dá conta de ensinar alunos com
problemas de aprendizagem, eles precisam que os conteúdos sejam aplicados de forma ativa, ou seja, com
atividades práticas e significativas;
Atentar para o aspecto individual: cada aluno precisa ser acompanhado individualmente, pelo menos nas
avaliações, com tarefas e provas adaptadas. Por exemplo, o aluno disléxico precisa de um ledor para sua
prova. Além disso, o progresso avaliado não deve ser comparado ao dos outros alunos;
Usar o lúdico: a escola deve contar com as atividades lúdicas para estimular o desenvolvimento cognitivo e
social dos alunos;
Investir em tecnologias: muitos programas de computador têm sido desenvolvidos para auxiliar pessoas
com problemas de aprendizagem. Também há aplicativos e recursos de tecnologia de assistiva, materiais
didáticos adaptados, atividades digitalizadas, entre outros;
Criar uma rede de apoio: através de grupos em redes sociais, a escola pode criar uma rede de troca de
informações e ideias, que envolva pais, professores, psicopedagogos e gestores.
AVALIAÇÃO INTERDISCIPLINAR
TECNOLOGIAS ALIADAS DA ESCOLA
Programas tutoriais: existem muitos vídeos na internet ensinando a fazer todo tipo de coisas, como
cozinhar, consertar objetos, fazer artesanato. Com os conteúdos acadêmicos não é diferente, existem
muitos tutoriais ensinando as matérias que são aprendidas na escola. A vantagem dos tutoriais é o fato
de o computador poder apresentar o material com outras características que não são permitidas no
papel como a animação, sons e a possibilidade de interação;
Programa de exercício e prática: os programas de exercício e prática são utilizados para revisar o
material visto em classe principalmente o que envolve memorização e repetição, como matemática e
vocabulário. A vantagem desse tipo de programa é o fato do professor dispor de uma infinidade de
exercícios que o aprendiz pode resolver de acordo com o seu grau de conhecimento e interesse;
Jogos educacionais: é um recurso que une o aspecto lúdico e a aprendizagem, ou seja, através dos
jogos eletrônicos didáticos, o aluno aprende e se diverte.
Google Forms: para fazer suas próprias questões. Site: https://workspace.google.com/intl/pt-
BR/products/forms/?utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_campaign=latam-BR-all-pt-dr-bkws-all-
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DICAS
Fonte: Atividades de
Matemática. Disponível em:
https://www.atividadesmatema
tica.com/2017/05/atividades-
situacao-problema-3o-ano.html
DICAS DE JOGOS
Palitos:
MATIX https://catracalivre.com.br/criatividade/exercite
-sua-logica-com-o-lendario-jogo-dos-palitos/
Jogo dos Hexágonos
DICAS DE LIVROS