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INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como tema Análise do Plano Pedagógico (currículo escolar) e do plano de
trabalho docente. Analisar o currículo escolar no meio educacional, social e cultural, sendo o
currículo, um conjunto benéfico de saberes/conhecimentos, os quais devem ser analisados
eticamente no contexto escolar, como também, a influência do currículo na concretização de
objetivos no ensino-aprendizagem dos discentes. É necessário que a escola, juntamente com os
professores/educadores, pais e a comunidade escolar em geral, sejam capazes de refletir, analisar,
compreender e verificar, que o currículo escolar é um elemento de suma importância no âmbito
escolar e no planeamento concreto das atividades elaboradas pelo professor/educador. Certamente,
é o currículo escolar que permite uma melhor organização dos conteúdos e das atividades a serem
trabalhadas pelo docente de forma ética e democrática. Desde então, deve-se haver o entendimento
por parte daqueles que compõem a equipe escolar, que o currículo vai além da compreensão de
disciplinas isoladas, de conteúdos, conhecimentos passivos e fragmentados.
1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivos Geral
Analisar o Plano Pedagógico (currículo escolar) e do plano de trabalho docente.
1.2. Metodologia
Na procura de entender a Análise do Plano Pedagógico (currículo escolar) e do plano de trabalho
docente realização e conclusão desde trabalho de campo baseou–se, em pesquisa bibliográfica,
realizada em bibliotecas e escolas públicas, utilizou-se (livros de metodologia científica, obras
literárias e didácticas, artigos científicos). A pesquisa foi desenvolvida através de acções e
investigações concretas, assim como de leitura, conhecimentos precisos, reflexão, e com base em
análise crítica sobre o tema norteador do trabalho.
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2.0. ANÁLISE DO PLANO PEDAGÓGICO (CURRÍCULO ESCOLAR) E DO PLANO DE
TRABALHO DOCENTE
A palavra currículo deriva do latim curriculum (originada do verbo latino currere, que significa
correr) e refere-se ao curso, à rota, ao caminho da vida ou das atividades de uma pessoa ou grupo
de pessoas (GORDON apud FERRAÇO, 2005). Já, conforme o Dicionário Aurélio da língua
portuguesa, Ferreira (1986), define-se currículo como “a parte de um curso literário, as matérias
constantes de um curso”. De acordo com Zotti (2008), o termo foi utilizado pela primeira vez, para
caracterizar um plano estruturado de estudos.
É importante repensar, a função socializadora que o currículo escolar deve exercer no âmbito
educacional. Analisa-se contemporaneamente, que o currículo escolar não pode ser visto e nem
compreendido, como, um “acúmulo” de disciplinas isoladas, fragmentadas, com conteúdos
apresentados de modo tradicional, e transmitidos sem reflexão pelo professor/educador em sala de
aula. Verifica-se, que o currículo escolar é histórico, e vai além de conteúdos e disciplinas, sendo
que o currículo deve que ser elaborado de forma a oportunizar condições de conhecimentos para
os educandos, na busca de abranger e atender as diversas realidades sociais existentes, de maneira
ampla, real, significativa, reflexiva, dinâmica, democrática, inclusiva, ética e moral.
O currículo nunca é simplesmente uma montagem neutra de conhecimentos, que de alguma forma
aparece nos livros e nas salas de aula de um país. Sempre parte de uma tradição seletiva, da
seleção feita por alguém, as visões que algum grupo tem do que seja o conhecimento legítimo. Ele
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é produzido pelos conflitos, tensões e compromissos culturais, políticos e econômicos que
organizam e desorganizam um povo. (APLLE, 2000)
O currículo representa a caminhada que o sujeito irá fazer ao longo de sua vida escolar, tanto em
relação aos conteúdos apropriados, quanto ás atividades realizadas sob a sistematização da escola.
Nesse sentido, Sácristán e Gómez (1998), afirmam que “a escolaridade é um percurso para
alunos/as, e o currículo é seu recheio, seu conteúdo, o guia de seu progresso pela escolaridade”.
No contexto escolar, o currículo deve ter uma função formativa, educativa, social e cultural. O
currículo escolar, como prática de transformação da realidade e do conhecimento concreto, precisa
ser debatido e refletido constantemente, por todos aqueles que compõem a equipe escolar, onde,
todos os profissionais da escola devem estar preparados para entenderem, que o currículo é
essencial na práxis pedagógica e na vida escolar, social e cultural de todos os alunos que chegam
até a escola em busca de conhecimentos significativos. De acordo com Krug (2001).
O currículo surge, então, em uma dimensão ampla que o entende em sua função socializadora e
cultural, bem como forma de apropriação da experiência social acumulada e trabalhada a partir do
conhecimento formal que a escola escolhe, organiza e propõe como centro as atividades escolares.
Atualmente, verifica-se que ainda há professores/educadores, que demostram compreender o
currículo escolar, como, uma área meramente técnica, passiva/ neutra. Segundo Moreira e Silva
(1994), o currículo tem que possuir uma “tradição” crítica, pois:
O currículo há muito tempo deixou de ser apenas uma área meramente técnica, voltada para
questões relativas a procedimentos, técnicas, métodos. Já se pode falar agora em uma tradição
crítica de currículo, guiada por questões sociológicas, políticas e epistemológicas. Embora
questões relativas ao currículo continuem importantes, elas só adquirem sentido dentro de uma
perspectiva que as considere em sua relação com questões que perguntem pelo “por que” das
formas de organização do conhecimento escolar.
É interessante recordar, que as definições de currículo até o século XIX, referiam-se restritamente
á matéria, conforme indica Zotti (2008): Inserido no campo pedagógico, o termo passou por
diversas definições ao longo da história da educação. Tradicionalmente o currículo significou uma
relação de matérias/disciplinas com seu corpo de conhecimento organizado numa sequência
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lógica, com o respectivo tempo de cada uma (grade ou matriz curricular). Esta conotação guarda
estreita relação com o “plano de estudos”, tratado como o conjunto das matérias a serem ensinadas
em cada curso ou série e o tempo reservado a cada uma.
Após o século XIX, o significado de currículo vai tomado outra proporção, o que inclui não
apenas o conhecimento escolar, mas também, as experiências de aprendizagem. Sendo assim, o
currículo envolve tanto a construção, quanto o aprimoramento necessário para o desenvolvimento
do sujeito. Segundo Moreira e Candau (2008).
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O currículo tem que ser olhado pelos educadores de forma diferenciada, bem mais que uma
simples grade curricular a ser cumprida, mas um compromisso ético no ensino-aprendizagem, na
busca de investigar e refletir sobre questões de natureza teórica e prática que norteiam a prática
pedagógica voltada a atender as demandas da atualidade, e principalmente a diversidade cultural
presente nas instituições de ensino.
O currículo escolar, sempre foi um elemento fundamental para as decisões e reflexões da prática
pedagógica no contexto escolar. É imprescindível, relatar um pouco da história da educação, onde
se analisa que, o primeiro modelo de educação moçambicana.
Percebe-se, então, que o currículo escolar tem finalidades políticas muito precisas. Zotti (2004),
afirma que os currículos oficiais foram elaborados ao longo da história, para atenderem ás
demandas econômicas. Nesse sentido, todas as mudanças no campo curricular que já foram
realizadas seguiram os interesses políticos do modelo econômico vigente. A autora nos conduz a
refletir sobre as implicações político-econômicas que subsidiaram a construção dos currículos
oficiais durante toda a história da educação brasileira. Essa maneira de pensar o currículo dá
origem a questionamentos sobre o que já foi estabelecido no campo curricular, as possíveis
ideologias ocultas e as contradições eminentes, quando se compara o discurso pedagógico com a
realidade escolar.
O currículo é, em outras palavras, o coração da escola, o espaço central em que todos atuamos o
que nos torna, nos diferentes níveis do processo educacional, responsáveis por sua elaboração. O
papel do educador no processo curricular é, assim, fundamental. Ele é um dos grandes artífices,
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queira ou não, da construção dos currículos construídos que sistematizam nas escolas e nas salas
de aula. (MOREIRA e CANDAU, 2007).
O currículo escolar contemporaneamente está muito fragmentado, e sem relação nenhuma para
com a vida dos discentes que chegam até a escola. Analisa-se em muitas escolas, que o currículo
não é repensado e utilizado para concretizar o ensino-aprendizagem dos alunos de forma
diversificada, ativa, democrática, crítica e social.
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Sabe-se que a construção curricular é um projeto que deve levar em conta muitos fatores da
contemporaneidade, como por exemplo, (classe social, econômica, religião, família, raça, gênero,
valores, dificuldades de aprendizagem, até mesmo o emocional dos educandos), Zotti (2004)
defende que: O educador, então, não pode se limitar a desenvolver o que diversos agentes
decidem, mas deve estar atento aos diversos contextos em que são gestadas as propostas
curriculares, pois esse é o instrumento de intervenção e defesa de propostas coerentes com uma
educação e uma sociedade mais condizentes com os desejos da maioria da população.
A escola deve ter uma função socializadora, e o projeto curricular tem que ser elaborado com base
em ações práticas e educativas, ações essas, voltadas há coletividade, a interatividade, e a
intencionalidade no ensino-aprendizagem, na compreensão dos fatos históricos do passado, como
também, da diversidade cultural presente nos diversos contextos sociais.
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3.0. CONCLUSÃO
Em consonância com os objetivos deste trabalho analisou-se, que o currículo escolar é muito mais
que uma simples grade de disciplinas há ser trabalhada/estudada ou engavetada no ambiente
escolar. O currículo é uma ferramenta que permite clareza e lucidez na organização de
conhecimentos, métodos, recursos, adaptações, entre outros. Portanto, o currículo escolar envolve
questões ambientais, políticas, econômicas, sociais, culturais e educacionais, por este motivo, o
currículo não pode ser utilizado pela escola como um modelo de reprodução do conhecimento,
nem mesmo, como um discurso de alienação sobre as questões escolares. É preciso haver o
entendimento por parte de toda a equipe escolar, que o currículo não deve ser organizado em
matérias/disciplinas isoladas, pois tal forma de organização, separa, fragmenta e empobrece as
inter-relações entre professores, estudantes e comunidade escolar, assim como empobrece o
ensino-aprendizagem.
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4.0. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
APLLE, Michael W. (2000), Repensando ideologia e currículo. In: MOREIRA, A.F.; SILVA,
T.T. Currículo, Cultura e Sociedade. 4. ed. São Paulo: Cortez.
DIAS, Idilzina N.; SANTOS, Nobre R. dos; CRUZ, Paula; GOMANE, Orlanda; JÚNIOR, Ernesto
& SIMÃO, Jerónimo. (2010), Manual de Práticas e Estágio Pedagógicas. 2ª Edição, Editotora
EDUCAR-UP, Maputo.
MANTOAN, M. T. E. Inclusão Escolar: (2006), o que é? Para que? Como fazer? 2. ed. São Paulo:
Moderna,