Este diário descreve a importância da sociabilidade humana e os efeitos negativos do isolamento social. O autor discute como a pandemia destacou nossa necessidade de interação através de exemplos de amigos e familiares estressados. Ele também analisa obras literárias e filmes que ilustram como a solidão pode levar à loucura se não houver contato social. Finalmente, o autor cita teorias sociológicas sobre como a sociabilidade é essencial para a sobrevivência e identidade humanas.
Este diário descreve a importância da sociabilidade humana e os efeitos negativos do isolamento social. O autor discute como a pandemia destacou nossa necessidade de interação através de exemplos de amigos e familiares estressados. Ele também analisa obras literárias e filmes que ilustram como a solidão pode levar à loucura se não houver contato social. Finalmente, o autor cita teorias sociológicas sobre como a sociabilidade é essencial para a sobrevivência e identidade humanas.
Este diário descreve a importância da sociabilidade humana e os efeitos negativos do isolamento social. O autor discute como a pandemia destacou nossa necessidade de interação através de exemplos de amigos e familiares estressados. Ele também analisa obras literárias e filmes que ilustram como a solidão pode levar à loucura se não houver contato social. Finalmente, o autor cita teorias sociológicas sobre como a sociabilidade é essencial para a sobrevivência e identidade humanas.
O tema do meu diário consiste sobre a necessidade de convívio social do ser
humano, a importância desse convívio e da sociabilidade para o desenvolvimento pessoal. Durante a pandemia, com o isolamento social, pude perceber, em diversas ocasiões, as lamentações de pessoas próximas a mim sobre o estresse e tensão que o isolamento social impôs. A ausência de afeto e de interações com o mundo externo durante a quarentena me trouxe à tona a ideia de Aristóteles de que o homem é um ser social, um animal político, que necessita viver em sociedade, pois faz parte de sua natureza. Então, fui observando que, cada vez mais, colegas e amigos próximos acabavam se reunindo, mesmo que longe: através da tecnologia. Jogos online multiplayer de fácil jogabilidade (“Ludo”, “Among Us”, “Gartic”), além das múltiplas salas de conversa no Discord, aplicativo de comunicação de voz, foram ficando cada vez mais conhecidos e utilizados, o que foi, aos poucos, despertando minha curiosidade e me instigando a estudar essa indispensabilidade do social cada vez mais.
- Modos artísticos de relatar o tema
A sociabilidade e a solidão não é algo discutido há pouco tempo. Abordado desde a
Bíblia até os livros atuais, além de ser apresentado, mesmo que indiretamente, em filmes, tive que ler algumas coisas pra poder comentar melhor e com mais propriedade. Sob diversas ocasiões, foi inevitável reler o livro “O Dilema do Porco Espinho”, do professor Leandro Karnal, tendo em vista seu inegável repertório sociocultural. A origem do título do livro vem de uma metáfora criada por Arthur Schopenhauer, um filósofo alemão, que associou os problemas de convivência humana com porcos-espinho durante o inverno, que se aglomeravam devido ao frio, mas que se afastavam após se machucarem nos espinhos um dos outros. Essa comparação entre os porcos-espinho e as relações humanas é desenvolvida ao explicar que as ligações socioafetivas trazem desconforto e dor, mas que são necessárias. Sem vínculos, existe o frio. O dilema do porco espinho nada mais é do que uma discussão sobre o equilíbrio entre o social e o isolado. Esse livro me permitiu enxergar o inverso da sociabilidade: a solidão, como ela é vista negativamente e, principalmente, evitada. “Não é bom que o homem esteja só; Farei para ele alguém que o auxilia e o corresponda” (Gn 2, 18). Essa negatividade sobre a solidão é abordada em diversas fontes, direta ou indiretamente, nas quais o isolamento é frequentemente relacionado à insanidade. No cinema, “O Farol”, do diretor Robert Eggers, estreado em 2019, mostra, indiretamente, como o isolamento é estressante. Os dois personagens principais da obra, Thomas Wake e Ephraim Winslow, vivem e trabalham em um farol localizado numa ilha remota da Nova Inglaterra, sozinhos. A convivência em reclusão ocasiona atritos, fazendo com que, aos poucos, os protagonistas questionem suas respectivas sanidades, levando-os a um final trágico. “O Náufrago” também aproxima o indivíduo solitário da loucura, onde o único meio de socialização do personagem Chuck Noland, preso em uma ilha inabitada após sofrer um acidente aéreo, é uma bola de vôlei, a qual batiza como Sr. Wilson e com a qual mantém conversas constantes até ser resgatado. Existe a hipótese da necessidade de pertença, desenvolvida pelo psicólogo Roy Baumeister e o professor Mark Leary, que sugere que “os seres humanos têm uma necessidade básica de formar e manter pelo menos uma quantidade mínima de relações interpessoais positivas, significativas e duradouras”, pois através dos vínculos sociais ocorre a aquisição de uma identidade social. O pesquisador e professor de psicologia da Universidade de Chicago, John Cacioppo, relaciona a necessidade de pertencimento à teoria de evolução de espécies de Charles Darwin, quando vínculos e laços significavam sobrevivência. Quem era isolado, morria. A solidão, enquanto dor física, foi um mecanismo de defesa criado durante a ancestralidade humana para produzir uma mudança de comportamento e ser agregado socialmente, o que torna compreensível a aversão a esse sentimento e a busca incansável pela socialização.
- Modos científicos de relacionar o tema
George Simmel, sociólogo alemão, traz um conceito de sociedade paralelo à
hipótese da necessidade de pertença. Para Simmel, uma sociedade existe a partir do momento em que seus atores sociais - os indivíduos - criam relações de interdependência ou estabelecem contatos e interações sociais de reciprocidade, não existindo limites temporais ou de fronteiras. Ele afirma "[...] O pertencimento geográfico e fisiológico, determinado pelo terminus a quo, é substituído aqui de maneira a mais radical pela síntese do ponto de vista da finalidade, do interesse interno e do objetivo, pelo interesse individual". Socialização e quebra de fronteiras: é inevitável pensar na Internet. Um sistema global de computadores interconectados, permitindo a existência de contato entre pessoas geograficamente distantes e de contato com culturas, hábitos e interações com outras realidades, fortalecendo a ideia de sociedade de Simon. O interesse interno vincula o ator social à sua identidade social. O professor Leandro Karnal comenta em seu livro que a Internet, enquanto mediadora de relações, pode ser a resposta final ao Dilema do Porco Espinho. Na internet, nunca estamos verdadeiramente sozinhos: estamos cercados por pessoas e informações. Existe a possibilidade de nos comunicarmos com quem quisermos, na hora que quisermos. Mas, se as interações doerem, como os espinhos dos porcos-espinho, estamos a “um clique” de nos afastarmos. Bloquear, ignorar, fingir que não viu, foram as maneiras citadas de como fugir de interações indesejáveis. O mesmo meio comunicativo em que existe um desespero incansável de aceitação e encaixe, que pode auxiliar os atores sociais a encontrar e definir sua identidade social, pode excluí-los.
- Comentário Final
“Trabalhadores de todo o mundo, uni-vos!”. A última frase de O Manifesto Comunista
sempre me chamou atenção, antes mesmo de eu ler o livro por completo, saber o conteúdo das páginas ou me interessar a estudar sociologia. A primeira vez que escutei essas palavras foi durante uma aula de história no segundo ano do ensino médio, e eu nem estava, de fato, atenta à aula. Mas por algum motivo, a sentença me fisgou, e desde então, ela ainda me intriga, mas não especificamente pela ideia de uma revolução comunista. O que me