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CURRÍCULO, LEGISLAÇÃO E PROPOSTA PEDAGÓGICA

Sumário

CURRÍCULO, LEGISLAÇÃO E PROPOSTA PEDAGÓGICA ............................ 1


NOSSA HISTÓRIA ............................................................................................. 2

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 3

O CURRÍCULO ESCOLAR ................................................................................ 4

CURRÍCULO ESCOLAR: ELABORAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO ESCOLAR .... 9

O QUE É LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL ........................................................ 13

CONFIRA AS LEIS QUE REGEM O SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO


......................................................................................................................... 14

PROPOSTA PEDAGÓGICA ............................................................................ 32

ELABORAÇÃO DA PROPOSTA PEDAGOGICA: DIRETRIZES


CURRICULARES NACIONAIS ........................................................................ 35

A BNCC E O NOVO ENSINO MÉDIO ............................................................. 39

A PANDEMIA E A IMPLEMENTAÇÃO DA BNCC ........................................... 42


O NOVO ENSINO MÉDIO 2022....................................................................... 43

REFERÊNCIA .................................................................................................. 46

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de


empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais,
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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INTRODUÇÃO

A escola é uma instituição cujo papel na sociedade é de responsabilizar-


se pela educação formal dos cidadãos, se posicionando como um dos agentes
em condições de contribuir para a transformação destas, sendo dever do Estado
garantir a estrutura e a qualidade de ensino nas escolas. Sabemos que a
educação pública é responsabilidade do governo federal, estadual e municipal.

A legislação da educação é o corpo ou conjunto de leis referentes à


educação. Contribui para a organização do ensino e às questões da matéria
educacional, como, por exemplo, a profissão de professor, a democratização de
ensino etc.

O currículo escolar objetiva a construção do conhecimento de acordo com


os saberes históricos e os conhecimentos relacionados à vivência do discente
em parâmetro com a realidade regional. O currículo está sempre em construção
adaptando-se as mudanças da humanidade.

A proposta pedagógica escolar funciona como uma espécie de identidade


institucional: ela apresenta e norteia a metodologia de ensino, a estrutura
curricular e as atividades educativas das escolas públicas e particulares,
formalizando o compromisso assumido por professores, funcionários, pais e
alunos no período letivo.

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O CURRÍCULO ESCOLAR

As concepções básicas de currículo escolar apoiadas na teoria de dois


autores:

 Forquin (1993, p. 22), afirma que currículo escolar no vocabulário anglo-


saxão é um percurso educacional, um conjunto contínuo de situações de
aprendizagem (“learning experiences”) às quais um indivíduo vê-se
exposto ao longo de um dado período, no contexto de uma instituição de
educação formal.

 Saviani (2010), currículo consiste em organizar o conteúdo e desenvolvê-


lo didaticamente.

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O objetivo do currículo escolar

O currículo escolar objetiva a construção do conhecimento de acordo com


os saberes históricos e os conhecimentos relacionados à vivência do discente
em parâmetro com a realidade regional. O currículo está sempre em construção
adaptando-se as mudanças da humanidade.

A importância do currículo escolar

O currículo é de grande importância no ambiente escolar, é um dos


documentos que orienta o trabalho do educador. É relevante que o mesmo esteja
em concordância com o Projeto Político Pedagógico e outros documentos
importantes na área educacional.

Existem três tipos de manifestações de currículo:

 Currículo Formal (prescrito);

 Currículo Real (em ação);

 Currículo Oculto (implícito).

Currículo em Movimento

Currículo é o “documento de identidade” (SILVA, 2003), que orienta a


escola. Claro que tem uma definição maior que essa, abordamos de forma
simples para facilitar sua compreensão.

O currículo não é algo estático, e sim está em constante evolução e


atividade, pois deve acompanhar as mudanças do mundo. O currículo faz esse
elo entre a cultura, a sociedade e a escola. Logo o Currículo em Movimento é
um documento único (como a identidade), mas em constante movimento se
adaptando as mudanças do mundo.

* Segundo o que se aplica na Secretaria de Estado de Educação do


Distrito Federal.

Organização de um currículo escolar

O currículo escolar é a bússola que direciona o processo educacional na


instituição.

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“A opção da escola por esta ou aquela forma de organização curricular
requer uma meticulosa discussão, pois cada escola será reconhecida pelo tipo
de homem que ela deseja formar e por meio dos mecanismos que utiliza na
definição de seu currículo: propondo, selecionando, privilegiando, excluindo,
silenciando conteúdos e posturas tanto dos professores e alunos quanto de
possíveis interesses das comunidades onde as escolas se localizam.”
(GONTIJO. GONTIJO. Salto Para o Futuro. Série Currículo e Projetos. Programa
N° 4/2004).

Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva

Não se imagina um currículo que não abranja a educação inclusiva,


educação para a diversidade e tantas outras específicas, visto que é um
documento de inclusão escolar.

Para Carvalho (2004, p. 79), a educação inclusiva pode ser considerada


como um “processo que permite colocar valores em prática, sem pieguismos,
caridade, filantropia, pois está alicerçada em princípios que conferem igualdade
de valor a todas as pessoas”.

A importância do currículo escolar para o pedagogo

O currículo escolar é um dos norteadores do trabalho do pedagogo na


instituição escolar, alinhado com os interesses do aluno, da comunidade e da
sociedade o documento referido objetiva uma construção social do
conhecimento.

A aprendizagem escolar está diretamente vinculada ao currículo,


organizado para orientar, dentre outros, os diversos níveis de ensino e as ações
docentes.

É central para a escola e associa-se à própria identidade da instituição


escolar, à sua organização e funcionamento e ao papel que exerce - ou deveria
exercer - a partir das aspirações e expectativas da sociedade e da cultura em
que se insere.

Contém as experiências, bem como a sua planificação no âmbito da


escola, colocadas à disposição dos alunos visando a potencializar o seu

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desenvolvimento integral, a sua aprendizagem e a capacidade de conviver de
forma produtiva e construtiva na sociedade.

Essas experiências representam, em sentido mais amplo, o que o


currículo exprime e buscam concretizar as intenções dos sistemas educacionais
e o plano cultural que eles personalizam (no âmbito das instituições escolares)
como modelo ideal de escola defendido pela sociedade.

Nessa concepção, o currículo é construído a partir do projeto pedagógico


da escola e viabilizam a sua operacionalização, orientando as atividades
educativas, as formas de executá-las e definindo suas finalidades. Assim, pode
ser visto como um guia sugerido sobre o que, quando e como ensinar; o que,
como e quando avaliar.

A concepção de currículo inclui, portanto, desde os aspectos básicos que


envolvem os fundamentos filosóficos e sociopolíticos da educação até os marcos
teóricos e referenciais técnicos e tecnológicos que a concretizam na sala de aula.
Relaciona princípios e operacionalização, teoria e prática, planejamento e ação.

Essas noções de projeto pedagógico da escola e de concepção curricular


estão intimamente ligadas à educação para todos que se almeja conquistar. Em
última instância, viabilizam a sua concretização. O projeto pedagógico tem um
caráter político e cultural e reflete os interesses, as aspirações, as dúvidas e as
expectativas da comunidade escolar. Devem encontrar reflexo na cultura escolar
e na expressão dessa cultura, ou seja, no currículo.

A escola que é para todos requer uma dinamicidade curricular que permita
ajustar o fazer pedagógico às necessidades dos alunos.

Ver as necessidades especiais dos alunos atendidas no âmbito da escola


regular requer que os sistemas educacionais modifiquem, não apenas as suas
atitudes e expectativas em relação a esses alunos, mas, também, que se
organizem para constituir uma real escola para todos, que dê conta dessas
especificidades.

O projeto pedagógico da escola, como ponto de referência para definir a


prática escolar, deve orientar a operacionalização do currículo, como um recurso

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para promover o desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos, considerando-
se os seguintes aspectos:

• a atitude favorável da escola para diversificar e flexibilizar o processo


de ensino-aprendizagem, de modo a atender às diferenças
individuais dos alunos;

• A identificação das necessidades educacionais especiais para


justificar a priorização de recursos e meios favoráveis à sua
educação;
•A adoção de currículos abertos e propostas curriculares
diversificadas, em lugar de uma concepção uniforme e
homogeneizadora de currículo;
• A flexibilidade quanto à organização e ao funcionamento da escola,
para atender à demanda diversificada dos alunos;
• A possibilidade de incluir professores especializados, serviços de
apoio e outros, não convencionais, para favorecer o processo
educacional.

Essa concepção coloca em destaque a adequação curricular como um


elemento dinâmico da educação para todos e a sua viabilização para os alunos
com necessidades educacionais especiais: não se fixar no que de especial possa
ter a educação dos alunos, mas flexibilizar a prática educacional para atender a
todos e propiciar seu progresso em função de suas possibilidades e diferenças
individuais.

Pensar em adequação curricular significa considerar o cotidiano das


escolas, levando-se em conta as necessidades e capacidades dos seus alunos
e os valores que orientam a prática pedagógica. Para os alunos que apresentam
necessidades educacionais especiais essas questões têm um significado
particularmente importante.

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CURRÍCULO ESCOLAR: ELABORAÇÃO E
IMPLEMENTAÇÃO ESCOLAR

A organização do currículo da escola merece um debate mais acentuado,


pois concebe a intencionalidade do projeto pedagógico e da prática educativa da
escola. Representa um norte a seguir pela escola e as orientações que darão
sustentação à prática pedagógica mediada pelo professor e desenvolvida com
os alunos em diferentes espaços educativos.

O termo currículo vem do latim curriculum e significa “pista de corrida”


(SILVA, 2007), o percurso que se trilha. O currículo deve estar relacionado ao
projeto pedagógico, à política educacional da escola. Assim como o projeto
pedagógico, o currículo escolar pode ser revisto, pois os conhecimentos
produzidos seguem a dinâmica da produção da sociedade, logo deve ser
atualizado, sem desconsiderar os conteúdos considerados clássicos. Clássico
no sentido de explicar as contradições sociais, dar respostas às questões atuais,
ou seja, o conteúdo imprescindível que o aluno tem que se apropriar.

Não há dúvidas que o documento expressa a intencionalidade da escola


quanto ao processo de ensino e de aprendizagem, os conteúdos abordados, a

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metodologia empregada, a relação professor/aluno, o processo de avaliação da
aprendizagem, dentre outros. O que Vasconcellos traz como reflexão é que esse
documento não pode ser engessado, assim como o projeto pedagógico, deve ter
uma dinâmica que possibilite sua revisão por meio de uma avaliação em
conjunto.

A história nos mostra que o currículo, significou a relação de matérias ou


disciplinas com seus conteúdos determinados e organizados em uma sequência
lógica e rígida. Ainda é comum ver esse tipo de organização curricular nas
escolas. Porém esse termo recebeu mudanças em seu significado à medida que
os estudos avançaram nessa área, acompanhando também as mudanças
sociais.

Na época da Revolução Industrial, por exemplo, a sociedade urbana que


se desenvolveu tornou as relações cada vez mais complexas, principalmente
pela especialização e divisão do trabalho. Esse contexto influencia a
organização das escolas que deveriam dar uma resposta à nova demanda
social, no que se refere à prática educativa, na formulação de conteúdos
contemporâneos como pela ampliação do número de vagas, dada a procura pela
instituição e, consequentemente, os currículos deveriam ser revistos,
reformulados.

A organização curricular, contudo deve ser entendida a partir das


transformações sociais, da “produção histórica intencional” (SANFELICE, 2008,
p.1), e também pela maneira de se interpretar as teorias que regem os estudos
da área, ou seja, uma escola ao elaborar o seu currículo escolar deve ter como
fundamento uma teoria que ofereça bases ao documento. Essa opção vai
depender dos estudos, da teoria que orienta o trabalho, a concepção de
educação do coletivo da escola. “Os conceitos de uma teoria organizam e
estruturam nossa forma de ver a “realidade”. Assim, uma forma útil de
distinguirmos as diferentes teorias do currículo é através do exame dos
diferentes conceitos que elas empregam.” (SILVA, 2007, p.17).

Um currículo escolar precisa ser elaborado a partir do projeto pedagógico


da escola, ter uma teoria que o fundamente, a mesma perspectiva que
fundamenta o projeto pedagógico e definir a proposta educativa que orientará o

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trabalho pedagógico do dia a dia da escola, dos trabalhos realizados
principalmente na sala de aula com os alunos.

Após a homologação da Constituição Federal de 1988 fundada em


princípios democráticos e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDBEN), nº9394/96, que confirmam os princípios democráticos e considera os
sujeitos sociais como cidadãos com direitos à educação, as escolas passam a
organizar seu projeto pedagógico e currículo escolar atendendo as novas
diretrizes educacionais que emanam a necessidade de uma organização escolar
que proporcione a humanização dos sujeitos e a diminuição da desigualdade
cultural.

O currículo escolar vai muito além do simples elenco de disciplinas e


conteúdos programáticos a serem cumpridos em determinada carga horária ou
de uma matriz curricular. A composição do currículo é um momento de decisão
da escola, que é legitimado na prática educativa. Dessa maneira o currículo deve
esboçar os objetivos das disciplinas em cada etapa da educação que oferece e
a definição dos conteúdos a serem trabalhados com os alunos.

Os conteúdos devem seguir uma sequência e manter a integração e a


lógica entre eles, evitando a fragmentação. É por meio dos conteúdos
apropriados pelos alunos que esses se instrumentalizam e ampliam sua
condição cultural, logo o diálogo entre os conteúdos em diferentes anos de
aprendizagem é condição primordial para a qualidade do currículo e sua
aplicação. Assim no currículo deve constar a metodologia que orientará a prática
docente e a definição do processo de avaliação, seus indicadores e
instrumentos.

Fica evidente que a escola deve refletir de maneira radical sobre os


conhecimentos que os alunos devem se apropriar para exercerem sua cidadania
de maneira plena e crítica, sem desconsiderar a demanda legal.

Define ainda que o currículo “deve abranger, obrigatoriamente, o estudo


da língua portuguesa e da matemática, o conhecimento do mundo físico e natural
e da realidade social e política, especialmente do Brasil” (§ 1º, Art. 26). E
continua definindo as abordagens que se fazem necessárias na educação dos
alunos, como a expressão da arte, da música, da educação física, o ensino da

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história, das etnias, das culturas que compõem a história do Brasil, a música.
Com isso verifica-se a preocupação da lei em garantir que os alunos tenham
uma formação que lhes possibilite realizar diferentes leituras do panorama social
e que atenda o exposto no Art. 22, da LDBEN, “A educação básica tem por
finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum
indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir
no trabalho e em estudos posteriores”.

Na parte diversificada do currículo, define que seja incluído,


obrigatoriamente, a partir do quinto ano do ensino fundamental o estudo de uma
língua estrangeira moderna, em concordância com a escolha da comunidade.

O artigo 27 da Lei garante::

Os conteúdos curriculares da educação básica observarão, ainda, as


seguintes diretrizes:

I - A difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres


dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem democrática;

II - Consideração das condições de escolaridade dos alunos em cada


estabelecimento;

III - orientação para o trabalho;

IV - Promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas não


formais.

Com isso verifica-se que a escola deve buscar a fundamentação teórica


e legal para garantir um currículo que contemple o proposto em seu projeto
pedagógico e atenda às necessidades dos alunos no atual momento histórico.
Um currículo escolar que vá muito além da mera relação de conteúdo a serem

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cumpridos em determinado ano letivo, que vá além da matriz curricular.

O currículo elaborado, pensado e construído com um arcabouço de fundamentos


e orientações da prática escolar, a partir da dinâmica social, está formulando
conhecimentos a partir de um conjunto de aprendizagens, está fazendo história.

O QUE É LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL

Conjunto de normas educacionais, legais e infralegais, leis e


regulamentos, com instrução jurídica, relativas ao setor educacional.

A legislação Educacional possui duas naturezas: uma reguladora e uma


regulamentadora. Ela é reguladora quando se manifesta através de leis, sejam
federais, estaduais ou municipais. As normas constitucionais que tratam da
educação são as fontes primárias da regulação e organização da educação

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nacional, pois, por elas, definem-se as competências constitucionais e
atribuições administrativas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios. Abaixo das normas constitucionais, temos as leis federais, ordinárias
ou complementares, que regulam o sistema nacional de educação.

A legislação regulamentadora, ao contrário da legislação reguladora não


é descritiva, mas prescritiva, volta-se à própria práxis da educação. Os decretos
presidenciais, as portarias ministeriais e interministeriais, as resoluções e
pareceres dos órgãos do Ministério da Educação, como o Conselho Nacional da
Educação ou o Fundo de Desenvolvimento da Educação como serão
executadas as regras jurídicas ou das disposições legais contidas no processo
de regulação da educação nacional. A regulamentação não cria direito porque
limita-se a instituir normas sobre a execução da lei, tomando as providências
indispensáveis para o funcionamento dos serviços educacionais.

A legislação educacional do Brasil enquanto nação independente tem seu


início na Constituição Imperial de 1824 (a qual continha um artigo sobre
educação escolar primária gratuita) e prossegue até a Constituição Federal de
1988, considerando-se aí também as Constituições Estaduais, as Leis Orgânicas
dos Municípios e toda a legislação ordinária, com ênfase especial na Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nos diferentes momentos históricos
em que elas ocorreram.

CONFIRA AS LEIS QUE REGEM O SISTEMA


EDUCACIONAL BRASILEIRO

O sistema educacional no Brasil é baseado na Lei de Diretrizes e Bases


da Educação Nacional (Lei 9394/96). No caso do ensino superior, existe uma
vasta gama de normas, entre decretos, pareceres e leis, como aponta o
coordenador-geral de Legislação e Normas da Secretaria de Educação Superior
do Ministério da Educação (MEC), Marilson Santana. Ele destaca que, com a

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Reforma Universitária, haverá uma regulamentação mais robusta do ensino
superior.

A Lei 9131/95 criou o Conselho Nacional de Educação (CNE), composto


por duas câmaras autônomas: a Câmara de Educação Superior e a Câmara de
Educação Básica. Cabe ao CNE auxiliar o MEC na formulação e avaliação da
política nacional de educação.

Já o Plano Nacional de Educação foi instituído pela Lei 10172/01. Ele


estabelece uma série de metas que deverão ser implementadas até 2010.
A Lei 11096/05 criou o Programa Universidade para Todos (ProUni), por
intermédio do qual alunos de baixa renda recebem bolsas para estudar em
instituições privadas. O ProUni foi instituído inicialmente por medida provisória.

O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) foi


estabelecido pela Lei 10061/04, e o Fundo de Financiamento ao Estudante do
Ensino Superior (Fies) é objeto da Lei 10260/01. Outra lei importante é a
8958/94, que define a relação entre as fundações de apoio e as instituições de
ensino superior e de pesquisa científica e tecnológica.

O Decreto 3860/01 classifica as instituições de ensino superior, define


suas regras de credenciamento e de autorização de cursos, entre outras.

AS LEIS SOBRE EDUCAÇÃO

 Constituição Federal de 1988

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Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho. Art. 206. O ensino será ministrado com base nos
seguintes princípios: I – igualdade de condições para o acesso e permanência
na escola; Art. 208. O dever do Estado com a Educação será efetivado mediante
a garantia de: III - atendimento educacional especializado aos portadores de
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; IV - atendimento em
creche e pré-escola às crianças de 0 a 6 anos de idade. Art. 213. Os recursos
públicos serão destinados às escolas, podendo ser dirigidos a escolas
comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que: I –
comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em
educação.

1.Toda pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita,


pelo menos a correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino
elementar é obrigatório. O ensino técnico e profissional deve ser generalizado; o
acesso aos estudos superiores deve estar aberto a todos em plena igualdade,
em função do seu mérito.

2.A educação deve visar à plena expansão da personalidade


humana e ao reforço dos direitos do Homem e das liberdades fundamentais e
deve favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações
e todos os grupos raciais ou religiosos, bem como o desenvolvimento das
atividades das Nações Unidas para a manutenção da paz.

3.Aos pais pertence a prioridade do direito de escolher o gênero


de educação a dar aos filhos.

Declaração Universal dos Direitos do Homem

Artigo 26

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 Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) Lei 8069 / 1990

O Estatuto da Criança e
do Adolescente (ECA) é uma lei
de proteção e garantia de direitos
de crianças e adolescentes. É
uma lei federal (lei nº 8069/90)
que substituiu a aplicação do
Código de Menores.

A legislação é extensa,
com 267 artigos que tratam de
temas como: direito à vida e à
saúde, convivência familiar,
educação, profissionalização, trabalho e cultura.

Foi criada para a proteção de crianças e adolescentes, a partir da


implantação de medidas como:

 Atendimento aos jovens que cometem atos infracionais

 Aplicação de medidas protetivas

 Constituição dos Conselhos Tutelares e da Justiça da Infância e da


Juventude
 O ECA é destinado à proteção das crianças e dos adolescentes. De
acordo com a lei:
 São consideradas crianças as pessoas que tenham até 12 anos
incompletos

 São adolescentes os que possuem entre 12 e 18 anos

Direito à educação, à cultura, esporte e lazer

Esses direitos são importantes para que as crianças e jovens tenham um


desenvolvimento pleno, preparando-os para exercerem sua cidadania
integralmente.

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O Estado deve garantir o acesso ao ensino fundamental obrigatório,
ensino médio e outros níveis de ensino. Também é obrigatória a oferta de
creches e pré-escolas para as crianças até 5 anos.

Se forem constatados casos de maus-tratos, excesso de faltas à escola


ou muitas repetências, estas situações devem ser comunicadas ao Conselho
Tutelar.

 Fundef Emenda Constitucional 14 / 1996 Lei 9424 /1996

Em 1996, o Ministério da Educação criou o Fundo de Manutenção e

Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério

(Fundef) para atender o ensino fundamental.

Os recursos para o Fundef vinham das receitas dos impostos e das

transferências dos estados, Distrito Federal e municípios vinculados à educação.

O Fundef vigorou até 2006, quando foi substituído pelo Fundo de

Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos

Profissionais da Educação (Fundeb).

De tal modo, toda a educação básica, educandos da educação infantil,


do ensino fundamental e médio e da educação de jovens e adultos, passa a ser

beneficiada com recursos federais. Um compromisso da União com a educação

básica, que se estenderá até 2020.

Tendo o objetivo de aumentar os recursos aplicados pela União, estados

e municípios na educação básica pública e melhorar a formação e o salário dos

profissionais da educação.

Regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação


Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB, de que trata

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o art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias; altera a Lei no

10.195, de 14 de fevereiro de 2001; revoga dispositivos das Leis nos 9.424, de

24 de dezembro de 1996, 10.880, de 9 de junho de 2004, e 10.845, de 5 de

março de 2004; e dá outras providências.


O FUNDEF é que o total arrecadado em cada estado é distribuído de

acordo com o número de alunos matriculados na rede pública do ensino

fundamental. Do total de recursos, pelo menos 60% devem ser destinados ao

salário dos profissionais do magistério. Os créditos dos repasses para estados e

municípios são feitos em conta específica do Fundef no Banco do Brasil. Já

o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de

Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) deverá financiar não

só a educação fundamental, mas também a educação infantil, a média e a de

jovens e adultos. Ele atende toda a educação básica, da creche ao ensino médio.

Substituto do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental

e de Valorização do Magistério (Fundef), que vigorou de 1997 a 2006, o FUNDEB

está em vigor desde janeiro de 2007 e se estenderá até 2020.

Um dos objetivos do FUNDEB é a inclusão progressiva de todas as

crianças da creche a pré-escola, assim como de todos os jovens e adultos que

não concluíram o ensino médio.

O acompanhamento e o controle social sobre a distribuição, a

transferência e a aplicação dos recursos do programa são feitas através da

União, estados e municípios. O FUNDEB propõe uma distribuição dos recursos

com base nos critérios do número de matricula da educação, baseado no censo

escolar do ano anterior. Todavia, existe uma extrema desigualdade entre os

recursos disponíveis nos três sistemas que permeia durante toda história.

A história da vinculação obrigatória para o FUNDEB se deu da seguinte


forma:

 1934: União e municípios deveriam investir 10%; Estados e DF 20%.

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 1937: A vinculação foi suprimida pela ditadura militar.
 1946: Retomou os percentuais de 34%, todavia, os municípios passou a
investir 20%.
 1969: Estados e União deixaram de aplicar o recurso.
 1983: restabeleceu a vinculação, fixando um percentual mínimo de: União
13%; Estados, Distrito Federal (DF) e municípios 25%.
 1988: O percentual da União foi ampliado para 18%.
 1990: Houve uma inflação dessa vinculação chegando a 30% a 40% ao
mês. Com isso sugiram os problemas de renuncia fiscal generalizada,
sonegação fiscal gigantesca e corrupção dos órgãos fiscalizadores.
 2000: Foi criado o DRU (Desvinculação de Receita da União) que passou
a desvincular 20% dos impostos federais, prejudicando o financiamento.
 2004: O produto da arrecadação do salário-educação passou a compor a
receita do tesouro nacional.
 Atualmente, a União deve aplicar no mínimo 18% e os Estados, DF e
municípios 25%.

 FUNDEB, INCLUSÃO EM TODA A EDUCAÇÃO BÁSICA

O FUNDEF (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino


Fundamental e de Valorização do Magistério) foi instituído em 1996 e
implementado em 1º de janeiro de 1998. É constituído com recursos do Fundo
de Participação dos Estados (FPE), do Fundo de Participação dos Municípios
(FPM), do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), do
Imposto sobre Produtos Industrializados e Exportações (IPIexp) e pela

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desoneração das exportações prevista na Lei Complementar nº 87, de 1996 (Lei
Kandir).

O secretário de Educação Básica do MEC e presidente do Conselho do


Fundef na esfera da União, Francisco das Chagas, confirmou que quer mediar
ao máximo os estudos sobre os dois fundos (FUNDEF e FUNDEB). Para isso
encontros regionais com os conselheiros do Fundef foram realizados:-
“Discutimos amplamente com os conselhos municipais e estaduais a
organização e o funcionamento dos conselhos e a redefinição do financiamento
da educação em cima da proposta do Fundeb”.

Lideranças da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) entregaram ao


ministro Tarso Genro, dois estudos a respeito do conflito financeiro da criação
do Fundeb sobre os municípios brasileiros. Na ocasião, o ministro afirmou que o
MEC não apresentará nenhum projeto sem antes debater e interatuar com as
prefeituras. O ministério delineará o projeto do novo FUNDEB (Fundo Nacional
de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) após extensos debates
e pareceres da Frente Nacional dos Prefeitos .

O que sabemos sobre o FUNDEF é que o total arrecadado em cada


estado é distribuído de acordo com o número de alunos matriculados na rede
pública do ensino fundamental. Do total de recursos, pelo menos 60% devem ser
destinados ao salário dos profissionais do magistério. Os créditos dos repasses
para estados e municípios são feitos em conta específica do Fundef no Banco
do Brasil. Para este ano, a estimativa é que o Fundef destinará R$ 28 bilhões e
700 milhões para investimento no ensino fundamental .O governo federal fixou
o valor mínimo R$ 537,71 por aluno de 1ª a 4ª série, e R$ 564,60 para os de 5ª
a 8ª e da educação especial do ensino fundamental da rede pública.

A deputada Fátima Bezerra comentou: -“ o FUNDEB vai herdar uma


legislação melhor, providências serão tomadas para melhor controle social do
fundo: os recursos serão repassados automaticamente para contas únicas e
específicas dos governos estaduais, do Distrito Federal e dos municípios e será
ampliado o número de conselheiros, de seis para 10 a nível federal; estaduais
de sete para oito, e municipais de quatro para seis conselheiros. Haverá, ainda,
maior representação da sociedade civil, principalmente de estudantes”. Está em

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estudo projeto de lei substitutivo, que altera a Lei nº 9.424, de 24/12/1996 (Lei
do Fundef). Encontros estaduais sobre o Fundeb para ouvir especialistas no
assunto e analisar as características dos gastos com educação nos estados
serão realizados até julho, em São Paulo foi agendado para o dia 5 de julho.

"O Fundeb contribui para assegurar a inclusão em toda a educação


básica, reduzir as desigualdades e melhorar a qualidade do ensino", explicou
Paulo Egon Wiederkehr, diretor do Fundef. Segundo ele, há prioridades nas
discussões, como a definição das fontes dos recursos do Fundeb e a
contribuição dos municípios ao Fundo. "Discutir e criar o Fundeb é uma
prioridade do MEC e do governo federal", explicou.

O FUNDEB substituirá o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do


Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF). O encontro,
denominado Colóquio de Representação Nacional sobre o FUNDEB, foi aberto
pelo ministro Tarso Genro. O FUNDEB deverá financiar não só a educação
fundamental, mas também a educação infantil, a média e a de jovens e adultos.
Com o fundo os percentuais, para o ensino médio seriam de R$ 1.342. O fundo
trabalhará as desigualdades regionais. A proposta, segundo o ministro da
Educação, Tarso Genro, não está finalizada. a posição é aberta e pode mudar.

 Plano Nacional de Educação

22
O Plano Nacional de Educação (PNE) deve vigorar de 2011 a 2020. Ele
apresenta diretrizes e metas para a educação no Brasil. Estabelecendo
iniciativas e estratégias para todos os níveis, modalidades e etapas
educacionais. Ele dá ênfase na elaboração dos currículos em todas as
modalidades de ensino e na diversidade de conteúdos curriculares, prevendo a
correção de fluxo e o combatendo a discrepância entre a idade e a série do aluno.
Para isso, são elaboradas metas para aumentar as taxas de alfabetização e de
escolaridade. Ele universaliza o ensino fundamental de nove anos para todos os
indivíduos de 6 a 14 anos e redimensiona a oferta de ensino médio nos turnos
diurno e noturno.

Propõe também, a inclusão de alunos com deficiência, do campo, em


regime de liberdade assistida, de comunidades indígenas e quilombolas. Outro
objetivo desse plano é proporcionar uma formação continuada para os
professores e profissionais da educação, além de estimular a expansão dos
estágios. Tem como proposta expandir a oferta de matriculas gratuita em
instituições particulares de ensino, além de investir em equipamentos educativos
e expansão da estrutura física.

Outra proposta é a manutenção e ampliação de programas que


acompanhe individualmente cada estudante com baixo rendimento escolar,
adotando para isso, práticas como aulas de reforço no turno complementar,
estudos de recuperação e progressão parcial.

O documento determina que em 2015 o investimento do poder público em


educação seja de no mínimo de 7% do produto interno bruto (PIB) do país. Cabe
a União promover pelo menos duas conferências nacionais de educação até o
final da década, sendo o intervalo entre elas de no máximo quatro anos com
intervalo de até quatro anos entre elas, como forma de avaliar e monitorar a
execução do PNE.

O PNE destaca a importância da autonomia no interior das escolas, mas,


cumpre-nos alertar que tal autonomia tem sido restrita, já que o poder público
impõe determinados planejamentos que retiram da escola sua autonomia em
protagonizar seu projeto educativo.

23
Além da desburocratização e a descentralização da gestão financeira, o
PNE propõe o mesmo para as dimensões pedagógicas e administrativas. Dessa
forma, a escola passa a contar com um repasse de recursos para o
desenvolvimento de sua proposta pedagógica e para as despesas de seu
cotidiano.

O plano propõe a implantação de Conselhos em que a comunidade


educacional participe do processo ativamente nas escolhas de diretores e na
construção da proposta pedagógica, associando competência e compromisso.

Conheça cada meta do Plano Nacional de Educação:

 Meta 1 – Educação Infantil


Universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para as
crianças de 4 a 5 anos de idade e ampliar a oferta de educação
infantil em creches de forma a atender, no mínimo, 50% das
crianças de até 3 anos até o final da vigência deste PNE.
 Meta 2 – Ensino Fundamental
Universalizar o ensino fundamental de 9 anos para toda a
população de 6 a 14 anos e garantir que pelo menos 95% dos
alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até o último
ano de vigência deste PNE.
 Meta 3 – Ensino Médio
Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a
população de 15 a 17 anos e elevar, até o final do período de
vigência deste PNE, a taxa líquida de matrículas no ensino médio
para 85%.
 Meta 4 – Inclusão
Universalizar, para a população de 4 a 17 anos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento
educacional especializado, preferencialmente na rede regular de
ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas

24
de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços
especializados, públicos ou conveniados.
 Meta 5 – Alfabetização Infantil
Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º ano do
ensino fundamental.
 Meta 6 – Educação Integral
Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das
escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% dos(as)
alunos(as) da educação básica.
 Meta 7 – Qualidade da Educação Básica/IDEB
Fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e
modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de
modo a atingir as seguintes médias nacionais para o Ideb: 6,0 nos
anos iniciais do ensino fundamental; 5,5 nos anos finais do ensino
fundamental; 5,2 no ensino médio.
 Meta 8 – Elevação da escolaridade/Diversidade
Elevar a escolaridade média da população de 18 a 29 anos, de
modo a alcançar, no mínimo, 12 anos de estudo no último ano de
vigência deste Plano, para as populações do campo, da região de
menor escolaridade no País e dos 25% mais pobres, e igualar a
escolaridade média entre negros e não negros declarados à
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
 Meta 9 – Alfabetização de jovens e adultos
Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais
para 93,5% até 2015 e, até o final da vigência deste PNE, erradicar
o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% a taxa de analfabetismo
funcional.
 Meta 10 – EJA Integrada
Oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de educação de jovens
e adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma integrada à
educação profissional.
 Meta 11 – Educação Profissional

25
Triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível
médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% da
expansão no segmento público.
 Meta 12 – Educação Superior
Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% e
a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos, assegurada
a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% das
novas matrículas, no segmento público.
 Meta 13 – Qualidade da Educação Superior
Elevar a qualidade da educação superior e ampliar a proporção de
mestres e doutores do corpo docente em efetivo exercício no
conjunto do sistema de educação superior para 75%, sendo, do
total, no mínimo, 35% doutores.
 Meta 14 – Pós-Graduação
Elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação
stricto sensu, de modo a atingir a titulação anual de 60 mil mestres
e 25 mil doutores.
 Meta 15 – Profissionais de Educação
Garantir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, no prazo de 1 ano de vigência
deste PNE, política nacional de formação dos profissionais da
educação de que tratam os incisos I, II e III do caput do art. 61 da
Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, assegurado que todos
os professores e as professoras da educação básica possuam
formação específica de nível superior, obtida em curso de
licenciatura na área de conhecimento em que atuam.
 Meta 16 – Formação
Formar, em nível de pós-graduação, 50% dos professores da
educação básica, até o último ano de vigência deste PNE, e
garantir a todos(as) os(as) profissionais da educação básica
formação continuada em sua área de atuação, considerando as
necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de
ensino.

26
 Meta 17 – Valorização dos Profissionais do Magistério
Valorizar os(as) profissionais do magistério das redes públicas de
educação básica de forma a equiparar seu rendimento médio ao
dos(as) demais profissionais com escolaridade equivalente, até o
final do 6º ano de vigência deste PNE.
 Meta 18 – Planos de Carreira
Assegurar, no prazo de 2 anos, a existência de planos de carreira
para os(as) profissionais da educação básica e superior pública de
todos os sistemas de ensino e, para o plano de Carreira dos(as)
profissionais da educação básica pública, tomar como referência o
piso salarial nacional profissional, definido em lei federal, nos
termos do inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal.
 Meta 19 – Gestão Democrática
Assegurar condições, no prazo de 2 anos, para a efetivação da
gestão democrática da educação, associada a critérios técnicos de
mérito e desempenho e à consulta pública à comunidade escolar,
no âmbito das escolas públicas, prevendo recursos e apoio técnico
da União para tanto.
 Meta 20 – Financiamento da Educação
Ampliar o investimento público em educação pública de forma a
atingir, no mínimo, o patamar de 7% do Produto Interno Bruto – PIB
do País no 5º ano de vigência desta Lei e, no mínimo, o equivalente
a 10% do PIB ao final do decênio.

 Piso Salarial Lei 11738 / 2008

Em 16 de julho de 2008 foi sancionada a Lei 11.738, que instituiu o piso


salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da
educação básica, regulamentando disposição constitucional (alínea ‘e’ do inciso
III do caput do artigo 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias).

O piso salarial profissional nacional é o valor abaixo do qual os entes


federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) não poderão fixar o

27
vencimento inicial das carreiras do magistério público da educação básica, para
a jornada de, no máximo, 40 (quarenta) horas semanais.

O valor do Piso?

O valor do piso salarial profissional nacional para os profissionais do


magistério público da educação básica com formação em nível médio na
modalidade Normal foi fixado pela Lei em R$ 950,00 (novecentos e cinqüenta
reais).

Governadores de alguns estados moveram Ação Direta de


Inconstitucionalidade (ADI) contra a lei. Em decisão cautelar, o Supremo Tribunal
Federal (STF) definiu que o termo “piso” deve ser entendido como a
remuneração mínima a ser recebida pelos professores.

Esse valor pode incluir gratificações ou outras vantagens


pecuniárias?

De acordo com o artigo 2o da Lei 11.738/2008, até 31 de dezembro de


2009 admite-se que para atingir o valor do piso sejam computadas as vantagens
pecuniárias pagas a qualquer título. Após essa data, ainda segundo a lei, o valor
do piso deverá corresponder ao vencimento inicial da carreira.

Até que o STF analise a constitucionalidade da norma, no julgamento de


mérito, os professores das escolas públicas terão a garantia de não receber
abaixo de R$ 950,00, podendo ser somados aí o vencimento básico (salário) e
as gratificações e vantagens. Esse entendimento deverá ser mantido até o
julgamento final da ADI 4167.

Deve-se destacar que a definição do piso nacional não impede que os


entes federativos tenham pisos superiores ao nacional. De qualquer forma,
devem ser resguardadas as vantagens daqueles que percebam valores acima
do referido na Lei. Assim, se um professor recebe atualmente uma remuneração
mensal superior a R$ 950,00, seja ela composta de salário, gratificação ou outras
vantagens, a implementação do piso poderá fazer com que tais vantagens sejam
incorporadas ao seu vencimento, mas não poderá reduzir sua remuneração total.

28
Para que profissionais o Piso se aplica?

O valor de R$ 950,00 do piso se aplica para profissionais do magistério


público da educação básica com formação em nível médio na modalidade
Normal com jornada de 40 horas semanais.

Quais são os profissionais do magistério público da educação


básica?

Por profissionais do magistério público da educação básica entendem-se


aqueles que desempenham as atividades de docência ou as de suporte
pedagógico à docência, isto é, direção ou administração, planejamento,
inspeção, supervisão, orientação e coordenação educacionais, exercidas no
âmbito das unidades escolares de educação básica, em suas diversas etapas e
modalidades, com a formação mínima determinada pela legislação federal de
diretrizes e bases da educação nacional.

Qual o valor do Piso para profissionais de nível superior?

A Lei não fixa valor para a remuneração de profissionais de nível superior.

O valor do Piso fixado para profissionais com formação em nível médio


deve servir de ponto de partida para a fixação dos vencimentos dos profissionais
de nível superior ou com outros graus de formação, a critério de cada ente
federativo.

O que a Lei prevê em relação à carga horária dos profissionais do


magistério?

A lei prevê que o piso de R$ 950,00 seja aplicado para uma jornada de 40
(quarenta) horas semanais.

Além disso, prevê que, na composição da jornada de trabalho, o limite


máximo para desempenho das atividades de inteiração com os educandos é de
dois terços dessa carga horária.

Em decisão cautelar da ADI 4167, movida pelos governadores, o STF


declarou inconstitucional a regra que determina o cumprimento de no máximo

29
dois terços da carga dos professores para desempenho de atividades em sala
de aula. Esse entendimento deverá ser mantido até o julgamento final da ADI
4167.

 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira

As políticas de educação são garantidas pela Constituição Federal e por


outras leis, como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (lei nº
9.394/96).

O direito dos cidadãos de ter acesso à educação é garantido pela


Constituição Federal no artigo 205:

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será


promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.

A (LDB 9394/96) é a legislação que regulamenta o sistema educacional


(público ou privado) do Brasil (da educação básica ao ensino superior).

30
Na história do Brasil, essa é a segunda vez que a educação conta com
uma Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que regulamenta todos os seus
níveis. A primeira LDB foi promulgada em 1961 (LDB 4024/61).

A LDB 9394/96 reafirma o direito à educação, garantido pela Constituição


Federal. Estabelece os princípios da educação e os deveres do Estado em
relação à educação escolar pública, definindo as responsabilidades, em regime
de colaboração, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
Segundo a LDB 9394/96, a educação brasileira é dividida em dois níveis: a
educação básica e o ensino superior.

Educação básica:

 Educação Infantil – creches (de 0 a 3 anos) e pré-escolas (de 4 e 5 anos)


– É gratuita mas não obrigatória. É de competência dos municípios.
 Ensino Fundamental – anos iniciais (do 1º ao 5º ano) e anos finais (do 6º
ao 9º ano) – É obrigatório e gratuito. A LDB estabelece que,
gradativamente, os municípios serão os responsáveis por todo o ensino
fundamental. Na prática os municípios estão atendendo aos anos iniciais
e os Estados os anos finais.
 Ensino Médio – O antigo 2º grau (do 1º ao 3º ano). É de responsabilidade
dos Estados. Pode ser técnico profissionalizante, ou não.

Ensino Superior:

 É de competência da União, podendo ser oferecido por Estados e


Municípios, desde que estes já tenham atendido os níveis pelos quais é
responsável em sua totalidade. Cabe a União autorizar e fiscalizar as
instituições privadas de ensino superior.

A educação brasileira conta ainda com algumas modalidades de


educação, que perpassam todos os níveis da educação nacional. São elas:

 Educação Especial – Atende aos educandos com necessidades


especiais, preferencialmente na rede regular de ensino.

31
 Educação a distância – Atende aos estudantes em tempos e espaços
diversos, com a utilização de meios e tecnologias de informação e
comunicação.
 Educação Profissional e Tecnológica – Visa preparar os estudantes a
exercerem atividades produtivas, atualizar e aperfeiçoar conhecimentos
tecnológicos e científicos.
 Educação de Jovens e Adultos – Atende as pessoas que não tiveram
acesso a educação na idade apropriada.
 Educação Indígena – Atende as comunidades indígenas, de forma a
respeitar a cultura e língua materna de cada tribo.

Além dessas determinações, a LDB 9394/96 aborda temas como os


recursos financeiros e a formação dos profissionais da educação.

PROPOSTA PEDAGÓGICA
A proposta pedagógica é um processo e precisa sempre estar sendo
revisto e reescrito.

O importante é trabalhar estes conteúdos de forma integrada, pois esses


assuntos não são neutros e temos que respeitar as diferenças de ideias, de
opiniões. A experiência curricular não resulta somente do que temos
considerado tradicionalmente como conhecimento: o domínio de informações e
o desenvolvimento do raciocínio. A criança desenvolve atitudes de pensar,
porém também diferentes modos de sentir, de se expressar, de agir com
criatividade, de se movimentar. Na Educação Infantil, tudo isso é conhecimento
escolar. Tudo faz parte da experiência curricular.

Serão apresentadas algumas das qualidades da produção do documento.


No início da proposta pedagógica é feita uma apresentação da realidade.
Exemplos de perguntas que podem ser realizadas para termos o conhecimento
da realidade.

32
• Quem são as pessoas que vão participar da discussão e elaboração da
proposta?

• Quais são os seus objetivos?

• Para quem é esta proposta? Ou seja, quem são as crianças e os adultos


envolvidos?

• A proposta pode ser criticada e alterada?

• Qual o diagnóstico a respeito da situação de educação destas crianças?

• Quais são os principais problemas detectados? E que sugestões para superá-


los serão apresentadas?

Além disso, deve-se refletir sobre os fundamentos teóricos das propostas.


É importante que toda a equipe que esteja envolvida com o trabalho defina e
explicite quais são os fundamentos teóricos que irão sustentar a proposta
educacional da instituição.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 em seus textos


estabelecem que in verbis:

Artigo 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as


do seu sistema de ensino, terão a incumbência de:

I – Elaborar e executar sua proposta pedagógica;

33
VI – Informar os pais e responsáveis sobre a freqüência e o rendimento dos
alunos, bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica.

Na sequência, o artigo 13 determina:

Artigo 13. Os docentes incumbir-se-ão de:

I – Participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de


ensino;

II – Elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do


estabelecimento de ensino.

Artigo 14. Os sistemas de ensino definirão as normas de gestão democrática do


ensino público na educação básica, de acordo com as peculiaridades e conforme
os seguintes princípios:

I – Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto


pedagógico da escola.

Diante do exposto, compreende-se a Proposta Pedagógica como sendo


o resumo dos princípios e primazias estabelecidas pela equipe escolar a partir
dos desígnios educacionais e da definição dos resultados desejados. É toda uma
visão dos princípios de trabalho da escola, em conformidade com a educação
nacional. É elemento de princípios democráticos e envolvem temas
concernentes a organização da escola como um sistema social, estabelecendo
diretrizes sobre currículos, conteúdo programático planejamento administrativo,
pedagógico e avaliação. Orienta-se pelo princípio de democratização de ensino,
sendo elaborada por toda comunidade escolar; tendo em vista preparar alunos-
cidadãos unidos à comunidade.

34
A proposta pedagógica deve ser organizada a partir das informações
conseguidas junto à comunidade (variáveis exógenas, ou seja, exteriores à
escola) e junto à própria escola (variáveis endógenas, ou seja, informações
internas) a serem municiadas por todos os que trabalham e convivem no
ambiente escolar - alunos, professores, direção, pais e todos os funcionários.

ELABORAÇÃO DA PROPOSTA PEDAGOGICA:


DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS

Elaboração da proposta pedagógica: diretrizes curriculares nacionais,


estrutura, organização e funcionamento da Educação Infantil, Diretrizes
Curriculares, e é um processo e precisa sempre estar sendo revisto e reescrito.

O importante é trabalhar estes conteúdos de forma integrada, pois estes


assuntos não são neutros e temos que respeitar as diferenças de ideias, de

35
opiniões. A experiência curricular não resulta apenas do que temos considerado
tradicionalmente como conhecimento: o domínio de informações e o
desenvolvimento do raciocínio. A criança desenvolve modos de pensar, mas
também diferentes modos de sentir, de se expressar, de agir com criatividade,
de se movimentar. Na Educação Infantil, tudo isso é conhecimento escolar. Tudo
faz parte da experiência curricular.

Na primeira parte de uma proposta pedagógica é feita uma apresentação


da realidade. Exemplos de perguntas que podem ser realizadas para termos o
conhecimento da realidade.

 Quem são as pessoas que vão participar da discussão e elaboração da


proposta?
 Quais são os seus objetivos?
 Para quem é esta proposta? Ou seja, quem são as crianças e os adultos
envolvidos?
 A proposta pode ser criticada e alterada?
 Qual o diagnóstico a respeito da situação de educação destas crianças?
 Quais são os principais problemas detectados? E que sugestões para
superá-los serão apresentadas?

Ao pensar sobre os fundamentos teóricos das propostas. É importante


que toda a equipe que esteja envolvida com o trabalho defina e explicite quais
são os fundamentos teóricos que irão sustentar a proposta educacional da
instituição.

A estrutura, organização e funcionamento da Educação Infantil é também


uma parte importante a ser considerada quando da elaboração de uma proposta
pedagógica. Sendo pública ou particular, nesta parte da proposta pedagógica é
interessante que a creche/pré-escola relate como é o seu funcionamento, a sua
estrutura e o seu cotidiano.

É fundamental que, na proposta pedagógica, seja apresentada a política


de seleção, de formação, de aperfeiçoamento e de valorização dos profissionais.
Outra abordagem importante para o estudo sobre a elaboração de uma proposta

36
pedagógica é a análise das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Infantil.

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil:

Art. 3º [...]

I – As Propostas Pedagógicas das Instituições de Educação Infantil devem


respeitar os seguintes fundamentos norteadores:

a) Princípios éticos da Autonomia, da Responsabilidade, da Solidariedade e do


Respeito ao Bem Comum;

b) Princípios Políticos dos Direitos e Deveres de Cidadania, do Exercício da


Criticidade e do Respeito à Ordem Democrática;

c) Princípios Estéticos da Sensibilidade, da Criatividade, da Ludicidade e da


Diversidade de Manifestações Artísticas e Culturais.

As creches/pré-escola devem oferecer oportunidades para as crianças


desenvolverem a autonomia, a responsabilidade, a solidariedade e o respeito ao
bem comum. Temos que saber nossos direitos e deveres, as leis e as regras que
organizam a vida em sociedade.

Lei 9.131/95. Art. 3º [...]

II – As Instituições de Educação Infantil ao definir suas Propostas Pedagógicas


deverão explicitar o reconhecimento da importância da identidade pessoal de
alunos, suas famílias, professores e outros profissionais, e a identidade de cada
Unidade Educacional, nos vários contextos que se situem.

Cada criança pensa, sente e sonha de uma forma especial, só sua.


Sabemos que ela pertence a um ambiente social, mas não podemos deixar de
respeitar as suas especificidades.

Lei 9.131/95. Art. 3º [...]

37
III- As Instituições de Educação Infantil devem promover em suas Propostas
Pedagógicas, práticas de educação e cuidados que possibilitem a integração
entre os aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivo-lingüísticos e sociais
da criança, entendendo que ela é um ser completo, total e indivisível.

Para integrar as práticas de educação e cuidado com as crianças,


precisamos estar articulados com outros profissionais que podem influenciar na
qualidade de vida das crianças pequenas.

Lei 9.131/95. Art. 3º [...]

IV- As Propostas Pedagógicas das Instituições de Educação Infantil, ao


reconhecer as crianças como seres íntegros, que aprendem a ser e conviver
consigo próprios, com os demais e o próprio ambiente de maneira articulada e
gradual, devem buscar a partir de atividades intencionais, em momentos de
ações, ora estruturadas, ora espontâneas e livres, a interação entre as diversas
áreas de conhecimento e aspectos da vida cidadã, contribuindo assim com o
provimento de conteúdos básicos para a constituição de conhecimentos e
valores.

Deve-se elaborar currículos e programas para a Educação Infantil que


façam pontes ligando a vida de nossos alunos e de suas famílias aos
acontecimentos do Brasil e do resto do mundo.

Lei 9.131/95. Art. 3º [...]

V – As Propostas Pedagógicas para a Educação Infantil devem organizar suas


estratégias de avaliação, através do acompanhamento e dos registros de etapas
alcançadas nos cuidados e na educação para crianças de 0 a 6 anos, “sem o
objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental”.

É evidente que os objetivos serão diferentes para os vários níveis de


desenvolvimento e de situações específicas. No entanto, é através da avaliação,
entendida como instrumento de diagnóstico e tomada de decisões, que os
professores poderão, em grande medida, verificar a qualidade de seu trabalho.

38
O mais importante não é o resultado, mas o percurso que atravessamos
para alcançá-lo.

Lei 9.131/95. Art. 3º [...]

VI – As Propostas Pedagógicas das Instituições de Educação Infantil devem ser


criadas, coordenadas, supervisionadas e avaliadas por educadores, com, pelo
menos, o diploma de Curso de Formação de Professores, mesmo que da equipe
de Profissionais participem outros das áreas de Ciências Humanas, Sociais e
Exatas, assim como familiares das crianças. Da direção das instituições de
Educação Infantil deve participar, necessariamente, um educador com, no
mínimo, o Curso de Formação de Professores.

VII – O ambiente de gestão democrática por parte dos educadores, a partir de


liderança responsável e de qualidade, deve garantir direitos básicos de crianças
e suas famílias à educação e cuidados, num contexto de atenção multidisciplinar
com profissionais necessários para o atendimento.

VIII – As Propostas Pedagógicas e os regimes das Instituições de Educação


Infantil devem, em clima de cooperação, proporcionar condições de
funcionamento das estratégias educacionais, do uso do espaço específico, do
horário e do calendário escolar, que possibilitem a adoção, execução, avaliação
e o aperfeiçoamento das diretrizes.

Para que todas as Diretrizes Curriculares sejam realizadas com sucesso


são indispensáveis o espírito de equipe e as condições básicas para planejar os
usos do espaço e do tempo escolar.

A BNCC e o Novo Ensino Médio

Assista ao vídeo recomendado abaixo e somente após dê posseguimento


à leitura do conteúdo da apostila.

--------------------------------------------------------------------------------------------------------

Vídeo de apoio 1: Conheça a BNCC comentada para o Ensino Médio

39
Disponível em:<
https://www.youtube.com/watch?time_continue=2&v=GEGnevCsjOk&feature=e
mb_title>

-------------------------------------------------------------------------------------------------------

Para guiar as escolas nos processos de gestão curricular adequados a


esse modelo, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que é um documento
de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de
aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das
etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham assegurados
seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que
preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE), foi promulgada pelo Ministério
da Educação em 2017. Fruto de inúmeros debates e regulamentações legais, é
um documento elaborado para orientar o ensino no Brasil, desde a Educação
Infantil até o Ensino Médio.

O Ensino Médio é a etapa final da Educação Básica, direito público


subjetivo de todo cidadão brasileiro. Todavia, a realidade educacional do País
tem mostrado que essa etapa representa um gargalo na garantia do direito à
educação. Entre os fatores que explicam esse cenário, destacam-se o
desempenho insufi ciente dos alunos nos anos fi nais do Ensino Fundamental, a
organização curricular do Ensino Médio vigente, com excesso de componentes
curriculares, e uma abordagem pedagógica distante das culturas juvenis e do
mundo do trabalho. Para além da necessidade de universalizar o atendimento,
outros grandes desafi os do Ensino Médio na atualidade são garantir a
permanência e as aprendizagens dos estudantes, respondendo às suas
aspirações presentes e futuras.

Considerada fundamental por muitos pesquisadores acadêmicos,


especialistas, educadores e gestores de escolas há vários anos, a luta por um
base curricular forte e que orientasse uma reestruturação profunda na gestão
pedagógica brasileira ganhou força com a criação do Movimento pela Base
(MPB), um grupo não governamental de pessoas e entidades dedicadas à causa
da construção e implementação da BNCC e do Novo Ensino Médio.

40
Sabe-se, no entanto, que a Base não é um documento elaborado
isoladamente, e sua concepção segue alinhada com outras definições
importantes para o direcionamento nacional de mudanças e metas da educação
brasileira.

Assim a BNCC do Ensino Médio se organiza em continuidade ao proposto


para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental, centrada no desenvolvimento
de competências e orientada pelo princípio da educação integral. Assim, as
competências gerais estabelecidas para a Educação Básica orientam tanto as
aprendizagens essenciais a ser garantidas no âmbito da BNCC do Ensino Médio
quanto os itinerários formativos a ser ofertados pelos diferentes sistemas, redes
e escolas.

Figura 1: Organização do Ensino Médio por área do Conhecimento

Fonte: https://observatoriodeeducacao.institutounibanco.org.br/

Tal organização, portanto, deve contribuir para a integração dos


conhecimentos, entendida como condição para a atribuição de sentidos aos
conceitos e conteúdos estudados nas escolas

41
E assim, na direção de substituir o modelo único de currículo do Ensino
Médio por um modelo diversificado e flexível, a Lei nº 13.415/201755 alterou a
LDB, estabelecendo, no Art. 36, que O currículo do ensino médio será composto
pela Base Nacional Comum Curricular e por itinerários formativos, que deverão
ser organizados por meio da oferta de diferentes arranjos curriculares, conforme
a relevância para o contexto local e a possibilidade dos sistemas de ensino, a
saber: I: linguagens e suas tecnologias; II: matemática e suas tecnologias; III:
ciências da natureza e suas tecnologias; IV:ciências humanas e sociais
aplicadas; V: formação técnica e profissional.

Como um sistema interativo e multiculturalista, o ensino, ou seja, os


sistemas de ensino e as escolas devem construir seus currículos e suas
propostas pedagógicas, considerando as características de sua região, as
culturas locais, as necessidades de formação e as demandas e aspirações dos
estudantes. Nesse contexto, os itinerários formativos, previstos em lei, devem
ser reconhecidos como estratégicos para a flexibilização da organização
curricular do Ensino Médio, possibilitando opções de escolha aos estudantes.

Para além da definição e promulgação da BNCC, o seu processo de


implementação, estava prevista inicialmente para até o final de 2021, prevê
inúmeros desafios, sobretudo nos tempos de isolamento social.

A pandemia e a implementação da BNCC

Inicialmente a BNCC seria implementada em todas as escolas brasileiras


até o final de 2021. Contudo, diante do contexto atual, com a interrupção das
atividades escolares presenciais, devido à pandemia da Covid-19, o fato implicou
em desafios múltiplos tanto para educadores quanto para gestores em todo país.
Apesar dos percausos os estados seguem com os preparativos gerais para a
implementação, sobretudo no que se refere à elaboração da documentação
necessária; no entanto, etapas igualmente necessárias, como consultas
públicas, formação de professores e homologação
Mesmo com os estados continuarem dado continuidade aos cronogramas
de implementação, na medida do possível, e respeitando as normas de
distanciamento social, muitas alterações necessárias, principalmente no que se

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refere às adequações de infraestrutura, irão demandar adequações de
cronograma, com prováveis adiamentos.
De maneira geral, as mesmas equipes de gestão nas secretarias
estaduais de Educação que estavam responsáveis pela implementação foram
destacadas para focar nas demandas emergenciais impostas pelo contexto
pandêmico. Além disso, parte essencial do processo de implementação envolve
a participação democrática na forma de audiências públicas que permitam o
amplo debate com a comunidade escolar. As audiências estavam sendo
planejadas, com a inclusão de reuniões com regionais e rodas de conversa com
estudantes, eventos impossibilitados pelas medidas de distanciamento social.
Seria possível realizar os eventos em plataformas digitais, contudo esse é um
elemento dificultador, que não apenas deixa de envolver parte significativa da
comunidade como também atrasa, em todo caso, o cronograma.
Além da revisão dos cronogramas de implementação, outro grande
desafio envolve a garantia do direito à aprendizagem aos estudantes que tiveram
suas atividades presenciais interrompidas, sobretudo àqueles que estão
completando segmentos do ensino, como os do 9ª ano do Ensino Fundamental.
A interrupção das atividades presenciais implica igualmente um provável
decréscimo, geral e transversal, nos índices de aprendizagem da Educação
Básica.

O Novo Ensino Médio 2022

Antes de dar continuidade à leitura do texto, veja o vídeo abaixo sobre o


Novo Ensino Médio de 2022 e tire muitas dúvidas que surgem no decorrer da
leitura do texto.

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Vídeo de apoio: O Novo Ensino Médio 2022 – Tudo que você precisa
saber

Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=fPTF1qQ9GdU>

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O novo modelo começa a ser implementado de forma gradual a partir de
2022 é um modelo de aprendizagem focada na formação de cidadãos e no
desenvolvimento de competências e habilidades, com disciplinas integradas em
quatro áreas do conhecimento que possibilita que os alunos escolham itinerários
formativos de acordo com áreas de seu interesse e projetos de vida e de
carreira. Ele propõe uma reforma matriz de referência curricular dos alunos do
1º, 2º e 3º ano dessa etapa escolar. A Lei nº 13.415/2017, que institui as
alterações, estabelece maior integração e flexibilidade curricular e a oferta de
itinerários formativos.

São cinco itinerários que a escola pode ofertar, entre eles, o de formação
técnica e profissional, e os alunos escolherão qual cursar de acordo com as
áreas de seu interesse e projetos de vida e de carreira. E todas escolas de
ensino médio de todo o Brasil enfrentarão o desafio de implementar as novas
diretrizes curriculares nacionais. A adaptação das escolas começou em 2018 e
será realizada de forma gradativa.

Vale ressaltar que essa nova proposta do Novo Ensino Médio surgiu após
a percepção de uma estagnação dos índices de desempenho dos estudantes
brasileiros. Além disso, entre as etapas da educação básica, o ensino médio é a
que tem as maiores taxas de abandono, reprovação e distorção idade-série
(atraso escolar de dois anos ou mais). E foram muitas as justificativas para
reformular a última etapa da educação básica: um ensino de baixa qualidade,
generalista, com número excessivo de disciplinas, alto índice de evasão e de
reprovação e distante das necessidades dos estudantes e dos problemas do
mundo contemporâneo. A escola precisa, portanto, conversar com a realidade
atual, promover um ensino alinhado com as necessidades dos estudantes e os
preparar para viverem em sociedade e enfrentarem os desafios de um mercado
de trabalho dinâmico.

O Novo Ensino Médio contribui ainda com o desenvolvimento do projeto


de vida e carreira dos alunos, já que as escolas deverão priorizar atividades que
promovam a cooperação, a resolução de problemas, o desenvolvimento de
ideias, o entendimento de novas tecnologias, o pensamento crítico, a
compreensão e o respeito. Apesar de serem premissas importantes na formação
de qualquer cidadão e profissional, não são de aplicação obrigatória no modelo
antigo de ensino.

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Outro benefício da nova metodologia é o de proporcionar menos aulas
expositivas e focar mais em projetos, oficinas, cursos e atividades práticas e
significativas. E para os professores, a mudança mais significativa que o novo
modelo traz é a abertura de leque de possibilidades em relação à contratação,
com a inclusão dos profissionais de notório saber para o itinerário de formação
profissional e técnica.

Embora algumas escolas já estejam adaptadas com as matrizes de


referência de curricular do Novo Ensino Médio, as mudanças são obrigatórias
para todas as redes de ensino, públicas e privadas, em 2022. Abaixo o
cronograma proposto pelo Ministério da Educação:

 2021: aconteceráa aprovação e homologação dos referenciais


curriculares pelos respectivos Conselhos de Educação e formações
continuadas destinadas aos profissionais da educação;

 2022: período da implementação dos referenciais curriculares no 1º ano


do ensino médio;

 2023: previsão da implementação dos referenciais curriculares nos 1º e


2º anos;

 2024: implementação dos referenciais curriculares em todos os anos do


ensino médio;

 Período de 2022 a 2024: a monitoramento da implementação dos


referenciais curriculares e da formação continuada aos profissionais da
educação.

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REFERÊNCIA

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