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Rosto e Ética - Levinas

Alteridade: a defesa do alter (outro) em sua infinita transcendência constitui-se como tema
fundamental na obra de Levinas, a defesa do outro. O outro absolutamente o outro, não
passível de compreensão, o que não se enquadra no sistema englobante da razão, estando
sempre situado fora da totalidade.
Infinito: caracteriza a infinidade do outro, que não pode ser compreendido, nem reduzido a
compreensão, o outro não é idêntico. É o que escapa do pensamento, estar diante do outro.
Somente pelo rosto do outro o infinito pode me ver a ideia, ele surge no encontro
Ética: é a filosofia primeira, a metafísica, não se trata de um código moral, de uma lei, mas
de um mandamento em forma de apelo pessoal e o ordenamento que vem a mim no
encontro face a face com o outro, na presença do outro, ela se dá no encontro.
Responsabilidade: em face da fragilidade do outro, eu respondo a ele, é aceitar o outro
como outro
Rosto: é o outro, não se resume a face, é toda a corporalidade, significa a alteridade do
outro na sua infinita transcendência, expressão do infinito.
Subjetividade: eu, sujeito, ser para o outro ao dizer eis-me-aqui o eu recebe o outro em sua
morada e torna-se seu refém.
A identidade do eu é marcada pelo fim de sua solitude, no dizer sim ao outro, diante da
face, da fragilidade do outro eu sou responsável pelo outro.
PERGUNTAS

Qual é a crise da modernidade que Levinas fala que afeta o ego?


É o individualismo exacerbado, o egoísmo exagerado de pensar em si próprio e não ligar
para necessidade do outro.
Qual é a violência da razão?

Se dá pela necessidade do eu de querer dominar e fazer com que o rosto seja uma extensão
de si mesmo, querendo compreendê-lo e defini-lo de acordo com suas próprias experiências,
não reconhecendo a alteridade do rosto.

• Quem são eu e o outro?

O eu é o ego (finito), o ser, o sujeito, a razão (pensamento) e o outro é o rosto, tudo aquilo
que não seja si mesmo.

• O que ocorre no encontro?


Durante o encontro, o eu abre mão de si mesmo para responder o outro, coloca-se a
disposição do outro, quebrando esse individualismo exacerbado. O encontro para Levinas é
um momento ético no qual somos confrontados com a presença do outro, o que nos desafia
a assumir a responsabilidade por sua singularidade e a agir ética e moralmente em relação a
eles.
• Qual é a responsabilidade? De quem?

A responsabilidade é o agir eticamente com o outro, respeitar e aceitar a fragilidade do outro,


é responder ao outro, colocar-se a disposição. Assumir essa responsabilidade implica
reconhecer a humanidade do outro, respeitar sua singularidade e agir de maneira ética em
relação a eles.

• Como se dá o processo de identificação?


A identificação se dá ao ato de conseguir reconhecer o rosto do outro sem compreendê-
lo, ou seja, sem tentar entender ele através das próprias perspectivas, e sim,
reconhecendo a alteridade, individualidade do rosto.
• De que forma a fenomenologia pretende responder o raciocínio cartesiano?
Fenomenologia é algo que é externo ao sujeito. Ela responde abrindo a razão pro mundo.
Ela faz uma forte crítica ao pensamento de Descartes na tentativa de descrever o mundo
como aquilo que alguém pensa, para Levinas, o eu é infinito, logo o mundo não pode se
resumir ao que o eu acha, e nunca vai conseguir entender tudo sobre o outro, porque ele
é infinito. A fenomenologia prioriza a ética, o raciocínio prioriza a busca pela razão.
• Como ocorre a subjetivação do sujeito ético?

Ocorre no momento do encontro do eu com o outro, pois nesse momento a alteridade do outro
confronta o egoísmo do eu, desenvolvendo a responsabilidade ética, ou seja, a subjetividade é
construída através da tentativa de entender a alteridade do rosto.

Onde ocorre a etica levinasiana A etica para Levinas ocorre no


encontro do ego com o rosto, quando o ego consegue
reconhecer a alteridade do outro sem tentar compreende- lo
e reconhece esse infinito que existe entre o eu e o
rosto. Portanto, nesse encontro o eu abre mão de si
para responder o outro.

• Onde ocorre a ética levinasiana?

Ocorre no encontro do ego com o outro, quando o ego conhece reconhecer a singularidade sem tentar
compreendê-lo. Nesse encontro o eu abre mão de si para responder o outro

“Eu: eis-me aqui”

“Outro: não me matarás!”

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