Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CURSO DE PSICOLOGIA
FENOMENOLOGIA
SÃO PAULO
2023
Introdução
O presente trabalho tem como objetivo analisar a obra literária “Se eu fosse eu” de
Clarice Lispector através da abordagem fenomenológica. Isto posto, busca-se
exteriorizar nossas interpretações pessoais e a conceitualização com base na
fenomenologia presentes no poema.
Sob essa ótica, é necessário destacar que trouxemos uma reflexão pessoal sobre o
poema, haja vista que utilizamos como base livros e artigos que foram direcionados
pelo professor Daniel Stanchi com base na abordagem fenomenológica para
composição do trabalho.
E não me sinto bem. Experimente: se você fosse você, como seria e o que faria?
Logo de início se sente um constrangimento: a mentira em que nos acomodamos
acabou de ser movida do lugar onde se acomodara. No entanto, já li biografias de
pessoas que de repente passavam a ser elas mesmas e mudavam inteiramente de
vida.
Metade das coisas que eu faria se eu fosse eu, não posso contar. Acho por
exemplo, que por um certo motivo eu terminaria presa na cadeia. E se eu fosse eu
daria tudo que é meu e confiaria o futuro ao futuro.
"Se eu fosse eu" parece representar o nosso maior perigo de viver, parece a
entrada nova no desconhecido.
“Bem sei, experimentaríamos enfim em pleno a dor do mundo. E a nossa dor aquela
que aprendemos a não sentir.” (Clarice Lispector)
Nesta visão a angústia pode ser descrita como uma sensação de apreensão,
desconforto ou inquietação diante do desconhecido, imprevisível ou ambíguo. Ela
não é vinculada a um objeto específico, é uma experiência difusa e abrangente que
se relaciona com a própria condição humana.
Desta forma, a angústia é vista de forma diferente diante de cada autor estudado,
traremos aqui então, alguns dos entendimentos conhecidos.
Para este autor, superar a angústia, é aceitar a tensão paradoxal entre a liberdade e
a responsabilidade, para se tornar um indivíduo autêntico, é importante ter escolhas
autênticas, ser responsável individualmente por estas escolhas e adquirir coragem
para enfrentar a angústia existencial como parte do processo.
Aqui a angústia não pode ser evitada ou eliminada, tampouco superada, uma vez
que ela é parte inerente da existência humana e pode levar a compreensão
autêntica do ser e à responsabilidade por sua própria existência.
Sua realidade, suas vivências trazem respostas para perguntas que o leitor nunca
se fez, traz o desenvolvimento de uma consciência, conecta diversas possibilidades
oferecendo identidade ao leitor e a busca pela compreensão de si, esse sentido que
se busca está dentro de cada um e gera essa crise, gera diversas crises. Aqueles
momentos ilustram grande reflexão, são a união do ser e da consciência, revelados
em palavras que não traziam exatidão e nem um sentido preciso, ela conecta cada
um à sua maneira, uma realidade muito pessoal, traz uma construção própria e a
forma com que se sentem atingidos, dentro da perspectiva da intencionalidade de
Husserl.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVIM, Mônica Botelho. Merleau-Ponty e a Psicologia Clínica. In: ANTÚNEZ, André
Eduardo Aguirre; SAFRA, Gilberto. Psicologia Clínica da Graduação à Pós-
Graduação. Rio de Janeiro: Atheneu, 2018.
Feijoo, A.M.L.C; Protasio, M.M.; Gill, D.; Veríssimo, L.J (2015). Kierkegaard, a
Escola da Angústia e a Psicoterapia.
GOTO, Tommy Akira; HOLANDA, Adriano Furtado; COSTA, Ileno Izídio (2018).
Edmund Husserl: A fenomenologia e as possibilidades de uma Psicologia
Fenomenológica. In: ANTÚNEZ, André Eduardo Aguirre; SAFRA, Gilberto.
Psicologia Clínica da Graduação à Pós-Graduação. Rio de Janeiro: Atheneu, 2018.