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Ideias fundamentais de Jean Paul-Sartre

Unidade Curricular: Perspectivas Fenomenológica Existencial Humanista


Professora: Karima Fernanda Rosa Simão Martins
Jean Paul-Sartre (1905-1980) - ateu
▪ Foi filósofo e escritor francês, um dos maiores
representantes do pensamento existencialista.
▪ Em 1931, Sartre é nomeado professor de filosofia em Havre.
▪ Em 1933, interrompe sua carreira após receber uma bolsa
de estudos que lhe permitiu estudar na Alemanha no Instituto
Francês de Berlim, quando entrou em contato com a filosofia
de Husserl e de Heidegger.
▪ "O Ser e o Nada" foi o seu
principal trabalho filosófico onde
formulou seus pressupostos
existencialistas.
▪ Para Sartre, estamos diante
do nada porque somos livres
para fazer nossas escolhas.
A Filosofia Existencialista de Sartre

“A existência, precede a essência”.


▪ Primeiro ele existe, depois ele se define
como indivíduo a partir das suas escolhas.
▪ A existência é singular.
Para Sartre não há uma essência que defina o ser
humano, mas há um movimento de vivência contínua que
vai formando o ser humano.
▪ Para Sartre, somos seres de escolhas.
▪ A partir das minhas escolhas, tenho meus objetivos. Minha essência.
▪ O homem é um ser livre.

HOMEM

SER LIVRE RESPONSÁVEL PELAS SUAS ESCOLHAS,


AS ESCOLHAS SÃO DECISÕES
INDIVIDUAIS.
▪ Para Sartre o indivíduo está condenado a ser livre, ou
A Filosofia
Existencialista de seja, não tem como não fazer escolhas.
Sartre ▪ Até a não escolha, é uma escolha.
▪“Eu sou a minha escolha”.
A Filosofia Existencialista de Sartre
▪ Para Sartre, existir é estar aí, tentando descobrir as verdades mais fundamentais da
existência humana.
▪ Diante da falta completa de sentido do “estar aí” do homem, surge seu desespero e ele
elabora a ideia de que esse homem é um ser que tem como tarefa inventar ele mesmo um
sentido para sua existência.

Somos seres livres que escolhemos nossos valores na


construção da vida, na construção da nossa existência.
Método fenomenológico
▪ A Fenomenologia, é um método que trata de descrever, compreender os fenômenos que

se apresentam à percepção.
▪ Exemplo: pegue as páginas de um livro e tente ler de outro ângulo ou se você usa
óculos, tire os óculos e leia.
▪ O que isso nos diz que, se nos centrarmos na nossa própria experiência, começamos a
notar algumas coisas: uma delas é que nossa experiência visual que temos é uma
experiência de “alguma coisa”: páginas, as letras, etc.
▪ Ao nos centrarmos na nossa experiência do mundo, estamos dando o primeiro passo para
praticar a fenomenologia.
▪ “Esses objetos são uma parte integrante de sua experiência no sentido de que experiência no
sentido de experiência não seria o que é, caso incluísse esses objetos. (...) isso indica que esses
são objetos da experiência: que a experiência é de ou sobre eles”. (Cerbone, 2012)
▪ Aplica o MF à fenômenos psíquicos, típicos do ser-em-situação, ou seja, às várias formas pelas
quais a consciência aparece (como a imaginação, a emoção) procurando entender o que
precisamos compreender quando falamos da realidade humana.
Consciência para Sartre – Método fenomenólogico
▪ Para Sartre, não há uma essência que define o ser humano, mas ele é composto por

uma consciência, o Ser para Si e o Ser em Si.


▪ O ser humano é um ser que está para o mundo.
▪ Ser para si: vive para si, mas não tem uma identidade definida. Seria a nossa
consciência. O ser que está para o mundo.
▪ A consciência não é algo definido, ela ocorre a partir das nossas vivências.
▪ Ser em si: tem uma identidade definida. É o corpo. Pode ser nomeado, definido.
▪ São os fenômenos, os objetos no mundo.
▪ O ser humano é uma dualidade corpo/consciência.
▪ Consciência (CS) : é o nada.
▪ É uma falta, pois estamos diante do nada.
▪ Esse nada que move o ser humano, para buscar o ser em si, a sua essência.
▪ Daí a CS ser nadificação: sou o meu próprio futuro (o que ainda não existe) sob o modo de
não-ser. Essa capacidade de se deslocar do ser, incluindo o nada, é a maior expressão da
liberdade. Esse nada nos dá a liberdade de fazer escolhas.
Método fenomenológico - Consciência
▪ A CS confere à emoção seu significado próprio.
▪ Uma emoção, ou comportamento emotivo é um sistema organizado de atitudes,
sensações, maneiras de agir que a CS utiliza para conseguir alguma finalidade: resolver
um conflito, ocultar certas intenções, substituir ou reprimir alguma tendência.
▪ A emoção é um comportamento significativo, é a forma pela qual a consciência pretende
resolver algum problema ou diluir alguma tensão.
Método fenomenológico - Consciência
Uma emoção deve ser entendida como um modo de existir da CS, uma das formas pelas
quais ela compreende seu ser-no-mundo e pelas quais constitui seu mundo.

A emoção é uma forma de apreender o mundo, pois ela está inserida nesse mundo de forma
que tal interação faz com que essa percepção esteja sempre presente.
Estruturas básicas da realidade humana
▪ Somos basicamente uma CS:
▪ Estamos sempre voltados para algo (um objeto) do mundo interior ou exterior.
▪ A CS é a atividade intencional de relação com algo interno ou externo; é o dirigir-se para
algo estabelecendo uma relação de diferenciação com esse algo.
▪ Os objetos, enquanto presentes à CS, são fenômenos
▪ a própria CS é indeterminada em si: o objeto aparece à CS.
Estruturas básicas da realidade humana

▪ A CS é um nada, é liberdade.
▪Trata-se de uma distinção entre o eu e o objeto: o homem atribui sentido aos objetos, ao
mundo que o rodeia, despertando as suas significações.
▪ Existindo define seu ser: a existência precede à essência Constrói sua existência.

▪ Não nasce com alguma essência a priori; ao contrário, de início, é um nada e, na medida em
que existe, vai afirmando o que é.
Estruturas básicas da realidade humana
▪ A liberdade do homem representa o fato de que ele é indeterminado, um vazio a ser
preenchido: nada há no homem concreto que esteja aí necessariamente.
▪ Todos os seus atos e motivos são criados a partir de sua livre iniciativa. Não há nada que
o obrigue a agir de uma determina maneira, a não ser sua própria decisão.
▪ Ele é livre.

Possibilidade de escolha. O ser humano é um ser contingente.


Ele não é obrigado a ser quem ele não é.
Estruturas básicas da realidade humana

▪ A liberdade do homem representa o fato de que ele é indeterminado, um vazio a ser


preenchido: nada há no homem concreto que esteja aí necessariamente.
▪ A realidade humana é que cada indivíduo vive como uma liberdade gratuita, que o
obriga criar suas próprias justificativas, normas e valores, criar seu projeto.
Estruturas básicas da realidade humana – Má fé
▪ É o fenômeno onde alguém nega sua liberdade absoluta.

não conseguindo enfrentar sua angústia,


num modo de existência inautêntico.

▪ O ser humano que não coloca o problema de sua existência, que tenta justificar seu
comportamento alegando que é regido por leis, normas do seu ambiente, se dá uma
falsa tranquilidade e oculta para si os problemas fundamentais de sua existência.
A má-fé seria mentir para si mesmo,
tentando nos convencer de que não
somos livres.
Estruturas básicas da realidade humana
▪ O homem é um ser ligado a outros seres, aos acontecimentos.
▪ Ele toma suas decisões no meio dos acontecimentos.
▪ A sua liberdade se reveste de responsabilidade: o que cada homem escolhe livremente
é sua inteira responsabilidade.

A decisão da escolha é individual, o que


gera a RESPONSABILIDADE.
Estruturas básicas da realidade humana

▪ A liberdade só existe como escolha.


▪ A relação com os outros faz com que o homem se identifique e se personalize e é o
leva-o a se descobrir, dar um sentido ao mundo.
▪ A liberdade ganha sentido quando o homem assume sua responsabilidade.
▪Toda essa liberdade resulta em muita angústia.
▪ Antes de tomar qualquer decisão, não somos nada. ( o Ser e o Nada).
“O inferno são os outros”
▪ Para Sartre, a liberdade de um inibe, necessariamente, a do outro.
▪ A essência das relações seria sempre o conflito.
▪ Nossos projetos pessoais entram em conflito com o projeto de vida dos outros.
▪ Eles, os outros, tiram parte de nossa autonomia.
▪ É preciso ter a consciência profunda de que somos responsáveis pelas consequências
de nossas ações.
O inferno são os outros” é um alerta que nos lembra a
todo momento de nossa responsabilidade,
principalmente para com os outros. De fato, é um
inferno. É bem mais fácil culpar os outros.
“A realidade humana não tem desculpas: somos responsáveis pelo mundo, porque
o elegemos. O homem é o único legislador de sua vida, e a única lei de sua
existência diz apenas: ‘escolhe-te a si mesmo’. Ou então, ‘fazer e, ao fazer,
fazer-se’. A cada momento o homem deve escolher o seu Ser, lançando-se
continuamente a seus possíveis e constituindo pouco a pouco a sua essência,
através dessas escolhas, contando, para agir, somente com a voz de sua
consciência.”
Reflexão
▪ Para finalizar o Existencialismo a partir dos principais filósofos o que podemos perceber
para a formação enquanto futuros psicólogos?
▪ O que as pessoas buscam?
▪ O que é lidar com o sofrimento humano na forma de angústia?

Será que de uma certa foram é o que a finitude nos remete?


Dor da perda, lembranças e vivências sem serem elaboradas?
Lembranças

Um brinde às pessoas que temos


Brinde ao desejo de que você estivesse aqui, mas não está
Porque as bebidas trazem todas as lembranças de volta
De tudo que já passamos
Um brinde para aqueles aqui hoje
Um brinde para aqueles que perdemos pelo caminho
Porque as bebidas trazem todas as lembranças de volta
E as lembranças trazem, as lembranças trazem você de volta

Há um tempo em que eu lembro


De quando eu não conhecia nenhuma dor
De quando eu acreditava no para sempre
E de que tudo continuaria igual
Agora, meu coração parece como dezembro
Quando alguém diz o seu nome
Porque eu não consigo te ligar
Mas eu sei que irei um dia, sim
Todo mundo se machuca às vezes
Todo mundo se machuca algum dia, ayy-ayy
Mas tudo ficará bem
Vá e erga um copo e e diga, ayy

Um brinde às pessoas que temos


Brinde ao desejo de que você estivesse aqui, mas não está
Porque as bebidas trazem todas as lembranças de volta
De tudo que já passamos
Um brinde para aqueles aqui hoje
Um brinde para aqueles que perdemos pelo caminho
Porque as bebidas trazem todas as lembranças de volta
E as lembranças trazem, as lembranças trazem você de volta
Há um tempo em que eu lembro
De quando nunca me senti tão perdido
De quando todo o ódio
Era poderoso demais para ser parado (Ooh, sim)
Agora, meu coração parece como uma brasa
E está iluminando a escuridão
Eu vou carregar essas tochas por você
Para que você saiba que eu nunca vou deixá-las cair, sim
Todo mundo se machuca às vezes
Todo mundo se machuca algum dia, ayy-ayy
Mas tudo ficará bem
Vá e erga um copo e e diga, ayy
”Não há nada que possa eximir o homem da sua condição de ser
livre e, consequentemente, da sua condição de responsabilidade
diante de seus atos. Barreiras psicológicas, históricas ou
socioeconômicas não são capazes de ofuscar a liberdade.”
Atividade
▪ Escolher uma das três citações e fazer uma crítica relacionando com o trabalho da
psicologia e a formação de psicólogo.

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