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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

1º Trabalho de campo

Silva…….. – Código: ………..

Nampula, Abril de 2023


Universidade Católica de Moçambique
Instituto de Educação à Distância

1º Trabalho de campo

Silva…….. – Código: ………..

Trabalho de carácter avaliativo no


âmbito da cadeira de LALP, 4º ano de
frequência, curso de Licenciatura em
Ensino de Português, Turma “_”, 1a
cessão, leccionada pela,

MA:

Nampula, Abril de 2023


i
Índice

Introdução...................................................................................................................................3

1. Conceito de Currículo.............................................................................................................4

1.1. Tipos de Currículo...............................................................................................................5

2. A essencia do ZDP e suas caracteristicas...............................................................................7

3. Plano de Aula..........................................................................................................................9

Conclusão..................................................................................................................................11

Bibliografia...............................................................................................................................12

ii
Introdução

O presente trabalho subordina-se a cadeira de Didáctica de Português III e tem como foco
responder um leque de questões. O trabalho tem como objectivos geral responder as questões
propostas perguntas, . E temos objectivos específicos que se resumem nos seguintes:
Conceituar Currículo; Explicar a essência do ZDP e suas características; Apresentar um plano
de aula de textos expositivo-explicativo.

Quanto a metodologia, recorreu-se a consulta bibliográfica numa abordagem qualitativa e,


como técnica, fez-se uma leitura exaustiva, análise facial das fontes usadas e os dados foram
sintetizados de forma descritiva.

O trabalho está estruturado da seguinte maneira: introdução, desenvolvimento e inclui uma


conclusão ao menos parcial, mediante a sua abordagem, inclui igualmente uma bibliografia
final da fonte usada. Como técnica, fez-se uma leitura exaustiva, análise facial das fontes
consultadas.

iii
1. Conceito de Currículo

Segundo Sacristán (2008), o currículo refere-se a práticas escolares que se desdobram em


torno do conhecimento, permeadas pelas relações sociais, articulando vivências e saberes dos
estudantes e contribuindo para o desenvolvimento de suas identidades.

Sacristán (2000) continua a apresentar outros conceitos de currículo, o currículo como


conjunto de conhecimentos ou matérias a serem superadas pelo aluno dentro de um ciclo ou
nível educativo ou modalidade de ensino ou acessão mais clássica e desenvolvida:

Franze & Vunguire. (2014):

não podemos esquecer que o currículo supõe a concretização dos fins sociais e
culturais, de socialização, que se atribui à educação escolarizada, ou de ajuda ao
desenvolvimento, de estímulo, e cenário do mesmo, o reflexo de um modelo educativo
determinado, pelo que necessariamente tem de ser um tema controvertido e
ideológico, de difícil concretização num modelo ou proposição simples (p.15).
Para Zabalza (1992), currículo é - o conjunto dos pressupostos da partida, das metas que se
deseja alcançar e dos passos que se dão para se alcançar, é o conjunto de conhecimentos,
habilidades, atitudes, outros que são consideradas importantes para serem trabalhados na
escola, ano após, ano‖ (p.12).

O currículo é o texto que contém o projecto de reprodução e produção da sociedade e cultura


desejáveis e, por isso, se converte no campo de batalha onde se reflectem e se resolvem
conflitos muitos diversos‖ (Sacristán, 1997, p.28).

O currículo é muitas coisas ao mesmo tempo: ideias pedagógicas, estruturação de conteúdos


de uma forma particular, detalhamento dos mesmos, reflexo de aspirações educativas mais
difíceis de moldar em termos concretos, estímulo de habilidades nos alunos, etc. A partir
disso, se percebe o quanto o currículo é abrangente e capaz de desempenhar funções e facilitar
as novas gerações um amoldamento ao procedimento económico, cultural, social que é uma
realidade desafiadora.

Como se pode constatar, formulando um conceito mais inovador em relação ao pensamento


curricular, podemos conceber o currículo como resultado de uma acção, a qual constrói-se e
desenvolve-se em acção, deixando por detrás os conceitos de currículo como um plano
acabado e pronto a pôr em acção, das teorias técnicas e práticas do currículo.

iv
1.1. Tipos de Currículo

Conforme Jesus (s/d) citado por Pereira (2014) diz que estudos realizados a respeito do
currículo a partir das décadas de 1960-70 salientam que existem vários níveis de Currículo,
sendo que tais níveis “servem para fazer a distinção de quanto o aluno aprendeu ou deixou de
aprender” (p. 19).

Assim, para melhor compreender a estrutura do currículo, é importante conhecer suas


diferentes dimensões, pois como visto, ele apresenta várias nuances. Platt e Abrahão (s/d)
citado por (Pereira, 2014, p. 19) apontam que no contexto escolar coexistem três tipos
de currículo. Assim, na sequência será descrito três faces do currículo: o formal, o real e o
oculto.

 Currículo Formal

Tendo em mente que o “currículo formal refere-se aquele que é estabelecido pelos sistemas de
ensino ou instituição educacional” (Libâneo citado por Medeiros et al, s/d). percebe-se que as
variações do currículo se mostram nas instituições sendo influenciada de diversas formas, pois
será a consequência das muitas intenções de cada administração.

Desta maneira compreende-se o currículo como a estrutura do conhecimento académico.


Desse modo a estrutura curricular faz-se fundamental porque com o aparecimento do ensino
em massa necessitou-se de uma organização estável do conhecimento que seria repassado aos
educandos (Medeiros et al., s/d).

O currículo é um ponto essencial da estrutura educacional e faz parte do Projecto


Político Pedagógico da instituição de ensino. Dessa forma o mesmo deve ser
raciocinado e reflectido pelos indivíduos que em sua interacção possuem uma meta em
comum e optam por uma teoria que sustenta a mesma. (Medeiros et al, s/d; Veiga
2002)
Sendo assim a estrutura do currículo é fundamentada essencialmente no Projecto Político
Pedagógico de cada ambiente escolar, considerando os fundamentos básicos para sua
elaboração. A instituição de ensino é o entender, dar valor e concretizar o seu plano
educativo, considerando a necessita lugar para de desenvolver seu projecto pedagógico com
base no dia-a-dia de seus educandos (Medeiros et al, s/d, citado por Pereira, 2014, p. 19).

De acordo com Libâneo e Oliveira (2003) citado por Platt e Abrahão (s/d) o currículo
conceituado como "formal" e que pode ser chamado de "oficial" foi estabelecido pelo sistema

v
educacional, expresso em normas curriculares, desde seus objectivos até os conteúdos das
áreas ou disciplinas de estudo.

Referindo-se a Kelly citado por Camacho (2010) aponta que o currículo "formal" está
ordenado na mesma concepção do currículo oficial, isto é, são as finalidades, conteúdos e
tarefas apresentadas pela escola, sendo possível avaliá-los.

 Currículo Real

Currículo real é o que passa a ser realidade no espaço escolar com docentes e alunos, a cada
momento em consequência de um projecto político pedagógico e dos propósitos de ensino ..
Neste contexto, o currículo real é “tanto o que sai das ideias e da prática dos professores, da
percepção e do uso que eles fazem do currículo formal, como o que fica na percepção dos
alunos”.

Ao discorrer sobre o currículo e a prática pedagógica Saviani (2008) citado por Pereira (2014)
comenta sobre a concepção do currículo e aponta que este é o resultado de uma construção
social, consistindo em uma selecção de elementos culturais da sociedade (p. 20).

No seu texto, a autora diz que uma forma de se compreender o currículo é defender sua
construção em sala de aula, com o desenrolar das tarefas educativas e conforme a
característica de alunos e docentes, atentando-se às necessidades que surgem a cada momento.

Para Saviani (2008), em tal visão não é possível que se elabore propostas curriculares
comuns, sendo justificável que haja um currículo para cada contexto, “um currículo para cada
região, um currículo para cada escola, quiçá, para cada classe”. A autora considera que há
duas posições extremas: a do currículo elaborado e a rejeição de um currículo comum, sendo
que a primeira limita-se apenas a nortear o que deve ser feito.

A partir de tais considerações é possível compreender o que constitui o currículo real, pois na
concepção de Saviani (2008), quando se elabora o currículo parece que se ignora que há uma
distância considerável entre o que é oficialmente prescrito e “o currículo real, na acção –
aquele que objectivamente acontece na escola”.

 Currículo Oculto

O currículo oculto segundo Libâneo e Oliveira citado por Platt e Abrahão (s/d, p) é assim
chamado por não se mostrar de forma clara, pois ele “não é prescrito, não aparece no
planeamento, embora constitua importante factor de aprendizagem” ( p. 177).

vi
O currículo oculto indica as práticas e mudanças educacionais que orientam e resultam nas
aprendizagens não explícitas e nem propostas pelos projectos educacionais. Podendo ainda ser
considerado como “a aquisição de valores, atitudes, processos de socialização e formação
moral”.

Resumindo, o currículo oculto pode ser classificado como um conjunto de comunicações


transmitidas de modo oculto e danoso pelo ensino e pelo docente, e que não se encontram
escritas nos documentos oficiais. Sendo assim, a autora entende que o currículo oculto tem
uma função essencial no processo de transmissão de crenças e valores aos educandos.

Dados estes factos, é necessário analisar com cuidado os processos educativos não
considerando como evidentes as estruturas, os métodos de ensino, os conteúdos dos
programas, as relações professor-aluno.

2. A essência do ZDP e suas características

Zona de Desenvolvimento Proximal é: “a distância entre o nível de desenvolvimento real, que


se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de
desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de
um adulto ou em colaboração com companheiros mais.

“A zona de desenvolvimento proximal define aquelas funções que ainda não amadureceram,
mas estão em processo de maturação, funções que amadurecerão mais cedo ou mais tarde,
mas que actualmente estão em estado embrionário” (Vygotsky, 1978).

Para Franze & Vunguire (2014):

A ZDP é criada na própria interacção em função tanto das características dos


esquemas de conhecimento sobre a tarefa ou sobre o conteúdo trazidos pelo
participante menos competente na matéria específica, como dos tipos e graus de
suporte, de instrumentos e recursos de apoios utilizados pelo participante menos
competente em relação a um determinado assunto (educadores ou educandos). Daí
pode se falar de múltiplas ZDPs (p. 77).
A intervenção mais eficaz do mediador é aquela que age na zona proximal de
desenvolvimento, nas estruturas não amadurecidas do indivíduo. Por conseguinte, não adianta
intervir no nível de desenvolvimento real do participante, porque o mesmo representa as
funções mentais já desenvolvidas e amadurecidas no indivíduo, ou seja, o participante
conhece o que está sendo proposto pelo mediador.

No entanto, também não adianta atuar no nível de desenvolvimento potencial, porque o


sujeito não pode fazer sozinho e, consequentemente, as instruções do mediador serão

vii
incompreendidas, uma vez que o aprendiz necessita da orientação do mediador ou da
colaboração dos colegas mais capazes.

Segundo a teoria vygotskyana, o aprendizado progride mais rápido que o


desenvolvimento e é na ZPD que o mediador deve atuar e auxiliar, por meio da
linguagem, na construção e reconstrução do conhecimento dos seus aprendizes. Nesse
contexto, o mediador, para ser eficiente, deve conhecer as ideias dos participantes e
agir adequadamente na situação-problema, para que o participante entenda o desafio e
alcance a zona de desenvolvimento proximal. Além disso, o conhecimento é o
resultado da interação sociocultural. Por sua vez, a origem dos processos de
aprendizagem e desenvolvimento humano está nas relações e na interacção com outras
pessoas (Tavares-Silva,2006)..
Daí, o participante sabe que tem o apoio do mediador para fornecer pistas da situação-
problema e também sabe, que poderá contar com a colaboração dos colegas visando a
resolução em conjunto. Percebo que os processos de apreensão do conhecimento têm como
trilha as relações e as interacções dos sujeitos com o meio, com o contexto social e baseados
no apoio intelectual real e afectivo, ou seja, é por meio dos princípios integracionistas
(dialécticas externas de adaptação entre o organismo psicológico do indivíduo e seu contexto)
que o conhecimento floresce”

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3. Plano de Aula

Escola Secundária Be-a-Ba Objectivo geral: Compreender os textos expositivos-explicativos


Nome do professor: Silva Objectivo especifico: Reconhecer a mancha gráfica do expositivos-explicativos
Data:____/04/2023 Conhecer a estrutura do texto expositivos-explicativos
Disciplina: Português ; Classe:____; Turma ______
Unidade temática: _______________________ Duração: 90 minutos;
Tempo lectivo: 3º e 4º tempo
Tempo Função Conteúdo Actividades Método Meios Obs:
Didáctica Professor Aluno
Saudação do professor e aluno; Saúda os alunos, Atento responde a
Organização da turma; Organiza a turma saudação; Livro de
10’ Introdução e Chamada de controlo de presença; Chamada de controlo de -Atentamente responde a Dialógico turma e
motivação Revisão da aula anterior. presença chamada caneta
Revisão da aula anterior
Introduz o tema da aula do Escuta a exposição do Caderno,
dia; docente; caneta,
Apresentação do texto (mancha -lança algumas questões -passa o conteúdo no seu quadro
Mediação e gráfica); relacionadas a aula do dia; caderno preto, giz
40’ assimilação explica os conceitos mais Dialógico
Características e estrutura do texto pertinentes da aula
expositivo

O professor faz a Presta atenção a síntese Caderno,


abordagem da visão geral feita pelo professor e se caneta,
da aula, ou seja, explica de necessário para ele anota quadro
30’ Domínio e novo a matéria mas de no seu caderno. Expositivo preto, giz
consolidação Síntese da aula forma resumida.

Expõe as questões para os Escuta e escreve o Caderno,


alunos; exercício; caneta,
Controle e -Resolve no seu caderno Trabalho quadro
10’ avaliação Exercícios: diário independente preto, giz

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Conclusão

Currículo é - o conjunto dos pressupostos da partida, das metas que se deseja alcançar e dos
passos que se dão para se alcançar, é o conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes,
outros que são consideradas importantes para serem trabalhados na escola, ano após, ano‖

no contexto escolar coexistem três tipos de currículo. Assim, na sequência será descrito
três faces do currículo: o formal, o real e o oculto.

currículo formal refere-se aquele que é estabelecido pelos sistemas de ensino ou instituição
educacional”

Currículo real é o que passa a ser realidade no espaço escolar com docentes e alunos, a cada
momento em consequência de um projecto político pedagógico e dos propósitos de ensino ..
Neste contexto, o currículo real é “tanto o que sai das ideias e da prática dos professores, da
percepção e do uso que eles fazem do currículo formal, como o que fica na percepção dos
alunos”.

O currículo oculto indica as práticas e mudanças educacionais que orientam e resultam nas
aprendizagens não explícitas e nem propostas pelos projectos educacionais. Podendo ainda ser
considerado como “a aquisição de valores, atitudes, processos de socialização e formação
moral”.

A zona de desenvolvimento proximal define aquelas funções que ainda não amadureceram,
mas estão em processo de maturação, funções que amadurecerão mais cedo ou mais tarde,
mas que actualmente estão em estado embrionário

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Bibliografia

Bonfim, A. (2000). O que é Currículo Escolar? Disponível em:


https://pt.scribd.com/doc/44668455/O-que-e-curriculo-escolar.

Franze, B; Vunguire, G, F. (2014). Didáctica do português III. UCM, Moçambique.

Pereira, P. (2014). O Currículo e as Práticas Pedagógicas. São Paulo.

Ribeiro, A. C. (2012). Desenvolvimento Curricular. Texto Editora, Lisboa.

Sacristán, J. G. (1997). O currículo: uma reflexão sobre a prática. 3ª. ed. Porto Alegre:
Artmed.

Sacristán, J. G. (2000). O currículo: uma reflexão sobre a prática. (3ª ed.). Porto Alegre:
Artmed.

Silva, et al. (s/d). O Currículo Escolar e suas Múltiplas Funções. (1ª ed.). Rio de Janeiro.

Tavares-Silva, T. (2006). A educação baseada no paradigma da produção em massa, de


servidores do Estado de São Paulo, via cursos on-line: a comunidade virtual de
aprendizagem como recurso para valorizar e resgatar a capacidade de pensar,
interagir e construir do aprendiz. Tese (Doutorado em Educação - Currículo) -
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.

Vygotsky, L. S. (1978). A formação social da mente. São Paulo, Martins Fontes.

Zabalza, M. (1992). Planificação e Desenvolvimento Curricular na Escola. Porto: Asa.

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