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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE

CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICA

Disciplina: Profissão Docente


Docente: Renata Cristina Lopes Andrade
Discentes: Hanyely Silva Jesus

Síntese do texto: Relação e alteridade em Buber


O texto "A relação em Martin Buber" de Ozanan Vicente Carrara aborda a
questão da relação do homem com o mundo e com o outro. Buber parte do pressuposto
de que o homem é um ser de relações e que somente o homem que percebe, com todo o
seu ser, as relações que se abrem diante dele como possibilidades concretas pode nos
ajudar a conhecê-lo.
O autor critica tanto o individualismo quanto o coletivismo, que segundo ele,
falharam no conhecimento do homem. O primeiro por distorcer a sua face e o segundo
por mascará-la. O homem se sentiu então deslocado cósmica e socialmente como se o
universo e a vida se ausentassem. A consequência disso foi uma solidão existencial que
nunca existiu antes. A natureza o expôs e ele se isolou no tumulto do mundo humano.
Essa situação gerou o individualismo e o coletivismo modernos como reação do
espírito. No individualismo, o homem se percebe a si mesmo como indivíduo como se
ninguém mais no mundo fosse um indivíduo. Ele aceita sua exposição ao mundo e seu
isolamento como pessoa por acreditar-se um indivíduo. Com o intuito de salvar-se dessa
situação solitária, o homem a glorifica. Já no coletivismo, o indivíduo, querendo fugir
da sua solidão, se esconde numa das formações dos massivos grupos modernos. Quanto
mais massivo o grupo e mais inquebrantáveis seus laços, tanto mais ele se sentirá seguro
e salvo do deslocamento social e cósmico.
A responsabilidade coletiva o isenta da responsabilidade individual pelo seu
próprio destino. A natureza tecnicizada substitui o universo. O coletivismo moderno,
portanto, é essencialmente ilusório. Incorporar-se ao todo funcional das massas não é
um unir-se de homem com homem, pois o todo, ao reivindicar a totalidade de cada
homem, reduz, neutraliza, desvaloriza e viola os vínculos entre os seres vivos. Como
consequência, o isolamento do homem não é superado, mas dominado e paralisado.
Assim, o coletivismo moderno impede o homem de encontrar-se consigo mesmo.
Na alteridade, o homem reconhece o outro como um ser igual a ele e se coloca
no seu lugar. Na reciprocidade, o homem reconhece o outro como um ser diferente dele
e se permite ser transformado por ele. A partir do momento em que o homem é capaz de
estabelecer uma relação autêntica com o outro, ele passa a ser capaz de estabelecer uma
relação autêntica consigo mesmo. Ele se percebe como um ser relacional e passa a viver
em harmonia com o mundo e com os outros.
Buber parte do pressuposto de que o homem é um ser de relações e que somente
o homem que percebe, com todo o seu ser, as relações que se abrem diante dele como
possibilidades concretas pode nos ajudar a conhecê-lo. O autor critica tanto o
individualismo quanto o coletivismo, que segundo ele, falharam no conhecimento do
homem. O primeiro por distorcer a sua face e o segundo por mascará-la. O homem se
sentiu então deslocado cósmica e socialmente como se o universo e a vida se
ausentassem.
A partir do momento em que o homem é capaz de estabelecer uma relação
autêntica com o outro, ele passa a ser capaz de estabelecer uma relação autêntica
consigo mesmo. Ele se percebe como um ser relacional e passa a viver em harmonia
com o mundo e com os outros. O autor também aborda a questão do amor, que segundo
ele, é uma relação dialógica que obriga o outro a sair de si mesmo em direção ao outro.
O amor que se fecha em si mesmo é Lúcifer.
Não se pode, contudo, sair de si mesmo sem antes ter estado consigo mesmo. O
indivíduo se torna pessoa através da experiência do diálogo. O autor conclui que a
relação essencial com o outro faz com que ele deixe de ser um fenômeno de meu eu
para ser o meu tu. Só neste nível é possível experienciar a realidade do falar-com-
alguém, na inviolável autenticidade da reciprocidade. De acordo com Kierkegaard, a
relação essencial com o outro é a relação de amor.
Em conclusão, a reflexão sobre alteridade presente no texto destaca-se como
uma peça fundamental para compreender a complexidade das relações humanas e a
busca pela autenticidade. A dualidade entre as esferas "eu-isso" e "eu-tu" revela não
apenas a necessidade de alternar entre esses estados, mas também a importância de
reconhecer a alteridade como um elemento essencial para a verdadeira compreensão do
outro.
A alteridade, representando a independência e a singularidade do outro, é
delineada como um evento do distanciamento, no qual somente o homem pode perceber
algo substancialmente além de si mesmo. Essa percepção da alteridade se torna a base
para o verdadeiro diálogo, no qual as relações não são apenas transações entre entidades
isoladas, mas uma interação viva e mutuamente enriquecedora.
Ao destacar a prevalência do mundo do "isso", onde as instituições e os
sentimentos são separados da vida real, o texto aponta para a necessidade premente de
comunidades construídas sobre relações vivas e mútuas. Essas comunidades, baseadas
na compreensão da alteridade, oferecem uma resposta à tendência crescente de rendição
ao mundo impessoal e fragmentado do "isso".
Portanto, a alteridade não é apenas um conceito filosófico abstrato, mas uma
força vital que impulsiona a verdadeira humanidade. A capacidade de reconhecer e
honrar a alteridade nos outros não apenas preserva a individualidade e a liberdade, mas
também enriquece a experiência humana, permitindo que as relações transcendam o
superficial e alcancem a profundidade do diálogo autêntico. Em última análise, é na
alteridade que encontramos a essência da verdadeira conexão e compreensão entre os
seres humanos.

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